Expressões Artísticas Contenporaneas

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Comparação de arte contemporânea

Introdução

O objectivo deste nosso trabalho é mostrar duas visões dentro da corrente artística - Arte Conceptual. Não podemos deixar de definir e caracterizar este movimento que é um marco no palco da Arte Contemporânea. A Arte Conceptual define-se pela “superioridade do pensamento do artista em relação à execução da obra”, é todo o processo envolto na realização da obra e o artista em si que mais importa neste processo de criação. Esta corrente tem como fontes de inspiração o Dadaísmo ou os Dada e Marcel Duchamp. Este afirmava a superioridade do artista em relação à sua obra. Cria-se um novo paradigma na Arte, ou seja, cortam-se os laços com o contemplativo para dar lugar à intervenção e ao “fazer pensar”. A sociedade enferma e contaminada num ambiente pós-guerra necessita de ser desperta. Esta não tendo “anticorpos” suficientes abandona-se às regras do capitalismo e da massificação da imagem e de estereótipos que não instigam ao desenvolvimento nem à abertura necessária para a mudança. Sendo assim, estes artistas ironizam nas suas obras obrigando as pessoas a pensar acerca das ideias implícitas e a interagirem com o processo de criação dos artistas.

Docente: Célia Barroca Discentes: Alexandre Durão – Nº 110236003 Margarida Gomes – Nº 110236018

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Pop Art No final da década de 50, surge no Reino Unido e nos Estados Unidos da América, um novo movimento artístico, denominado Pop Art. Este novo conceito de arte, que deve a sua denominação ao crítico britânico Lawrence Alloway, foi na verdade uma reacção artística e cultural ao movimento do expressionismo abstracto das décadas de 1940 e 1950. Na criação das suas obras de arte, os artistas deste movimento inspiraram-se na cultura de massas – utilizando matérias e hábitos da vida quotidiana e consumista da altura. Latas de conserva e refrigerantes, embalagens de alimentos, banda desenhada, bandeiras, panfletos de propagandas e outros objectos serviram de base para a criação artística deste período. Os artistas trabalhavam com cores vivas, como o amarelo, o azul e o vermelho e modificavam o formato dos objectos quotidianos. Contrariamente ao que se possa pensar, essa arte popular que define o movimento, nada tem a ver com uma arte pensada e produzida pelas camadas populares ou com noções baseadas no folclore local. O Pop Art, enquanto movimento artístico, abarca as diversas manifestações da cultura de massa, da cultura feita para as multidões e produzida pelos grandes veículos da comunicação. Este novo movimento artístico, desenvolve-se numa época da história em que se verifica um ressurgimento da Indústria em Inglaterra e

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nos EUA, e do aumento do consumo pela população, finda que estava a 2ª Guerra Mundial e todos os condicionantes por ela impostos.

Alguns dos artistas que marcaram a Pop Art foram Robert Rauschenberg proveniente do expressionismo abstracto, é considerado um dos vanguardistas da década de 50. Fica famoso entre muitas obras com diversas matérias por esta que mostramos aqui ao lado das garrafas de Coca-cola.

Roy Lichtenstein Americano que ficou conhecido pelo enfase dado aos clichés da banda desenhada. Ele tenta criticar a cultura de massas com as suas cores fortes e limitadas por traços pretos para provocar um maior realce.

Ao falar de Pop Art é obrigatório conhecer aquele mais marcou a Pop Art ou que por muitos foi considerado como o seu maior expoente. Andy Warhol com suas séries de retractos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe.

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Também ele norte-americano, é filho de pais imigrantes. Dotado de uma personalidade marcada por ser hipocondríaco o que faz dele na infância um pouco anti-social. Andy muitas vezes doente na sua adolescência, coleccionava e desenhava os seus ídolos favoritos. Estudou design e trabalhou como ilustrador em Nova Iorque, carreira essa onde ganhou diversos prémios.

