Nutrindo um dos solos mais férteis de São Paulo: a Avenida Paulista

Page 1



A P C

L

E I

O

S

S

Z

A E

P

SÃO

V

A

U

E

S

PAULO,

ORIENTADOR:

L

N

D

T

NUTRINDO UM DOS FÉRTEIS DE SÃO A

N

I

T

R T

A A

A

SOLOS MAIS PAULO: A I

S

DEZEMBRO IVANIR

D

T

A

A

2017

ABREU



A

G

R

DEDICO

A

D

E

C

ESTE

I

M

E

N

T

O

S

TRABALHO,

Aos meus pais que sempre me apoiaram e estiveram do meu lado, que se dedicaram junto comigo para que esse sonho se tornasse realidade. Ao meu irmão por guiar para os

me estimular e me melhores caminhos.

Ao meu orientador, Ivanir, por todas as conversas, a dedicação, o apoio e a paciência ao longo desse semestre. Obrigada por acreditar em mim e me ensinar tanto. Á todos os docentes que eu tive nidade de conhecer, conviver e

a oportuaprender.

Aos meus amigos que me acompanharam nessa caminhada acadêmica, em especial à Beatriz, Caren, Mariana e Mayara: é uma honra dividir essa profissão com vocês que tanto me ensinam e me servem de exemplo pessoal e profissionalmente. A minha chefe, Desirée por toda compreensão e apoio, principalmente nesta fase. Obrigada também pela oportunidade que me deu e por me inspirar a ser uma pessoa/arquiteta melhor todos os dias.

3


“Na construção de nossas cidades, as noções de espaço público e de espaço privado têm se definido pelos valores de uso e posse, mantendo, portanto uma relação de oposição. A arquitetura, porém, deveria ser entendida sempre como uma ação de interesse público, onde o desenho de espaços entre estas suas categorias de espaço permitisse a fruição da cidade pelos cidadãos que optaram viver em uma cidade aberta.” MARCELO

LUIZ

URSINI


RESUMO: Este Trabalho Final de Graduação apresentará um ensaio urbano na Avenida Paulista, que busca através do urbanismo tático e de intervenções temporárias e permanentes requalificar e potencializar o uso do espaço público na cidade de São Paulo.

Palavras-chave: Avenida Paulista, espaço público, urbanismo tático, intervenção temporária, intervenção permanente.



S

U

M

Á

R

I

O

1. CRISE URBANA NAS GRANDES CIDADES Introdução: Manifestações.............................................................................................................................10 Configuração dos espaços públicos no Brasil.....................................................................................................12 A Crise em São Paulo..................................................................................................................................14 2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES Espacialidades: lugares e não-lugares...........................................................................................................16 Temporalidades: o efêmero, o temporário e o permanente.............................................................................18 Placemaking................................................................................................................................................20 Urbanismo tático.........................................................................................................................................22 Urbanismo DIY............................................................................................................................................24 3. ESTUDOS DE CASO Centro Aberto..............................................................................................................................................26 Coletivos urbanos: metodologia do coletivo cidade ativa...............................................................................38 4. A AVENIDA PAULISTA Apresentação..............................................................................................................................................44 Glossário.....................................................................................................................................................46 Evolução Urbana.........................................................................................................................................48 Programa Paulista Aberta...........................................................................................................................52 5. PROPOSTAS Apresentação................................................................................................................................................56 Estrutura Tubular.........................................................................................................................................58 Edifícios amigáveis/ conectivos....................................................................................................................60 Áreas públicas com potencial........................................................................................................................62 Galerias subterrâneas...................................................................................................................................64 Vazios...........................................................................................................................................................78 Edifícios com terraço elevado .......................................................................................................................88 Edifícios sem terraço elevado com recuo........................................................................................................114 Edifícios sem terraço elevado sem recuo........................................................................................................116 Edifícios residenciais....................................................................................................................................118 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................120 7. BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................................122


1

CRISE URBANA NAS GRANDES CIDADES INTRODUÇÃO: MANIFESTAÇÕES

Junho de 2013 foi o estopim de diversas manifestações populares no Brasil, o movimento que se iniciou reivindicando o passe livre se transformou em um protesto generalizado contra a repressão policial, o insucesso dos serviços públicos diante das necessidades sociais, e a qualidade degradante da vida urbana. A priorização dos gastos de recursos públicos para sediar grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas – em detrimento do interesse coletivo, mas favoráveis aos interesses escusos de empreiteiras e incorporadoras – só aumentaram o descontentamento dos brasileiros. Em São Paulo, no dia 20 de Junho de 2013 o local de protesto foi a Avenida Paulista, coincidentemente, no mesmo dia, o geógrafo britânico David Harvey publicou o texto: “A crise da urbanização planetária” em que analisa a situação das cidades e o descontentamento das classes menos privilegiadas. Harvey retrata o aumento do poder econômico das classes em ascensão nos grandes centros urbanos do mundo em contrapartida dos interesses capitalistas de urbaniza10

1

ção, que esmagam a maior parte da população mundial e priva o direito à cidade (acesso pleno a mobilidade, habitação, saneamento, segurança, lazer, etc..) e a participação democrática/ inclusiva das pessoas nas questões urbanas. “A experiência urbana sob o capitalismo está se tornando bárbara, bem como repressiva. Se as raízes dessa experiência alienante estão na infindável acumulação de capital, então essas raízes têm de ser definitivamente rompidas. As vidas e o bem estar têm de ser re-enraizados em outros modos de produzir e consumir, enquanto novas formas de socialidade precisam ser construídos. O ethos neoliberal de individualismo isolado e responsabilidade pessoal, ao invés de social tem de ser superado. Retomar as ruas em atos de protesto coletivo pode ser um começo. Mas é somente um começo e não pode ser um fim em si mesmo. Maximizar o “buen vivir” para todos na cidade ao invés do PIB, para o benefício de poucos é uma ótima ideia. Ela precisa ser fundamentada em práticas urbanas em toda parte.” 1

Tradução: https://blogdaboitempo.com.br/2015/01/10/david-harvey-a-crise-da-urbanizacao-planetaria/


FIG. 1: MANIFESTAÇÃO AVENIDA PAULISTA, 20 DE JUNHO 2013

11


1

CRISE URBANA NAS GRANDES CIDADES CONFIGURAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS NO BRASIL No Brasil, a maioria dos espaços públicos não foi pensado como papel estruturador da cidade, foram configurados como áreas resultantes do traçado viário e das edificações, e servem apenas como passagem. Essa condição de abandono, em meio a tantos outros problemas urbanos, como a desigualdade social e a ausência do direito de trabalho e moradia a todos, acabou atraindo muitos moradores de ruas e pessoas que se aproveitam da falta de vigilância para realizar atividades clandestinas. “Esquecidos pelos arranha-céus, os espaços públicos perdem sua potencialidade de troca, interação, diversidade e convívio e acabam virando locais de medo dentro da cidade, dando lugar para enclaves fortificados.” Além disso, as políticas públicas, muitas vezes influenciadas pelo mercado imobiliário e pela priorização dos automóveis ao invés do transporte coletivo e dos pedestres, acabaram concentrando seus investimentos onde predominam os in-

12

teresses de um setor privilegiado da sociedade criando um processo desigual de urbanização - pautado principalmente pelo capital, e não pelo bem estar dos cidadãos.


