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1. INTRODUÇÃO 2. CONTEXTUALIZAÇÃO 3. CORDOFONES
ÍNDICE
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4. A GUITARRA PORTUGUESA 5. MEMÓRIA DESCRITIVA 6. BIBLIOGRAFIA
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1.
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INTRODUÇÃO O projeto desenvolvido tinha como objetivo
o estudo de um determinado instrumento ou grupo de instrumentos, tendo como fim o desenvolvimento sobre o arquétipo do mesmo.
O instrumento selecionado pelo nosso grupo
foi a guitarra portuguesa, que apesar de ser um único instrumento, tem pequenas variações consoante a cidade de onde são provenientes e o artesão que a construiu.
Deste modo, apresentamos o instrumento a
partir de vários suportes, nomeadamente o dossier, a animação, storyboard da animação e infografia. Cada um destes suportes foi trabalhado por duas pessoas do grupo, apesar de existir cooperação em todo o trabalho realizado.
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CONTEXTUALIZAÇÃO
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Desde o início da história do Homem que este sentiu a necessidade de comunicar, criando assim métodos e instrumentos produtores de som para o fazer, estes últimos utilizando variados materiais como a madeira, a pedra, o metal e as peles. A par dos materiais, a técnica foi evoluindo com o decorrer dos anos. Cada cultura teve a sua abordagem de um mesmo instrumento consoante os recursos disponíveis e as suas limitações tecnológicas, contribuindo assim para a diversidade a nível mundial. A província lusitana iniciou a sua história musical desde o tempo anterior à romanização, sendo assim influenciada por diversos povos com os quais mantiveram contacto. Atualmente, a música sofreu muitas alterações e mais importante, evoluiu. Apesar do crescimento das rádios, a cultura portuguesa é uma das que melhor tem sabido resistir à influência dos media e as emissões massivas de música anglo-saxónica. A música tradicional portuguesa ficou muito marcada pelos artesãos que desenvolviam os instrumentos populares dado o vinco pessoal na sua construção. Para além disto, as suas oficinas eram um local de discussão, onde se dirigiam músicos interessados pelos seus instrumentos e a música tradicional.
“E eram os tocadores mais exímios que, perante algumas limitações quer sonoras quer técnicas dos cordofones, aconselhavam o construtor a experimentar esta ideia, a aplicar uma madeira diferente, a corrigir uma deficiência numa parte do instrumento
”
Gouveia, 2007
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Assim, não só nasciam instrumentos com características específicas e surgiam músicos com identidades diferentes pelo seu instrumento especial, mas também levou a uma evolução e melhores qualidades sonoras dos próprios instrumentos. Se olharmos atentamente para a música tradicional portuguesa e o seu papel na sociedade contemporânea, podemos afirmar que a mesma, outrora pertencente à grande massa populacional e portanto catalogada como música popular, é considerada, nos dias de hoje, música de elite. Isto é, a música que fez parte do quotidiano das gentes portuguesas, cantada, tocada e dançada pelo povo, é agora escutada e manuseada por uma minoria comummente erudita. Por um lado deparamo-nos com manifestações culturais conduzidas pelos grupos folclóricos que tentam preservar com exatidão a tradição musical, por outro lado observamos que a execução e a audição de música tradicional portuguesa é tendencialmente realizada por músicos com uma formação musical sólida, e por melómanos ligados a um certo tipo de erudição musical, que tentam reinventar o tradicionalismo musical português, combinando caraterísticas e princípios da música erudita com elementos basilares da música tradicional. A amálgama de elementos e de estilos musicais remetenos, por sua vez, para uma civilização global onde elementos estéticos se fundem e se confundem. Atendendo à universalidade e multiculturalidade inerentes à música atual, podemos encontrar projetos de música tradicional portuguesa que fundem culturas de forma singular, recriando melodias e ritmos tradicionais do mundo, aliando a tradição e a contemporaneidade, utilizando, por conseguinte, elementos eruditos nas suas recriações.
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A interculturalidade e a consequente fusão cultural surgem também como fatores responsáveis por essa reinvenção da tradição musical portuguesa, aliando, deste modo, géneros e instrumentos musicais de várias culturas. Portugal é internacionalmente conhecido pela sua tradição folclórica, em grande medida assente no fado, sendo este o género musical que melhor caracteriza o espirito português e que está diretamente relacionado com a as suas raízes culturais. Alguns dos géneros musicais presentes em Portugal são o Fado, a musica romântica, folclórica, pimba e o rock português. No entanto, apenas o fado e a musica folclórica são estilos mundialmente conhecidos como música tradicional portuguesa. Os restantes estilos musicais são ouvidos e praticados em Portugal. O Fado é um estilo musical tipicamente português. Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) e acompanhado por guitarras clássicas e por guitarras portuguesas. Hoje em dia, é um símbolo mundialmente reconhecido de Portugal representado no estrangeiro por Amália Rodrigues (primeira fadista a levar a nossa tradição do fado além-fronteiras) e mais recentemente por Dulce Pontes. Em 2011, o Fado foi classificado como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Nascido nos contextos populares de Lisboa, o fado encontrava-se presente nos momentos de convívio e de lazer do povo. Este era manifestado de forma espontânea e era cantado tanto em espaços fechados como em espaços abertos. Apenas no século XIX a guitarra portuguesa alia-se ao fado de forma progressiva. A partir do século XX o fado “conhece uma gradual divulgação e consagração popular através da consolidação de novos espaços que passavam desde então a incorporar o fado na sua programação”..
