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Empurrar crianças no Rio Grande e negar água; as ordens do governo do Texas para imigrantes
Documentos mostram que a ordem do governo era jogar menores de idade para o outro lado da fronteira à força
Documentos obtidos pelo jornal Houston Chronicle mostram que o governo do Texas, comandado pelo republicano Greg Abbott, tem como ordem jogar crianças e bebês que atravessarem para os EUA no Rio Grande, corpo de água que separa o Texas do México.
A instrução dada pelas autoridades do Departamento de Segurança Pública do Texas também afirma que é recomendável não prover água ou comida para os imigrantes em situação de fome e sede, em especial durante a onda de calor que atinge o deserto do Chiahuaha. A cidade de Ojinaga, no México, usada também como ponte entre EUA e México, tem apresentado temperaturas acima dos 42º neste verão.
As revelações vem após e-mails trocados entre guardas e médicos do Departamento de Segurança Pública do Texas serem publicados na imprensa.
No mês passado, o governo Texas instalou boias gradeadas no Rio para impedir que imigrantes mexicanos atravessassem o curso d'água em direção aos EUA. O equipamento é muito perigoso.
Os médicos relatam ter tratado, no intervalo de sete horas, uma criança de 4 anos de idade que desmaiou no deserto após ser empurrada por um guarda texano em um calor de 37º C. No mesmo dia, eles atenderam homem com lacerações nas pernas causadas por tentar resgatar seus filhos que estavam presos em uma boia de contenção de migrantes no meio do Rio Grande, também no Texas.
Ainda naquela data, um adolescente de 15 anos de idade quebrou uma perna após tentar cruzar uma parte perigosa das boias e uma mulher de 19 anos ficou presa nos arames flutuantes do Rio Grande enquanto teve um aborto espontâneo. Ela faleceu.
No e-mails, os médicos questionaram o porquê da orientação de enviar adultos e crianças de volta para o Rio Grande, e afirmaram que estavam sobrecarregados por acidentes na fronteira, segundo o Houston Chronicle.
“Acredito que ultrapassamos
Família espera há 1 mês translado para sepultar brasileiro morto nos EUA
A família de Matheus Martines uma linha para o desumano [sic]. Precisamos operá-lo corretamente aos olhos de Deus”, disse um dos médicos. “Precisamos reconhecer que essas são pessoas feitas à imagem de Deus e precisam ser tratadas como tal.”
Gaidos aguarda há 28 dias a liberação do corpo do jovem para translado até São Paulo.
O governo do Texas negou que tenha uma política do tipo que ordene "empurrar crianças" na água e que a Operação Estrela Solitária, que é direcionada contra imigrantes, nunca teve como objetivo tirar a vida de imigrantes.
Greg Abbott, governador do Texas, é um dos políticos mais conservadores dos EUA e possui forte apoio da base trumpista, com políticas anti-imigração. Em declaração realizada na última terça-feira, ele negou o fim da operação ou das boias de arame farpado no Rio Grande.
Matheus foi assassinado a tiros após brincar com o cachorro de um homem em Oakland, na Califórnia.
O crime aconteceu em 21 de junho.
O corpo de Matheus ainda não foi liberado para translado e a família não conseguiu sepultar o corpo em São Paulo.
Há duas semanas, a polícia de Oakland prendeu Eric Locelvira, suspeito de atirar contra Matheus. O homem teria se irritado com a interação do brasileiro com o cachorro.
A tia de Matheus, Suzi Marti-
Matheus Martines Gaidos tinha 27 anos, e morava nos Estados Unidos a cerca de cinco anos nes, diz que ele se mudou para os EUA para fugir da violência de São Paulo. Descontente com a vida nos EUA, principalmente por se sentir sozinho, ele estava com passagens compradas para voltar ao Brasil em agosto.
Procurado, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que tem prestado assistência consular aos familiares. "Informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos familiares diretos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros".