Livro de Memorias - IMAPOA

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ApreSeNTAçÃo Memórias literárias são textos produzidos por escritores que dominam o ato de escrever como arte e revivem uma época por meio de suas lembranças pessoais. O livro de memórias literárias procura resgatar, por meio do encontro com as memórias de pessoas mais velhas da família, as lembranças que estão guardadas no íntimo de cada um. Os autores do livro são alunos do 6º ano, que foram em busca das memórias de seus familiares, a fim de eternizá-las através da literatura.

AGrAdeCIMeNToS Nossos agradecimentos fraternos a todos os familiares que compartilharam os momentos mais marcantes de sua vida, tornando possível a construção deste livro. À equipe pedagógica e irmãs do Instituto Maria Auxiliadora, que acreditaram e apoiaram o nosso projeto. Nossa gratidão e carinho. Educandos do 6º ano 2 e Professora Ithiana Vieira Menezes

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MINHA INFÂNCIA

ANA CLARA Memória de Graziela – mãe

Eu adoro recorda o passando, buscar em minhas lembranças acontecimentos que marcaram minha vida. E no meio de tantas recordações lembro das inúmeras contadas pelos meus avós. Histórias de terror, daquelas que dão calafrios. Nos reuníamos nos fins de semana no sitio do meu avós. Lá no sítio existia uma rotina: acordávamos cedo, tomávamos leite e saíamos para brincar. Quando sol começava a se por era hora de voltar. Jantávamos e aguardávamos a cantoria acabar para dar início aos contos de “medo” como chamávamos. Á noite, após a janta, quando a lua brilhava entre estrelas no céu, nos reuníamos na varanda da cozinha, aquecidos por um fogão à letra e ali ao lado de minha mãe, avós, tias e primos passávamos algumas horas ouvindo os homens de nossa família, cada um com sua viola, mas não queria cantar músicas no violão, eu era muito ansiosa pra hora das histórias. Lá pela madrugada sempre alguém

começava a contar a história. todos largaram o violão para ouvir. Em um silêncio profundo ouvindo nossos avós narrarem os contos que tanto nos animava. Um conto que marcou minha infância foi o dia que meu pai voltou a cavalgar, apenas e estrelas no céu, faltando pouco para chegar no sítio onde meu vô morava. Ao se aproximar de uma porteira na entrada viu um monte de cabeça de gado a sua volta. Então desceu do cavalo, abriu a porteira, passou com o cavalo e fechada a porteira, subiu no cavalo para seguir caminho, olhando a volta não havia mais nenhuma cabeça de gado. Um mistério! Todas aquelas cabeças de gado não estava mais lá, meu pai teve muito medo e saiu dali. Histórias como essa marcaram minha infância, colocando medo em mim, e na minha família e até hoje adoro ouvir as histórias dos meus avós, imaginando como seria muito legal. Esses momentos eram únicos, sempre vou me lembrar do que era contado.

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Tabuleiro ARTHUR Memória de Etchegaray - pai

Eu guardo na minha memória lembranças do meu avô que gostava muito de jogos de tabuleiro e gostava muito de jogos de tabuleiro e baralho. Ele me ensinou vários jogos como pife, escova, canastra e damas, xadrez e moinho. Todas as noites após o jantar ele me chamava para uma partida de dama onde com certeza ele sempre ganhava eu sempre perdia, mas o mais importante é que aprendi muito com ele nesses momentos. Hoje quando jogo quando jogo com meu filho o jeito de jogar damas mudou, mas as relações continuam as mesmas. Pois seja no tablet o importante é que um simples jogo acaba aproximando avô e neto e pai e filho, criando uma relação entre os mais velhos e os mais novos.

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Infância feliz DANIELA Memória de Edinara – mãe

Quando eu era criança brincava bastante, sempre tinha como me divertir, havia na minha rua crianças que se reuniam para brincar, de pega-pega, pula corda, de bola e diversas outras brincadeiras, sendo uma delas a minha preferida, que era se vestir com roupas de festa para desfilar com direito a acessórios e tudo. Um dia tive uma ideia de juntar um monte de roupas esquisitas e maquiagens e criar personagens, todas as crianças adoravam muito. Além do que os adultos adoravam ver nossas criações, uma vez me vesti de Charles Chaplin, com bigodinho e tudo, minha mãe nos maquiava e às vezes nós mesmos nos maquiávamos. No final da brincadeira ficava muito engraçada e criativa a brincadeira.