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Podemos assim afirmar que o Fado é por direito próprio, a expressão da alma portuguesa. A música folclórica é a música gerada pela sabedoria popular. Esta, tal como o fado, é também muito característica de Portugal. Tal como a sua designação indica, este género de musica era cantado geralmente pelas pessoas que trabalhavam nos campos para de certa forma aliviarem o stress do trabalho de campo, visto este ser um trabalho pesado. As canções tradicionais de um povo tratam de quase todos os tipos de atividades humanas. Assim, muitas destas canções expressam crenças religiosas ou politicas de um povo ou descrevem a sua história. A melodia e as letras destas canções populares podem sofrer modificações no decorrer do tempo, pois a sua transmissão é oral e são canções que passam de geração em geração. Como tal, cada região de Portugal tem uma múcica/dança tradicional.
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CORDOFONES Os cordofones são a categoria de instrumentos musicais cujo som é produzido por três métodos principais: cordas beliscadas, friccionadas com um arco ou percutidas. Assim, os instrumentos de cordas são instrumentos musicais cuja fonte primária de som é a vibração de uma corda tensionada.
Podem ser executados das três formas, mas são frequentemente utilizados de uma forma especifica. No caso das violas populares portuguesas, em cada região é dada uma diferente denominação, diferenciando-se umas das outras por exemplo no número de cordas e na afinação, e tendo em comum serem produto da evolução de tradições locais, por via popular. Estrutura básica – caixa, braço e cravelhal.
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VIOLA TOEIRA
VIOLA DE ARAME
A viola Toeira é um tipo de viola portuguesa com doze cordas em cinco cursos, sendo as três primeiras duplas e as duas restantes triplas. Possui cravelhas (peça de madeira ou de metal com que se esticam ou distendem as cordas para afinar o instrumento) dorsais de madeira, a boca é oval e o tampo é por vezes ornamentado com motivos florais embutidos. Coimbra e Ovar eram o local do seu fabrico, variando um pouco de modelo de acordo com o violeiro que as fabricava. Há cerca de cinquenta anos este era o instrumento fundamental que acompanhava acontecimentos festivos da região, nomeadamente as danças, os cantares e as serenatas.
Esta viola é típica do arquipélago da Madeira. Contém cinco ordens de cordas duplas, as dimensões podem variar, tendo geralmente um comprimento total de cerca de 86 cm. O braço mede cerca de 42 cm e o tiro de corda é de cerca de 51 cm. Todas as cordas são metálicas, tendo a afinação sofrido alterações ao longo do tempo. A boca geralmente tem a abertura circular. A cabeça geralmente é plana, ligeiramente inclinada em relação ao braço e com uma forma retangular com cravelhas. Normalmente as ilhargas são feitas em madeira de Austrália, o tampo em pinho de Flandres, o braço em choupo, os interiores em casquinha ou choupo e a escala em pau-preto.
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VIOLA DA TERRA
VIOLA BRAGUESA
A violda da terra é proveniente da Ilha de São Miguel, Açores. O seu comprimento é de cerca de 87 cm. Sendo constituída por uma caixa de ressonância alta, estreita e em forma do número oito, com cintura pouco acentuada, braço comprido e escala que vai até à boca, com vinte e um pontos. Apresenta doze cordas de arame, dispostas em 5 ordens de cordas: as três primeiras (mais agudas) duplas e as duas seguintes (mais graves) são triplas. A abertura existente no tampo tem forma de dois corações unidos, com as pontas para fora. Geralmente, as ilhargas são feitas em nogueira, o tampo em pinho de Flandres, o braço em mogno, os interiores em casquinha ou choupo e a escala em pau-preto.
Tem cinco ordens de cordas duplas (10 cordas), as 3 primeiras afinadas em uníssono e as restantes em oitavas e tem cravelhas dorsais de madeira. É utilizada em situações festivas acompanhando rusgas, chulas e cantares ao desafio. Existe mais do que um modelo de viola braguesa, mas a mais característica tem a abertura central em 'boca de raia', as restantes são modelos mais antigos e apresentam bocas redondas ou ovais deitadas. Existem duas medidas que se vulgarizaram: a de tamanho normal, que acompanha normalmente o cavaquinho e a de tamanho mais pequeno a que se dá o nome de 'requinta’ e que é indicada para tocar sozinha ou a acompanhar o canto.