É na década de 60 que ele provoca uma nova mudança na Pop Art e também na sua carreira através da utilização de temas publicitários. Usa cores muito fortes e intensas nas suas serigrafias sobre os temas do cotidiano retractam latas de conserva, garrafas de Coca-Cola e famosos como Elvis Presley, Liz Taylor, Che Guevara, Michael Jackson e Marilyn Monroe como nas imagens que podemos ver em baixo.

Outros artistas que também marcaram este movimento foram; George Segal com as suas esculturas brancas simbolizando o abandono a solidão e a amargura, Allen Jones muito criticado pelo seu uso abusivo da imagem da mulher e do seu corpo, ou outros nomes como Richard

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Hamilton, David Hochney, Niki de Saint Phalle e as suas esculturas humanóides muito coloridas. É de facto muito interessante a forma como esta corrente que teve o seu auge nas cidades de Nova Iorque e Londres conseguiu retractar a sociedade de consumo, através da representação de artigos produzidos em massa como as conservas ou os artista/ídolos. São através destes ícones do consumo que a sociedade é retratada nos seus impulsos efémeros. Arte Conceptual

Um dos maiores artistas plásticos do Brasil Cildo Meireles nasceu em 1948 no Rio de Janeiro, devido ao trabalho do seu pai e à permanente deslocação da sua família pelo Brasil permutou o seu contacto com a cultura Tupi, povo indígena Brasileiro que habitou uma extensa faixa do litoral e que terá perpetuado a sua cultura bastante rica e importante na história do Brasil. Posto isto, Meireles explorou o seu lado artístico na escola de artes de Brasília acabando a sua formação na Escola Superior de Belas Artes do Rio de Janeiro. A sua participação na vida militar conferiulhe o seu lado mais crítico e aguçado em relação à política e a tudo o que a envolve, sendo esta uma das características do seu trabalho. As ideologias, o conceito e o artista acima de qualquer outra coisa.

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Actualmente, é um homem das artes e o seu trabalho é reconhecido em todo o mundo especialmente em França e Espanha, este último País reconheceu o seu valor atribuindo-lhe o prémio Velásquez de Artes Plásticas. A arte conceptual centra-se na ideia e na superioridade do artista em detrimento do produto final ou, seja, é o conceito e o seu processo que mais interessam. Todo o trabalho de Cildo assenta neste pilar, é ao fazer pensar que este se dedica. Este é o novo paradigma da arte contemporânea substituindo a arte contemplativa. A primeira vez que se utilizou o termo de arte conceptual foi num texto de Henry Flynt. Este movimento artístico denota um antecipado planeamento relegando para segundo plano o processo, assim sendo, a ideia torna-se a máquina que origina a arte. Wolf Vostell definiu-a como: “A arte é vida, vida é arte!” (1961).A arte conceptual teve início nos anos 50 com Marcel Duchamp quando propõe uma linha artística dentro do que agora conhecemos neste tipo de arte, o “ready-made” não querendo colocar características e muito menos chamar os seus objectos de obras de arte. Este movimento teve o seu apogeu entre 1967 e 1978 tendo sido determinante nas obras de diversos artistas tais como; John Cage, Charlotte Moorman, Sol Lewitt, Wolf Vostell e obviamente Cildo Meireles, todo ele influenciado por esta corrente artística. A precariedade dos materiais utilizados é muito diversificada entre os quais, fotografias, mapas, textos escritos, chocolate, queijo o que realmente é importante neste movimento é a atitude crítica e o “fazer pensar”. No Brasil existiu o entendimento para a criação a partir da relação paradoxal entre “corpo e mente, intelecto e sentimento”. Esta geração teve o neoconcretismo e a arte conceptual como origem tendo sido Cildo Meireles o precursor de uma “nova poética impossível de se definir”, como afirma o director de um museu, e que se caracteriza pela busca “de novos significados através do confronto e da exploração dos

