ALEXANDRO F. VIEIRA
ARQUITETURA HOSPITALAR
2013
CENTRO DE REFERÊNCIA EM PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL [AVC]
ALEXANDRO F. VIEIRA
ARQUITETURA HOSPITALAR CENTRO DE REFERÊNCIA EM PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL [AVC]
Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo
sob
orientação
Montanheiro Paolino.
Ribeirão Preto. 2013
da
Prof.ª
Ruth
Cristina
ALEXANDRO F. VIEIRA
ARQUITETURA HOSPITALAR CENTRO DE REFERÊNCIA EM PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL [AVC]
Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo
sob
orientação
da
Prof.ª
Ruth
Cristina
Montanheiro Paolino.
BANCA EXAMINADORA
Professor Orientador
Examinador 01
Examinador 02
Profª. Ruth Cristina M. Paolino
Ribeirão Preto, ____de __________________de 2013.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que nunca me abandonou mesmo nos momentos de fraqueza, guiando e iluminando meus passos. A minha esposa Rosemara Rosa Vieira e as minhas filhas Bianca Rosa Vieira e Livia Rosa Vieira pela paciência nos dias de ausência em que não pude dar a atenção merecida e mesmo assim sempre me receberam com sorrisos e muito amor. A minha mãe Maria Hélia que batalhou muito para que eu chegasse até aqui. A minha vó Zilda F. Vaz pelos conselhos e a simplicidade das palavras. Ao meu avô Argemiro Ferreira Vaz, que mesmo não estando presente entre nós, pela alegria e admiração. Aos professores da faculdade Moura Lacerda que contribuíram ao longo desses anos. A minha professora orientadora Ruth Cristina M. Paolino pela dedicação, clareza e motivação nesta
2013
etapa final.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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Este trabalho fala acerca da arquitetura em relação a um
se o aço como forma estrutural e o concreto celular como forma de
equipamento na promoção de saúde. Resume um pouco a história
fechamento, além de elementos especiais para proteção e controle
da saúde no mundo. Destaca, como proposta de projeto piloto,
da ventilação e insolação excessiva. O estudo de caso discutido
baseado na demanda, um equipamento para prevenção e
neste trabalho proporcionou uma reflexão e observação do uso
tratamento do AVC (Acidente Vascular Cerebral). Através da
dessas ações adaptadas em equipamentos mal projetados, pois as
fundamentação teórica é possível entender essa relação onde
atividades propostas são realizadas em ambientes que não seguem
autores especialistas em arquitetura hospitalar falam das
questões mínimas de conforto e salubridade, como: ventilação e
particularidades
de
iluminação natural. Além disto, nem sempre são respeitadas as
salubridade, conforto térmico e acústico, além do uso de materiais
normas técnicas específicas para equipamentos assistenciais de
e elementos sustentáveis. O projeto é fundamentado num
saúde, gerando conflitos nas questões de acessibilidade e
equipamento multiuso que consiga atribuir ações conjuntas de
locomoção do usuário. Com isso define-se que o programa de
prevenção, tratamento e reabilitação de pacientes sequêlados pelo
necessidades, atribuído a organização das atividades, deve prever
AVC. É discutido neste trabalho questões de uso de materiais e
essas situação como forma de evita-las. Entender este processo e a
tecnologia sustentáveis na produção de espaços salubres com o
solução dessas problemáticas, garantindo qualidade e propriedade
mínimo de elementos residuais ou entulho. Neste processo utiliza-
em projetos de equipamentos de saúde é o objetivo desse trabalho.
desses
equipamentos,
como
questões
PALAVRAS CHAVE: Arquitetura Hospitalar, Reabilitação, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Conforto Ambiental, Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, Acessibilidade, Humanização, Sustentabilidade.
2013
RESUMO
ARQUITETURA HOSPITALAR
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ABSTRACT This work talks about architecture in relation to equipment in the
elements for protection and control of ventilation and excessive
promotion of health. Resume a little history of global health.
sunlight. The case study discussed in this work provided a reflection
Highlights, as proposed pilot project, based on demand, equipment
and observation of the use of these actions adapted poorly
for prevention and treatment of stroke (cerebrovascular accident).
designed equipment, because the proposed activities are
Through theoretical is possible to understand this relationship
conducted in environments that do not follow minimal issues of
where expert authors in hospital architecture speak of the
comfort and hygiene, such as natural ventilation and lighting.
particularities of such equipment, as issues of health, thermal and
Besides, are not always respected technical standards specific to
acoustic comfort, and the use of sustainable materials and
health care equipment, generating conflicts on issues of
elements. The project is based on a multipurpose device that can
accessibility and mobility of the user. With this set up the program
assign joint prevention, treatment and rehabilitation of patients by
needs, given the organization of activities, should provide such
stroke sequelae. It issues discussed in this paper use of materials
situation as a way to avoid them. Understanding this process and
and technology to produce sustained spaces salubrious elements
the solution of these problems, ensuring quality and property
with minimum waste or debris. This process uses steel as a
projects in healthcare equipment is the aim of this work.
structural and cellular concrete as a form of closure, and special
2013
KEYWORDS: Hospital Architecture, Rehabilitation, Cerebral Vascular Accident (CVA), Environmental Comfort, Health Care Facilities, Accessibility, Humanization, Sustainability.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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QUADRO DE FIGURAS FIGURA 01 – MORTALIDADE NO BRASIL EM 2004 ...................................................................................................................... 18 FIGURA 02 – ANEXO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN – ADPTAÇÃO SOBRE A VIA ............................................................................ 20 FIGURA 03 – HOSPITAL REDE SARAH RIO DE JANEIRO – AS COBERTURAS CURVAS DE LELÉ ...................................................... 21 FIGURA 04 – HOSPITAL INFANTIL REDE SARAH RIO DE JANEIRO – ILUMINAÇÃO PELOS SHEDS.................................................. 21 FIGURA 05 – ESQUEMA DE VENTILAÇÃO E CIRCULAÇÃO DE AR ................................................................................................ 22 FIGURA 06 – CENPES – COBERTURA EFICIENTE .......................................................................................................................... 23 FIGURA 07 – CENPES – IMPLANTAÇÃO ....................................................................................................................................... 23 FIGURA 08 – HOSPITAL REDE SARAH RIO – ESPELHO D’AGUA, JARDIM INTERNO E SISTEMA DE VENTILAÇÃO NATURAL ......... 26 FIGURA 09 – HOSPITAL REDE SARAH RIO – IMPLANTAÇÃO, PLANTA E CORTES ......................................................................... 27 FIGURA 10 – HOSPITAL REDE SARAH MACAPÁ ........................................................................................................................... 28 FIGURA 11 – EDIFICIO HILÉA ...................................................................................................................................................... 29 FIGURA 12 – EDIFICIO HILÉA – IMPLANTAÇÃO E CORTE ............................................................................................................ 30 FIGURA 13 – HOSPITAL REGIONAL SALZBURG ÁUSTRIA ............................................................................................................. 31 FIGURA 14 – HOSPITAL REGIONAL SALZBURG ÁUSTRIA - PLANTA E CORTE................................................................................ 32 FIGURA 15 – CENPES DA PETROBRAS RIO DE JANEIRO ............................................................................................................... 33 FIGURA 16 – CENPES DA PETROBRAS RIO DE JANEIRO – VENTOS PREDOMINANTES E INTERPERES DO CLIMA ........................ 34
FIGURA 18 – HOSPITAL ALBERT EINSTEIN – PLANO URBANÍSTICO E CORTE ............................................................................... 36 FIGURA 19 – SEMPRE JABOTICABAL – MAPA LOCALIZAÇÃO .......................................................................................................38
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FIGURA 17 – HOSPITAL ALBERT EINSTEIN – FACHADA E NOVA PASSARELA DE ACESSO ............................................................. 35
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FIGURA 20 – SEMPRE JABOTICABAL – FACHADA ........................................................................................................................ 39 FIGURA 21 – SEMPRE JABOTICABAL – RECEPÇÃO E EXAUSTORES DE VENTILAÇÃO ................................................................... 40 FIGURA 22 – SEMPRE JABOTICABAL – BANHEIROS MAL ADAPTADOS ........................................................................................ 41 FIGURA 23 – SEMPRE JABOTICABAL – AUDITÓRIO E ACADEMIA ................................................................................................ 42 FIGURA 24 – SEMPRE JABOTICABAL – QUADRA DE TÊNIS E COZINHA ADAPTADA ..................................................................... 43 FIGURA 25 – SEMPRE JABOTICABAL – DEGRAUS E CIRCULAÇÃO FORA DA NORMA TÉCNICA ................................................... 44 FIGURA 26 – SEMPRE JABOTICABAL – PISCINA AQUECIDA E SHEDS DE VENTILAÇÃO ................................................................ 45 FIGURA 27 – SEMPRE JABOTICABAL – SALAS DE FISIOTERAPIA .................................................................................................. 46 FIGURA 28 – SEMPRE JABOTICABAL – ÁREA DE AMPLIAÇÃO E SALA DE MANUTENÇÃO ........................................................... 47 FIGURA 29 – SEMPRE JABOTICABAL – HIDROGINASTICA, PROBLEMAS ESTRUTURAIS E ACESSIBILIDADE ................................. 48 FIGURA 30 – O SISTEMA – MÓDULO TIPO .................................................................................................................................. 51 FIGURA 31 – O SISTEMA – PAINEIS DE FECHAMENTO ................................................................................................................ 52 FIGURA 32 – O SISTEMA – DETALHAMENTO COBERTURA .......................................................................................................... 53 FIGURA 33 – O SISTEMA – ORGANIZAÇÃO E PARTIDO ............................................................................................................... 54 FIGURA 34 – O SISTEMA – SIMULAÇÃO DO PROGRAMA SETORIZADO ...................................................................................... 55 FIGURA 35 – REGIÃO ADMINISTRATIVA DE RIBEIRÃO PRETO ..................................................................................................... 57 FIGURA 36 – EIXO OESTE ............................................................................................................................................................ 58 FIGURA 37 – EIXO LESTE ............................................................................................................................................................. 59
FIGURA 39 – LOCALIZAÇÃO ......................................................................................................................................................... 60
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FIGURA 38 – EIXO NORTE ........................................................................................................................................................... 59
ARQUITETURA HOSPITALAR
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FIGURA 40 – VISTA AÉREA TERRENO .......................................................................................................................................... 61 FIGURA 41 – O TERRENO ............................................................................................................................................................ 62 FIGURA 42 – SIMULAÇÃO DE VENTOS PREDOMINANTES ........................................................................................................... 63 FIGURA 43 – INSOLAÇÃO DAS FACES – CARTAS SOLARES ........................................................................................................... 64 FIGURA 44 – INSOLAÇÃO DAS FACES – CARTAS SOLARES ........................................................................................................... 65 FIGURA 45 – MAPA USO ............................................................................................................................................................. 66 FIGURA 46 – MAPA EVOLUÇÃO SOCIAL ...................................................................................................................................... 67 FIGURA 47 – FLUXOGRAMA GERAL ............................................................................................................................................ 77 FIGURA 48 – FLUXOGRAMA CONSULTÓRIOS .............................................................................................................................. 78 FIGURA 49 – FLUXOGRAMA TRATAMENTO COM APARELHOS .................................................................................................... 79 FIGURA 50 – FLUXOGRAMA TRATAMENTO NEUROMOTOR ........................................................................................................ 80
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FIGURA 51 – FLUXOGRAMA ADMINISTRATIVO ........................................................................................................................... 81
ARQUITETURA HOSPITALAR
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 10 2 ARQUITETURA E SAÚDE .............................................................................................................................. 16 2.1 O AVC – ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL .................................................................................... 17 2.2 A ARQUITETURA DA SAÚDE .......................................................................................................... 18 2.3 O ARQUITETO TÉCNICO ................................................................................................................ 19 3 LEITURAS PROJETUAIS ................................................................................................................................. 25 3.1 HOSPITAL REDE SARA RIO ............................................................................................................ 26 3.2 HOSPITAL REDE SARA MACAPÁ .................................................................................................... 28 3.3 EDIFICIO HILÉA .............................................................................................................................. 29 3.4 AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL, SALZBURG, ÁUSTRIA ........................................................ 31 3.5 AMPLIAÇÃO DO CENPES DA PETROBRAS, ILHA DO FUNDÃO, RIO DE JANEIRO............................. 33 3.6 ANEXO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SÃO PAULO, BRASIL ............................................ 35 4 ESTUDO DE CASO ......................................................................................................................................... 37 4.1 SEMPRE – SERVIÇO DE MEDICINA PREVENTIVA ........................................................................... 38 5 O SISTEMA .................................................................................................................................................... 50 6 IMPLANTAÇÃO ............................................................................................................................................. 56 7 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................................................................... 68 8 FLUXOGRAMA GERAL .................................................................................................................................. 74 9 ANTEPROJETO .............................................................................................................................................. 79 10 PROJETO FINAL .......................................................................................................................................... 89 12 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................. 105
2013
11 ANEXOS ...................................................................................................................................................... 97
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
ARQUITETURA HOSPITALAR
relação entre arquitetura e saúde muito além da necessidade de
mecanismos que, acaso não consiga eliminar, então que se criem equipamentos e ferramentas que minimizem seus efeitos.
adaptação do edifício ao programa propriamente dito. A proposta
Podem-se destacar muitas dessas doenças, mas estaria
surge na concepção de se criar um espaço de forma que contribua
muito além da proposta deste trabalho, pois demandaria um
diretamente na promoção de saúde, relacionando conforto,
aprofundamento do assunto, detalhando caso a caso. Como a ideia
programas de prevenção e tratamento.
desse trabalho aparece como projeto piloto, ou seja, o uso de uma
Há muito tempo se discute uma nova visão sobre
metodologia especifica que poderia ser adaptado para cada caso, o
arquitetura hospitalar, uma vez que as referenciais aos centros de
projeto destaca apenas uma dessas doenças, o AVC (Acidente
saúde trazem uma ideia vinculada, automaticamente, em ambiente
Vascular Cerebral), mais conhecido popularmente com “derrame”.
de angústia e tristeza. O objetivo deste trabalho está relacionado
O AVC é uma das doenças que mais mata no mundo,
em unir o programa de necessidades ao objeto através de projetos
perdendo apenas para outro tipo de isquemia (entupimento de
humanizados capazes de não só promoverem saúde, mas atuarem
vasos sanguíneos), o cardíaco, no Brasil o AVC já ocupa o primeiro
de forma eficaz e especializada na prevenção e no tratamento.
lugar desse ranking.
