ola você merece o melhor
JSEM OVENS DROGAS “Do envolvimento à superação, família tem papel prioritário”
r e v i s ta Ano 01 »»» nº01 »»» junho 2013
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»»» índice
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f o t o capa - es t ú d i o ar t i s
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C A PA
A OLÁ FAZ UM LEVANTAMENTO DE COMO ESTÁ A RELAÇÃO DOS JOVENS COM O CENÁrio das drogas e como a família vem conseguindo vencer esse problema
6» PO L í TI C A o presi den te da C â mara de V ereado res do M u n i c í pi o de La u r o de F reitas , o vereador G i lmar Oli ve ira rece b e u a equipe da olá para u ma e n trev ista e expl i c ou qu al a f u n ção de u m vereador e de qu e f o rma a p o p u lação pode f i cal i zar o seu tra b al h o
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16» turismo Lauro de Fre itas: C omo explorar o seu pote ncial turíst ico?
8» gastronomia o c h ef Clá udio M atos revela qual o real c o n ce ito da alta g astr onomia
10» E S PO RTE Sta n d u p paddle surf conquista ade p to s em Lauro de Fre itas
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
38 » utilidade p ú b l i ca Entrev istamos Vander S antos, presidente da Associação das Pess oas com Def iciência de Lauro de Fre itas (AS PDELF), para sabermos um pouco mais sobre a questão de acess ibilidade no muniípio
R e g i s t r e com s e n t i m e n t o e a r t e as r i q u e z a s da v i d a
71 8869-3284 | 9314-0313 ht tp://www.facebook.com/celogandr a
»»» E D IT O RIA L
Caro Leitor
Alexandre Rosa Diretor Executivo
Neste contexto, surge a Olá Revista, um veículo multiplataforma linkando o que o empresário tem a oferecer e o que a população de Lauro de Freitas precisa saber para satisfazer suas necessidades imediatas nos principais segmentos – serviços, utilidade pública, saúde e bem estar, moda, cultura, entre outros” 6
O
portunidade é o termo que define o município de Lauro de Freitas, atualmente com mais de 170 mil habitantes, um dos que mais crescem no estado. Localizado ao norte de Salvador, apenas quem conheceu o município há cerca de 10 ou 15 anos, principalmente na região do entorno da Avenida Luís Tarquínio e da Estrada do Coco, tem a noção do quanto a economia local se desenvolveu. Os maiores bancos e supermercados, além de lojas de todos os gêneros e empresas de prestação de serviço, estão aproveitando este vetor natural de crescimento da capital baiana para se estabelecer e desenvolver juntamente com um mercado já consolidado. Lauro de Freitas reúne ainda praias lindas, atraindo cada vez mais visitantes e proporcionando uma população flutuante que também usufrui de toda a infraestrutura de comércio e serviços oferecida na região. Soma-se a estes fatores locais o aumento quantitativo e qualitativo do poder de consumo da população brasileira, especialmente a baiana. Neste contexto, surge a Olá Revista, um veículo multiplataforma linkando o que o empresário tem a oferecer e o que a população de Lauro de Freitas precisa saber para satisfazer suas necessidades imediatas nos principais segmentos – serviços, utilidade pública, saúde e bem estar, moda, cultura, entre outros. Com uma equipe especializada nas áreas de tecnologia e comunicação, a Olá Revista é o que faltava para trazer soluções práticas tanto para a população quanto ao empresariado, unindo o que há de melhor no mercado ao melhor mercado da região. Boa Leitura! www.olarevista.com.br »»» junho 2013
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editoração Gráfica e Revisão apmídia
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Impressão
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»»» P ol í t i c a
Os fiscais do povo POR: Líliam Cunha »»» FOTO: Estúdio Artis
Conhecido popularmente como o fiscal do povo no município, o vereador tem por função fiscalizar as ações da prefeitura e legislar
M
as, afinal,
econômica, e funcional (de que forma
o que é
aquilo será útil às pessoas e ao muní-
l e g i s l a r,
cipio), aprove-as e inclua-as no plano
você sabe
plurianual do município. “Feito isso,
como isso é feito? E a quem cabe o po-
inicia-se o trabalho dos vereadores
der de vistoriar o trabalho deles? Para
de fiscalizar e cobrar o cumprimento”,
responder a estas e outras perguntas,
destaca ele.
a Olá conversou com o presidente da
Atualmente o município de Lauro de
Câmara de Vereadores do Município
Freitas conta com uma bancada com-
de Lauro de Freitas, o vereador Gilmar
posta por 17 vereadores, tendo sido
Oliveira.
três deles eleitos pela coligação de par-
No exercício do seu quinto mandato
tidos que elegeu o atual prefeito Már-
como vereador, Oliveira diz que legislar
cio Paiva, e os demais pertencentes
é fazer leis que possibilitem melhorar a
aos chamados partidos da oposição.
vida do cidadão como um todo.
Mas Oliveira garante: “Na hora de votar
Estas leis são, segundo ele, criadas
favorável ou contra, o que prevalece é
através da análise e aprovação dos
o que o projeto irá gerar de benefícios
projetos de leis apresentados pelos
à população, independente de ter sido
próprios parlamentares, pelo Executi-
ele sugerido por membros da situação
vo (prefeito), ou pela sociedade civil (o
ou oposição”. O tempo de votação de
povo). Entretanto, os projetos enviados
cada projeto varia de acordo com a sua
res, só se elege uma vez”, pondera
pelos vereadores não podem mexer no
relevância. “Os prazos urgentes levam
Gilmar Oliveira.
orçamento municipal, explica Oliveira.
em média oito dias para serem analisa-
Segundo o vereador, para super-
“Cabe a nós vereadores a indica-
dos e votados. Já os convencionais le-
visionar o trabalho dos legisladores a
ção e o requerimento dos atos. É atra-
vam em média 45 dias”, diz o vereador.
população pode se utilizar dos veícu-
vés destas ferramentas que sugerimos
Mas, e a quem cabe fiscalizar o tra-
los de comunicação (rádio, televisão,
as ideias ao executivo para que ele
balho dos vereadores? O presidente
jornais, sites e revistas), ou ainda con-
possa absorver e torná-las realidade”,
da Câmara responde: “Primeiramente
sultar a Ouvidoria Municipal, o Tribu-
ressalta o vereador. Ou seja, para que
ao povo. Ele é o nosso maior fiscal, é
nal de Contas do Município (TCM), e
as propostas do legislativo sejam co-
ele que elege o vereador e o mantém
o portal da Transparência, ferramenta
locadas em prática precisa que o pre-
ou não no poder. O vereador que não
obrigatória determinada por lei federal,
feito, através do estudo de viabilidade
trabalha a contento dos seus eleito-
onde o cidadão tem acesso a todas as
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Presidente da Câmara de Vereadores do Município de
Lauro de Freitas, vereador Gilmar Oliveira
ações do legislativo. “Caso encontre al-
A população pode ainda, acompa-
guma irregularidade o cidadão deverá
nhar o trabalho dos legisladores com-
efetuar uma denúncia aos órgãos pú-
parecendo às sessões ordinárias reali-
blicos que atuam como fiscalizadores
zadas as terças e quintas-feiras, a partir
do município como um todo, que são
das 16 horas, na Câmara Municipal.
o Ministério Público e o Tribunal de
“É importante ainda dizer que esta
Contas”, explica. Ele ressalta que, des-
é a casa do povo e que as portas es-
de a posse da nova gestão municipal,
tão sempre abertas para que qualquer
ocorrida em janeiro deste ano, o portal
pessoa possa vir se informar, sugerir
da transparência, acessado através do
melhorias, solicitar serviços, e acom-
endereço www.cmlf.gov.br, funciona
panhar como cada um de nós está tra-
em tempo real.
balhando”, diz Gilmar Oliveira. o
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
“
Primeiramente ao povo. Ele é o nosso maior fiscal, é ele que elege o vereador e o mantém ou não no poder. O vereador que não trabalha a contento dos seus eleitores, só se elege uma vez” 9
»»» G A S TRO N O M IA
“
É fundamental ai nda uma pol í ti ca de segurança al imentar, para que os cl i entes tenham consci ênci a de que estão comendo em um l ocal saudáv el e í ntegro”
Chef Cláudio Matos
Sabor para satisfazer
todos os sentidos POR: Líliam Cunha »»» FOTOS: Estúdio artis
ALTA GASTRONOMIA: O que é preciso saber sobre esta atividade que movimenta milhões de reais e satisfaz os paladares mais exigentes
Q
uando se fala em alta
de Croydon (Inglaterra), o chef define
e o desenvolvimento dos pratos, que
gastronomia é comum
o conceito de alta gastronomia como
devem ser elaborados para que o con-
pensar
pratos
sendo a fusão entre a utilização de
sumidor se sinta satisfeito no contexto
confeitados e cheios
em
produtos de excelência com o conhe-
geral. “É o comer com os olhos, olfato
de requinte, daqueles que estampam
cimento técnico a ser desenvolvido no
e paladar”, explica Matos.
páginas de revistas. Mas, a definição
trabalho.