FIG. 2: MANIFESTAÇÃO AVENIDA PAULISTA, 20 DE JUNHO 2013

13


1

CRISE URBANA NAS GRANDES CIDADES A CRISE EM SÃO PAULO Em São Paulo, o crescimento econômico nos últimos anos aumentou a capacidade de consumo dos mais pobres, aumentando também o número de carros e gerando uma crise de mobilidade urbana na cidade. Por causa da crise, alternativas de circulação e transportes passaram ser políticas públicas prioritárias, recriando a relação dos cidadãos com o espaço público. Faixas exclusivas de ônibus, implantação de ciclovias, redução de velocidade máxima e fechamento de avenidas e vias aos domingos ampliaram o poder do transporte coletivo e dos meios de locomoção não motorizados. Essas transformações também influenciaram na relação da moradia na cidade, de modo que, a especulação imobiliária tem buscado, influenciadas pelo Plano Diretor 2016, áreas próximas aos transportes coletivos, com menos vagas de garagem e com opção de consumo e lazer a pé. No entanto, o problema de moradia da faixa de renda de 0 a 3 salários mínimos ainda é alarmante e concentra 87% das necessidades de moradia de São Paulo. Esse novo cenário que carrega sérios problemas de mobilidade urbana está aliado a atual busca por uma vida mais saudável. O novo estilo de vida urbana substitui meios

14

de locomoção mais poluentes e sedentários (carros) por alternativas mais econômicas e vantajosas para o meio ambiente e para o bem estar pessoal (caminhadas e bikes, por exemplo). Desse modo, a qualidade dos espaços públicos abertos e das áreas verdes da cidade é essencial e necessária para garantir maior qualidade de vida para a população. Em meio a tudo isso, esse Trabalho Final de Graduação tem como intuito propor alternativas urbanas a partir de experimentação e da investigação. Trata-se de um ensaio urbano na Avenida Paulista que visa potencializar o uso de uma infraestrutura existente, além de dar suporte para as atividades que já acontecem no local e ainda, criar novas possibilidades, permitindo que o espaço público floresça. A escala adotada é a do pedestre e a proposta é baseada na observação do espaço e na participação ativa da sociedade civil, tentando tornar a intervenção mais humanizada e democrática. A proposta de ser um ensaio tem como objetivo destacar que existem diversos caminhos e possibilidades, permitindo tentativas e erros da aplicação de conceitos que serão expostos neste trabalho, pretendendo estudar os efeitos e resultados antes de se fazer um investimento definitivo.


FIG. 3: ARTE URBANA DO SAM3 EM LISBOA

15


2

CONCEITOS E DEFINIÇÕES ESPACIALIDADES: LUGARES E NÃO-LUGARES “Espaço tem sido visto como uma distinção de lugar, como uma área sem significado (...). Quando seres humanos atribuem significado ao espaço, e de alguma maneira tornam-se conectados a ele (a atribuição de um nome é um exemplo), este espaço torna-se um ‘lugar’. Apesar desse dualismo dos conceitos de espaço e lugar estar presente na geografia desde a década de 70, ele tem sido confundido com a ideia de espaço social – ou o espaço produzido pela interação social – que em muitos aspectos tem o mesmo papel de ‘lugar’.” 2 O geógrafo canadense Edward Relph identifica três componentes de lugar: o espaço físico, as atividades que acontecem nele e o significado que ele adquire com o tempo. Destes três componentes, provavelmente o mais difícil de ser conquistado é o significado, pois em geral demanda um prazo maior para se desenvolver e se configurar como lugares. Seguindo a mesma linha de raciocínio, o antropólogo francês Marc Augé define o “não-lugar” como um espaço de passagem, sem caracterís-

16

2

EDWARD REPLH: “PLACES E PLACELESSNESS”

ticas próprias, que serve apenas como espaço de transição. As pessoas não criam nenhum tipo de relação com os “não-lugares”, de forma que eles se tornam completamente impessoais e insignificantes no contexto urbano e social. Ainda, há uma tendência cada vez maior do ser humano deixar de dar significado aos espaços e as coisas, aumentando o número de “não-lugares” nos grandes centros urbanos. Em São Paulo, um exemplo de espaço que ganhou significado é o Beco do Batman, na Vila Madalena. No início da década de 80, apareceu no beco um desenho do homem-morcego dos quadrinhos, atraindo estudantes de artes plásticas para o local. Inicialmente, os estudantes fizeram desenhos cubistas e de influência psicodélica nas paredes, transformando esse espaço em uma galeria. Atualmente, os desenhos são renovados constantemente por grafiteiros e são conservados com o apoio da comunidade, assim, o Beco se tornou um ponto turístico de constante dinâmica que não foi previamente planejado.


FIG.4, 5, 6 E 7: BECO DO BATMAN, VILA MADALENA - SÃO PAULO

17


2

CONCEITOS E DEFINIÇÕES TEMPORALIDADES: O EFÊMERO, O TEMPORÁRIO E O PERMANENTE

Apesar das cidades terem uma vida longa, as necessidades e expectativas dos cidadãos mudam constantemente, de modo que o conceito de temporalidade nas cidades, abre novas perspectivas para o uso urbano que provavelmente pareciam improváveis vistas apenas pelo prisma fixo e estável. Primeiramente, é necessário definir o conceito de temporalidade, para isto, Robert Temel apresenta as ideias de efêmero e provisório. O efêmero é um termo da biologia que se refere a criaturas que vivem por apenas um dia, portanto a “efemeralidade” é uma existência temporária que não pode ser prolongada. Já o provisório refere-se a algo que a princípio tem uma vida curta, mas que com frequência permanece por mais tempo. Assim, o temporário se encontra entre essas duas posições: por um lado, tem a vida curta do efêmero mas pode ter seu tempo estendido, prologando sua existência como o provisório. No livro “The informational city”, de Manuel 18

Castells, a cidade contemporânea é a soma da cidade tradicional com uma nova cidade: a virtual, nascida da era da comunicação digital, onde as informações transitam por rede o tempo todo. A cidade virtual causou grande impacto na cidade física, principalmente pela percepção do tempo. No virtual, tudo acontece com rapidez. Na tentativa de assimilar essa velocidade, a cidade física passa por uma fase de transição para atender as demandas e a grande variedade de programas necessários á população. Estratégias flexíveis e integradas podem permitir um processo mais aberto de intervenções múltiplas e adaptáveis. Na prática, as intervenções efêmeras duram um dia e tem como função avaliar a percepção das pessoas quanto ao lugar através de entrevistas que definem o perfil do usuário e permitem criar projetos específicos. A segunda etapa é a temporária que visa testar o projeto, possibilitando adaptações e tendo como vantagem o baixo custo quando comparado com intervenções a longo prazo. Adria-


na Sansão ainda defende que as intervenções temporárias têm o potencial de “salvar” lugares e sobretudo criar conexões entre pessoas e espaços, contribuindo para construção de cidades mais amáveis. Já as intervenções permanentes são obras de infraestrutura que exigem maior custo e maior prazo para implantação, e nos espaços públicos ainda necessitam de políticas públicas favoráveis, o que as tornam mais burocráticas.