Discutiu-se procedimento metodológico além de questões
A proposta deste trabalho surge especificamente sobre este
fundamentais de demanda, questões sociais, localização, entre
assunto. Abordando apenas reabilitação estará nos dirigindo
outras para justificar a viabilidade do projeto.
apenas a um novo equipamento de saúde como fisioterapia, se
Quando a demanda está relacionada com a área da saúde,
pensasse apenas num espaço de prevenção agora a questão esta
pode-se dizer que algumas doenças ocorrem com mais frequência
relacionado às unidades de saúde pública que já cumprem com
que outras e necessariamente despertam o desejo de se criar
esse papel. 2013
Este trabalho tem como objetivo discutir e refletir acerca da
11
ARQUITETURA HOSPITALAR
12
Assim surge a proposta de centralizar essas ações de forma
familiares e funcionários envolvidos no programa, além da
conjunta num único espaço, tratado agora como um projeto
observação sobre conforto ambiental e humanização desses
especializado na prevenção e tratamento do AVC. O projeto irá
espaços destinados a promoção de saúde. Como proposta de
contemplar um programa onde deverão estar dispostos espaços
implantação desse equipamento, a cidade de Pradópolis foi
físicos destinados para cada estágio, prevenção e tratamento, como
escolhida por oferecer inúmeras características que será observado
academia, piscina com hidroginástica, áreas de recreação, quadra
mais adiante.
poliesportiva, auditório para palestras, entre outros espaços.
reabilitação do paciente, auxiliando o paciente na sua reinserção na sociedade. Será discutido até que ponto a arquitetura pode atuar
no Brasil e no mundo;
de forma eficaz e permanente num programa na promoção de saúde. Este trabalho tem como objetivo garantir que essas ações
Avaliar o estudo de viabilidade baseada numa demanda local e regional;
com maior agilidade durante o seu tratamento. O objetivo geral deste trabalho é propor um equipamento
Entender como a arquitetura pode contribuir com espaços destinados a atividades de saúde;
sejam prestadas de forma conjunta fazendo com que o usuário permaneça o menor tempo possível na sua locomoção e que inicie
Entender e compreender a história da arquitetura da saúde
Propor adequações justificadas e avaliadas em forma de diretrizes para o projeto;
Analisar projetos que possuem programas similares.
como projeto piloto na forma de incrementar um programa de
Nunca se discutiu tanto questões como humanização da
prevenção e tratamento de pacientes vitima ou com potencial para
arquitetura como hoje, muito mais que projetar é tornar o
o AVC abrindo discussão acerca da valorização do espaço físico
ambiente agradável e funcional, independente do programa
incluindo o bem estar físico e mental do paciente, de seus
estabelecido. Na arquitetura hospitalar não é diferente, uma vez
2013
Relacionado ao tratamento, o projeto contempla a
Como objetivos específicos têm-se:
ARQUITETURA HOSPITALAR
13
que essas questões ligadas à salubridade, motivação, recuperação,
de municípios que formam a DRS (Divisão Regional de Saúde) de
tratamento, etc. são condicionantes fundamentais para o projeto.
Ribeirão Preto, além de unidades particulares como hospitais e
Através dos estudos dessas condicionantes é que pode-se
clinicas que, da mesma forma, não consegue atender toda essa
compreender a relação entre essa arquitetura e a promoção da
demanda e, ao mesmo tempo, garantindo um tratamento digno e
saúde.
eficiente. Do ponto de vista acadêmico é discutida essa relação,
Na arquitetura hospital os primeiros critérios que remetem
através das análises de projetos de uso semelhante e propondo
à saúde são as questões relacionadas à segurança, como
adequações para novos centros especializados.
contaminação e normas técnicas, mas será visto neste trabalho
mata no Brasil e no mundo, e contribuir para a diminuição desses
outras questões que fazem da arquitetura hospitalar uma referencia total e comprometida com o programa de saúde.
índices é o objetivo deste trabalho. Outra análise é direcionada na
Como fundamentação teórica e referencial da arquitetura
arquitetura de forma funcional, referindo estudo de ocupação e
hospitalar, tem-se um leque muito amplo desse assunto, como
pós-ocupação, analisando projetos de vários autores especializados
critérios legais, normas e leis que regulamentam projetos de saúde,
na área de edifícios de saúde.
critérios conceituais e arquitetônicos referindo-se a partidos e
Do ponto de vista prático a necessidade de equipamentos que promovam saúde aumenta a cada dia. Os maiores centros
conceitos, critérios funcionais referindo-se a programas, como uso e circulação, entre outros.
especializado, tanto público quanto privado estão sobrecarregados,
Neste trabalho todos esses temas são tratados e analisados
pois a demanda é maior que a oferta. Pode-se destacar uma das
de forma significativa, já que a proposta é um equipamento de
principais referências de unidade pública de saúde, o Hospital das
saúde, mas serão analisados, com maior ênfase, dois critérios
Clinicas de Ribeirão Preto, que é responsável em atender uma rede
específicos: os técnicos, referindo questões de humanização da
2013
As estatísticas mostram que o AVC é a doença que mais
ARQUITETURA HOSPITALAR
como
conforto
térmico
e
acústico,
sistemas
arquitetura, além de artigos acadêmicos relacionados ao tema, que
construtivos e dimensionamento
abordam tendências atuais, estudos de aplicações de novos
e critérios funcionais, referente ao uso, a circulação e
materiais, tanto nacional como internacional, que será apresentado
dimensionamento dos espaços destinados a saúde.
numa segunda etapa deste trabalho.
Para isso este trabalho está fundamentado por artigos
Como se conhece o local de implantação do projeto será
académicos de variados autores onde se pode compreender o
aplicado procedimentos metodológicos com o objetivo de utilizar
papel da arquitetura em prol da saúde, destacando conceitos e
instrumentos para coleta de dados de pesquisa bibliográfica e
visões de arquitetos que já trabalham com a arquitetura para
documental deste local.
saúde, entre eles destacaremos a arquitetura de João Filgueira
O estudo de caso também contribui com esse trabalho
Lima, mais conhecido como Lelé, que trabalha com uma arquitetura
numa observação sistemática, do programa estabelecido e
humanizada utilizando luz e ventilação natural como marca de seus
promovido pelo edifício, através de entrevista estruturada, além de
projetos.
questionários de questões abertas com profissionais que atuam na
Outra referencia à arquitetura hospital, está baseada nos
área de arquitetura de saúde.
projetos de Jarbas Karman, que trabalha muito bem com questões
O equipamento escolhido como estudo de caso foi um
de flexibilidade no ambiente hospitalar. Também será discutido a
edifício privado que oferece a seus usuários um programa voltado a
arquitetura de Siegbert Zanettini, na sua forma de projetar, um
prevenção de doenças, o SEMPRE (Serviço de Medicina Preventiva)
pouco mais parecido com Lelé, preocupado nas questões de
da Unimed de Jaboticabal. Neste estudo foi feita analises técnicas
conforto, ventilação natural e jardins compondo o espaço.
como materiais, estrutura, uso, localização, partido, etc.
Outras fontes bibliográficas que servem de base para a
A realização dessa pesquisa foi de forma exploratória
conclusão deste trabalho são as revistas especializadas em
descritiva que visa descrever as características dos usuários. A
2013
arquitetura,
14
ARQUITETURA HOSPITALAR
15
metodologia de pesquisa tem como modelo básico a pesquisa quantitativa, onde se devem conhecer quantos usuários usam esse tipo de equipamento, assim como, os centros de reabilitação atuam de forma produtiva, sendo públicos e privados. Foi utilizada uma pesquisa documental e icnográfica, onde serão elaboradas a partir de documentos, fotos, reportagens, entre outros, de forma a conhecer a arquitetura e a estrutura do edifício,
2013
sua importância para o município, sua identidade.
ARQUITETURA E SAÚDE
ARQUITETURA E SAÚDE
ARQUITETURA HOSPITALAR
2.1 O AVC – ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
17
Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE) faz cerca de 120 vítimas por mês na região de Ribeirão Preto”.
Embora o AVC nos remeta a ideia de ser apenas doença de
Como o projeto surge como proposta de discussão de um
pessoas idosas notam-se dados que contradizem isso. Entre vários
modelo existente implica em duas questões: “Descentralização e
fatores, devido a mudanças de comportamento e hábitos
Centralização”, quando se refere ao AVC, sabe-se que é tratado de
alimentares, o AVC tem feito vítimas cada vez mais jovens.
forma centralizado pelos hospitais públicos e privados, mas que ao
Exemplo disso é uma matéria escrita pela colunista do jornal
longo do tratamento a dificuldade de reabilitação se dá pelo fato da
o estadão Clarissa Thomé do dia 11 de novembro de 2012, acerca
demanda que muitas vezes esbarram em falta de centros
de um levantamento do AVC nos últimos dez anos, segundo Thomé,
especializados.
Doença que mais mata no País e que costuma ser associado a pacientes idosos, o acidente vascular cerebral (AVC) também atinge jovens. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde mostra que 62.270 pessoas com menos de 45 anos morreram no País, entre os anos 2000 e 2010. Do início da década até setembro deste ano, 2000 mil pacientes nessa faixa etária foram internados em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) - não entram na conta as internações na rede particular.
Também na forma de prevenção essas entidades não conseguem manter um trabalho constante por muitas vezes se fundirem em vários programas ao mesmo tempo, desmotivando o paciente
em
participar
das
campanhas
de
incentivos
e
esclarecimentos.
Outra matéria também discutida num artigo de jornal do Ribeirão Preto Online de autor desconhecido no dia 05 de setembro 2013
de 2011, agora numa escala regional diz, “O Acidente Vascular
ARQUITETURA HOSPITALAR
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sendo que as doenças cardiovasculares aparecem em destaque na parte inferior da tabela. 2.2 A ARQUITETURA DA SAÚDE Em 1780 deu-se o surgimento do hospital, na França como instrumento terapêutico, destinado a curar. Até então o papel do hospital não era de cura, mas funcionava como uma instituição de assistência aos pobres. Não se olhava o paciente como um doente, apena que estava morrendo e necessitava de assistência social, material e espiritual. Vamos verificar essa condição quando buscamos entender as primeiras referencias brasileiras de edifícios ligados à saúde, as Santas Casas de Misericórdia, que prestava esse papel assistencial aos presos e moribundos. Outra característica dos hospitais nesse período servia para separar os enfermos da sociedade, para esperar a morte, não Figura 01 – Mortalidade no Brasil/2004
Fonte: DATASUS 2006
havendo quase nenhuma intervenção sobre a doença ou o doente.
principais causas de mortalidade no Brasil em 2004(superior),
No final do século XVIII e inicio do XIX, os avanços tecnológicos, vindos dos primeiros resultados da Revolução Industrial, onde evitando que o trabalhador adoecesse, nasce a iniciativa visando melhorar as respostas motoras, de conforto, de
2013
Como se pode observar no gráfico acima, mostram as
ARQUITETURA HOSPITALAR
esforço e bem estar do individuo.
Ao
longo
dos
anos
a
19
2.3 O ARQUITETO TÉCNICO
arquitetura hospitalar, com a incorporação de novos materias além de técnicas construtivas alcançou outro patamar, abandona o papel
Neste trecho decorre-se brevemente sobre a trajetória de
de curadora para o de promotora da saúde. Não se pode observar a
alguns arquitetos que trabalham com arquitetura hospitalar,
arquitetura contemporânea sem levar em consideração os aspectos
conhecendo os critérios adotados, aplicações e implicações de suas
de conforto ambiental e bem estar social.
escolhas visando o entendimento aplicado que contribuam com
traduzidas muito bem nos projetos atuais, o conhecimento técnico e estrutural garantem uma arquitetura bela, humana, funcional e eficiente. Segundo Amaral (2011, p.11) A humanização do espaço não é válida apenas para assegurar o conforto dos pacientes, mas como de seus familiares que muitas vezes acompanham o paciente e de seus funcionários.
