Olá Revista

Page 1

ola você merece o melhor

JSEM OVENS DROGAS “Do envolvimento à superação, família tem papel prioritário”

r e v i s ta Ano 01 »»» nº01 »»» junho 2013



www.olarevista.com.br »»» junho 2013

3


»»» índice

6

8

10

f o t o capa - es t ú d i o ar t i s

16

34»

38

C A PA

A OLÁ FAZ UM LEVANTAMENTO DE COMO ESTÁ A RELAÇÃO DOS JOVENS COM O CENÁrio das drogas e como a família vem conseguindo vencer esse problema

6» PO L í TI C A o presi den te da C â mara de V ereado res do M u n i c í pi o de La u r o de F reitas , o vereador G i lmar Oli ve ira rece b e u a equipe da olá para u ma e n trev ista e expl i c ou qu al a f u n ção de u m vereador e de qu e f o rma a p o p u lação pode f i cal i zar o seu tra b al h o

4

34

16» turismo Lauro de Fre itas: C omo explorar o seu pote ncial turíst ico?

8» gastronomia o c h ef Clá udio M atos revela qual o real c o n ce ito da alta g astr onomia

10» E S PO RTE Sta n d u p paddle surf conquista ade p to s em Lauro de Fre itas

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

38 » utilidade p ú b l i ca Entrev istamos Vander S antos, presidente da Associação das Pess oas com Def iciência de Lauro de Fre itas (AS PDELF), para sabermos um pouco mais sobre a questão de acess ibilidade no muniípio


R e g i s t r e com s e n t i m e n t o e a r t e as r i q u e z a s da v i d a

71 8869-3284 | 9314-0313 ht tp://www.facebook.com/celogandr a


»»» E D IT O RIA L

Caro Leitor

Alexandre Rosa Diretor Executivo

Neste contexto, surge a Olá Revista, um veículo multiplataforma linkando o que o empresário tem a oferecer e o que a população de Lauro de Freitas precisa saber para satisfazer suas necessidades imediatas nos principais segmentos – serviços, utilidade pública, saúde e bem estar, moda, cultura, entre outros” 6

O

portunidade é o termo que define o município de Lauro de Freitas, atualmente com mais de 170 mil habitantes, um dos que mais crescem no estado. Localizado ao norte de Salvador, apenas quem conheceu o município há cerca de 10 ou 15 anos, principalmente na região do entorno da Avenida Luís Tarquínio e da Estrada do Coco, tem a noção do quanto a economia local se desenvolveu. Os maiores bancos e supermercados, além de lojas de todos os gêneros e empresas de prestação de serviço, estão aproveitando este vetor natural de crescimento da capital baiana para se estabelecer e desenvolver juntamente com um mercado já consolidado. Lauro de Freitas reúne ainda praias lindas, atraindo cada vez mais visitantes e proporcionando uma população flutuante que também usufrui de toda a infraestrutura de comércio e serviços oferecida na região. Soma-se a estes fatores locais o aumento quantitativo e qualitativo do poder de consumo da população brasileira, especialmente a baiana. Neste contexto, surge a Olá Revista, um veículo multiplataforma linkando o que o empresário tem a oferecer e o que a população de Lauro de Freitas precisa saber para satisfazer suas necessidades imediatas nos principais segmentos – serviços, utilidade pública, saúde e bem estar, moda, cultura, entre outros. Com uma equipe especializada nas áreas de tecnologia e comunicação, a Olá Revista é o que faltava para trazer soluções práticas tanto para a população quanto ao empresariado, unindo o que há de melhor no mercado ao melhor mercado da região. Boa Leitura! www.olarevista.com.br »»» junho 2013


ola você merece o melhor

publicado por APMÍDIA - Comunicação, Design e Ideias 71 3378 1214 - 4113 2466 - 9906 4486 contato@olarevista.com.br

Diretor Executivo Alexandre Rosa

Diretor comercial Luiz Gustavo Darzé

Diretora Financeira Patricia Pinto

Jornalista Responsável Raul Rodrigues - DRT 5587

Reportagem Carlos Ribeiro Líliam Cunha Lorena Sá Luisa Torreão Sandra Léa Bergemann Thiago Portugal Victor Lima

editoração Gráfica e Revisão apmídia

Fotografia Estúdio Artis Luciano Oliveira Marcelo Gandra

Tiragem 20.000 exemplares Esta edição - lançamento - 10.000 exemplares

Impressão

Fo t o A é rea P u b l i c i dade INDÚSTRIA E v en t os Boo k F i ne A r t

Gráfica Santa Marta esta publicação não se responsabiliza por conceitos ou opiniões emitidos em artigos assinados.

olarevista

71 8183 7973 | 9162 4018 l o i magem @ gma i l . com w w w . l u c i ano i magens . com . b r


»»» P ol í t i c a

Os fiscais do povo POR: Líliam Cunha »»» FOTO: Estúdio Artis

Conhecido popularmente como o fiscal do povo no município, o vereador tem por função fiscalizar as ações da prefeitura e legislar

M

as, afinal,

econômica, e funcional (de que forma

o que é

aquilo será útil às pessoas e ao muní-

l e g i s l a r,

cipio), aprove-as e inclua-as no plano

você sabe

plurianual do município. “Feito isso,

como isso é feito? E a quem cabe o po-

inicia-se o trabalho dos vereadores

der de vistoriar o trabalho deles? Para

de fiscalizar e cobrar o cumprimento”,

responder a estas e outras perguntas,

destaca ele.

a Olá conversou com o presidente da

Atualmente o município de Lauro de

Câmara de Vereadores do Município

Freitas conta com uma bancada com-

de Lauro de Freitas, o vereador Gilmar

posta por 17 vereadores, tendo sido

Oliveira.

três deles eleitos pela coligação de par-

No exercício do seu quinto mandato

tidos que elegeu o atual prefeito Már-

como vereador, Oliveira diz que legislar

cio Paiva, e os demais pertencentes

é fazer leis que possibilitem melhorar a

aos chamados partidos da oposição.

vida do cidadão como um todo.

Mas Oliveira garante: “Na hora de votar

Estas leis são, segundo ele, criadas

favorável ou contra, o que prevalece é

através da análise e aprovação dos

o que o projeto irá gerar de benefícios

projetos de leis apresentados pelos

à população, independente de ter sido

próprios parlamentares, pelo Executi-

ele sugerido por membros da situação

vo (prefeito), ou pela sociedade civil (o

ou oposição”. O tempo de votação de

povo). Entretanto, os projetos enviados

cada projeto varia de acordo com a sua

res, só se elege uma vez”, pondera

pelos vereadores não podem mexer no

relevância. “Os prazos urgentes levam

Gilmar Oliveira.

orçamento municipal, explica Oliveira.

em média oito dias para serem analisa-

Segundo o vereador, para super-

“Cabe a nós vereadores a indica-

dos e votados. Já os convencionais le-

visionar o trabalho dos legisladores a

ção e o requerimento dos atos. É atra-

vam em média 45 dias”, diz o vereador.

população pode se utilizar dos veícu-

vés destas ferramentas que sugerimos

Mas, e a quem cabe fiscalizar o tra-

los de comunicação (rádio, televisão,

as ideias ao executivo para que ele

balho dos vereadores? O presidente

jornais, sites e revistas), ou ainda con-

possa absorver e torná-las realidade”,

da Câmara responde: “Primeiramente

sultar a Ouvidoria Municipal, o Tribu-

ressalta o vereador. Ou seja, para que

ao povo. Ele é o nosso maior fiscal, é

nal de Contas do Município (TCM), e

as propostas do legislativo sejam co-

ele que elege o vereador e o mantém

o portal da Transparência, ferramenta

locadas em prática precisa que o pre-

ou não no poder. O vereador que não

obrigatória determinada por lei federal,

feito, através do estudo de viabilidade

trabalha a contento dos seus eleito-

onde o cidadão tem acesso a todas as

8

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

Presidente da Câmara de Vereadores do Município de


Lauro de Freitas, vereador Gilmar Oliveira

ações do legislativo. “Caso encontre al-

A população pode ainda, acompa-

guma irregularidade o cidadão deverá

nhar o trabalho dos legisladores com-

efetuar uma denúncia aos órgãos pú-

parecendo às sessões ordinárias reali-

blicos que atuam como fiscalizadores

zadas as terças e quintas-feiras, a partir

do município como um todo, que são

das 16 horas, na Câmara Municipal.

o Ministério Público e o Tribunal de

“É importante ainda dizer que esta

Contas”, explica. Ele ressalta que, des-

é a casa do povo e que as portas es-

de a posse da nova gestão municipal,

tão sempre abertas para que qualquer

ocorrida em janeiro deste ano, o portal

pessoa possa vir se informar, sugerir

da transparência, acessado através do

melhorias, solicitar serviços, e acom-

endereço www.cmlf.gov.br, funciona

panhar como cada um de nós está tra-

em tempo real.

balhando”, diz Gilmar Oliveira. o

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

Primeiramente ao povo. Ele é o nosso maior fiscal, é ele que elege o vereador e o mantém ou não no poder. O vereador que não trabalha a contento dos seus eleitores, só se elege uma vez” 9


»»» G A S TRO N O M IA

É fundamental ai nda uma pol í ti ca de segurança al imentar, para que os cl i entes tenham consci ênci a de que estão comendo em um l ocal saudáv el e í ntegro”

Chef Cláudio Matos

Sabor para satisfazer

todos os sentidos POR: Líliam Cunha »»» FOTOS: Estúdio artis

ALTA GASTRONOMIA: O que é preciso saber sobre esta atividade que movimenta milhões de reais e satisfaz os paladares mais exigentes

Q

uando se fala em alta

de Croydon (Inglaterra), o chef define

e o desenvolvimento dos pratos, que

gastronomia é comum

o conceito de alta gastronomia como

devem ser elaborados para que o con-

pensar

pratos

sendo a fusão entre a utilização de

sumidor se sinta satisfeito no contexto

confeitados e cheios

em

produtos de excelência com o conhe-

geral. “É o comer com os olhos, olfato

de requinte, daqueles que estampam

cimento técnico a ser desenvolvido no

e paladar”, explica Matos.

páginas de revistas. Mas, a definição

trabalho.