Era uma brincadeira saudável, que em crianças de hoje em dia não se vê, porque as crianças estão direto no computador. Guardo essas lembranças até hoje. Da minha infância não tenho do que reclamar, brinquei muito de tantas outras brincadeiras, como amarelinha, jogo de damas e até clubinho, mas a que sempre me lembrarei e era a minha brincadeira favorita era mesmo se vestir e desfilar, com isso posso dizer que tive uma infância muito feliz.

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A panela de ouro! EDUARDA REQUEL Memória de João Luís - avô

Tudo começou há muito tempo (1993), quando tinha 46 anos eu e meu irmão ouvimos dizer que havia uma panela cheia de moedas de ouro enterrada em um lugar no cemitério da campanha. Eu e meu irmão não tínhamos coragem de ir verificar se a história era verdadeira. Passado algum tempo, em um churrasco, com amigos em uma noite de lua cheia, lembrávamos da história, e fizeram uma aposta de que se eu e meu irmão fôssemos até o cemitério tirar a história a limpo, se fosse verdadeira ficaríamos com o dinheiro e ganharíamos um churrasco bem gordo, dos mesmos. Tomamos várias cervejas e fomos. Esquecide comentar que diziam que o cemitério era assombrado e também muito es-

curo. Ao chegar no local, estávamos vestidos com um ponche Ao começar a cavar sentimos, algo estranho, como se alguém estivesse puxando o nossos ponches, olhamos para o lado, para trás, e nada vimos, começamos a sentir arrepios, e muito medo. -Ai Jesus, vamos dar no pé! Saímos correndo e nada de olhar para trás, e até hoje não se sabe se existiu a famosa panela de ouro.

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Minha infância ELISA Memória de Elisiane – mãe

Eu me lembro da minha infância, que foi maravilhosa. Morávamos em um local cheio de árvores, animais, campos e rios, tudo isso era mágico, tinha a minha irmã, minha mãe, meu pai e meus primos que moravam ao lado, onde brincávamos muito. Uma das imagens a qual nunca esqueço era quando meu avô, pai de minha mãe, me buscava juntamente com minha irmã para passar o final de semana em seu sítio, que ficava distante de minha casa. O mais interessante nessa lembrança é que meu avô nos buscava puxando seu cavalo, o qual eu amava muito. Chegando em seu sítio estava minha avó, esperando sempre com um largo sorriso e um grande abraço bem apertado. Andávamos a cavalo e fazíamos pão com nossa avó. Tudo sempre com amor e carrinho. Tenho muita saudade da minha infância, que nunca esqueço, pois fui muito feliz. 8 - IMA - Instituto Maria Auxiliadora - 6º Ano 2


VIAGEM À TERRA SANTA FELIPE ACKER Memória de Claudia Irene - avó

Em setembro de 1998 eu queria realizar um sonho, aí um grupo de pessoas foi a Israel e eu fui junto. Foi a primeira vez que andei de avião, ficamos dez dias ali com o padre Remi. Chegamos a Israel. Estava muito bonito, ao contrário do que diziam. No outro dia nós fomos nos rebatizar no rio Jordão, onde Cristo foi batizado por João Batista, estava lindo. Fomos à gruta de Belém, onde Jesus nasceu. Fizemos a Via Sacra. Cada dia a gente foi de ônibus a algum lugar. As pessoas vestidas com véus e todo mundo armado para caso houvesse alguma guerra, mas por sorte não aconteceu nada. Fomos ao Monte Sinai, nos coliseus de São João e São Pedro estava muito bonito. Fomos ao muro das lamentações e depois à Itália ver o Papa e voltamos ao Brasil, e eu com a deliciosa tâmara. IMA - Instituto Maria Auxiliadora - 6º Ano 2 - 9