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VIOLA CAMPANIÇA
VIOLA AMARANTINA
Viola regional típica do Alentejo com forma de 8 muito pronunciado e normalmente com uma rosácea peculiar. Cordofone, com cinco ordens de cordas duplas de arame, as três primeiras duplas e as duas últimas triplas. É tocada de dedilho apenas com o dedo polegar. Outrora, acompanhava muito os “balhos”, despiques e o canto alentejano, isto é, os corais polifónicos do Baixo Alentejo. Tem uma sonoridade muito rica, também devido à afinação que normalmente é usada. Contém um braço plano e em face com a caixa harmónica, esta viola, à semelhança da Viola Amarantina, tem a particularidade de ter alguns meios pontos já sobre o tampo (apenas para as cordas mais agudas) que lhe aumentam a amplitude.
A viola amarantina, também designada de viola de Amarante, é típica da região do Douro Litoral. Menos conhecida do que a viola minhota, diferencia-se por ter uma escala mais comprida, até à boca, e ostenta dois corações, que se julga estarem ligados a uma história de amor envolvendo um trovador medieval. Esta viola aparece principalmente nas “Festadas”, onde o seu tocador acompanha as “Chulas”, características da região do Baixo Tâmega. A boca da Viola Amarantina é constituída por 2 corações separados. Cordofone dedilhado muito utilizado para acompanhar o repertório minhoto, ao qual fornece um suporte harmónico. O bom executante pode acrescentar aos acordes pequenos motivos melódicos.Tem 5 ordens de cordas duplas, as 3 primeiras afinadas em uníssono e as restantes em oitavas.
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VIOLA BEIROA
BANDOLIM
É um cordofone dedilhado. Cordofone ornamentado e muito arredondado, um dos tipos de viola portuguesa caraterístico da Beira Baixa. Além das cinco ordens de cordas duplas, possui duas mais agudas, presas a um cravelhal suplementar junto da caixa de ressonância. É a que apresenta mais ornamentos, tem uma “cintura” estreita, a boca sempre redonda e pequena e, muitas vezes, as cravelhas talhadas ao pormenor pelos pastores.
O Bandolim é um dos mais importantes instrumentos populares portugueses, é um cordofone com quatro ordens de cordas duplas, sistemas de cravelhas com chapa em leque e parafuso sem fim. A boca é redonda, decorada com embutidos. A cabeça termina em voluta. O bandolim é utilizado apenas pelas tunas e acompanha outros grupos musicais. Em forma é semelhante à guitarra portuguesa, mas com caixa mais estreita, usando uma afinação igual à do violino. Existem diferentes variantes de bandolins, como por exemplo o Napolitano, o Milanês, o Bresciano, o Romano, o Brasileiro, o A ou F Style (EUA) ou ainda o Português. É muito tocado no Norte, onde o podemos ver acompanhar as danças minhotas. É um instrumento de origem italiana que entrou e permaneceu em Portugal.
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BRAGUINHA
RAJÃO
A Braguinha (também conhecida por Machete) é um instrumento típico da ilha da Madeira. Esta é a versão madeirense do cavaquinho e terá dado origem, mais tarde, a outros cavaquinhos no mundo. É um cordofone dedilhado com 4 cordas, com escala sobreposta ao tampo, distinguindo-se assim do cavaquinho, que lhe deu origem. As cordas eram tradicionalmente de tripa que começaram por surgir nos inícios do séc. XX. Mais tarde passaram a ser metálicas. O seu comprimento total é de cerca de 51 cm, o seu braço mede 30 cm, e a escala 23 cm. Dispõe de 17 trastes e a sua afinação é, do agudo para o grave: ré, si, sol, ré.
Este é um ordofone popular, mais especificamente, um cordofone composto de cordas beliscadas, típico da Madeira, parecendo uma viola pequena. Tem cinco cordas e o comprimento total varia entre os 65 cm e os 73 cm, com 17 ou 18 trastes, devido ao grande número de fabricantes. As cinco cordas sofreram uma evolução ao longo dos tempos. No começo o numero total de cordas eram de tripa, enquanto que nos inícios do séc. XX já era mais comum coexistirem duas cordas metálicas e três de tripa. Caracteriza-se por ter a terceira corda (Dó) como sendo a mais grave, contrariamente aos outros instrumentos montados com cinco cordas, em que a quinta costuma ser a mais grave. A toeira (ou corda que dá o tom de afinação ao instrumento) é, neste instrumento, a quarta corda (Sol).