“É necessário, ainda, o estudo do
deste estilo de cozinha vai muito além,
A alta gastronomia é também re-
custo de viabilidade para inserção
é o que afirma o chef Cláudio Matos.
presentada pelo serviço prestado. Por
do prato no mercado, analisar, trei-
Formado em nutrologia com produção
isso, é necessário que o responsável,
nar e cuidar dos recursos humanos,
alimentar pela Escola Superior de Ho-
chamado chef executivo, seja agente
ou seja, investir no treinamento e na
telaria e Turismo de Estoril (Portugal)
de toda a gestão da cozinha, conhe-
qualificação constante dos cozinhei-
e em Gastronomia pela Le Cordon
cendo desde o fornecedor, origem e ar-
ros. É fundamental ainda uma política
Bleu (Paris) e Escola de Gastronomia
mazenagem dos produtos até a criação
de segurança alimentar, para que os
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www.olarevista.com.br »»» junho 2013
clientes tenham consciência de que
rante que é ilusória. Segundo ele, as
colha ingredientes de qualidade, capri-
estão comendo em um local saudável
quantidades servidas são definidas a
che na apresentação e bom apetite! o
e íntegro”, ressalta o chef.
partir da média de consumo de uma pessoa por refeição. “As pessoas
Originalidade é fundamental para ser um bom chef
comem em média 450 gramas, e a
Por definição a alta gastronomia é fei-
cuidadosamente planejada para sa-
ta de preparações e apresentações
tisfazê-las, sem que haja exageros”,
elaboradas. Durante o processo de
diz o chef.
quantidade das porções é definida e
criação, os chefs executivos pensam
Para aqueles que estão pensando
não só na escolha dos ingredientes,
em seguir carreira de chef executivo,
mas também, na forma de cozimento,
Cláudio Matos dá a dica: “Preocu-
na textura, no cheiro, sabor, quantida-
pem-se mais com o conhecimento,
de, disposição no prato, tipo e formato
busquem aguçar a curiosidade, de-
de louça em que será servido, e em
senvolvam a autocrítica e nunca se
toda sua concepção visual. “Entretan-
conformem com a primeira apresenta-
to, tenho observado que os chefs de
ção que lhes vem à frente”. Se você
hoje mais copiam do que criam suas
não tem intenção de seguir carreira,
receitas, são os chamados chefs de
mas quer preparar algo especial para
laboratório”, lamenta.
os amigos, família ou para você mes-
Mas, e aquela ideia de que se come
mo, o chef trouxe uma receita simples
pouco na alta gastronomia? O chef ga-
e fácil de fazer. Mas, não esqueça: es-
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Salmão em crosta de gergelim e legumes ao vapor com molho de mamão Ingredientes: Limbo de salmão 260 gr » Vagem 50 gr Brócolis 50 gr » Cenoura 50 gr Couve- flor 50 gr » Mamão 95 gr » Sal Pimenta do reino branca » Gergelim
Preparo: Em uma frigideira quente sele o salmão temperado com sal e pimenta e o gergelim. Reserve e leve ao formo pré aquecido à 160 graus. Em um cuscuzeiro cozinhe os legumes ao vapor até ficarem ao dente. Bata o mamão no liqüidificador até virar uma papa e adicione sal e pimenta. Regue os legumes com azeite e sirva.
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»»» E SP O RTE E S AÚD E
Informe Publicitário
Stand up paddle surf
conquista adeptos em Lauro de Freitas
POR: Líliam Cunha »»» FOTO: luciano oliveira imagem
Quem disse que para surfar é preciso ter ondas? Ao contrário dos surfistas tradicionais, que buscam por ondas gigantes, os praticantes do stand up paddle ou SUP, como é popularmente conhecido, preferem a mansidão e tranquilidade das águas do mar, lagos, lagoas e rios
V
ariante do surf, o esporte que tem conquistado cada dia mais adeptos no estado foi criado pelos havaianos, e é feito sobre uma prancha longa, mais larga e mais grossa que as pranchas de surf convencionais, com o auxílio de um remo que pode ser
de madeira, alumínio ou fibra de carbono. Um esporte bastante democrático, praticado por homens, mulheres e crianças, sem restrições de idade, o principal objetivo do SUP é manter o equilíbrio sobre a prancha enquanto se rema pelas águas calmas. “O aprendizado é rápido, já na primeira aula é possível que o aluno consiga ficar em pé sobre a prancha, remar e curtir as sensações que o esporte proporciona. A partir daí é só evolução”, garante Adriano Palmeira, proprietário de uma academia de SUP no município de Lauro de Freitas. O desempenho do praticante é influenciado pelo tamanho e tipo de material da sup board, nome dado às pranchas usadas nos stand up paddle, é o que explica Palmeira. “Quanto melhor a prancha flutuar, melhor será a performance do remador, que é o nome dado a quem pratica o SUP”, diz. E, segundo ele, quando o assunto é o equilíbrio sobre a prancha, as mulheres são mais rápidas que os homens. “As mulheres arrasam na
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arte de ficar em pé e remar, já os homens geralmente demo-
modelo adequado à sua necessidade. “A sup board é en-
ram a se equilibrar”, revela.
contrada em duas versões, a sup race, que oferece melhor desempenho para uso em longas distâncias e maior veloci-
Pranchas e equipamentos
dade, e a sup cave - de tamanho menor ela é mais ágil que
Fabricadas por encomenda ou comercializadas diretamen-
a sup race e é indicada para quem deseja pegar onda -”,
te nas lojas especializadas, as pranchas medem em torno
explica Palmeira. Outra dica diz respeito à escolha do local.
de três a quatro metros (onze pés), e podem ser feitas de
Se o objetivo for surf, é importante que se tenha boas ondas
madeira, fibra de carbono, plástico rígido e cortiça. Há ainda
e pouco vento, agora se a pessoa quiser remar a passeio, é
uma prática versão inflável, feita em PVC e fibras de nylon, a
bom que procure por locais com águas calmas e sem cor-
supflex, que depois de utilizada pode ser esvaziada, guarda-
renteza. “Eu gosto muito de praticar na praia de Buraqui-
da e transportada em uma mochila. Os preços variam de R$
nho, mas existem outros lugares mais reservados, como as
3 mil a R$ 6 mil. Já os remos são encontrados ao preço de
lagoas em condomínios fechados. Para quem quer pegar on-
R$ 350 a R$ 1,5 mil.
das, todas as praias de Lauro de Freitas são bem vindas”, diz
Ao escolher a prancha, o praticante deve atentar para o
Adriano Palmeira. o
Em pé: Mariana e Adriano Palmeira Criança: Maiara Dog: Kalisca Contato para aulas: Escola stand up nature: 71 8171 7391
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»»» E SP O RTE E S AÚD E
YOGA
equilíbrio do corpo e da mente POR: Líliam Cunha »»» FOTOS: Luciano Oliveira imagem E VIRGÍLIO NETO
Mais do que uma prática saudável, o yoga alia benefícios físicos e qualidade de vida a exercícios que contribuem para o equilíbrio dos sistemas, através do bem estar físico, mental e emocional. Entre as principais benfeitorias estão as de caráter energético e espiritual. Quem revela as qualidades da prática é a professora de yoga e yogaterapeuta Eliane Calado
S
egundo ela, os exercícios do yoga vão muito além da busca pelo corpo perfeito. “São atividades que acalmam a mente, aumentam a flexibilidade e o tônus, trabalham o equilíbrio,
a força, a consciência corporal e reduzem a ansiedade, e esse conjunto de fatores faz com que corpo e mente, em comunhão, fiquem bem”, avalia a professora. Entretanto, ressalta Eliane, por se tratar de uma prática que disciplina
jeito de viver melhor em todos os aspectos: corpo, mente e
as pessoas, auxiliando-as a colocar ordem na vida e fazendo
espírito, estabelecendo uma maior conexão consigo mesma
com que tenham menos necessidade de fazer uso de cigar-
e com Deus”, descreve. Para perceber os efeitos do yoga são
ros ou bebidas, por exemplo, o yoga também, contribui para
necessários alguns meses de prática constante. Segundo
que haja melhorias na forma física, mesmo não sendo este
ela, depois de um certo período, os músculos ficam ao mes-
o seu objetivo principal.
mo tempo mais tonificados e alongados e a capacidade car-
Toda e qualquer pessoa pode praticar yoga, sendo ne-
diovascular e respiratória aumenta. “Todo o corpo fica mais
cessário apenas encontrar entre os diferentes estilos (in-
saudável devido à eliminação de toxinas”, explica a profes-
tenso, moderado e suave) aquele que melhor se encaixa
sora. Além disso, muitas pessoas relatam transformações
à sua condição, explica. “Até mesmo aquelas pessoas que
psicológicas associadas à prática do yoga.
possuem limitações médicas para atividades físicas podem
Entre os aspectos mais citados, diz Eliane, está o aumen-
praticar yoga realizando os exercícios de respiração e me-
to da autoestima e da confiança em si mesmo, que ocorre
ditação”, exemplifica.
na medida em que os obstáculos vão sendo vencidos, tanto no momento da prática, quanto na vida. “Alguns praticantes
Público
também fazem referência à estabilidade emocional e ao au-
Praticante há 22 anos, ela conta que o público que procura
mento do nível da concentração e da paciência. Vale frisar,
o yoga, em geral, é formado por pessoas adultas, com idade
no entanto, que os benefícios são fruto da prática constante”,
entre 25 e 65 anos. “São pessoas que estão buscando um
conclui a professora. o
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www.olarevista.com.br »»» junho 2013
F O T O : VI R G Í LI O N E T O
“
Até mesmo aquelas pessoas que possuem limitações médicas para atividades físicas podem praticar yoga realizando os exercícios de respiração e meditação”
»»» CAS A E D ECORAÇ Ã O
Fotos Produzida no Carro de Boi Móveis em Madeira de Demolição - 71 3369 7903
Decoração sustentável POR: LÍLIAM CUNHA »»» FOTOS: Estúdio artis
Tendência entre designers, decoradores e arquitetos, a madeira de demolição está cada vez mais presente nos projetos de decoração, sejam eles de ambientes internos ou externos, residenciais ou comerciais 16
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
U
tilizada em móveis,
deve ser utilizado em qualquer ambien-
vezes a custar mais que o dobro da
pisos, paredes, pai-
te, explica a arquiteta. Entretanto, ela
madeira comum”, afirma. O alto cus-
néis
decorativos,
defende que, respeitando-se os limites
to é em razão das marcas do tempo
luminárias, e onde
e características é possível sim utilizar
que elas carregam, o que faz com que
mais a criatividade permitir, a madeira
a madeira de demolição em qualquer
mesmo possuindo um mesmo design,
é extraída e recuperada de antigas ca-
local, inclusive em estabelecimentos
um móvel em madeira de demoli-
sas e galpões e além de conferir uma
comerciais. “O importante é manter a
ção, nunca será igual a outro, explica.
grande beleza estética, é resistente,
característica intrínseca à atividade
“Quanto maior a idade da madeira, e
de alta durabilidade e se integra com
exercida no ambiente e definir qual
mais detalhes e marcas, mais cara ela
perfeição a ambientes rústicos e/ou
sensação deseja-se passar aos funcio-
será. O valor da madeira de demolição
sofisticados.