Vê-se aqui uma nova visão da arquitetura de assistência à saúde, não se trata apenas o paciente, mas todo o conjunto estruturado para esse fim. A arquitetura inicia-se pensando na aplicação dos materiais, condicionantes climáticos, demanda, programa de necessidades, entre outros, conceitos e critérios aplicados a essa nova visão.
esse trabalho, onde falam de métodos construtivos e relação arquitetura e humanização. O arquiteto Jarbas Karman, iniciou sua carreira aos 17 anos, juntamente com seu irmão no ramo imobiliário, formado em engenharia aos 24 anos era obrigado a construir para arquitetos projetos que não aprovava. Karman dizia, “quanto mais durável, menos durável”, era uma resposta aos arquitetos que engessavam seus projetos, referindo-se pela falta de flexibilidade, não permitindo a expansão. Aos 30 anos se forma em arquitetura. Segundo Karman, Uma parede de concreto tem vida útil de 50 anos aproximadamente, no entanto engessa o ambiente por impossibilitar mudanças, é um absurdo o arquiteto barrar o progresso. 2013
Essa nova definição da arquitetura hospitalar vem sendo
ARQUITETURA HOSPITALAR
hospital como organismo vivo quando se refere a flexibilidade e a correlação funcional dos espaços. Outra questão defendida por Karman está relacionada as instalações de equipamentos nos ambientes, diz que quando se pensa nisso como parte do projeto, se permite a flexibilidade do local, pois o equipamento poderá ser disposto de várias maneiras, evitando o “quebra-quebra” de paredes. Recomendando aos jovens arquitetos bom senso, Karman dizia, “vence quem for capaz de algo a mais, mais rápido e organizado”.
Figura 2 – Anexo Hospital Albert Einstein - Adaptação sobre a via. http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura-hospitalar-kahn-arquitetoarthur-brito-23-10-2009.html
O artigo publicado numa revista hospitalar Jarbas Karman fala sobre o “levantar precoce”, referindo-se em dar ao paciente o máximo de acessibilidade às instalações sanitárias, introduzindo o banheiro como anexo aos quartos. Discorre acerca do abandono precoce do leito hospitalar, do uso do solário pelo paciente, uma área que utilizada apenas como sala de estar e recreio, agora ganha valores terapêuticos de recuperação do paciente. Dizia Karman, O levantar precoce é um exemplo que evidencia o quanto a arquitetura hospitalar está em estreita dependência com a medicina, e esta por sua vez, dos meios e recursos facilitados por aquela.
A funcionalidade e a flexibilidade foram bandeiras que Karman defendeu ao longo de sua vida.
Não se pode falar de arquitetura hospitalar sem deixar de observar os projetos de Lelé, quase como marca registradas as coberturas com traçado sinuoso e ondulado propõe uma arquitetura orgânica, limpa e eficiente. Lelé assim como Karman também carrega na sua arquitetura o conceito de flexibilidade e a possibilidade de expansão.
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Jarbas Karman une engenharia à medicina, enxerga o
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ARQUITETURA HOSPITALAR
21
jardins internos e aumento de aberturas visando melhor aproveitamento dos recursos naturais
como
ventilação e
iluminação.
O uso de estruturas pré-fabricadas demostra a intensão do
Figura 4 – Hosp. Infantil Rede Sarah Rio Iluminação Natural através dos sheds Fonte imagem: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/joao-filgueiras-limalele-hospital-infantil-23-04-2002.html
arquiteto que estuda cada espaço minuciosamente de forma
Observa-se na figura 3 a estrutura da cobertura que
particular, cada etapa é prevista muito antes da aplicação dos
favorece a iluminação natural e a ventilação praticamente o dia
materiais, quase como uma combinação perfeita entre os
todo. Técnica e arte em prol do bem estar humano, é assim que
elementos pré-fabricados.
descrevemos suas obras, recursos arquitetônicos que amenizam a
Outra característica marcante nos projetos de Lelé está relacionada racionalização de mecanismos artificiais de iluminação e ventilação, já que é termo sustentabilidade aparece em cada planta de arquiteto. Vê-se a preocupação quanto ao conforto ambiental, através do uso de pé direito mais alto, na forma de
dor e estimulam os pacientes a se estabelecerem. Conforme Lelé, É preciso que a arquitetura seja encarada como um processo. Não como um episódio que envolve a criação no primeiro momento ou apenas a construção, tem de ser integral.
2013
Figura 3 – Hospital Rede Sarah Rio. As coberturas curvas são características da arquitetura de Lelé. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetojoao-filgueiras-lima-lele-hospital-rede-sarah-27-10-2009.html
ARQUITETURA HOSPITALAR
Os conceitos de Lelé envolvem criação de espaços mais humanos integrados a medicina, acredita que para curar um paciente é preciso primeiro curar sua cabeça e depois tratar do seu corpo.
22
“Uma das coisas mais complicadas para o arquiteto é aceitar que é uma figura que tem que errar. A gente aquelas memorias que os arquitetos escrevem, de um modo geral são sempre sobre uma coisa infalível. Não existe projeto ideal, perfeito. Essa convivência com o erro é Fundamental.”
Outro arquiteto, não menos importante, referência nacional e internacional da arquitetura hospitalar é Siegbert Zanettini, mais conhecido como o “Papa do Aço”. Embora trabalhe muito bem com a madeira e o concreto, sua maior preocupação está nos métodos construtivos, contraído através de um intimo contato com o ambiente de construção.
Humanização e eficiência resumem bem seus traços,
Referente a sua fama do uso de aço, como as estruturas
acredita que a luz natural é a melhor e traz economia de energia,
metálicas na construção, Zanettini defende a rapidez e facilidade de
recurso alcançado através do uso de sheds estrategicamente
montagem nas coberturas, com a limpeza do canteiro de obra e
posicionados para capturar a iluminação natural e extrair o ar
com os grandes vãos vencidos utilizando muito pouco material.
quente do ambiente.
Foi a partir dessas experiências que Zanettini entra
Para Lelé a arquitetura é um processo que nunca termina,
definitivamente na era do aço, marcando o restante de toda a sua
continua mesmo que o edifício é ocupado, observando aquilo que
vida. Sua visão holística sobre arquitetura atinge um ponto máximo,
deu certo e o que precisa ser melhorado. Lelé diz,
quando um trabalho em conjunto com outros escritórios acontece
2013
Figura 5 – Esquema de ventilação e circulação de ar. Fonte imagens: http://cadernoteca.polignu.org/wiki/Rede_de_Hospitais_Sarah_Kubitschek__Jo%C3%A3o_Filgueiras_Lima_(Lel%C3%A9)
23
no intuito de resolver questões de clima, de redução de consumo
equipes, respeita o meio ambiente e qualifica o local onde se
energético, economia de recursos, estéticos, entre outros.
insere”.
Figura 6 – CENPES – Cobertura eficiente Fonte imagem: http://www.engenhariaearquitetura.com.br/noticias/483/Projeto-arquitetonicodefine-a-eficiencia.aspx
Figura 7 – CENPES – Implantação. 1º Prêmio de obra Sustentável Fonte imagem: http://www.engenhariaearquitetura.com.br/noticias/483/Projeto-arquitetonicodefine-a-eficiencia.aspx
A flexibilidade e a possibilidade de alterações nos seus
Com 50 anos de atuação profissional e 1.200 projetos
projetos são totais, a utilização de jardins que permeiam o
realizados, Zanettini resume sua carreira como “projetar com razão
ambiente (Figura 06), além de buscar sistemas alternativos para
e sensibilidade”. Fala acerca da sustentabilidade na arquitetura
reaproveitamento da água e geração energia, conceito de
moderna dizendo,
ecossistema. Acredita a partir desses trabalhos uma valorização da arquitetura brasileira, para Zanettini essa preocupação, “representa a nossa cultura, ao mesmo tempo em que olha para o futuro, une
Na arquitetura moderna o verde era um passepartout de entorno. Já nessa nova arquitetura, o meio ambiente é parte estrutural do projeto – daí vem a sustentabilidade.
2013
ARQUITETURA HOSPITALAR
ARQUITETURA HOSPITALAR
24
Zanettini faz uma grande critica aos arquitetos que envidraçam seus projetos utilizando o conceito de sustentabilidade (Figura 07). Numa entrevista a revista AU referente a quem faz arquitetura contemporânea no Brasil, Zanettini se compara a arquitetura de Lelé dizendo, Apenas nós dois, temos formação dupla, de arquitetura e engenharia, e uma ligação profunda com a produção. Ele tem uma formação de garimpeiro da argamassa armada e eu de marceneiro, ou seja, temos uma ligação muito violenta com a matéria. (...) É igualmente importante a obra ser bela, duradoura, resolver o problema de quem vai usufruir dela, não gerar desperdício e não ferir o meio ambiente.
Numa analogia sobre estes arquitetos pode-se observar a individualidade da forma de projetar e a preferência pela utilização de certos materias, mas os conceitos empregados são os mesmos. Todos
defendem
uma
arquitetura
flexível,
sustentável
e
humanizada, não se pode falar quem estar certo ou errado, como diria Lelé, “Não existe projeto ideal, perfeito, essa convivência com 2013
o erro é fundamental”.
LEITURAS PROJETUAIS
LEITURAS PROJETUAIS
ARQUITETURA HOSPITALAR
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3.1 HOSPITAL REDE SARAH Rio de Janeiro, Brasil Arquitetos: João Filgueiras Lima - Lelé Data do Projeto: 2001/2008 Humanização, jardins, rampas de traçados sinuosos, estímulos, tratamento e reabilitação. A arquitetura de Lelé revela a preocupação em humanizar a construção. A arquitetura e o programa trabalhando juntos em beneficio do usuário. Uma arquitetura revelada pela luz e ventilação natural, além de racionalizada e economicamente viável, foram o que tornou a Rede Sarah um símbolo de boa arquitetura brasileira. Passarelas do solário, interligadas aos dois andares do setor de internação através de lajes de estrutura metálica. Os quartos são voltados para a área central com o objetivo de proporcionar aos pacientes um ambiente confortável, diferente aos hospitais convencionais. Outro fato revela o uso de iluminação e ventilação natural, marca registrada dos projetos de Lelé.
os sheds, e o esquema de ventilação natural. Esquema de ventilação produzida pelo autor.
Figura 08 – Hospital Rede Sarah Rio – Acima o espelho d’água, jardim interno e o sistema de ventilação natural. Fonte Imagens - http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquiteto-joaofilgueiras-lima-lele-hospital-rede-sarah-27-10-2009.html
2013
O croqui mostra detalhes da cobertura ondulada, revelando
ARQUITETURA HOSPITALAR
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HOSPITAL REDE SARAH Rio de Janeiro, Brasil
1. Estacionamento / 2. Auditório / 3. Hospital
Figura 09 – Hospital rede Sarah Rio – Ao lado Implantação. Acima a Planta e Cortes Fonte Imagens - http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquiteto-joaofilgueiras-lima-lele-hospital-rede-sarah-27-10-2009.html
2013
A organização do programa separa a área administrativa do edifício do espaço hospitalar, ou seja, a área operacional aparece como um anexo do projeto, também define o sistema de circulação. Nos cortes nota-se o traçado quase que orgânico, lembrando folhagem de plantas.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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3.2 HOSPITAL REDE SARAH Macapá, Brasil Arquitetos: João Filgueiras Lima - Lelé Data do Projeto: 2000/2005
Orgânico como uma árvore, flexibilidade e possibilidade de expansão. A cobertura ondulada dos projetos de Lelé são marcas registradas, neste projeto outras questões são abordadas, flexibilidade e possibilidade de expansão. Agora
surgem
critérios
funcionais são
levados em
consideração, como a circulação adaptada através de uma passarela interligada até o ponto de ônibus permitindo ao usuário acesso seguro ao complexo. Conforme figuras ao lado nota-se o esquema de ventilação tão adotada nos projetos de Lelé. Jardim interno e iluminação natural conseguida através das aberturas dos sheds. No esquema percebe-se, além dessa
conforto térmico e salubridade dos ambientes internos.
Figura 10 – Hospital Rede Sarah Macapá Fonte Imagens http://cadernoteca.polignu.org/wiki/Rede_de_Hospitais_Sarah_Kubitschek
2013
iluminação, a simulação do movimento do ar que proporciona
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3.3 EDIFÍCIO HILÉA São Paulo, Brasil Arquitetos: Aflalo & Gasperini Data do Projeto: 2001/2007
Centro de convivência para idosos, incluindo áreas de lazer, hotelaria e atendimento à saúde. As razões pela escolha desse projeto como referência estão no fato de ser um equipamento voltado para uma tipologia de usuários, reunindo, no mesmo edifício, várias especialidades, como gerontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição e terapia ocupacional, entre outras. Os usuários podem passar o dia ou morar no local. A humanização da área de convivência, o uso de iluminação zenital e composição do ambiente, estimulam as lembranças sentimentais. Ao lado vê-se a piscina adaptada com rampa de acesso para idosos e cadeirantes.
Fonte imagens: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/aflalo-ampgasperini-arquitetos-premio-roberto-08-01-2009.html
2013
Figura 11 – Edifício Hiléa – Acima vista em perfil e entrada principal. Abaixo a área de recreação e a piscina adaptada ao idoso.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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EDIFÍCIO HILÉA São Paulo, Brasil Os usuários que utilizam o edifício possuem a sua disposição inúmeras atividades de lazer. No subsolo (figura ao lado) encontramos os jardins, a piscina, academia, os ateliês de pintura entre outras. As crianças que visitam os usuários também possuem uma área exclusiva promovendo atividades. Abaixo se percebe o uso do subsolo como garagem aproveitando o desnível do terreno.
Implantação – Hiléa 1. Praça de acesso / 2. Espaço de eventos / 3. Recepção / 4. Hall social 5. Cozinha / 6. Bar/café / 7. Restaurante / 8. Espaço de convivência 9. Sala de família / 10. Jardim
Figura 12 – Edifício Hiléa – Ao lado implantação. Acima o folder e o um corte transversal.
Corte AA
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Fonte imagens: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/aflalo-ampgasperini-arquitetos-premio-roberto-08-01-2009.html
ARQUITETURA HOSPITALAR
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3.4 AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL Salzburg, Áustria Arquitetos: Atelier Thomas Puncher Data do Projeto: 2012
Estrutura funcional e áreas verdes com qualidade terapêutica. Essa referência internacional ver demonstrar a mesma preocupação da nova arquitetura hospitalar é tratado às questões de salubridade não só para os pacientes, mas a seus familiares e aos funcionários também. Na proposta funcional prevê uma ligação direta às linhas de trem, facilitando o transporte e acesso. Conhecidos como “jardins de bolso”, criados com diferentes tamanhos e texturas, oferecem um lugar de contemplação e de relaxamento para os funcionários, pacientes e famílias. Estas áreas verdes são também reconhecidas por possuírem qualidades terapêuticas, impulsionando a reabilitação e o bem-estar de seus usuários.
Figura 14 – Hospital Regional Salzburg – Áustria / Acima Implantação em planta e um corte longitudinal.
2013
Figura 13 – Hospital Regional Salzburg – Áustria – Vistas externas e interna.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL Salzburg, Áustria
A proposta deste edifício tem como objetivo garantir o máximo desempenho, assegurando mínimas distâncias entre as funções e oferecendo uma visão clara da estrutura e organização do hospital. Uma das ideias principais foi integrar os espaços abertos verdes por todo o edifício que proporcionam tanto luz natural como um toque de natureza.
Implantação
No detalhe abaixo os blocos interligados por jardins de diferentes tamanhos e níveis
Fonte imagens: http://www.archdaily.com.br/31570/1o-lugar-concursointernacional-ampliacao-do-hospital-regional-de-salzburg-atelier-thomas-puncher
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Figura 14 – Cenpes da Petrobras – Acima vista aérea. Abaixo vemos a simulação de temperatura e circulação de ventos
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3.5 AMPLIAÇÃO DO CENPES DA PETROBRAS) Ilha do Fundão, Rio de Janeiro. Arquitetos: Siegbert Zanettini Data do Projeto: 2005/2010 Sustentabilidade e flexibilidade. Neste projeto Siegbert Zanettini, considerado a maior autoridade em aço da arquitetura brasileira, defende a arquitetura, onde diz que "a obra deve ser bela, duradoura, resolver o problema de quem vai usufruir dela, identificar-se com sua forma de produção, não gerar desperdício e não ferir o meio ambiente“. Outra questão defendida pelo arquiteto e é visivelmente em seus projetos relaciona arquitetura, urbanização, sistemas de conforto ambiental e eficiência energética, sistemas prediais de utilidades, sistemas construtivos estruturais e de recomposição dos ecossistemas naturais. Pode-se notar nas figuras ao lado uma simulação de estudo das massas de ar quente, além do um esquema de ventilação e
proporcionam o conforto ambiental, mas também contribuiu regulando a velocidade do vento capturado pelas aberturas.
Figura 15 – Cenpes da Petrobras – Acima vista aérea. Abaixo vemos a simulação de temperatura e circulação de ventos Fonte imagens: http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/203/aforma-e-a-eficiencia-208792-1.asp
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insolação no complexo. O uso de jardins internos não só
ARQUITETURA HOSPITALAR
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3.5 AMPLIAÇÃO DO CENPES DA PETROBRAS) Ilha do Fundão, Rio de Janeiro Ao lado nota-se a área de implantação do Cenpes próximo a Baia de Guanabara. O arquiteto deve ter levado em consideração a orientação dos ventos que incidem sobre os espelhos d’agua, através das setas em azuis é demostrado essa simulação. No esquema gráfico (Figura 16) percebe-se a captação pelos sheds do sol mais baixo contribuindo com a iluminação interna, economizando energia, também mostra um esquema humanizado referente as intempéries de tempo sobre o projeto: vento, insolação, chuva, etc. No esquema abaixo outra possibilidade de aproveitamento da luz natural para iluminar os ambientes utilizando elementos refrativos (produzido pelo autor)
Esquema pelo Autor
Fonte imagens: http://www.intechopen.com
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Figura 16 – Cenpes da Petrobras – Ao lado Simulação dos ventos predominantes. Acima simulação das intemperes climáticas
ARQUITETURA HOSPITALAR
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3.6 Anexo Hospital Israelita Albert Einstein São Paulo, Brasil Arquitetura: Kahn do Brasil Data do Projeto: 2005/2009
Adaptação, flexibilidade e diretrizes viárias. O edifíciopassarela, com seis pavimentos, permite acesso ao anexo do complexo hospitalar. O projeto foi desenvolvido buscando associar as demandas de expansão de o complexo hospitalar às condicionantes de ocupação do bairro residencial e às diretrizes do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo. O que chama a atenção está na forma de implantação do edifício, pois ele se expande sobre a via publica local na forma de adaptação do espaço como pode ser observado nas figuras ao lado. A passarela foi executada em estrutura metálica aparente Figura 17 – Hospital Albert Einstein – Acima a fachada do novo anexo. Abaixo em destaque da nova passarela. Fonte imagens: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquiteturahospitalar-kahn-arquiteto-arthur-brito-23-10-2009.html
2013
permitindo uso da iluminação natural nas áreas de circulação.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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Anexo Hospital Israelita Albert Einstein São Paulo, Brasil
No corte (figura 18) pode-se observar a adaptação do edifício no terreno, utilizando o subsolo para estacionamento. A
Plano diretor urbanístico precede implantação do Hospital Albert Einstein
arquitetura também pensada compondo a humanização do território e muitas vezes definidora de estrutura viária local. Todas as leituras projetuais foram escolhidas por oferecerem atividades similares ao programa deste projeto, podem-se perceber algumas características que se repetem na sua maioria como questões de iluminação, ventilação e adaptação do equipamento no terreno. Não dá pra pensar em arquitetura hospitalar sem levar em consideração as soluções proposta desta análise. O uso de novas tecnologias e novos materiais tem proporcionado à arquitetura
conhecimento é o desafio aos novos arquitetos.
Figura 18 – Hospital Albert Einstein – Acima o Plano Urbanístico. Abaixo o Corte demonstrando a adaptação no terreno. Fonte imagens: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura-hospitalarkahn-arquiteto-arthur-brito-23-10-2009.html
2013
contemporânea um leque de alternativas, sabe utiliza esse
ESTUDO DE CASO
ESTUDO DE CASO
ARQUITETURA HOSPITALAR
4.1 SEMPRE - SERVIÇO DE MEDICINA PREVENTIVA UNIMED – JABOTICABAL, SP
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Cozinha, Sanitários, além de sala para a promoção de palestras e reuniões.
É um serviço personalizado, realizado em parceria com o
OBJETIVO: Prevenção e tratamentos de patologias como:
médico do paciente através de uma equipe formada por
obesidade,
diabetes,
hipertensão,
doenças
cardiovasculares,
nutricionista, psicóloga, enfermeira, técnica de enfermagem,
patologias psicológicas, além de curso de gestantes.
orientador em atividade física e terapeuta ocupacional. Direcionado aos usuários que estão acima do peso, pressão alta, diabetes, problema de colesterol e para quem quer parar de fumar. Além disso, gestantes e idosos contam com acompanhamento especial. LOCALIZAÇÃO: O SEMPRE existe desde 2003, mas, a partir de 2010, passou a funcionar em um novo endereço, localizado na Alameda Caetano Palazzo nº 30, Jardim Morumbi, Jaboticabal – SP. ATENDIMENTO: Apenas conveniados Unimed podem utilizar o SEMPRE. USUÁRIOS: São atendidas em média 270 pessoas diariamente. ESPAÇOS:
Recepção,
Sala
de
Acolhimento,
Fonoaudióloga,
Figura 19 – Sempre Jaboticabal – Localização e ponto de referência
SEMPRE
Rodoviária Jaboticabal
Nutricionista, Psicologia, Terapia Ocupacional, Educação Física, Sala
Academia de Musculação, Quadras de Tênis, Campo Futebol,
Fonte imagem: https://www.google.com/maps
2013
de Enfermagem, Fisioterapia, hidroginástica, campo, piscina,
ARQUITETURA HOSPITALAR
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CONDICIONANTES Para o desenvolvimento do estudo de caso foram observados critérios técnicos como conforto ambiental, uso de materiais e sistemas construtivos, além de critérios funcionais como uso, circulação e dimensionamento seguindo os mesmos avaliados nos projetos de referência. O SEMPRE está situado numa área onde sua localização é prejudicada por ruas que não têm saídas e de difícil acesso, não existem pontos de referencia próximos para auxiliar esta localização. O prédio não possui uma planta única, foi sofrendo adaptações e ampliações que não resultaram num bom aproveitamento do espaço. A declividade do terreno comprometeu o uso de rampas e escadas para alcançar cada nível do complexo. O edifício não possui estacionamento próprio, obrigando que os carros tanto dos usuários, quanto funcionários utilizem as vias públicas para isso, gerando transtorno com a vizinhança, uma Figura 20 – Sempre Jaboticabal – acima a fachada entrada principal. Abaixo ruas usadas como estacionamento. Fonte imagens: arquivo pessoal
2013
vez que o bairro é praticamente residencial (figura 20).
ARQUITETURA HOSPITALAR
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Na recepção do Sempre já se observa o sistema de cobertura utilizado praticamente em todo o complexo, embora o espaço pareça amplo, as telhas de aço tornam o ambiente quente e barulhento, pois não possuem nenhuma proteção térmica. A luz penetra diretamente na recepção provocando ofuscamento como pode-se perceber na figura ao lado.
São utilizados vários exautores na tentativa de minimizar o calor provocado pela cobertura metálica. Neste ambiente não existem aberturas para o exterior, apenas uma porta de acesso na entrada principal, gerando sérios problemas de circulação e
Figura 21 – Sempre Jaboticabal – acima a recepção, abaixo exaustores de ventilação. Fonte imagens: arquivo pessoal
2013
ventilação do ambiente (figura 21).
ARQUITETURA HOSPITALAR
41
Os banheiros feminino e masculino localizado na recepção estão em péssimas condições. As divisórias utilizadas são de acrílico estruturado em perfis de alumínio, sendo que algumas estão defeituosas ou quebradas, sugerindo uma escolha errada de materiais utilizados na penúltima reforma.
O piso de borracha colocado na ultima reforma foi aplicado sobre um piso cerâmico que está descolando, ao ponto de provocar acidentes. Não possui nenhuma adaptação para uso de cadeirantes, conforme norma técnica referente às questões de acessibilidade que poderá ser consultado no anexo 2 deste trabalho. (ABNT NBR 9050)
Fonte imagens: arquivo pessoal
2013
Figura 22 – Sempre Jaboticabal – Banheiros mal adaptados
ARQUITETURA HOSPITALAR
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A última reforma conta com um espaço melhor resolvido porque houve um planejamento antes do projeto, aqui ficam as salas de acolhimento, enfermagem, fonoaudiologia, psicologia, nutricionista, administrativo, além da sala de palestras e reuniões.
A sala de musculação é bem completa, funciona com a orientação de um professor de educação física, e deverá ser transferida para uma área maior que está em reforma. Os usuários passam por avaliação criteriosa para poderem usar.
Fonte Imagens: http://www.unimedjaboticabal.com.br/?cod=35138&fwd=RSS2
2013
Figura 23 – Acima o auditório. Abaixo a academia.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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A área recreativa é utilizada pelos médicos cooperados e para eventos de tênis. A cobertura segue a mesma linha do prédio, mas algumas telhas são translucidas permitindo a passagem de luz evitando a luz artificial. Hoje este espaço está sendo reavaliado para possível ampliação do prédio.
Ao lado vemos o espaço para pequenas refeições utilizado pelos funcionários do SEMPRE que merece um tratamento melhor, pois fica exposto ao tempo e carecendo de espaço e conforto
Figura 24 – Sempre Jaboticabal – Acima a quadra de tênis. Abaixo cozinha adaptada. Fonte Imagens: arquivo pessoal.