“É necessário, ainda, o estudo do

deste estilo de cozinha vai muito além,

A alta gastronomia é também re-

custo de viabilidade para inserção

é o que afirma o chef Cláudio Matos.

presentada pelo serviço prestado. Por

do prato no mercado, analisar, trei-

Formado em nutrologia com produção

isso, é necessário que o responsável,

nar e cuidar dos recursos humanos,

alimentar pela Escola Superior de Ho-

chamado chef executivo, seja agente

ou seja, investir no treinamento e na

telaria e Turismo de Estoril (Portugal)

de toda a gestão da cozinha, conhe-

qualificação constante dos cozinhei-

e em Gastronomia pela Le Cordon

cendo desde o fornecedor, origem e ar-

ros. É fundamental ainda uma política

Bleu (Paris) e Escola de Gastronomia

mazenagem dos produtos até a criação

de segurança alimentar, para que os

10

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


clientes tenham consciência de que

rante que é ilusória. Segundo ele, as

colha ingredientes de qualidade, capri-

estão comendo em um local saudável

quantidades servidas são definidas a

che na apresentação e bom apetite! o

e íntegro”, ressalta o chef.

partir da média de consumo de uma pessoa por refeição. “As pessoas

Originalidade é fundamental para ser um bom chef

comem em média 450 gramas, e a

Por definição a alta gastronomia é fei-

cuidadosamente planejada para sa-

ta de preparações e apresentações

tisfazê-las, sem que haja exageros”,

elaboradas. Durante o processo de

diz o chef.

quantidade das porções é definida e

criação, os chefs executivos pensam

Para aqueles que estão pensando

não só na escolha dos ingredientes,

em seguir carreira de chef executivo,

mas também, na forma de cozimento,

Cláudio Matos dá a dica: “Preocu-

na textura, no cheiro, sabor, quantida-

pem-se mais com o conhecimento,

de, disposição no prato, tipo e formato

busquem aguçar a curiosidade, de-

de louça em que será servido, e em

senvolvam a autocrítica e nunca se

toda sua concepção visual. “Entretan-

conformem com a primeira apresenta-

to, tenho observado que os chefs de

ção que lhes vem à frente”. Se você

hoje mais copiam do que criam suas

não tem intenção de seguir carreira,

receitas, são os chamados chefs de

mas quer preparar algo especial para

laboratório”, lamenta.

os amigos, família ou para você mes-

Mas, e aquela ideia de que se come

mo, o chef trouxe uma receita simples

pouco na alta gastronomia? O chef ga-

e fácil de fazer. Mas, não esqueça: es-

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

Salmão em crosta de gergelim e legumes ao vapor com molho de mamão Ingredientes: Limbo de salmão 260 gr » Vagem 50 gr Brócolis 50 gr » Cenoura 50 gr Couve- flor 50 gr » Mamão 95 gr » Sal Pimenta do reino branca » Gergelim

Preparo: Em uma frigideira quente sele o salmão temperado com sal e pimenta e o gergelim. Reserve e leve ao formo pré aquecido à 160 graus. Em um cuscuzeiro cozinhe os legumes ao vapor até ficarem ao dente. Bata o mamão no liqüidificador até virar uma papa e adicione sal e pimenta. Regue os legumes com azeite e sirva.

11


»»» E SP O RTE E S AÚD E

Informe Publicitário

Stand up paddle surf

conquista adeptos em Lauro de Freitas

POR: Líliam Cunha »»» FOTO: luciano oliveira imagem

Quem disse que para surfar é preciso ter ondas? Ao contrário dos surfistas tradicionais, que buscam por ondas gigantes, os praticantes do stand up paddle ou SUP, como é popularmente conhecido, preferem a mansidão e tranquilidade das águas do mar, lagos, lagoas e rios

V

ariante do surf, o esporte que tem conquistado cada dia mais adeptos no estado foi criado pelos havaianos, e é feito sobre uma prancha longa, mais larga e mais grossa que as pranchas de surf convencionais, com o auxílio de um remo que pode ser

de madeira, alumínio ou fibra de carbono. Um esporte bastante democrático, praticado por homens, mulheres e crianças, sem restrições de idade, o principal objetivo do SUP é manter o equilíbrio sobre a prancha enquanto se rema pelas águas calmas. “O aprendizado é rápido, já na primeira aula é possível que o aluno consiga ficar em pé sobre a prancha, remar e curtir as sensações que o esporte proporciona. A partir daí é só evolução”, garante Adriano Palmeira, proprietário de uma academia de SUP no município de Lauro de Freitas. O desempenho do praticante é influenciado pelo tamanho e tipo de material da sup board, nome dado às pranchas usadas nos stand up paddle, é o que explica Palmeira. “Quanto melhor a prancha flutuar, melhor será a performance do remador, que é o nome dado a quem pratica o SUP”, diz. E, segundo ele, quando o assunto é o equilíbrio sobre a prancha, as mulheres são mais rápidas que os homens. “As mulheres arrasam na

12

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


arte de ficar em pé e remar, já os homens geralmente demo-

modelo adequado à sua necessidade. “A sup board é en-

ram a se equilibrar”, revela.

contrada em duas versões, a sup race, que oferece melhor desempenho para uso em longas distâncias e maior veloci-

Pranchas e equipamentos

dade, e a sup cave - de tamanho menor ela é mais ágil que

Fabricadas por encomenda ou comercializadas diretamen-

a sup race e é indicada para quem deseja pegar onda -”,

te nas lojas especializadas, as pranchas medem em torno

explica Palmeira. Outra dica diz respeito à escolha do local.

de três a quatro metros (onze pés), e podem ser feitas de

Se o objetivo for surf, é importante que se tenha boas ondas

madeira, fibra de carbono, plástico rígido e cortiça. Há ainda

e pouco vento, agora se a pessoa quiser remar a passeio, é

uma prática versão inflável, feita em PVC e fibras de nylon, a

bom que procure por locais com águas calmas e sem cor-

supflex, que depois de utilizada pode ser esvaziada, guarda-

renteza. “Eu gosto muito de praticar na praia de Buraqui-

da e transportada em uma mochila. Os preços variam de R$

nho, mas existem outros lugares mais reservados, como as

3 mil a R$ 6 mil. Já os remos são encontrados ao preço de

lagoas em condomínios fechados. Para quem quer pegar on-

R$ 350 a R$ 1,5 mil.

das, todas as praias de Lauro de Freitas são bem vindas”, diz

Ao escolher a prancha, o praticante deve atentar para o

Adriano Palmeira. o

Em pé: Mariana e Adriano Palmeira Criança: Maiara Dog: Kalisca Contato para aulas: Escola stand up nature: 71 8171 7391

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

13


»»» E SP O RTE E S AÚD E

YOGA

equilíbrio do corpo e da mente POR: Líliam Cunha »»» FOTOS: Luciano Oliveira imagem E VIRGÍLIO NETO

Mais do que uma prática saudável, o yoga alia benefícios físicos e qualidade de vida a exercícios que contribuem para o equilíbrio dos sistemas, através do bem estar físico, mental e emocional. Entre as principais benfeitorias estão as de caráter energético e espiritual. Quem revela as qualidades da prática é a professora de yoga e yogaterapeuta Eliane Calado

S

egundo ela, os exercícios do yoga vão muito além da busca pelo corpo perfeito. “São atividades que acalmam a mente, aumentam a flexibilidade e o tônus, trabalham o equilíbrio,

a força, a consciência corporal e reduzem a ansiedade, e esse conjunto de fatores faz com que corpo e mente, em comunhão, fiquem bem”, avalia a professora. Entretanto, ressalta Eliane, por se tratar de uma prática que disciplina

jeito de viver melhor em todos os aspectos: corpo, mente e

as pessoas, auxiliando-as a colocar ordem na vida e fazendo

espírito, estabelecendo uma maior conexão consigo mesma

com que tenham menos necessidade de fazer uso de cigar-

e com Deus”, descreve. Para perceber os efeitos do yoga são

ros ou bebidas, por exemplo, o yoga também, contribui para

necessários alguns meses de prática constante. Segundo

que haja melhorias na forma física, mesmo não sendo este

ela, depois de um certo período, os músculos ficam ao mes-

o seu objetivo principal.

mo tempo mais tonificados e alongados e a capacidade car-

Toda e qualquer pessoa pode praticar yoga, sendo ne-

diovascular e respiratória aumenta. “Todo o corpo fica mais

cessário apenas encontrar entre os diferentes estilos (in-

saudável devido à eliminação de toxinas”, explica a profes-

tenso, moderado e suave) aquele que melhor se encaixa

sora. Além disso, muitas pessoas relatam transformações

à sua condição, explica. “Até mesmo aquelas pessoas que

psicológicas associadas à prática do yoga.

possuem limitações médicas para atividades físicas podem

Entre os aspectos mais citados, diz Eliane, está o aumen-

praticar yoga realizando os exercícios de respiração e me-

to da autoestima e da confiança em si mesmo, que ocorre

ditação”, exemplifica.

na medida em que os obstáculos vão sendo vencidos, tanto no momento da prática, quanto na vida. “Alguns praticantes

Público

também fazem referência à estabilidade emocional e ao au-

Praticante há 22 anos, ela conta que o público que procura

mento do nível da concentração e da paciência. Vale frisar,

o yoga, em geral, é formado por pessoas adultas, com idade

no entanto, que os benefícios são fruto da prática constante”,

entre 25 e 65 anos. “São pessoas que estão buscando um

conclui a professora. o

14

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


F O T O : VI R G Í LI O N E T O

Até mesmo aquelas pessoas que possuem limitações médicas para atividades físicas podem praticar yoga realizando os exercícios de respiração e meditação”


»»» CAS A E D ECORAÇ Ã O

Fotos Produzida no Carro de Boi Móveis em Madeira de Demolição - 71 3369 7903

Decoração sustentável POR: LÍLIAM CUNHA »»» FOTOS: Estúdio artis

Tendência entre designers, decoradores e arquitetos, a madeira de demolição está cada vez mais presente nos projetos de decoração, sejam eles de ambientes internos ou externos, residenciais ou comerciais 16

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


U

tilizada em móveis,

deve ser utilizado em qualquer ambien-

vezes a custar mais que o dobro da

pisos, paredes, pai-

te, explica a arquiteta. Entretanto, ela

madeira comum”, afirma. O alto cus-

néis

decorativos,

defende que, respeitando-se os limites

to é em razão das marcas do tempo

luminárias, e onde

e características é possível sim utilizar

que elas carregam, o que faz com que

mais a criatividade permitir, a madeira

a madeira de demolição em qualquer

mesmo possuindo um mesmo design,

é extraída e recuperada de antigas ca-

local, inclusive em estabelecimentos

um móvel em madeira de demoli-

sas e galpões e além de conferir uma

comerciais. “O importante é manter a

ção, nunca será igual a outro, explica.