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limites nos âmbitos da estética, percepção, ciência ou a economia” e pela reflexão “sobre seu próprio lugar na arte”. Assim sendo a sua obra não se fecha no campo apenas da política nem somente nos efémeros dados sensoriais. “Não se pode fazer um trabalho fundamentalmente panfletário e que resista a um embate com a história do objecto de arte, que é o que me interessa” diz Cildo. As garrafas com as inscrições “Yankees go home!” do Projecto CocaCola, de 1970 e presente na mostra, vão além do contexto da censura ditatorial. “Na verdade, é um trabalho sobre escala, dar voz ao minúsculo dentro de uma macroestrutura”, explica Cildo. Algumas obras deste artista retêm uma imagem metafórica sobre o choque entre a cultura ocidental e a indígena (Cultura Tupi), o seu massacre, é criado através do chão de uma galeria com mais de 800 mil moedas de cobre sob um céu a poucos metros de ossos e tendo no centro uma coluna de hóstias, para a instalação Desvio para o Vermelho, que faz parte da colecção do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Minas Gerais.

Cildo Meireles tem no seu trabalho muita complexidade pois as suas ideias jorram temas muito controversos e a sua criação não tem limites, é bastante interessante a forma como este manuseia a escala indo do muito pequeno, como em Cruzeiro do Sul, em que um minúsculo cubo de carvalho e pinheiro está no chão de um grande espaço, iluminado por um

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foco de luz, até o grandioso, como a instalação através de um imenso labirinto com piso de pedaços de cristal que carrega um percurso de “acumulação de proibições” entre arames farpados, redes, portas – e o som do vidro é bastante arrebatador. As "Inserções em circuitos ideológicos" brotam da necessidade de se criar um sistema de circulação, de troca de informações, que não dependesse de nenhum tipo de controlo centralizado. Era necessário a essência do sistema que se opusesse ao da imprensa, do rádio, da televisão, exemplos típicos de media que atingem uma grande franja da população mas em cujo sistema de circulação está sempre presente um determinado controlo e um determinado afunilamento da inserção.

Conclusão

Para Cildo Meireles um trabalho não tem o culto do objecto, na sua verdadeira essência de arte, as coisas, os objectos existiam em função do que poderiam provocar no corpo social. Esta é uma característica da Arte Conceptual, o provocar, o fazer pensar e a relação que o artista mantém no processo e criação serão o ponto fulcral para esta corrente artística influênciar ainda nos nossos dias, e cada vez mais artistas de todo o mundo. Registamos estas duas visões diferenciadas da corrente da arte Conceptual que embora diferentes, se assemelham em muitos pontos. Como neste exemplo em que Andy Warhol retractou a sociedade de

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consumo, através da representação de artigos produzidos em massa. São através destes ícones do consumo que a sociedade é retratada nos seus impulsos efémeros. Este artista é de facto um dos mais influentes nesta corrente, ele próprio almejava a projecção mediática que alcançou. Estando ambos inseridos na Arte Conceptual o conceito de arte é muito próprio, é diferenciado pois enquanto Cildo Meireles gostaria inclusive de um certo anonimato Andy Warhol conseguiu o que mais queria o estrelato. A diferença entre estes dois artistas reside no facto de ambos terem uma visão semelhante sobre a sociedade de consumo, mas Cildo Meireles numa vertente mais interventiva com as “ inserções em circuitos ideológicos” e Andy com a incisão na imagem de forma a criar o mediatismo das mesmas.

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Webgrafia

http://www.mundoeducacao.com.br/artes/pop-art.htm http://www.brasilescola.com/artes/pop-art.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Pop_art http://www.maisnet.net/2011/06/andy-warhol-pop-art/ Imagens retiradas do Google Images http://tyrusclutter.blogspot.pt/2010/11/cildo-meireles-expositor-ofbrazils.html http://en.wikipedia.org/wiki/Cildo_Meireles Apontamentos fornecidos pela professora na sala de aula

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