2013
térmico.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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Alguns ambientes chamaram a atenção: corredor de apenas 50 cm de largura no aproveitamento de áreas vazias mal planejadas; a escada da mesma forma na tentativa de adaptação ao terreno para vencer o desnível possui degraus com 28 cm de altura.
A maior dificuldade encontrada está relacionada com a acessibilidade dos usuários em todo o complexo do SEMPRE, o terreno em decline e as adaptações de novas áreas na tentativa de aproveitamento de espaços provocaram inúmeras escadas, e rampas que também não atendem as normas técnicas da ABNT 9050/04, conforme se observa nas figuras ao lado.
Ao lado uma ilustração de altura mínimas de degraus conforme norma técnica 9050/04 da ABNT Figura Fonte: http://www.crcsp.org.br
2013
Figura 25 – Sempre Jaboticabal – Acima degraus e obstáculos fora da norma técnica. Abaixo uma passagem adaptada sem critérios e ilustração de escada na norma da ABNT. Fonte imagens: arquivo pessoal
ARQUITETURA HOSPITALAR
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PISCINA DE HIDROGINÁSTICA 1
Nesta área foram observadas duas questões: a falta de ventilação, deixando o ambiente quente, úmido e abafado, onde poderia ser resolvido através do uso de sistemas de ventilação como os estudados nas leituras projetuais de Lelé e Zanettini, que utilizam sheds posicionados estrategicamente, conforme se observa nas figuras abaixo. A outra questão é estrutural referente a uso de escadas ao invés de rampas de acesso a piscina, sem o corrimão de apoio, sendo que a única rampa não está conectada com a piscina (figura 26).
Fonte Imagem http://cadernoteca.polignu.org /wiki/Rede_de_Hospitais_Sara h_Kubitschek
Esquema projeto Zanettini Fonte imagens: http://www.revistaau.com.br/arq uitetura-urbanismo/203/a-formae-a-eficiencia-208792-1.asp
Figura 26 – Sempre Jaboticabal – Acima a piscina aquecida. Abaixo problemas relacionado com a adaptação do equipamento. Ao lado esquema de ventilação através dos sheds. Fonte Imagens: arquivo pessoal
2013
Esquema projeto Lelé
ARQUITETURA HOSPITALAR
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As divisórias dos boxes de tratamento foram dispostas aleatoriamente, de forma irregular com as aberturas, estas não são ligadas a área externa gerando um problema com a circulação e ventilação.
A sala de terapia ocupacional fica junto com os boxes de turbilhão e massoterapia, seguindo a mesma preocupação referente ao conforto térmico, pois as aberturas estão ligadas a outras áreas
Figura 27 – Sempre Jaboticabal – Acima sala de fisioterapia com o turbilhão. Abaixo espaço destinado a terapia motora. Fonte Imagens: arquivo pessoal
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internas do edifício.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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Na visita técnica ao SEMPRE se percebeu a reforma da sala ao lado, onde prevê a construção de uma grande rampa para vencer o desnível. Pode-se observar antes da finalização desta obra o mesmo detectado em outras áreas, deverá ter problemas com ventilação e iluminação natural, pois não possui abertura para área externa, prevendo a utilização de iluminação e ventilação artificial.
A
falta de planejamento hidráulico
provocou
esse
emaranhado de tubos e conexões, além do espaço esta sendo utilizada como depósito de sobras de outros materiais, que poderá dificultar e muito a manutenção do equipamento.
Fonte Imagens: arquivo pessoal
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Figura 28 – Sempre Jaboticabal – Acima reforma da área de ampliação. Abaixo emaranhado de conexões hidráulicas.
ARQUITETURA HOSPITALAR
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PISCINA DE HIDROGINÁSTICA 2
Esta área atualmente é a mais utilizada, trata-se de uma piscina de água aquecida onde são promovidos exercícios locomotores para os idosos. O problema surge quando os idosos precisam chegar até a piscina, onde as rampas inadequadas, o piso de borracha descolando e falta de rampa de acesso adequado para o cadeirante tornam o acesso dificultoso, além de perigoso, como se observa nas figuras ao lado. É verificado que o ambiente úmido contribuiu para a corrosão da ferragem da cobertura, sugerindo que esta deveria ter tido um tratamento especial como pintura especifica contra essa
Figura 29 – Sempre Jaboticabal – A esquerda outra piscina aquecida com problemas de ventilação. Acima em destaque a estrutura metálica em processo de corrosão. Abaixo uma tentativa de adaptação de rampa com degrau no final. Fonte Imagens: arquivo pessoal
2013
umidade e outras intempéries sobre o material.
ARQUITETURA HOSPITALAR
CONCLUSÃO DO ESTUDO DE CASO
49
O que é proposto neste trabalho é que este tipo de equipamento pudesse ser estendido, através de parcerias, ao uso
Nota-se que o programa oferecido pelo Sempre aos seus
público. As questões estruturais e ambientais observadas neste
usuários é muito bom, já que não possuímos equipamentos de uso
estudo
de
caso
são
apenas
informativas
e
descritivas,
semelhante na região de Ribeirão Preto. O Sempre trabalha com a
fundamentadas através da análise de vários projetos de uso similar
prevenção e tratamentos de várias patologias de forma integradas e
neste trabalho, sugerindo melhores soluções e adaptações das
acompanhadas por profissionais especializados. O programa tem
problemáticas identificadas.
alcançado resultados gloriosos referentes à diminuição desses índices patológicos com o a diabetes, a obesidade e o colesterol, que são as principais causas de morte no mundo. O Sempre atende hoje uma média de 270 pessoas diariamente, mas estão cadastrados no programa cerca de 4.770 usuários entre homens, mulheres e crianças, ainda sim é um equipamento de uso privado aos usuários do convênio médico da
2013
Unimed.
O SISTEMA
O SISTEMA
ARQUITETURA HOSPITALAR
5.1 ESTRUTURA MODULAR Uma das características fundamentais deste trabalho está
51
inicio deste trabalho, este equipamento prevê ações, otimizando espaços e promovendo ambientes salubres e flexíveis.
relacionada com a flexibilidade e a racionalização de materiais, conseguida através de um sistema construtivo. Propor um projeto sem prever essas condicionantes é um erro. Este sistema permite ao projeto adaptar-se em qualquer lugar, sobre qualquer terreno, pois é dividido em módulos que se organizam através da área de implantação. Este módulo tipo é compostos por painéis de fechamento de concreto celular encaixados em perfis metálicos responsáveis
Vista Corte
Vista Planta
pela estrutura, possibilitando uma infinidade de conexões. Os tamanhos desses módulos obedeceram a critérios como áreas mínimas para projetos hospitalares conforme norma técnica NBR 9050/10 e RDC nº 50 que regulamentam áreas mínimas para projetos assistenciais de saúde.
Perfil 1
Perfil 4
A fundação acontece de forma convencional dependendo das características do terreno, assim como o sistema elétrico e
Figura 30 – Projeto – Acima módulo tipo. Abaixo perfis metálicos dos pilares
hidráulico que são fixados nos módulos externamente ficando Fonte Imagens: produzidas pelo autor
2013
aparente e facilitando a sua manutenção. Como foi descrito no
ARQUITETURA HOSPITALAR
5.2 MATERIAIS E TIPOLOGIA
52
entulhos, embora não seja de uso estrutural possui propriedades termo acústicas de alto desempenho.
A cada dia que passa o uso de novas tecnologias
Em entrevista com o arquiteto Roberto Ferreira, especialista
construtivas, assim como dos materiais permitem uma infinidade de
em arquitetura hospitalar, atualmente responsável pelos projetos
possibilidades dessas aplicações.
de arquitetura, fiscalização e implantação dos edifícios do
A escolha dos materiais deste trabalho é justificada por duas
Hemocentro de Ribeirão Preto, fala a respeito do uso do aço, onde
razões: razões racionais, onde o produto deve ser de fácil aplicação,
preconiza um tratamento especial de proteção desse material
no menor tempo possível e com o mínimo de desperdício desses
contra as intempéries do tempo, como pinturas e medidas de
materiais; razões de flexibilidade, onde estes materiais devem
ventilação.
permitir que o projeto fosse expandido e modificado com o mínimo de interferências da área construída. É proposta uma estrutura modular utilizando o aço como estrutura e concreto celular na forma de fechamento (figuras 31). A
Foi visto esta situação no estudo de caso(figura 27), onde a falta desse cuidado provocou na estrutura metálica uma corrosão causado pela humidade do ambiente e a falta de circulação do ar quente
estrutura do projeto como foi descrito é composta por perfis de aço devidamente posicionados que receberão os painéis de concreto Painel 1
celular.
Painel 2
Painel 3
A escolha do aço implica numa facilidade na execução, já o concreto celular possui caraterísticas especificas, como leveza,
Figura 31 – Projeto – Planos de fechamento em concreto celular. Fonte Imagens: produzidas pelo autor
2013
menor desperdício de materiais, gerando menor volume de
ARQUITETURA HOSPITALAR
53
5.3 ESTRUTURA DA COBERTURA forro PVC
A cobertura segue a utilização do aço como estrutura principal, é composta por uma estrutura metálica tipo treliça de
telha metálica
forma que permite a circulação da ventilação entre seus espaços,
calha
sobre essa estrutura é utilizada telhas metálicas tipo sanduiche, que tem função termo acústica por possuírem em seu interior um
platibanda
material com essa propriedade. O forro inferior de PVC branco é utilizado como acabamento, caixilho ventilação
além da estética, segue o mesmo principio do projeto, fácil aplicação e flexibilidade. Também estão ligadas as questões de salubridade, pois não acumulam poeira e facilitam a passagem da
viga metálica
ventilação.
brises
A platibanda e o sistema de brises são compostos por painéis de fachada de alumínio tipo ACM caraterizado por ser um
Figura 32 – Detalhamento da cobertura
perfil metálico
material leve, de fácil aplicação e manutenção. Figura 32 – Detalhamento estrutura da cobertura
Fonte Imagens: produzidas pelo autor
2013
Ao lado vê-se a composição e distribuição desses elementos.
ARQUITETURA HOSPITALAR
54
5.4 ORGANIZAÇÃO O projeto se estende através de um gride, onde os módulos podem ser distribuídos e alternados para adaptação das atividades conforme a necessidade da área e o programa. Como a proposta deste trabalho está focado em um projeto piloto essa organização deverá levar em consideração vários fatores como topografia, programa de necessidades, demanda, entre outros que será observado no estudo do entorno e na localização da área.
módulos
5.5 PARTIDO O partido adotado surge como forma de organização dos espaços, da circulação, das atividades propostas além das questões referentes à salubridade e a utilização dos recursos naturais como a ventilação e a iluminação prevendo um projeto funcional e sustentável. O jardim interno ou pátio é o elemento que organiza e
possibilita a ventilação e a entrada de iluminação, como também é o principal elemento que humaniza o projeto.
Jardim
Setor (A)
Setor (B)
Setor (C)
Figura 33 – Acima modulação. Abaixo simulação de organização Fonte Imagens: produzidas pelo autor
2013
distribui as atividades no projeto, garante as questões salubres, pois
ARQUITETURA HOSPITALAR
55
5.6 O PROGRAMA O programa é dividido em três áreas principais: •
Setor (A) de Ações Básicas: recepção e os consultórios.
•
Setor (B) de Reabilitação: piscinas térmicas e boxes de
N
reabilitação, •
Setor (C) de Apoio e Administração: administração, o refeitório, arquivo e almoxarifado. O jardim central é o regulador das áreas e atividades, sendo
assim, algumas condicionantes deverão ser considerados, levanto em conta que já exista um estudo preliminar da área de implantação do projeto. A proposta é que o setor de reabilitação seja posicionado na face com maior incidência solar, pois se tratando de uma área úmida é importante a prevenção de patologias dessa natureza. Na face oposta de menor incidência solar deverão ser implantadas as áreas de permanência maior como a recepção e os consultórios.
Figura 34 - Simulação do programa setorizado com a indicação do norte produzido pelo autor
O Setor administrativo, assim como anexos (quadra Jardim
Setor (A)
Setor (B)
Setor (C)
necessidade ou adaptação do terreno, sempre prevendo uma otimização na circulação interna e externa do edifício.
Fonte Imagens: produzidas pelo autor
2013
esportiva e estacionamento) poderá ser disposta de acordo a
IMPLANTAÇÃO
IMPLANTAÇÃO
ARQUITETURA HOSPITALAR
6.1 A CIDADE POLO A proposta deste trabalho esta vinculada na criação de
57
50 anos, ou seja, segundo o IBGE, deve atingir 20% da população nessa faixa etária.
projeto piloto na forma de polo centralizado de saúde, ou seja, propõe reduzir ou desafogar o sistema único de saúde tratando a doença de forma individualizada. A DRS (Divisão Regional de Saúde) de Ribeirão Preto é composta por vários municípios conforme indicação no mapa ao lado. 6.2 DEMANDA LOCAL E REGIONAL Como a proposta é criar um centro especializado do AVC separando um grupo de cidades e fazendo uma delas como polo. Pradópolis escolhida como cidade polo atenderia não somente a
Ribeirão Preto Pradópolis
demanda do próprio município, mas seria referencia de prevenção e tratamento das cidades que fazem fronteira direta ao município, exceto a cidade de Monte Alto que se juntaria a esse grupo para
Figura 35 Região Administrativa de Ribeirão Preto Fonte imagem: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034 -89102010000600011
A demanda está relacionada com os usuários que possuem
A figura 35 mostra a distribuição dos municípios
predisposição para desenvolver o AVC propriamente dito. Como a
correspondente à região de Ribeirão Preto e o grau de regulações
doença atinge de forma igualitária homens e mulheres acimada de
(pedido de internações) em média por mês. Os
municípios
que
2013
não ficar isolada.
