Edicao especial

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Edição Especial

17 a 23/10/2014

Aécio Neves: o que sobra por trás do marketing?

Que Aécio Neves é o candidato da mídia e das elites, ninguém tem dúvidas. O próprio eleitor reconhece isso. É o que revela a pesquisa do Ibope de 09/10, onde os entrevistados foram questionados sobre que candidato representa os ricos, os empresários e os bancos. Aécio ganhou disparado de Dilma. Já quando a pergunta foi sobre quem representa os pobres, 56% dos entrevistados responderam Dilma e 25% Aécio. Em relação a quem representa os trabalhadores, 50% escolheram Dilma e 31% Aécio. Apesar de todo o marketing para blindar e azeitar o candidato tucano, quem conhece Aécio não cai no canto da sereia. Por isso os eleitores de Minas Gerais, estado que ele governou por oito anos, elegeram no primeiro turno o candidato do PT, quebrando um ciclo de 12 anos de administrações do PSDB. O choque de gestão, tão propagado por Aécio, foi um produto de marketing, que transformou-se em pesadelo para a população e os servidores de Minas. Tudo regado a campanhas publicitárias que consumiram cerca de R$ 1 bilhão das verbas públicas nos sete primeiros anos de seu governo, segundo dados da revista Mercado Comum. Aécio Neves é cria de uma linhagem de políticos que há mais de setenta anos trabalham para as elites conservadoras de Minas Gerais. Se na TV e nas manchetes da grande mídia, ele faz críticas duras ao aparelhamento do Estado, como gestor sua prática foi bem diferente. Sua família ocupa postos de destaque há anos nos governos de Minas. O nepotismo escandaloso envolve a irmã, o cunhado, tios, primos e até o genro de seu falecido padrasto. A afinidade de Aécio com a direita e com os empresários é a marca de seus mandatos como parlamentar. Na Constituinte, ele foi contra a jornada de 40 horas, contra a nacionalização do subsolo e a favor da independência do Banco Central. Nos anos 90, votou a favor da quebra do monopólio da Petrobrás, do Fator Previdenciário, da flexibilização da CLT e de uma série de projetos contrários aos trabalhadores. Em 2011, em seu primeiro ano como senador, ele também tentou derrotar o projeto de valorização do Salário Mínimo.

É por essas e outras, que quem conhece Aécio não vota nele!


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