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10 meses até a Força Aérea 3 semanas desde que a escola começou
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avia três coisas que eu sabia com certeza sobre Orcas Island: Uma: As pessoas aqui geralmente eram estranhas. Metade de seus moradores eram hippies na maioria dos dias. A outra
metade era uma mistura de liberais radicais, eremitas, e multimilionários. Então tinha uma pitada de nós, pessoas ‘normais'. Duas: Eu venho da maior família na ilha. Sete crianças fazia nossa família se sobressair e todos na ilha sabiam quem eram os Hayes. Três: Eu conhecia todo mundo aqui um pouco bem demais. Enquanto eu caminhava pelos corredores do Orcas High School, eu poderia dizer o nome de cada rosto que passava. Eu poderia dizer que Christie Rose havia perdido seu primeiro dente mordendo uma colherada de macarrão com queijo na primeira série. Eu poderia dizer que Henry Asher tinha feito xixi nas calças do primeiro dia do jardim de infância. Eu sabia que a senhorita Pence que ensinava história antiga do mundo assistia a bailes hippies regularmente. Eu prefiro não dizer como eu sabia disso. E também que o Diretor Hill era um fã fervoroso de Guerra nas Estrelas e tinha metade de uma garagem cheios de action figures, cartazes, fantasias, e sabres de luz parecendo reais até demais. Em uma ilha deste tamanho, com seus colossais 5.000 moradores, não havia segredos. — Hayes. — meu melhor amigo desde o primeiro dia do jardim de infância, Carter Hill, chamou por trás de mim. Um segundo depois, sua mão bateu no meu ombro. — Sua família vai fazer o jantar da equipe esta noite?
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— Minha mãe tem cozinhado sem parar desde ontem à noite. — eu disse enquanto eu parei na frente do meu armário e o abri. — Você sabe como ela fica com essas coisas. — Ei, eu não estou reclamando. Sua mãe é a única que realmente faz comida suficiente. Eu não estou completo até que eu sinta que vou vomitar. — Carter riu quando ele enfiou a mão no armário, que era o do meu lado desde o primeiro ano. — Apenas tentar tente chegar até o quintal desta vez, ok? — Eu suspirei. O tapete cheirou mal por semanas depois do jantar da equipe do ano passado. — Estamos falando do jantar épico onde Carter vomitou? — Rain Jones perguntou, abrindo o armário que era apenas um pouco abaixo do nosso, quando o sinal de alerta soou. — Infelizmente. — eu disse quando retirei meu livro de história avançada e o enfiei na minha mochila desgastada. Eu deveria ter deixado minha mãe me comprar uma nova no início do ano, quando ela ofereceu. — Nós vamos comer no quintal de novo? — perguntou Rain, olhando descaradamente para a minha irmã de dezesseis anos Jordan enquanto ela passava. — Cara... — eu disse, balançando a cabeça na Rain. — Não faça isso na minha frente. É nojento. — O quê? — disse ele, ainda olhando para ela. — Ela é quente. — Sério, pare. — Eu disse quando eu fechei meu armário e fu em direção a classe. Rain assobiou para Jordan, em uma tentativa de conseguir um soco de mim. Ele não ter essa satisfação. A aula de história avançada não estava exatamente cheia. Com apenas trinta e sete alunos da classe sênior, um bom punhado deles já estava à beira do abandono, mesmo que estivéssemos a apenas três semanas do fim do ano
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letivo, e outro bom punhado de maconheiros em tempo integral, o que não deixava muitos qualificados para se inscrever em todas as classes avançadas. Todas as cinco que a nossa pequena escola oferecia. — Ei, Sam. — Eu tentei manter minha voz calma enquanto eu deslizava para minha mesa. — Ei, Jake. — ela sorriu quando ela olhou para mim apenas por alguns instantes. — Você vai para o jogo de amanhã à noite? — Limpei as palmas das mãos contra a minha calça. Por que eu estava suando tanto? — Depende de quanto dever de casa o Sr. Hill nos der hoje. — Ela revirou os olhos. Era um fato bem conhecido que Samantha tinha a carga mais pesada de todos os alunos do ensino médio da escola. Ela estava matriculada em cada classe avançada, exceto por História Europeia, que ela tinha feito ano passado, e se eu me lembrava corretamente, ela também tinha várias classes de estudo independentes. Ela estava no caminho certo para ser a oradora oficial. — É o Homecoming. Seria uma pena perder. Samantha me deu um pequeno sorriso antes de seus olhos correrem de volta para o seu livro. Sua mente já estava em outro lugar. Tentei voltar minha atenção para a lição do Diretor Hill sobre alguma guerra, ou talvez fosse sobre economia dos EUA? Tudo o que eu conseguia pensar era o jeito que Samantha se ajeitava na cadeira, como seu cabelo castanho escuro se espalhava através de seu ombro, o jeito que ela segurava o rosto dela em suas mãos. Algum dia eu vou dizer a ela, eu pensei. Eu ainda não consegui descobrir sobre o que essa última semana de escola era. Samantha tinha estado quase... paquerando? Meus olhos se
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reuniam com os dela inesperadamente, ela ficava um pouco perto demais, às vezes. Ela até me convidou para ir ao cinema com ela e seus amigos, o que eu tive que infelizmente recusar de última hora devido a um drama familiar. Obrigado Jenny... Mas este ano letivo? Nada. Era como se Sam não fosse mais do que uma conhecida. Ela era toda sobre a escola e sem olhos errantes. — Terra para Jake Hayes. — Uma voz na frente da sala chamou. Meus olhos estalaram até o rosto do Diretor Hill, onde ele olhava para mim com expectativa. — Se importa de prestar atenção um pouco? — Ele perguntou, uma das sobrancelhas escuras arqueadas. — Desculpe, Diretor Hill. — Eu disse, abrindo o meu livro e tentando parecer ocupado com um caderno e caneta. A classe riu. Senti meu rosto corar quando eu olhei para Samantha. Ela tinha um pequeno sorriso em seus lábios, mas ela manteve os olhos colados às páginas de seu livro. Divagar sobre Samantha Shay era quase tão bom quanto divagar sobre chamar a atenção de um modelo da Victoria Secrets, ou talvez uma princesa de um reino muito distante. Não era que eu era muito feio para estar ao lado de Sam. Ninguém chamava a atenção de Sam Shay, pelo menos não mais. Todo mundo sabia que a única coisa que Sam podia ver era o trabalho da escola e a linha de chegada que era a formatura. Era bizarro. Uma menina tão bonita quanto Sam não era geralmente equivalente a enormes cérebros e compromisso educacional. Ela era mais esperta do que todos nós. E isso só me fazia querê-la ainda mais.
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3 anos atrás Primeiro dia do ano de calouro
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u tentei ficar o mais reto que pude enquanto eu caminhava pelas portas do Orcas High School, pela primeira vez como um estudante de verdade. Eu ainda tinha que sofrer o surto de crescimento de
verdade. Eu não queria ser confundido por um aluno da oitava série. Minha irmã mais velha, Jenny, tinha se misturado aos amigos no segundo que saiu do carro, me deixando sozinho. Eu nunca admitiria que eu estava além de assustado com o meu primeiro dia sendo um calouro. Eu dei um suspiro de alívio quando vi Rain caminhando em direção as portas da frente. Corri para alcançá-lo, batendo no ombro dele com a palma da minha mão. Nós compartilhamos um desses olhares, como nós dois estávamos com medo de nossas mentes, mas estávamos fingindo sermos legais. Entramos pela porta que iríamos percorrer um milhão de vezes ao longo dos próximos quatro anos. Eu tropecei sobre mim mesmo quando vi uma menina com o cabelo castanho escuro que descia até a cintura conversando com Diretor Hill. Ela tinha o mais incrível bronzeado de verão e usava gloss super rosa em seus lábios. — Eu te disse, eu já terminei Álgebra II na minha antiga escola em Portland. — disse ela. Ela parecia que ela estava tentando manter a voz calma. — Quem é essa? — Eu perguntei a Rain enquanto caminhávamos pelos corredores.