ARQUITETURA HOSPITALAR
farão parte para justificar a iniciativa desse projeto são Monte Alto,
58
6.3 ACESSOS E INFRAESTRUTURA
Jaboticabal, Barrinha, Guariba, Dumont, Guatapará e Luiz Antônio, conforme destaque na figura 7. Somando o total de habitantes desses municípios e separando os que podem ser classificados como grupo de risco ou
Todos os municípios estão interligados diretamente através de rodovias estaduais de boa qualidade, uma vez que essa questão é uma das condicionantes do projeto.
aplicando o índice 20% temos um total de pouco mais de 45 mil pessoas com potencial para justificar este projeto, uma vez que embora exista incidência do AVC em pessoas abaixo dos 50 anos, ainda é uma doença que atinge, na sua maioria, pessoas acima dessa faixa etária. Desse total devemos descontar o total desses usuários com possuem algum tipo de convenio médico, sabe-se que pelo preço cobrado nessa faixa etária o desconto é muito pouco. Outra questão considerada na escolha da cidade polo está relacionada à distancias das mesmas em relação à Ribeirão Preto, percebe-se neste grupo que essa distância é menor até Pradópolis,
Figura 36 – Localização - Eixo Oeste Fonte: Google Maps esquematizado pelo autor.
a diminuição das distancias pode contribuir como um tratamento
distancias.
Os principais acessos que interligam esses munícios à Pradópolis é pela Rodovia Dep. Cunha Bueno que interligam os munícios de Monte Alto, Jaboticabal, Guariba e Barrinha. 2013
mais eficaz estimulando o usuário porque irá percorrer menores
ARQUITETURA HOSPITALAR
59
Figura 37 – Localização - Eixo Leste Fonte: Google Maps esquematizado pelo autor.
Os municípios de Guatapará e Luiz Antônio também é pela
Figura 38 – Localização - Eixo Norte Fonte: Google Maps esquematizado pelo autor.
2013
Rodovia Dep. Cunha Bueno, mas pelo sentido contrário.
ARQUITETURA HOSPITALAR
60
A cidade de Dumont é a única que se interliga pela Rodovia Mário Donegá, sendo também a menor entre os municípios em habitantes. A questão que se deve levar em consideração sobre a infraestrutura viária é o transporte, onde existe apenas uma única empresa de ônibus presta o serviço do transporte público intermunicipal. Neste caso é proposto uma reestruturação do transporte desses municípios até a cidade polo, que deverá contar com apoio de cada município, seja de forma pública ou privada, da mesma forma que ocorre até a cidade de Ribeirão Preto, onde cada
Figura 39 – Localização Fonte imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:SaoPaulo_Municip_Pradopolis.svg
município deverá proporcionar esse transporte. Pradópolis está localiza numa região de planície, onde a 6.4 LOCALIZAÇÃO E TOPOGRAFIA
topografia é pouco acidentada. Pode-se dizer que a cidade é praticamente plana. Para a escolha do terreno de implantação da proposta
Pradópolis está localizada numa área privilegiada,
foram considerados os seguintes critérios:
considerar pequenas áreas como não edificáveis por estarem
Referência de localidade
localizadas em fundos de vale referente as apps dos córregos que
Acessos e visibilidade
cortam a região urbanizada da cidade, no município em geral segue
Conforto térmico, insolação e ruído.
a mesma restrição.
Topografia e vegetação
2013
pois não oferece grandes restrições para urbanização. Podemos
ARQUITETURA HOSPITALAR
61
Quanto a referência e localidade verifica-se que o terreno esta localizado próxima ao lago da cidade, além de encontra-se na parte central da cidade.
Outra questão relacionada à proximidade do lago municipal
Figura 40 – Acima a vista aérea da área. Abaixo vista aérea aproximada e em destaque imagem do lago municipal. Fonte: Google Maps esquematizado pelo autor
é de grande importância, pois a proposta inclui em fazer deste lago uma extensão do programa. Como a topografia do local segue a mesma do municio, ou seja, pouco acidentado, é totalmente relevante, uma vez que o público alvo deste trabalha é o idoso e pessoa com deficiência motora.
Fonte: Google Maps esquematizado pelo autor
2013
Em destaque vê-se a foto do lago municipal, ponto de referência, encontro e prática de esportes do município.
ARQUITETURA HOSPITALAR
6.5 VISIBILIDADE
62
de três pavimentos, não haverá construções de grande volume atrapalhando a visibilidade do equipamento.
A localização do terreno é privilegiada por outro fator; está localizado numa via de tráfego moderado numa área praticamente residencial, a sua frente encontra-se o lago municipal, que proporcionará ao equipamento uma questão importante: não serão construídos prédios altos nesse lugar, impedindo muitas vezes a visibilidade e a insolação do local. As questões de ruídos gerados pela via também não compromete, pois não há indústrias ou empresas próximas ao terreno que produzam esses ruídos.
6.6 ÍNDICES URBANÍSTICOS
Taxa de Ocupação de Edificações não Residenciais: 80 %
Gabarito: Até 3 pavimentos
Recuos: 5 m de frente e 2 m laterais e fundos
Figura 41 – O terreno, vista lateral.
Como foi mencionado, o terreno esta localizado de frente Fonte Imagens: produzidas pelo autor
2013
ao lago municipal, embora o gabarito máximo para construções seja
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63
6.7 CONFORTO TÉRMICO - VENTOS
TERRENO
LAGO
Direção do vento período madrugada e manha Direção do vento período tarde
Figura 42 – Simulação de ventos predominantes
Embora os ventos predominantes da região de Ribeirão
No período da tarde, quando a terra já esquentou bastante,
Preto provem no verão (SE) e outono/inverno (NO), os espelhos
a coluna de ar sobe com mais intensidade sobre a terra e suga o ar
d’água tem grande influência em edificações próximas a eles. Em
da água provocando um vento no sentido contrário.
geral, este fenômeno do vento próximo a massas de água só existe quando a atmosfera é mais calma.
A massa de água tende a
manter a temperatura do ar mais estável enquanto em terra, principalmente
quando
há
pouca
cobertura
vegetal,
Este efeito pode se somar ao vento predominante causando apenas uma diferença na intensidade do vento mesmo que mantendo a mesma direção.
esta
temperatura sofre uma variação maior ao longo do dia. Assim na
vento tende a soprar da terra para a água.
Fonte Imagens: produzidas pelo autor
2013
madrugada e manhã, quando a terra está mais fria que a água o
ARQUITETURA HOSPITALAR
64
6.8 CONFORTO TÉRMICO – INSOLAÇÃO – CARTAS SOLARES
N
Figura 43 – Simulação de Insolação nas faces.
A face nordeste oferece um ambiente confortável, tanto na
FACE NOROESTE
FACE NORTE
Fonte imagens: produzido pelo autor através do programa SOL-AR
cuidado
especial
no
controle
dos
ventos
predominantes,
possibilidade de utilização da luz natural quanto da insolação, pois
principalmente no outono, onde este será potencializado pela
recebe boa parte do sol do período da manhã sendo protegida do
localização do terreno referente a fenômeno natural de ventos
sol mais baixo do período da tarde onde poderá se localizar a
próximos a espelhos d'água, ou seja, no verão estas faces recebem
entrada principal do equipamento, além da recepção e área de
sol direto praticamente o dia todo e no outono os ventos
espera.
predominantes além dos provenientes do espelho d'água deixam
As faces norte e noroeste deverão receber um tratamento
os ambientes úmidos e impróprios para uso por longos períodos.
especial, pois além de necessitar de elementos para controle da
Poderão ser localizados nessas faces os ambientes como as piscinas
insolação excessiva do fim da tarde também merecerá de um
térmicas, por exemplo.
2013
FACE NORDESTE
ARQUITETURA HOSPITALAR
65
N
Figura 44 – Simulação de Insolação nas faces.
FACE SUL Fonte imagens: produzido pelo autor através do programa SOL-AR
A face sudoeste recebe toda insolação do período da tarde e
aberturas e fechamentos envidraçados, que permites a entrada de
praticamente nada no período da manhã, tanto no verão quanto
iluminação natural e aquecem o ambiente, pois deixa passar a
no inverno , também sendo impróprio a localização de ambientes
insolação para dentro dos ambientes.
de uso prolongado. Nessa face poderão ser implantados as quadras poliesportivas e o estacionamento. A face sul no que se pode perceber nas cartas solares, o inverno recebe sol durante o dia todo e no verão nas primeiras horas do dia e no fim da tarde, onde poderão ser utilizados
De qualquer forma deverão ser utilizados elementos que controlam a insolação e a iluminação excessiva, neste caso é proposto a uso de brises verticais e horizontais, além de vidros com tratamento com essa finalidade.
2013
FACE SUDOESTE
ARQUITETURA HOSPITALAR
66
6.9 QUANTO AO USO
N
Residencial Comercial Institucional Área Verde Distrito Industrial Figura 45 – Levantamento - mapa uso e ocupação
Fonte imagens: produzido pelo autor
A principal área comercial esta localizada no eixo central da
população. Outro fator considerado no terreno escolhido é que está
cidade, embora existam outros pontos comerciais ao longo de toda
localizado numa área estritamente residencial, mas fica próximo ao
malha urbana. As áreas institucionais estão distribuídas em toda a
eixo central que facilitaria o tráfego e a visibilidade do
cidade, sendo capazes de atender todas as necessidades básicas da
equipamento.
2013
Área de estudo
ARQUITETURA HOSPITALAR
67
6.10 EVOLUÇÃO SOCIAL Alto Padrão Social Médio Padrão Social Baixo Padrão Social
N
Figura 46 – Levantamento – mapa evolução social
Área de Estudo
Fonte imagens: produzido pelo autor
Na evolução social com o mapa apresentado pode-se
essa condição proporciona uma área melhor estruturada, pois ali
analisar por três setores: alto, médio e baixo padrão construtivo.
estão presentes quase todos os equipamentos do município, como
Podemos observar que na área mais afastada do centro da cidade a
prefeitura, centro de saúde, rodoviária, entre outros.
lotes com tamanhos reduzidos, enquanto o médio e alto padrão localiza-se próximos ao eixo central. Para implantação do projeto
2013
densidade populacional é maior devido a grande quantidade de
PROGRAMA
PROGRAMA
ARQUITETURA HOSPITALAR
7.1 O PROGRAMA O Programa de Necessidades deverá atender em média 600 pessoas diariamente, baseado em projetos de uso similar, como o SEMPRE de Jaboticabal que atende, através do seu programa, 280 usuários por dia. Esta proposta prevê suporte em todas as áreas do
69
atividade. Todas essas normais regulamentam áreas mínimas exigidas, mas será proposto uma adequação desses espaços para garantir mais conforto e flexibilidade aos usuários, pensando numa melhor otimização desses espaços, tanto para usuários quanto para os funcionários.
projeto, referentes à prevenção e tratamento, levando em consideração a demanda local e regional para utilização desse equipamento. No quadro a seguir pode-se observar as áreas mínimas permitidas pela norma da ABNT 9050/2004¹ referente a acessibilidade em edificações, Decreto regulamentar 5.296/04² referente a promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e as Normas Técnicas RDC 50/2004³ que regulamenta elaboração de projetos físicos de estabelecimentos
(1) ABNT NBR 9050 Segunda edição 31.05.2004 Válida a partir de 30.06.2004 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos A ABNT NBR 9050 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Acessibilidade (ABNT/CB–40), pela Comissão de Edificações e Meio (CE–40:001.01). O Projeto circulou em Consulta Pública conforme Edital nº 09 de 30.09.2003, com o número Projeto NBR 9050. Esta Norma substitui a ABNT NBR 9050:1994. (2) DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004 Regulamenta as Leis nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. (3) Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. (I) Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
2013
assistências de saúde, acerca de áreas mínimas para execução de cada
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ÁREAS MIN. (m²)
ÁREAS PROP.
QUANT.
Setor de Ações Básicas
TOTAL (m²)
591,0
Sala de espera para pacientes e acompanhantes
90
100
2
200
Sala de atendimento individualizado
12,5
12,5
2
25,0
Sala de demonstração e educação em saúde (auditório)
1,2 por ouvinte
1,2 por ouvinte
50
60,0
Sala de Enfermagem (preparação e serviços)
23,0
23,0
1
23,0
Consultório indiferenciado (neurologia, ortopedia, etc)
12,5
14,0
6
86,0
Consultório diferenciado (oftalmologia)
12,5
14,0
2
28,0
Serviço social
6,0
9,0
1
9,0
Sala de Reuniões
15,0
30,0
1
30,0
Área de Convivência Interna
80,0
80,0
1
80,0
Sanitários Masc. e Feminino (usuário)
10
15
2
30,0
Sanitários Masc. e Feminino (funcionário)
15
20
1
20,0 2013
AMBIENTES
70
ARQUITETURA HOSPITALAR
ÁREAS MIN. (m²)
ÁREAS PROP.