grande beleza estética, é resistente,

característica intrínseca à atividade

“Quanto maior a idade da madeira, e

de alta durabilidade e se integra com

exercida no ambiente e definir qual

mais detalhes e marcas, mais cara ela

perfeição a ambientes rústicos e/ou

sensação deseja-se passar aos funcio-

será. O valor da madeira de demolição

sofisticados.

nários e aos clientes. Utilizada em con-

está na sua história”, ressalta ela. Já

A madeira extraída das constru-

junto com vidros e metais, por exemplo,

os cuidados exigidos são os mesmos

ções, a madeira de demolição, como

a madeira causa um contraste harmo-

indicados a qualquer peça de madeira:

é popularmente conhecida, tornou-se

nioso, tornando o ambiente aconche-

limpeza e aplicação de produtos contra

um sucesso na decoração por permitir

gante e requintado”, exemplifica.

xilófagos (insetos que se alimentam de

a criação de peças exclusivas, explica

Quanto ao perfil de quem opta

madeira), quando necessário. “Em pe-

a arquiteta Lili Mesquita. Segundo ela,

pelo uso da madeira de demolição, a

ças envernizadas, eventualmente é ne-

esta tendência surgiu com base na

arquiteta afirma que geralmente são

cessária a limpeza da antiga camada

conscientização ambiental e na escas-

pessoas que primam por um ambiente

de verniz para aplicação de uma nova

sez dos recursos naturais.

confortável, aconchegante, com carac-

camada. No entanto, esta também é

“Descobriu-se que as peças de

terísticas singulares, e/ou que optam

uma manutenção esporádica, o que

madeira retirada em bom estado de

pelo uso de elementos naturais como

torna ainda mais interessante o uso

conservação durante a demolição das

forma de se manterem integradas ao

desta madeira”, destaca Lili. Ela acres-

edificações, ao serem tratadas e remo-

meio ambiente e dispostas a pagar

centa que, em geral, por serem mais

deladas, poderiam ser reutilizadas e,

mais por isso. “Como tudo o que é

resistentes ao tempo, normalmente as

além de evitar o desmatamento, ofe-

único, a madeira de demolição é um

madeiras de lei, como a peroba, mogno

reciam resistência, durabilidade e um

material mais caro, chegando muitas

e jacarandá são as mais utilizadas. o

caráter exclusivista, uma vez que cada peça reaproveitada carrega em si características únicas conquistadas pelas marcas deixadas pelo tempo”, diz. A escolha da madeira deve ser feita respeitando as propriedades específicas do material, já que além das questões referentes à estética, como cor e textura, por terem estruturas físicas diferentes, cada tipo de madeira apresenta uma resistência específica aos esforços e às intempéries. Também é importante decidir corretamente onde e como utilizá-la, de modo a obter um resultado que case beleza e durabilidade, ressalta a arquiteta. Mas, apesar de ter se tornado uma tendência, ainda existe a ideia equivocada de que este tipo de material não Lili Mesquita » Arquiteta

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

17


»»» TURISMO

Lauro de Freitas Como explorar o seu potencial turístico? POR: VICTOR LIMA »»» FOTOS: Estúdio artis E MARCELO GANDRA

Mesmo sendo uma cidade bonita, repleta de praias, áreas de preservação e monumentos históricos, Lauro de Freitas precisa de mais atenção no setor turístico

P

orque o potencial

de Freitas estar entre as principais ci-

A cidade também tem um grande

turístico de Lauro

dades turísticas da Bahia? O município

potencial de hospedagem, entre hotéis

de Freitas não tem

oferece 6km de praias, que são consi-

e pousadas já estabelecidos, e novos

sido mais explorado

deradas as principais belezas naturais

empreendimentos que estão sendo

pelo poder público até então, já que o

e pontos de maior visitação turística

construídos. Existem pelo menos 20

município é rota de passagem entre a

da cidade. Oferece também áreas de

estabelecimentos hoteleiros em Lauro

capital e toda a extensão do litoral nor-

preservação, a exemplo dos mangue-

de Freitas.

te? Sendo a primeira cidade da costa

zais e do próprio Rio Joanes que corta

De acordo com o Departamento de

dos coqueiros e estando bem próximo

o município, além da histórica Paróquia

Turismo da Secretaria de Cultura e Tu-

ao Aeroporto Internacional Luis Eduar-

Santo Amaro de Ipitanga e o Terminal

rismo de Lauro de Freitas, a prefeitura

do Magalhães, o que falta para Lauro

Turístico Mãe Mirinha de Portão.

tem feito um trabalho de fortalecimen-

18

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


to dos atrativos turísticos já existentes,

tendo o cuidado de priorizar as ques-

para em seguida desenvolver um plano

tões ambientais para que este projeto

de crescimento do setor em Lauro de

não venha afetar o ecossistema local”,

Freitas.

destaca Fideles.

Segundo Igor Fideles, diretor do delevantamento da oferta turística, que

Qualificação de profissionais

fornecerá um diagnóstico do que real-

Fideles afirma ainda que por alguns

mente o município oferece, para então

anos a cidade foi esquecida do cenário

se pensar em ações posteriores para

turístico e que por este motivo o pre-

maior atratividade do turismo local.

feito está começando uma política de

partamento, o órgão está fazendo um

“Entendemos que Lauro de Freitas

inserção turística para o município.

tem um potencial turístico muito forte.

Neste sentido, a prefeitura firmou par-

O que deve ser feito é desenvolver uma

ceria com a Secretaria de Turismo do

política de fortalecimento de turismo

Estado para qualificação de pessoas

no município. Em seguida, potencia-

em línguas estrangeiras voltadas ao

lizar o que temos, qualificando tam-

atendimento turístico, e recentemente,

bém as empresas voltadas ao turismo,

em intervenção com o Ministério do

agências de viagem, hotéis, restauran-

Turismo, a cidade foi inserida entre os

tes, pousadas, para que se possa aten-

nove municípios que participarão dos

der bem o turista. Então a partir daí,

programas de qualificação profissional,

apresentaremos políticas para atrair

o Pronatec, Pronatec Copa e Pronatec

mais turista ao município”, afirma.

Social, sendo previsto o desenvolvi-

Dentre os projetos já discutidos pela Prefeitura Municipal para o aper-

mento destas atividades para o mês de junho.

feiçoamento do atendimento e deman-

A atividade turística tem grande

da turística estão, a revitalização do

importância no que diz respeito ao de-

Terminal Turístico Mãe Mirinha de Por-

senvolvimento e crescimento da eco-

tão e da orla marítima, e a qualificação

nomia. O investimento direcionado ao

de pessoal, visando principalmente, a

setor turístico gera emprego e renda,

proximidade dos eventos esportivos,

além de contribuir diretamente para

como a copa das confederações que

receita municipal. O turismo represen-

será realizada em junho deste ano e

ta hoje uma parcela significativa do PIB

copa do mundo de 2014

de muitas cidades brasileiras, o que

praia de vilas do atlântico

Entendemos que Lauro de Freitas tem um potencial turístico muito forte. O que deve ser feito é desenvolver uma política de fortalecimento de turismo no município. Em seguida, potencializar o que temos, qualificando também as empresas voltadas ao turismo, agências de viagem, hotéis, restaurantes, pousadas, para que se possa atender bem o turista. Então a partir daí, apresentaremos políticas para atrair mais turista ao município”

Revitalização da orla

micas em decorrência do avanço que o

Segundo o departamento de Turis-

setor tem proporcionado.

mo as obras de revitalização da orla

E com a proximidade da copa das

estão sendo discutidas em conjunto

confederações e da copa do mundo é

com a Superintendência de Patrimônio

necessário que o município se profis-

da União e a principal preocupação é

sionalize mais neste setor, pois estes

acompanhar o projeto em concordân-

eventos com certeza trarão muitos be-

cia com as leis ambientais. ”Estamos

nefícios para Lauro de Freitas. o

FOTO: MARCELO GANDRA

têm melhorado suas condições econô-

I g o r F i d e l e s , D i r e t o r d o D e p a r t a m e n t o d e Tu r i s m o d a S e c r e t a r i a d e C u l t u r a e Tu r i s m o d e L a u r o d e F r e i t a s

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

19


»»» CU LTURA

M á r c i a Tu d e - S e c r e t á r i a d e C u l t u r a e Tu r i s m o d e L a u r o d e F r e i t a s

Secretaria de Cultura e Turismo de Lauro de Freitas apresenta ações a serem realizadas no município POR: VICTOR LIMA »»» FOTOS: MARCELO GANDRA

Revitalização do Terminal Turístico de Portão, inauguração do Núcleo do Museu da cidade e programação das festas juninas são algumas das metas da secretAria

A

Secretaria de

do Museu da Cidade, com a primeira

gias e ações no setor cultural e turís-

Cultura e Tu-

exposição sobre a Cultura Popular de

tico, como a revitalização de todo o

rismo de Lau-

Lauro de Freitas. O Projeto é uma ini-

espaço do Terminal Turístico, a cons-

ro de Freitas

ciativa da Prefeitura Municipal, em

trução do novo Serviço de Atendimento

apresentou no dia 15 de maio, no Ter-

parceria com o Governo do Estado, que

ao Turista (SAT) e o fortalecimento da

minal Turístico Mãe Mirinha de Portão o

prevê o resgate e a valorização da cul-

cultura da cidade, principalmente a cul-

lançamento do Projeto Agô, “dá licença”

tura no município.

tura de matriz africana.

em Iorubá, e a inauguração do Núcleo

20

O Projeto Agô estabelece estraté-

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

De acordo com Márcia Tude, secre-


tária de Cultura e Turismo de Lauro de

religiosas, grupos culturais, grupos de

diferenciadas dos anos anteriores,

Freitas, a primeira ação do projeto con-

dança e baianas de acarajé. A pesquisa

porque, a prefeitura está construindo o

siste na mobilização social em prol da

confirma Lauro de Freitas como municí-

São João junto com as associações, en-

construção de políticas públicas para

pio com maior quantidade de terreiros

tidades locais e poder público estadual.

sustentabilidade e valorização do espa-

por metro quadrado no Brasil.