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— Nunca tinha visto antes, — Rain respondeu. — Cara, tem um pouco de baba. — De repente, senti o dedo de Rain no meu queixo. Dei um tapa na mão dele, sem sequer olhar para longe da garota. — Eu vou falar com o professor de Pré-Cálculo, mas por agora, você vai ter que ir para a aula de álgebra II. Aqui, — Os olhos do Diretor Hill de repente brilharam no meu rosto, me fazendo pular. — Jake! Rain e eu paramos e caminhamos de volta para o Diretor Hill e a garota. — Jake, esta é Samantha Shay, ela e sua mãe acabaram de se mudar para cá. Você se importaria de mostrar a ela qual sua primeira aula de período? Os olhos de Samantha encontraram os meus. Mesmo que eu pudesse dizer que ela estava frustrada, ela deu um sorriso caloroso. Todo o seu rosto se iluminou. — Sim, eu ficaria feliz. — eu respondi. Se eu não tivesse estado tão completamente absorto com a menina na minha frente, eu poderia ter notado Rain fazendo pequenos sons de engasgo. Samantha olhou para Diretor Hill. Ela estava se esforçando para não revirar os olhos para ele. — Acho que estou pronta. Obrigada por toda sua ajuda. — Ela então me olhou nos olhos novamente, aquele sorriso se espalhando em seu rosto mais uma vez. — Melhor vocês se mexerem. — Diretor Hill disse quando o sinal de alerta soou. Só porque eu era um calouro não quer dizer que eu não sabia meu caminho pela escola. Da forma que John e Jenny eram envolvidos, eu estive na escola mais vezes do que eu poderia contar. — Obrigado por me mostrar a escola. — Samantha disse quando começamos a subir as escadas para o segundo andar. Rain já tinha dado
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alguma desculpa e saído para fazer algo com seu armário vazio. — Eu ainda não consigo superar o quão estranho esta escola é. É tão pequena. — Sim — eu disse, esperando que eu conseguisse pensar direito o suficiente para que a garota nova não pensasse que sou um idiota. — É muito pequena. Você veio de uma escola maior? — Sim. — ela disse com uma risada. Eu não pude deixar de sorrir quando ela fez isso. — A escola de ensino médio que eu teria ido em Portland era uma escola de cinco andares. — Uau. — eu disse, rindo quando viramos no corredor. — Eu não posso sequer imaginar ir para uma escola tão grande. — Você cresceu aqui. — ela perguntou quando paramos na frente de uma porta aleatória. Ela tirou seu horário de classe fora de sua bolsa e me entregou. — Sim. — eu disse, eu olhei para cima. Ela tinha Inglês no primeiro período, para baixo no final do corredor. Comecei a dar a direção a ela. — Então, você é tipo, super inteligente, ou algo assim? — Eu perguntei, entregando seu horário de volta para ela. A maioria de suas aulas eram as que somente alunos do terceiro ano faziam. Ela encolheu os ombros, o rosto tomando um tom de vermelho. — Talvez eu seja apenas estranha, mas eu gosto da escola. — Não estranha. — eu disse quando paramos na frente de sua sala de aula. — Um dia todos nós estaremos trabalhando para pessoas como você. Ela riu e eu mentalmente me dei um tapinha nas costas. — Bem, obrigado por me mostrar a minha classe, Jake... — Ela parou. — Hayes. — Eu preenchi. Era estranho ter alguém na ilha que não sabia quem eu era. — Jake Hayes.
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— Prazer em conhecê-lo, Jake Hayes. — disse ela, seu sorriso me cegando. — Você também, Samantha Shay. — eu disse, enchendo minhas mãos suadas nos bolsos. — Sam. — disse ela, colocando a mão na maçaneta da porta. — Vejo você mais tarde, Sam. — Eu sorri enquanto me afastava. Sam podia ter roubado meu coração aos catorze anos de idade.
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24 horas até o baile 10 meses até a Força Aérea
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casa Hayes não era exatamente pequena. Quando se tem sete filhos, cada um com uma personalidade um pouco grande demais para seu próprio bem, a pessoa tinha que ter vários quartos e muito espaço.
Mas com todo o time de futebol OHS e um bom punhado de outros pais na casa, as paredes estavam em perigo de serem nocauteadas e o teto desabar sobre todos nós quando todos nós entramos, acenando para os outros. Às vezes eu queria que meus pais levassem as crianças mais jovens para casas de amigos ou algo assim quando tínhamos esses jantares. Eu poderia estar grato que pelo menos John e Jenny estavam na faculdade. Assim já eram dois corpos a menos. Mas isso ainda nos deixou com a Jordan, dezesseis; Jamie, treze; James, dez, e Joshua, sete. Mas meus irmãos eram quase uma parte da equipe. Eles não parecem se importar se as suas idades estavam no que não-deveria-ser-legal-porque-você-não-é-tão-grande, e a maior parte da equipe era muito legal com eles. — Jake. — Minha mãe gritou da cozinha. Seu cabelo castanho-claro e encaracolado estava furando em todas as direções, dando-lhe um olhar enlouquecido, mas sexy. — Leve isso para a mesa. — Isso. — traduzido para uma tigela grande, que continha uma salada, um prato quente escaldante que continha algo que eu nem sequer reconhecia, e outra enorme tigela cheia de arroz. Foi pura sorte que eu consegui chegar à mesa sem despejar algo quente na cabeça de alguém. Papai então me instruiu a levar a manada de treze galinhas que possuíamos de volta para o galinheiro. Eu realmente esperava que nenhum deles tivesse botado ovos no quintal. Não havia nada que arruinasse mais um jantar da equipe do que pisar em algum ovo podre escondido no quintal. Infelizmente, isso tinha acontecido antes. Na mesma noite em que Carter tinha omitado na sala de estar.
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— Desculpe-me, Blake Shaw? — Eu ouvi mamãe repreender de lá de dentro. — Você sabe melhor do que usar uma linguagem como essa. Eu não me importo se você é um adolescente e um jogador de futebol. Você não vai falar assim na minha casa. — Desculpe, Sra. Hayes, — Eu ouvi Blake pedir desculpas. — Isso não vai acontecer novamente. — É melhor não, ou eu vou lavar sua boca com sabão, e não ache que eu não vou. Eu ri quando eu fechei a porta do galinheiro. Mamãe não tinha nenhuma tolerância para linguagem chula, algo que ela tinha enraizado tão bem em seus filhos que eu tinha, literalmente, nunca deixado um palavrão passar por meus lábios, sempre, mesmo quando eu estava com meus amigos. Ela incutiu os mesmos valores em metade das crianças na ilha, já que metade deles havia passado uma boa quantidade de seu verão em nossa casa ou quintal. Finalmente chegou a hora de se sentar e comer. Não só minha mãe tinha preparado o suficiente para alimentar o exército que era o time de futebol americano, ela poderia ter alimentado todo um outro exército. Todo mundo falava muito alto quando chegamos em volta da comida, provocações intermináveis e conversas estimulantes sobre o jogo no dia seguinte. As pessoas na ilha podiam serem estranhas, mas eles eram geralmente boas pessoas. Você não encontrava pessoas assim em outras partes do país. Você não vai encontrar alguém que gostaria de perguntar se sua alpaca de estimação estava se sentindo melhor depois de um suposto ataque de catapora. Você não vai encontrar pessoas que inesperadamente trazem o jantar ou aparecem para limpar a sua casa só porque sua mãe não estava se sentindo muito bem. Quando você precisava de ajuda, você terá todos os seus amigos chegando, assim como uma dúzia de estranhos, às vezes, se você quisesse ou não. As pessoas na ilha cuidavam um do outro.