QUANT.
Setor de Reabilitação
TOTAL (m²)
1579,0
Box de terapias
4,0
6,0
5
30,0
Piscina – água fria
200,0
200,0
1
200,0
Piscina – água quente (hidroginástica)
10,0
25,0
2
50,0
Consultório de mecanoterapia
20,0
20,0
1
20,0
Consultório de terapia ocupacional individual
7,5
10,0
2
20,0
Consultório de terapia ocupacional em grupo
20,0
30,0
1
30,0
Consultório de Fonoaudiologia
7,5
9,0
1
9,0
Consultório de Psicomotricidade
20,0
20,0
1
20,0
Academia
50,0
100,0
1
100,0
Quadra Poliesportiva (16x32)
512,0
550,0
2
1100,0 2013
AMBIENTES
71
ARQUITETURA HOSPITALAR
ÁREAS MIN. (m²)
ÁREAS PROP.
QUANT.
Setor de Apoio e Administração
TOTAL (m²)
232,0
Recepção (com arquivo)
5,0
10,0
2
20,0
Sanitários público (por sexo)
3,2
9,0
3
24,0
Sanitários funcionários (por sexo)
3,2
9,0
2
18,0
Depósito de equipamentos, macas e cadeiras de rodas
10,0
10,0
1
10,0
Setor Administrativo
15,0
20,0
4
80,0
Refeitório Funcionários (por comensal)
1,0
1,2
50
60,0
Almoxarifado
20,0
20,0
1
20,0
2013
AMBIENTES
72
TOTAL ÁREA CONSTRUÍDA
2402,0
Setor de Ações Básicas
591,0
Setor de Reabilitação
1579,0
Setor de Apoio e Administração
232,0
Circulação (em média 25% da área construída) Estacionamento (6 m² cada 50 m² da área construída)
TOTAL ESTIMADO DO EMPREENDIMENTO
2402,0 * 0,25
1
600,5
2402,0 / 50
48*6,00
288,0
TOTAL
3290,5
73
A proposta inicial prevê aproximadamente a ocupação de
de 5680,0 m² sendo suficiente para implantação do programa, o
3290,5 m², como o terreno possui uma área de 7100,0 m²,
restante será utilizado como áreas de convivência, jardins e outras
aplicando a taxa de ocupação máxima do terreno de 80% para
atividades não descritas como área construída.
edificações não residenciais tem-se uma área útil para construção
2013
ARQUITETURA HOSPITALAR
ARQUITETURA HOSPITALAR
8 FLUXOGRAMA
74
FLUXOGRAMA GERAL SALA ADMINISTRAÇÃO
ESTACIONAMENTO
RECEPÇÃO/ ESPERA
BANHEIROS PÚBLICOS
SALA DE ENFERMAGEM
SALA DE TRIAGEM
APOIO
CONSULTÓRIOS DE ESPECIALIDADES
TRATAMENTO COM APARELHOS
SALA DE SERVIÇO SOCIAL
TRATAMENTO NEUROMOTORES
SALA AUDITÓRIO E TREINAMENTO
QUADRAS POLIESPORTIVAS
ACADEMIA
PISCINAS DE TRATAMENTO
CIRCULAÇÃO RESTRITA CIRCULAÇÃO PÚBLICA Fonte imagem: produzido pelo autor
2013
Figura 47 – Fluxograma geral
ARQUITETURA HOSPITALAR
75
FLUXOGRAMA CONSULTÓRIOS
SALA ADMINISTRAÇÃO
RECEPÇÃO/ ESPERA
BANHEIROS PÚBLICOS
APOIO
SALA DE TRIAGEM
CONSULTÓRIO NEUROLOGIA
CONSULTÓRIO ORTOPEDIA
CONSULTÓRIO PSICOLOGIA
CONSULTÓRIO GERIATRIA
SALA DE ESPERA
CONSULTÓRIO ENDOCRINOLOGIA
CONSULTÓRIO OFTALMOGIA
CIRCULAÇÃO RESTRITA CIRCULAÇÃO PÚBLICA
Fonte imagem: produzido pelo autor
2013
Figura 48 – Fluxograma consultórios
ARQUITETURA HOSPITALAR
76
FLUXOGRAMA TRATAMENTO COM APARELHOS
SALA ADMINISTRAÇÃO
RECEPÇÃO/ ESPERA
BANHEIROS PÚBLICOS
APOIO
BOX APARELHOS
SALA DE TRIAGEM
TRATAMENTO COM APARELHOS
MECANOTERAPIA
CIRCULAÇÃO RESTRITA CIRCULAÇÃO PÚBLICA
Fonte imagem: produzido pelo autor
2013
Figura 49 – Fluxograma tratamentos com aparelhos
ARQUITETURA HOSPITALAR
77
FLUXOGRAMA TRATAMENTO NEUROMOTOR SALA ADMINISTRAÇÃO
RECEPÇÃO/ ESPERA
BANHEIROS PÚBLICOS
APOIO
SALA DE TRIAGEM
TRATAMENTO NEUROMOTORES
SALA PSICOMOTROC.
TERAPIA OCUP. INDIVICUAL
TERAPIA OCUP. GRUPO
TRATAMENTO HIDROTERÁPICO
CIRCULAÇÃO RESTRITA CIRCULAÇÃO PÚBLICA
PISCINA ÁGUA FRIA
PISCINA ÁGUA QUENTE Fonte imagem: produzido pelo autor
2013
Figura 50 – Fluxograma tratamento neuromotor
ARQUITETURA HOSPITALAR
78
FLUXOGRAMA ADMINISTRATIVO
ESTACIONAMENTO
SALA ADMINISTRAÇÃO
RECEPÇÃO/ ESPERA
BANHEIROS FUNCIONÁRIOS
REFEITÓRIO
APOIO
CIRCULAÇÃO RESTRITA
LAZER E RECREAÇÃO
CIRCULAÇÃO PÚBLICA Fonte imagem: produzido pelo autor
2013
Figura 51 – Fluxograma administração
O ANTEPROJETO
O ANTEPROJETO
ARQUITETURA HOSPITALAR
80
9.1 ESTUDO DE MASSAS
N As setas em vermelho indicam as faces Norte/Noroeste que receberão a maior incidência de insolação, além dos ventos predominantes e local, prevendo um tratamento de barreiras contra esses fenômenos. VEGETAÇÃO INTERNA/JARDINS
O estudo do plano de massas foi elaborado conforme a organização do fluxograma, VEGETAÇÃO EXTERNAS/ARVORES
permitindo que os ambientes se comuniquem com grande flexibilidade. Além dessas
RECEPÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
orientações, as análises das cartas solares permitem que o programa de necessidades
ÁREAS MOLHADAS
seja melhor discutido e aplicado. Os objetivos desses estudos norteiam um projeto elaborado de forma que os
ESPERA / CONSULTORIOS
espaços reservados para cada atividade possibilitem uma integração entre ambiente,
2
QUADRAS ESPORTIVAS Perfil
conforto térmico, acústico, além da estética e da humanização desses ambientes. 3
Fonte imagem: produzido pelo autor
2013
ESTACIONAMENTOPerfil
ARQUITETURA HOSPITALAR
81
9.2 PRIMEIRA PROPOSTA Volumetria
Vista geral
A volumetria tem por objetivo observar o comportamento e a implantação na área do projeto, referindo alturas, sombreamento e impactos ambientais. O estudo surge a partir da análise do plano de massas e das cartas solares que prevê a adaptação do programa de
necessidades, organizado por setores: Fonte Imagens: Autor
•
Setor de Ações Básicas (Amarelo): onde se localizam principalmente a recepção e os consultórios.
•
Setor de Reabilitação (Azul): também pode ser denominada como áreas úmidas, pois estão setorizados as piscinas térmicas e boxes de reabilitação, além da academia e a quadra esportiva.
•
Setor de Apoio e Administração (Vermelho): aqui se localizam a setor operacional do edifício onde estão a administração, o refeitório, arquivo e almoxarifado. Setorizado na área central facilitando a administração.
Obs.: o restante da área do terreno foi reservado para o estacionamento e as áreas verdes do complexo, sendo descontadas as áreas de 2013
recuos mínimos e taxa de ocupação conformo índices urbanísticos do município.
ARQUITETURA HOSPITALAR
82
O setor amarelo, onde se concentram a entrada principal e a recepção, foi posicionado frente às principais vias de acesso do
projeto facilitando o acesso dos pacientes que visitam o complexo e os que já possuem a consulta agendada.
Fonte Imagens: Autor
Nesta vista observa-se o setor azul, onde estão setorizados as piscinas térmicas e a quadra poliesportiva, da mesma forma o setor vermelho sendo a área administrativa do projeto, onde foram localizadas próximos ao estacionamento garantindo que os usuários e os funcionários não precisem passar por todo o complexo para chegar aos seus setores, facilitando o fluxo de pessoas
Fonte Imagens: Autor
2013
dentro e fora do edifício.
ARQUITETURA HOSPITALAR
ABERTURAS
83
Face Norte e Noroeste
Como foram analisadas nas cartas solares, as aberturas para face norte e noroeste deverão receber um tratamento especial prevendo o controle da insolação, mas preservando essas aberturas na utilização da luz natural gerando economia no uso de iluminação artificial.
Face Nordeste e Norte
Nesta face, onde fica localizado a recepção, as
As aberturas conseguidas através da utilização de um
aberturas terá um papel especial também na forma estética do
jardim na área central tem por objetivo proporcionar conforto
edifício
térmico e ambiental ao complexo, relacionado a questões como higienização dos ambientes e ventilação natural. Fonte Imagens: Autor
2013
Jardim Central
ARQUITETURA HOSPITALAR
84
9.3 IMPLANTAÇÃO GERAL – PRIMEIRA PROPOSTA
Fonte Imagens: Autor 4
1 3 2
1 5
1. blocos principais / 2. jardim / 3. piscina / 4. quadra poliesportiva / 5. estacionamento
N
0 5
10
20
2013
A partir deste ponto a volumetria começa a tomar forma, o programa de necessidades conforme suas áreas pré-definidas surge, agora mais claro, denotando o funcionamento do equipamento. Observar-se o bloco principal, a piscina e a quadra poliesportiva, além da disposição do estacionamento e acessos.
ARQUITETURA HOSPITALAR
85
9.4 PLANTA PAVIMENTO TÉRREO
9
2 1
10 17
5
6
7 8 8
14
11
A
12
1. consultórios/2. Acolhimento/3. recepção principal/4. espera/5. auditório/6. hidroterapia/7. boxes tratamento/8. terapia individual/9. administração/10. refeitório/11. recepção boxes/12. terapia grupo/13. academia/14. piscina/15. quadra poliesportiva/16. Estacionamento/17. Jardim.
N 0 5
1 0
2 0
Fonte Imagens: Autor
Aqui já é possível observar cada área do complexo indicados pelos números, as setas vermelhas indicam as formas de acessos, as setas pretas demonstram as diretrizes viárias do local que deverão permanecer da mesma forma, pois não implicam restrições importantes ao projeto. O jardim interno tem por objetivo principal garantir uma otimização dos recursos naturais como ventilação e iluminação, além de humanizar esses ambientes. 2013
A
15
1
4
3
13
ARQUITETURA HOSPITALAR
Corte AA
86
Fonte Imagens: Autor
No corte desta primeira proposta é possível observar as
O pé direito alto proporciona ao equipamento a ventilação e
alturas definidas para cada atividade do complexo. O sistema
iluminação natural. Ainda sim, nas ilhas de trabalho como recepção
construtivo adotado prevê a utilização de uma estrutura de aço
será utilizada nuvens acústicas no intuito de minimizar efeitos
revestido por uma pintura especial contra corrosão e as intempéries
acústicos desagradáveis como, por exemplo, a reverberação do
do tempo, escolhido justamente por ser um material de rápida
som, pois possuem propriedades de absorção do som excessivo.
aplicação, gerando menor desperdício de matérias, além de proporcionar maior flexibilidade como forma de expansão.
Como foi mencionada a cobertura será composto por uma estrutura metálica treliçada, telha metálica tipo sanduiche com
O fechamento externo será por painéis de concreto celular,
propriedades termo acústico e forro em PVC obedecendo aos
da mesma maneira que a estrutura, esse tipo de material é mais
mesmos critérios referentes às questões de salubridade dos
leve e quase não há resíduos de materiais, pois são fabricados sobe
ambientes internos, prevendo o controle da insolação direta e
encomenda a partir da metragem quadrada utilizada no projeto.
estimulando a ventilação natural como forma de higienização e
Será utilizados caixilhos de alumínio e vidros com tecnologia
controle de infecções.
contra ruídos e insolação excessivo, principalmente nas faces de
2013
maior exposição.