O evento já aprovado pela Bahiatursa

ço Agô, hoje conhecido como Centro de

O projeto também prevê a revitaliza-

trará atrações como Adelmário Coêlho,

ção do Programa Valores da Terra, que

bem como espaço infantil com oficina

“A nossa cultura é negra, 85% de

agora será chamado Talentos da Gente.

de mamulengo, de bandeirola e de cor-

nossa população é negra, quando per-

O programa consiste na realização de

del, com trabalhos expostos na praça. A

cebemos que a cultura é negra, samba

concursos de poesias, música e artes

secretária adianta também, que a deco-

de roda, terno de reis, estamos falando

plásticas. Os vencedores terão os seus

ração será feita em parceria com a Igre-

da cultura de raiz, começamos a en-

trabalhos divulgados em um livro, e em

ja. “Será um São João em clima verde

tender que os terreiros são verdadeiros

gravação de um DVD que será realizado

amarelo, não com influência da Copa do

quilombos urbanos, que mostram toda

na Concha Acústica de Lauro de Freitas.

Mundo, mas será o São João da Copa

a resistência da cultura Ketu, Angola

A divulgação do projeto começará em

das Confederações”, afirma.

e Jeje em nosso município. Por isso o

junho deste ano.

Referência da Cultura Afro.

espaço Agô celebra essa legitimidade” disse Márcia Tude.

A Secretaria instalará também, um

Entre as ações da Secretaria, as

receptivo para as festas juninas no sa-

preparações para o São João também

guão do aeroporto, que indicará para os

A secretária também informa que

são destaque quanto à estrutura e pla-

turistas, as principais atividades e locais

o projeto nasceu de um mapeamento

nejamento com o projeto Forró Show –

de festas em Lauro de Freitas, além da

extenso feito pela Secretaria de Cultu-

Lauro de Freitas, a bola da vez. Segun-

recepção aos atletas da Copa das Con-

ra e Turismo que catalogou instituições

do Márcia Tude, as festas juninas serão

federações. o

01

02

03

A Secretaria de Cultura e Turismo de Lauro de Freitas fez o lançamento do PROJETO AGÔ e inauguração do Núcleo de Museu do município, no dia 15.05, no Terminal Turístico Mãe mirinha de Portão. O evento reuniu artistas grupos culturais lideranças politicas, comunitárias, religiosas, autoridades municipais e estaduais. O projeto prevê a revitalição do próprio Terminal e ações no âmbito cultural e turístico. Foto 01 » Deputado Estad ual Cacá Le ão, Secret ária de Cult ura e Turismo de La uro de Freitas , Prefeito Márc io Paiva,Pai Anderson de Oxal á, Vereadora Al ine Ol iveira,Pai Ba l bi no de Xangô, Vereador Al exandre Marques Foto 02 » Carl os Sobrinho, diretor DECO M La uro de Freitas , Crist iano San tana e Andr é M i randa, assessores do deputado es tad ua l Cacá Le ão e Paul o Maneira - DECOM La uro de Fre i tas Foto 03 » Vice-Prefeito Be bel Car val ho e s ua esposa Suianne

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

21


FOTO: MARCELO GANDRA

»»» CU LTURA

Jair Gabriel POR: Sandra Léa Bergemann »»» FOTOS: MARCELO GANDRA e TARSO FIGUEIRA

“A surpreendente pintura de Jair Gabriel, viva e bela, feita de arte e invenção, me comove. Suas cores vibrantes, a delicadeza, a força e a elegância de suas figuras, sobretudo as dos pássaros, me encantam.” (Zélia Gattai - Escritora)

E

é assim, como-

ca, brotada aqui na Bahia, mas com

licial. Com esse histórico seria talvez

vendo e encan-

suas raízes na Floresta Amazônica.

impossível imaginar que se tornaria o

tando,

que

as

Seringueiro, filho de um baiano

grande e sensível artista que é hoje.

obras de Jair Ga-

soldado da borracha, Jair Gabriel é

Sua introdução às artes visuais deu-

briel têm conquistado reconhecimen-

um autêntico caboclo da floresta.

se em 1995, pelo artista e crítico de

to mundial. Uma manifestação artísti-

Nascido em Rondônia, tornou-se po-

arte Edison Da Luz, que lhe forneceu

22

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


F O T O : T A R S O FI G U E I R A

tir desse momento que ele começou a crescer na carreira. Hoje, Jair Gabriel é um dos mais importantes artistas do nosso paÍs. Reconhecido internacionalmente, já participou de diversas exposições nacionais e internacionais. Sua arte já chegou a todos os continentes. Mas, apesar do sucesso, Jair lamenta a escassez de apoio à cultura nacional. Mesmo assim, continua buscando aprimorar cada vez mais a sua arte. Conforme revela: “todo artista encontra inspiração no dia a dia, mas além da inspiração vinda do cotidiano, eu busco inspiração nas minhas raízes, na Floresta Amazônica, nos contos e lendas existentes na região”. E assim ele segue unindo o místico e o lúdico, expressando de maneira rica e intuitiva suas lembranças e sentimentos. o

criatividade único no mundo. A crítica

apresentou diversas técnicas. Jair es-

de artes Matilde Matos tem sido uma

colheu o pontilhismo e, mesmo sem ter

de suas grandes incentivadoras. Logo

estudado ou pesquisado inicialmente

no inicio ao ver seu trabalho disse:

sobre esta técnica, sozinho conseguiu

“Olhe, esse rapaz tem alguma coisa a

chegar a um patamar de excelência e

conquistar aqui na Bahia”. E foi a par-

F O T O : T A R S O FI G U E I R A

o material necessário, assim como lhe

Todo artista encontra inspiração no dia a dia, mas além da inspiração vinda do cotidiano, eu busco inspiração nas minhas raízes, na Floresta Amazônica, nos contos e lendas existentes na região”

Quadros 1» caracois » 50X60cm 2» encanto dos passaros » 50X70cm

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

23


»»» CU LTURA

Edison da Luz 40 anos sobrevivendo de arte

POR: THIAGO PORTUGAL »»» FOTOS: lUCIANO oLIVEIRA IMAGEM E MARCELO GANDRA

O artista plástico Edison da Luz recebeu a equipe de reportagem da Olá revista para um bate papo em seu atelier, no bairro de PATAMARES, em Salvador. Um homem que fala o que pensa, ele não deixa de responder a nenhuma pergunta e, em alguns momentos, chega a ser polêmico. Mas não se engane, Edison é um homem de gestos simples e que fala com a experiência de quem vive, há mais de 40 anos, de sua arte

E

le já começa a en-

cor. Tanto que no vestuário baiano não

cor tem um processo emocional, faz

trevista afirmando

se vê muita cor. O baiano tem vergonha

parte de um movimento de vida, atra-

que “o povo baia-

de se vestir colorido”. Edison diz ainda

vés da cor você pode ter raiva, pode ter

no está tão no sol

que “a cor é a presença da luz, faltou

alegria, a cor é morte, é vida, ela está

que não consegue visualizar mais a

luz, não se tem mais cor”. Para ele, “a

sempre vinculada dentro da gente de

24

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


várias maneiras”. Ele lembra que a cor

teve com o secretario estadual da Cul-

do como pano de fundo a repressão po-

muitas vezes é utilizada no processo

tura, Albino Rubim, na qual sugeriu a

lítica e cultural promovida pela ditadura

de cura de doenças, conhecida como

realização de salões de artes nos mu-

militar implantada em 1964. Existiu até

cromoterapia.

nicípios do interior. “Rubim disse que

1979 e aglutinou a uma estrutura cen-

Segundo da Luz, ao longo de mais

quer fazer, que tem interesse em fazer

tral calcada nas artes plásticas, elemen-

de 40 anos como artista, ele desen-

uma grande documenta da arte baia-

tos de música, dança, teatro e pesquisa

volveu uma linha de trabalho que já

na e até hoje nada”. Da Luz não para

de cunho etnográfico. Sua intenção era

faz parte de sua obra, “uma técnica

por aí. Questiona a utilização do Centro

desenvolver uma estética contemporâ-

muito difícil, que ninguém no mundo

de Convenções e do Parque de Exposi-

nea nas artes visuais a partir da identi-

hoje sabe fazer”. Ao ser questionado

ções, espaços que, segundo ele, pode-

dade cultural brasileira pesquisada nas

de onde vem tanta inspiração para as

riam ser utilizados para exposições de

zonas rurais do Norte e Nordeste. Con-

suas obras, ele afirma que “inspiração

artes, ou para uma feira permanente,

trapunha-se a correntes estrangeiras

é uma balela, não existe inspiração,

aumentando a utilização desses luga-

que então faziam sucesso no circuito

isso aí o homem criou porque não teve

res. O artista nos contou uma ideia

nacional de arte erudita como a Pop Art

nome para dar pra outras coisas. Nin-

que tem para levar para a secretá-

norte-americana. o

guém está inspirado em nada, tudo

ria de Cultura e Turismo de Lauro de

não passa de uma necessidade do seu

Freitas, Márcia Tude: uma documenta

movimento, onde se está inserido. O

de arte dentro do município, para se

»» 1967: IX Bienal de São Paulo

que existe é a consciência trabalhando

saber o que há na cidade. Ele sugere

»» 1969: X Bienal de São Paulo

em sua memória, tudo é recordando,

que seja feito um intercambio cultural

»» 1971: XI Bienal de São Paulo

é fazendo uma mistura que a pessoa

e que a secretária “diga ao povo da ci-

»» 1973: XII Bienal de São Paulo

tem de saber selecionar”. Edison avalia

dade qual a proposta dela, quais são

»» 1974: Bienal Nacional

que viajar pelo mundo ajudou a expan-

os projetos que o município tem na

»» 1978: I Bienal Latino Americana

dir a sua mente, “pois tudo é igual, mas

área da cultura”.

de São Paulo

Ficha Técnica Produção artística e cultural

Edison Benicio da Luz, Bacharela-

Outra opinião controversa do artista

Arte pela Universidade Federal

é afirmar que não faltam espaço nem

da Bahia, é Artista Plástico re-

dinheiro para a cultura, citando o tam-

conhecido internacionalmente,

bém artista plástico Bell Borba para

ganhador de diversos prêmios

ilustrar. Ao ser questionado sobre o

nacionais e internacionais,

assunto ele diz: “Nós temos espaço,

pesquisador nas áreas de Arte

temos incentivo, temos dinheiro para

integrada e Arte Comunitária,

fazer arte, temos tempo, temos tudo. O

abrangendo setores de antro-

problema é a organização política para

pologia, arqueologia, etno-

fazer as coisas”. E continua. “Pergunte

logia e música. Criador do

a Bell Borba se falta espaço. Bell colo-

Centro de Arte Comunitária

ca escultura onde ele quer”. Da Luz cita

em Porto Seguro, Bahia em

um projeto que ele está desenvolvendo

1977; do Movimento MAIS

com o que chama de autofinanciamen-

(Movimento de Arte Integra-

to, para colocar esculturas em toda a

da Social); e do ETSEDRON

orla. “Depois, se o governo quiser, vai

– grupo criado em 1969,

ter que pagar para ficar com a obra”.

no momento conhecido

O artista revela uma conversa que

do e pós Graduado em Crítica de

como Contracultura, ten-

FOTO: MARCELO GANDRA

nada se parece”.

