Lovecraft Brasil
Editorial Edição 01
A emoção mais forte e mais antiga do homem é o medo, e a espécie mais forte e mais antiga de medo é o medo do desconhecido... H. P. Lovecraft
DENÍLSON E. RICCI é diretor e editor da Lovecraft Brasil. Admirador de longa data de histórias fantásticas, conheceu a obra de H.P. Lovecraft inusitadamente em meados de 2003, quando encontrou num baú do falecido avô de uma antiga amiga um livro raro do autor. Desde então tem se dedicado com empenho a pesquisa sobre o autor e organização do sítio www.sitelovecraft.com, um dos mais visitados do Brasil sobre a vida e obra deste grande autor.
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Créditos
Colaboradores/Expediente
Colaboradores
Walter Gilman
Designer gráfico responsável pela arte da capa desta edição.
Ash J. Williams
Designer digital freelancer e músico nas horas vagas.
Diretores Editora Clock Tower
Denílson E. Ricci Luiz Carrara Rodolfo Siqueira Tânia Sampaio
Editor e Diretor Responsável: Denílson E. Ricci Diretor Executivo: Luiz Carrara Diretor Editorial e jornalista responsável: Roberto Araújo
Redação Wilbur
Ilustrador americano reconhecido pela ousadia de sua arte.
Herbert West
Instrutor Adobe com mais de 40 certificados.
Diretor de redação: Mário Fitti Redação: Diego Pires e Nathlie Folco Chefe de Arte: Welby Dantas Editora de Arte: Vera Lerner Revisão de Texto: Cátia de Almeida
Internet
Rodrigo Mourão, Ivan Bastos Anderson Ribeiro, Anderson Cleiton e Leandro Novaes
Publicidade
Diretor de Publicidade: Maurício Dias Coordenador: Alessandro Donadio Criação Publicitária: Paulo Toledo
Assinaturas e Atendimento ao Leitor Uxía Cambarro
Diretora e designer especializada em arte 3D.
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John Trent
Diretor de animação com experiência na web e na TV.
Gerente: Fabiana Lopes Atendentes: Carlas Dias, Leila Silva, Natália Lahoz, Paula Hanne, Renata Paladini, Tamar Biffi, Vanessa Araújo, Celília Tornazelli, Paula Orlandini, Ismael Miranda e Carina Cipriano
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Sumário Edição 01
06 BIOGRAFIA
Biografia... p. 06
Mestres... p. 12
Biografia ilustrada abrangendo toda a vida do autor
12 MESTRES
Grandes mestres da literatura que influenciaram o trabalho de Lovecraft
16 AMIGOS
Amigos com quem trabalhou e compartilhou sua arte
24 MITOS DE CTHULHU Tudo sobre os mitos e criaturas da mitologia lovecraftiana
38 MULTIMÍDIA Mitos de Cthulhu... p. 24
O legado de H. P. Lovecraft fora dos livros
40 GALERIA
DO LEITOR
A arte do indizível criada por nossos leitores
Galeria do Leitor... p. 40
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Biografia
Howard Phillips Lovecraft nasceu às 9 da manhã do dia 20 de agosto de 1890, na casa de sua família, no número 454 (na época, 194) da Angell Street, em Providence, Rhode Island. Sua mãe era Sarah Susan Phillips Lovecraft, cuja ancestralidade ascendia à chegada de George Phillips a Massachusetts, em 1630. Seu pai era Winfield Scott Lovecraft, vendedor ambulante da Gorham & Co., Silversmiths, de Providence. Quando Lovecraft tinha três
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anos, seu pai sofreu um colapso nervoso num quarto de hotel em Chicago e foi trazido de volta para o Butler Hospital, onde permaneceu por cinco anos até morrer em 19 de julho de 1898. Aparentemente, Lovecraft aprendeu que seu pai esteve paralisado e em coma durante esse período, mas as evidências sugerem que não foi isso que aconteceu. É quase certo que o pai de Lovecraft morreu de paresia, causada pela sífilis.
Lovecraft Brasil começou a escrever uma coluna mensal de astronomia para o Pawtuxet Valley Gleaner, um jornalzinho rural. Mais tarde escreveu colunas para o Providence Tribune (1906-8) e o Providence Evening News (1914-1918), bem como para o Asheville (N. C.) Gazette-News (1915).
Com a morte do pai, a responsabilidade de criar o filho recaiu sobre a mãe, duas tias e, em especial, sobre seu avô, o proeminente industrial Whipple Van Buren Phillips. Lovecraft foi uma criança precoce: aos dois anos já recitava poesia e aos três já lia. Foi nessa época que adaptou o pseudônimo de Abdul Alhazred, que mais tarde se tornaria o autor do mítico Necronomicon. No ano seguinte, porém, seu interesse por assuntos árabes foi eclipsado pela descoberta da mitologia grega, colhida na Age of Fable de Thomas Bulfinch e em versões para crianças da Ilíada e da Odisséia. Com efeito, o mais antigo de seus escritos que se conhece, “O poema de Ulisses” (1897), é uma paráfrase da Odisséia em 88 versos com rimas internas. Mas Lovecraft, por esse tempo, já havia descoberto a ficção fantástica, e sua primeira história – “The Noble Eavesdropper” (O nobre mexeriqueiro) –, que não chegou até nós, parece remontar a 1896. Seu interesse pelo fantástico proveio de seu avô, que entretinha Lovecraft com histórias improvisadas, à maneira gótica.
Em 1904, a morte do avô de Lovecraft e a subseqüente dilapidação de seu patrimônio e negócio mergulharam a família em sérias dificuldades. Lovecraft e sua mãe se viram forçados a abandonar a glória de seu lar vitoriano para morar numa residência apertada, no número 598 da Angell Street. Lovecraft ficou arrasado com a perda do lar natal. Aparentemente, ele teria pensado em suicídio, enquanto passeava de bicicleta e contemplava as profundezas escuras do rio Barrington. Mas o gosto de aprender baniu esses pensamentos. Em 1908, porém, pouco antes de sua formatura no colégio, sofreu um colapso nervoso que o obrigou a deixar a escola sem receber o diploma. Esse fato e o conseqüente fracasso em tentar entrar para a Brown University sempre o envergonharam nos anos posteriores, não obstante ter sido ele um dos autodidatas mais formidáveis de seu tempo. Entre 1908 e 1913, Lovrecraft viveu praticamente como um eremita, dedicando-se quase só aos seus interesses astronômicos e a escrever poesia. Ao longo de todo esse período, Lovecraft se envolveu numa relação fechada e pouco saudável com a mãe, que ainda sofria com o trauma da doença e morte do marido e que desenvolveu uma relação patológica de amor-ódio com o filho. Lovecraft emergiu de seu eremitério de maneira bastante peculiar. Tendo começado a ler os primeiros magazines pulp de sua época, ficou tão irritado com as insípidas histórias de amor de um certo Fred Jackson, no Argosy, que escreveu uma carta em versos, atacando Jackson. A carta foi publicada em 1913, suscitando uma tempestade de protestos por parte dos defensores de Jackson. Lovecraft se meteu num debate acalorado na
Enquanto menino, Lovecraft foi um tanto solitário e sofreu de doenças freqüentes, muitas, aparentemente, de natureza psicológica. Freqüentou de maneira esporádica a Slater Avenue School, mas encharcou-se de informações por meio de leituras independentes. Por volta dos oito anos, descobriu a ciência, primeiro a química, depois a astronomia. Passou a produzir jornais em hectógrafo[4] – The Scientific Gazette (A Gazeta Científica) e The Rhode Island Journal of Astronomy (Folha de Astronomia de Rhode Island) –, para serem distribuídos entre amigos. Quando foi para a Hope Street High School (nível colegial), encontrou afinidade e encorajamento tanto nos professores quanto nos colegas e desenvolveu várias amizades bastante duradouras com rapazes da sua idade. A estréia de Lovecraft em letra impressa ocorreu 1906, quando enviou uma carta tratando de assunto astronômico ao Providence Sunday Journal. Pouco depois,
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Lovecraft Brasil instaram Lovecraft a retomar a pena. E foi o que Lovecraft fez, escrevendo, num jorro, The tomb (A tumba) e Dagon no verão de 1917. Depois, Lovecraft manteve um constante, porém esparso, fluxo de ficção, embora até pelo menos 1922 a poesia e os ensaios ainda fossem os seus modos predominantes de expressão. Lovecraft também se envolveu numa rede sempre crescente de correspondência com amigos e associados, o que o tornou um dos maiores e mais prolíficos missivistas do século.
coluna de cartas do Argosy e dos magazines congêneres, aparecendo as suas respostas quase sempre em dísticos heróicos e humorísticos, descendentes de Dryden e Pope. A controvérsia foi notada por Edward F. Daas, presidente da United Amateur Press Association (Associação Unida de Imprensa Amadora, UAPA), um grupo de escritores amadores de todo o país que escreviam e publicavam os seus próprios magazines. Daas convidou Lovecraft a se juntar à UAPA, e Lovecraft fez isso nos começos de 1914. Lovecraft publicou treze edições de seu próprio periódico, The Conservative (O conservador, 1915-23), e também enviou volumosas contribuições de poesia e ensaios para outros jornais. Mais tarde, tornou-se presidente e editor oficial da UAPA, atuando ainda, por breve período, como presidente da rival National Amateur Press Association (Associação Nacional de Imprensa Amadora, NAPA). Essas experiências podem ter salvado Lovecraft de uma vida de reclusão improdutiva; como ele mesmo disse certa vez: “Em 1914, quando a mão amigável do amadorismo se estendeu para mim, eu estava tão próximo do estado de vegetação quanto qualquer animal... Com o advento da [Associação] Unida, ganhei uma renovação de vida, um senso renovado da existência como sendo algo mais que um peso supérfluo, e encontrei uma esfera na qual podia sentir que meus esforços não eram totalmente fúteis. Pela primeira vez, pude imaginar que minhas investidas desajeitadas no campo da arte eram um pouco mais do que gritos débeis perdidos no mundo indiferente.” Foi no universo amador que Lovecraft recomeçou a escrever sua ficção, abandonada em 1908. W. Paul Cook e outros, percebendo as promessas dessas primeiras histórias, tais como The beast in the cave (A besta na caverna, 1905) ou The alchemist (O alquimista, 1908),
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A mãe de Lovecraft, com sua condição mental e física deteriorada, sofreu um colapso nervoso em 1919, dando entrada no Butler Hospital, de onde, tal como seu marido, jamais sairia. Sua morte, porém, ocorrida em 24 de maio de 1921, deveu-se a uma cirurgia mal conduzida de vesícula. Lovecraft sofreu profundamente com a perda da mãe, mas em poucas semanas se recuperou o suficiente para comparecer a uma convenção de jornalismo amador em Boston, a 4 de julho de 1921. Foi nessa ocasião que viu pela primeira vez a mulher que se tornaria sua esposa. Sonia Haft Green era judia-russa, com sete anos a mais que Lovecraft, mas ambos parecem ter encontrado, pelo menos no início, bastante afinidade um no outro. Lovecraft visitou Sonia em seu apartamento no Brooklyn em 1922, e a notícia de seu casamento – em 3 de março de 1924 – não foi surpresa para seus amigos, mas pode ter sido para as duas tias de Lovecraft, Lillian D. Clark e Annie E. Phillips Gramwell, que foram notificadas por carta só depois que a cerimônia ocorreu. Lovecraft se mudou para o apartamento de Sonia no Brooklyn, e as perspectivas iniciais do casal pareciam boas: Lovecraft angariara posição como escritor profissional, por meio da aceitação de várias de suas primeiras histórias na Weird Tales, o célebre magazine fundado em 1923, e Sonia tinha uma loja de chapéus bem-sucedida na Quinta Avenida, em Nova York. Mas os problemas chegaram para o casal quase imediatamente: a loja de chapéus faliu, Lovecraft perdeu a chance de editar um magazine associado à Weird Tales (para o que seria necessário que se mudasse para Chicago), e a saúde de Sonia se esvaiu, obrigando-a a passar
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uma temporada no sanatório de Nova Jersey. Lovecraft tentou garantir trabalho, mas poucos estavam dispostos a empregar um “velho” de trinta e quatro anos que não tinha experiência. Em primeiro de janeiro de 1925, Sonia foi trabalhar em Cleveland, e Lovecraft se mudou para um apartamento de solteiro, junto a um setor decadente do Brooklyn, denominado Red Hook. Embora tivesse muitos amigos em Nova York – Frank Belknap Long, Rheinhart Kleiner, Samuel Loveman –, Lovecraft tornou-se cada vez mais depressivo, devido ao isolamento em que vivia e às massas de “forasteiros” na cidade. Sua ficção passou do nostálgico (“The shunned
house” – 1924 – se passa em Providence) para o frio e misantrópico (“The horror in Red Hook” e “He” – ambas de 1924 – expõem claramente seu sentimento por Nova York). Finalmente, no início de 1926, fizeram-se planos para a volta de Lovecraft a Providence, da qual sentia tanta falta. Mas onde se encaixava Sonia nesses planos? Ninguém parecia saber, muito menos Lovecraft. Embora continuasse a professar sua afeição por ela, acabou concordando quando suas tias se opuseram à vinda dela a Providence, para iniciar um negócio: seu sobrinho não podia manchar-se com o estigma de uma esposa que era negociante. O casamento praticamente acabou, e o divórcio – ocorrido em 1929 – foi inevitável.