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CAVAQUINHO
VIOLA DE RODA
Instrumento musical de pequena dimensão, utilizado no acompanhamento do reportório tradicional português. É originário do Minho e faz parte de qualquer tocata folclórica no norte de Portugal. Tem 4 ordens de cordas, para as quais existem múltiplas afinações e escala plana (em face com o tampo). É semelhante à viola, mas de pequenas dimensões e com um timbre agudo. Tem um carácter exclusivamente lúdico e profano e tanto pode aparecer sozinho para acompanhar o canto, como acompanhado pela viola, violão ferrinhos, tambor e reque-reque. No cavaquinho do norte é utilizada a caixa em boca de raia para festas populares. No do sul é usada a boca redonda, é ligeiramente mais curto de caixa e mais comprido de braço e é essencialmente um instrumento de tuna. Na Madeira o cavaquinho tem praticamente as mesmas características da do sul, mas é mais conhecido por braguinha.
A sanfona ou viola de roda é um instrumento musical de corda friccionada. A roda, friccionando as cordas, desempenha o papel do arco, que sonoramente é parecido com um violino com bordões, produzindo um som contínuo. As seis cordas têm funções diferentes: os dois bordões e as duas cordas rítmicas fazem o acompanhamento de forma contínua, ao mesmo tempo que um teclado modela as notas nas duas cordas melódicas centrais. Utilizam-se três tipos de cordas na viola de roda. A primeira corda reproduz um zumbido, a segunda cuida da parte da melodia, e a terceira é tocada por meio de um teclado de madeira, e é afinada da mesma maneira de um piano.
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GUITARRA CLÁSSICA
VIOLA CHULEIRA
Com seis ordens de cordas simples serve de acompanhamento à guitarra portuguesa, ou à viola nos grupos das rusgas e chulas minhotas.
Cordofone friccionado de arco, conhecido como rabeca chuleira e é em terras animadas do Minho que o seu som é particularmente apreciado. É muito parecida com o violino, mas tem uma escala mais aguda e o braço bastante mais curto. É afinada uma oitava acima do violino.
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A GUITARRA
PORTUGUESA
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“Não sou portador da verdade, mas os 45 anos dedicados à investigação dos Cordofones portugueses, dão-me o direito de ter uma opinião formada sobre este assunto. Daí que em Portugal, a palavra guitarra deve ser unicamente aplicada à Guitarra de Portuguesa (Porto, Lisboa e Coimbra) e a palavra viola, a um outro instrumento, com uma caixa acústica em forma de oito. Na minha opinião em vez de "Guitarra Clássica" devia ser Viola dedilhada, para não confundir com a Viola de Arco, ou simplesmente Violão. A palavra Violão é de grande utilidade para distinguir o instrumento de 6 cordas, das Viola de Arame portuguesas (Amarantina, Braguesa, Toeira, Beiroa, Campaniça, Arame da Madeira, da Terra S. Miguel Açores e de 15 e 18 cordas da Terceira Açores).
”
José Lúcio Ribeiro de Almeida
A guitarra portuguesa é o mais precioso símbolo dos instrumentos tradicionais portugueses, emitindo sons que dão voz e força aos sentimentos do povo português. Isto deve-se à sua longa aliança com o Fado, sendo conotado como o "modo de ser" português. Destino, fado e saudade são palavras que naturalmente se associam ao trinado da guitarra portuguesa. Existem três modelos da guitarra portuguesa, com pequenas variações e diferentes tradições de fabrico, derivando consoante o local onde surgiram. A guitarra do Porto, a guitarra de Lisboa e a guitarra de Coimbra são onde encontramos algumas diferenças significativas quer em termos de forma, quer em termos de som.
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Este instrumento já sofreu diversas alterações a nível de afinação, mas a que realmente se enraizou foi a Afinação de Fado. A começar pelas cordas mais agudas, a ordem é Si, Lá, Mi, Si, Lá, Ré. Artur Paredes (pai de Carlos Paredes) e João Grácio, avô de Gilberto Grácio e grande exímio na arte de fazer guitarras, são os considerados mestres da arte de tocar o instrumento. Uma das alterações significativas depois da passagem pelas mãos destes homens foi o aumento da caixa e consequentemente da sua sonoridade.
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HISTÓRIA O instrumento a que damos hoje o nome de Guitarra Portuguesa, foi conhecido até ao século XIX em toda a Europa sob o nome de Cítara, variando ligeiramente o nome dependendo do país em que se encontrava. A partir do século XVII, a Cítara adquire características próprias de cada país, pela integração de elementos típicos da construção local e pela adoção de um número de cordas e de dimensões particulares, mantendo, no entanto, a mesma morfologia e o mesmo funcionamento mecânico-acústico. A Cítara entra em decadência no século XVIII devido ao seu uso meramente erudito, e a sua difusão mantém-se ligada a certos grupos com peso socioeconómico, sobretudo nos centros urbanos. Apesar disto, encontrou-se em meados do século já desprestigiada e em mãos de pobres, pedintes ou nas tabernas e alfurjas dos bairros antigos. Com a revitalização da Cítara popular, causada pela associação desta com o Fado de Lisboa, entretanto convertido em canção nacional, assistimos no início do século XIX ao reemergir deste instrumento, praticamente extinto no resto da Europa. Segue-se um período de requalificação social da Cítara (com grandes intérpretes solistas, como Ambrósio Fernandes Maia e João Maria dos Anjos, os quais realizaram vários concertos, tendo ficado o registo do ocorrido no Casino Lisbonense em 1873, no qual se apresentaram 12 guitarristas entre os quais o famoso Luiz Carlos da Silva “Petrolino”).