Sonho de menino FERNANDA Memória de Reginaldo Rocha – pai

Hoje tenho 43 anos, e vou contar minha história. Desde pequeno gostava de acompanhar programas políticos na TV, meu avô me dava a maior força. Aos poucos começava a imitar as falas dos políticos da época: Brizola, Pedro Simon e Tancredo Neves, subir na cadeira e dar o discurso era o que mais gostava de fazer. Adivinhe o que era o microfone: nada mais do que um desodorante. Vivi momentos importantes com a volta do processo democrático, Diretas já, também a vinda da nova moeda, o real. Cresci com o desejo de ser um político, cargo esse muito criticado pela sociedade, pois alguns ganham fazendo muitas coisas erradas. A principal delas é a corrupção, pois com ela se retira dinheiro da saúde e educação. Sou contra a todo tipo de prática que prejudica a nossa sociedade, por isso resolvi me candidatar, pois sou um bom filho, sempre tive um princípio ético, seriedade, honestidade e respeito às pessoas. Em 2008 foi a

minha primeira eleição sem mentiras e nem promessas, fizemos um boa campanha, mas acabamos não sendo eleitos, mas não desisti. Veio em 2012 minha maior alegria, a vitória difícil, porém sempre respeitando e fazendo uma campanha limpa, nunca mentindo para as pessoas. Sou vereador, hoje defendo causas importantes, como o trânsito seguro ”que salva vida “, as crianças e os adolescentes, que são o futuro do Brasil e do mundo. E, por fim, a luta pelos direitos das pessoas com deficiência e também várias outras ações em defesa da saúde, da educação e da segurança. Por fim. Digo que sou vereador, sou político e não faço nada errado, acredito que também temos outras pessoas que fazem a boa política. Deixo a seguinte mensagem: pesquise o candidato e valorize o seu voto, pois mesmo que a democracia apresente seus problemas é e sempre será melhor do que o regime militar.

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MoNArK FERNANDO MENDES Memória de Ana Maria – mãe

Um dia meu filho me pergunta “Mãe me fala um ponto marcante da infância? “então respondi: Um ponto bem marcante da minha infância foi quando ganhei minha bicicleta, era uma Monark amarela, com rodinhas, eu tinha 10 anos. Foi tão bom, tão bom parecia a coisa mais linda da minha vida. Minha mãe era bancária, vinha ao meio dia almoçar, depois me levava na praça por vinte minutos para eu aprender a andar na Monark. No início tinha rodinha e depois fui tirando elas, eu dava uma volta na praça, duas voltas, três voltas na praça e muito mais e minha mãe dizia: “vamos, Ana, pois eu tenho que trabalhar.” Aí nós guardamos a bicicleta e íamos ao

seu trabalho. Muito bom me lembrar dessa Monark, se eu pudesse já dava mais voltas do que me passado, me lembro muito bem dela.

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Um encontro inesperado GABRIELA Memória de Fabiane Gouvea – mãe

Aconteceu no Natal de 1994, o meu tio (Ronaldo) me convidou para passar as minhas férias (janeiro de 1995) na casa dele, onde fica na praia Rosa do Mar (RS), mas ele já foi me avisando para não me empolgar muito, porque lá tem mais crianças e idosos e eu tinha 20 anos Fui mesmo assim para agradar o meu tio! Chegando lá, no primeiro dia fui caminhar na praia com a minha mãe e passou uma galera por nós, mais ou menos na minha faixa etária, e um deles me chamou a atenção! No primeiro momento pensei que não ia rolar nada, mas o rapaz também se interessou. Nos próximos dias eu ficava cuidando na praia se ele passava, mas pensei que eu estando rodeada de gente desse jeito ele nunca ia vir falar comigo. Um dia vi que ele

estava vindo e dei uma desculpa que eu iria em casa pegar uma coisa, mas era mesmo para ver se ele vinha falar comigo! Mas ele não veio. Fui até em casa e voltei para nada. Passou a semana inteira e ele só foi falar comigo um dia antes de eu ir embora, ele me convidou para a uma lagoa lá perto e foi todo mundo! No dia seguinte eu ia embora e como na época eu não tinha telefone em casa, a gente combinou de se falar no trabalho. Passei meu número, tudo direitinho para ele. Neste período a gente se falava, às vezes se via. No final daquele ano ele me pediu em namoro, eu aceitei. Namoramos mais um ano e depois disso nos casamos. Estamos muito felizes juntos e espero que isso dure até morrer!