nários e aos clientes. Utilizada em con-
está na sua história”, ressalta ela. Já
A madeira extraída das constru-
junto com vidros e metais, por exemplo,
os cuidados exigidos são os mesmos
ções, a madeira de demolição, como
a madeira causa um contraste harmo-
indicados a qualquer peça de madeira:
é popularmente conhecida, tornou-se
nioso, tornando o ambiente aconche-
limpeza e aplicação de produtos contra
um sucesso na decoração por permitir
gante e requintado”, exemplifica.
xilófagos (insetos que se alimentam de
a criação de peças exclusivas, explica
Quanto ao perfil de quem opta
madeira), quando necessário. “Em pe-
a arquiteta Lili Mesquita. Segundo ela,
pelo uso da madeira de demolição, a
ças envernizadas, eventualmente é ne-
esta tendência surgiu com base na
arquiteta afirma que geralmente são
cessária a limpeza da antiga camada
conscientização ambiental e na escas-
pessoas que primam por um ambiente
de verniz para aplicação de uma nova
sez dos recursos naturais.
confortável, aconchegante, com carac-
camada. No entanto, esta também é
“Descobriu-se que as peças de
terísticas singulares, e/ou que optam
uma manutenção esporádica, o que
madeira retirada em bom estado de
pelo uso de elementos naturais como
torna ainda mais interessante o uso
conservação durante a demolição das
forma de se manterem integradas ao
desta madeira”, destaca Lili. Ela acres-
edificações, ao serem tratadas e remo-
meio ambiente e dispostas a pagar
centa que, em geral, por serem mais
deladas, poderiam ser reutilizadas e,
mais por isso. “Como tudo o que é
resistentes ao tempo, normalmente as
além de evitar o desmatamento, ofe-
único, a madeira de demolição é um
madeiras de lei, como a peroba, mogno
reciam resistência, durabilidade e um
material mais caro, chegando muitas
e jacarandá são as mais utilizadas. o
caráter exclusivista, uma vez que cada peça reaproveitada carrega em si características únicas conquistadas pelas marcas deixadas pelo tempo”, diz. A escolha da madeira deve ser feita respeitando as propriedades específicas do material, já que além das questões referentes à estética, como cor e textura, por terem estruturas físicas diferentes, cada tipo de madeira apresenta uma resistência específica aos esforços e às intempéries. Também é importante decidir corretamente onde e como utilizá-la, de modo a obter um resultado que case beleza e durabilidade, ressalta a arquiteta. Mas, apesar de ter se tornado uma tendência, ainda existe a ideia equivocada de que este tipo de material não Lili Mesquita » Arquiteta
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»»» TURISMO
Lauro de Freitas Como explorar o seu potencial turístico? POR: VICTOR LIMA »»» FOTOS: Estúdio artis E MARCELO GANDRA
Mesmo sendo uma cidade bonita, repleta de praias, áreas de preservação e monumentos históricos, Lauro de Freitas precisa de mais atenção no setor turístico
P
orque o potencial
de Freitas estar entre as principais ci-
A cidade também tem um grande
turístico de Lauro
dades turísticas da Bahia? O município
potencial de hospedagem, entre hotéis
de Freitas não tem
oferece 6km de praias, que são consi-
e pousadas já estabelecidos, e novos
sido mais explorado
deradas as principais belezas naturais
empreendimentos que estão sendo
pelo poder público até então, já que o
e pontos de maior visitação turística
construídos. Existem pelo menos 20
município é rota de passagem entre a
da cidade. Oferece também áreas de
estabelecimentos hoteleiros em Lauro
capital e toda a extensão do litoral nor-
preservação, a exemplo dos mangue-
de Freitas.
te? Sendo a primeira cidade da costa
zais e do próprio Rio Joanes que corta
De acordo com o Departamento de
dos coqueiros e estando bem próximo
o município, além da histórica Paróquia
Turismo da Secretaria de Cultura e Tu-
ao Aeroporto Internacional Luis Eduar-
Santo Amaro de Ipitanga e o Terminal
rismo de Lauro de Freitas, a prefeitura
do Magalhães, o que falta para Lauro
Turístico Mãe Mirinha de Portão.
tem feito um trabalho de fortalecimen-
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www.olarevista.com.br »»» junho 2013
to dos atrativos turísticos já existentes,
tendo o cuidado de priorizar as ques-
para em seguida desenvolver um plano
tões ambientais para que este projeto
de crescimento do setor em Lauro de
não venha afetar o ecossistema local”,
Freitas.
destaca Fideles.
Segundo Igor Fideles, diretor do delevantamento da oferta turística, que
Qualificação de profissionais
fornecerá um diagnóstico do que real-
Fideles afirma ainda que por alguns
mente o município oferece, para então
anos a cidade foi esquecida do cenário
se pensar em ações posteriores para
turístico e que por este motivo o pre-
maior atratividade do turismo local.
feito está começando uma política de
partamento, o órgão está fazendo um
“Entendemos que Lauro de Freitas
inserção turística para o município.
tem um potencial turístico muito forte.
Neste sentido, a prefeitura firmou par-
O que deve ser feito é desenvolver uma
ceria com a Secretaria de Turismo do
política de fortalecimento de turismo
Estado para qualificação de pessoas
no município. Em seguida, potencia-
em línguas estrangeiras voltadas ao
lizar o que temos, qualificando tam-
atendimento turístico, e recentemente,
bém as empresas voltadas ao turismo,
em intervenção com o Ministério do
agências de viagem, hotéis, restauran-
Turismo, a cidade foi inserida entre os
tes, pousadas, para que se possa aten-
nove municípios que participarão dos
der bem o turista. Então a partir daí,
programas de qualificação profissional,
apresentaremos políticas para atrair
o Pronatec, Pronatec Copa e Pronatec
mais turista ao município”, afirma.
Social, sendo previsto o desenvolvi-
Dentre os projetos já discutidos pela Prefeitura Municipal para o aper-
mento destas atividades para o mês de junho.
feiçoamento do atendimento e deman-
A atividade turística tem grande
da turística estão, a revitalização do
importância no que diz respeito ao de-
Terminal Turístico Mãe Mirinha de Por-
senvolvimento e crescimento da eco-
tão e da orla marítima, e a qualificação
nomia. O investimento direcionado ao
de pessoal, visando principalmente, a
setor turístico gera emprego e renda,
proximidade dos eventos esportivos,
além de contribuir diretamente para
como a copa das confederações que
receita municipal. O turismo represen-
será realizada em junho deste ano e
ta hoje uma parcela significativa do PIB
copa do mundo de 2014
de muitas cidades brasileiras, o que
praia de vilas do atlântico
“
Entendemos que Lauro de Freitas tem um potencial turístico muito forte. O que deve ser feito é desenvolver uma política de fortalecimento de turismo no município. Em seguida, potencializar o que temos, qualificando também as empresas voltadas ao turismo, agências de viagem, hotéis, restaurantes, pousadas, para que se possa atender bem o turista. Então a partir daí, apresentaremos políticas para atrair mais turista ao município”
Revitalização da orla
micas em decorrência do avanço que o
Segundo o departamento de Turis-
setor tem proporcionado.
mo as obras de revitalização da orla
E com a proximidade da copa das
estão sendo discutidas em conjunto
confederações e da copa do mundo é
com a Superintendência de Patrimônio
necessário que o município se profis-
da União e a principal preocupação é
sionalize mais neste setor, pois estes
acompanhar o projeto em concordân-
eventos com certeza trarão muitos be-
cia com as leis ambientais. ”Estamos
nefícios para Lauro de Freitas. o
FOTO: MARCELO GANDRA
têm melhorado suas condições econô-
I g o r F i d e l e s , D i r e t o r d o D e p a r t a m e n t o d e Tu r i s m o d a S e c r e t a r i a d e C u l t u r a e Tu r i s m o d e L a u r o d e F r e i t a s
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»»» CU LTURA
M á r c i a Tu d e - S e c r e t á r i a d e C u l t u r a e Tu r i s m o d e L a u r o d e F r e i t a s
Secretaria de Cultura e Turismo de Lauro de Freitas apresenta ações a serem realizadas no município POR: VICTOR LIMA »»» FOTOS: MARCELO GANDRA
Revitalização do Terminal Turístico de Portão, inauguração do Núcleo do Museu da cidade e programação das festas juninas são algumas das metas da secretAria
A
Secretaria de
do Museu da Cidade, com a primeira
gias e ações no setor cultural e turís-
Cultura e Tu-
exposição sobre a Cultura Popular de
tico, como a revitalização de todo o
rismo de Lau-
Lauro de Freitas. O Projeto é uma ini-
espaço do Terminal Turístico, a cons-
ro de Freitas
ciativa da Prefeitura Municipal, em
trução do novo Serviço de Atendimento
apresentou no dia 15 de maio, no Ter-
parceria com o Governo do Estado, que
ao Turista (SAT) e o fortalecimento da
minal Turístico Mãe Mirinha de Portão o
prevê o resgate e a valorização da cul-
cultura da cidade, principalmente a cul-
lançamento do Projeto Agô, “dá licença”
tura no município.
tura de matriz africana.
em Iorubá, e a inauguração do Núcleo
20
O Projeto Agô estabelece estraté-
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
De acordo com Márcia Tude, secre-
tária de Cultura e Turismo de Lauro de
religiosas, grupos culturais, grupos de
diferenciadas dos anos anteriores,
Freitas, a primeira ação do projeto con-
dança e baianas de acarajé. A pesquisa
porque, a prefeitura está construindo o
siste na mobilização social em prol da
confirma Lauro de Freitas como municí-
São João junto com as associações, en-
construção de políticas públicas para
pio com maior quantidade de terreiros
tidades locais e poder público estadual.
sustentabilidade e valorização do espa-
por metro quadrado no Brasil.