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Quando olhei em volta para todos eles, eu senti uma pontinha de dúvida na minha decisão de deixar a ilha, logo após a formatura. Eu sempre fui tão animado para deixar esta pequena ilha e seu povo minúsculos e estranho para trás. Até aquela noite, com a minha partida iminente tão perto, eu não achei que eu iria sentir falta de nenhum deles, exceto de Samantha.
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5 meses atrás 2 meses até o fim do primeiro ano
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oda vez que eu terminava um voo solo, parecia que eu estava usando algum tipo de droga. Eu sempre me perguntei se essa era a mesma sensação de estar alto parecia.
Eu não conseguia parar de sorrir enquanto caminhava do Bronco para a porta da frente. Eu nem sequer percebi como a nossa enorme van de onze passageiros estava faltando, a mãe e as crianças mais jovens fora, para a noite. Fechei a porta atrás de mim e tirei minha jaqueta. — É você, Jake? — O pai chamou na porta dos fundos que levava para fora da cozinha para o quintal. Eu podia sentir o aroma de comida flutuando pela casa. Steak? O pai não fazia Grill Steak com frequência. Com tantas bocas para alimentar, bife ficava um pouco caro. — Sim. — eu disse, seguindo o meu nariz. — Acabei de terminar o voo número sete. — Eu encontrei o pai fechando a porta para o quintal atrás dele, carregando um prato com dois bifes de tamanho monstruoso. — Um desses é para
mim?
—
Eu
perguntei,
esperançoso.
Meu
estômago
começou
imediatamente a rosnar. — Sim. — disse papai, colocando o prato sobre o balcão. — Sua mãe está com alguns amigos, e seus irmãos estão fora para brincar com os outros arruaceiros da ilha. — Só nós dois hoje à noite? — Eu não escondi a minha surpresa. Eu não conseguia me lembrar da última vez em que tinha ficado somente eu e meu pai na casa. O pai apenas balançou a cabeça. Nós não falamos muito enquanto empilhamos a comida em nossos pratos que tinha certeza de que iam entupir nossas veias. Quando os pratos estavam totalmente
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carregados, fomos para a sala e meu pai ligou em um jogo de basquete. No meio do jantar, e logo após começar o segundo tempo, o pai cutucou algo na mesa do café com o seu dedo do pé. — Isto veio no correio para você hoje. Olhei para a mesa, e de repente parei, o garfo a meio caminho de minha boca. Lia-se Força Aérea sobre ele em grandes letras em negrito. — Você quer falar sobre isso? — perguntou o pai, quebrando seu olhar longe do jogo para olhar para mim. Deixando escapar um grande suspiro, eu coloquei o meu garfo no meu prato. — Você está pensando em ingressar na Força Aérea? — Papai perguntou quando eu demorei muito para responder. — Sim. — eu respondi, meus olhos não encontrando os dele. — Quanto tempo você acha que vai levar para entrar? — Eu estava pensando muito em breve após a graduação, — eu disse, não tenho certeza se eu deveria estar nervoso com essa conversa ou não. Eu tinha acabado de decidir com certeza de que eu iria participar a alguns dias atrás. Eu tinha pedido a informação no site da Força Aérea muito antes disso. — Tipo, setembro? Os olhos do meu pai olharam para trás para o jogo, quando terminou o comercial. — Você tem certeza disso? Engoli em seco, encontrando os olhos do meu pai novamente. — Sim, eu tenho certeza. Eu estou pronto para ver mais do mundo. Eu não tenho medo. E eu adoro voar mais do que quase qualquer outra coisa. Meu pai apenas balançou a cabeça. Um sorriso lentamente começou a crescer em seu rosto. — Okay. Eu estou orgulhoso de você Jake. Isso é uma coisa honrosa a fazer.
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Eu não pude deixar de sorrir, todo o meu corpo finalmente relaxando. — Mas você pode querer falar com sua mãe sobre isso mais cedo ou mais tarde. Pode levar um tempo para ela aceitar a ideia. Enfiei mais bife em minha boca. — Obrigado, pai.
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4 horas desde a vitória do jogo do Homecoming 10 meses até a Força Aérea
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lém dos trinta e sete veteranos em Orcas da High School, cada um deles tinha estado no jogo de futebol do Homecoming. Era uma noite de sexta-feira, o céu estava nublado, ameaçando
chover, um dia pitoresco de setembro em Orcas Island. Os vikings tinham esmagado o Tree Hill Baptist High, por 32-18. Eu tinha marcado quatro desses touchdowns. E eu comemorei com vinte e quatro dos meus colegas de classe veteranos. — Jake. — Carter gritou do outro lado da fogueira. — Pega! Eu mal tive tempo para levantar minhas mãos para evitar que a lata de Budweiser batesse no meu rosto. — E é assim que nós ganhamos o jogo hoje! — Carter aplaudiu, o resto da multidão aplaudindo e gritando com ele. Eu balancei minha cabeça e ri enquanto eu observava Carter pegar outra cerveja do refrigerador aos seus pés e lançá-lo em Rain. A equipe de futebol inteira estava na festa e se nós fossemos pegos estávamos ferrados pelo resto da temporada. Eu não conseguia pensar em nada pior do que sermos pegos pelos policiais. Nós estávamos no caminho certo para ganhar dos distritos deste ano. Eu tinha dito a Rain e Carter que era estupidez fazer essa festa e, no entanto, lá estava eu , bebendo com o resto deles. Ignorando a voz da minha mãe na parte de trás da minha cabeça, aquela que sempre esteve lá quando eu estava fazendo algo que eu sabia que eu não deveria, eu levantei no topo da lata. Carter juntou-se ao meu lado e batendo a mão no meu. — Em um só gole? — — Vira, — Rain começou a cantar. — Vira! Vira! —
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— Que comece o jogo. — eu provocava. Sem hesitar, meus lábios encontraram a borda da lata e derrubou-a para trás. O álcool queimou minha garganta quando ele caiu, e tudo o que eu queria era tossi-lo de volta. Mas eu nunca admitiria que essa era apenas a terceira cerveja que eu já tive na minha vida. A que eu tinha terminado em menos de três minutos atrás foi a minha segunda. Esmagando a lata na minha mão quando a última gota caiu na minha garganta, eu a joguei no chão e levantei os braços em triunfo. Carter tossiu quando ele se engasgou com o dele, rindo. — É assim que fazemos isso, Hayes! — Rain instigou, batendo nas minhas costas. — Talvez você não seja tão inocente como todos nós acreditamos que você seja. — Cale a boca, cara. — eu empurrei Rain, rindo com o resto da multidão. Nós todos corremos para a casa de Rain em Deer Harbor, quase no fim do mundo em Orcas Island. Os Jones possuíam vinte hectares de propriedade frente ao mar desde o início do século XIX, o que era sorte. Os pais hippies de Rain nunca teriam sido capazes de pagar um lugar como este por conta própria. E sorte para o corpo discente da escola, eles saíram para Portland para algum tipo de convenção hippie sobre como salvar o salmão, ou samambaias, ou os figos, granola ou algo assim. Nenhum de nós jamais iria admitir isso, mas festas como essa aconteciam o tempo todo na ilha. Não havia nada a fazer em uma ilha tão pequena, por isso as festas com copos de plástico vermelho e tubos de vidro cintilantes eram a solução frequente. — Eu realmente não posso acreditar que vocês convidou todas essas pessoas. — River disse quando ela parou ao lado de Rain, dando-lhe um olhar mortal. Era difícil acreditar que eles eram gêmeos, com os cabelos longos