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A guitarra de Fado, como é hoje designada, foi durante muito tempo conhecida por guitarra inglesa. A razão desta designação deriva do seu fabrico, em Inglaterra, por um construtor famoso chamado Simpson, o qual fabricava os melhores instrumentos deste género, alguns dos quais eram exportados para Portugal. Quanto ao seu fabrico, já não são muitos os mestres que pegam na madeira e dão forma aos mais belos e fidedignos exemplares.
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Cedo no século XIX a guitarra amplifica-se nas mãos de guitarristas
célebres provenientes da burguesia lisboeta. A partir de 1870, é também introduzida no meio estudantil universitário de Coimbra, do qual ainda hoje não se dissocia. Ao repertório solístico popular, vêm juntar-se contributos de compositores virtuosos como Anthero da Veiga, Artur Paredes, Flávio Rodrigues, Carlos Paredes, António Brojo, António Portugal, todos no estilo de Coimbra, ou Armando Freire, Jaime Santos, José Nunes, Raul Nery e
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Jorge Fontes, estes representando a corrente de Lisboa. A partir de 1970 a Guitarra Portuguesa aparece como instrumento solista e instrumento integrado em grupos orquestrais e de câmara, apresentada em festivais e salas de concerto tanto em Portugal como no estrangeiro. Vai recuperando algum repertório erudito do passado e motivando novos compositores como Cândido Lima, Clotilde Rosa, SÊrgio Azevedo, Pedro Caldeira Cabral, Nuno Rebelo, Ricardo Rocha, entre outros.
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MORFOLOGIA E CONSTRUÇÃO Existem três modelos da guitarra portuguesa, com pequenas variações e diferentes tradições de fabrico, derivando consoante o local onde surgiram. Em linguagem técnica, a guitarra portuguesa é um cordofone composto, de corpo periforme (em forma de pera). Tem seis ordens de cordas duplas de metal, sistemas de cravelhas em leque e parafuso sem fim, e é utilizada uma técnica especial em que o tocador usa unhas postiças para retirar a melhor sonoridade do instrumento. A boca da guitarra é redonda e é ornamentada com rosetas. Estas usualmente possuem um cunho pessoal do artesão. A escola do Porto, que fabricava guitarras de menores dimensões, perdeu adeptos e está praticamente extinta, só se fabricando através de encomenda. A sua principal característica é uma voluta ornamentada em forma de cabeça, flor ou animal. A guitarra de Lisboa tem uma voluta em caracol, uma caixa acústica mais arredondada, embutidos em madrepérola e guarda unhas forrado a plástico que imita madrepérola. Possui um tiro de corda (distância entre os dois apoios das cordas soltas) de 440 mm de comprimento, usando cordas com os seguintes calibres: 1ª ordem Si, 2ª ordem Lá, 3ª ordem Mi, 4ª ordem Si, 5ª ordem Lá e a 6ª ordem Ré.
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Como a escala da guitarra de Coimbra é maior (escala de 452 mm de comprimento) a afinação é diferente. Do agudo para o grave: Lá, Sol, Ré, Lá, Sol, Dó. Deste modo é necessário alterar também a tensão das cordas, utilizando calibres mais grossos. Esta guitarra tem uma decoração mais simples devido à sua tradição ligada aos estudantes, que não têm rendimentos para suportar grandes ornamentos. Embora ambas utilizem os mesmos bordões (cordas mais grossas da guitarra), existem à venda uns apropriados para a guitarra de Coimbra. A guitarra de Coimbra tem uma voluta em lágrima preta, um guarda unhas em madeira preta (Ébano) e não tem enfeites de madrepérola, mas sim em madeira.
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Para a construção de qualquer guitarra portuguesa usam-se madeiras já importadas desde a Idade Média, madeiras que quando trabalhadas por artesãos exímios, permitem o som típico da guitarra portuguesa. O tampo é executado em ácer, ou pinho da Flandres. “A grande diferença entre uma boa guitarra e uma má, feitas exatamente com a mesma madeira está na mão do construtor” Citação de Pedro Caldeira Cabral.