Participou das Bienais de:


»»» CU LTURA

Paulo Mendes e Heloísa Biral apresentam técnica artística milenar POR: VICTOR LIMA »»» FOTOS: MARCELO GANDRA

POR se tratar de uma arte milenar, o Batik se mantêm fiel, sem sofrer mudanças na forma de construção de suas telas, dentro de um processo que exige grande concentração 26

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


H

á mais de 20

convenções e eventos corporativos.

anos, os paulistas

Suas telas já foram vendidas para pes-

eventos como estes. O Brasil precisa

radicados na Bah-

soas famosas, como o ex-presidente

aprender a valorizar seus artistas, sua

ia, Paulo Mendes

americano, Gerald Ford, e o ministro

arte e não valorizar só o que vem de

e Heloísa Biral desenvolvem o batik

de Portugal, Mário Soares. Empresas

fora, já que nosso país exporta tanto”,

em suas telas, cartões postais e folhe-

de grande porte como a Bayer, Nestlé,

afirma Paulo Mendes.

tos. A técnica proveniente da Indoné-

Sadia, Dow Quimical e H. Stern estão

sia consiste em tingimento no tecidos

entre seus clientes, além de lojas de

Ficha Técnica

com cera derretida e materiais coran-

arte em São Paulo e Rio e Janeiro.

Paulo Mendes é natural de São Pau-

tes que proporcionam um resultado

Com criações bem brasileiras,

lo e aprendeu batik em 1970, na Wal-

impressionante e rico em detalhes e

Paulo Mendes informa que a inspira-

dorf Schule, escola antroposófica de

cores. A principal característica do ba-

ção artística está no cotidiano, na ob-

Ruldolf Steiner, cuja filosofia é ensinar

tik é o efeito singular produzido pela

servação de paisagens, monumentos

as matérias convencionais através das

cera, que ao se partir em alguns luga-

históricos, acontecimentos e aspectos

técnicas artísticas. Premiado, o artis-

res cria um craquelê no desenho (apa-

religiosos. Durante a carreira, os ar-

ta tem exposto e organizado vários

rentes rachaduras ou ressecamentos)

tistas conquistaram prêmios no Salão

eventos no Brasil e no exterior. Paulo

resultando na simulação de um enve-

de Artes Plásticas de algumas cidades

também é o autor do curta-metragem

lhecimento do objeto com, graça, bele-

como Embu, Vale do Paraíba, Taubaté

“Sinfonia do Alto Ribeira”, estrelado

za e luxo. O batik é feito manualmente,

e no Salão Nacional de artes plásticas.

pelo músico Hermeto Pascoal.

o que proporciona originalidade no tra-

O casal aborda também a dificuldade

Heloísa Biral é natural de São Pau-

balho artístico. Tudo que tenha como

de se vender artes. A falta de incenti-

lo. Licenciada em artes plásticas pela

suporte o tecido, como: quadros, can-

vo, de espaço e de um local de expo-

Fundação Armando Alvares Penteado

gas e lenços pode ser utilizado para

sição dificultam o comércio de peças.

(FAAP-SP), aprendeu a técnica do ba-

pinturas.

“Em outros estados, como Rio de

tik em Florença, em 1977. Heloísa vem

Além de cidades brasileiras, o ca-

Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo

expondo seus trabalhos no Brasil e em

sal expôs seus trabalhos nos Estados

existem locais para os artistas expo-

países como Portugal, França, Itália,

Unidos e países Europeus como, Ale-

rem e venderem seus trabalhos, como

Suíça e Áustria. Atualmente, tem se de-

manha, Suíca, França Itália e Portugal.

feiras de artes e exposições em praças

dicado a crianças e pessoas com mais

Recentemente, os artistas fizeram ex-

públicas. Infelizmente em Lauro de

idades, ensinando-lhes arte através da

posições em congressos, centros de

Freitas e na Bahia não existem muitos

pedagogia de Waldorf.

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

27


»»» CU LTURA

Escritor Levi Wenceslau

CADEIRA ELÉTRICA MEMÓRIAS DE QUEM SOBREVIVEU POR: CARLOS RIBEIRO »»» FOTOS: Marcelo Gandra

Livro de Levi Wenceslau foi lançado no dia 2 de maio, no Teatro Eva Herz - Livraria Cultura do Salvador Shopping, com palestra do autor, participação dos escritores Edson Lodi e Carlos Ribeiro, membro da Academia Baiana de Letras, e apresentações dOS musicOS Margareth Menezes, Flávia Wenceslau e Celo Costa E poesias de Jackson Costa

O

livro de estreia de Levi

bate-papo especial do autor do livro

Wenceslau chega às

com os escritores presentes. Além da

Os livros estão sendo vendidos na

livrarias cercado de

participação da plateia. Com o públi-

Livraria Cultura do Salvador Shopping

grandes expectativas

co estimado em 400 pessoas foram

ou através do e-mail cadeiraeletri-

e excelentes referências. Com a pro-

vendidos mais de 200 livros na noite

ca@hotmail.com.br.

dução de Talita Magalhães, o lança-

do lançamento, sendo que boa parte

mento foi marcado por um espetácu-

do público já tinha adquirido o exem-

SOBRE o livro

lo que mesclou música, poesia e um

plar anteriormente, sucesso que co-

O livro, além de uma dramática histó-

28

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

meçou através das redes sociais.


físico. [Levi questiona a utilização de eufemismos, a exemplo de portador de necessidades especiais, entendidas por ele como “nomenclaturas que tentam amenizar o impacto das palavras deficiente físico” e não correspondem à realidade da pessoa nessas circunstâncias]. Em suma, Cadeira elétrica trata da historia real de Levi Wenceslau, um jovem que se torna tetraplégico no dia de seu aniversário de 23 anos, em um acidente automobilístico provocado por um animal morto na BR-101 (Recife - João Pessoa, dando inicio a um calvário de muita dor, mas também crescimento e superação. O livro mosem pé: Edson Lodi, Carlos Ribeiro, Rafael Topázio, Heloísa Wenceslau, Açucena no colo, Fávia Wenceslau, Margareth Menezes, Talita Magalhães, Celo Costa e Jeferson Souza Na cadeira: Levi Wenceslau Abaixados: Felipe Wenceslau, Moíses Pinto, Jackson Costa, Roberto Amorim e Frabrício Rios.

tra as experiências pelas quais passou

ria de superação, é também uma obra

son Lodi, para quem, “Ainda que o tema

tos de duração, sinais que se apresen-

que, segundo o escritor Carlos Ribeiro,

seja dramático, a prosa de Levi prende

taram desde a infância do que estaria

que assina o texto das “orelhas”, aten-

o leitor pela fluência e elegância com

em seu destino, dois nascimentos, o

de à exigência básica do poeta alemão

que se desenvolve. Linguagem simples

original e depois do acidente, além de

Rainer Maria Rilke (1875-1926), quan-

e escorreita, revelando momentos de

uma leitura envolvente que traz uma

do este diz que “Uma obra de arte é

finíssima poesia, que, mesmo em mo-

boa quando nasceu por necessidade”

mentos de quase desespero, não foge

narrativa com muitas lições de vida. o

e que justamente “Nesse caráter de

à realidade, ao equilíbrio. Essa per-

origem está o seu critério – o único

cepção é essencial para a exata com-

existente”.

preensão do aqui e agora, para receber

“Ao ler o livro de Levi Wenceslau percebi, com grande intensidade, o

durante as três paradas cardíacas que sofreu, uma delas de mais de 20 minu-

prod u T O R A Ta l i t a M aga l h ã es 71 8862 3367 t a l i t a _ maga l h aes @ h o t ma i l . com

o estímulo fundamental – o reinventar da vida, o sorrir”.

quão desnecessária é a maioria dos livros que abarrotam as livrarias. Muito

LIÇÕES DE VIDA

poucos expressam uma necessidade

Outra característica marcante do livro

tão vital, manifestada em uma lingua-

é a multiplicidade de níveis de leituras

gem elegante que prima pela fluência,

que ele proporciona ao leitor. Multiplici-

clareza, lirismo, criatividade e precisão,

dade que engloba questões espirituais,

características do texto de um verda-

transcendentes e, mesmo, “sobrena-

deiro escritor. Sem falar do seu refina-

turais”, mas também uma vigorosa

do senso de humor”, diz Ribeiro, que

denúncia das péssimas condições de

é também professor de jornalismo da

atendimento nos hospitais públicos,

Universidade Federal do Recôncavo da

e, sobretudo, do despreparo do poder

Bahia e membro da Academia de Le-

público e das pessoas, em geral, em re-

tras da Bahia.

lação às necessidades básicas de so-

A opinião é compartilhada por Ed-

brevivência e mobilidade do deficiente Jackson Costa

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

29


»»» M O D A E B E LE Z A

Moda para gestante POR: LORENA SÁ »»» FOTOS: estúdio artis

gravidez é uma dádiva a qual todas as mulheres sonham e muitas delas só se dizem realizadas depois de descobrir o amor incondicional entre mãe e filho. É uma fase sublime, mas de grande modificação no corpo

C

om o novo biotipo, a

mulheres mesmo no período de gesta-

de mercado e jovens talentos, como é o

palavra chave no que-

ção querem continuar bem vestidas,

caso da estudante de Design de moda

sito roupas é CONFOR-

sem perder o estilo.