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quase pretos de River, e os cabelos loiros quase brancos, de Rain. Eles não poderiam ter parecido menos iguais. — E ainda assim, eu vejo você com um copo de plástico vermelho em sua mão, — Rain zombou dela. — Deixa de ser estraga-prazeres. — Que seja. — disse ela com um rolar muito dramático dos olhos. — Jake, não fique tão bêbado que não possa ir ao baile amanhã. Eu gastei demais no meu vestido para você ficar muito perdido para não acordar amanhã. Eu não vou levar bolo. — Sim, senhora. — Eu saudei. Ela piscou para mim uma vez e caminhou de volta para a sua casa histórica. — É um pouco estranho que ela lhe convidou para o baile, né? — Perguntou Carter, descaradamente olhando atrás de River. Carter tende a ficar um pouco deprimido quando ele fumava maconha. — Cara, quando é que você finalmente vai crescer e convidá-la? — perguntou Rain, sua voz exasperada. Eu só balancei a cabeça, tudo começando a parecer um pouco confuso. Eu tinha ouvido esse argumento mais vezes do que eu queria contar. — A River nunca iria sair comigo, — Carter disse em uma voz quase melancólico. — Ela não sai com ninguém. Eu me perguntava se eu era o único que sabia por que ela não saia com ninguém. River nunca iria admitir que ela jogava para o outro time. Eu só descobri quando aconteceu de eu ver suas mãos segurando as de outra garota, quando eu estava fora da ilha uma vez. Eu fiquei estranho por semanas. Eventualmente River descobriu que eu sabia. Depois de uma conversa muito estranha, eu concordei em manter seu segredo, e nós dois voltamos a ser amigos, como de costume. E eu tinha concordado em levá-la para o baile, quando River me chantageou com Samantha. Ela sabia que eu nunca teria coragem de convidar
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a Sam, então ou eu levava a River, ou ela contava sobre como eu realmente me sentia sobre Sam. Meninas jogam tão sujo. As primeiras gotas começaram a cair do céu, as nuvens acima de nós grossas e pesadas. Teria sido um breu lá fora se não fosse pela fogueira. Você não começa a sentir esse tipo de escuridão, a menos que você vivesse em um lugar remoto como Orcas. — Nós todos sabemos que não é difícil ganhar de Hill em uma jogo de bebida — Blake Shaw disse enquanto se arrastava para nós. Ele era o garoto mais facilmente integrado na escola, escuro como a noite, e, provavelmente com dois metros de altura. — Você está pronto para desafiar Shaw? — O Shaw, é? — Eu desafiei o meu companheiro de equipe. — Traga-o. Peguei a lata que Blake ofereceu e bati no topo. Rain olhou para baixo com decepção. Eu nem tinha chance. — E é assim que Shaw faz isso! — Blake gritou, lançando sua lata vazia no fogo, levantando os braços para o ar e girando em um círculo. As garotas gritaram para ele. Blake fez uma pose, flexionou os bíceps e beijou cada um deles. — Quem quer um pedaço do Shaw? — Ele chamou, acenando e piscando para elas. — Uau, — Carter sacudiu a cabeça. — Ele é de verdade? Todos nós rimos, cada um segurando uma cerveja do refrigerador. Eu vi quando Norah Hamilton, a única menina com dinheiro suficiente para fornecer a bebida, me olhou do outro lado da fogueira, e lentamente fez seu caminho em direção a nós.
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— Cuidado garoto Jakey, — Rain brincou. — A tigresa está à espreita de novo. — Cale a boca. — Eu assobiei. Senti meu estômago se apertar, e eu tinha certeza que não era do álcool. — Oi, Jake. — Norah praticamente ronronou enquanto balançava seu cabelo castanho escuro fora de seu ombro. Suas unhas bem cuidadas se enrolavam em torno de seu copo de plástico. — Então, quando é que você vai me levar voando naquele avião do seu chefe advogado? — Ela mordeu o lábio inferior de uma maneira que fez minha dor de cabeça aumentar, e não de um jeito bom. — Brent é bastante rigoroso sobre quem eu estou autorizado a levar em seu avião comigo. — Eu menti. Uma vez que o termo de responsabilidade foi assinado, o Sr. Carol me deixava levar quem eu quisesse. — Vamos lá. — disse ela, estendendo a mão para a frente do meu casaco. — Você tem que ser o piloto mais jovem. Você precisa me levar antes de sair para a Força Aérea. — Uh, — eu me esforcei para fazer meu cérebro formar uma resposta. Eu realmente esperava que o álcool não fosse me fazer dizer algo que eu me arrependesse. Eu provavelmente deveria ter escutado a voz da minha mãe na parte de trás da minha cabeça. — Talvez. Vamos ver. — Você realmente não deve fugir para a Força Aérea. — Norah disse enquanto ela se aproximava um pouco mais, o nariz a poucos centímetros do meu. — Você sabe que um monte de pessoas morrem em serviço, não é? Seria uma vergonha se esse rostinho bonito não vivesse além de seu décimo nono aniversário. — Uh, sim, — eu disse, tentando me desvencilhar de Norah. Meu discurso estava começando a soar um pouco arrastado. — Eu vou manter isso em mente.
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— Tenha cuidado nos céus. — ela praticamente sussurrou próximo ao meu ouvido. Ela apertou os lábios cheios de gloss em meu rosto por um momento, sua mão caindo para o meu cinto. — Uh! Ok, entendi! — Eu gritei quando eu pulei para longe dela. Ela simplesmente piscou e voltou para seu bando de amigos. Senti um arrepio percorrer por mim que eu não gostei. — Oh, Norah a Piranha tem os olhos no garoto Jakey! — Rain disse um pouco alto demais, cumprimentando Carter. — Vocês poderiam calar a boca? — Minhas palavras foram enrolando um pouco mais. — Acalme-se, Hayes, — Carter disse, me segurando no ombro. — Nós todos sabemos que você está se guardando para Samantha. Eu fiquei quieto com a menção do nome de Samantha, um nó difícil de amarrar em volta do meu peito. Samantha era uma dos poucas alunos que não estava na festa. Ela provavelmente estava em casa estudando. — Sem defesa, — Carter disse, apertando o meu ombro novamente. — Deve ser um amor verdadeiro. — Cala a boca. — eu disse de novo, me deixando afundar no chão. Sentia um pouco como se eu estivesse de pé em uma doca na marina em vez de em terra firme. — Basta dizer, meu amigo, — Rain disse, sentando no chão ao meu lado, outra lata nas mãos. — Você vai se sentir melhor se você desabafar. Meu cérebro bêbado nem sequer registrou ou se importou que ele ainda estava zombando de mim. — Eu venho tentando soltar dicas desde o início do ano passado, mas o que ela respondeu? Não! — Eu disse um pouco mais alto do que eu deveria ter dito.
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— Oh Samantha! — Rain cantava em uma voz rouca terrível. Carter passou o telefone do bolso e apontou-o em nossa direção. Eu nem sequer me importei que ele estava gravando isso. — Oh Samantha, — Rain continuou. — Por que o garoto Jakey não é bom o suficiente? Com esses lindos olhos verdes e cabelos como... chocolate? — Dando à nota um tom longo e dramático. — Oh Samantha, — Eu me juntei a Rain, cantando em harmonia. — Eu estive observando você por tanto tempo — eu cantei. — Esperando que você se aproximasse. Porque você não sabe Samantha, que eu te amo? — Eu não tinha percebido que eu tinha caído de costas até que eu estava olhando para Carter e seu telefone celular com a gravação. — Eu te amo Samantha, — eu disse com um sorriso preguiçoso, direto para o telefone. — E... Enviado — disse Carter, deslizando-o de volta no bolso. Senti meu celular vibrar no bolso quando eu recebi o vídeo que Carter tinha acabado de gravar. — Ok, garoto do amor, — Rain disse, me levantando. — É hora de ir dizer a ela. Isso é apenas triste. — Dizer a ela? — Eu disse enquanto Rain puxava meu braço em volta do ombro para me manter em pé. — Dizer que o quê? — Diga a Samantha o quanto você a ama, — Carter disse enquanto ele colocava o braço em volta de mim, do outro lado. Eu hesitei, meu cérebro nebuloso processando suas palavras. Parecia uma boa ideia. — Okay! — Eu declarei, me levantando um pouco mais reto. — Okay! Eu vou contar a ela! Hoje à Noite! Agora! — Sim! — Tanto Rain quanto Carter aplaudiram. Carter enfiou a mão no bolso procurando suas chaves. — Eu dirijo! — Você não está bêbado também? — Eu tentei ser razoável em um estado razoável. — E chapado?