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Quando Lovecraft retornou a Providence, em 17 de abril de 1926, para morar na Barnes Street, ao norte da Brown University, não foi para se sepultar, conforme fizera no período de 1908-1913. De fato, os últimos dez anos de sua vida foram o tempo de seu maior florescimento, tanto como escritor quanto como ser humano. Sua vida era relativamente pobre de ocorrências – viajou largamente por vários lugares antigos ao longo da costa leste (Quebec, Nova Inglaterra, Filadélfia, Charleston, Santo Agostinho); escreveu sua melhor ficção, isto é, desde “The call of Cthulhu” (O chamado de Cthulhu, 1926) até “At the mountains of madness” (Nas montanhas da loucura, 1931) e “The shadow out of Time” (A sombra dos tempos, 1934-1935); e continuou sua correspondência vasta e prodigiosa –, mas tinha encontrado seu nicho como escritor de ficção fantástica da Nova Inglaterra e também como homem de letras. Estimulou a carreira de muitos autores jovens (August Derleth, Donald Wandrei, Robert Bloch, Fritz Leiber); voltou-se para as questões políticas e econômicas, quando a Grande Depressão o levou a apoiar Roosevelt e a se tornar um socialista moderado; e continuou absorvendo conhecimento num largo espectro de temas, de filosofia até literatura, história e arquitetura. Nos últimos dois ou três anos de sua vida, no entanto, Lovecraft passou por alguns apertos. Em 1932, morreu a sua amada tia Mrs. Clark, e ele se mudou para o número 66 da College Street, atrás da John Hay Library, levando consigo sua outra tia, Mrs. Gamwell, em 1933. (Esta casa é agora o número 65 da Prospect Street.) Suas últimas histórias, cada vez mais longas e complexas, eram difíceis de vender, e ele foi forçado a ganhar seu sustento às
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custas de muita “revisão” ou trabalho como ghost-writer de histórias, poesia e obras não-ficcionais. Em 1936, o suicídio de Robert E. Howard, um de seus correspondentes mais chegados, deixou-o desorientado e triste. Por essa época, a doença que o levaria à morte – um câncer no intestino – havia progredido tanto que pouco se podia fazer para tratá-la. Lovecraft tentou resistir, em meio às dores crescentes, através do inverno de 1936-1937, mas finalmente teve de dar entrada no Jane Brown Memorial Hospital, em 10 de março de 1937, onde morreu cinco dias depois. Foi sepultado em 18 de março, no jazigo da família Phillips, no Swan Point Cemetery. É provável que, percebendo a aproximação da morte, Lovecraft tenha entrevisto o esquecimento final de sua obra: nunca teve um único livro publicado em toda a vida (a não ser, talvez, a péssima edição de The shadow over Innsmouth – A sombra sobre Innsmouth –, de 1936), e suas histórias, ensaios e poemas jaziam espalhados por uma porção desconcertante de pulp magazines amadores. Mas as amizades que ele tinha forjado só por correspondência lhe valeram aqui: August Derleth e Donald Wandrei estavam determinados a preservar dignamente as histórias de Lovecraft num um livro de capa dura e criaram ao selo editorial Arkham House, destinado inicialmente à publicação de Lovecraft. Editaram The outsider and the others (O forasteiro e outras histórias), em 1939. Diversos outros volumes se seguiram pela Arkham House, até que a obra de Lovecraft passou ao papel e foi traduzida em uma dúzia de línguas. Hoje, no centenário de seu nascimento, suas histórias estão disponíveis em edições com texto corrigido, seus ensaios, poemas e cartas circulam amplamente, e muitos estudiosos têm comprovado as profundidades e complexidades de sua obra e de seu pensamento. Falta muito a ser feito no estudo de Lovecraft, mas é correto dizer que, graças ao mérito intrínseco de seu trabalho e à diligência de seus associados e apoiadores, Lovecraft conquistou um pequeno, mas inexpugnável, nicho no cânone das literaturas americana e mundial.
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Mestres
Para compreender um pouco mais a obra de Lovecraft faz-se necessário entender as influências por detrás de seus trabalhos. Sua principal inspiração foi Edgar Allan Poe, passando por Lord Dunsany, Arthur Machen e Algernon Blackwood, fora outros autores que destacamos abaixo. Todos os trechos foram retirados do ensaio “The Supernatural Horror in Literature”. 12
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Edgar Allan Poe (1809-1849)
Lord Dunsany (1878-1957)
“...Poe fez o que antes ninguém fizera ou poderia ter feito; e é a ele que devemos a moderna história de horror em seu estado final e acrisolado”.
“...barão Dunsany, cujos contos e pequenas peças formam um elemento quase sem paralelo em nossa literatura”.
Algernon Blackwood (1869-1951)
Arthur Machen (1863-1947)
“...as obras mestras de Blackwood alcançam um nível genuinamente clássico, e evocam como nenhuma outra peça literária um sentimento assombrado e convicto da imanência de estranhas esferas espirituais”.
“Dos criadores vivos do pavor cósmico elevado a seu mais alto expoente artístico, dificilmente poderá citar-se algum que se iguale ao versátil Arthur Machen...”
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Ambrose Bierce (1842-1914?)
M.R. James (1862-1936)
“Praticamente todos os contos de Bierce são de horror; ...uma parcela apreciável admite a malignidade sobrenatural e constitui um elemento importante no acervo americano da literatura fantástica”.
“...dotado de um poder quase diabólico de evocar horror aos poucos a partir da trivialidade da vida cotidiana, é o douto Montague Rhode James...”
Robert W. Chambers (1865-1933)
Walter de la Mare (1873-1956)
“Muito genuíno.... é o traço de horror nos primeiros trabalhos de Robert W. Chambers...”
“Merecedor de menção destacada como artesão vigoroso, para quem um mundo místico invisível é sempre uma realidade próxima e vital, é o poeta Walter de la Mare...”
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Amigos
Foram muitos os amigos de Lovecraft ao longo de sua vastíssima correspondência. Selecionamos alguma das biografias de seus amigos mais próximos, além de personalidades marcantes ao longo de sua vida e que juntos desenvolveram histórias de terror cósmico-mitológico formando o chamado “Círculo de Lovecraft”.
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Lovecraft Brasil All fled, all done So lift me on the pyre The feast is over And the lamps expire. “Todos fugiram, tudo está terminado! Então ergam-me até a pira; o festim findou-se e as luzes se apagaram” Com a idade de 30 anos ele desceu até a garagem e em dentro de um Chevy 1935 atirou contra a cabeça com um revolver Colt do pai, usando uma munição calibre .380 emprestada de um amigo que nada sabia de sua intenção premeditada. O pai, o Dr. Dill e a empregada da casa (por conta da mãe não poder mais fazer os trabalhos domésticos), praticamente presenciaram o suicídio. O pai e o outro médico tiraram Bob Howard do carro e o levaram para um cama. Ele morreu oito horas depois do disparo e sua mãe trinta e uma horas após. Ambos foram enterrados juntos. Isto foi o que o pai de Bob Howard informou Lovecraft por uma carta sobre o ocorrido dizendo também que ele vinha com esta idéia um ano antes quando sua mãe piorara. Este fato deixou Lovecraft triste e depressivo por um bom tempo.
Robert E[rvin] Howard (1906-1936) Grande correspondente e amigo de Lovecraft, embora bem mais novo que o mesmo. Nasceu e viveu quase toda sua vida no Texas, principalmente em Cross Plain. Tinha em Lovecraft e Clark Ashton Smith seus grandes amigos que escreviam seus magníficos contos para a Weird Tales. Sua principal criação foi Conan - o Bárbaro, mas também escreveu sobre velho-oeste, histórias orientais algum relato erótico e até boxe (Howard era conhecido por sua grande força física, igual a seus personagens e era aficionado por este esporte). Bob, como o conheciam, era amante da natureza e dos animais e embora seu jeito não aparentasse, se definia como uma pessoa muito sensível. Sempre viveu em crise econômica (próprio dos anos prédepressão), e com velha mãe doente entrou em desespero falando em suicídio cada vez que ela piorava, pois recebia parcelado uma dívida de US$ 800 da Weird Tales de contos publicados e a publicar, embora o pai médico pouco podia ajudar, pois seu pagamento era em itens por seu trabalho. Um dia antes da tragédia perguntou ao Dr. Dill, médico e amigo do seu pai, se uma pessoa poderia morrer com um tiro na cabeça... havia comprado três sepulturas pouco antes de morrer, feito um pequeno inventário e ido perguntar sobre a mãe doente a enfermeira que falou negativamente sobre sua recuperação. Parece que foi a linha final, ele subiu no andar de cima da casa, onde costumava datilografar seus contos e escreveu:
August [William] Derleth (1909-1971) e Donald Wandrei (1908-1987) Ambos escritores e correspondentes de Lovecraft. Wandrei, por sua vez correspondia-se desde 1924 com Clark A. Smith o que o fez amigo de Lovecraft (que constantemente dava a ele conselhos literários). Também durante a vida de Lovecraft seu amigo de Wiscosin August Derleth (correspondente de 1926 a 1937), reconheceu seu trabalho, tentou oferecê-lo as editoras, mas sem sucesso. Em 1927 Wandrei vai a Nova York na Weird Tales
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Lovecraft Brasil tentar oferecer ao editor Fansmouth Wright os escritos de Lovecraft e aproveita para conhecer Lovecraft e especialmente Samuel Loveman. Chega a Providence em 1929 ficando alguns dias por lá vindo também a conhecer Frank Belknap Long e James F. Morton. Meses depois Lovecraft o põe em contato com Derleth, numa relação de amizade que dura até a morte de Derleth em 1971. Wandrey também visitou Providence em 1932. Após a morte de Lovecraft ambos tentam levar as editoras sua obra mais sem sucesso, por isto criaram uma própria editora a Arkham House que tão bem iniciou a fama de Lovecraft. Durante este período, principalmente Derleth divulga muito a obra de Lovecraft e também em outros países, mas foi criticado quanto a sua sistematização do mito de Cthulhu. Wandrei por sua vez é o grande responsável pela idéia e esforços de se publicar as cartas de Lovecraft, um imenso trabalho que foi o resultante lançamento tardio das Selected Letters (1965-76). Em 1971 após a morte de Derleth, Wandrei entra numa briga de herança com os herdeiros do amigo o que o faz se afastar da editora.