1.

FIG.

8:

VIRADA SUSTENTÁVEL COVAS, 27 DE AGOSTO DE 2017

PARQUE

MARIO

19


2

CONCEITOS E DEFINIÇÕES PLACEMAKING

“Placemaking é um movimento que repensa os espaços públicos como o coração de toda a comunidade, em toda a cidade. É uma abordagem transformadora que inspira pessoas a criar e desenvolver seus espaços públicos. (...) torna mais forte as conexões entre pessoas e os lugares que elas compartilham (...) é como nós moldamos coletivamente o ambiente público para maximizar valores comuns.”3 O Placemaking é uma metodologia de concepção dos lugares que visa transformar os espaços públicos e a relação das pessoas com a cidade através de um processo de planejamento, criação e gestão voltado para a população local. É fundameWntal que as pessoas participem ativamente do processo para que as necessidades e desejos sejam descobertos. A partir dessas informações, cria-se uma visão comum de lugar, possibilitando a implementação de mudanças capazes de trazer benefícios para os espaços públicos e seus usuários.

20

3

FIG. 9: O Placemaking interefere em todas as intasntâncias: sociedade, poder público e iniciativa privada.

Cidades que Conectam Pessoas - Conexão Cultural. Fonte: www.conexaocultural.org/blog/2015/02/cidades-que-conectam-pessoas


FIG. 10: O QUE FAZ UM LUGAR SER BEM SUCEDIDO?

21


2

CONCEITOS E DEFINIÇÕES URBANISMO TÁTICO

Ao longo dos últimos anos tem se tornado cada vez mais frequente e popular debates sobre urbanismo tático. Essa vertente do urbanismo propõe estratégias de intervenções rápidas e com alto potencial de mudança trazendo um novo sentido para um mesmo lugar, muitas vezes degradado. Apesar de já existir há algum tempo o uso temporário e versátil da arquitetura e de instalações artísticas, como é o caso da serpentine gallery em Londres, atualmente o tema tem se destacado por estar diretamente relacionado a instabilidade econômica, politica e ambiental em que estamos vivendo. Além disso, ainda há muitas áreas ociosas, terrenos baldios e edificações abandonadas dentro do tecido urbano da cidade, por diversos fatores como: desindustrialização, crise econômica, especulação imobiliária, entre outros. Esses espaços vazios trazem novas abordagens e questionamentos na forma como utilizamos o espaço. Ainda, o fato do planejamento urbano ser lento e burocrático, completamente des22

proporcional à rapidez e imediatismo que estamos vivendo graças ao desenvolvimento tecnológico de informações, relações e comunicações, tem provocado a necessidade de se agir por contra própria. Movimentos independentes de ativismo que promovem ações pontuais nos espaços vazios de forma autônoma começaram a ganhar força nos Estados Unidos entre 2008 e 2009, relevando uma tendência de organização e mobilização de pessoas para intervir/ transformar as ruas, praças e bairros. A jardinagem de guerrilha, por exemplo, foi um dos primeiros movimentos que começou transformando um lote privado abandonado em um jardim. Até hoje o espaço é cuidado por voluntários mas agora goza de proteção do governo. Esse movimento atualmente acontece em mais de trinta países ao redor do mundo.


FIG. 11: JARDIM DE GUERRILHA 23


2

CONCEITOS E DEFINIÇÕES URBANISMO DIY: DO IT YOURSELF

A ideia do Urbanismo DIY é: “Se o governo não faz, faça você mesmo.” Assim como o urbanismo tático, apesar de ser uma terminologia recente, é carregado de uma ideologia antiga. Essa vertente do urbanismo busca dar prioridade para os pedestres e ciclistas nos espaços públicos, melhorando também o visual da cidade a partir do ponto de vista da escala humana. Além da grande preocupação estética e artística, na prática também exerce uma participação construtiva de cidadania. Essa é a oportunidade que muitos coletivos urbanos aproveitam para começar a fazer a diferença em grandes cidades, como acontece em São Paulo. No Brasil, essas iniciativas começaram a ganhar forma e se popularizar em meados de 2013, mesma época em que as manifestações políticas e sóciais atigingiram o estopim, demonstrando toda a insatisfação populacional. Vale ressaltar que segundo Mike Lydon, há diferença entre urbanismo tático e urbanismo 24

DIY (Do It Yourself). O urbanismo tático testa soluções temporárias com a intenção de provocar mudanças permanentes, contando muitas vezes com a iniciativa dos órgãos públicos, como é o caso do Centro Aberto em São Paulo. Já o urbanismo DIY revela a expressão de um indivíduo ou de um grupo de pessoas com o foco de passar uma mensagem social ou politica, que não visa necessariamente o longo prazo, como é o caso dos coletivos urbanos. Mas na prática, ambos propõem intervenções com o mesmo objetivo: melhorar os espaços públicos. De modo que um não anula o outro, pelo contrário, o sucesso do poder de transformação dos coletivos pode, por vezes, ser reconhecido pelas esferas público e também privadas, possibilitando parcerias em prol do bem estar social, como é o caso do Cidade Ativa, que participou diretamente das pesquisas para o Centro Aberto e para o Programa Paulista Aberta. Ressaltando a importância dos dois meios de intervenção


FIG. 12: PAINÉL INTERATIVO PESQUISAS PAULISTA ABERTA

FIG. 13: PAINÉL INTERATIVO PESQUISAS CENTRO ABERTO 25


3

ESTUDOS DE CASO CENTRO ABERTO

O Centro Aberto é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo (SP Urbanismo) em parceria com o banco Itaú sediado no centro de São Paulo em setembro de 2014. O projeto foi estruturado e desenvolvido pelo escritório dinamarquês Gehl Architects, e o caráter experimental entende a cidade de uma nova maneira, buscando um diálogo. As intervenções foram compostas por elementos como faixa de pedestres novas em diversos pontos, compartilhamento de bicicletas e banheiros públicos, bancos, decks de madeiras, guarda-sol, cadeiras flexíveis, equipamentos de lazer e ginástica, além da programação de eventos e atividades. Para a realização, foi necessário prever também serviço de manutenção, monitoria e zeladoria dos espaços e mobiliários. •

Por que o centro de São Paulo?