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— Não tão bêbado quanto você. — Carter riu. — E eu não estou tão chapado. Os três de nós demos adeus à festa e fizemos nosso caminho para a caminhonete velho de Carter. As portas gritaram dolorosamente quando elas foram forçadas a abrir. Carter deslizou para o banco do motorista, e Rain se arrastou para o meio, e eu o segui e bati a porta. Enfiando a mão no bolso, Carter puxou o celular e o colocou no painel. O motor gritou quando Carter tentou ligá-lo. — Vamos lá, seu pedaço de merda! — Carter gritou inutilmente para ele quando ele bateu com o punho no painel. O telefone dele saltou violentamente. — Nós estamos em uma missão importante! Um momento depois, ele virou. — Onde é que ela mora, afinal? — Carter perguntou enquanto ele fazia seu caminho de volta para a estrada. — Eu nunca fui até a casa de Samantha. — Eu também não. — eu disse, inclinando a testa contra o vidro frio. Me senti bem. — Algum lugar no final da Enchanted Forest Road. E assim nós três partimos, dirigindo pela estrada sinuosa. Carter ligou o rádio. Eu apertei meus olhos fechados. Tudo parecia muito alto. Atrás de meus olhos, eu podia imaginar Samantha, seu cabelo escuro, olhos castanhos, seu pequeno nariz e pele perfeitamente lisa. Eu a amava desde que eu a vi no primeiro dia do nosso ano de calouros. Eu tinha desenvolvido uma queda por outras meninas, com certeza, ao longo dos últimos três anos. Mas sempre voltava para Samantha Shay. Sempre. Eu nunca tive coragem de dizer a ela. Samantha era intimidante. Ela era inteligente, de longe a menina mais inteligente da nossa escola. Ela era confiante. Ela era uma atleta, pelo menos até este ano, quando seu horário escolar tornou-se muito louco para tentar equilibrar esportes e aulas.
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E, durante uma aula de Inglês do ano passado, ela e o Sr. Morrison entraram em um debate. Nós estávamos lendo algum livro que eu já não lembrava qual era, e uma das questões era sobre o amor. O argumento de Samantha era que ela não acreditava em amor. Ninguém na classe duvidava que ela realmente não acreditava no amor depois que ela terminou seu argumento. Logo, eu nunca tinha dito a ela. Mas isso ia mudar hoje à noite. Como Rain tinha colocado, eu estava finalmente criando coragem. Assim que viramos em uma curva acentuada na estrada, o telefone de Carter começou a tocar uma música rap. Exatamente ao mesmo tempo, eu deslizei para fora do assento e cai no chão. — Eu pego. — disse Carter e Rain ao mesmo tempo, ambos chegando em direção ao chão. — Hey, — eu murmurei enquanto eu olhava pela janela da frente. — Cuidado com o veado. — O quê? — Carter murmurou, brevemente olhando para o para-brisa antes de virar os olhos para o chão da caminhonete. — Cuidado com o veado! — Eu gritei. Eu vi seus olhos se arregalarem e ficarem brancos enquanto íamos em direção a ele. Batendo no volante, ele empurrou para a direita, desviando do animal. Carter bateu no freio logo depois que puxou o volante. A extremidade traseira da caminhonete derrapou, nos levando em um semicírculo. A caminhonete desviou descontroladamente e houve um alto pop com o estouro do pneu do passageiro da frente. Por um segundo, a caminhonete estava no ar. Houve o som nauseante de metal triturando e no segundo seguinte parecia como se minha cabeça tivesse sido arrancada.
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Escuridão penetrou nas bordas da minha visão quando uma mão trêmula subiu para a fonte da dor. Vidro estava preso em meus braços e rosto, mas isso não era o que realmente machucava. Meus dedos encontraram o aço frio. Tracei meus dedos até o metal. E então meus dedos encontraram minha própria carne sangrenta, apenas a alguns centímetros debaixo do meu queixo. O aço e minha pele estavam ligados. Eu desmaiei.
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? horas / dia desde que...
M
esmo que eu não pudesse vê-la, eu podia sentir o cheiro dela. Não a garota que eu realmente queria ver, mas minha irmã Jordan. Eu sempre disse a ela que ela usava muito perfume. Não era que ela
cheirava mal, ela só usava muito. Meus olhos se esforçaram para abrir, meu corpo inteiro com a certeza de que Jordan ia pular em mim, ou despejar um copo de água gelada sobre a minha cabeça para me acordar. Ela era ruim assim às vezes. Mas por alguma razão os meus olhos não queriam abrir. Na verdade, todo o meu corpo não parecia muito disposto a fazer qualquer coisa. — Oi, mãe. — eu ouvi Jordan dizer. — Eu acho que ele está começando a acordar. Eu ouvi o som de pés se mexerem, acompanhado por um sinal sonoro e um monte de outros sons que eu não reconheci. Um pedaço de luz apareceu quando minhas pálpebras se esforçaram para abrir. Me senti estranho quando eu respirava. — Jake. — eu ouvi o som familiar da voz de minha mãe. — Jake, você está acordado? Tentei dizer que eu estava, mas parecia que minha garganta estava inchada ao ponto de quase ter sido fechada. — Mãe, — eu ouvi a minha outra irmã mais nova, Jamie, silvar. — Ele não pode agora, lembra? Meus olhos se abriram um pouco mais, vendo o rosto empalidecer da minha mãe. Ela estava sentada ao lado de qualquer superfície onde eu estava sentado e levou um momento para que eu percebesse que eu não estava deitado na minha própria cama. As luzes acima de mim estavam todas erradas.
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Eu finalmente registrei os outros rostos na sala, todos os oito deles. Minha grande família, uma loucura. Três irmãos e três irmãs, e ambos os pais. Uma torrente de lágrimas escorriam pelo rosto de mamãe quando ela olhou para mim, meus olhos agora totalmente abertos. Eu teria entrado em pânico naquela visão. Mamãe não chorava. Mas então eu percebi onde eu estava. Eu estava em um hospital. Um quarto de hospital, que era decorado com conchas e criaturas do mar de desenho animado. Um pequeno gemido escapou da garganta de mamãe e ela pegou a mão do meu pai. Johnson Hayes, o pai de todos os sete filhos na sala, apenas olhou para mim de uma forma enlouquecedora. Eu abri minha boca para perguntar — O que está acontecendo? — Quando um dor queimando passou rasgando pela minha garganta. Minhas mãos atiraram para ela, mas todo o meu corpo gritou. — Não se mova, Jake! — Jordan gritou, com as mãos erguendo para pegar minhas mãos. Meus dedos roçaram no que parecia ser uma gaze na minha garganta antes que ela puxasse minhas mãos para trás. — Não faça isso. Por instinto, eu fui perguntar. — O que aconteceu? — Quando a dor rasgou através de mim novamente. Meus olhos se voltaram freneticamente para a minha família. Algo tinha acontecido comigo. A última coisa que eu lembrava era de estar em um estupor bêbado, e algo sobre um veado. Ter todos olhando para mim, sem dizer uma palavra, ia me enlouquecer. Senti pânico passar por mim, uma espécie de terror que eu nunca tinha sentido antes. E doeu demais perguntar o que tinha acontecido. Então, eu simplesmente apontei para o meu irmão mais velho, o filho mais velho de nossa família, John. Me dando um olhar significativo, John limpou a garganta.