O evento já aprovado pela Bahiatursa
ço Agô, hoje conhecido como Centro de
O projeto também prevê a revitaliza-
trará atrações como Adelmário Coêlho,
ção do Programa Valores da Terra, que
bem como espaço infantil com oficina
“A nossa cultura é negra, 85% de
agora será chamado Talentos da Gente.
de mamulengo, de bandeirola e de cor-
nossa população é negra, quando per-
O programa consiste na realização de
del, com trabalhos expostos na praça. A
cebemos que a cultura é negra, samba
concursos de poesias, música e artes
secretária adianta também, que a deco-
de roda, terno de reis, estamos falando
plásticas. Os vencedores terão os seus
ração será feita em parceria com a Igre-
da cultura de raiz, começamos a en-
trabalhos divulgados em um livro, e em
ja. “Será um São João em clima verde
tender que os terreiros são verdadeiros
gravação de um DVD que será realizado
amarelo, não com influência da Copa do
quilombos urbanos, que mostram toda
na Concha Acústica de Lauro de Freitas.
Mundo, mas será o São João da Copa
a resistência da cultura Ketu, Angola
A divulgação do projeto começará em
das Confederações”, afirma.
e Jeje em nosso município. Por isso o
junho deste ano.
Referência da Cultura Afro.
espaço Agô celebra essa legitimidade” disse Márcia Tude.
A Secretaria instalará também, um
Entre as ações da Secretaria, as
receptivo para as festas juninas no sa-
preparações para o São João também
guão do aeroporto, que indicará para os
A secretária também informa que
são destaque quanto à estrutura e pla-
turistas, as principais atividades e locais
o projeto nasceu de um mapeamento
nejamento com o projeto Forró Show –
de festas em Lauro de Freitas, além da
extenso feito pela Secretaria de Cultu-
Lauro de Freitas, a bola da vez. Segun-
recepção aos atletas da Copa das Con-
ra e Turismo que catalogou instituições
do Márcia Tude, as festas juninas serão
federações. o
01
02
03
A Secretaria de Cultura e Turismo de Lauro de Freitas fez o lançamento do PROJETO AGÔ e inauguração do Núcleo de Museu do município, no dia 15.05, no Terminal Turístico Mãe mirinha de Portão. O evento reuniu artistas grupos culturais lideranças politicas, comunitárias, religiosas, autoridades municipais e estaduais. O projeto prevê a revitalição do próprio Terminal e ações no âmbito cultural e turístico. Foto 01 » Deputado Estad ual Cacá Le ão, Secret ária de Cult ura e Turismo de La uro de Freitas , Prefeito Márc io Paiva,Pai Anderson de Oxal á, Vereadora Al ine Ol iveira,Pai Ba l bi no de Xangô, Vereador Al exandre Marques Foto 02 » Carl os Sobrinho, diretor DECO M La uro de Freitas , Crist iano San tana e Andr é M i randa, assessores do deputado es tad ua l Cacá Le ão e Paul o Maneira - DECOM La uro de Fre i tas Foto 03 » Vice-Prefeito Be bel Car val ho e s ua esposa Suianne
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21
FOTO: MARCELO GANDRA
»»» CU LTURA
Jair Gabriel POR: Sandra Léa Bergemann »»» FOTOS: MARCELO GANDRA e TARSO FIGUEIRA
“A surpreendente pintura de Jair Gabriel, viva e bela, feita de arte e invenção, me comove. Suas cores vibrantes, a delicadeza, a força e a elegância de suas figuras, sobretudo as dos pássaros, me encantam.” (Zélia Gattai - Escritora)
E
é assim, como-
ca, brotada aqui na Bahia, mas com
licial. Com esse histórico seria talvez
vendo e encan-
suas raízes na Floresta Amazônica.
impossível imaginar que se tornaria o
tando,
que
as
Seringueiro, filho de um baiano
grande e sensível artista que é hoje.
obras de Jair Ga-
soldado da borracha, Jair Gabriel é
Sua introdução às artes visuais deu-
briel têm conquistado reconhecimen-
um autêntico caboclo da floresta.
se em 1995, pelo artista e crítico de
to mundial. Uma manifestação artísti-
Nascido em Rondônia, tornou-se po-
arte Edison Da Luz, que lhe forneceu
22
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
F O T O : T A R S O FI G U E I R A
tir desse momento que ele começou a crescer na carreira. Hoje, Jair Gabriel é um dos mais importantes artistas do nosso paÍs. Reconhecido internacionalmente, já participou de diversas exposições nacionais e internacionais. Sua arte já chegou a todos os continentes. Mas, apesar do sucesso, Jair lamenta a escassez de apoio à cultura nacional. Mesmo assim, continua buscando aprimorar cada vez mais a sua arte. Conforme revela: “todo artista encontra inspiração no dia a dia, mas além da inspiração vinda do cotidiano, eu busco inspiração nas minhas raízes, na Floresta Amazônica, nos contos e lendas existentes na região”. E assim ele segue unindo o místico e o lúdico, expressando de maneira rica e intuitiva suas lembranças e sentimentos. o
criatividade único no mundo. A crítica
apresentou diversas técnicas. Jair es-
de artes Matilde Matos tem sido uma
colheu o pontilhismo e, mesmo sem ter
de suas grandes incentivadoras. Logo
estudado ou pesquisado inicialmente
no inicio ao ver seu trabalho disse:
sobre esta técnica, sozinho conseguiu
“Olhe, esse rapaz tem alguma coisa a
chegar a um patamar de excelência e
conquistar aqui na Bahia”. E foi a par-
F O T O : T A R S O FI G U E I R A
o material necessário, assim como lhe
“
Todo artista encontra inspiração no dia a dia, mas além da inspiração vinda do cotidiano, eu busco inspiração nas minhas raízes, na Floresta Amazônica, nos contos e lendas existentes na região”
Quadros 1» caracois » 50X60cm 2» encanto dos passaros » 50X70cm
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
23
»»» CU LTURA
Edison da Luz 40 anos sobrevivendo de arte
POR: THIAGO PORTUGAL »»» FOTOS: lUCIANO oLIVEIRA IMAGEM E MARCELO GANDRA
O artista plástico Edison da Luz recebeu a equipe de reportagem da Olá revista para um bate papo em seu atelier, no bairro de PATAMARES, em Salvador. Um homem que fala o que pensa, ele não deixa de responder a nenhuma pergunta e, em alguns momentos, chega a ser polêmico. Mas não se engane, Edison é um homem de gestos simples e que fala com a experiência de quem vive, há mais de 40 anos, de sua arte
E
le já começa a en-
cor. Tanto que no vestuário baiano não
cor tem um processo emocional, faz
trevista afirmando
se vê muita cor. O baiano tem vergonha
parte de um movimento de vida, atra-
que “o povo baia-
de se vestir colorido”. Edison diz ainda
vés da cor você pode ter raiva, pode ter
no está tão no sol
que “a cor é a presença da luz, faltou
alegria, a cor é morte, é vida, ela está
que não consegue visualizar mais a
luz, não se tem mais cor”. Para ele, “a
sempre vinculada dentro da gente de
24
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
várias maneiras”. Ele lembra que a cor
teve com o secretario estadual da Cul-
do como pano de fundo a repressão po-
muitas vezes é utilizada no processo
tura, Albino Rubim, na qual sugeriu a
lítica e cultural promovida pela ditadura
de cura de doenças, conhecida como
realização de salões de artes nos mu-
militar implantada em 1964. Existiu até
cromoterapia.
nicípios do interior. “Rubim disse que
1979 e aglutinou a uma estrutura cen-
Segundo da Luz, ao longo de mais
quer fazer, que tem interesse em fazer
tral calcada nas artes plásticas, elemen-
de 40 anos como artista, ele desen-
uma grande documenta da arte baia-
tos de música, dança, teatro e pesquisa
volveu uma linha de trabalho que já
na e até hoje nada”. Da Luz não para
de cunho etnográfico. Sua intenção era
faz parte de sua obra, “uma técnica
por aí. Questiona a utilização do Centro
desenvolver uma estética contemporâ-
muito difícil, que ninguém no mundo
de Convenções e do Parque de Exposi-
nea nas artes visuais a partir da identi-
hoje sabe fazer”. Ao ser questionado
ções, espaços que, segundo ele, pode-
dade cultural brasileira pesquisada nas
de onde vem tanta inspiração para as
riam ser utilizados para exposições de
zonas rurais do Norte e Nordeste. Con-
suas obras, ele afirma que “inspiração
artes, ou para uma feira permanente,
trapunha-se a correntes estrangeiras
é uma balela, não existe inspiração,
aumentando a utilização desses luga-
que então faziam sucesso no circuito
isso aí o homem criou porque não teve
res. O artista nos contou uma ideia
nacional de arte erudita como a Pop Art
nome para dar pra outras coisas. Nin-
que tem para levar para a secretá-
norte-americana. o
guém está inspirado em nada, tudo
ria de Cultura e Turismo de Lauro de
não passa de uma necessidade do seu
Freitas, Márcia Tude: uma documenta
movimento, onde se está inserido. O
de arte dentro do município, para se
»» 1967: IX Bienal de São Paulo
que existe é a consciência trabalhando
saber o que há na cidade. Ele sugere
»» 1969: X Bienal de São Paulo
em sua memória, tudo é recordando,
que seja feito um intercambio cultural
»» 1971: XI Bienal de São Paulo
é fazendo uma mistura que a pessoa
e que a secretária “diga ao povo da ci-
»» 1973: XII Bienal de São Paulo
tem de saber selecionar”. Edison avalia
dade qual a proposta dela, quais são
»» 1974: Bienal Nacional
que viajar pelo mundo ajudou a expan-
os projetos que o município tem na
»» 1978: I Bienal Latino Americana
dir a sua mente, “pois tudo é igual, mas
área da cultura”.
de São Paulo
Ficha Técnica Produção artística e cultural
Edison Benicio da Luz, Bacharela-
Outra opinião controversa do artista
Arte pela Universidade Federal
é afirmar que não faltam espaço nem
da Bahia, é Artista Plástico re-
dinheiro para a cultura, citando o tam-
conhecido internacionalmente,
bém artista plástico Bell Borba para
ganhador de diversos prêmios
ilustrar. Ao ser questionado sobre o
nacionais e internacionais,
assunto ele diz: “Nós temos espaço,
pesquisador nas áreas de Arte
temos incentivo, temos dinheiro para
integrada e Arte Comunitária,
fazer arte, temos tempo, temos tudo. O
abrangendo setores de antro-
problema é a organização política para
pologia, arqueologia, etno-
fazer as coisas”. E continua. “Pergunte
logia e música. Criador do
a Bell Borba se falta espaço. Bell colo-
Centro de Arte Comunitária
ca escultura onde ele quer”. Da Luz cita
em Porto Seguro, Bahia em
um projeto que ele está desenvolvendo
1977; do Movimento MAIS
com o que chama de autofinanciamen-
(Movimento de Arte Integra-
to, para colocar esculturas em toda a
da Social); e do ETSEDRON
orla. “Depois, se o governo quiser, vai
– grupo criado em 1969,
ter que pagar para ficar com a obra”.
no momento conhecido
O artista revela uma conversa que
do e pós Graduado em Crítica de
como Contracultura, ten-
FOTO: MARCELO GANDRA
nada se parece”.