Tudo leva a crer, que terá sido da grande relação de amizade de Artur Paredes (pai de Carlos Paredes) com o construtor João Pedro Grácio Júnior que nasceu este instrumento, na tentativa de modificar a Guitarra de Lisboa, dando-lhe uma sonoridade mais toeira para combinar melhor com a "Canção de Coimbra". Construir uma Guitarra Portuguesa exige várias fases, que dependem do construtor, pois nem
todos utilizam a mesma técnica. No entanto, existem sempre pontos comuns. O braço, normalmente de nogueira, pode já incluir a voluta, formando ou peça única, ou esta pode ser acrescentada posteriormente, de modo a economizar o máximo de madeira. Muitas das vezes quem prepara o braço não é quem forma a voluta, este é entregue a um entalhador que esculpirá a voluta com a forma pretendida. Outros produtos comprados e não produzidos pelo construtor são as partes de metal utilizadas na guitarra, ou seja, o leque, o atadilho e os pontos ou trastes. As madeiras escolhidas para o fundo e ilhargas dependem da sonoridade que se pretende do instrumento, mas de um modo geral, o Pau-Santo é a madeira escolhida. A escala que assenta no braço deve ser de uma madeira dura para não deformar como por exemplo a madeira de ébano.
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As ilhargas (partes laterais do instrumento) são dobradas a fogo e adaptadas a um molde que vai servir de suporte à construção da caixa acústica. O construtor apoia a ilharga num cilindro de metal ou ferro curvo que é aquecido tradicionalmente ou por uma resistência elétrica, com o aproveitamento de restos de madeira que são queimados no seu interior. A madeira deve ter humidade para ganhar elasticidade e não partir. Por fim são presas ao tampo e costas por agrafos, reforçadas por cintas, travessas e tacos. Atualmente já é possível comprar madeiras praticamente prontas para se construir a caixa acústica, o que não era possível antigamente. Era preciso preparar duas tábuas de veio simétrico para as costas e duas para o tampo, o que requeria o conhecimento e prática para a obtenção de peças com cerca de 3 milímetros de espessura. Depois da guitarra estar devidamente colada, tem de ser lixada e posteriormente envernizada com goma laca ou verniz celuloso.
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A manutenção de um instrumento musical é extremamente importante para a sua saúde sonora. Para manter a qualidade do som, é importante que pelo menos uma vez por ano se faça uma manutenção. Limpar uma Guitarra não é só passar um pano pela madeira. Sem uma limpeza apropriada o leque deixa de proporcionar uma afinação precisa, a pestana cria ferrugem e a escala fica com gordura. Para tocar a Guitarra Portuguesa atual é utilizada a técnica de dedilho, que consiste na utilização da unha do dedo indicador em movimento de vaivém (golpe ascendente e descendente). São usadas três tipos de afinação, a afinação natural (Si, Sol, Mi, Si, Sol, Mi), a afinação mouraria (Si, Sol, Mi, Si, Lá, Mi) e a afinação de fado corrido (Si, Lá, Mi, Si, Lá, Ré). Atualmente está generalizado o uso de unhas postiças, construídas pelos próprios músicos, com palhetas de casca de tartaruga, de celuloide ou de acetato de poliuretano. Estas são presas por baixo da unha natural e em redor do dedo, com uma fita adesiva ou com elástico de borracha. A unha do dedo polegar usa-se em alternância ou em conjunto para executar acordes simultâneos, harpejos característicos, ou ainda para realizar algum contraponto. "Para interpretar o Fado, nenhum instrumento mais de jeito que a guitarra. Está costumada a cantar tristezas desde a mais remota antiguidade e além disso, fala tão baixinho que não chega a incomodar os grandes, os felizes, os opulentos. É quase uma criança que chora ou uma mulher que suspira. Impressiona e não atordoa. Faz-se ouvir, mas não se impõe." Citação de Alberto Pimentel, em Photographias de Lisboa, pág.64.
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Nesta estratificação da guitarra podemos ver as diferentes partes constituintes da mesma, incluindo o que não é visível no exterior. A peça 1 trata-se das costas da guitarra, constituídas por duas placas de madeira simétricas. No lado interior das costas existem barras harmónicas que funcionam também como método de resistência para a madeira não empenar ou partir. A peça 2 é a escala, normalmente de ébano por ser uma madeira muito resistente. Esta é dividida por trastes. A peça 3 é a caixa de ressonância do instrumento. As ilhargas, parte lateral da guitarra, é representada aqui pelo número 10. O número 7,8 e 9 são os cerquilhos, travessas e taco, respetivamente. A peça 4 é o tampo do instrumento, e é neste que se encontra a boca, com uma roseta à volta. A peça 5 e 6 é o braço e cabeça da guitarra, o primeiro entalhado na caixa de ressonância. Estes são os elementos mais ornamentados da guitarra, sendo constituídos pelo leque e pela voluta.