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— Você esteve em um acidente de carro, Jake, — John disse com uma voz rouca. — Você se lembra disso? Eu tentei fazer o meu pensamento frenético se focar por um segundo, e pensar na última coisa que eu me lembrava. Eu tinha certeza que era o veado. E então me lembrei do som do pneu estourando. E o sentimento de aço muito perto da minha pele. Eu balancei a cabeça. — Carter estava tentando encontrar seu telefone ou algo assim, ele disse que você puxou o volante para que ele não atropelasse um veado. Aparentemente ele estava bêbado, acho que todos estavam — a voz de John endureceu um pouco de raiva. Senti meu coração acelerar. — John, — Mamãe conseguiu dizer. — Tem certeza de que não devemos esperar até que o médico retorne para dizer a ele? Eu balancei minha cabeça, só um pouco. Mais dor rasgou através de mim. Mas eu não me importo. Eu tinha que saber o que tinha acontecido. Agora. John acenou com a cabeça, compreendendo. — Vocês desviaram para fora do lado da estrada. Não em um parapeito onde a caminhonete bateu. A caminhonete bateu no chão e rolou para o seu lado. Você, todos... — sua voz cortou por um segundo. John colocou a mão sobre sua boca e tentou limpar a garganta. Uma única lágrima escorreu pelo seu rosto. — Vocês todos rolaram... Você rolou para o lado da caminhonete. Direto em uma haste de metal de uma cerca. Ela passou direto através da janela do passageiro. E... — John não parecia capaz de falar mais. — A haste espetou você, direto no pescoço — disse minha irmã mais velha, Jenny. Jenny nunca teve medo de nada, nem mesmo para dar notícias ruins. — Poderia ter estado bem, mas como a caminhonete capotou, Carter e Rain caíram em cima de você, e isso deixou as coisas piores. Minha cabeça estava girando. Eu me senti mal. Eu tinha certeza de que eu ia vomitar, mas tentei com tudo em mim não fazer isso. Apenas tentar falar era uma tortura. Eu não poderia imaginar o que ter o conteúdo do estômago subindo faria para mim.
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— Isso é o suficiente. — disse Johnson, falando pela primeira vez. — Sem mais, até que o Dr. Calvin chegar aqui. Eu queria protestar, exigir que eles me contassem de cada pequeno detalhe horrível, agora. Mas eu sabia que algo estava além de errado, tão errado que eu não conseguia formar até mesmo uma única palavra. — Vai ficar tudo bem, Jake. — um Joshua de sete anos de idade disse, subindo na minha cama e colocando a cabeça no meu peito. Apesar da dor em meus braços, eu coloquei minha mão nas costas de Josh e esfreguei pequenos círculos nele. Meus braços doíam de todos os cortes e pontos. Lembrei-me então que a janela tinha quebrado do lado do passageiro. O lado que eu estava sentado. Uma enfermeira abriu a porta do quarto, perguntando se precisava de alguma ajuda. — Você poderia chamar o Dr. Calvin? — Johnson perguntou em voz baixa. — Jake está acordado. — Ele vai estar aqui logo. — respondeu ela, dando-me um olhar triste. Eu tentei bloquear tudo enquanto esperávamos, todo o sinal sonoro, o cheiro estranho, a cama dura. As expressões tristes que cada um dos membros da minha família usava. Eu imaginei que eu estava de volta no jogo de futebol, pegando uma intercepção e fazendo uma pausa para a linha do gol. E eu imaginava Samantha, exatamente onde tinha estado nas arquibancadas, torcendo para os Vikings. Imaginei-a gritar o meu nome enquanto eu fazia um touchdown. — Jake? — Uma voz me arrancou do meu sonho de volta à realidade. Meus olhos se levantaram para um homem com a cabeça raspada mais brilhante que eu já vi. Os olhos cinzentos voltaram a olhar para mim por trás de óculos de aros prata. — Eu sou o Dr. Calvin. Eu estive cuidando de você durante os últimos quatro dias. Quatro dias? Eu tinha perdido quatro dias?
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— Eu suponho que sua família explicou o que aconteceu? — Dr. Calvin perguntou quando ele puxou um banquinho de rodinhas. A sala estava começando a parecer muito lotada com dez pessoas. — Só o acidente. — Mamãe falou. Sua voz ainda soava áspera. Josh pulou da cama e rastejou-se no colo de Jenny. — Ok. — Dr. Calvin disse, procurando algo em uma pasta de documentos. Ele pegou alguns pedaços de papel e entregou-os a mim. Peguei as páginas, mas não olhei para elas. Eu simplesmente esperei para ouvir a notícia que poderia ser nada além de esmagadora. — Primeiro, eu tenho que dizer que você tem muita sorte de estar vivo. Fechei os olhos por um momento. Ainda é muito ruim quando um médico diz isso. — A haste que caiu pela janela na caminhonete de seu amigo passou pelo seu pescoço. Ela veio por aqui, — Dr. Calvin tocou levemente com os dedos no lado do meu pescoço. — E veio aqui fora — ele tocou um outro lugar no meu pescoço, não muito no centro do meu pescoço. — Quando seus amigos caíram em cima de você, isso fez a haste se mover e ela perfurou suas cordas vocais. Ela também causou danos significativos para a sua traqueia. Eu tentei engolir de forma dura e dolorosa. O fogo que rasgou através de mim nunca seria tão doloroso quanto as palavras que eu sabia que o médico ia dizer em seguida. — Suas cordas vocais foram essencialmente arrancadas — disse o médico simplesmente, com o rosto muito sério. Eu não tinha certeza se eu apreciei sua abordagem direta ou não. — Você ficou em cirurgia durante cinco horas, tentamos o melhor que podíamos para reparar o dano. Conseguimos reparar o seu esôfago, para que você possa respirar por conta própria novamente. Mas... A sala começou a girar em torno de mim, a minha cabeça parecendo como se pudesse flutuar para longe do resto do meu corpo. — Receio que não fomos capazes de salvar suas cordas vocais. Manchas pretas pequenas nadaram nas bordas da minha visão.
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— Jake. — suspirou o médico. — Pela extensão do dano, e com a forma como a haste bateu em seu pescoço, tivemos que remover as cordas vocais completamente, o pouco que restava para remover. Você está... — Ele parou. Gostaria de saber quantas vezes por dia ele teve que entregar notícias destruidoras de vida como essa. — Você não vai ser capaz de falar de novo. Deixei escapar um longo suspiro quando o Dr. Calvin finalmente disse. As palavras que eu sabia que iam ser ditas, logo que eu tinha tentado falar. Dr. Calvin começou a falar sobre os planos de tratamento, minha recuperação ao longo dos próximos dias, as opções sobre o meu futuro, como se eu tivesse sorte que eu não tinha sido paralisado, mas eu não ouvi nada disso, não de verdade. Tudo desapareceu, e o mundo ficou muito quieto e imóvel. Um por um, eu vi as coisas que eu amava indo embora. A Força Aérea. Futebol. Curiosamente, a escola. Mas, na maior parte, Samantha. Eu nunca tinha chegado a dizer a ela. — Aqui, — uma voz disse, me trazendo de volta para a sala novamente. Jordan empurrou um caderno de espiral e uma caneta sobre a mesa de cabeceira para mim. — Você pode escrever qualquer coisa que você tem a dizer. Eu olhei para a minha irmã, tão perto da idade de mim mesmo, apenas onze meses de intervalo, e tentei dar um pequeno sorriso. Olhei ao redor da sala para ver todo mundo olhando para mim com expectativa. Percebi que o Dr. Calvin tinha saído. — Você está bem, Jake? — James, de dez anos de idade, perguntou. Eu só olhava para ele fixamente. — Silêncio, James. — Minha mãe assobiou. Ela enxugou os olhos com um lenço. Eu queria que ela parasse de chorar. Eu poderia contar em uma mão o número de vezes que eu tinha visto minha mãe chorar e todas elas tinham sido quando alguém tinha morrido.