Participou das Bienais de:
»»» CU LTURA
Paulo Mendes e Heloísa Biral apresentam técnica artística milenar POR: VICTOR LIMA »»» FOTOS: MARCELO GANDRA
POR se tratar de uma arte milenar, o Batik se mantêm fiel, sem sofrer mudanças na forma de construção de suas telas, dentro de um processo que exige grande concentração 26
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
H
á mais de 20
convenções e eventos corporativos.
anos, os paulistas
Suas telas já foram vendidas para pes-
eventos como estes. O Brasil precisa
radicados na Bah-
soas famosas, como o ex-presidente
aprender a valorizar seus artistas, sua
ia, Paulo Mendes
americano, Gerald Ford, e o ministro
arte e não valorizar só o que vem de
e Heloísa Biral desenvolvem o batik
de Portugal, Mário Soares. Empresas
fora, já que nosso país exporta tanto”,
em suas telas, cartões postais e folhe-
de grande porte como a Bayer, Nestlé,
afirma Paulo Mendes.
tos. A técnica proveniente da Indoné-
Sadia, Dow Quimical e H. Stern estão
sia consiste em tingimento no tecidos
entre seus clientes, além de lojas de
Ficha Técnica
com cera derretida e materiais coran-
arte em São Paulo e Rio e Janeiro.
Paulo Mendes é natural de São Pau-
tes que proporcionam um resultado
Com criações bem brasileiras,
lo e aprendeu batik em 1970, na Wal-
impressionante e rico em detalhes e
Paulo Mendes informa que a inspira-
dorf Schule, escola antroposófica de
cores. A principal característica do ba-
ção artística está no cotidiano, na ob-
Ruldolf Steiner, cuja filosofia é ensinar
tik é o efeito singular produzido pela
servação de paisagens, monumentos
as matérias convencionais através das
cera, que ao se partir em alguns luga-
históricos, acontecimentos e aspectos
técnicas artísticas. Premiado, o artis-
res cria um craquelê no desenho (apa-
religiosos. Durante a carreira, os ar-
ta tem exposto e organizado vários
rentes rachaduras ou ressecamentos)
tistas conquistaram prêmios no Salão
eventos no Brasil e no exterior. Paulo
resultando na simulação de um enve-
de Artes Plásticas de algumas cidades
também é o autor do curta-metragem
lhecimento do objeto com, graça, bele-
como Embu, Vale do Paraíba, Taubaté
“Sinfonia do Alto Ribeira”, estrelado
za e luxo. O batik é feito manualmente,
e no Salão Nacional de artes plásticas.
pelo músico Hermeto Pascoal.
o que proporciona originalidade no tra-
O casal aborda também a dificuldade
Heloísa Biral é natural de São Pau-
balho artístico. Tudo que tenha como
de se vender artes. A falta de incenti-
lo. Licenciada em artes plásticas pela
suporte o tecido, como: quadros, can-
vo, de espaço e de um local de expo-
Fundação Armando Alvares Penteado
gas e lenços pode ser utilizado para
sição dificultam o comércio de peças.
(FAAP-SP), aprendeu a técnica do ba-
pinturas.
“Em outros estados, como Rio de
tik em Florença, em 1977. Heloísa vem
Além de cidades brasileiras, o ca-
Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo
expondo seus trabalhos no Brasil e em
sal expôs seus trabalhos nos Estados
existem locais para os artistas expo-
países como Portugal, França, Itália,
Unidos e países Europeus como, Ale-
rem e venderem seus trabalhos, como
Suíça e Áustria. Atualmente, tem se de-
manha, Suíca, França Itália e Portugal.
feiras de artes e exposições em praças
dicado a crianças e pessoas com mais
Recentemente, os artistas fizeram ex-
públicas. Infelizmente em Lauro de
idades, ensinando-lhes arte através da
posições em congressos, centros de
Freitas e na Bahia não existem muitos
pedagogia de Waldorf.
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
27
»»» CU LTURA
Escritor Levi Wenceslau
CADEIRA ELÉTRICA MEMÓRIAS DE QUEM SOBREVIVEU POR: CARLOS RIBEIRO »»» FOTOS: Marcelo Gandra
Livro de Levi Wenceslau foi lançado no dia 2 de maio, no Teatro Eva Herz - Livraria Cultura do Salvador Shopping, com palestra do autor, participação dos escritores Edson Lodi e Carlos Ribeiro, membro da Academia Baiana de Letras, e apresentações dOS musicOS Margareth Menezes, Flávia Wenceslau e Celo Costa E poesias de Jackson Costa
O
livro de estreia de Levi
bate-papo especial do autor do livro
Wenceslau chega às
com os escritores presentes. Além da
Os livros estão sendo vendidos na
livrarias cercado de
participação da plateia. Com o públi-
Livraria Cultura do Salvador Shopping
grandes expectativas
co estimado em 400 pessoas foram
ou através do e-mail cadeiraeletri-
e excelentes referências. Com a pro-
vendidos mais de 200 livros na noite
ca@hotmail.com.br.
dução de Talita Magalhães, o lança-
do lançamento, sendo que boa parte
mento foi marcado por um espetácu-
do público já tinha adquirido o exem-
SOBRE o livro
lo que mesclou música, poesia e um
plar anteriormente, sucesso que co-
O livro, além de uma dramática histó-
28
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
meçou através das redes sociais.
físico. [Levi questiona a utilização de eufemismos, a exemplo de portador de necessidades especiais, entendidas por ele como “nomenclaturas que tentam amenizar o impacto das palavras deficiente físico” e não correspondem à realidade da pessoa nessas circunstâncias]. Em suma, Cadeira elétrica trata da historia real de Levi Wenceslau, um jovem que se torna tetraplégico no dia de seu aniversário de 23 anos, em um acidente automobilístico provocado por um animal morto na BR-101 (Recife - João Pessoa, dando inicio a um calvário de muita dor, mas também crescimento e superação. O livro mosem pé: Edson Lodi, Carlos Ribeiro, Rafael Topázio, Heloísa Wenceslau, Açucena no colo, Fávia Wenceslau, Margareth Menezes, Talita Magalhães, Celo Costa e Jeferson Souza Na cadeira: Levi Wenceslau Abaixados: Felipe Wenceslau, Moíses Pinto, Jackson Costa, Roberto Amorim e Frabrício Rios.
tra as experiências pelas quais passou
ria de superação, é também uma obra
son Lodi, para quem, “Ainda que o tema
tos de duração, sinais que se apresen-
que, segundo o escritor Carlos Ribeiro,
seja dramático, a prosa de Levi prende
taram desde a infância do que estaria
que assina o texto das “orelhas”, aten-
o leitor pela fluência e elegância com
em seu destino, dois nascimentos, o
de à exigência básica do poeta alemão
que se desenvolve. Linguagem simples
original e depois do acidente, além de
Rainer Maria Rilke (1875-1926), quan-
e escorreita, revelando momentos de
uma leitura envolvente que traz uma
do este diz que “Uma obra de arte é
finíssima poesia, que, mesmo em mo-
boa quando nasceu por necessidade”
mentos de quase desespero, não foge
narrativa com muitas lições de vida. o
e que justamente “Nesse caráter de
à realidade, ao equilíbrio. Essa per-
origem está o seu critério – o único
cepção é essencial para a exata com-
existente”.
preensão do aqui e agora, para receber
“Ao ler o livro de Levi Wenceslau percebi, com grande intensidade, o
durante as três paradas cardíacas que sofreu, uma delas de mais de 20 minu-
prod u T O R A Ta l i t a M aga l h ã es 71 8862 3367 t a l i t a _ maga l h aes @ h o t ma i l . com
o estímulo fundamental – o reinventar da vida, o sorrir”.
quão desnecessária é a maioria dos livros que abarrotam as livrarias. Muito
LIÇÕES DE VIDA
poucos expressam uma necessidade
Outra característica marcante do livro
tão vital, manifestada em uma lingua-
é a multiplicidade de níveis de leituras
gem elegante que prima pela fluência,
que ele proporciona ao leitor. Multiplici-
clareza, lirismo, criatividade e precisão,
dade que engloba questões espirituais,
características do texto de um verda-
transcendentes e, mesmo, “sobrena-
deiro escritor. Sem falar do seu refina-
turais”, mas também uma vigorosa
do senso de humor”, diz Ribeiro, que
denúncia das péssimas condições de
é também professor de jornalismo da
atendimento nos hospitais públicos,
Universidade Federal do Recôncavo da
e, sobretudo, do despreparo do poder
Bahia e membro da Academia de Le-
público e das pessoas, em geral, em re-
tras da Bahia.
lação às necessidades básicas de so-
A opinião é compartilhada por Ed-
brevivência e mobilidade do deficiente Jackson Costa
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
29
»»» M O D A E B E LE Z A
Moda para gestante POR: LORENA SÁ »»» FOTOS: estúdio artis
gravidez é uma dádiva a qual todas as mulheres sonham e muitas delas só se dizem realizadas depois de descobrir o amor incondicional entre mãe e filho. É uma fase sublime, mas de grande modificação no corpo
C
om o novo biotipo, a
mulheres mesmo no período de gesta-
de mercado e jovens talentos, como é o
palavra chave no que-
ção querem continuar bem vestidas,
caso da estudante de Design de moda
sito roupas é CONFOR-
sem perder o estilo.