Cthulhu. Ficou muito famoso com a criação Norman Bates em “Psicosis” (Psycho) de 1959, com a famosa adaptação de Alfred Hitchcock do livro e suas seqüências. Durante sua longa carreira de mais de dez décadas ganhou vários prêmios e foi reconhecido como um grande escritor de sua época.
Robert H[ayward] Barlow (1918-1951)
Robert [Albert] Bloch (1917-1994) Bloch nasceu em Chicago, Illinois. Na idade de 9 anos assistiu seu primeiro filme de terror “O Fantasma da Opera” o que o fez dormir com a luz acessa. Daí adquiriu seu gosto pelo gênero de horror. A Weird Tales era sua revista favorita e seu primeiro texto foi uma paródia de Lovecraft intitulada “The Thing”. Depois de concluir o ensino médio na idade de 17 anos ele comprou uma máquina de escrever usada e vendeu seu primeiro conto a Weird Tales, intitulado: “The Feast in the Abbey”. Sempre foi admirador de Lovecraft, mas nunca o conheceu em vida. Sua brilhante carreira assumiu outras forma depois da morte de HPL, embora continuasse com a temática de
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Correspondente e admirador de Lovecraft, apenas não admitindo que quando começou a corresponder com ele tinha apenas 13 anos. Foi um grande amigo. Publicou muitos trabalhos cedo e por indicação de Lovecraft se filiou a NAPA. Em 1934 Lovecraft foi a Florida no verão na casa de campo da família Barlow em De Land, passar um mês e meio, onde ambos produziram muitas coisas. Novamente a convite de Barlow no verão seguinte seguinte Lovecraft retorna a De Land e fica desta vez dois meses e meio. Na mesma idéia, Barlow vai a Providence no verão seguinte e ambos escrevem “The Night Ocean”, sendo que ao que parece o conto tem mais de Barlow do que Lovecraft, mas isto não é muito certo afirmar. Após o falecimento de Lovecraft vai a Providence e se encarrega das questões legais da herança e manuscritos (a herdeira legal foi sua tia Annie E. P. Gamwell). Barlow reúne os materiais de Lovecraft e leva-os a Brown University depositando-os lá, motivo pelo qual Wandrei não entendeu e o chamou de “ladrão” das obras. Barlow também é um dos grandes responsáveis por a obra de Lovecraft chegar até nós, pois datilografou muito de seus originais (coisa que Lovecraft detestava fazer). Colaborou
Lovecraft Brasil com a primeira biografia séria do autor de T. Lanay e William H. Evans em 1943. Neste mesmo ano vai dar aulas de antropologia na Universidade do México, onde é muito reconhecido e publica vários livros a respeito. Entretanto em 1951 se suicida num hotel da Cidade do México por conta de uma chantagem que fizeram algumas pessoas que descobriram ser ele homossexual (na época que vivia era terrível se a sociedade soubesse).
Frank Belknap Long (1901-1994)
Henry Kuttner (1914-1958) Kuttner conheceu Lovecraft através de Robert Bloch e foi um dos jovens escritores tutelados pelo mestre (a exemplo do próprio Bloch). Escreveu para ele pela primeira vez em meados de 1936. Casou-se com Catherine Lucille Moore (conhecida de Lovecraft através de R.H. Barlow), e por anos escreveu histórias de terror e fantasia. Na década de 1950 por certo aborrecimento deixa a literatura fantástica por um tempo e junto com a esposa se gradua em psicologia na Sourthen California University. Pretendendo fazer um doutorado, morre repentinamente dormindo em 1958, talvez por conta de um ataque cardíaco. Sua esposa casou-se novamente e com um médico vivendo mais três décadas, mas sem escrever nada apenas mantendo contato com os fãs de ficção cientifica, quando em 1981 numa convenção sobre ficção científica em Denver a encheram de honras. Morreu com complicações de Alkheimer em 1987. Em 2007 filmaram ‘Minzy- A Chave do Universo’, de autoria dele e da esposa C.L. Moore sob uso de pseudônimo, como era comum eles fazerem.
Escritor, grande amigo (talvez mais amigo ainda que Robert E. Howard) e um dos correspondentes mais antigos de Lovecraft, desde a época que eram adolescentes, se converteu em um dos maiores nomes da literatura americana de ficção fantástica tendo em 1987 ganhado o prêmio Bram Stocker Award. Ativo membro da UAPA (United Amateur Press Association) aonde publicou o conto “The Eye Above the Mantel”, que chamou atenção de Lovecraft e onde começou esta longa amizade. Long, norvaiorquino durante toda vida, freqüentou brevemente a universidade da cidade, pois teve uma série de problemas médicos o que o levou a resolver dedicar-se especificamente a escrita profissional. Contribuiu muito para Weird Tales e foi um dos primeiros escritores a contribuir com o mito de Cthulhu de Lovecraft, e no declínio das pulp adaptou-se ao mercado editorial publicando uma coisa aqui outra acolá. Escreveu um biografia de HP Lovecraft: ‘Dreamer on the Night Side’. Casou-se em 1960 com Lyda Arco, com quem viveu até sua morte, não tendo herdeiros. Long faleceu velho em 1994 sendo enterrado no cemitério Woodlawn de Nova York empobrecido, mesmo com a longa carreira literária. Seus fãs pagaram as despesas funerárias num valor de US$ 3000.
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Rheinhart Kleiner (1892–1949)
Clark Ashton Smith (1893-1961) Dos três “Mosqueteiros da Weird Tales” (Lovecraft, Robert Howard e Smith - dizem que embora fosse assíduos correspondentes nunca se conheceram), Clark A. Smith foi o único com reconhecimento em vida, diferentemente de hoje em dia, embora reconhecido talento pela crítica é desconhecido do grande público. Aqui classifiquei-o como amigo/correspondente de Lovecraft, mas bem poderia ser classificado como seu precursor, dada a extrema admiração de Lovecraft por ele. Nasceu em Long Valley - Califórnia. De saúde frágil e a família que enfrentava pobreza, deixou de estudar cedo e catava frutas ou trabalhava como lenhador para tentar apaziguar os problemas financeiros. Auto definiu-se como poeta. Com seus poemas no magazine “The Black Cat “ em 1910 foi animado por amigos a entrar em contato com seu ídolo George Sterling (“discípulo” de Ambrose Bierce) que reconheceu seu talento e o tutelou, vindo a ser conhecido através deste e de sua escrita original. Por esta época aprendeu francês e traduziu Baudelaire para o Inglês, já que Sterling compunha poesias no estilo que Baudelaire fazia parte. Mesmo com a carreira literária fazia bicos de lenhador para garantir sua renda, devido aos problemas depressão americana. Após 1935 e 1937 com as mortes de Lovecraft, sua mãe e seu pai e também por esta data o suicido de Sterling deixou de escrever prolificamente como antes, dedicando-se mais a escultura e pintura onírica (que tanto admirava Lovecraft). Casou-se em 1954 com Carolyn Jones Dorman. Em 1961 trabalhando como jardineiro sofreu um enfarto, recuperou-se, mas faleceu meses depois.
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Poeta da impressa amadora, contista e um dos mais antigos correspondentes de Lovecraft. Publicou o primeiro trabalho crítico a poesia de Lovecraft que se conhece: “A Note on Howard P. Lovecraft’s Verse” (United Amateur, Março de 1919). Se conheceram pessoalmente em julho de 1916 quando Kleiner visitou Providence, visitas que foram retribuídas quando Lovecraft morou em Nova York, por esta ocasião visitaram ambos a Igreja Holandesa Reformada do Brooklyn, visita esta que inspirou o conto “The Hound” e neste conto Kleiner é referido com o personagem St. John. Nesta época Kleiner trabalhava na Fairbanks Scales Co., empresa que ainda existe em 2009. Ambos faziam parte nesta cidade do “Kalem Club” (um clube literário em que Lovecraft não criou, mas foi líder, incluía nomes como o próprio Kleiner, Everett McNeil e James F. Morton. Quando Lovecraft chegou introduziu novos membros ao clube, especialmente Frank Belknap Long, George Kirk e Arthur Leeds). Após a partida de Lovecraft de trem a Providence perdeu contato com o mesmo, só restabelecendo em 1936-37. Com a morte de Lovecraft Kleiner editou suas muitas cartas sob o título: “By Post from Providence”. Embora poeta de grande talento não viu muita obra sua ser publicada em vida. Outras Personalidades Harry K[ern] Brobst: Nasceu em 1909 este amigo de Lovecraft no período posterior a 1932; admirador das histórias da Weird Tales, através de um pedido ao editor Farnsworth Wrigth entrou em contato por carta com Lovecraft e foi cordialmente respondido, começando uma grande amizade. Brobst foi assistido em 1932 pela psiquiatria do Hospital Butler em Providence e por conta disto sempre acompanhava Lovecraft nas suas viagens. Em 1933 acompanhou Lovecraft em sua recepção a E. Hoffmann Price. Brobst afirma que Lovecraft chegou a trabalhar brevemente como vendedor de entradas de um cinema em Providence e que ficou horrorizado quando uma conheçida, que havia visitado a Alemanha,
Lovecraft Brasil lhe contou sobre os horrores nazistas que vira. Brobst visitou constantemente Lovecraft nas etapas finais de sua vida neste mesmo hospital. Escreveu cartas a R.H. Barlow comentado o caso de Lovecraft e dizia que quando questionado o mesmo dizia “ Às vezes a dor é insuportável”. Brobst e sua mulher organizaram o funeral de Lovecraft. Posteriormente foi acadêmico da Brown University e de outras instituições. Publicou um livro de memórias “An Interview with Harry K. Brobst”
falava da imagem distorcida sobre Lovecraft que, segundo ele, passava a Arkham House. Faleceu em 1948.
Dr. Franklin Chase Clark: Aqui está alguém muito querido por Lovecraft, e talvez desconhecido para os leitores o Sr. Clark nasceu em 1847 e foi marido de Lillian D[elora] Phillips Clark, tia de Lovecraft (casaram-se em 10 de abril de 1902). Foi um grande médico e cientista, tendo se graduado na Brown University (1869) e se especializado em Nova York e regressado a Providence, onde trabalhava no Hospital de Rhode Island e como médico forense do Dpto. de Polícia, além de grande autor de livros técnicos, artigos e ensaios, sendo muitos deles guardados na Brown University. Com a morte do pai e do avô do jovem Lovecraft, ele meio que se converteu em seu pai. Disse HPL (S. L. 1.38) que suas primeiras prosas e versos se viram beneficiadas pelos conselhos do Dr. Clark. Faleceu em 1915 de hemorragia cerebral e Mal de Bright crônico. A ele Lovecraft homenageou em “An Elegy on Franklin Chase Clark, M. D.” (Publicada no Evening News de Prividence em 29 de Abril de 1915). O Dr. Eliu Whipple de “A Casa Assombrada” (1924), o Dr. Gamell Angell do “O Chamado de Cthulhu” e o Dr. Marinus Bicknell Willet de “O Caso de Charles Dexter Ward” (1927), provavelmente estão inspirados no Dr. Clark; o que também pode ser o caso do Dr. Henry Armitage de “O Horror de Duwich” (1928) e o Dr. Nathaniel Wingate Peaslee do “A Noite dos Tempos” (1934-35).
E[dgar] Hoffman Price: Nasceu em 1898 este escritor pulp, colaborador e correspondente de Lovecraft entre 1932-37 ao qual Lovecraft muito tinha respeito e um dos poucos que ele fez questão de manter contato sempre. Conheçeu pessoalmente Lovecraft em Nova Orleans, numa de suas viagens, por conta de um telegrama de Robert E. Howard que dizia que o mesmo se encontrava nesta cidade. Lovecraft passou pelo menos uma semana em Nova Orleans, a maior parte do tempo em companhia de Price. Price por sua vez visitou Lovecraft em 1933 no apto. de Lovecraft nos meses de junho e julho. Escreveu uma continuação ao conto de Lovecraft: “A Chave de Prata”, intitulado “O Senhor da Ilusão”, que Lovecraft revisou exaustivamente denominando finalmente como “Através dos Portais da Chave de Prata”. Loveman mesmo com a morte de Lovecraft continuou no mercado das pulp, só adotando tendência a romances no posterior fim da época das pulps magazines. Price escreveu uma memória sobre Lovecraft: The Man Who Was Lovecraft (incluída no volume Cats), outras curtas como: The Sage of College Street (Amateur Correspondent, Maio-Junho de 1937), H. P. Lovecraft the Man (Diversifier, Maio de 1976), além de várias análises astrológicas de Lovecraft. Faleceu em 1989.