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Uma Infância diferente GUILHERME REBELO Memória de Angela - mãe

Quando eu olho para trás me lembro da minha infância e percebo o quanto é diferente da infância dos meus filhos. Nos anos 80 as crianças se divertiam e brincavam de outra forma. Minha infância foi bem diferente do que se vê hoje. Naquele tempo, as brincadeiras eram ao ar livre, ou seja, a gente se divertia brincando na rua. Nós podíamos brincar de bola, andar de bicicleta, correr e brincar de pega-pega. Nossos pais não tinham medo de violência ou assalto, por isso podíamos brincar livremente. Era um outro mundo, onde as pessoas viviam mais na paz e se importando com os outros. Dessa forma era tranquilo brincar na rua até o início da noite. Eu também jogava joguinhos no Atari, mas era de uma forma moderada. Mas as brincadeiras mais legais eram

aquelas que a gente brincava, suava, corria e pulava. Uma coisa que era sensacional eram os jogos de tabuleiros. Nós reuníamos a galera da rua e fazíamos campeonato de banco imobiliário, esse era o mais top de todos. Mas tinha detetive, jogo da vida, War e etc. Lembro com muito carrinho da minha infância e gostaria que meus filhos tivessem o mesmo tipo de infância. Mas os dias atuais impedem que isso aconteça, pois tem muita violência nas ruas. Mas não deixo de sonhar que um dia essa infância diferente que tive seja possível novamente.

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O Nascimento GUILHERME LOPES Memória de Patrícia Lopes – mãe

Há 13 anos atrás começou o planejamento mais importante da minha vida, tomei a decisão de gerar uma criança. Em dezembro de 2002 descobri que o meu sonho viraria realidade. Ao longo dos meses a barriga foi crescendo juntamente com os preparativos e a expectativa da chegada do meu grande tesouro. Então, no dia 17 de julho aconteceu a chegada de um anjo lindo na minha vida, Deus me abençoou com a com a chegada de um menino espetacular, com o brilho nos olhos tão forte como uma estrela, com o nome de Guilherme. Este menino vem crescendo com saúde, felicidade, carisma, perseverança, respeito e

muito amor por todos os que o rodeiam. O Guilherme faz os meus dias ficarem cada vez melhores porque ele transmite muito amor para mim. Todo dia digo para ele o quanto o amo e como ele me faz feliz, sou uma mãe realizada e desejo que ele continue assim, sempre tentando melhorar.

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O conjunto de feijões KARINE Memória de Valdecir Paulo Ferrari – pai

Numa certa manhã, no ano de 1985, eu e meus irmãos fomos à roça plantar feijão preto. Nos separamos e eu fui no lado que tinham bastantes pedras, eu estava plantando com uma máquina de plantar da década de 60 (estimadamente). Comecei a plantar uma sementinha a cada 25 centímetros, fiquei parado em cima de várias pedras e quando batia a máquina para plantar os feijões, numa dessas tentativas de plantar, bateu a máquina numa pedra grande e a caixinha (onde se concentravam os feijõezinhos) pulou. Virou e se “espalharam” os feijões na terra. Então eu pensei que meu pai ia ficar su-

per bravo comigo, peguei e botei terra em cima dos feijões amontoados, e voltei para a casa... Depois de uns 15 dias, meu pai foi ver como tinha ficado a plantação, e ele se deparou com quantidade enorme de brotinhos juntos, como ele sabia que eu tinha ficado com aquele pedaço de terra, chegou em casa e me xingou e eu não tinha pensado na possibilidade de brotar os feijões e que meu pai ia descobrir... Essa foi a história do plantio do feijão, que ficou guardada em minha memória por ser marcante em minha vida, pois 2 anos depois teve o falecimento do meu querido pai.