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Informações sobre a ergonomia deste instrumento não foram encontradas, no entanto, podemos concluir através da observação que este é um instrumento ligeiramente de menores dimensões que uma guitarra clássica, e por isso ao tocar, temos uma sensação visual de que o artista envolve mais o instrumento. Também ao contrário da guitarra clássica, que tem o formato arredondado onde se apoia o braço, a portuguesa tem forma de pera e por isso torna-se menos confortável ao tocar durante longas durações. Existem também artesãos que fabricam guitarras portuguesas por medida de acordo com o cliente, adaptando a escala à altura da pessoa, o tamanho das mãos,etc. Quanto a medidas, estas variam de guitarra para guitarra e principalmente consoante a cidade de onde são provenientes. No entanto, existem medidas padrão para estes instrumentos, as quais são apresentadas à direita.
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GUITARRA LISBOA
GUITARRA COIMBRA
0,8 AC
1,9 AC
1,3
19,3/29,3 CB
20,5/34,5 CB
19,1/28,1
CB Comprimento braço
36,3 CC
42 CC
38,5
CC Comprimento corpo
44,3 CCV
47 CCV
44,4
CCV Comprimento corpo vibrante
72 CT
81 CT
77,5
CT Comprimento total
15(2) DT
10(3) DT
10(3)
0,4 EP
0,5 EP
0,7
5,1/7 I 5,6 LB 5 LBR
6,5/9 I 8 LB 6 LBR
GUITARRA PORTO cm
5,1/7 8
AC Altura cavalete
DT Distância travessas (nº) EP Espessura pestana I
Altura ilhargas (max./min)
LB Largura boca
5,5
LBR Largura braço
29 LC
37 LC
36
LC Largura corpo
17 NT
18/22 NT
17
NT Número trastes
14,7 PL
20 PL
19,2
PL Distância pestana à ponta leque
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5.
MEMÓRIA
DESCRITIVA
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No projeto lançado de pesquisa temática aprofundada sobre instrumentos musicais, o grupo tem como elementos: Alexandra Oliveira, Mafalda Santos, Lara Fahla, Mariana Gonçalves e Sara Pereira. O conjunto de instrumentos selecionados pelo nosso grupo foram os cordofones tradicionais portugueses, sendo o arquétipo a guitarra portuguesa. Esta decisão foi resultado de uma pesquisa de instrumentos e também géneros musicais. Todos os elementos do grupo concordaram que seria interessante escolher algo da nossa cultura, e por isso chegamos à música tradicional portuguesa, nomeadamente o Fado. O Fado é o género musical que mais se associa a Portugal, e dos instrumentos que acompanham a voz mas não menos importante, está a guitarra portuguesa.
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A nossa pesquisa iniciou-se pelo estudo do contexto histórico e social da música tradicional portuguesa e nos estilos de música presentes e tradicionais de Portugal. De seguida, realizamos uma breve pesquisa sobre os cordofones existentes no país e por fim, aprofundamos o estudo da guitarra portuguesa. Inicialmente também tinha sido realizada pesquisa sobre outros instrumentos portugueses para além dos cordofones, mas decidimos que não seria informação pertinente no nosso dossier. A pesquisa foi realizada pelos membros do grupo Mariana, Mafalda e Sara, visto que a restante pesquisa foi posta de parte. O dossier criado é um livro com lombada de 18x14,5cm, e como ferramenta de trabalho foi utilizado o Adobe InDesign. Neste está presente toda a pesquisa recolhida pelo grupo, que foi tratada e resumida. A capa do dossier ia inicialmente ser com a textura de madeira, mas imitação de madeira impressa sobreposta à madeira real do arquivo não iria resultar visualmente, pelo que optamos por usar cores opacas em tons acastanhados. Na zona da lombada encontra-se um semicírculo que encaixa na boca da guitarra do arquivo. Na capa traseira do dossier há um pequeno desenho vetorial do braço de uma guitarra de Coimbra, no mesmo tom do semicírculo. No interior do dossier são utilizados sempre tons de castanho como referência ao material predominante do instrumento- madeira- e é utilizada a fonte Roboto, que irá ser a fonte padrão para todo o projeto. O texto está organizado de forma a ter uma fácil leitura, sempre auxiliado por imagens, tanto de pequena dimensão como grande, incluindo duplas páginas. Nem todas as fotografias que se encontram no dossier são da nossa autoria pois não tínhamos acesso ao material necessário, sendo as nossas as de pormenor da guitarra e todas as referentes à Casa da Guitarra. O documento está dividido em cinco capítulos, nomeadamente a introdução, a contextualização histórica, social, económica e regional, os
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cordofones portugueses, a guitarra portuguesa, a memória descritiva e a bibliografia. Este está guardado num suporte de madeira em forma de meia guitarra portuguesa onde o livro se insere pela lateral, ficando assim arquivado e resguardado, para além de a forma dar ênfase à temática do trabalho. Para retirar o dossier de dentro do suporte/arquivo é apenas necessário puxar pela parte onde recortamos a boca da guitarra, sendo assim de mais fácil manuseamento. O suporte é feito de uma madeira clara para se asseme-lhar ao tom das originais, e tem 35cm de altura e 20cm de largura. Este foi construído com a sobreposição de três placas: as costas e o tampo com o recorte da boca, e a camada do meio tem o recorte do formato do livro. A parte de baixo das três placas é cortada em linha reta, para quando armazenado numa prateleira, manter o equilíbrio e não rolar. Esta parte foi realizada pela Alexandra, e posteriormente a Mariana lixou as imperfeições da madeira.