W. Paul Cook: Nasceu em 1881 e foi na vida adulta editor presidente da UAPA e também diretor da NAPA (rival). Foi, junto a amigos grande incentivador de Lovecraft para que reiniciasse sua escrita com labor em 1917. Publicou alguns títulos de Lovecraft e intentou publicar outros que por força da morte de sua esposa e problemas financeiros não deram certo. Foi um dos poucos que acreditaram no seu talento. Cook escreveu, “Howard P. Lovecraft’s Fiction” (The Vagrant, Novembro 1919) como prefacio a “Dagon” – que teve a honra de ser o primeiro trabalho crítico a obra de Lovecraft. Cook publica posteriormente grande parte de seu trabalho inicial em The Vagrant. No fim de 1925, pede a Lovecraft que escreva sobre a literatura sobrenatural para The Recluse. O projeto inicial foi ampliando-se até chegar em “O horror sobrenatural na literatura” (1927). Visitando a Cook em 1928 em Athol, Massachussets, HPL absorveu muitos relatos e lendas que usou em “O Horror de Dunwich”. Em 1940, Cook escreveu In Memoriam: Howard Phillips Lovecraft, considerada a obra mais emotiva sobre Lovecraft. Seu trabalho “A Plea for Lovecraft” (uma súplica por Lovecraft) publicada em The Ghost em maio de 1945,
Clifford M[artin] Eddy Jr.: Nasceu em 1896 este escritor e amigo de Lovecraft nativo de Providence, também membro dos clubes amadores de literatura. Dava longos passeios inspiradores com Lovecraft. Escreveu uma breve memória intitulada: “Walks with H. P. Lovecraft” (Passeios com H. P. Lovecraft). Faleceu em 1971.
Winifred V[irginia] Jackson: Nasceu em 1876 esta escritora e amiga de Lovecraft na Imprensa Amadora e que muitos estudiosos dizem que teve um relacionamento com ele, devido a alguns encontros literários antes do casamento de Lovecraft. Não se tem muita informação a respeito. Faleceu em 1959. Samuel Loveman: Nasceu em 1889 este poeta, dramaturgo e grande amigo de Lovecraft. Loveman fazia parte do “Kalem Club”. Visitou Providence em 1929, visitas seguidas de excursões a Boston, Salem e Marblehead. Após a morte de Lovecraft o mesmo se revoltou furiosamente contra posturas dele com relação ao anti-semitismo (algo típico a época), que descobriu ao se corresponder com Sonia Greene. Destruiu, acreditase cerca de 500 cartas de ambos (o mesmos que fez a esposa de Lovecraft, quando não fez menção em voltar o relacionamento, certa vez). Em um artigo revoltante (“Of Gold and Sawdust” publicado em “The Occult Lovecraft”, 1975), o acusa de racista e hipócrita. Faleceu em 1976. Everett McNeil: Nasceu em 1862 este autor de livros infantis, membro do “Karem Club” de Nova York. Foi um
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Lovecraft Brasil dos primeiros a recomendar que Lovecraft escrevesse para a Weird Tales. Como vivia num dos piores lugares de N.Y. muitos membros do clube evitavam reuniões na casa dele, mas Lovecraft nunca faltou. Em 1929, com saúde precária intenta mudar para Tacoma-Washington, para viver com a irmã, mas morre antes de chegar. Em uma carta a James F. Morton, Lovecraft escreve uma emocionada memória a McNeil. E segundo consta, o verso: “Pombas Mensageiras” dos “Fungos de Yuggoth” é sobre sua morte e dos lugares precários que vivia em pobreza. Lovecraft sempre esteve convencido que sua mais que extrema pobreza se devia a acordos exploratórios que fazia o editor de McNeil com ele.
[1928] e “Travels in the Provinces of America” [1929] são ótimos exemplos. Por volta do fim de 1934 Moe pediu a Lovecraft a contribuição de um artigo seu para um trabalho com seus alunos, ao que Lovecraft escreveu com muita honra um artigo sobre a influência da arquitetura romana na americana. Lovecraft achou que o manuscrito havia se perdido, porém uma transcrição foi encontrada e publicada pela Arkham House anos depois. Moe visitou Providence pela última vez em 1936 aproveitando que seu filho, por conta de questões profissionais, se encontrava por lá. Após a morte de Lovecraft publicou a memória “Howard Phillips Lovecraft: The Sage of Providence” (O-Wash-Ta-Nong 1937). Faleceu em 1940.
Maurice Winter Moe: Nasceu em 1882 este escritor amador e professor universitário, amigo de Lovecraft, ensinava inglês na “Appleton” (Wisconsin) e posterior na “West Division School of Milwaukee”. Conhecia Lovecraft desde 1914 e mantiveram copiosa correspondência durante toda a vida de Lovecraft. Formaram círculos literários com outros autores algumas vezes ao longo deste tempo. Em um círculo literário de seus alunos da High School de Appleton, Lovecraft em 1917 conheçe Alfred Galpin (um de seus correspondentes, vice presidente da UAPA em 1917). A Moe dedica vários de seus trabalhos, entre eles o poema “On the return of Maurice Winter Moe, Esq., to the Pedagogical Profesión”. No conto “O Inominável”, é claro no personagem Joel Manton a inspiração da figura de Moe. O viu pela primeira vez em 10 de agosto de 1923 quando Moe visita a Providence, mais tarde foi a Boston de ônibus onde conheceu Moe e sua família. No dia seguinte HPL leva Moe, Albert A. Sandusky e Edward H. Cole a uma excursão a Marblehead numa caminhada de mais de três horas em que o grupo não agüenta a resolve voltar com Lovecraft. Durante os treze anos seguintes, suas relações se basearam principalmente em correspondências. HPL adquiriu o costume de fazer minuciosos e longos relatos dos lugares que visitava os ensaios “Observations of several parts of America”
James F[erdinad] Morton Jr.: Nasceu em 1870 este amigo de Lovecraft e membro do “Kalem Club”, graduado em Harwad em 1892. Em 1896-97 foi nomeado presidente na NAPA. Conheceu Lovecraf pela primeira vez quando defendeu Charles D. Isaacson dos ataques de Lovecraft sobre uma discussão político-literária na NAPA. Lovecraft simpatizou com o mesmo mantendo intensa correspondência vindo a conhecer ele pessoalmente em 1922 em Nova York onde foram membros do “Kalem Club”. Visitou Lovecraft diversas vezes entre 1923-24 em Providence. Em 1924 se embrenharam num negócio de revisão que nasceu morto “The Crafton Revision Service”. Porém em 1925 Morton consegue uma ótima posição de diretor do museu Paterson (Nova Jersey), emprego que permaneceu até o fim dos seus dias e tentou levar Lovecraft para lá como seu assistente, mas sem sucesso. Lovecraft visitou Morton em Paterson e encontrou uma cidade desagradável. Podemos ver parte disso em “O Chamado de Cthulhu” quando o narrador fala que encontrava-se visitando um amigo estudioso em Paterson (Nova Jersey), geólogo e diretor do museu local. Após a morte de Lovecraft escreveu uma breve memória “A Few Memories” (Olympian, Outono de 1940). Faleceu em 1941.
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Mitos de Cthulhu A Formação dos Mitos de Cthulhu Embora Lovecraft nunca tivesse grande reconhecimento em vida ele atraiu a admiração de muitos dos escritores que com ele se correspondiam (inclusive alguns até estabelecidos como Clark Ashton Smith). As obras que atraiam estes escritores tinham uma qualidade literária impar se aproximando dos escritos de Poe e estavam realmente muito longe do que seria por assim dizer ‘popular’, embora quase sempre fossem tratadas como tal. O terror de monstros e vampiros para Lovecraft era batido, ele achava que a forma máxima do terror seria o terror cósmico-científico de forte conotação psicológica - o chamado terror psicológico, onde a ambientação é que conduz ao clima assombrado e onde elementos como angustia, depressão, sofrimento e suicídio são determinantes. Foi esta proposta literária e o desenvolvimento tenro de uma mitologia fantástica (alguns não consideram o termo ‘mitologia’, pois foi algo criado), envolvendo seres monstruosos e histórias antigas, grimórios e localidades fictícias da Nova Inglaterra que atraiu a atenção destes escritores. Utilizando palavras do próprio Lovecraft, “as efabulações sobre temas mundanos e o lugar-comum não satisfazem as mentes mais criativas e sequiosas de novos estímulos”. O trabalho de Lovecraft não serve para agradar às massas nem ao cidadão comum, mas apenas a um grupo mais restrito de admiradores que não se contentam com os enredos banais do dia-a-dia. Abdicando do lucro fácil que certamente teria atingido se utilizasse o seu gênio na produção de romances comerciais (ele abominava a escrita comercial), Lovecraft deixou-nos um legado espantoso de visões fantásticas e universos assombrosos. Na verdade este gênero já havia sido explorado por Lord Dunsany (idéias mitológicas), e por William Hope Hodgson (que escrevia sobre terror marinho), mas o que fez Lovecraft foi dar uma singular propriedade a este novo tipo de horror que até então não existia - pelo menos não daquela forma. É esta mitologia fantástica que foi denominada como “Os Mitos de Cthulhu”.