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Eu não estava morto. Tentando voltar a atenção para longe de mim, peguei o caderno e abri a capa. As páginas olharam para mim, muito brancas e muito crespas. Me senti mal, que essas páginas perfeitas teriam que ser minha fala imperfeita. Carter e Rain? Escrevi, a letra desleixada. Todo o meu braço doía quando eu o usei. — Os dois estão bem, — mamãe respondeu, finalmente parecendo se recompor. — O braço esquerdo de Carter está quebrado, Rain tem um bom punhado de pontos. Mas os dois estão bem. — Você sofreu o pior de tudo, já que a caminhonete caiu sobre seu lado. — disse Jenny. Eu balancei a cabeça, tentando agir como se eu não me importava com a última parte. Estamos em problemas pela bebida? — É melhor você acreditar que está com problemas, — minha mãe disparou, de volta ao seu estado normal. — O que você estava fazendo em uma festa como aquela, Jacob Hayes? Um sorriso quase rachou em meus lábios enquanto eu apenas dei de ombros. Todos os irmãos riram. — Eu não consigo acreditar que vocês foram e fizeram uma coisa estúpida como essa. Vou avisar seus companheiros de equipe contarem para você todo o drama amanhã, — Mamãe balançou a cabeça. ? — Todo mundo quer vê-lo. — respondeu Jordan. — Um monte de pessoas estão chegando de ônibus amanhã depois do almoço. Eles vão pegar uma balsa à tarde. Quantos vem? — Provavelmente, metade da escola. — ela respondeu, lendo minha caligrafia rabiscada. — Meu celular não parou de tocar nos últimos quatro dias. Eu recebi mais de mil mensagens, todos perguntando sobre você.
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Tomei outro gole doloroso. Eu não queria a escola inteira me vendo assim. Mas eu não podia dizer isso, e parecia muito incriminador escrever. — Não se preocupe com isso agora. — disse a mãe quando ela se sentou ao lado da minha cama de novo, tomando minha mão cortada na dela. — Você provavelmente deve descansar um pouco. Por que vocês todos não vão jantar e deixam Jake dormir um pouco? — Disse ela para o resto da família. — Eu vou ficar com ele. Eu estou bem, mamãe, eu escrevi. Você não tem que ficar. — Não, querido. — disse ela. — Você não está bem. E eu não vou a lugar nenhum. Eu simplesmente lhe deu um pequeno meio-sorriso e deixei meus olhos começarem a deslizar fechados enquanto minha família se arrastava para fora da porta.
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4 1/2 dias desde o acidente 10 meses até a Força Aérea?
A
cordei com as minhas mãos em volta do meu pescoço, encharcado de suor e tentando gritar com meus pulmões. Eu não conseguia me lembrar do que eu tinha sonhado, mas o rosto
de Sam ficou na minha frente, como o vapor nublado do chuveiro. Olhei em volta, tentando me orientar. Uma luz difusa começou a aparecer em volta das cortinas, mostrando o céu cinza que nunca deixava totalmente o Estado de Washington. Em todo o caos que tinha sido no dia anterior, eu não tinha pensado em perguntar onde era o hospital em que eu estava. Nós não temos um hospital em Orcas então eu tinha que estar em algum lugar fora da ilha. Pesquisando pela sala, meus olhos varrendo pelo formulário até minha mãe dormindo em um sofá, procurei por qualquer indicador. Havia uma caneca perto da pia de lavar as mãos onde lia-se Hospital Infantil de Seattle. Ótimo. Eu estava a apenas a alguns meses da maioridade e eu estava em um hospital infantil. Sentindo o chamado da natureza, eu cautelosamente deslizei minhas pernas para o lado da cama. Tudo no meu corpo gritava para que eu não me movesse. Quando olhei para as minhas pernas, saindo de debaixo de um vestido azul bebê de hospital, eu vi que elas estavam cobertas de manchas verde e amarelo. Respirando fundo, e agarrando a torre de soro que estava ligada a mim, com seu tubos claros, me forcei a ficar em pé. Meus músculos se sentiam fracos e eram um pouco como borracha. Era constrangedor o que alguns dias na cama tinha feito para mim.
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As luzes no banheiro me cegaram por um segundo quando eu as acendi. A limpeza do espaço era quase surpreendente à primeira vista. Quando você compartilha um banheiro com quatro irmãos, você não ter o luxo de ver um banheiro limpo com muita frequência. Como eu suspirei de alívio, eu me perguntava como eu tinha conseguido fazer isso nos últimos quatro dias. Isso era algo que eu não queria pensar por muito tempo. — Jake? — A voz grogue da minha mãe disse. — Jake? — Desta vez sua voz soou um pouco mais em pânico. Eu estava prestes a falar ‘só vazando um pouco aqui’ quando a realidade de tudo me bateu de novo. Eu apertei a descarga. Nada como ter um banheiro falando por você. Mamãe correu para o banheiro, com os olhos selvagens, assim como seu cabelo. — Eu não esperava que você se levantasse sozinho. — disse ela, sua expressão calmante. Ela inclinou-se no batente da porta e cruzou os braços sobre o peito. — Você se sente bem? Tomei um fôlego para falar, mas então apenas balancei a cabeça em resposta. Eu pisei em torno dela, de volta para o quarto. Eu já estava me sentindo cansado apenas de dar alguns passos para o banheiro. — Dr. Calvin disse que estaria se sentindo fraco por um tempo, já que você não teve qualquer alimento sólido por alguns dias. Ele disse que você pode ser capaz de comer na próxima semana. Ótimo. Como se tudo não ia ser ruim o suficiente, eu não podia comer agora também. Eu me arrastei até uma cadeira que estava empurrado para o canto da sala e me abaixei com cuidado para sentar nela.
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Minha mãe me entregou o caderno e caneta, com uma expressão mista de tristeza e raiva no rosto. Eu peguei dela, tentando gerenciar um meio sorriso. Embora eu ache que não tenha funcionado. Eu virei o caderno aberto em uma página em branco. Onde está todo mundo? — Eles estão passando as noites em um hotel a poucos quilômetros de distância, — Mamãe respondeu, afundando-se na cama de hospital. — Seus irmãos estão voltando para a ilha esta noite. Eles perderam muitas aulas. Eles voltarão no ônibus com o resto de seus colegas. Shelly vai ficar com eles esta noite. Shelly Smith era nossa vizinha e todos os cinco de seus filhos já estavam criados e tinham ido embora. Ela tinha sido uma avó de aluguel para mim e meus irmãos sempre que era necessário. — Um grupo de amigos ligou ontem à noite, depois que você adormeceu — disse a mãe. O jeito que ela disse isso, o modo como seus olhos não encontravam os meus era estranho. — Eles queriam ver como você estava indo. Eu balancei a cabeça. De repente eu me senti estranho também. A vida tinha mudado. Ela tinha me mudado? O que mais estava prestes a mudar no futuro? Você parece como se pudesse usar um chuveiro, eu escrevi, meio em uma tentativa de aliviar a tensão, meio porque ela realmente parecia que ela poderia usar um. — Obrigado, seu pirralho. — Mamãe riu, olhando para mim. Eu ri, mas nenhum som saiu. Essa tinha sido a parte mais estranha de tudo até agora. — Mas você está certo. — disse ela enquanto ela cheirava o braço. — Eu meio que cheiro mal. — Ela levantou-se e beijou o topo da minha cabeça. —
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Tem chuveiros de familiares em um dos andares superiores. Voltarei em breve, ok? Eu balancei a cabeça novamente e vi quando ela pegou algumas coisas dela e saiu pela porta. As coisas pareceram muito tranquilas, assim que a porta se fechou. Parecia que o silêncio foi empurrado em meus tímpanos. Olhei em volta para o controle remoto para a TV. Meus olhos congelaram na mesa de cabeceira, em alguns dos papéis que Dr. Calvin tinha me dado no dia anterior. Sendo Mudo, o título lia. A palavra parecia ecoar na minha cabeça, mais e mais. Mudo. Mudo Mudo Eu nunca tinha pensado muito sobre essa palavra antes. Havia apenas algumas palavras que você conhece, mas você nunca realmente pensava sobre, nunca realmente considerava o que elas significam. — Mudo. — era uma daquelas palavras. E de repente eu senti como se a palavra tivesse sido cortada na pele em toda a minha garganta com uma lâmina. Ou talvez escrito em marcador permanente, preto na minha testa: Oi, eu sou Jake Hayes, e eu sou MUDO. Procurei o controle remoto com uma intenção mais agressiva, determinado a bloquear meus próprios pensamentos. Eu finalmente encontrei-o pendurado em um cabo de alimentação ao lado da cama e comecei a passear pelos canais com dedos furiosos.