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A infografia é de orientação horizontal, de tamanho A3. Como ferramenta de trabalho foi utilizado o Adobe Photoshop, Krita e também Adobe Illustrator. Foram necessárias várias tentativas e estudos a nível de cor e composição até chegar a um resultado satisfatório. Na final, colocou-se um fundo de madeira, mais especificamente um que imitasse bem uma das madeiras utilizadas na construção da guitarra portuguesa. Cromaticamente utilizaramse tons idênticos aos do dossier. Graficamente, foi utilizada uma linguagem simples, à base de desenhos vetoriais. A mancha de texto não é muito extensa para não ter uma leitura cansativa, sendo esta substituído por elementos pictóricos. A organização espacial da infografia é bastante geométrica para que seja simples e rápido de obter as informações. Para isso são usados elementos verticais e horizontais, sendo exceção a guitarra que ocupa o centro da imagem, que se encontra ligeiramente inclinada para
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não ser uma quebra muito grande- a orientação horizontal do cartaz com a verticalidade da guitarra. Visto que uma infografia é uma composição visual com informação detalhada sobre um certo tema, compilamos toda a informação técnica disponível acerca da Guitarra Portuguesa, desde as partes constituintes da mesma, os diversos tipos de madeira utilizados para a construção, a sua estratificação, um pouco da sua história, os seus três tipos de volutas (a de Lisboa, Porto e Coimbra), os seus precedentes e por fim, mas não menos importante, o seu processo construtivo; para melhor ficarmos a conhecer o instrumento, realizamos uma entrevista a Alfredo Teixeira, construtor de cordofones, que nos facilitou informação essencial para este projeto.
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Para o storyboard optou-se por introduzir um conceito diferente do habitual formato, e para tal criou-se um pequeno livro com as dimensões de 16cm por 7cm, na horizontal, em que 5,5cm das páginas irá servir para informação adicional, de modo a facilitar a compreensão desse mesmo frame. Para desconfigurar a ideia de livro, o nosso storyboard é feito estilo cartões separados, mas ao mesmo tempo unidos por uma capa e por um elástico para facilitar a visualização do mesmo.
As cores escolhidas são em tons de castanho, visto que o tema do trabalho é a guitarra portuguesa. Assim, estas dão uma ilusão de madeira, para ir de encontro com esta. A gramagem utilizada na capa foi de 250g, para que esta ficasse rígida, e nas folhas interiores utilizou-se 120g. A capa consiste no título e nos contornos da cabeça da guitarra, de cor castanha. O conteúdo do storyboard, abrange o desenho das partes mais importantes do vídeo, para que se perceba a sua história previamente.
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O vídeo foi gravado nas cidades do Fado, ou seja, em Lisboa, Porto e Coimbra. Nele queremos reportar o processo construtivo da Guitarra Portuguesa e algumas curiosidades também. Para tal, foise à Casa da Guitarra, situada no Porto, onde se realizou a entrevista a Alfredo Teixeira. As edições do vídeo bem como as músicas de fundo foram editadas no programa Adobe première. As animações criadas no mesmo foram criadas no programa de animação Adobe Flash. A linha condutora do video retrata uma pequena história cria-
da, onde uma guitarra animada vai de cidade em cidade, como um turista. Quando finalmente chega à cidade do Porto, inicia-se a entrevista ao artesão mencionado anteriormente. Este fala sobre o seu método de construção, os materiais que usa e os pequenos detalhes a que se deve ter atenção enquanto se procede a construção. Para finalizar toca um pouco o instrumento. Todos os vídeos utilizados são da nossa autoria, no entanto, a produção sonora utilizada ao longo do vídeo já não é.
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BIBLIOGRAFIA
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Pesquisa escrita: Alexandra Oliveira, Mafalda Santos, Lara Fahla, Mariana Gonçalves e Sara Domingues Produção da infografia: Mafalda Santos Desenho técnico da infografia: Mafalda Santos e Lara Fahla Produção do arquivo de madeira: Alexandra Oliveira e Mariana Gonçalves Captação de vídeo: Alexandra Oliveira, Mafalda Santos e Lara Fahla
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Edição de vídeo: Alexandra Oliveira e Lara Fahla Animações flash: Lara Fahla Desenhos storyboard: Alexandra Oliveira e Sara Domingues Produção do dossier: Mafalda Santos Memória descritiva: Mafalda Santos e Mariana Gonçalves Suporte de apresentação oral: Mariana Gonçalves e Sara Domingues
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