Larissa Iten Gomes, que para o seu

TO, mas o universo de

No mercado baiano este nicho ain-

trabalho de conclusão de curso está

moda gestante vai além das peças

da é pouco explorado, porém vem des-

desenvolvendo uma coleção com 30

coringas: leggings, calças e shorts com

pertando interesse em diversas mar-

peças que fujam do óbvio e que tragam

elástico, vestidos e blusas amplas. As

cas, como a Martenalle com 10 anos

referências de moda e tendências para

30

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


esse público. “O grande desafio das marcas que trabalham no segmento é criar peças adaptáveis e confortáveis para as futuras mães e que, ao mesmo tempo, sejam elegantes e com informação de moda, sem a cara de “roupa de grávida” previsível”, diz a universitária. Na Artis – Estúdio Criativo, os ensaios fotográficos para gestantes são vistos por uma ótica peculiar, despertando a sensibilidade e retratando as emoções deste momento mágico. Há toda uma preocupação com o bem estar e conforto da futura mamãe, onde a produção de moda preza pela individualidade a cada ensaio, agregando as tendências com muita atitude e personalidade, para que elas continuem lindas, charmosas e fashion, demonstrando o carinho e amor pelo futuro membro da família. o

O grande desafio das marcas que trabalham no segmento é criar peças adaptáveis e confortáveis para as futuras mães e que, ao mesmo tempo, sejam elegantes e com informação de moda, sem a cara de “roupa de grávida” previsível” www.olarevista.com.br »»» junho 2013

31


»»» C O MP O RTA M ENT O

Maternidade Ativa CRIA FILHOS SEGUROS POR: Luisa Torreão »»» FOTOS: Priscila Costa Pinto E ESTÚDIO ARTIS

Desmamar precocemente, terceirizar os cuidados, dormir separado, deixar chorando para acostumar. Conselhos do tipo não faltam em livros escritos para mães dispostas a “adestrar” os filhos para a independência. Diante da acelerada rotina que se vivencia hoje, é assim que os bebês estão sendo criados, afinal

R

emando contra essa

emoções, bem como com a busca pelo

maré, no entanto,

conhecimento da fisiologia do parto.

Enquanto bebês, o quarto é compartilhado com os pais. Mamadeira de

de

Mas nem sempre é assim. “Pode e

leite artificial, eles nunca viram. Fralda

mães vêm buscan-

seria maravilhoso que começasse na

descartável o mais velho até usou, po-

do uma forma de criar os filhos com mais

gravidez, mas é importante ressaltar

rém o menor sequer sabe o que é. Usa

afeto para torná-los adultos emocional-

que não é o único caminho. Muitas ve-

apenas fraldas ecológicas de pano,

mente seguros, exercendo a maternida-

zes, a mulher só se dá conta que pode

desde que nasceu – versões modernas

de de maneira ativa e consciente. Na

exercer uma maternidade ativa depois

da antiga calça enxuta.

prática, significa um resgate ao instinto

de muitos tropeços. Às vezes, só o

Tudo isso é apenas uma parte das

maternal, evitando padrões de compor-

próprio puerpério [pós-parto] é capaz

opções que Clesia fez para os filhotes.

tamento baseados em meras conven-

de mexer profundamente com falsas

O mais importante na criação é afeto,

ções e pressões sociais.

crenças que a mulher traz consigo”, diz

entrega, dedicação, presença física.

outra

parcela

“Não posso dizer que é sempre lin-

Carolina. Foi assim com ela, ainda no

“Acho que toda ou quase toda mãe

do, temos muitos dias difíceis, mas vi-

nascimento da primeira filha. Precisou

sente essa vontade de estar sempre

ver intensamente a maternidade é um

passar por uma cesárea desnecessária

perto e que é mais que natural, mas

presente, uma oportunidade única de

para compreender como deveria viven-

um monte de coisas da vida moderna,

reflexão sobre nossas escolhas, sobre

ciar a experiência de ser mãe. Hoje, ten-

bem como alguns métodos, acabam

o mundo. A maternidade ativa foi uma

do parido o segundo filho de forma natu-

por afastar as mulheres dessa vonta-

porta para uma nova vivência que me-

ral, sabe que escolheu o caminho certo.

de”, diz Clesia. O psicólogo Alexandre Coimbra

xeu em todos aspectos da minha vida”, afirma Carolina Lube, mãe do recém-

Presença física

Amaral explica que essa vontade natu-

nascido Cauê, de 1 mês, e de Sophia,

A maternidade ativa é também exerci-

ral nasce do vínculo estabelecido entre

de 4 anos.

da por Clesia Miranda com seus dois

mãe e filho desde o nascimento. “A

Para algumas mulheres, a postura

filhos – Arthur, de 3 anos, e Theo, de

mãe é sentida pelo filho como parte in-

ativa pode começar ainda na gravidez,

7 meses. Sem babá em casa, ela e o

trínseca dele. Ele, enquanto bebê, não

com a tomada de consciência dos pro-

marido se dividem nos cuidados dos

consegue compreender que são duas

cessos por que passam o corpo e as

pequenos.

entidades separadas. Por isso, vive a

32

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


Foto:Priscila Costa Pinto Modelos: a mãe Carolina Lube com a filha Sophia e o filho Cauê

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

33


»»» C O MP O RTA M ENT O

F O T O : E S TÚ D I O A R TI S m O D E L O : C A R O L F A LK

34

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


Se a vida está corrida, temos que abrir mão de outras coisas em nosso pouco tempo livre para dar a eles o que eles mais precisam: a nossa presença genuína, vívida, cheia de vontade de estar ali”

separação com tanta angústia e o dis-

dade. Clesia Miranda também pensa

tanciamento com tanto choro”.

forma tão vertiginosa”, afirma.

assim. Para ela, a importância da mãe

Clesia é uma que não abriu mão

Segundo ele, a mãe que também

é fundamental nos primeiros anos,

da vida profissional mas, em compen-

sente essa distância com angústia

já que é o momento em que a crian-

sação, trabalha em um horário pouco

está bem do ponto de vista da vincu-

ça está formando a personalidade.

usual. “Fico fora de casa por seis ho-

lação. “Nós não nos vinculamos aos

E, afinal, ninguém melhor que a mãe

ras, num período que quase ninguém

nossos filhos porque é bom para eles,

para transmitir valores e conhecimen-

gostaria, porque é das 16h às 22h. Fiz

mas porque nós também precisamos

to.“Estar presente fisicamente é um

isso para poder ficar a maior parte do

deste vínculo para nos transformar-

dos fatores principais dessa relação.

tempo com meus filhos. Posso passar

mos em pais”.

E eu não acredito que somente umas

o dia quase inteiro com eles, cuidando,

Pelo menos, assim deveria ser, não

horinhas com qualidade vá suprir isso.

educando”, conta.

fosse a urgência do mundo moderno.

Criança precisa de qualidade, mas de

Na casa dela, ajudantes além de

Criar filho deixou de ser prioridade. Pre-

quantidade também. Porque ela preci-

pai e mãe, só se não houver jeito. “Nos

sença física já não é o mais importan-

sa de tempo para aprender, entender,

revezamos nos horários para estarmos

te. A justificativa é que qualidade supe-

sentir-se segura de suas escolhas”,

sempre com eles a maior parte do tem-

ra quantidade. Será?

considera.

po possível, acompanhar o crescimen-

Não é o que diz Alexandre, pai de

to, o desenvolvimento, passar seguran-

dois filhos, com um terceiro a caminho.

Profissão

ça para eles. É cansativo? Sim, e muito!

“Esta distorção de que é possível me-

Para Alexandre, é importante dizer que

Mas pensamos que o futuro deles será

diar a falta de quantidade pelo excesso

não se trata de abrir mão da carreira e

bem melhor assim, se forem cuidados

de qualidade é uma falácia. Filho quer

dos estudos, mas de reavaliar o estilo

e educados por nós”.

e precisa de muita mãe e de muito pai”.

de vida. “As mulheres que ainda não

O marido fica com os meninos à

De acordo com ele, não é porque

compreendem o movimento de huma-

noite, enquanto ela não chega em

passamos a estar mais tempo fora de

nização acham que humanizar a ma-

casa. “Mas claro que para isso precisa-

casa, priorizando as demandas profis-

ternidade é negar as conquistas femi-

mos abrir mão de muitas coisas, pois

sionais e pessoais, que os filhos pas-

nistas quanto à vida profissional. Mas,

a renda acaba ficando menor já que

saram a precisar de menos quantidade

ser uma mãe com preceitos humanis-

trabalho menos, mas abrimos mãos de

de mãe e pai.

tas é repensar a voracidade com que

coisas materiais, coisas que para nós

as mulheres vêm lidando com a vida”.

não são tão importantes quanto estar

“Se a vida está corrida, temos que abrir mão de outras coisas em nosso

O tempo da maternidade é o tempo

pouco tempo livre para dar a eles o que

da entrega, ou, como define o psicólo-

Ela complementa: “Eles podem até

eles mais precisam: a nossa presença

go, da guiança pelas necessidades do

não ter o brinquedo caro, a roupa cara,

genuína, vívida, cheia de vontade de

bebê. “Para viver isso, é necessário

a gente nem sempre viaja nas férias,

estar ali”, afirma o psicólogo, fundador,

desacelerar para sentir. Não se sente

mas eles têm o mais importante que é

junto com a esposa, do Grupo Rodaviva

a potência que a experiência materna

a nossa presença e amor constante na

de apoio a gestação, parto e materni-

pode dar à mulher quando se vive de

vida deles”. o

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

perto e cuidar dos nossos filhos”.

35


»»» C O MP O RTA M ENT O » » » CAPA

JUVENTUDE

FAMÍLIA É PEÇA CHAVE NO ENFRENTAMENTO ÀS DROGAS POR: Luisa Torreão »»» FOTO: Estúdio Artis »»» ILUSTRAÇÃO: CAMILO CUNHA

Aos 16 anos, Mirian Souza Fonseca já viu muitos colegas percorrerem um caminho de onde poucos conseguem voltar

J

ovens que, como ela, te-

maioria das vezes, o problema também

riam tudo para estar es-

começa ali, no seio do lar. E não é só

tudando, se divertindo,

uma questão de periferia.

não fossem as drogas

Arraigada em toda sociedade, tor-

capazes de mudar tantos destinos.

na-se visível o quanto a droga está

“Via colegas saindo e todo mundo be-

corroendo famílias de classes média

bendo, logo começando a usar outras

e alta, fazendo escravos longe das fa-

coisas. Isso me incomodava muito”,

velas. “Está em todos os lugares, não

conta a garota, que decidiu transformar

importa o nível social. O traficante

a realidade à volta dela fazendo parte

não é mais o bandido mal encarado.

de um projeto social de enfrentamento

Pode ser um colega de escola, do con-

às drogas, o Travessia Cidadã.

domínio”, alerta a terapeuta familiar

Parte do Programa Conjunto da Or-

Carmélia Musse.

ganização das Nações Unidas (ONU)

O inimigo, dentro da própria casa,

Segurança com Cidadania, o projeto

pode ser sutil. “Normalmente, as situa-

acontece em Itinga, o maior e mais po-

ções já estão na família, com a presen-

puloso bairro do município de Lauro de

ça do cigarro ou a associação do prazer

Freitas (Grande Salvador), com quase

com a bebida. As drogas lícitas estão

90 mil habitantes, dos quais 41,7%

expostas para o jovem desde cedo, as

têm idade entre 10 e 24 anos.

receitadas também”, diz Carmélia.

Com alto histórico de violência e

A psicóloga Vera da Ros, consultora

uso indiscriminado de drogas – 62%

do Escritório das Nações Unidas sobre

dos moradores admitem conhecer al-

Drogas e Crimes (UNODC), concorda.

gum usuário –, não é à toa que a lo-

“O cafezinho para acordar, o chá para

calidade foi escolhida para trabalhar

acalmar, a cervejinha no fim de sema-

a prevenção ao consumo juvenil de

na e muitas outras drogas estão arrai-

álcool e outras substâncias químicas.

gadas aos costumes de todas as cama-

Prevenção esta que deve ser iniciada

das e níveis socioeconômicos”, elenca.

dentro de casa. A questão é que, na

“Vivemos em uma civilização quími-

36

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


ca. Há toda uma cultura condicionada para o uso das drogas. Elas funcionam como uma válvula de escape. Primeiro, proporciona um sensação de prazer e tranquilidade. Depois, aparece a depressão, a tristeza, a dor e o sofrimento”, reforça Carmélia. Ainda assim, a descoberta por parte dos pais é sempre uma surpresa. “O que acontece é colocar a culpa lá fora, nos amigos. A família não percebe a sua responsabilidade – a mãe que trabalha o dia inteiro, o pai que está ausente ou dá pouca atenção”, afirma. A terapeuta ensina que, para solucionar o problema, o melhor caminho é não se fechar, mas buscar auxílio, seja na religião, na medicina, na terapia ou mesmo entre os próprios familiares. De acordo com ela, a família precisa se capacitar para saber falar com o jovem sobre as drogas. “Não se deve aterrorizar, nem adianta chegar com o sermão pronto. Tem que haver diálogo, não monólogo”. Carmélia ressalta que os pais precisam prestar atenção nos filhos, amigos e escola, bem como oferecer constantemente carinho e atenção, sem ter medo de dizer não, quando necessário. “Não dá para ser permissivo, nem autoritário demais”.

Álcool Para Cleide Rezende, secretária executiva do Projeto Travessia Cidadã e moradora de Itinga, é justamente a falta de estrutura familiar, aliada à falta de informação e instrução, a maior dificuldade percebida nos trabalhos com a comunidade. “E normalmente só se pensa nas drogas ilícitas, mas a gente sabe que o álcool está acabando com os jovens. Educação é a solução para isso”, diz. O Documento Final de Diagnóstico

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

37


»»» C O MP O RTA M ENT O » » » CAPA Institucional da ONU confirma que o

entre outros. “Mas não adianta pensar

consumo abusivo e a glamorização da

só no jovem, se não trabalhar a famí-

bebida alcoólica estão amplamente di-

lia”, enfatiza.

fundidos no bairro de Itinga. “O usuário do álcool não se acha

Escola

um dependente. Já começa o proble-

A representante da Secretaria Muni-

ma assim”, admite Fátima Carvalhal,

cipal de Educação Isa Croesy acredi-

representante da Secretaria Municipal

ta que a droga é uma preocupação

da Saúde, para quem a conscientiza-

pertinente a todos. “Nas escolas, nas

ção é peça chave na prevenção.

famílias, em todas as instâncias, trata-

Vera da Ros afirma que o aumen-

se de uma realidade muito próxima. O

to do uso de drogas legais entre os

jovem hoje, se não usa, já conviveu ou

jovens traz graves consequências às

soube de alguém que usou”.

condições de saúde física e psíquica,

Para Isa, a escola não pode jamais

notadamente pela infecção por HIV e

estar de fora do processo de enfrenta-

hepatites virais.

mento às drogas. “Ela tem um papel

“Há uma tendência de uso de ál-

muito grande, principalmente devido à

cool e outras drogas cada vez mais

ausência dos pais. Lá são despejados

cedo, bem como altas prevalências do

todos os problemas sociais”, alega.

uso de álcool. Esta situação apresenta-

Representante colegiada do Traves-

se mais grave quando se consideram

sia Cidadã e coordenadora do projeto

as consequências danosas, por exem-

Mérito Juvenil (premiação internacio-

plo, na vida afetiva, familiar e social,

nal que valoriza atividades realizadas

além dos prejuízos à saúde nessa po-

por jovens), Leide Manuela Santos

pulação”, diz.

acredita no protagonismo juvenil como

Segundo Fátima Carvalhal, em Lau-

forma de enfrentamento.

ro de Freitas, o enfrentamento vem

“A valorização dos jovens, com

sendo realizado com palestras, capa-

ações que deem visibilidade para eles,

citações, feiras, atendimentos de rua,

é uma forma de contribuir para reduzir

Carmélia Musse,terapeuta da família

38

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


a participação na criminalidade. É pre-

dando certo é a constatação da redu-

ciso manter os jovens ocupados com

ção de 50% no número de homicídios

coisas positivas”, defende.

em Itina, no primeiro trimestre deste

As causas que levam às drogas

ano. A meta é reduzir em 30% a taxa

são muitas. Ausência de espaços para

geral de assassinatos de jovens de 15

lazer, despreparo para o mercado de

a 24 anos, até 2016.

trabalho, evasão escolar e desestru-

A estimativa do Programa é de que

tura familiar estão entre os principais

cerca de duas mil pessoas já tenham

fatores apontados no Documento Final

participado de cursos de capacitação,

de Diagnóstico Institucional, produzido

palestras, oficinas e outras ações, des-

pelo Programa Conjunto da ONU.

de setembro de 2012.

Trata-se, portanto, de um problema multifatorial, cujo enfrentamento deve

PROGRAMA DA ONU

ser conduzido levando em conta os

Prevenir a violência, criando ambientes

diversos aspectos – pessoais, sociais,

mais seguros e saudáveis para jovens

econômicos, culturais etc.

entre 10 e 24 anos, em condições vul-

A via é de mão-dupla. “Nos mesmos

neráveis. Esse é objetivo do Programa

domínios da vida nos quais se encon-

Conjunto da ONU Segurança com Cida-

tram os fatores de risco, encontraremos

dania. As ações estão sendo realizadas

os de proteção: indivíduo, família, esco-

em três áreas geográficas específicas,

la, pares, comunidade, sociedade”, ga-

escolhidas por meio de um edital públi-

rante a psicóloga Vera da Ros.

co, que recebeu mais de 82 inscrições

É justamente o que vem buscando

de várias regiões metropolitanas do

colocar em prática o Programa Conjunto

país. São elas: Bairro Itinga, em Lauro

da ONU Segurança com Cidadania, e por

de Freitas (BA); Região Nacional, em

meio dele o projeto Travessia Cidadã.

Contagem (MG); e Região Administra-

Implantado desde 2011 em Lauro de Freitas, o Programa tem a proposta

tiva VII - São Pedro, em Vitória (ES). o Fonte: ONU

de prevenir a violência fortalecendo o papel do cidadão e da comunidade. Por meio de ações diversas, reúne instâncias de educação, saúde, comunicação, cultura, lazer e segurança pública. Exemplo disso são as Feiras de Convivência e Segurança Cidadã, rea-

NÍVEIS DE ENVOLVIMENTO COM AS DROGAS Nível 1 - Uso por curiosidade experimentações pontuais Nível 2 - Uso ocasional quando o local e a companhia favorecem

lizadas de abril a junho, em Itinga, re-

Nível 3 - Uso habitual sempre que repete determinada ação

unindo atividades artísticas, oficinas e

Nível 4 - Uso dependente

oferta de serviços públicos.

já não tem controle do uso

Um prova de que a mobilização vem

Fonte: Carmélia Musse, terapeuta da família

Normalmente, as situações já estão na família, com a presença do cigarro ou a associação do prazer com a bebida. As drogas lícitas estão expostas para o jovem desde cedo, as receitadas também” www.olarevista.com.br »»» junho 2013

39


»»» U t i l i d ad e Pú bl i c a

V a n d e r S a n t o s ( p r e s i d e n t e d a A S P D E LF ) t e n t a n d o s u b i r a c a l ç a d a

Acessibilidade

O direito de ir e vir garantido pela Constituição Federal POR: VICTOR LIMA »»» FOTOS: MARCELO GANDRA

A acessibilidade deve garantir que as pessoas com deficiências ou com mobilidade reduzida possam circular e se movimentar pelos espaços da cidade de forma plena e livre de barreiras

O

direito de acesso ao

que ainda se vê é a existência de inú-

presidente da Associação das Pessoas

meio físico, sobretudo

meras barreiras físicas que impedem

com Deficiência de Lauro de Freitas

para as pessoas com

que essas pessoas usufruam do direito

(ASPDELF), tem procurado junto ao

deficiência ou mobilida-

fundamental de se locomoverem livre-

poder público municipal, estadual e so-

de reduzida foi assegurado na Consti-

mente pelas calçadas, praças, edifica-

ciedade civil organizada, contribuições

tuição Federal brasileira e em diversas

ções públicas e de uso coletivo.

para melhoria das condições de vida

normas infraconstitucionais. Porém, o

40

Por este motivo, Vander Santos,

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

que garantam autonomia e mobilidade


para os cidadãos que sofrem de algum tipo de deficiência física. Segundo ele, Lauro de Freitas tem avançado no que diz respeito às questões de promoção da acessibilidade, contudo a necessidade de uma continuidade e empenho do poder público para atender esta parte da população requer mais atenção. “Nós os cadeirantes sofremos muito quando nos locomovemos pela cidade, simplesmente porque um pequeno degrau torna-se às vezes uma muralha. Hoje o município não tem uma quantidade boa de rampas nas vias públicas, fazendo com que a gente divida os espaços com os automóveis no asfalto. São poucas as edificações públicas que têm o acesso fácil, mas tanto a gestão anterior, quanto a atual vem se preocupando com a situação”, ressalta. Ainda segundo o presidente da ASPDELF, o município tem duas ferramentas muito importantes, o Plano Municipal de Direito da Pessoa com Deficiência, e o Conselho Municipal do Direito das Pessoas com Deficiência Física, que apontam como grandes conquistas para os as pessoas com mobilidade reduzida na cidade. Porém, é necessário que as secretarias se comprometam, principalmente a Secretaria de Infraestrutura do Município (SEINFRA), que até então, em suas edificações não contemplam um plano de acessibilidade. Santos também cita que outras secretarias não são acessíveis, a exemplo da Secretaria de Educação de Lauro de Freitas. O governo federal estabeleceu prazo para que as edificações públicas de uso coletivo e privado sejam adequadas à lei 10.098 de 2000, que prevê normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. O fato é que este prazo se estendia até o ano de 2007, e infelizmente alguns órgãos públicos e privados ainda não regularizaram seus espaços para que as pessoas com mobilidade reduzida adentrem aos seus prédios com mais facilidade. O presidente da ASPDELF informa também, que a associação apresentou alguns projetos à prefeitura como o “Praia para Todos”, que cria a primeira praia acessível de Lauro de Freitas e o “Rota Acessível”, que prevê em concordância com a SEINFRA, o mapeamento de trechos com rampas e estrutura que facilitem a locomoção de cadeirantes e pessoas com qualquer tipo de dificuldade de mobilidade. “A prefeitura quer fazer, mas ela prioriza outras questões. Cabe a nós do movimento, fazer essa cobrança, como venho fazendo ao longo do tempo. As ações vêm acontecendo, porém ainda com lentidão, e, às vezes de forma equivocada, como a rampa construída no Anexo da Câmara de Vereado-