ARQUITETURA HOSPITALAR
87
9.5 IMPLANTAÇÃO - SEGUNDA PROPOSTA B
2
1
13
9
1
16 1
14
1
4
10
18
3
11
A
4
7 5
A
6 8
8 12
17
16 B
1. consultórios/2. Acolhimento/3. recepção principal/4. espera/5. auditório/6. hidroterapia/7. boxes tratamento/8. terapia individual/9. administração/10. refeitório/11. recepção boxes/12. terapia grupo/13. academia/14. piscina/15. estacionamento/16. circulação 1/17. circulação 2/ 18. apoio e sanitários.
N
0
5
10
20
Fonte Imagens: Autor
Foi verificada a possibilidade de expansão de algumas áreas como forma de melhorar a circulação dentro do edifício. Sendo
que a área do jardim interno poderia ser diminuída e melhor resolvida sem prejuízo ao projeto.
2013
possível estender a área da recepção, a circulação (17), e a possibilidade de aumentar o número de consultórios, para isso verificou-se
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9.6 IMPLANTAÇÃO - TERCEIRA PROPOSTA 21
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PAVIMENTO SUPERIOR 19
8 4
1
1
3
11
5 4
6
8
13
8
8
9
11
8
10
2 2
7
14
16
17
12 15
PAVIMENTO TÉRREO 1. consultórios/2. Acolhimento/3. recepção principal/4. apoio/5. auditório/6. hidroterapia/7. boxes tratamento/8. sanitários coletivos/9. administração/10. Refeitório funcionários/11. recepção secundária/12. terapia grupo/13. academia/14. piscina/15. estacionamento/16. piscina coberta/17. ginásio/18. sala reuniões/19. diretoria/20. copa/21. escada
N
0 5
10
20
Fonte Imagens: Autor
reestruturação da recepção, do jardim interno e o refeitório (10). Acima deste agora possui o segundo piso, expandindo a área administrativa que poderá ser verificado na planta detalhada.
2013
Nesta proposta as áreas foram resolvidas e organizadas, assim como inserido novas áreas, como a piscina coberta. Foi feito uma
PROJETO FINAL
PROJETO FINAL
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21
90
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19
4
2 2
8
8
8 8 1
1
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3
8 5
8
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12
12
12
12
12
12
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8
8
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8
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12 11
4
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1. consultórios/2. Acolhimento/3. recepção principal/4. apoio/5. auditório/6. hidroterapia/7. boxes tratamento/8. sanitários coletivos/9. administração/10. Refeitório funcionários/11. recepção secundária/12. terapia grupo/13. academia/14. piscina/15. estacionamento/16. piscina coberta/17. ginásio/18. sala reuniões/19. diretoria/20. copa/21. Escada
N
0 5
10
20
Fonte Imagens: Autor
Na proposta final as áreas que faziam divisa com o terreno vizinho foram reorganizadas promovendo a ventilação e iluminação natural
foi locado o reservatório de água na área central do equipamento. Foi inseridos novos sanitários públicos nas áreas das recepções secundárias como forma me otimizar este recurso. Essas áreas estarão melhor detalhadas nas plantas em anexo.
2013
mais eficiente nestas áreas, com isso novas aberturas poderão ser inseridas nesta face como mostra em destaque na figura acima. Também
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91
10.2 ESQUEMATIZALÇAO DO USO DE VENTILAÇÃO NATURAL
Corte Transversal
Jardim Interno
No corte é possível perceber a configuração da cobertura
possível simular essa circulação. Esses ventos são propositalmente
onde permite que a ventilação, representada pelas setas azuis,
impulsionados sob a cobertura e quando passam sobre os
circule por cima de cada ambiente, com objetivo salubre de
ambientes, estes possuem uma grelha que permite que o ar mais
circulação e a higienização do ar, além de funcionar como
quente (setas vermelhas) por ser mais leve seja sugado com a
mecanismo de controle térmico natural, possibilitando a economia
circulação e expulso pela área central, onde também se localiza o
de energia como uso de equipamentos, como por exemplo, ar
jardim interno que possui uma abertura controlada e protegida por
condicionado. As aberturas também são utilizadas na captação de
pergolados com função de exaustores de ar quente.
cobertura, onde através do estudo dos ventos predominantes, é
Fonte Imagens: Autor
2013
luz natural. Neste esquema é possível perceber a funcionalidade da
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10.3 ELEMENTOS ESPECIAIS Brises Os brises horizontais e verticais tem como função principal de proteger contra a iluminação excessiva sem prejudicar a ventilação e a iluminação
Brises horizontais
Brises verticais
natural desejada, desta forma percebese que foi propositalmente projetada sobre a face com maior incidência desta iluminação.
fonte imagem http://www.esplane.com.br Vista em corte
Nuvens Acústicas As nuvens acústicas, em destaque nas figuras ao lado, são painéis suspensos colocados estrategicamente sobre ambientes que necessitem de tratamento acústico, pois o som é absorvido evitando a reverberação 2013
excessiva do som. No detalhe percebe-se que foram colocadas sobres às áreas das recepções onde o volume de pessoas é maior. Vista superior
Fonte Imagens: Autor
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10.4 VISTAS PROJETO FINAL
Vista lateral do complexo
Vista lateral do edifício principal
Vista frontal
Vista fundos
Fonte Imagens: Autor
destaque nota-se a simulação sobre os elementos de proteção de insolação (pérgolas verticais e horizontais). Esse sistema um bloqueio do excesso de luz solar direta no edifício, mas otimiza a utilização da luz natural permitindo a passagem condicional dessa fonte.
2013
Nessas vistas podem-se observar como projeto final, todos os elementos como estrutura, cobertura, fechamentos e pinturas. Em
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10.5 PERSPECTIVAS GERAIS
Vista do todo o complexo
Vista da entrada lateral
Vista interna ‐ recepção Fonte Imagens: Autor
2013
Vista da entrada principal
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95
O trabalho foi fundamentado em análises, comparações e
natural que poderá ser utilizada como um anexo ao equipamento
diretrizes projetuais com o objetivo de contribuir no projeto de um
em campanhas de prevenção e conscientização sobre o tema
equipamento na promoção de saúde, baseado em demanda,
abordado neste trabalho.
questões ambientais e sociais, uso sustentável de recursos naturais,
As definições de materiais e dos elementos podem variar de
tecnologia de materiais e aplicação de normas técnicas, além de
cidade para cidade, uma vez que no estudo preliminar se
questões humanas e estéticas. As questões ambientais estão
identifiquem melhores condições para utilização e atribuição de
atribuídos ao uso de materiais sustentáveis que produzam o mínimo
novos materiais; neste caso segue-se o partido adotado como forma
de resíduos ou entulhos.
de organização do equipamento.
A cidade de Pradópolis foi escolhida para sediar este projeto
Projetar edifícios assistências de saúde é um desafio diário
piloto por possuir uma variação de condicionantes que contribuíram
para cada profissional, o sucesso desse projeto pressupõe uma
no seu entendimento como: localização, onde foi observado que
análise mais detalhada no pós-uso do edifício, corrigindo e
municípios vizinhos podem se beneficiar do equipamento proposto;
adaptando soluções necessárias que surgem com o decorrer desse
terreno menos acidentado, embora a proposta prevê que este
uso. Este trabalho não esgota a discussão do tema abordado,
equipamento possa ser adaptado em qualquer área conforme
apenas viabiliza o entendimento de projetos referentes à promoção
organização dos módulos; por fim o lago municipal proporciona ao
de saúde. A viabilidade, assim como as particularidades do local são
projeto uma condição de referência, além de possuir uma paisagem
condicionantes que sempre deverão ser observadas.
2013
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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“Uma das coisas mais complicadas para o arquiteto é aceitar que é uma figura que tem de errar. A gente vê aquelas memórias que os arquitetos escrevem, de um modo geral são sempre sobre uma coisa infalível. Não existe projeto ideal, perfeito. Essa convivência com o erro é fundamental(...) Errar por leviandade, por falta de competência, é uma coisa ruim. Agora, errar acidentalmente faz parte da vida”.
2013
João Filgueiras de Lima, o Lelé
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11.1 ANEXOS 1- PIRÂMIDES ETÁRIAS – IBGE/2010
Fonte imagens: http://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.php
2013
BARRINHA
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GUATAPARĂ
Fonte imagens: http://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.php
2013
GUARIBA
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LUIZ ANTONIO
Fonte imagens: http://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.php
2013
JABOTICABAL
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PRADĂ“POLIS
Fonte imagens: http://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.php
2013
MONTE ALTO
100
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101
11. 2 ANEXO 2 – PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS
NBR 9050/04 O objetivo desse conhecimento é de fundamental
Estudos relativos ao dimensionamento do corpo humano
importância, pois define parâmetros estabelecidos por lei sobre
estabeleceram proporções básicas de um homem padrão. Essas
questões de garantia plena a acessibilidade a qualquer espaço
proporções são reconhecidas como referência da escala humana
construído, principalmente as que possuem, por alguma razão, uma
em projetos arquitetônicos e desenhos artísticos. No entanto, é
dificuldade ou mobilidade reduzida, levando em consideração as
fundamental a criação de espaços que atendam à diversidade
diversidades antropométricas humanas. O intuito é oferecer
humana.
diretrizes básicas para complementação do projeto arquitetônico
No desenho ao
que poderá ser adaptado para cada situação. Conforme a norma da
lado, o homem padrão
ABNT NBR 9050/04 define a acessibilidade como “Possibilidade e
foi dividido em quatro
condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização
partes, conforme suas
com segurança e autonomia, de edificações, espaços, mobiliários,
proporções. A letra H
vias públicas, equipamentos urbanos e transporte coletivo.” Não
refere-se à altura total
será descrito aqui todas essas normais, até porque, demandaria de
do indivíduo, sendo sua
um estudo específico, neste caso apenas alguns desses critérios
fração,
serão ilustrados:
trecho de seu corpo.
um
Conceito de homem padrão Figuras Fonte: http://www.crcsp.org.br http://www.crcsp.org.br
2013
portanto,
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103
Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida são
mínimo, que o piso seja regular e sem obstáculos facilitando sua
caraterizadas pela necessidade de se locomoverem com ajuda de
locomoção. As dimensões desses espaços podem ser observadas
equipamentos auxiliares, sendo eles, bengalas, muletas, cadeiras de
conforme ilustrações a seguir:
roda, andadores, entre outros, ou simplesmente precisam, no
USO DE BENGALAS
USO DE ANDADORES
ESPAÇO PARA DEFICIENTES VISUAIS
USO DE CÃES GUIA Figuras Fonte: http://www.crcsp.org.br
2013
USO DE MULETAS
ARQUITETURA HOSPITALAR
das pessoas com o mínimo de barreiras ou obstáculos. A RDC 50 é uma das principais normas para projetos
assistenciais de saúde, sendo estes clínicas, hospitais, consultórios, entre outros. A norma considera como fator importante a serem atendidos,
os
princípios
de
regionalização,
hierarquização,
acessibilidade e qualidade de assistência prestada a população. Será descrito aqui alguns desses requisitos pertinentes a este trabalho. Para estabelecimentos de reabilitação em pacientes internos e externos é visto como principais atividades exercidas: preparar pacientes, realizar procedimentos, tratamentos por meio de fisioterapia (cinesioterapia, eletroterapia, termo terapia, mecanoterapia e hidroterapia), por meio de terapia ocupacional, por meio de fonoaudiologia e por fim emitir relatórios das terapias realizadas. Circulações internas e externas Referente a circulação é considerado tanto para paciente quanto para os funcionários do complexo, possibilitando o transito
Quanto ao estacionamento acima até 100 vagas, deve ser previsto 2 vagas para deficientes, se este ultrapassar a quantidade de 100, será 1% das vagas destinadas portadores de necessidades especiais (NBR 9050, 2004). Circulações horizontais de pacientes devem possuir corrimão de 80 a 92 cm de altura, sendo possível o bate-macas servir para esta finalidade. É obrigatório a largura de 2,00m para corredores maiores que 11m e 1,20 para os demais. Para circulação de material e pessoal, esta dimensão deve ser de no mínimo 2,00m, e de 1,20 para fluxo de funcionários e carga não volumosa. Em caso de desnível superior a 1,50m devem ser adotadas rampas de acesso. Todas as portas de acesso a pacientes devem ter 0,80x2,10m, incluindo os sanitários. Para salas de passagem de camas ou macas, o vão da porta deve dimensão mínima de 1,10x2,10m, para sala de exames ou terapias, é considerado 1,20x2,10m. Todas as maçanetas devem ser do tipo alavanca.
2013
RDC 50
104
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Vista superior
Vista frontal
Figuras Fonte: http://www.crcsp.org.br
Outro tipo de equipamento muito utilizado por pessoas com dificuldade motora são as cadeiras de rodas, é imprescindível garantir espaços mínimos para que circulem sem que certamente problemas. As rampas e acessos são os principais elementos de exclusão dos usuários
elementos de segurança como sinalização tátil e corrimão, além de alturas, larguras e inclinações adequadas.
2013
com algum tipo de dificuldade motora, a adaptação prevê alturas mínimas de desníveis. As escadas, degraus e rampas devem possuir
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106
BIBLIOGRAFIA
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