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Lovecraft Brasil A Divisão da Obra Lovecraftiana Podemos dividir a obra de Lovecraft em três temas centrais: 1) Histórias sobre a Terra dos Sonhos ou “Dreamlands” (ver histórias sobre Randolph Carter). 2) Histórias típicas de terror (por exemplo o conto “A Arvore”). 3) Histórias sobre o mito de Cthulhu (por exemplo o conto “Nas Montanhas da Loucura e “O Chamado de Cthulhu” - obras essências sobre o panteão mitológico). É importante esta divisão para não acharmos que Lovecraft escreveu apenas sobre os mitos. Outro ponto a considerar é que tais histórias são contos independentes entre si, mas guardando relações. Então, mesmo em histórias sobre Randolph Carter não é incomum encontrarmos referências aos Antigos ou ao próprio livro negro Necronomicon. O Termo “Cthulhu” Este termo “Cthulhu Mythos” foi a concepção de August Derleth (amigo e grande admirador de Lovecraft, que trouxe primeiramente HPL até nós com a editora Arkham House), após a morte de HPL, pois segundo ele no conto “The Call of Cthulhu” (1926), foi a primeira vez que os mitos foram apresentados de forma mais coerente e abrangente. Este termo é contestado haja vista “Cthulhu” não ser a principal deidade do panteão. É importante dizer aqui que este termo “Cthulhu” é pronunciado comumente como “kuh-THOO-loo” (em português soa algo como “ku-thu-lu”, pronunciado rapidamente) por causa da pronuncia indicada no livro do famoso RPG de nome “Call of Cthulhu” da Chaosium. Entretanto, existem vários estudantes sérios de Lovecraft que preferem a pronúncia como “Cloo-loo”, justificando suas teses em referências dos contos do autor. Fora isto a discussão se estende e encontramos ainda uma série de pronuncias diferentes, mas que na prática nada, ou muito pouco, acrescentam ao termo. O próprio Lovecraft brincava com seus amigos escritores pronunciando hora de uma forma outra de outra. A Formação do Círculo de Lovecraft Não foi apenas Lovecraft que começou a desenvolver estes tipos de histórias, mas junto a ele aqueles correspondentes que falamos também criavam suas histórias e seus deuses, é por exemplo de autoria de Frank Belknap Long a entidade de nome “Chaugnar Faugn”, que foi incorporada aos mitos. O trabalho de Lovecraft atraiu
um grupo considerável de escritores, que começaram a corresponder-se com ele e entre si. Nascia o Lovecraft Cyrcle, “fundado” pelo próprio Lovecraft e dois escritores consagrados: Clark Ashton Smith e Robert E. Howard (criador de Conan – o Bárbaro). Jovens e talentosos escritores como August Derleth, R.H. Barlow, Frank Belknap Long e Robert Bloch (que viria a escrever mais tarde o conto que inspirou o filme “Psicose”) juntaramse também ao círculo, e todos contribuíram com o seu trabalho para enriquecer “Os Mitos de Cthulhu” publicando principalmente na revista pulp Weird Tales. “Era uma espécie de jogo”, que todos levaram muito a sério, como comentou certa vez Robert Bloch. Criou-se centenas de histórias sobre os mitos. Weird Tales A Weird Tales é ainda em 2009 nome de uma revista pulp norte-americana de horror, do gênero literatura fantástica, onde foram publicadas as primeiras histórias do mito de Cthulhu. Sediada em Chicago por J.C. Henneberger, um ex-jornalista com interesse pelo macabro, a Weird Tales foi publicada pela primeira vez em março de 1923. Edwin Baird foi o primeiro editor da revista, com Farnsworth Wright como assistente. Baird terminou sendo substituído por Farnsworth Wright após catorze edições. Wright (que sofria de Mal de Parkinson) deu à Weird Tales uma identidade única, publicando histórias e contos de H.P. Lovecraft, bem como as histórias de Seabury Quinn, personagem de grande sucesso criado por Jules de Grandin. Outro contribuidor de grande nome foi Robert E. Howard, cujas histórias de Conan, entre outras, gozavam de imensa popularidade. Durante sua carreira como editor, Wright também abriu as portas para outros artistas como Robert Bloch e Clark Ashton Smith, até sua aposentadoria em março de 1940. Wright morreu pouco depois, em junho do mesmo ano. A Weird Tales esteve em meio a batalhas financeiras durante toda a vida, e, como a maioria das revistas pulp, incluindo a lendária publicação de romance policial Black Mask, sofria com a competição de revistas em quadrinhos, novelas de rádio e, pouco depois, de livros em paperback. Depois da morte de Lovecraft no final dos anos 1930, e da aposentadoria de Wright a Weird Tales tomou um direcionamento diferente, resultando em seu declínio constante, até que finalmente fechou suas portas, em setembro de 1954, com um total de 279 lançamentos. Sob o trabalho editorial de Dorothy McIlwraith, os anos finais da revista distinguiram-se por uma cheia de novos talentos, incluindo figuras de porte como Robert Bloch, Manly Wade Wellman, Fritz Leiber, Henry Kuttner, C. L. Moore, Theodore Sturgeon, Joseph Payne Brennan e Margaret St. Clair, além de trechos ocasionais de Lovecraft, nunca terminados pelo autor mas completados por outros escritores, e estilos lovecraftianos escritos
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Lovecraft Brasil escuras. Alguns viveram em um planeta que ele chamou de Yuggoth e identificou nos anos trinta com o planeta recentemente descoberto, Plutão. Em “The Call of Cthulhu”, Lovecraft dispôs os fundamentos de seu conceito mitológico. Ele disse que há muitos milênios atrás, os Grandes Antigos vieram de outros planetas e estabeleceram residência na Terra. Quando as estrelas estavam em posições erradas eles não podiam viver, assim eles desapareceram sob o oceano pacífico sul ou voltaram aos seus mundos de origem onde usaram poderes telepáticos, muitas vezes em sonhos para comunicar-se com o homem. Tema central ao mito de Lovecraft, os Antigos formaram um culto e uma religião que adorava os aliens como deuses. Nas histórias, os Antigos pairam a meio caminho entre puros extraterrestres e verdadeiros deuses, como requer o enredo. Em seu romance “Nas Montanhas da Loucura”, ele escreveu que uma espécie dos Antigos criou o homem para servi-los, iniciando as primeiras civilizações humanas: Atlântida, Lemuria e Mu.
por August Derleth. Após diversas ressurgências de vida curta, incluindo quatro publicações no começo de 1970 - editadas por Sam Moskowitz e publicadas por Leo Margulies - Robert Weinberg e Victor Dricks compraram o título após a morte de Marguiles, licenciando uma série de quatro antologias em paperback cobrindo os anos de 1981 a 1983, editada por Lin Carter. A Weird Tales ainda reviveu sob a licença dos editores George H. Scithers, John Gregory Betancourt e Darrell Schweitzer em 1988, começando pelo número 290. A revista, de vida nova, gozou de razoável sucesso comercial (levando-se em consideração o universo de revistas de fantasia), trazendo à luz os trabalhos de escritores contemporâneos como Tanith Lee, Brian Lumley e Thomas Ligotti. A Weird Tales tornou-se parte da DNA Publications por vários anos, até que em 2005 foi vendida à Wildside Press (propriedade do antigo co-editor John Gregory Betancourt), que transformou a revista numa publicação bimensal. Betancourt, Scithers e Schweitzer continuam até hoje como co-editores. Os Mitos de Cthulhu - parte I Estes contos da Weird Tales e outras revistas do gênero se centravam em um grupo de entidades transdimensionais e extraterrestres que serviram como deidades ao homem primitivo. Lovecraft escreveu que “Cthulhu” e os “Grandes Antigos” (Great Old Ones), como ele chamou os deuses alienígenas, vieram de estrelas
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Lovecraft usou as mitologias suméria, egípcia e grega como base para os seus semi-deuses monstruosos. Ele disse que seu deus-mensageiro Nyarlathotep era um membro do panteão egípcio - a própria esfinge ou um grande faraó. Ele identificou o peixe-deus fenício Dagon (anteriormente Oannes) como o próprio Grande Cthulhu, e assim se tornou a primeira pessoa a ligar extraterrestres a religiões antigas. É interessante notar que Dagon (figura ao lado de autoria de Jeff Remmer), é muitas vezes citado
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na Bíblia Sagrada nas seguintes partes para quem quiser conferir: Juízes 16:23 (“Então os chefes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagon, e para se regozijar; pois diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo”). Samuel 5:27 (“2- Tomaram os filisteus a arca de Deus, e a colocaram na casa de Dagon, e a puseram junto a Dagon. 3- Levantandose, porém, de madrugada no dia seguinte, os de Asdode, eis que Dagon estava caído com o rosto em terra, diante da arca do SENHOR; e tomaram a Dagon, e tornaram a pô-lo no seu lugar. 4- E, levantando-se de madrugada, no dia seguinte, pela manhã, eis que Dagon jazia caído com o rosto em terra diante da arca do SENHOR; e a cabeça de Dagon e ambas as palmas das suas mãos estavam cortadas sobre o limiar; somente o tronco ficou a Dagon. 5- Por isso nem os sacerdotes de Dagon, nem nenhum de todos os que entram na casa de Dagon pisam o limiar de Dagon em Asdode, até ao dia de hoje. 6- Porém a mão do SENHOR se agravou sobre os de Asdode, e os assolou; e os feriu com hemorróidas, em Asdode e nos seus termos. 7- Vendo então os homens de Asdode que assim foi, disseram: Não fique conosco a arca do Deus de Israel; pois a sua mão é dura sobre nós, e sobre Dagon, nosso deus.”), e Crônicas 10:10 (“Puseram as armas dele na casa de seus deuses, e pregaram-lhe a cabeça na casa de Dagon.”). Outra coisa a falar é que chegaram mesmo a criar no mundo real uma espécie de religião de culto esotérico a Dagon. Cthulhu é uma criação do próprio Lovecraft de que falarei mais adiante, e que aparece naquele que é provavelmente o seu conto mais conhecido, “The Call of Cthulhu”. Entretanto Lovecraft nunca alegou que suas histórias eram qualquer coisa além de ficção, embora fizesse parecer ser as mesma muito reais (ver a “História do Necronomicon”). Cada conto escrito por Lovecraft e seus seguidores constituía mais uma peça para enriquecer a imagem geral do que são os mitos. A melhor forma de os conhecer é obviamente pela leitura desses mesmos contos, mas tentarei dar uma idéia geral. Mas, o por que de tentar dar esta idéia geral, vocês devem estar se perguntando ao ler este site? Bem, a resposta é simples é para que vocês ao lerem a obra de Lovecraft pela primeira vez (como suponho que muitos o façam ao baixar os
contos que transcrevi para o formato ebook neste site), vocês não pensem que o conto é um todo quando na verdade faz parte de um conjunto complexo. Foi apenas para dar uma noção que fiz esta seção neste site, tentar sistematizar toda a mitologia como tentou fazer Derleth só conduzirá a dados incompletos e críticas (como ele mesmo foi vítima na época). Vou tentar explicar melhor: Derleth, outros escritores e sites na web posteriormente, tentaram sistematizar algo meio que inconcebível, foram mais de centenas de contos de diversos autores o que já complicaria muito as coisas. Mas, se nos concentrarmos mais nos trabalhos de Lovecraft que foi seu grande e inicial idealizador para uma boa sistematização? Bem, isto também não seria bom, pois muitos dos temas que ele trabalhava também tiveram contribuição de outros ou mesmo vieram da troca de idéias e muitas das origens de determinado ponto da mitologia para ser corretamente catalogado deveriam partir para um grande pesquisa seja em contos deste autor ou de qualquer um dos outros que também trabalharam o tema. Entendem? Outro aspecto que dificulta uma sistematização é o fato de que Lovecraft nunca imaginaria que iriam dissecar tanto sua obra, e alguns dos relatos referentes aos mitos de um conto para outro seu tem pequenas diferenças. O exemplo claro disto é como é referido Nyarlathotep de um conto para outro. Aliás, acho que o próprio H.P. Lovecraft fazia algumas coisas de propósito. E o que falar então de contos que se seguiram após a morte de HPL, fariam ou não parte dos mitos? É conhecido que escritores com Stephen King,Clive Barker e Ramsey Campbell já escreveram histórias cthulianas ou mesmo inspiradas nelas, poderia classificar possíveis novos termos na mitologia cthuliana? É algo a discutir e algo que ainda mais dificulta uma sistematização. A melhor forma de entender a mitologia e ter acesso a ela é ler as obras de Lovecraft e também, se possível, dos outros autores dos mitos. A editora Chaosium, Arkham House e Penguim Books tem muitas destas obras para venda em formato impecável. Fora isto, alguns contos que já foram publicados no Brasil são a base da mitologia citando alguns: “O Chamado de Cthulhu”, “Nas Montanhas da Loucura”, “O Horror de Dunwich”, “Um Sussurro nas Trevas”, etc.
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Lovecraft Brasil Continuando a falar do mitos é possível dizer que é constante ao longo de todas as histórias a idéia de que a humanidade e o nosso planeta são uma “concha” de sanidade mental, imersa num universo completamente alienado, povoado por criaturas e raças poderosas, deuses estranhos e regido por leis completamente insondáveis e divergentes das leis naturais que conhecemos. Um homem exposto a esta realidade tem tendência a enlouquecer. A sanidade mental é vista como uma cortina que nos protege da realidade, permitindo que as sociedades humanas subsistam como as conhecemos, alheias à estranheza do universo que as rodeia. O personagem principal nas histórias de Lovecraft é tipicamente um cientista, investigador ou professor universitário que se vê confrontado das mais diversas formas com esta terrível realidade. Lembraram-se do filme Matrix? Pois, é acho que muito do que eles “criaram” com certeza tem como base os trabalhos de Lovecraft e Lord Dunsany ou mesmo, mais recentemente do artista de quadrinhos Grant Morrison criador dos “Invisíveis”, que alias chegou a processar os produtores do filme Matrix. Fiquei sabendo a pouco do trabalho deste artista e a pouco também procurei na minha cidade uma loja de HQ´s e pude comprovar falando com alguns e lendo algumas coisas que realmente o que propuseram no filme Matrix, e que causou sucesso, de novo não tem nada.