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Onde tudo começou LAURA BURIN Memória de Rosane Ochi Burin – mãe

Essa é a minha história de amor. E é uma que virou até uma reportagem numa revista. Ela começa comigo saindo da minha cidade e indo para a capital achar emprego e tal. Fui morar com minha irmã e com minhas sobrinhas. Nos meus primeiros dias de trabalho eu fiquei envergonhada. Não conseguia falar com ninguém, só com meu chefe. E eu tinha que ir à informática todos os dias. Uns dois meses depois eu fui levar uma papelada para a informática e aí um rapaz lindo, com cabelos castanhos e olhos verde -escuros começou a me elogiar sempre falando dos meus olhos verde-água. Aí um dia eu comentei para ele que eu queria fazer um curso de fandango, ele falou que também queria fazer, e todas as noites de quarta-feira fazíamos fandango , até a gente se formar

em fandango. Depois de sete meses acabamos namorando. A gente não tinha contado para ninguém do trabalho, mas um dia um colega de trabalho nos viu juntos de mão dada na rua. No outro dia ele falou para todos no trabalho. Um jornalista ficou sabendo e foi me entrevistar, falei tudo sobre o nosso namoro. Passou 1 ano e meio e ficamos noivos. Fomos morar num apartamento e dois anos depois compramos uma casa. Tivemos uma filha. Onze anos depois tivemos outra filha. Estamos completando 20 anos de casados e continuamos trabalhando na mesma empresa. Nesse tempo que estamos juntos descobrimos que temos muitas coisas em comum, inclusive uma música que conta a nossa história.

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Lembranças Eternas LAURA PETERSEN Memória de Ana Maria Nazário Petersen – mãe

Quando eu estava na segunda série no ensino fundamental fui apontada como a melhor aluna da sala, pelo meu ótimo desempenho na escrita, leitura e capricho com o material escolar. Quando chegamos em casa, minha mãe me parabenizou, abraçou-me com muita força e disse-me que estava orgulhosa por eu ter me esforçado nos estudos. Neste mesmo dia a escola me presenteou com um livro, com o título “O Pequeno Príncipe”, o li na presença de minha mãe, que achou a história muito emocionante e que todas as crianças deveriam ler muitos livros, pois a leitura torna as pessoas cultas. Para mim esse acontecimento ainda nas séries inicias, foi marcante, fiquei um tanto famosa na minha escola e sentia-me feliz.

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Susto na churrascaria LUCAS REIS Memória de Elise – mãe

No mês de outubro do ano de 2008 eu, meu filho e meu namorado fomos almoçar em uma churrascaria no bairro Cidade Baixa, ela estava lotada, quando conseguimos entrar e sentar. Logo fomos surpreendidos por um rodízio de carnes com uma aparência maravilhosa, eis que, no primeiro espeto de picanha, o garçom iria tirar uma lasca da carne para mim, a sua faca escapou da mão e caiu sobre meus dedos, na hora só avistei um pequeno corte, fui até o banheiro com a intenção de lavar o ferimento e com a força da água o corte se abriu, jorrando sangue no banheiro inteiro. Saí com a mão enrolada no papel toalha, Ao encontrar o Lucas e meu namorado, eles correram para o atendente e pediram socorro. As pessoas abriram caminho e nós

entramos no nosso carro, e fomos em direção ao hospital. No caminho do hospital um motorista de ônibus parou ao nosso lado e começou a nos xingar, eu mostrei minha mão e ele entendeu a situação e começou a abrir caminho. Chegando ao hospital eu desci do carro, fui até o balcão geral e lá não havia ninguém, decidi pular o balcão para procurar atendimento. No final dessa historia levei no dedo indicador três pontos no médio mais dois pontos e um corte no osso, um ano de fisioterapia para conseguir recuperar meus movimentos dos dedos.