A região central da cidade sofreu ao longo da segunda metade do século XX um processo de desvalorização simbólica e degradação de suas condições ambientais, paralelo à ex26

pansão da mancha urbana e o surgimento de novas regiões com funções de centralidade. O Centro passou a ser um lugar de passagem e não um espaço de estar, que convide à convivência e ao desfrute de seus potenciais e qualidades históricas. Tal configuração espacial não apenas produz uma sensação de insegurança aos usuários, como também não atende suas demandas e necessidades cotidianas. A requalificação da área central é um desafio e uma necessidade, imbuída de um inegável sentido democrático. •

C

o

n

c

e

i

t

o

:

Os projetos do Centro Aberto não buscam construir novos espaços, mas, sobretudo, transformar as estruturas preexistentes através da renovação de suas formas de uso. Promover a diversificação das atividades – envolvendo um número maior de grupos de usuários, em faixas de tempo também ampliadas – constitui-se em um instrumento fun-


damental para a construção do domínio público sobre os espaços. Esse processo é capaz de promover, além da melhoria na percepção de segurança, o reforço no sentido de pertencimento e identificação da população com o Centro. Projetos piloto são uma forma de testar novas soluções em escala 1:1 antes de fazer alterações permanentes. •

M

e

t

o

d

o

l

o

g

i

a

:

Implantação no Largo São Francisco:

O projeto Centro Aberto Largo São Francisco, resulta na reconquista de uma área pública antes cercada e hostil. As grades azuis limitavam as perspectivas visuais e os caminhos dos pedestres e promoviam a sensação de insegurança na praça. A retirada das grades possibilitou a inserção de elementos convidativos à vida urbana na escala humana. Nesse caso em específico do Centro Aberto o espaço foi adaptado para receber diferentes manifestações, de acordo com as preferências de cada cidadão que frequenta o local, sejam eles universitários, trabalhadores ou moradores da região. Assim, o espaço agora conta com um deck-arquibancada de madeira, em que são dispostas cadeiras de praia para repouso; bancos e mesas espalhados pela praça; mesa de ping-pong; sanitários públicos; acesso wi-fi gratuito; nova faixa de pedestre e ciclovia; paraciclos para bicicletas. Além das transformações físicas fixas, o Centro também recebe diferentes atrações semanais para estimular a permanência do público, tais como projeções de cinema e vídeo ao ar livre, karaokê, comida 27


3

ESTUDOS DE CASO INTRODUÇÃO: MANIFESTAÇÕES de rua, feirinha gastronômica, iluminação pública e shows e apresentações artisticas.

28

FIG. 14, 15, 16 E 17: PROJETO CENTRO ABERTO LARGO SÃO FRANCISCO


FIG. 18: PROJETO CENTRO ABERTO LARGO SÃO FRANCISCO 29


FIG. 19: PROJETO CENTRO ABERTO LARGO SÃO FRANCISCO 30


FIG. 20: PROJETO CENTRO ABERTO LARGO SÃO FRANCISCO 31


3

ESTUDOS DE CASO CENTRO ABERTO

Implantação no Largo do Paissandú:

As pesquisas demonstraram a necessidade de melhorar o acesso e a permanência de pessoas no local. Desse modo, todas as ruas do entorno sofreram adaptações visando melhorar o fluxo de pedestres. O projeto implantou um tablado circular para receber apresentações artísticas, um playground para crianças e áreas de permanência com deck e mobiliários. Além da transformação espacial e física, também foram planejadas atividades como teatro, roda de música e dança, comida de rua, eventos de trocas de livros, roda de contos e histórias, etc. O mais desafiador foi combinar o projeto com os diferentes usos e tipologias do entorno.

FIG. 21 E 22: PROJETO CENTRO ABERTO LARGO DO PAISSANDÚ 32


FIG. 23: PROJETO CENTRO ABERTO LARGO DO PAISSANDÚ

33


FIG. 24: PROJETO CENTRO ABERTO LARGO DO PAISSANDÚ

34


FIG. 24: PROJETO CENTRO ABERTO LARGO DO PAISSANDÚ

35


3

ESTUDOS DE CASO CENTRO ABERTO

R

e

s

u

l

t

a

d

o

s

:

O sucesso das intervenções foram nítidas nas análises pré e pós implantação. As observações e enquetes para analisar as mudanças de comportamento dos usuários foram feitas a partir dos fatores: aumento de atividades, número de pedestres e menos travessias fora das faixas de pedestres. Também foram feitas avaliações a partir da perspectiva da cidade e do usuário.

FIG. 25: ANTES E DEPOIS - LARGO SÃO FRANCISCO 36


FIG. 26: ANTES E DEPOIS - LARGO DO PAISSANDÚ

37


3

ESTUDOS DE CASO COLETIVOS URBANOS: METODOLOGIA DO COLETIVO CIDADE ATIVA

Em diversas cidades do mundo, manifestam-se os coletivos urbanos. Eles são representados pela sociedade civil e atuam de forma colaborativa nos espaços públicos. A ação dos coletivos é direcionada principalmente para a formação de espaços públicos mais inclusivos e democráticos, questionando o urbanismo vigente que é pautado no capital financeiro. Os coletivos formam uma rede interdisciplinar e sem fins lucrativos que visam potencializar e melhorar a qualidade de vida nas cidades através de metodologias e estratégias de transformações rápidas e baratas. Eles trabalham por meio da investigação e da experimentação, não há uma resposta certa para todas as intervenções e possibilidades, é necessário um estudo, um diálogo com o local e com as pessoas que se apropriam do espaço. Em São Paulo, a partir de 2013, houve um crescimento considerável do número de coletivos na cidade. Dentre os vários atuantes na cidade, o “cidade ativa” é um coletivo que discute o im38

pacto que o planejamento urbano e as edificações exercem sobre o estilo de vida e a saúde pública na cidade. Eles atuam em torno de ações principais através de: Projetos, Pesquisas, Disseminação e Mobilização. •

P

r

o

j

e

t

o

s

:

Elaboram propostas de arquitetura e urbanismo que visam integrar os espaços públicos e a comunidade, criando uma relação de pertencimento com o lugar. Um dos projetos de maior destaque foi o “olhe o degrau” que venceu o concurso internacional Urban Urge Awards e também recebeu menção honrosa no Prêmio Mobilidade Minuto. A proposta mapeia escadarias na cidade de São Paulo e propõe intervenções físicas nestes locais. O primeiro projeto piloto foi implantado na escadaria da Rua Alves Guimarães, em Pinheiros.


M e t o d o l o g i a : - Plataforma online de mapeamento colaborativo -Avaliação de critérios de segurança, proteção, acessibilidade, versatilidade, atratividade, conectividade e resiliência e sustentabilidade - Definição da escala de projeto através de medições, fluxos e permanências -

Levantamento

geométrico Entrevistas

FIG. 27: MATERIAL DESENVOLVIDO PARA DIAGNÓSTICO DAS ESCADARIAS 39


3

ESTUDOS DE CASO COLETIVOS URBANOS: METODOLOGIA DO COLETIVO CIDADE ATIVA

P

e

s

q

u

i

s

a

s

:

Através de parcerias com outras instituições, analisam os espaços públicos e os hábitos comportamentais a partir do perfil do usuário. Para isto, tilizam ferramentas como o “Safari Urbano” e o Active Design (metodologia desenvolvida pela Prefeitura de Nova York e adaptada pelo Cidade Ativa) para estudar e avaliar estes espaços. • D i s s e m i n a ç ã o : Realizam palestras, cursos e workshops em parcerias com prefeituras e universidades para divulgar as técnicas e conceitos do Active Design com foco na experiência do pedestre. •

M

o

b

i

l

i

z

a

ç

ã

o

:

Buscam divulgar e atrair a atenção das pessoas através de iniciativas como “adesivos motivadores” e mutirões para conscientizar e alertar sobre os hábitos e as transformações urbanas. 40

Em anexo estão alguns dos formulários do Active Design utilizados para analisar/ avaliar condições das calçadas antes de prever um projeto.


