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Lei bipartidária de reforma da imigração é apresentada no congresso dos EUA
A congressista republicana María Elvira Salazar e a democrata Verónica Escobar apresentaram nessa terça-feira um projeto de reforma da imigração que inclui a regularização os mais de 11 milhões de imigrantes sem documentos nos Estados Unidos
Oprojeto de lei, que foi apresentado na Câmara dos Representantes, que é controlada pelos republicanos, também destina mais financiamento para a segurança das fronteiras e reforma as leis de pedido de asilo.
Salazar, que representa o 27º distrito da Flórida, disse que o pacote legislativo representa um momento “histórico” em que “duas legisladoras decidem trabalhar em uma das questões mais polarizadoras para o país”.
O programa chama-se “Lei da Dignidade”. Segundo Salazar, trata-se do primeiro projeto bipartidário de imigração dessa magnitude apresentado no Congresso desde a reforma de Ronald Reagan, em 1986.
Pela proposta, pessoas que estão em situação migratória irregular nos EUA e que vivem há pelo menos cinco anos no país e que não têm antecedentes criminais podem entrar em um programa que oferece autorizações de trabalho por sete anos, o projeto autoriza o requerente a viajar para o exterior.
Essa legalização não será
“anistia” e não será gratuita para os imigrantes. Os republicanos querem deixar isso claro para seus apoiadores.
Com exceção daqueles que cometeram delitos criminais, o programa autorizaria imigrantes indocumentados a viver nos Estados Unidos por sete anos, sob o programa chamado “Status of Dignity”, após pagar US$ 5.000. Durante esse período, eles poderão deixar o país e retornar ao país sem problemas.
Após sete anos, os imigrantes se qualificariam para o “Status de Resgate”, levando à cidadania a um custo de outros US$ 5.000. O dinheiro é destinado a compor fundos que serão usados para “proteger a fronteira” e investir em “benefícios sociais de amparo ao trabalhador e reeducação profissional de imigrates”.
‘NÃO É ANISTIA’
“Não quero que ninguém confunda a palavra dignidade com anistia. A anistia é o que os indocumentados têm há 30 anos: escolas gratuitas, hospitais gratuitos e serviços públicos. De acordo com esta lei, todos têm de pagar as suas quotas“, disse Salazar.
Dreamers
O projeto também contempla a oferta de um caminho para a cidadania para pessoas que estão no programa de Ação Diferida para Chegadas na Infância (dreamers) e beneficiários do status de proteção temporária (TPS).
Em relação à situação na fronteira sul, o projeto de lei propõe a criação de “campo humanitários” para abrigar aqueles que buscam asilo nos EUA e onde devem esperar que um oficial de asilo resolva seu caso em até 60 dias.
Também planeja alocar mais fundos para a segurança das fronteiras, incluindo cerca de US$ 10 bilhões além de expandir e melhorar os portos de entrada.
Este projeto de lei vem duas semanas depois que o governo Biden suspendeu um regulamento de saúde, a Título 42, que impôs restrições de acesso ao asilo para migrantes na fronteira sul.
JSNews
Uma câmera de vigilância do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, na sigla em inglês) registrou o momento em que um menino de 4 anos foi jogado por cima do muro que separa o México dos Estados Unido.
As imagens, divulgadas nessa terça-feira,23, pelas autoridades americanas foram registradas em uma localidade na cidade de San Diego, Califórnia, que faz fronteira com Tijuana, no México, o vídeo também mostra que a criança fica esperando que mais pessoas passem pelo muro.
O chefe da Patrulha de
Fronteira dos EUA, Raul Ortiz, relatou mais tarde pelo Twitter que a criança recebeu entendimento de uma equipe de primeiros socorros e que está em perfeita saúde. Ele também disse que os agentes que se deslocaram para a área relataram terem escutados “disparos de arma de fogo”.
Governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis lançou na quarta-feira (24/5) sua candidatura à Presidência dos Estados Unidos.
DeSantis é considerado o principal rival do ex-presidente Donald Trump para ser o candidato do Partido Republicano nas eleições de 2024.
O lançamento da candidatura foi feito com uma entrevista ao bilionário Elon Musk, em uma entrevista transmitida ao vivo pelo Twitter. A transmissão sofreu com um problema técnico que gerou um atraso de 20 minutos.
“Estou concorrendo à presidência dos Estados Unidos para liderar o grande retorno dos Estados Unidos”, disse ele.
DeSantis é relativamente novo na política, tendo sido eleito pela primeira vez para a Câmara dos Representantes em 2012. Apenas seis anos depois, em 2018 — após uma tentativa fracassada de chegar ao Senado —, ele foi eleito governador da Flórida.