Larissa Iten Gomes, que para o seu
TO, mas o universo de
No mercado baiano este nicho ain-
trabalho de conclusão de curso está
moda gestante vai além das peças
da é pouco explorado, porém vem des-
desenvolvendo uma coleção com 30
coringas: leggings, calças e shorts com
pertando interesse em diversas mar-
peças que fujam do óbvio e que tragam
elástico, vestidos e blusas amplas. As
cas, como a Martenalle com 10 anos
referências de moda e tendências para
30
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
esse público. “O grande desafio das marcas que trabalham no segmento é criar peças adaptáveis e confortáveis para as futuras mães e que, ao mesmo tempo, sejam elegantes e com informação de moda, sem a cara de “roupa de grávida” previsível”, diz a universitária. Na Artis – Estúdio Criativo, os ensaios fotográficos para gestantes são vistos por uma ótica peculiar, despertando a sensibilidade e retratando as emoções deste momento mágico. Há toda uma preocupação com o bem estar e conforto da futura mamãe, onde a produção de moda preza pela individualidade a cada ensaio, agregando as tendências com muita atitude e personalidade, para que elas continuem lindas, charmosas e fashion, demonstrando o carinho e amor pelo futuro membro da família. o
“
O grande desafio das marcas que trabalham no segmento é criar peças adaptáveis e confortáveis para as futuras mães e que, ao mesmo tempo, sejam elegantes e com informação de moda, sem a cara de “roupa de grávida” previsível” www.olarevista.com.br »»» junho 2013
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»»» C O MP O RTA M ENT O
Maternidade Ativa CRIA FILHOS SEGUROS POR: Luisa Torreão »»» FOTOS: Priscila Costa Pinto E ESTÚDIO ARTIS
Desmamar precocemente, terceirizar os cuidados, dormir separado, deixar chorando para acostumar. Conselhos do tipo não faltam em livros escritos para mães dispostas a “adestrar” os filhos para a independência. Diante da acelerada rotina que se vivencia hoje, é assim que os bebês estão sendo criados, afinal
R
emando contra essa
emoções, bem como com a busca pelo
maré, no entanto,
conhecimento da fisiologia do parto.
Enquanto bebês, o quarto é compartilhado com os pais. Mamadeira de
de
Mas nem sempre é assim. “Pode e
leite artificial, eles nunca viram. Fralda
mães vêm buscan-
seria maravilhoso que começasse na
descartável o mais velho até usou, po-
do uma forma de criar os filhos com mais
gravidez, mas é importante ressaltar
rém o menor sequer sabe o que é. Usa
afeto para torná-los adultos emocional-
que não é o único caminho. Muitas ve-
apenas fraldas ecológicas de pano,
mente seguros, exercendo a maternida-
zes, a mulher só se dá conta que pode
desde que nasceu – versões modernas
de de maneira ativa e consciente. Na
exercer uma maternidade ativa depois
da antiga calça enxuta.
prática, significa um resgate ao instinto
de muitos tropeços. Às vezes, só o
Tudo isso é apenas uma parte das
maternal, evitando padrões de compor-
próprio puerpério [pós-parto] é capaz
opções que Clesia fez para os filhotes.
tamento baseados em meras conven-
de mexer profundamente com falsas
O mais importante na criação é afeto,
ções e pressões sociais.
crenças que a mulher traz consigo”, diz
entrega, dedicação, presença física.
outra
parcela
“Não posso dizer que é sempre lin-
Carolina. Foi assim com ela, ainda no
“Acho que toda ou quase toda mãe
do, temos muitos dias difíceis, mas vi-
nascimento da primeira filha. Precisou
sente essa vontade de estar sempre
ver intensamente a maternidade é um
passar por uma cesárea desnecessária
perto e que é mais que natural, mas
presente, uma oportunidade única de
para compreender como deveria viven-
um monte de coisas da vida moderna,
reflexão sobre nossas escolhas, sobre
ciar a experiência de ser mãe. Hoje, ten-
bem como alguns métodos, acabam
o mundo. A maternidade ativa foi uma
do parido o segundo filho de forma natu-
por afastar as mulheres dessa vonta-
porta para uma nova vivência que me-
ral, sabe que escolheu o caminho certo.
de”, diz Clesia. O psicólogo Alexandre Coimbra
xeu em todos aspectos da minha vida”, afirma Carolina Lube, mãe do recém-
Presença física
Amaral explica que essa vontade natu-
nascido Cauê, de 1 mês, e de Sophia,
A maternidade ativa é também exerci-
ral nasce do vínculo estabelecido entre
de 4 anos.
da por Clesia Miranda com seus dois
mãe e filho desde o nascimento. “A
Para algumas mulheres, a postura
filhos – Arthur, de 3 anos, e Theo, de
mãe é sentida pelo filho como parte in-
ativa pode começar ainda na gravidez,
7 meses. Sem babá em casa, ela e o
trínseca dele. Ele, enquanto bebê, não
com a tomada de consciência dos pro-
marido se dividem nos cuidados dos
consegue compreender que são duas
cessos por que passam o corpo e as
pequenos.
entidades separadas. Por isso, vive a
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Foto:Priscila Costa Pinto Modelos: a mãe Carolina Lube com a filha Sophia e o filho Cauê
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»»» C O MP O RTA M ENT O
F O T O : E S TÚ D I O A R TI S m O D E L O : C A R O L F A LK
34
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
“
Se a vida está corrida, temos que abrir mão de outras coisas em nosso pouco tempo livre para dar a eles o que eles mais precisam: a nossa presença genuína, vívida, cheia de vontade de estar ali”
separação com tanta angústia e o dis-
dade. Clesia Miranda também pensa
tanciamento com tanto choro”.
forma tão vertiginosa”, afirma.
assim. Para ela, a importância da mãe
Clesia é uma que não abriu mão
Segundo ele, a mãe que também
é fundamental nos primeiros anos,
da vida profissional mas, em compen-
sente essa distância com angústia
já que é o momento em que a crian-
sação, trabalha em um horário pouco
está bem do ponto de vista da vincu-
ça está formando a personalidade.
usual. “Fico fora de casa por seis ho-
lação. “Nós não nos vinculamos aos
E, afinal, ninguém melhor que a mãe
ras, num período que quase ninguém
nossos filhos porque é bom para eles,
para transmitir valores e conhecimen-
gostaria, porque é das 16h às 22h. Fiz
mas porque nós também precisamos
to.“Estar presente fisicamente é um
isso para poder ficar a maior parte do
deste vínculo para nos transformar-
dos fatores principais dessa relação.
tempo com meus filhos. Posso passar
mos em pais”.
E eu não acredito que somente umas
o dia quase inteiro com eles, cuidando,
Pelo menos, assim deveria ser, não
horinhas com qualidade vá suprir isso.
educando”, conta.
fosse a urgência do mundo moderno.
Criança precisa de qualidade, mas de
Na casa dela, ajudantes além de
Criar filho deixou de ser prioridade. Pre-
quantidade também. Porque ela preci-
pai e mãe, só se não houver jeito. “Nos
sença física já não é o mais importan-
sa de tempo para aprender, entender,
revezamos nos horários para estarmos
te. A justificativa é que qualidade supe-
sentir-se segura de suas escolhas”,
sempre com eles a maior parte do tem-
ra quantidade. Será?
considera.
po possível, acompanhar o crescimen-
Não é o que diz Alexandre, pai de
to, o desenvolvimento, passar seguran-
dois filhos, com um terceiro a caminho.
Profissão
ça para eles. É cansativo? Sim, e muito!
“Esta distorção de que é possível me-
Para Alexandre, é importante dizer que
Mas pensamos que o futuro deles será
diar a falta de quantidade pelo excesso
não se trata de abrir mão da carreira e
bem melhor assim, se forem cuidados
de qualidade é uma falácia. Filho quer
dos estudos, mas de reavaliar o estilo
e educados por nós”.
e precisa de muita mãe e de muito pai”.
de vida. “As mulheres que ainda não
O marido fica com os meninos à
De acordo com ele, não é porque
compreendem o movimento de huma-
noite, enquanto ela não chega em
passamos a estar mais tempo fora de
nização acham que humanizar a ma-
casa. “Mas claro que para isso precisa-
casa, priorizando as demandas profis-
ternidade é negar as conquistas femi-
mos abrir mão de muitas coisas, pois
sionais e pessoais, que os filhos pas-
nistas quanto à vida profissional. Mas,
a renda acaba ficando menor já que
saram a precisar de menos quantidade
ser uma mãe com preceitos humanis-
trabalho menos, mas abrimos mãos de
de mãe e pai.
tas é repensar a voracidade com que
coisas materiais, coisas que para nós
as mulheres vêm lidando com a vida”.
não são tão importantes quanto estar
“Se a vida está corrida, temos que abrir mão de outras coisas em nosso
O tempo da maternidade é o tempo
pouco tempo livre para dar a eles o que
da entrega, ou, como define o psicólo-
Ela complementa: “Eles podem até
eles mais precisam: a nossa presença
go, da guiança pelas necessidades do
não ter o brinquedo caro, a roupa cara,
genuína, vívida, cheia de vontade de
bebê. “Para viver isso, é necessário
a gente nem sempre viaja nas férias,
estar ali”, afirma o psicólogo, fundador,
desacelerar para sentir. Não se sente
mas eles têm o mais importante que é
junto com a esposa, do Grupo Rodaviva
a potência que a experiência materna
a nossa presença e amor constante na
de apoio a gestação, parto e materni-
pode dar à mulher quando se vive de
vida deles”. o
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
perto e cuidar dos nossos filhos”.