41


42


FIG. 28, 29, 30, 31, 32: FORMULÁRIOS DO ACTIVE DE SIGN PARA DIAGNÓSTICO DAS CALÇADAS 43


4

A AVENIDA PAULISTA APRESENTAÇÃO

A Avenida Paulista é considerada um dos maiores ícones de São Paulo, sendo um símbolo nacional e internacional. Ela é reconhecida como um importante espaço público de atração e representação da metrópole, palco de manifestações sociais e políticas. Antigamente, com a prevalência de mobilidades individuais propiciadas pelo automóvel, a espacialidade da Av. Paulista era mais elitizada. No entanto, com a implantação de transportes coletivos de massa, como o metrô e, mais recentemente, as faixas de ônibus, novas espacialidades e apropriações de grupos distintos moldam a Avenida. Enfatizando que os espaços públicos podem compreender ambientes diferenciados e compartilhados ao mesmo tempo. A construção da Paulista, no final do século 19, acompanhou o processo de expansão da cidade através da criação de bairros e lotes. As suas condições físicas (larga e plana) possibilitaram a implantação de linhas de bonde, permitindo o acesso da população 44

ao “Parque da Paulista” com vista privilegiada do centro por conta de sua altitude. Apesar de estar afastada do núcleo urbano, logo se tornou atração e lugar de passeio. Desde sua implantação o poder público beneficia a avenida com obras, equipamentos, serviços, paisagismo raros, e até hoje, a Avenida Paulista recebe tratamento especial. Parece ter sido criada uma tradição entre políticos no cuidado excepcional desse espaço público. A partir de 1940, os casarões passam a ser substituídos por edifícios residenciais e conjuntos comerciais e de serviços, reconfigurando a cidade em metrópole e reestruturando sua centralidade. No final da década de 60, o centro da cidade começa a ser abandonado devido ao grande crescimento de outros pólos, como a Av. Paulista que passou a ser conhecida como “Novo centro”. O antigo “símbolo” de São Paulo agora vem ganhando representação em diferentes for-


mas de apropriação de seus espaços, calçadas, lojas, fluxos, etc. A Paulista hoje em dia se destaca por sua pluralidade espacial e principalmente pela sua singularidade, sendo palco de lugares e programas que proporcionam uma convivência socialmente variada e culturalmente rica, incentivada principalmente pelo Plano Diretor que considera a Avenida, junto com o centro de São Paulo, o primeiro território cultural da cidade. Esse trabalho busca explorar e potencializar ao máximo a vivência do pedestre nesse espaço da cidade através do urbanismo tático e de intervenções temporárias e permanentes. O nome do projeto é uma metáfora que associa a cidade a natureza, em que o sólo fértil é considerado o espaço público e os nutrientes são o resultado do trabalho.

FIG. 33: AVENIDA PAULISTA ATUALMENTE

45


4

A AVENIDA PAULISTA GLOSSÁRIO Cotas - níveis/ alturas; a cota de acesso da calçada/ rua é a referência (0,00); • mo

cota nível

térrea do térreo/

no mesda calçada;

• cota negativa - abaixo do nível da rua/ calçada (galerias subterrâneas); • cota elevada nível superior/ mais alto que o da rua/ calçada Ensaio/ estudo urbano - teste/ experimento na cidade. Avaliação crítica sobre as propriedades, qualidades e maneiras de inserir projetos no meio urbano. Neste caso, trata-se de intervenções temporárias implantadas previamente com menos recursos financeiros para testar se vale a pena investir em uma intervenção permanente. Mobilidade urbana - condição/ alternativas de locomoção dentro da cidade

46

Permeabilidade Urbana - qualidade de permeável, que se pode atravessar/ transpassar. No contexto da arquitetura, permeabilidade está relacionada as possibilidades que as pessoas tem de se movimentar nos espaços públicos ou privados, atravessando um lote ou uma quadra, ou seja, são áreas caminháveis que permitem um movimento contínuo e a grande rotatividade. Solo fértil - solo com todos os nutrientes essenciais para as plantas, sem nenhum elemento tóxico. Qualificar a avenida paulista como solo fértil significa que ela possui características urbanísticas essenciais para um projeto vingar, como: boa ligação com o transporte coletivo, grande fluxo de pessoas, topografia agradável para caminhar (avenida plana), calçadas largas e convidativas aos pedestres, oferta de comércio e serviços diversos, parques e opções de lazer/ cultura. Termômetro de Urbanicidade – Termo de autoria própria usado para medir as potencialida-


des entre o lote (possibilidades: acessos/ topografias/visuais), o projeto existente (leitura: fluxos/ relação com o entorno/ circulação) e a relação com as pessoas que ali circulam (uso: público/ privado).

FIG. 34: ILUSTRAÇÃO “COTAS”

FIG. 35: ILUSTRAÇÃO “PERMEABILIDADE URBANA”

47


4

A AVENIDA PAULISTA EVOLUÇÃO URBANA

LINHA DO TEMPO

EVOLUÇÃO URBANA DA AVENIDA PAULISTA E SUAS FASES 1891 - 1936

USO RESIDENCIAL -O engenheiro Joaquim Eugênio de Lima inaugura a Avenida Paulista -Em 1900 chegou a eletricidade na Avenida e os bondes por tração animal foram substituídos por bondes elétricos -Até 1920 a Avenida era composta por grandes lotes e casarões de arquitetura eclética que exibiam o status dos barões de café - Em 1929, no Brasil estourou a crise do café. Ascensão de uma nova classe ligada a industria e ao comércio

1 48

2 1937 - 1970

VERTICALIZAÇÃO E NOVA CARACTERIZAÇÃO -1937: início da verticalização da Avenida Paulista com edifícios residenciais

-1952: lei que permite contruções e instalações de prédios institucionais e de serviço -1962: lei municipal que autoriza o funcionamento de lojas e edifícios comerciais -1964: Golpe militar e início da Ditadura no Brasil -1968: Retirada dos bondes elétricos e novo alinhamento das edificações para alargamento da via -Como nesta época as políticas priorizavam o transporte individual, o tráfego congestionado na avenida já era notável.

1970 - 1980

ALARGAMENTO DA VIA -O grande fluxo de carros exigiu novos projetos de alargamento e melhoria da via que foram executados na década de 70 -Em 1970 é apresentado o projeto da Nova Paulista de Nadir Curi Mezerani (não foi executado).

4 1980 -2017 CRISE DE MOBILIDADE E NOVAS ALTERNATIVAS

- Em1972 a EMURB é contratada para executar o projeto

- 1985: fim da Ditadura militar

-Em 1973 é interrompida a contrução da via rebaixada

-Em 1987 inicia a contrução da linha verde do metrõ, concluída em 1991

-Em 1974, a Nova Paulista incompleta é entregue ao público

- Em 1996 o casarão Matarazzo foi demolido, sobrando apenas a Casa das Rosas (nº37), o Instituto Pasteur (nº393), a casa nº709 e 1811 e o casarão Franco de Mello

- Na década de 80 intensifica-se a demolição dos casarões fruto da especulação imobiliária

3

-Em 2013 as manifestações populares ganharam força em todo o país por diversas causas políticas. Foi um momento marcante na história do Brasil, em São Paulo no dia 20 de Junho 2013 os manifestantes ocuparam a Av. Paulista para protestar -Junho de 2015 foi inaugurada a ciclovia da Avenida -Junho de 2016 foi implantada a Paulista Aberta


2 ALINHAMENTO DOS LOTES

PASSEIO

PISTAS

ALINHAMENTO DOS LOTES

início década de 60

1956 PASSEIO

1891

1910

JARDIM

ALINHAMENTO DOS LOTES

ALINHAMENTO DOS LOTES

PASSEIO

JARDIM

1 48,00

RECUO EDIFÍCIOS

10,00

1935

1966

FINAL DÉCADA DE 60

4 TRÂNSITO ANOS 70

PASSEIO

PASSEIO

10,00

PISTAS

28,00

10,00

PASSEIO

2016

10,00

PISTAS

12,35

3,90

ALINHAMENTO DOS LOTES

ALINHAMENTO DOS LOTES

ALINHAMENTO DOS LOTES

1976

6,00

CICLOVIA E CANTEIRO CENTRAL

3

16,00

ALINHAMENTO DOS LOTES

SÉCULO XX

RECUO EDIFÍCIOS

6,00

PISTAS

PASSEIO

12,35

10,00

10,00

2015 1974 - ALARGAMENTO DA VIA

PROJETO NOVA PAULISTA

ATUALMENTE

49


DÉCADA DE 30

DÉCADA DE 70

50

DÉCADA DE 50

DÉCADA DE 80

DÉCADA DE 60

DÉCADA DE 90


FIG. 38: EXPOSIÇÃO A(E)REA PAULISTA DA ARTISTA E ARQUITETA CARLA CAFFÉ, 2012. DE FORMA ARTISTICA, ELA EXPRESSA AS FORMAS E CORES DOS PRÉDIOS ICÔNICOS DA AVENIDA, ALÉM DE MOSTRAR A RELAÇÃO COM O ENTORNO ATRAVÉS DA TOPOGRAFIA

51


4

A AVENIDA PAULISTA PROGRAMA PAULISTA ABERTA

Em 24 de Junho de 2016, o Prefeito Fernando Haddad decretou oficialmente a Paulista Aberta e o Programa Ruas Abertas, promovendo a abertura de ruas aos domingos e feriados para as pessoas. Essa conquista foi o resultado do trabalho e participação de diversos grupos coletivos e organizações que fomentaram as campanhas de mobilização pela abertura da avenida desde o final 2014, quando a SampaPé e a Minha Sampa se uniram a favor desta causa. A concepção deste projeto não é apenas oferecer um novo espaço público, mas também adotar a escala humana como referência para projetos urbanos, mudando o modelo de cidade. Para testar e viabilizar o programa Paulista Aberta, o coletivo cidade ativa realizou pesquisas através de painéis interativos onde os usuários da avenida puderam opinar sobre a ciclovia (inaugurada em Junho/2015) e a possível abertura da via. Para que a avaliação tivesse um resultado mais abrangente, 52

com perfis de pessoas com opiniões diversas, a pesquisa foi realizada em 4dias diferentes: 28.06.2015 (domingo), 05.07.2015 (domingo), 15.07.2015 (quarta) e 18.07.2015 (sábado):

FIG. 39: DATA, HORÁRIO E QUANTIDADE DE PESSOAS QUE PARTICIPARAM DAS ENTREVISTAS


FIG. 40: RESULTADOS DA PESQUISA A P R O VA Ç Ã O DA CICLOVIA E DO PROGRAMA PAULISTA ABERTO PELO PÚBLICO

Ainda, as pesquisas permitiram concluir que não houve aumento de poluição e ruído das ruas paralelas mesmo com o desvio de ônibus e rotas alternativas, ressaltando que o urbanismo sob a perspectiva do pedestre também se preocupa com a qualidade de vida. “Hoje fica claro que não só conquistamos mais um espaço de lazer e convivência para São Paulo, mas fizemos dela uma cidade muito mais humana, aberta, plural, compartilhada e gostosa de se viver. E tudo isso por meio da participação ativa de seus cidadãos, pressionando e influenciando o poder público a agir de acordo com os nossos desejos e anseios.”4 4

https://www.paulistaaberta.minhasampa.org.br/

FIG. 41: RESULTADOS DA PESQUISA - PESSOAS QUE PRATICAM ATIVIDADES FÍSICAS E LUGARES QUE FREQUENTAM

53


FIG. 42: PESSOAS APROVEITANDO A CIDADE COM O PROGRAMA PAULISTA ABERTA

54


FIG. 43: PESSOAS APROVEITANDO A CIDADE COM O PROGRAMA PAULISTA ABERTA

55


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA APRESENTAÇÃO

A ideia do projeto é requalificar e ampliar os espaços públicos da Avenida Paulista para as pessoas, potencializando atividades culturais e de lazer gratuitos na cidade. A proposta abrange tanto urbanismo tático quanto intervenções temporárias e permanentes, buscando explorar todas as possibilidades: aproveitando a infraestrutura existente e também criando novos espaços. Desse modo, foi elaborada uma setorização das edificações da paulista para analisar e viabilizar cada um dos planos propostos. Os critérios para setorização foram definidos de acordo com a intenção do projeto, decidi ressaltar: (1) edifícios e áreas públicas que já são bem resolvidos, ou pelo seu programa arquitetônico ou pelo seu desenho, (2) galerias subterrâneas, vazios e edifícios que poderiam ter uma relação melhor com a cidade e (3) edifícios isolados que não possuem boa relação com o entorno e as pessoas. (1) • Edifícios amigáveis/ conectivos: prédios com térreos abertos ao público e a cidade independentemente do seu uso • cial

Áreas para

públicas atuação de

com coletivos

potenurbanos

(2) • Galerias subterrâneas: subsolos privativos desapropriados na década de 70 para adequar o novo alinhamento com as obras alargamento da via (obra parcialmen56

te executada). São espaços públicos existentes e inutilizados • Vazios: estacionamentos existentes e edificações baixas com possibilidade de ocupação nas coberturas • Edifícios com terraço elevado: prédios com tipologia moderna (base da construção é maior do que a torre do prédio, criando um “terraço elevado” entre a base e a torre) com terraços privativos • Edifícios sem terraço elevado e com recuo frontal: prédios que respeitam a escala do pedestre criando respiros em uma Avenida com gabarito tão alto. (3) • Edifícios do e sem • não

Edifícios

recuo

sem terraço frontal: isolados

residenciais: possibilitam

no

elevalote

que intervenções

Além da setorização, também foi elaborado um “termômetro de urbanicidade” que relaciona o terreno e suas potencialidades com o edifício existente, analisando todas as possibilidades: acessos, topografia, visuais, fluxos, relação com o entorno, circulação e uso (público/ privado).