Como governador, ele trabalhou pela promulgação de leis que facilitam o porte de arma, restringem a educação sobre identidade de gênero em escolas e restringem o acesso ao aborto.
Ele diz que seu “Plano da Flórida” serve como guia para as políticas federais que pretende implementar, conduzindo os EUA a um caminho mais
conservador. PROBLEMAS TÉCNICOS
A equipe de DeSantis tentou transformar o problema técnico em uma vantagem política — afirmando que o lançamento da candidatura havia gerado tamanha comoção que o intenso fluxo de pessoas “quebrou a internet”.
Seu assessor de imprensa, Bryan Griffin, disse que o evento arrecadou US$ 1 milhão em uma hora.
Segundo a agência Reuters, o evento no Twitter atraiu mais de 600 mil espectadores, mas ao final havia menos de 300 mil pessoas conectadas.
Em comparação, a entrevista que a BBC fez com Elon Musk no mês passado atraiu mais de 3 milhões de pessoas no Twitter.
Durante a conversa, DeSantis enfatizou seu conservadorismo, ressaltando que lidou com a crise da covid-19 combatendo medidas de lockdown.
Ele defendeu suas reformas no sistema educacional da Flórida, dizendo que seu Estado “escolheu fatos em vez de medo, educação em vez de doutrinação, lei e ordem em vez de tumultos e desordem”.
Após o evento no Twitter, em entrevista para a Fox News, DeSantis disse que pretende declarar emergência na fronteira sul do país no seu primeiro dia na Casa Branca. Ele também prometeu demitir o diretor do FBI, Christopher Wray, indicado por Trump, e cortar o que chamou de “políticas energéticas antiamericanas” do presidente Joe Biden.
Antes do lançamento da candidatura, ele havia divulgado um vídeo no qual diz: “Nossa fronteira é um desastre, o crime infesta nossas cidades… e o presidente se debate. Mas o declínio é uma escolha, o sucesso é alcançável, e vale a pena lutar pela liberdade.”
Trump ironizou o lançamento da candidatura de DeSantis com uma enxurrada de e-mails e postagens no Truth Social, a sua plataforma de mídia social.
Quando o governador da Flórida disse a Musk que estudaria a Constituição dos EUA para “ver quais botões posso apertar” para invocar a autoridade executiva, Trump escreveu: “‘Rob’ (sic), meu botão vermelho é maior, melhor, mais forte e está funcionando (VERDADE!), o seu não”, escreveu Trump.
A mais recente pesquisa, pu- blicada na semana passada, coloca DeSantis em um distante segundo lugar atrás de Trump, com uma margem de 38 pontos.
Por meio de um longo processo eleitoral que começa no início do próximo ano, os eleitores republicanos decidirão qual candidato enfrentará o presidente Joe Biden, democrata, nas eleições gerais de novembro de 2024.
O poder legislativo da Flórida aprovou a possibilidade de DeSantis concorrer à Casa Branca sem precisar renunciar a seu cargo de governador.
DeSantis contará com enormes recursos financeiros em sua campanha. No final do mês passado, ele tinha US$ 88 milhões em um fundo que sobrou de sua campanha de reeleição na Flórida e que pode ser transferido para sua candidatura à Casa Branca.
Ele também teria cerca de US$ 30 milhões controlados por um comitê independente que seus aliados podem usar para apoiar sua campanha.
Trump, por outro lado, relatou um total de US$ 18,8 milhões em arrecadação de fundos nos primeiros três meses de 2023.
Espera-se que DeSantis contrate Generra Peck para atuar como coordenadora de campanha. Peck, a principal conselheira política de DeSantis, liderou a campanha de reeleição do governador em 2022, vencida com mais de 20 pontos percentuais de vantagem.
Sua campanha já está contratando pessoas em pelo menos 18 Estados, de acordo com reportagens da Associated Press e do New York Times.
Guerra Com
A DISNEY
Analistas dizem que Ron DeSantis se coloca como um conservador disposto a comprar brigas nas chamadas “guerras culturais”, em que as pautas de costumes e tradições da sociedade têm peso maior do que temas econômicos.
Um dos exemplos disso seria sua disputa política com a Disney. DeSantis acredita que os eleitores republicanos estão mais preocupados com valores conservadores do que com negócios e a economia.
A disputa política começou quando a Disney criticou uma lei da Flórida que restringia o que os professores podiam discutir nas salas de aula sobre sexualidade e identidade de gênero. A lei foi alvo de protestos de funcionários da Disney.
“Ele é o guerreiro cultural mais extremo”, diz Myra Adams, uma colunista e estrategista política da Flórida que trabalhou nas campanhas presidenciais republicanas em 2004 e 2008. “Ele sempre foi considerado conservador, mas essa foi uma escolha que ele fez porque ele acha que isso conquistará os eleitores de Trump.”
BBC