Criação
Outra idéia de base importante é a de que a maioria dos cultos e religiões humanas das mais diversas épocas e regiões do globo, sendo aparentemente dispersas, representem imagens distorcidas e por vezes complementares da verdadeira natureza do cosmos. Segundo a Mitologia de Cthulhu, diversas raças e entidades superiores teriam habitado a terra antes do homem, e diversas o farão depois que humanidade desaparecer. Algumas destas entidades superiores (como o próprio Cthulhu), dado o seu ciclo de vida inimaginavelmente longo, e a sua supremacia física e intelectual sobre o homem, são facilmente confundíveis com deuses. Cultos primitivos terão aparecido para adorar estes pseudodeuses. Muitas das histórias dos mitos especulam sobre a subsistência desses cultos na atualidade, as suas atividades obscuras e as suas motivações incompreensíveis, criando um ambiente extremamente tenso e paranóico (ver “The Call of Cthulhu”). Seguidamente irão ser descritos alguns elementoschave dos mitos. Não sendo uma lista de forma alguma exaustiva, ela pretende apenas dar uma idéia geral do ambiente. Nas descrições que se seguem, e por comodidade, fatos completamente fictícios irão ser descritos como reais. Lovecraft escreveu contos sem uma ordem cronológica específica, de forma que o conjunto
Referências
(“The Dream-Quest of Unknown Kadath”, “The Whisperer in Darkness”, “The Dreams in the Witch House”). (“The Whisperer in Darkness”). Lovecraft tomou este termo emprestado de Robert W. Chambers, Hastur que por sua vez já havia tomado emprestado de Ambrose Bierce. (“The Last Test”, “The Dunwich Horror”, “The Mound”, “Medusa’s Coil”, “The Horror in the Shub-Niggurath Museum”, “The Thing on the Doorstep”, “The Diary of Alonzo Typer”, “The Whisperer in Darkness”, “The Dreams in the Witch House”, “The Man of Stone”). (“The Case of Charles Dexter Ward”, “The Dunwich Horror”, “The Horror in the Museum”, Yog-Sothoth “Through the Gates of the Silver Key”). (“The Mound”, “The Whisperer in Darkness”, “The Horror in the Museum”). Este termo é de Tsathoggua criação de Clark Ashton Smith. (“Sonnet XX, “Night Gaunts” in Fungi from Yuggoth, 1929-30”,”At the Mountains of Madness”, Shoggoths “The Shadow Over Innsmouth”, “The Thing on the Doorstep”). (“Nyarlathotep”,”The Dream-Quest of Unknown Kadath”,”The Dreams in the Witch House”,”The Nyarlathotep Haunter of the Dark”). Night-gaunts (“The Dream-Quest of Unknown Kadath”). Elder Things (“At the Mountains of Madness”). Chaugnar Faugn (“The Horror in the Museum”). Mi-Go (“The Whisperer in Darkness”). Great Race (“The Shadow Out of Time”). Ghouls (“Pickman’s Model” Deep Ones (“The Shadow Over Innsmouth”). Dagon (“Dagon”, “The Shadow Over Innsmouth”). Cthulhu (“The Call of Cthulhu”). Azathoth
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Lovecraft Brasil compõe a mitologia, seja a partir de suas criações ou de elementos do círculo.
Origem do nome: do egípcio Ny Har Rut Hotep, que significa “não existe paz na passagem”.
Azathoth
Nyarlathothep é a alma e o mensageiro dos deuses exteriores. É o único deles que tem vindo a travar contatos com a humanidade, mas os seus objetivos são imperscrutáveis. Possui um inteligência inimaginável e um sentido de humor mórbido. Consegue adotar centenas de formas físicas distintas, podendo parecer um homem vulgar ou uma monstruosidade gigantesca. Especula-se que um faraó obscuro da IV Dinastia do Egito dinástico fosse Nyarlathotep “em pessoa”. A própria esfinge seria uma representação em tamanho natural de uma outra forma de Nyarlathotep. Foi o único que, com suas astúcia, escapou do castigo general, e conspira para o retorno dos seus companheiros. Cthulhu
Origem do nome: do árabe Izzu Tahuti, que significa “poder de Tahuti”, provavelmente uma alusão à divindade egípcia Thoth. Azathoth (figura acima de autoria de Keith Austin), é o “Sultão Demoníaco”, o mais importante dos deuses exteriores. Fisicamente é uma massa gigantesca e amorfa de caos nuclear, sendo incrivelmente poderoso mas completamente desprovido de inteligência. A sua “alma” é Nyarlathotep, o mensageiro dos deuses. Azathoth passa a maior parte do tempo no centro do universo, dançando ao som de deuses menores flautistas. A maior parte das suas aparições em locais diferentes deste estão relacionadas com catástrofes gigantescas, como é o caso da destruição do quinto planeta do sistema solar, que é hoje o cinturão de asteróides. Nyarlathotep
Origem do nome: Deterioração pelos gregos da palavra árabe Khadhulu, que significa “aquele que abandona”. No Alcorão existe a seguinte passagem: 25:29 - “Para a Humanidade Satan é Khadulu”. O mais conhecido dos Great Old Ones e das criações de Lovecraft é Cthulhu um ser gigantesco e vagamente humanóide, com asas e tentáculos de polvo na boca. Chegou à terra milhões de anos antes do aparecimento do homem e povoou-a com a sua raça de Deep Ones, seres humanóides anfíbios. Construiu a gigantesca cidade de R’lyeh (figura ao lado, no trabalho de John Coulthart), onde é hoje o oceano pacífico sul. Daí comandou o seu império, até ao dia em que as estrelas atingiram um alinhamento que o obrigou a entrar em letargia. Cthulhu dorme na sua cidade entretanto submersa por água, aguardando o dia em que a posição das estrelas lhe permita voltar à vida e de novo reinar sobre a Terra. Cthulhu é capaz de comunicar por sonhos enquanto dorme, influenciando alguns seres humanos mais sensíveis durante o sono. Diversos cultos tentam
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Lovecraft Brasil apressar o seu regresso, mas ele próprio não parece ter muita pressa. Especula-se que esta longa hibernação seja uma característica normal do seu estranho ciclo biológico.
Shub-Niggurath
Yog-Sothoth
É o veículo do caos, a manifestação exterior do caos primitivo. As três figuras abaixo são de autoria magistral de Patrick McEvoy. Hastur
É o único com representação definida e humanamente acessível, é o poder dos “Grandes Antigos” manifestado na esfera terrestre, vulgarmente o deus das feiticeiras nos sabás. Fora isto em nosso planeta e em outras dimensões do espaço-tempo existem espécies de monstros associados a isto e grupos de adoradores humanos cujo propósitos é despertar a estes entes extraterrestre. Três destas raças são os Cães de Tindalos, os necrófagos de Ghouls e os adoradores de Dagon na cidade de Innsmouth. Outros elementos presentes na mitologia Arkham
A manifestação da voz e força do caos.
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Trata-se duma pequena cidade universitária perto de Boston, na Nova Inglaterra (figura a esq., ilustração de Batman Arkham Asylum). Atravessada pelo rio Miskatonic, é nela que vivem muitos dos heróis das histórias de Lovecraft. Aliás, a Miskatonic University é palco de muitas de suas aventuras. Fundada por pioneiros ingleses da colonização do continente americano, Arkham é assombrada pelas memórias do tempo das bruxas de Salem e dos ritos sombrios. Alguns dos sótãos desta cidade ocultam ainda hoje segredos terríveis.
Lovecraft Brasil Innsmouth
Pequena cidade portuária onde viveriam os Depp Ones, seres anfíbios e servidores do grande deus Dagon. A cidade foi dominada e aos poucos a população foi tomando forma marinha, além de atraírem outros para o lugar amaldiçoado.
Miskatonic University
Palco de muitas histórias e de pesquisadores interessados no além. Acredita-se ter sido inspirada, ou ser a própria Brown University. Local onde estaria uma das cópias do livro maldito Necronomicon. Elder Sign
A primeira vez que esta cidade foi mencionada foi no conto “Celephais” de 1920. Segundo consta Innsmouth ficaria no Estado de Massachusetts. Acredita-se que esta seria uma versão para o mito de Cthulhu da cidade de Newburyport, que também fica localizada neste Estado citado. Fungos de Yuggoth
‘Simbolo Antigo’, utilizado pelos seguidores de Cthulhu. Necronomicon Ainda antes da descoberta oficial de Plutão, o último planeta do sistema solar, já Lovecraft escrevia sobre Yuggoth (figura ao lado de Jefe de la uml), um pequeno planeta sólido com a sua órbita exterior à de Neptuno. Yuggoth é a terra natal de uma raça de criaturas terríveis, os Fungos de Yuggoth, que são seres insectóides da dimensão de um homem com a capacidade de voar através do vácuo inter-planetário, e donos de uma tecnologia incrivelmente avançada. Os Fungos de Yuggoth vagueiam por todo o sistema solar, incluindo a Terra, com propósitos desconhecidos.