57


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA ESTRUTURA TUBULAR

Todas as propostas utilizam andaimes visando criar uma unidade de projeto e também aproveitar sua facilidade de montagem e reaproveitamento do material de forma sustentável. Ainda, os andaimes aparentes permitem uma permeabilidade visual criando novas perspectivas da Avenida Paulista e também da cidade, devido sua topografia favorável. Todos os elementos construtivos foram baseados no catálogo da empresa de andaimes Allround Lahyer. E

L

E

M

E

N

T

O

S

:

Os elementos utilizados para montagem dos andaimes foram as barras verticais e horizontais de 2x2m , as treliças de 1m e as escadarias. Ainda, no projeto os andaimes receberam corolação vermelha para criar uma unidade de projeto e uma identidade para a Avenida Paulista.

58


HORIZONTAIS E VERTICAIS DE 2X2M

TRELIÇAS DE 1M

FECHAMENTOS COM PLACA DE OBS

ESCADAS METÁLICAS

59


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS AMIGÁVEIS/ CONECTIVOS

Cristian Portzamparc defende a quadra aberta como solução para os grandes conglomerados urbanos contemporâneas, conciliando as caracteristicas das cidades tradicionais e dos edifícios autônomos da cidade moderna. “A quadra aberta permite reinventar a rua: legível e ao mesmo tempo realçada por aberturas visuais e pela luz do sol. Os objetos continuam sempre autônomos, mas ligados entre eles por regras que impõem vazios e alinhamentos parciais. Formas individuais e formas coletivas coexistem. Uma arquitetura moderna, isto é, uma arquitetura relativamente livre de convenção, de volumetria, de modenatura, pode desabrochar sem ser contida por um exercício de fachada imposto entre duas fachadas contíguas”5

As diferenças arquitetônicas dos edifícios não prejudica a percepção do elemento urbano que os aproxima: a permeabilidade do solo, que possibilita a integração de edificações privadas com o espaço público que os 60

5 (http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3819)

envolve. Dessa forma, os edifícios amigáveis/ conectivos mostram através da arquitetura uma preocupação com os interesses públicos, permitindo uma fruição da cidade e oferecendo alternativas de conexão com o entorno e/ ou programas culturais, de esportes ou lazer.


-JAPAN HOUSE -HOSPITAL SANTA CATARINA -ED. NAÇÕES UNIDAS -MASP -PRÉDIO CAIXA ECONÔMICA -CENTER 3 -IMS PAULISTA

-CASA DAS ROSAS - SESC PAULISTA -ITAU CULTURAL -COLEGIO ESTADUAL RODRIGUES ALVES -ED. SIR WINSTON CHURCHILL -FNAC -FIESP -PARQUE TRIANON - CONJUNTO NACIONAL

61


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA ÁREAS PÚBLICAS COM POTENCIAL

Espaços públicos existentes na Avenida Paulista que estão prontos para atuação dos coletivos urbanos e sociedade civil, como é o caso do Parque Mario Covas, Parque Trianon e a Escadaria da Cásper. O Palacete Franco de Mello também é um espaço público que tem alto potencial de ocupação através de intervenções e atividades socioculturais mas que está impedido atualmente por estar fechado e abandonado pela Prefeitura. Tipos de intervenção possíveis: êfemera, temporária, urbanismo tático ou urbanismo DIY

62


63


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA GALERIAS SUBTERRÂNEAS

Ativar os espaços públicos subterrâneos existentes. As calçadas/ lajes de concreto serão recortadas e reestruturadas para fazer as aberturas de acesso e de iluminação/ventilação (domus). Para acessar as galerias, serão fixadas escadas de andaimes (padrão do projeto). As galerias subterrâneas terão usos diversos, podendo haver parcerias público-privadas para utilização das mesmas, desde que o uso seja público e ofereça atividades culturais ou de lazer. São Paulo carece de espaços públicos cobertos. Tipo Cota

64

de de

intervenção: permanente intervenção: negativa


65


5

66

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA GALERISAS SUBTERRÂNEAS 1


67


5

68

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA GALERISAS SUBTERRÂNEAS 2


69


5

70

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA GALERISAS SUBTERRÂNEAS 3


71


5

72

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA GALERISAS SUBTERRÂNEAS 4


73


5

74

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA GALERISAS SUBTERRÂNEAS 5


75


5

76

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA GALERISAS SUBTERRÂNEAS 6


77 77


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA VAZIOS Ocupação dos terrenos vazios desocupados: Requalificar os terrenos vazios da Avenida Paulista com uma estrutura complementar temporária (de andaime) com uso livre, visando observar e investigar as possíveis ocupações para que a longo prazo seja implantado um projeto pertinente aos anseios e necessidades da população. Essa intervenção busca poupar recursos e propor projetos específicos para o lugar. Tipo de intervenção: temporária Cota de intervenção: cota da cidade

78

Ampliação das calçadas: Estrutura temporária complementar sobre as calçadas do Parque Trianon e da Alameda Rio Claro, ativando uma nova cota elevada com rampas acessíveis e espaços livres para serem usados de acordo com a demanda: workshops, salas de dança, feiras de artesanato, shows, etc. Tipo de intervenção: urbanismo tático Cota de intervenção: cota da cidade atingindo novas cotas elevadas As estruturas foram baseadas no Pavilhão de Humanidade da Carla Juaçaba.


79


5

80

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA VAZIOS 1


81


5

82

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA VAZIOS 2


83


5

84

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA VAZIOS 3


85


5

86

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA VAZIOS 4


87 87


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO

Parceria público-privada entre os edifícios com tipologia moderna de uso comercial e a prefeitura de São Paulo, em que os prédios que disponibilizarem seus terraços/ jardins privativos ao público aos domingos e feriados, em função do programa Paulista Aberta, ganharão incentivos fiscais. Assim, o acesso será feito por escadas em andaimes (padrão do projeto) montadas e fixadas na fachada conectando a calçada ao terraço de forma convidativa aos pedestres. Ainda, o prédio deverá oferecer a infraestrutura existente, como rampas e elevadores, para que pessoas com necessidades especiais também consigam acessar os terraços. As rotas de fuga e saídas de emergência também deverão ser respeitadas e utilizadas se necessário. Tipo Cota

88

de intervenção: temporária de intervenção: cota elevada


89


5

90

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


91


5

92

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


93


5

94

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


95


5

96

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


97


5

98

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


99


5

100

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


101


5

102

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


103


5

104

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


105


5

106

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


107


5

108

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS COM TERRAÇO ELEVADO


109


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS SEM TERRAÇO ELEVADO COM RECUO

Apesar de serem edifícios mais difíceis de intervir, colaboram para experiência do pedestre através de recuos, respiros, praças e espaços de permanência no térreo que são convidativos e mais proporcionais á escala humana.

110


111


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS SEM TERRAÇO ELEVADO SEM RECUO

Edifícios isolados do contexto urbano do entorno e que não agregam á experiência do pedestre

112


113


5

PROPOSTAS: “NUTRIENTES” PARA AV. PAULISTA EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS Edifícios mente

114

para

planejados o uso

soprivativo.