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»»» C O MP O RTA M ENT O » » » CAPA
JUVENTUDE
FAMÍLIA É PEÇA CHAVE NO ENFRENTAMENTO ÀS DROGAS POR: Luisa Torreão »»» FOTO: Estúdio Artis »»» ILUSTRAÇÃO: CAMILO CUNHA
Aos 16 anos, Mirian Souza Fonseca já viu muitos colegas percorrerem um caminho de onde poucos conseguem voltar
J
ovens que, como ela, te-
maioria das vezes, o problema também
riam tudo para estar es-
começa ali, no seio do lar. E não é só
tudando, se divertindo,
uma questão de periferia.
não fossem as drogas
Arraigada em toda sociedade, tor-
capazes de mudar tantos destinos.
na-se visível o quanto a droga está
“Via colegas saindo e todo mundo be-
corroendo famílias de classes média
bendo, logo começando a usar outras
e alta, fazendo escravos longe das fa-
coisas. Isso me incomodava muito”,
velas. “Está em todos os lugares, não
conta a garota, que decidiu transformar
importa o nível social. O traficante
a realidade à volta dela fazendo parte
não é mais o bandido mal encarado.
de um projeto social de enfrentamento
Pode ser um colega de escola, do con-
às drogas, o Travessia Cidadã.
domínio”, alerta a terapeuta familiar
Parte do Programa Conjunto da Or-
Carmélia Musse.
ganização das Nações Unidas (ONU)
O inimigo, dentro da própria casa,
Segurança com Cidadania, o projeto
pode ser sutil. “Normalmente, as situa-
acontece em Itinga, o maior e mais po-
ções já estão na família, com a presen-
puloso bairro do município de Lauro de
ça do cigarro ou a associação do prazer
Freitas (Grande Salvador), com quase
com a bebida. As drogas lícitas estão
90 mil habitantes, dos quais 41,7%
expostas para o jovem desde cedo, as
têm idade entre 10 e 24 anos.
receitadas também”, diz Carmélia.
Com alto histórico de violência e
A psicóloga Vera da Ros, consultora
uso indiscriminado de drogas – 62%
do Escritório das Nações Unidas sobre
dos moradores admitem conhecer al-
Drogas e Crimes (UNODC), concorda.
gum usuário –, não é à toa que a lo-
“O cafezinho para acordar, o chá para
calidade foi escolhida para trabalhar
acalmar, a cervejinha no fim de sema-
a prevenção ao consumo juvenil de
na e muitas outras drogas estão arrai-
álcool e outras substâncias químicas.
gadas aos costumes de todas as cama-
Prevenção esta que deve ser iniciada
das e níveis socioeconômicos”, elenca.
dentro de casa. A questão é que, na
“Vivemos em uma civilização quími-
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www.olarevista.com.br »»» junho 2013
ca. Há toda uma cultura condicionada para o uso das drogas. Elas funcionam como uma válvula de escape. Primeiro, proporciona um sensação de prazer e tranquilidade. Depois, aparece a depressão, a tristeza, a dor e o sofrimento”, reforça Carmélia. Ainda assim, a descoberta por parte dos pais é sempre uma surpresa. “O que acontece é colocar a culpa lá fora, nos amigos. A família não percebe a sua responsabilidade – a mãe que trabalha o dia inteiro, o pai que está ausente ou dá pouca atenção”, afirma. A terapeuta ensina que, para solucionar o problema, o melhor caminho é não se fechar, mas buscar auxílio, seja na religião, na medicina, na terapia ou mesmo entre os próprios familiares. De acordo com ela, a família precisa se capacitar para saber falar com o jovem sobre as drogas. “Não se deve aterrorizar, nem adianta chegar com o sermão pronto. Tem que haver diálogo, não monólogo”. Carmélia ressalta que os pais precisam prestar atenção nos filhos, amigos e escola, bem como oferecer constantemente carinho e atenção, sem ter medo de dizer não, quando necessário. “Não dá para ser permissivo, nem autoritário demais”.
Álcool Para Cleide Rezende, secretária executiva do Projeto Travessia Cidadã e moradora de Itinga, é justamente a falta de estrutura familiar, aliada à falta de informação e instrução, a maior dificuldade percebida nos trabalhos com a comunidade. “E normalmente só se pensa nas drogas ilícitas, mas a gente sabe que o álcool está acabando com os jovens. Educação é a solução para isso”, diz. O Documento Final de Diagnóstico
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»»» C O MP O RTA M ENT O » » » CAPA Institucional da ONU confirma que o
entre outros. “Mas não adianta pensar
consumo abusivo e a glamorização da
só no jovem, se não trabalhar a famí-
bebida alcoólica estão amplamente di-
lia”, enfatiza.
fundidos no bairro de Itinga. “O usuário do álcool não se acha
Escola
um dependente. Já começa o proble-
A representante da Secretaria Muni-
ma assim”, admite Fátima Carvalhal,
cipal de Educação Isa Croesy acredi-
representante da Secretaria Municipal
ta que a droga é uma preocupação
da Saúde, para quem a conscientiza-
pertinente a todos. “Nas escolas, nas
ção é peça chave na prevenção.
famílias, em todas as instâncias, trata-
Vera da Ros afirma que o aumen-
se de uma realidade muito próxima. O
to do uso de drogas legais entre os
jovem hoje, se não usa, já conviveu ou
jovens traz graves consequências às
soube de alguém que usou”.
condições de saúde física e psíquica,
Para Isa, a escola não pode jamais
notadamente pela infecção por HIV e
estar de fora do processo de enfrenta-
hepatites virais.
mento às drogas. “Ela tem um papel
“Há uma tendência de uso de ál-
muito grande, principalmente devido à
cool e outras drogas cada vez mais
ausência dos pais. Lá são despejados
cedo, bem como altas prevalências do
todos os problemas sociais”, alega.
uso de álcool. Esta situação apresenta-
Representante colegiada do Traves-
se mais grave quando se consideram
sia Cidadã e coordenadora do projeto
as consequências danosas, por exem-
Mérito Juvenil (premiação internacio-
plo, na vida afetiva, familiar e social,
nal que valoriza atividades realizadas
além dos prejuízos à saúde nessa po-
por jovens), Leide Manuela Santos
pulação”, diz.
acredita no protagonismo juvenil como
Segundo Fátima Carvalhal, em Lau-
forma de enfrentamento.
ro de Freitas, o enfrentamento vem
“A valorização dos jovens, com
sendo realizado com palestras, capa-
ações que deem visibilidade para eles,
citações, feiras, atendimentos de rua,
é uma forma de contribuir para reduzir
Carmélia Musse,terapeuta da família
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www.olarevista.com.br »»» junho 2013
a participação na criminalidade. É pre-
dando certo é a constatação da redu-
ciso manter os jovens ocupados com
ção de 50% no número de homicídios
coisas positivas”, defende.
em Itina, no primeiro trimestre deste
As causas que levam às drogas
ano. A meta é reduzir em 30% a taxa
são muitas. Ausência de espaços para
geral de assassinatos de jovens de 15
lazer, despreparo para o mercado de
a 24 anos, até 2016.
trabalho, evasão escolar e desestru-
A estimativa do Programa é de que
tura familiar estão entre os principais
cerca de duas mil pessoas já tenham
fatores apontados no Documento Final
participado de cursos de capacitação,
de Diagnóstico Institucional, produzido
palestras, oficinas e outras ações, des-
pelo Programa Conjunto da ONU.
de setembro de 2012.
Trata-se, portanto, de um problema multifatorial, cujo enfrentamento deve
PROGRAMA DA ONU
ser conduzido levando em conta os
Prevenir a violência, criando ambientes
diversos aspectos – pessoais, sociais,
mais seguros e saudáveis para jovens
econômicos, culturais etc.
entre 10 e 24 anos, em condições vul-
A via é de mão-dupla. “Nos mesmos
neráveis. Esse é objetivo do Programa
domínios da vida nos quais se encon-
Conjunto da ONU Segurança com Cida-
tram os fatores de risco, encontraremos
dania. As ações estão sendo realizadas
os de proteção: indivíduo, família, esco-
em três áreas geográficas específicas,
la, pares, comunidade, sociedade”, ga-
escolhidas por meio de um edital públi-
rante a psicóloga Vera da Ros.
co, que recebeu mais de 82 inscrições
É justamente o que vem buscando
de várias regiões metropolitanas do
colocar em prática o Programa Conjunto
país. São elas: Bairro Itinga, em Lauro
da ONU Segurança com Cidadania, e por
de Freitas (BA); Região Nacional, em
meio dele o projeto Travessia Cidadã.
Contagem (MG); e Região Administra-
Implantado desde 2011 em Lauro de Freitas, o Programa tem a proposta
tiva VII - São Pedro, em Vitória (ES). o Fonte: ONU
de prevenir a violência fortalecendo o papel do cidadão e da comunidade. Por meio de ações diversas, reúne instâncias de educação, saúde, comunicação, cultura, lazer e segurança pública. Exemplo disso são as Feiras de Convivência e Segurança Cidadã, rea-
NÍVEIS DE ENVOLVIMENTO COM AS DROGAS Nível 1 - Uso por curiosidade experimentações pontuais Nível 2 - Uso ocasional quando o local e a companhia favorecem
lizadas de abril a junho, em Itinga, re-
Nível 3 - Uso habitual sempre que repete determinada ação
unindo atividades artísticas, oficinas e
Nível 4 - Uso dependente
oferta de serviços públicos.
já não tem controle do uso
Um prova de que a mobilização vem
Fonte: Carmélia Musse, terapeuta da família
“
Normalmente, as situações já estão na família, com a presença do cigarro ou a associação do prazer com a bebida. As drogas lícitas estão expostas para o jovem desde cedo, as receitadas também” www.olarevista.com.br »»» junho 2013
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»»» U t i l i d ad e Pú bl i c a
V a n d e r S a n t o s ( p r e s i d e n t e d a A S P D E LF ) t e n t a n d o s u b i r a c a l ç a d a
Acessibilidade
O direito de ir e vir garantido pela Constituição Federal POR: VICTOR LIMA »»» FOTOS: MARCELO GANDRA
A acessibilidade deve garantir que as pessoas com deficiências ou com mobilidade reduzida possam circular e se movimentar pelos espaços da cidade de forma plena e livre de barreiras
O
direito de acesso ao
que ainda se vê é a existência de inú-
presidente da Associação das Pessoas
meio físico, sobretudo
meras barreiras físicas que impedem
com Deficiência de Lauro de Freitas
para as pessoas com
que essas pessoas usufruam do direito
(ASPDELF), tem procurado junto ao
deficiência ou mobilida-
fundamental de se locomoverem livre-
poder público municipal, estadual e so-
de reduzida foi assegurado na Consti-
mente pelas calçadas, praças, edifica-
ciedade civil organizada, contribuições
tuição Federal brasileira e em diversas
ções públicas e de uso coletivo.