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TODOS COM “L” LUIZA BASSANI Memória de Adriane Merlo – mãe

Uma memória boa que lembro é o dia em que nasceram nossos três cachorrinhos. Foi no dia 09 de Janeiro de 2014, uma quintafeira muito quente. Eu e a Luíza estávamos de férias e tínhamos ido no supermercado fazer compras. Meu marido havia ficado em casa e, quando estávamos voltando ele nos ligou avisando que havia nascido um filhote. Então, voltamos depressa, loucas para ver o nascimento dos filhotes. Quando chegamos, vimos um filhotinho muito pequeno, no meio da grama, tentando se movimentar e a Lilica (mãe dos filhotes), estava muito ansiosa. A Luíza estava radiante, muito feliz com o nascimento do primeiro chachorrinho.

Depois de alguns minutos, a Lilica começou a ficar inquieta de novo, indo de um lado para o outro, até que der repente vimos outro filhote nascer e assim, depois de mais um tempo o último filhote. Eles eram lindos. Nasceram uma fêmea e dois machos. A fêmea tem a pelagem ruiva com branco igual a uma raposa, pelo comprido e se chama Luna. Dos dois machos, um tem a pelagem marrom com branco e se chama Lino, e o outro tem pelagem branca e pintas pretas e chama -se Leco. Todos com a inicial “L” de Lilica. Hoje eles estão bem crescidos, completando 1 ano e 10 meses e são muito sapecas.

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Meu passado! LUIZA BAZZO Memória de Maria de Lourdes – avó

Quando era criança morava no interior da colônia de Santa Catarina, brincávamos com meu irmão, nadávamos no rio, pescávamos e caçávamos. Lembro-me até hoje que íamos ao colégio a pé, que durava 2 horas, e a professora era minha mãe. Aprontava muito com meus irmãos, tinha 9 irmãos e meu pai Augusto e minha mãe Valentina. Lembro-me que na minha casa tinha um gato e um cachorro, mas não gostava muito deles, eu gostava mesmo era da mula e que adorava montar nela. Minha mãe foi promovida para trabalhar na cidade e fiquei muito triste porque não poderia mais brincar na mata e nos rios.

Eu saí de lá com 17 anos para estudar para ser freira, mas na metade do caminho desisti e fui estudar enfermagem. Nesse meio tempo morreram meus pais e meus 4 irmãos. Cuidei da minha irmã Iracema por 35 anos e nesse tempo namorei com Claudino e tive minha filha Clarissa, que também se casou e teve Luiza. Minha neta foi a única que conheceu a minha irmã. Elas se gostavam muito e em 2015 ela morreu e todos ficaram muito tristes e hoje estou curtindo minha aposentadoria.

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Viagem MARCELO SCHÜTZ Memória de Simone Schütz – mãe

Já era noite, as passagens já estavam compradas, eu e meu filho Marcelo estávamos se despedindo dela, a casa, nós morávamos ali há mais de 8 anos. Ela era no interior, vamos dizer assim. Já era quase meia-noite, tiramos todas as malas de casa, pegamos tudo, entramos no carro e meu filho ficou pálido com cara de saudade. Minha lágrima escorreu, e só tive coragem de dizer uma coisa: “finalmente filho agora nós vamos”, minha amiga ligou o carro e virou a esquina, foi a última vez que nós vimos a nossa casa. Chegamos ao aeroporto, minha amiga Neila já estava chorando com a prévia despedida. Entramos. fizemos o checkin, dei um abraço forte na Neila e comecei a chorar. Meu filho também se emocionou enquanto se despedia do marido da minha amiga. Depois de nos despedir aguardamos um tempo

e entramos no avião. Meu filho pegou o pacote de biscoitos que estava na minha bolsa começou a comer, ele estava bem ansioso . A viagem foi longa, só chegamos de manhã, minha mãe estava me esperando no aeroporto junto com o meu irmão, minha cunhada, meu sobrinho e minha outra irmã, a Claudia. Já era quase meio-dia, minha mãe fez um grande almoço que parecia mais um banquete de boas vindas e pela primeira vez que eu cheguei fui ver meu pai que estava no quarto vendo televisão ele me cumprimentou e deu um abraço no meu filho. Almoçamos, rimos contando piadas e fizemos um monte de outras coisas, o resto da minha família veio me ver no final do dia. E esta foi minha primeira noite em Porto Alegre.