115


6

CONSIDERAÇÃO FINAIS

Esses cinco anos de faculdade de Arquitetura e Urbanismo foram fundamentais para que eu me tornasse a pessoa que eu sou hoje. Me sinto realizada por ter escolhido uma profissão tão abrangente e interdisciplinar, que me ensinou e ensina diariamente a projetar e planejar para o bem do próximo/ do coletivo e não sob uma perspectiva egocêntrica, que me abre a mente e me instiga a pensar e questionar os comportamentos das pessoas, que é capaz de materializar desejos. Esse trabalho, em especial, concretiza meus anseios e crenças como arquiteta de projetar uma cidade para pessoas mais democratica e humanizada. Poder me aprofundar nesse assunto me satisfez de uma forma incrivel. Desejo que um dia essas parcerias público privadas e esses espaços públicos inutilizados das galerias subterrâneas aconteçam em São Paulo, não apenas na Avenida Paulista mas em toda cidade. Desejo que o urbanismo da cidade mude e melhore a cada ano, todos nos merecemos um oasis 116

em meio ao caos. Não é a toa que São Paulo é uma das cidades mais stressantes de se viver..


117


7

BIBLIOGRAFIA

• A R T I G O S : HARVEY, David. The crisis of the planetary urbanization. 2014 LYNDON, Mike. Tactical Urbanism: short term action, long term change. Nova York, 2010 • F I G U R A S : FIGURA 1: http://www.imagens.usp. b r / w p - c o n t e n t / u p l o a d s / 2 0 0 6 2 013 m a nifestacaopaulistamarcossantos065.jpg FIGURA 2: https://vejasp.abril.com. b r / e s t a b e l e c i m e n t o / ave n i d a - p a u l i s t a / FIGURA 3: https://www.behance.net/gallery/3062923/Redacao-de-Cultura-Culture-Copywriting FIGURA 4, 5, 6 E 7: https://www.behance.net/ gallery/10361803/Beco-do-Batman-Sao-Paulo FIGURA 8: AUTORIA PRÓPRIA FIGURA 9: CAROLINA GUIDO MONTEIRO: “Urbanismo tático: A força do coletivo na transformação da cidade” FIGURA 10: http://www.placemaking.org.

118

br/home/tag/project-for-public-spaces/ FIGURA 11: http://www. g u e r r i l l a g a r d e n i n g . o r g / FIGURA 12 E 13: https://issuu. c o m / c i d a d e a t i v a / d o c s / 15 0 8 21 _ ca_relatorio_paulistaaberta FIGURA 14 A 26: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/projetos-urban o s / c e n t r o - a b e r t o / l a rg o - p a i s s a n d u / FIGURA 27 A 32: https://www.cidadeativa.org.br FIGURA 33: https://vejasp.abril. com.br/cidades/doria-anuncia-nomes-de-quatro-secretarias/ FIGURA 34: AUTORIA PRÓPRIA FIGURA 35: http://www.vitruvius.com. br/revistas/read/projetos/11.124/3819 FIGURA 36: AUTORIA PRÓPRIA FIGURA 37: https://issuu.com/ ana.carolina.lima/docs/tfg2_subsolo_urbano_ana_carolina_li FIGURA 38: EXPOSIÇÃO A(E)REA PAULISTA DA ARTISTA E ARQUITETA CARLA CAFFÉ

FIGURA 39, 40 E 41: https://iss u u . c o m / c i d a d e a t i v a / d o c s / 15 0 8 21 _ ca_relatorio_paulistaaberta FIGURA 42: http://ultimosegund o . i g . c o m . b r / b r a s i l / 2 015 - 10 - 15 / ave n i d a - p a u l i s t a - s e r a - fe ch a d a - p a r a-carros-todos-os-domingos.html FIGURA 43: https://www.umaviag e m d i fe r e n t e . c o m / av - p a u l i s t a - s a o -paulo/paulista-aberta-bambole/ • L I V R O S : AUGÉ, Marc. Não-lugares: Introdução a uma Antropologia de Supermodernidade. São Paulo: Editora Papirus, 1994 CAFFÉ, Carla. Avenida Paulista: coleção opera urbana. São Paulo: Editora Cosac Naify, 2015 CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. SãEditora 34/Edusp, 2000 W Manuel. The Informational City: Economic Restructuring and the Urban-Regional Process. Oxford and Cam-


bridge: Blackwell Publishers, 1989 FONTES, Adriana Sansão. Intervenções temporárias,marcas permanentes: Apropriações, arte e festa na cidade contemporânea. Rio de janeiro, 2013 GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo: Perspectiva Editora, 2013 HAYDN, Florian e TEMEL, Robert. Temporary Urban Spaces: Concepts for the Use of City Spaces. Berlim, 2006 PORTZAMPARC, Christian de. A terceira era da cidade. Óculum, São Paulo, n.9, FAU PUC-Campinas, 1997 RELPH, Edward. Places and Placelessness. Londres, 1976 ROLNIK, Raquel. Territórios em Conflito – São Paulo: espaço, história e política. São Paulo: Editora Três Estrelas, 2017 SOUZA, Edson Eloy. Arquitetura Avenida Paulista. São Paulo: Amplitude Editora, 2011 • S I T E S : Archdaily: https://www.archdaily.com.br/ br/01-40820/urbanismo-faca-voce-mesmo

http://www.vitruvius.com. Blog da Boitempo: https://blogdaboi- Vitruvius: br/revistas/read/projetos/11.124/3819 t e m p o . c o m . b r / 2 015 / 01 / 10 / d a v i d - h a r vey-a-crise-da-urbanizacao-planetaria/ T E S E S : Cidade Ativa: https://www.cidadeativa.org.br • Conexão Cultural: http://www.co- HORI, Paula. Coletivos Urbanos da cidade de n e x a o c u l t u r a l . o r g / b l o g / 2 0 1 5 / 0 2 / São Paulo: ações e reações. São Paulo, 2017 c i d a d e s - q u e - c o n e c t a m - p e s s o a s / MONTEIRO, Carolina Guido. UrbanisGestão Urbana: http://gestaourbana.prefei- mo tático: A força do coletivo na transtura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/07/ formação da cidade. São Paulo, 2016 150512-Caderno-Centro-Aberto-tela-72.pdf URSINI, Marcelo Luiz. Entre o púGestão Urbana: http://gestaourbana.prefeitu- blico e o privado: os espaços francos ra.sp.gov.br/projetos-urbanos/centro-aberto/ na Avenida Paulista. São Paulo, 2004 Guerrilla: http://www.guerrillagardening.org/ • T F G : Issuu Cidade Ativa: https://issuu.com/cidadeativa/docs/151113_ca_escadariasjdangela_relato LIMA, Ana Carolina. Subsolo Urbano: Issuu Cidade Ativa: https://issuu.com/cidadea- ensaio projetual de um edifício diluído tiva/docs/150821_ca_relatorio_paulistaaberta sob a Avenida Paulista. São Paulo, 2014 Lahyer: http://layher.com.br/por- SATO, Bruna. Impermanências: ent a l / w p - c o n t e n t / u p l o a d s / 2 0 1 5 / 1 0 / saios de urbanismo tático no cenSão Paulo, 2016 S i s t e m a - A l l r o u n d - P o r t u g u e s . p d f tro de São Paulo. Paulista Aberta: https://www.paulistaaberta.minhasampa.org.br/ Placemaking: http://www.placemaking. org.br/home/o-que-e-placemaking/ 119


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.