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Lovecraft Brasil
Necronomicon quer dizer “nominação dos mortos” (Nomicon= ato de dar nome, Necro= mortos), melhor traduzindo, “Livro dos Nomes Mortos”. As civilizações da Idade do Bronze (Antigo Egito, Mesopotâmia, Hittitas, etc...) tinham como costume escrever suas práticas funerárias em “livros” (papiro ou tábuas de cerâmica), junto com magias relativas aos mortos e invocações de deuses da morte ou do sobrenatural. Estes livros eram chamados pelos gregos de Necronomicon. Provavelmente H.P. Lovecraft tirou dai o nome de seu infame volume, este sim concebido. (nekros, mortos, corpo, cadáver, defunto); Grego - e outras variantes (onyma, nome) ou do Latin nomen (nome). A origem da primeira palavra é certa, já há quanto a segunda uma discussão de ser grega ou latim, sendo mais provável latim. O nome Necronomicon também aparece em livros de arqueologia, ocultismo e história referentes a práticas funerárias da Antiguidade, dai a grande questão se embora acredita-se que Lovecraft tenha o criado, quem realmente tem a certeza disto, pelo fato desta denominação ser anterior ao próprio Lovecraft?. A despeito do sonho do qual Lovecraft o concebeu (para maiores referências ver Selected Letters V 1934-1397. Sauk City, WI: Arkham House, 1976, 418p - onde HPL revela numa carta que concebeu o livro a partir de um sonho. Se você quer ter um Necronomicon em casa, corra na livraria e compre o “Livro dos Mortos do Antigo Egito”, “Livro dos Mortos Celta” e o “Livro dos Mortos do Tibet”, mas se você não achar Lovecraft neles, não me culpe, eles foram escritos a pelo menos 5.000 anos antes de Lovecraft nascer. Inspiração para a criação do livro É bem pouco provável que, ao conceber a idéia do livro Necronomicon, Lovecraft tivesse imaginado o impacto que iria causar no meio esotérico, místico e religioso do futuro, principalmente com o advento da web. As discussões a respeito da existência real ou imaginária do livro se estendem até os dias atuais. Tanto que existem
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versões forjadas aos montes na web, além de FAQ´s e anti-FAQ´s absurdas sobre ele; ou mesmo editadas, desde versões simples até bem elaboradas falando em uma associação de Lovecraft ao famoso ocultista Aleister Crowley (figura à esquerda). Inúmeras seitas e ordens ocultistas afirmam possuir volumes deste livro. O próprio ocultista Aleister Crowley, dizem que afirmava possuir esta obra. Suspeita-se também que Lovecraft tenha se baseado em um Necronomicon “real” para inventar o seu, dizem que ele se baseou no grimório real Liber Logaeth do Dr. John Dee (1527-1608) para isto, ou mesmo que exista uma obra como esta... O fato é que Lovecraft desde garoto pesquisara na biblioteca de seu avô sobre mitologia grega, suméria, maia, etc e pode vir dai a fonte de inspiração para este livro. O próprio nome do autor imaginário do Necronomicon Abdul Alhazared, foi o apelido que adotou Lovecraft após ler As Mil e Uma Noites na referida biblioteca. Voltando ao assunto do mito que virou o Necronomicon (também conhecido como “O Livro dos Mortos”), os seguidores do ocultista, matemático e astrólogo Dr. John Dee (http://www.johndee.org) acreditam que o mesmo teve secretamente uma cópia do Necronomicon, além do já citado Liber Logaeth. Isto, provavelmente se deve a referência que Lovecraft fez a ele num trabalho em que pretendia traçar a origem histórica deste livro. Nesta história Lovecraft mistura elementos reais da história com a ficção de tal forma detalhada. O texto abaixo “History of the Necronomicon” (1927) nos originais de Lovecraft e minha tradução: A História do Necronomicon O título original era Al-Azif, azif era a palavra utilizada pelos árabes para designar o som noturno (produzido pelos insetos) que, se supunha, ser o uivo dos demônios. Escrito por Abdul Alhazared, um poeta louco de Sanná, no Yemen, que se supõem ter florescido durante o período dos califas Ommiade, perto de 700 A.C. Ele visitou as ruínas da Babilônia e os subterrâneos secretos de Memphis, e passou dez anos sozinho no grande deserto do sul da Arábia - o Roba El Khaliyeh ou “Espaço Vazio” dos antigos – o deserto “Dahna” ou “Crimson” dos árabes modernos, que se supõem habitado por espíritos malignos e monstros da morte. Deste deserto coisas estranhas e inacreditavelmente maravilhosas dizem esses que pretenderam penetrá-lo. Em seus últimos anos de vida Alhazred permaneceu em Damasco onde escreveu o Necronomicon (Al-Azif) e de sua morte final ou desaparecimento (738 A.C.) se cotam muitas coisas terríveis e contraditórias. Ele é mencionado por Ebn Khallikan (biografo do século XII) conta que foi pego por um monstro invisível em plena luz do dia e devorado horrivelmente em presença de um grande número de testemunhas aterrorizadas. De sua loucura muitas coisas são ditas. Ele pretendia ter visitado a fabulosa Irem, ou Cidade dos Pilares, e haver encontrado abaixo das ruínas uma inominável cidade deserta os anais secretos de
Lovecraft Brasil uma raça mais antiga que a humanidade. Ele era apenas um muçulmano não praticante, adorava entidades desconhecidas que ele chamava Yog-Sothoth e Cthulhu. Em 950 A.C. o Azif, que havia circulado em secreto entre os filósofos da época, foi secretamente traduzido para o grego por Theodorus Philetas de Constantinopla com o título de Necronomicon. Durante um século e devido a sua influência provocou acontecimentos horríveis, até que foi proibido e queimado pelo patriarca Miguel. Desde então não temos mais que vagas referências do livro, mas (1228) Olaus Wormius encontra uma tradução latina posterior a Idade Média, e o texto em Latim foi impresso duas vezes – uma no século XV em letras góticas (evidentemente na Alemanha) e outrora no século XVII (provavelmente Espanha) ambas as edições existiam sem marca de identificação, e haviam sido datadas só por evidencia tipográfica. A obra (tanto latina quanto grega) foi proibida pelo Papa Gregório IX em 1232, pouco depois que sua tradução latina, fosse um poderoso foco de atenção. O árabe original se perdeu na época de Wormius, tal como indicado no seu prefácio e nunca se viu a cópia grega (que foi impressa na Itália entre 1500 e 1550) desde que se incendiou a biblioteca de um colecionador particular de Salem em 1692. A tradução feita pelo dr. Dee nunca foi impressa, e existe apenas um fragmento recuperado do manuscrito original. Dos textos latinos agora existe um (século XV) está guardado no Museu Britânico, enquanto outra cópia (século XVII) está na Biblioteca Nacional de Paris. Uma edição do século XVII está na Widener Library em Harvard, e na Biblioteca da Miskatonic University em
Arkham. Além disto na Biblioteca da Universidade de Buenos Aires. Numerosas outras cópias provavelmente existem em segredo, e uma do século XV existe um rumor persistente que forma parte da coleção de um célebre milionário norte americano. Um rumor ainda vago acredita numa cópia do século XVI. O texto grego na família de Pickman em Salem; mas se isto foi assim preservado, isto desapareceu com o artista R.U. Pickman, que desapareceu cedo em 1926. O livro é severamente proibido pelas autoridades da maioria dos países, e por todo os ramos de organizações eclesiásticas. Sua leitura pode trazer terríveis conseqüências. Acredita-se pelos rumores que circulam deste livro (de que relativamente poucos dos públicos gerais conhecem). Crê-se que R.W. Chambers se baseou neste livro para sua novela “The King In Yellow”. Cronologia • 730 A.C Al Azif escrito em Damascus por Abdul Alhazred; • 950 A.C Traduzido para o grego como Necronomicon por Theodorus Philetas; • 1050 Queimado pelo Patriarca Miguel (i.e. texto grego) – Texto árabe é perdido; • 1228 Olaus Wormius traduz do grego para o latim; • 1232... Edição latina (e grega). Proibida pelo Papa Gregório IX; • 14... Edição impressa em letras góticas (Alemanha); • 15... Texto grego impresso na Itália; • 16... Impressão hispânica do texto latino;
Nos contos “The Nameless City” (1921); e, “The Call of Cthulhu” (1926), frase que se supõe do Necronomicon ‘That is not dead which can eternal lie, And with strange aeons even death may die’.
“Não está morto o que pode eternamente jazer, E após eras estranhas, até mesmo a morte pode morrer”
Primeira menção ao livro no conto “The Hound” (setembro de 1922 e publicado em fevereiro de 1924 na Weird Tales) ‘Alien it indeed was to all art and literature which sane and balanced readers know, but we recognized it as the thing hinted of in the forbidden Necronomicon of the mad Arab Abdul Alhazred; the ghastly soul-symbol of the corpse-eating cult of inaccessible Leng, in Central Asia’. Ele era com certeza muito diferente de toda arte e literatura que os leitores são e equilibrados conhecem, mas nós o identificamos com a coisa sugerida no proibido Necronomicon do insano árabe Abdul Alhazred, o medonho símbolo espiritual do culto necrofágico da inacessível Leng, na Ásia Central.
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Lovecraft Brasil Alguns juram que o Necronomicon realmente existiu, ou existe, e que Lovecraft obteve informações sobre o livro e transferiu para suas histórias. Outros, no entanto, garantem que ele jamais existiu de fato, sendo inteiramente criação da mente do escritor, que é minha opinião. Lovecraft ficou famoso não apenas por essa concepção, mas também por idealizar outros livros tidos como “malditos”, geralmente relacionados com os seres das estrelas, alienígenas que estiveram na Terra milhões de anos atrás, criando raças de escravos e instalando suas cidades amaldiçoadas em várias partes do planeta. Estes seres foram expulsos da terra por seres ainda mais poderosos, também vindos do espaço, e foram aprisionados em mundos paralelos ou numa tumba no fundo dos oceanos com o caso do grande Cthulhu. Este, dos oceanos. vive a se comunicar com os homens através de sonhos para que estes com o auxílio do Necronomicon e os rituais nele contidos apressem a volta deles - os demônios, mesmo antes do alinhamento estelar. Os chamados Grandes Antigos, e é sobre estes seis Grandes Antigos (Azathoth, Yog-Sothot, Nyarlathotep, Hastur, Cthulhu, Shub-Niggurath), que nos fala o maldito e temido livro Necronomicon. Algumas pessoas dizem que o Necronomicon é um livro de magia, um grimório, mas na verdade ele foi concebido como um livro que traz os conhecimentos desses seres ancestrais, assim como a história de sua passagem por nosso planeta e fórmulas para se acessar dimensões paralelas nas quais eles continuariam existindo. E além disso todos os segredos sobre o universo e suas galáxias, o presente, passado e futuro estariam no livro uma espécie de Bíblia negra ou do mal. A simples leitura seria capaz de levar uma pessoa à loucura; e, quando isso não acontecesse, o contato com os conhecimentos secretos inevitavelmente subverteriam a mente humana de tal maneira que a pessoa estaria condenada para toda a eternidade. Poucos seriam aqueles que não se perturbariam muito com sua leitura. Referências Muitas são as histórias que tratam do Necronomicon, mas a principal é “The Dunwich Horror” (1928). Fora este tem outros contos sobre o Necronomicon: “The Festival” (1923), “The Descendant” (1926), “The Call of Cthulhu” (verão de 1926), “The Case of Charles Dexter Ward” (Janeiro - 1 Março 1927), “The Last Test” (1927), “Medusa’s Coil” (Maio 1930), “The Whisperer in Darkness”(24 Fevereiro - 26 Setembro 1930), “At the Mountains of Madness” (Fevereiro - 22 Março 1931), “The Dreams in the Witch House” (Janeiro - 28 Fevereiro 1932), “The Horror in the Museum” (Outubro 1932), “Through the Gates of the Silver Key” (Outubro 1932 - Abril 1933), “Out of the Aeons” (1933), “The Thing on the Doorstep” (21 -
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24 Agosto 1933), “The Shadow out of Time” (Novembro 1934 - Março 1935), “The Diary of Alonzo Typer” (Outubro 1935), e “The Haunter of the Dark” (Novembro 1935). Nas cartas a seus amigos do “Círculo de Lovecraft” ele também menciona o livro, exemplo: To Robert Bloch (early to mid July 1933): As for the “Necronomicon”—this month’s triple use of such allusions is bringing me in an unusual number of inquiries concerning the real nature & obtainability of Alhazred’s, Eibon’s, & von Junzt’s works. In each case I am frankly confessing the fakery involved.
Outros livros malditos Dentro do mito de Cthulhu existiam outros livros imaginários além do Necronomicon. Vamos falar de alguns deles brevemente, lembrando que para saber mais a respeito só mesmo lendo os livros da mitologia lovecraftiana. Também falaremos de alguns contos que contém informações e referências sobre eles, vamos a alguns: Liber Ivonis, The Book of Eibon ou Livre d’Eibon O autor imaginário é Caius Phillipus Faber, com sua língua original em Latim, foi traduzido para o Inglês e o Francês. É originário do séc. IX. É uma idéia de Clark Ashton Smith. Nos contos: “The Dreams in the Witch House”, “The Thing on the Doorstep”, “The Shadow Out of Time” e “The Diary of Alonzo Typer”, existem referências a ele. Celaeno Fragments Dr. Laban Shkewsbury é o autor imaginário deste livro em 1915, disponível apenas em Inglês. O livro é atribuído a August Derleth. G’harne Fragments O autor imaginário é Sir Amery Wendy-Smith, disponível apenas em Inglês, editado em 1919. É referido a Brian Lumley. The King in Yellow Autor imaginário desconhecido. Tem-se apenas em Inglês e foi editado em 1895, até o ano de 2009 não foi ainda editado no Brasil. É um trabalho de Robert Chambers que teve um sucesso muito grande no passado, mas que hoje praticamente desapareceu. É mencionado em “History of the Necronomicon”. Pnakotic Manuscripts (or Fragments) Invenção de Lovecraft, embora encontrei atribuições a
Lovecraft Brasil este livro como sendo criado por Robert Chambers (quem souber o certo me avise). Foi editado no século XV e tem a disposição apenas a versão em Inglês. Nos contos: “The Other Gods” e “The Dream-Quest of Unknown Kadath”, existem referências a ele.