para melhoria das condições de vida
normas infraconstitucionais. Porém, o
40
Por este motivo, Vander Santos,
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que garantam autonomia e mobilidade
para os cidadãos que sofrem de algum tipo de deficiência física. Segundo ele, Lauro de Freitas tem avançado no que diz respeito às questões de promoção da acessibilidade, contudo a necessidade de uma continuidade e empenho do poder público para atender esta parte da população requer mais atenção. “Nós os cadeirantes sofremos muito quando nos locomovemos pela cidade, simplesmente porque um pequeno degrau torna-se às vezes uma muralha. Hoje o município não tem uma quantidade boa de rampas nas vias públicas, fazendo com que a gente divida os espaços com os automóveis no asfalto. São poucas as edificações públicas que têm o acesso fácil, mas tanto a gestão anterior, quanto a atual vem se preocupando com a situação”, ressalta. Ainda segundo o presidente da ASPDELF, o município tem duas ferramentas muito importantes, o Plano Municipal de Direito da Pessoa com Deficiência, e o Conselho Municipal do Direito das Pessoas com Deficiência Física, que apontam como grandes conquistas para os as pessoas com mobilidade reduzida na cidade. Porém, é necessário que as secretarias se comprometam, principalmente a Secretaria de Infraestrutura do Município (SEINFRA), que até então, em suas edificações não contemplam um plano de acessibilidade. Santos também cita que outras secretarias não são acessíveis, a exemplo da Secretaria de Educação de Lauro de Freitas. O governo federal estabeleceu prazo para que as edificações públicas de uso coletivo e privado sejam adequadas à lei 10.098 de 2000, que prevê normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. O fato é que este prazo se estendia até o ano de 2007, e infelizmente alguns órgãos públicos e privados ainda não regularizaram seus espaços para que as pessoas com mobilidade reduzida adentrem aos seus prédios com mais facilidade. O presidente da ASPDELF informa também, que a associação apresentou alguns projetos à prefeitura como o “Praia para Todos”, que cria a primeira praia acessível de Lauro de Freitas e o “Rota Acessível”, que prevê em concordância com a SEINFRA, o mapeamento de trechos com rampas e estrutura que facilitem a locomoção de cadeirantes e pessoas com qualquer tipo de dificuldade de mobilidade. “A prefeitura quer fazer, mas ela prioriza outras questões. Cabe a nós do movimento, fazer essa cobrança, como venho fazendo ao longo do tempo. As ações vêm acontecendo, porém ainda com lentidão, e, às vezes de forma equivocada, como a rampa construída no Anexo da Câmara de Vereado-
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A maioria dos Pontos de ônibus sem estrutura para cadeirantes
41
»»» U t i l i d ad e Pú bl i c a res. Hoje a rampa é totalmente inacessível”, acrescenta. De acordo com o Secretário André Luis, existe na SEINFRA, em relação à execução de obras, um projeto que irá urbanizar e pavimentar as ruas não pavimentadas, pensando-se em rolamento para veículo, passeio, meio fio e drenagem. A secretaria também está desenvolvendo projeto para requalificação do centro como um piloto para questão da mobilidade urbana. O intuito é modificar vias e reestruturar o sistema viário, para que ruas estreitas sem passeios sejam transformadas em calçadão. “Onde pudermos vamos alargar os passeios e criar rampas de acessibilidade para travessia de um passeio ao outro. Além disso, estamos também com um projeto de recapeamento das vias, que hoje estão em condições precárias, ou seja, a vida útil já está no fim, tem vias que não tem como fazer mais tapa buracos. Também estamos criando um padrão de passeio, observando a qualidade, o concreto bem acabado, sem ressaltos, sem declividades muito grandes, para uma melhor segurança no andar”, afirma o secretário de Infraestrutura do município. Ainda segundo ele, a mobilidade também passa pela questão do transporte público e por isso deve-se conectar a pista com passeio, com equipamentos públicos, com praças e pontos de ônibus. O novo modelo de sistema viário deve conectar estes pontos para que haja melhores condições de trânsito para o cadeirante. O secretário informa também que este planejamento como um todo, está sendo feito pela Secretaria Municipal de Planejamento (SEPLAN).
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Alguns pontos da cidade já contemplam a acessibilidade, como no fim de linha de ônibus no centro
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Alguns órgãos municipais e estaduais têm abraçado a causa da promoção da acessibilidade no município junto à ASPDELF, como a Superintendência Estadual de Direito da pessoa com Deficiência, órgão da Secretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), representada pelo superintendente Alexandre Barone e pela diretora de acessibilidade Marília Cavalcante, e a coordenação de reabilitação da Secretaria Municipal de Saúde na figura de Tito Coelho, que em parceria com a SEINFRA se propôs estar presente nas execuções do projeto. Segundo o IBGE de 2010, existem pelo menos 42 mil pessoas com qualquer tipo de deficiência no município. Em levantamento feito pelo presidente da ASPDELF, há no mínimo 30 cadeirantes, hoje, só no bairro de Portão. Caso houvesse hoje um mapeamento no município, seriam constatadas pelo menos 300 pessoas que utilizam a cadeira de rodas em Lauro de Freitas. No dia 24 de abril, o prefeito Márcio Paiva e o secretário de Infraestrutura André Luis visitaram a região de Quintas do Picuaia para vistoriar uma série de obras, que segundo
Secretário municipal da Infraestrutura, André Luis
o secretário, considerará a questão da mobilidade urbana na localidade. Serão investidos cerca de R$ 12,7 milhões em pavimentação, e outras questões como micro e macro
Praia para Todos
drenagem do Rio Picuaia e obras de esgotamento sanitá-
A praia acessível vem crescendo no cenário na-
rio, iluminação pública e projetos socioambientais, além da
cional. Estados como Rio de Janeiro, São Paulo
construção de uma creche, uma quadra poliesportiva e um
e Paraná implantaram o projeto em sua orla e
galpão de triagem de resíduos sólidos em convênio com o
calçadões. Para o funcionamento do projeto é ne-
Governo Federal. o
cessário que haja na praia uma esteira, uma área protegida com toldo de apoio e pessoas para ajudar na transferência da cadeira de rodas para a cadeira anfíbia, tudo isso para que o cadeirante possa atingir o mar e usufrua do oceano.
Rota Acessível Alguns trechos já foram definidos pela ASPDELF junto com a SEINFRA começando pelo terminal de ônibus do Centro de Lauro de Freitas em direção à saída que se estende até a Secretaria de Esporte do município, passando pelo correio. Já existe no município uma rota acessível, com mais ou menos nove rampas próximo à Secretaria de Esporte, à Secretaria de Assistência Social e ao Restaurante Popular, até a Estrada do Coco, passando por baixo Dificuldade de locomoção na maioria das ruas e calçadas do município
do viaduto.
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»»» U t i l i d ad e Pú bl i c a
CURSOS DE CULINÁRIA PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA
DATA/HORA
CURSOS
INSTRUTOR
VALOR
03/JUNHO 13:00 às 17:00 h
(5 sobremesas feitas em sala e mais receitas brindes)
SOBREMESAS RÁPIDAS E PRÁTICAS
Lígia Varella
R$ 45,00
Sônia Mattos
R$ 45,00
Sônia Mattos
R$ 45,00
Rismarães Lemos
R$ 45,00
Rismarães Lemos
R$ 40,00
Mércia Costa
R$ 45,00
Rismarães Lemos
R$ 40,00
TORTAS E BOLOS TÍPICOS PARA SÃO JOÃO
Sônia Mattos
R$ 48,90
TÉCNICAS DE CONGELAMENTO
Roberto Mazzali Chef Italiano
R$ 40,00
CULINÁRIA JAPONESA
Pedro Simões
R$ 80,00
Rismarães Lemos
R$ 45,00
BOLO DECORADO
Amanda Costa
R$ 45,00
FÁBRICA DE TORTAS MÓDULO II (CURSO PROFISSIONAL)
Mércia Costa
R$ 150,00
Pedro Simões
R$ 60,00
04/JUNHO 13:30 às 17:30 h 05/JUNHO 13:00 às 17:00 h
PÃES INTEGRAIS (MÓDULO II) SALGADOS DE FORNO
(3 salgados feitos em sala e mais receitas e dicas)
06/JUNHO 08:30 às 12:00 h
CREPES DOCES E SALGADOS
06/JUNHO 13:30 às 17:00 h
PIZZAS ,(MASSAS E RECHEIOS)
07/JUNHO 13:00 às 17:00 h 08/JUNHO 08:30 às 12:00 h
BOLO DECORADO
(Pasta americana, o aluno leva o bolinho para casa)
PIZZAS ,(MASSAS E RECHEIOS)
10/JUNHO 10:00 às 16:00 h
(5 sobremesas feitas em sala e mais receitas brindes)
11/JUNHO 09:00 às 16:00 h
(2 receitas feitas em sala e mais todas as técnicas de congelamento)
13/JUNHO 13:30 às 17:00 h
Pratos Frios
14/JUNHO 13:30 às 17:00 h
CREPES DOCES E SALGADOS (Pasta americana, o aluno leva o bolinho para casa)
17 e 18/JUNHO 13:30 às 17:30 h
(5 Tortas 10 recheios e muitas dicas)
PRATOS QUENTES DA CULINÁRIA JAPONESA
Local: Av.Dorival Caymmi,601 Itapuã Contato: Vanessa Bellini
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Mestre em cozinha Natural Mestre em cozinha Natural Chef de Cozinha Chef de Cozinha Chef Patissiere Chef de Cozinha
Mestre em cozinha Natural
Chef sushi Man
15/JUNHO 08:30 às 12:00 h
19/JUNHO 13:30 às 17:30 h
Chef Patissiere
Chef de Cozinha Chef Patissiere Chef Patissiere Chef sushi Man
Tel: 71 3497-7220 | 9139-6227 cursos@novamercantil.com.br | www.labelliniconsultoria.com.br
www.olarevista.com.br »»» junho 2013
O
»»» C L A SS I F ICA D O S » » » g ê n e r os a liment Íc i os
O
»»» C L A SS I F ICA D O S » » » u t i l i d a d e s
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www.olarevista.com.br »»» junho 2013
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 C L A SS I F ICA D O S    g ê n e r os a liment �c i os
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