Telhado verde

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Telhado Verde - Reconstruindo cidades O crescimento populacional, o aumento das construções e uma drástica mudança na paisagem caracterizam o processo de urbanização das últimas décadas. No ano de 2008, pela primeira vez na história, a população urbana ultrapassou a rural em níveis mundiais. De acordo com o IBGE (2010) mais de 85% da população brasileira reside em áreas urbanas. A urbanização descontrolada e a falta de planejamento adequado, bem como a alta densidade urbana e a falta de áreas verdes, causam uma série de alterações no microclima das cidades, como o aumento das temperaturas, mudanças nos ventos, redução da umidade do ar e da absorção de água pelo solo. Este contexto, acrescido do intenso uso de veículos, faz com que a temperatura do centro das grandes cidades seja de 4°C a 11°C mais alta que nos subúrbios (LÖTSCH, 1981 apud MINKE, 2005). Buscando amenizar esses impactos surgem algumas iniciativas do governo em criação de políticas públicas para a adoção dos telhados verdes. Um exemplo é a cidade do Recife-PE, que em 13 de abril sancionou a Lei Municipal 18.112/2015, que prevê o plantio de gramas, hortaliças, arbustos e árvores de pequeno porte nas lajes dos edifícios. O objetivo do projeto é aumentar as áreas verdes e diminuir os efeitos do calor, já que um prédio com telhado verde pode chegar a uma temperatura até seis graus mais baixa do que no seu entorno. Além disso, o projeto de lei prevê a construção de reservatórios para captação de água da chuva, em novos imóveis residenciais e comerciais, com área de solo acima de 500 metros quadrados e que tenha 25% do terreno impermeabilizado. A água da chuva obtida através do reservatório de acúmulo pode ser utilizada para regar as plantas ou lavar calçadas, por exemplo. O reservatório de retardo ajuda a drenagem da cidade, para diminuir alagamentos nas ruas. A prefeitura também sancionou a lei nº 18.111/2015, para ampliar as áreas verdes ao redor de parques e praças. Os novos empreendimentos para terrenos, ao redor de 340 praças e parques de Recife, terão que manter um recuo de dois metros na parte da frente dos edifícios para arborização. Em outros países, os telhados verdes vêm se tornando populares como nas cidades da Europa e dos Estados Unidos, onde o governo oferece isenção ou redução de impostos para quem os implementa. Nesses países mais frios, eles são usados como isolantes térmicos, impedindo a saída do calor das habitações, diferentemente do Brasil que é utilizado com o objetivo oposto: criar um ambiente urbano mais fresco e agradável. Em Nova York, onde existe uma lei de incentivo à adoção desse sistema desde 2008, foram pedidas licenças para forrar com plantas perto de 87.700 m², só no primeiro ano. Isso equivale a mais de 11 vezes a medida do campo do estádio do Morumbi, em São Paulo. Os solicitantes são favorecidos com descontos no imposto predial da cidade. Algo semelhante ocorre em Vancouver, no Canadá, onde a Biblioteca Municipal exibe um jardim de 1.850 m². Além das políticas públicas de incentivo a adoção dos telhados verdes, vemos diversas iniciativas partindo de comunidades, empresas e indivíduos que acreditam que a melhoria da cidade também depende de cada um. Um exemplo é o Shopping Eldorado, localizado na cidade de São Paulo. O projeto transformou 2.500 m² da cobertura do estabelecimento em plantações, onde são plantados diversos tipos de alimentos que são utilizados pelos próprios


funcionários. Além disso, reutilizam o lixo produzido na praça de alimentação como adubo para as plantações. Veja algumas vantagens: Diminui a poluição e melhora a qualidade do ar das cidades. A vegetação absorve as substâncias tóxicas e a libera oxigênio na atmosfera. Ajuda a combater o efeito de Ilhas de Calor nas grandes cidades. Melhora o isolamento térmico da edificação. Protege contra as altas temperaturas no verão e ajuda a manter a temperatura interna no inverno. Melhora o isolamento acústico da edificação. A vegetação absorve e isola ruídos. Maior retenção da água das chuvas. A vegetação auxilia na drenagem da água da chuva, reduzindo assim a necessidade de escoamento de água e de sistemas de esgoto e ainda filtra a poluição dessas águas. Diminui a possibilidade de enchentes. Como retém melhor a água da chuva, o excesso não vai para as ruas. Ajuda na diminuição da temperatura do micro e macro ambientes externo. Reduz o consumo de energia, e melhora a eficiência energética devido à redução da temperatura no ambiente interno, diminuindo a necessidade de refrigeração. Aumento da biodiversidade, atraindo pássaros, borboletas entre outros. Embeleza a edificação e a cidade. São iniciativas que, aos poucos, vão inserindo as cidades no mapa da sustentabilidade e conferindo melhoria aos espaços urbanos. É uma questão de tempo, e de cultura, para que a ideia se espalhe pelas lajes das cidades. Espalhe essa ideia na sua empresa e comunidade! Vamos contribuir para uma vida mais sustentável! Por Priscila Leal, gestora ambiental e consultora BIOTERA.


Fontes: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2015/abril/lei-em-recife-obriga-telhados-verdesem-predios#ixzz3Y9VsE8B7 http://sustentarqui.com.br/dicas/vantagens-e-desvantagens-de-um-telhado-verde/ http://www.inbs.com.br/o-telhado-verde-e-o-microclima-das-cidades/


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