Filmes sobre o Necronomicon
Cult des Goules O autor imaginário é Comte d’Erlette em 1702, em Francês. Por causa dos ancestrais franceses de Derleth (chamado D’Erlette). É mencionado raras vezes: “The Shadow Out of Time”, “The Haunter of the Dark”. Aqui há uma dúvida se é Robert Bloch ou Derleth o idealizador, mas é mais provável que seja Derleth. De Vermis Mysteriis O autor imaginário é Ludvig Prinn em 1542. Este nome em latim é de Lovecraft. Originalmente Robert Bloch, que foi quem o concebeu chamava-o de “Misteries of the Worm”. É mencionado em “Shadow Out of Time”, “The Diary of Alonzo Typer”, “The Haunter of the Dark”. The Eltdown Shards Criação de Richard F. Searight, um dos principais correspondentes de Lovecraft. The Book of Iod “Bells of Horror” foi o livro de Henry Kuttner publicado em 1939 onde foi citado pela primeira vez este livro. Seven Cryptical Books of Hsan Mencionados em conjunção com os Pnakotic Manuscripts (or Fragments).
Quanto aos filmes sobre o Necronomicon, eu recomendo: “Evil Dead 2 - Dead by Down” - 1987, em português “Uma Noite Alucinante 2”. Remake do primeiro filme e superior ao original em efeitos especiais e clima, conta à história de um grupo de jovens que vão a uma cabana e descobrem o Necronomicon, utilizando o livro eles liberam demônios na floresta. Imperdível! Tem também o filme: “Necronomicon - The Book of the Dead” - 1994. Traz Lovecraft como personagem do filme. Ele vai a biblioteca duma ordem religiosa em busca do Necronomicon e inventa uma história para os monges dizendo que apenas vai pesquisar livros para seus escritos. Ao ler o Necronomicon ele faz anotações e nos é contado três histórias: The Drowned, The Cold, Whispers. Fora isto a história principal se desenrola. Os efeitos especiais deixam um pouco a desejar, mas o filme não decepciona. Obviamente existem outros filmes sobre o tema, mas os mais interessantes e “fáceis” de se encontrar (inclusive em DVD). Fora isto tem um VHS de um filme sobre o Necronomicon chamado “Cast of Deadly Spell” - Feitiço Mortal, no Brasil - quem assistiu gostou.
The People of the Monolith O autor imaginário é Justin Geoffrey em 1926. É mencionado em “The Thing on the Doorstep” e no conto de “The Black Stone” de Robert E. Howard. É uma criação de Robert E. Howard. Unaussprechlichen Kulten, Black Book, or Nameless Cults O autor imaginário é Friedrich von Junzt. É uma concepção de Robert E. Howard no seu conto “The Children of the Night” (1931). Existe uma dúvida se a criação é de 31 ou 39, mas deve ser de 31. No próximo ano Lovecraft deu-lhe um título alemão e autor - “Ungenennte Heidenthune”. Este título foi renegado, pois era de difícil pronuncia. Finalmente August Derleth mudou para sua forma definitiva que significa em português: “Culto Impronunciável”. É mencionado em “Out of Aeons”.
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Os Mitos de Cthulhu- parte II Existe bastante polemica sobre se os “Mitos de Cthulhu” podem ser considerados uma verdadeira mitologia, ou mesmo uma pseudo-mitologia. Tendo todas as características de qualquer outra mitologia, desde um panteão de deuses a um conjunto de lendas (os contos de Lovecraft e outros), foram criados de uma forma perfeitamente artificial e intencional por um conjunto restrito de escritores. Não tiveram a sua gênese nas tradições e crenças de uma civilização, como seria normal numa mitologia. As obras desta mitologia fazem constantemente referências a elementos presente em outros livros, por isto é muito comum vermos termos como: Arkham (a principal cidade-palco de suas histórias), Mistakatonic University, a vila portuária mal assombrada de Innsmouth, e outras coisas mais presentes em muitas de suas histórias. August Derleth, autêntico embaixador da obra de Lovecraft e defensor da idéia de considerar “Os Mitos de Cthulhu” uma mitologia, tentou de certa forma a sua sistematização. Procurou determinar que contos de Lovecraft e outros pertenciam aos mitos, e esclarecer aspectos focados de uma forma vaga e imprecisa nessas histórias. Chegou a pretender associar algumas entidades dos mitos com os quatro elementos naturais: ar, água, terra e fogo. Lin Carter, no seu ensaio “Deamon-Dreaded Lore”, considera que este tipo de sistematização é negativa na medida em que faz desaparecer o fator que considera mais importante nas histórias de Lovecraft: o medo do
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desconhecido e do incompreensível. Na sua opinião Lovecraft descreve de forma vaga muitos aspectos dos mitos propositadamente, para criar uma aura de mistério e tensão. Os contos de Lovecraft abordam freqüentemente o confronto de seres humanos com realidades e desígnios totalmente alienígenas, e que são para eles compreensíveis. De forma um pouco marginal ao núcleo central do seu trabalho, e sob a influência de Lord Dunsany, Lovecraft escreveu algumas histórias oníricas, passadas numa dimensão de sonhos, as chamadas “Dreamlands”. A história central deste ciclo é “Os Sonhos a Procura da desconheçida Kadath” e narra as aventuras de Randolph Carter (alter-ego de Lovecraft e seu grande personagem de muitos trabalhos), um homem que quando sonha se vê transportado para um outro plano de existência, semelhante a uma terra medieval povoada de criaturas fantásticas. “Dreamlands” são aparentemente um lugar de paz e tranqüilidade, habitado por criaturas próprias do imaginário infantil. Este sonho pode por vezes transformarse em pesadelo, dando lugar aos mais horríveis monstros e criaturas. Embora de uma forma dispersa, Lovecraft estabelece algumas relações entre estes lugares e o corpo central dos mitos. Alguns contos de Lovecraft definitivamente não fazem parte dos mitos como por exemplo “A Arvore” e “Os Gatos de Ulthar”, mas que não deixam de forma algum de ter um excelente qualidade. Existem ainda alguns paralelismos que podem ser
Lovecraft Brasil traçados entre a vida de Lovecraft e alguns aspetos dos mitos. Desde muito pequeno que Lovecraft gostava de ler as “Mil e Uma Noites”, fascinando-o especialmente um personagem árabe misterioso. A analogia com o Necronomicon e Abdul Alhazared é inevitável, tanto que era por este nome que ele gostava de ser chamado quando criança. A sua repulsa por peixe e comida marinha faz lembrar “A Sombra sobre Innsmouth”, onde a decadente população da cidade pesqueira de Innsmouth tem estranhas relações com os Deep Ones, anfíbios humanóides que imitem um repugnante odor de peixe. Falando nisto tem um filme muito interessante sobre Lovecraft que se chama “Dagon” ele é baseado no conto de mesmo nome e na “A Sombra sobre Innsmouth”, principalmente... é um dos poucos filmes bons, dando um boa idéia dos mitos (Necronomicon, Sonhos da casa da bruxa, Dagon, Re-Animator, Evil Dead 2, Call of Cthulhu em P&B pra mim são os melhores filmes até hoje).
ter um efeito quase hipnótico no leitor, despertando a sua própria noção dos conceitos que encerram e inflamando a sua imaginação.
O Fim do Círculo de Lovecraft ou Círculo dos Mitos
Os problemas de sistematização dos mitos
Os vários autores dos mitos seguiam um acordo tácito de criar nas suas histórias um ou dois deuses exteriores, um Great Old One, um tomo arcano e uma cidade assombrada por cultos obscuros e lendas sombrias. Com pequenas variações, os diversos elementos do círculo cumpriam as “regras do jogo” ao escrever para “Os Mitos de Cthulhu”.
Ao revisar constantemente este artigo cheguei a conclusão que o melhor é apenas dar uma idéia geral para quem vai ler sobre os mitos, para que o novo leitor de Lovecraft não fique deslocado. Acreditando ou não nesta sistematização, uma boa leitura é livro de Harms, Daniel. The Encyclopedia Cthulhiana (2nd ed.), Oakland, CA: Chaosium, 1998, referência sobre o tema. Mas, mesmo para estudiosos sobre o tema há divergências, por exemplo o termo “Outer Gods” que foi usado pela empresa de RPG Chaosium pela primeira vez, e muitos não concordam dizendo que não há diferença destes e dos “Great Old Ones”, é verdade que fora isto existem seres menores como o caso dos Deep Ones que servem Dagon. Considerando isto e os problemas que falamos em sistematizar algo que não foi deveras planejado é caminhar para erros sérios. Por fim acho que minimamente estudamos os mitos, agora só me resta lhes desejar ótimas leituras!
Era muito freqüente os membros do círculo “brincarem” uns com os outros colocando referências a outros autores dos mitos de uma forma mais ou menos explícita nas suas histórias. Em 1935 Robert Bloch pediu autorização a Lovecraft para o utilizar como personagem principal num conto. Lovecraft concorda e Bloch torna-o o herói em “O Bamboleiro das Estrelas”, matando-o no fim da história às mãos de um monstro alienígena. Lovecraft obtém a sua vingança “matando” Robert Blake, um alterego de Bloch em “The Haunter of Dark”. O autor do tomo “Cultes des Goules” imaginado por Bloch, Comte D’Erlette, é uma alusão clara a August Derleth. O nome Klarkash-Ton, de alto-sacerdote da Atlântida num trabalho de Lovecraft, constitui uma paródia a Clark Ashton Smith. Vários outros exemplos poderiam ser citados…
A morte de Lovecraft constituiu um choque para os elementos do círculo, assim como uma surpresa, visto que este não lhes tinha dado qualquer indicação na sua correspondência de que estivesse doente. Este acontecimento causou uma quebra temporária no trabalho relacionado com os mitos. Citando Robert Bloch, “o jogo tinha perdido toda a piada”. Nos anos 40 e 50, Robert Bloch, August Derleth e outros continuaram a escrever histórias dos mitos. Em 1964 Ramsey Campbell, um jovem escritor britânico, dá a sua contribuição com o apoio de Derleth. Em 1971 ainda outro britânico, Brian Lumley, junta-se ao grupo. O círculo não morrera verdadeiramente com Lovecraft, subsistindo de uma forma muito dispersa até aos dias de hoje.
Edmund Wilson criticou e ridicularizou mesmo Lovecraft por este usar muita adjetivação na sua escrita. Era considerado que um bom conto de ficção não deveria socorrer-se de muita adjetivação, mas que os próprios acontecimentos e descrições é que deviam sugestionar o leitor. Se uma visão é horrível, o próprio leitor deveria aperceber-se disso, nunca deveria explicitamente ser dito: “a visão é horrível”. O que é fato é que tanto Lovecraft como diversos dos seus seguidores mantiveram sempre o uso de adjetivação muito rica, o que se tornou uma característica distintiva dos contos dos mitos. Em sua defesa Robert Price considera que estes adjetivos podem
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Lovecraft Brasil
Multimídia Documentários
Lovecraft - Fear Of The Unknow
The Eldritch Influence: The Life, Vision and Phenomenon of H. P. Lovecraft
Referëncias musicais
Metallica: Música The Call Of Ktulu, do álbum Ride the Lighting
Iron Maiden: inscrição na lápide de Eddie do álbum Live After Death
Sulphur Aeon: capa do álbum Swallowed By The Ocean’s Tide
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Lovecraft Brasil Filmes
Jogo para Computador
The Dunwich Horror
The Thing
Call Of Cthulhu Dark Corners of the Earth
Cena do Jogo
RPG
Re-Animator
In The Mouth Of Madness
Call Of Cthulhu
Complementos
Jogo de Dado
Dagon
Dreams In The Witch House
Cthulhu Dice
Deck com dado e contas
Jogo de Cartas The Call Of Cthulhu
Colour From The Dark
Call of Cthulhu - The Card Game La Herencia Valdemar I e II The Whisperer in Darkness
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Lovecraft Brasil
Galeria do Leitor
Ryman
Hullingen
Charles Albert Brunn
Will
Xeeming Watcher
Lewdooze
40
Chivohit