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

A maioria dos Pontos de ônibus sem estrutura para cadeirantes

41


»»» U t i l i d ad e Pú bl i c a res. Hoje a rampa é totalmente inacessível”, acrescenta. De acordo com o Secretário André Luis, existe na SEINFRA, em relação à execução de obras, um projeto que irá urbanizar e pavimentar as ruas não pavimentadas, pensando-se em rolamento para veículo, passeio, meio fio e drenagem. A secretaria também está desenvolvendo projeto para requalificação do centro como um piloto para questão da mobilidade urbana. O intuito é modificar vias e reestruturar o sistema viário, para que ruas estreitas sem passeios sejam transformadas em calçadão. “Onde pudermos vamos alargar os passeios e criar rampas de acessibilidade para travessia de um passeio ao outro. Além disso, estamos também com um projeto de recapeamento das vias, que hoje estão em condições precárias, ou seja, a vida útil já está no fim, tem vias que não tem como fazer mais tapa buracos. Também estamos criando um padrão de passeio, observando a qualidade, o concreto bem acabado, sem ressaltos, sem declividades muito grandes, para uma melhor segurança no andar”, afirma o secretário de Infraestrutura do município. Ainda segundo ele, a mobilidade também passa pela questão do transporte público e por isso deve-se conectar a pista com passeio, com equipamentos públicos, com praças e pontos de ônibus. O novo modelo de sistema viário deve conectar estes pontos para que haja melhores condições de trânsito para o cadeirante. O secretário informa também que este planejamento como um todo, está sendo feito pela Secretaria Municipal de Planejamento (SEPLAN).

42

Alguns pontos da cidade já contemplam a acessibilidade, como no fim de linha de ônibus no centro

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


Alguns órgãos municipais e estaduais têm abraçado a causa da promoção da acessibilidade no município junto à ASPDELF, como a Superintendência Estadual de Direito da pessoa com Deficiência, órgão da Secretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), representada pelo superintendente Alexandre Barone e pela diretora de acessibilidade Marília Cavalcante, e a coordenação de reabilitação da Secretaria Municipal de Saúde na figura de Tito Coelho, que em parceria com a SEINFRA se propôs estar presente nas execuções do projeto. Segundo o IBGE de 2010, existem pelo menos 42 mil pessoas com qualquer tipo de deficiência no município. Em levantamento feito pelo presidente da ASPDELF, há no mínimo 30 cadeirantes, hoje, só no bairro de Portão. Caso houvesse hoje um mapeamento no município, seriam constatadas pelo menos 300 pessoas que utilizam a cadeira de rodas em Lauro de Freitas. No dia 24 de abril, o prefeito Márcio Paiva e o secretário de Infraestrutura André Luis visitaram a região de Quintas do Picuaia para vistoriar uma série de obras, que segundo

Secretário municipal da Infraestrutura, André Luis

o secretário, considerará a questão da mobilidade urbana na localidade. Serão investidos cerca de R$ 12,7 milhões em pavimentação, e outras questões como micro e macro

Praia para Todos

drenagem do Rio Picuaia e obras de esgotamento sanitá-

A praia acessível vem crescendo no cenário na-

rio, iluminação pública e projetos socioambientais, além da

cional. Estados como Rio de Janeiro, São Paulo

construção de uma creche, uma quadra poliesportiva e um

e Paraná implantaram o projeto em sua orla e

galpão de triagem de resíduos sólidos em convênio com o

calçadões. Para o funcionamento do projeto é ne-

Governo Federal. o

cessário que haja na praia uma esteira, uma área protegida com toldo de apoio e pessoas para ajudar na transferência da cadeira de rodas para a cadeira anfíbia, tudo isso para que o cadeirante possa atingir o mar e usufrua do oceano.

Rota Acessível Alguns trechos já foram definidos pela ASPDELF junto com a SEINFRA começando pelo terminal de ônibus do Centro de Lauro de Freitas em direção à saída que se estende até a Secretaria de Esporte do município, passando pelo correio. Já existe no município uma rota acessível, com mais ou menos nove rampas próximo à Secretaria de Esporte, à Secretaria de Assistência Social e ao Restaurante Popular, até a Estrada do Coco, passando por baixo Dificuldade de locomoção na maioria das ruas e calçadas do município

do viaduto.

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

43


»»» U t i l i d ad e Pú bl i c a

CURSOS DE CULINÁRIA PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA

DATA/HORA

CURSOS

INSTRUTOR

VALOR

03/JUNHO 13:00 às 17:00 h

(5 sobremesas feitas em sala e mais receitas brindes)

SOBREMESAS RÁPIDAS E PRÁTICAS

Lígia Varella

R$ 45,00

Sônia Mattos

R$ 45,00

Sônia Mattos

R$ 45,00

Rismarães Lemos

R$ 45,00

Rismarães Lemos

R$ 40,00

Mércia Costa

R$ 45,00

Rismarães Lemos

R$ 40,00

TORTAS E BOLOS TÍPICOS PARA SÃO JOÃO

Sônia Mattos

R$ 48,90

TÉCNICAS DE CONGELAMENTO

Roberto Mazzali Chef Italiano

R$ 40,00

CULINÁRIA JAPONESA

Pedro Simões

R$ 80,00

Rismarães Lemos

R$ 45,00

BOLO DECORADO

Amanda Costa

R$ 45,00

FÁBRICA DE TORTAS MÓDULO II (CURSO PROFISSIONAL)

Mércia Costa

R$ 150,00

Pedro Simões

R$ 60,00

04/JUNHO 13:30 às 17:30 h 05/JUNHO 13:00 às 17:00 h

PÃES INTEGRAIS (MÓDULO II) SALGADOS DE FORNO

(3 salgados feitos em sala e mais receitas e dicas)

06/JUNHO 08:30 às 12:00 h

CREPES DOCES E SALGADOS

06/JUNHO 13:30 às 17:00 h

PIZZAS ,(MASSAS E RECHEIOS)

07/JUNHO 13:00 às 17:00 h 08/JUNHO 08:30 às 12:00 h

BOLO DECORADO

(Pasta americana, o aluno leva o bolinho para casa)

PIZZAS ,(MASSAS E RECHEIOS)

10/JUNHO 10:00 às 16:00 h

(5 sobremesas feitas em sala e mais receitas brindes)

11/JUNHO 09:00 às 16:00 h

(2 receitas feitas em sala e mais todas as técnicas de congelamento)

13/JUNHO 13:30 às 17:00 h

Pratos Frios

14/JUNHO 13:30 às 17:00 h

CREPES DOCES E SALGADOS (Pasta americana, o aluno leva o bolinho para casa)

17 e 18/JUNHO 13:30 às 17:30 h

(5 Tortas 10 recheios e muitas dicas)

PRATOS QUENTES DA CULINÁRIA JAPONESA

Local: Av.Dorival Caymmi,601 Itapuã Contato: Vanessa Bellini

44

Mestre em cozinha Natural Mestre em cozinha Natural Chef de Cozinha Chef de Cozinha Chef Patissiere Chef de Cozinha

Mestre em cozinha Natural

Chef sushi Man

15/JUNHO 08:30 às 12:00 h

19/JUNHO 13:30 às 17:30 h

Chef Patissiere

Chef de Cozinha Chef Patissiere Chef Patissiere Chef sushi Man

Tel: 71 3497-7220 | 9139-6227 cursos@novamercantil.com.br | www.labelliniconsultoria.com.br

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


O

»»» C L A SS I F ICA D O S » » » g ê n e r os a liment Íc i os


O

»»» C L A SS I F ICA D O S » » » u t i l i d a d e s

46

www.olarevista.com.br »»» junho 2013


www.olarevista.com.br »»» junho 2013

47


O

 C L A SS I F ICA D O S    g ê n e r os a liment �c i os

0RODUTOS FEITOS COM O MAIS ALTO NqVEL DE QUALIDADE ESPECIALMENTE PARA VOCo 4ODOS OS TIPOS DE TORTAS DOCES E SALGADOS PARA O SEU "UFFET

CONHElA NOSSAS DELqCIAS JUNINAS (QFRPHQGDV _ _ _ VDF#GRQDFHLFD FRP EU _ ZZZ GRQDFHLFD FRP EU

RODĂ?ZIO * R$ 17,99 *A noite, rodĂ­zio de pizza R$ 17,99 da direito ao buffet e de carne R$ 21,99 da direito a pizza e ao buffet.

Reservas - 71 3378 4462 | 3378 4697 | www.tchepicanhas.com.br | estrada do coco km 1,5

 Buffet a quilo, aberto todos os dias;  CafĂŠ da manhĂŁ aos domingo;  Agora tambĂŠm, lanches. Av. Praia de ItapuĂŁ, nÂş11, Vilas do Atlântico.

71 3508-1126 48

www.olarevista.com.br  junho 2013


O

»»» C L A SS I F ICA D O S » » » d i v e r sos

3HoDV 2ULJLQDLV

6,1&(

6DOYDGRU _ /DXUR

ZZZ SULQFHVDGDVEDWHULDV FRP EU

www.olarevista.com.br »»» junho 2013

49




Nos meses de maio e junho, fazendo o seu ensaio de gestante, você recebe um presente que vale fotos para o seu bebê.

Registre os melhores momentos da sua vida. casamentos | 15 anos | gestantes | infantil e bebês | eventos | moda | publicidade *Ensaio do bebê em estúdio com direito a 5 fotos entregues em cd.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.