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Menos de 5%

MARIA VICTÓRIA SOVIES Memória de Anitta – avó.

Sempre tive fé e sempre acreditei que com fé os milagres podem acontecer. Há alguns anos minha filha teve uma pequena infecção que em poucos dias tornou-se muito grave e em seguida infiltrou-se na corrente sanguínea, podendo se instalar em qualquer órgão vital. Lembro quando uma de minhas netas me ligou do hospital e disse que sua mãe, minha filha, estava mal e de repente ela ficou muda no telefone, estranhei tal fato, e então ela disse que o médico estava mandando chamar a família toda porque sua mãe estava morrendo, sua chance de sobreviver era menos de 5%. Não sabia o que fazer, nem tinha como dizer isso a minha neta mais nova, na épo-

ca com 5 anos. Como contar que ela ficaria sem a mãe? E para piorar ela não poderia nem se despedir, pois lá na UTI não entravam crianças, então não havia jeito se o pior acontecesse. E assim, após uma cirurgia, duas paradas cardíacas e dias na UTI, como um milagre ela começou a reagir e nem o médico conseguia explicar como era possível isso ter ocorrido. Como um milagre ela sobreviveu. A sensação de perder um filho é como arrancar um pedaço de sua carne. Agradeço a minha neta mais velha pela força, ela apoiou a mim e a irmã dela como uma verdadeira mãe faria. Mas Deus foi o protagonista dessa história e protegeu minha querida filha.

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O nascimento MATHEUS Memória de Dionara - mãe

Um dia acordei com dor na mama e enjoada, daí eu liguei para o meu médico e fui indo no médico até parar o enjoo. Daí descobri que eu estava grávida. Então eu acabei indo ao médico fazer a ecografia e esperei nove meses e dai marquei o parto. Passados alguns anos meu filho se formou e eu estava grávida de outro filho, então esperei mais nove meses. O Diego nasceu e eu não quis ter mais filhos e daí foi passando o tempo e eles cada dia crescem mais e estamos felizes até hoje.

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Boas Lembranças PEDRO Memória de Sílvia – mãe

Quando eu era criança eu visitava meus primos com muita frequência para brincarmos, eu gostava bastante deles. Nós brincávamos muito, brincadeiras como esconde-esconde, pega-pega, etc. Também subíamos em árvores para comer frutas, adorava isso. Meus tios eram bem atenciosos, pois faziam doces e deixavam o dia alegre. Nas férias revezávamos um dia na casa deles e um dia na minha casa. As nossas conversas não pareciam ter fim, um de nós sempre tinha novidades para contar onde foi o que fez etc, falávamos da escola, do nosso desempenho dos livros que

líamos e gostávamos, mas nas leituras o gibi ficava em 1º lugar tínhamos muitos que após lidos fazíamos a troca para ter mais leitura. Essas memórias ficam na lembrança.

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A Teteca STEFANI Memória de: Helenice - mãe

Ainda posso me lembrar daquelas bochechinhas rosadas e como ela era fofinha parecia um leitãozinho... Mas braba! Quando ela tinha 3 anos ela era tão fofa e risonha que ela e o seu irmão viviam juntos. Mas como tudo nasce e tudo cresce, com isso o tempo foi passando e os dois cresceram e com o tempo eu aprendi com eles e eles comigo; vivemos várias aventuras bem emocionantes e uma delas foram agora a 2015: fomos para Foz do Iguaçu. E um dos melhores momentos e bem engraçado foi quando eu fui levá-la à praia, pois ela ficou com nojo da areia e não queria de jeito nem um pisar lá.

Ela ama cachorros desde pequena, então decidimos adotar uma cachorra para ela e o Yago. Quando os dois viram a preta os dois não desgrudavam dela por nada. A Stefani era como irmã para ela. Neste ano adotamos mais um cachorro, o Dash, e a Teteca já decidiu e não vai abrir mão de ter um abrigo de cães no futuro.

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