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5 dias desde o acidente Força Aérea...?
O
resto da família voltou para o hospital pouco depois das nove. Era fácil dizer que ninguém tinha dormido bem, e todo mundo estava um pouco irritado. Mas eles vieram preparados para me
entreter. Jordan tinha comprado alguns jogos de cartas, Joshua fez o seu próprio tipo de jogo Pictionary, o pai trouxe alguns filmes de ação. Gostaria de saber quanto estar no hospital estava custando a família. Tínhamos seguro, mas a balsa ficava a duas horas do hospital e depois mais uma hora na balsa, e depois de vinte minutos de carro até nossa casa, uma vez que você estivesse na ilha. Eles tinham que passar por tudo isso sempre que iam e vinham. Tudo o que eles estavam trazendo para mim era novo. E estadia para sete pessoas em um hotel não poderia ser barato. Meu pai ser um eletricista não nos fazia super-ricos. Nós não éramos exatamente pobres, mas tínhamos cuidado com o nosso dinheiro. Quanto trabalho o pai teve que perder por causa de mim? O dia passou lentamente, não era nada além de tortura assistir cada um deles comer seus lanches, mesmo que fosse a comida de baixa qualidade do hospital. Meu estômago roncou. O líquido de bombeamento no meu sistema não me deixava exatamente me sentindo completo. E
eu
observei
como
os
ponteiros
do
relógio
se
mantiveram
tiquetaqueando firmemente para a frente, o tempo de chegada de ônibus escolar de três horas rastejando constantemente mais perto. Quando Jordan chegou naquela manhã, ela trouxe meu telefone celular, que havia sido recuperado do acidente. A tela ficou gravemente rachada onde tinha sido esmagado no bolso de trás, mas ainda funcionava.
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Ele não parava de vibrar em cima da mesa -de-cabeceira. Parecia que a cada dez segundos avisava que eu tinha uma nova mensagem de texto de alguém. Eu ignorei todos eles. Eu tinha acabado de sair do banheiro, toda a família tinha ido embora, quando houve uma batida na porta. Eu só consegui afundar em uma cadeira, grato pela camiseta que minha mãe tinha trazido para mim, quando a porta se abriu e Rain e Carter apareceram. — Você ainda está vivo aqui? — Rain tentou fazer piada, sua voz não combinando. Eu apenas tentei dar um sorriso e acenei para que eles entrassem. Eles foram seguidos por cerca de um quarto do corpo discente de Orcas High School. Minha respiração travou um pouco enquanto eu observava os rostos entrarem. Havia tantas pessoas que se aglomeraram na sala que eu não conseguia nem ver as pessoas atrás. Meu coração começou a martelar. Rain, Carter, River, e Blake se sentaram na cama, na borda mais próxima de mim. E cada um deles olhou diretamente para os curativos no meu pescoço. Foi um momento muito estranho. Finalmente, eu puxei o caderno no meu colo e cliquei para abrir a caneta. Olá a todos, eu escrevi. Segurei para que eles vissem. — Ei, Jake. — todos murmuravam, com sorrisos forçados em seus rostos. Todos eles pareciam perceber que eles deviam estar dizendo ou fazendo algo porque de repente um monte deles estavam perguntando como eu estava, dizendo o quão feliz eles estavam porque eu estava bem, como eles sentiam muito que isso tinha acontecido. Eu estou bem, eu acho, eu escrevi. Dolorido. Todos assentiram, tristeza enchendo cada um dos seus rostos. Ficou irritantemente calmo novamente por um longo momento.
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Iria ser sempre assim? Com todos, a partir de agora? — Cara, eu realmente sinto muito, — Carter finalmente falou, com os olhos torturados. Ele embalou seu braço com a mão. — Se eu não tivesse estado tão bêbado para ter jogado meu telefone no chão, ao invés de nos lançar para fora de um penhasco. Eu apertei meus olhos fechados, balançando a cabeça ligeiramente. Eu não queria as desculpas dele. Eu estava muito bêbado também, eu escrevi. Tecnicamente fui eu quem nos jogou para fora do penhasco. — Eu não deveria ter dado aquela festa, em primeiro lugar, — Rain disse com uma voz rouca. Ele tinha uma fileira de pontos acima de sua sobrancelha esquerda, um pouco mais em seu queixo. — Foi uma coisa totalmente estúpida de se fazer. Eu balancei minha cabeça novamente. Quão ferrados nós estamos? — O time de futebol inteiro foi suspenso. — Carter respondeu, com a voz áspera. — O resto dos nossos jogos foi cancelado este ano, com nenhuma equipe sobrando para jogar. Papai estava além de chateado. Carter provavelmente tinha sofrido o pior da ira, sendo filho do diretor, e o quarterback do time de futebol. — Todo mundo está animado para que você volte para a escola, porém, Jake, — River disse: Foi bom ver que seu rosto não estava tão esmorecido como todos os outros. Ela estava tentando mais do que todos os outros. — Há um conjunto especial planejado para você e tudo mais. Ótimo... eu escrevi. Isso fez todo mundo rir. Ou pelo menos fingir uma risada. Foi bom vê-los parecer um pouco mais normal. Mas todos eles ficaram olhando para a minha garganta. Vai ser uma cicatriz bastante impressionante, não é?
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— Isso não é engraçado, cara, — Rain disse, balançando a cabeça para mim. Eu estaria rindo, eu escrevi em agitação, letras quase com raiva. — Jake, pare, — River disse, olhando para mim com os olhos duros. E, em seguida, a multidão que ocupava o quarto mudou, e através dos corpos, eu a vi, de pé na parte trás, perto da porta. Samantha. Meu estômago deu um nó e eu senti náuseas. Minha garganta apertou e de repente eu senti que não conseguia respirar. Eu não me importava que quase todo mundo na minha escola estava me vendo assim. A maioria deles não se importava, e eu não me importo com o que eles pensavam sobre mim. Mas eu não queria Samantha Shay me vendo assim. Algo começou a apitar no monitor ligado a minha torre de soro e uma enfermeira de repente abriu caminho através da multidão. — Seu pulso está ficando um pouco mais alto do que nós gostaríamos — ela disse enquanto ela verificou a máquina, pressionando os dedos para meu pulso. Isso acabou tornando as coisas ainda mais humilhantes. Eu não queria nada mais do que me enrolar nessa cadeira e desaparecer. — Você deveria descansar um pouco. Todos vocês provavelmente devem se despedir. Eu finalmente encontrei os olhos deles, vendo o medo e a incerteza em cada um dos seus rostos. Eles estavam olhando para mim como se eu fosse explodir ou morrer ali mesmo. Mais uma vez, eu senti como se a palavra MUDO estivesse esculpida em minha garganta, com sangue pingando das letras. — Aguenta aí, cara, — Rain enquanto se levantava. Ele me deu um abraço desajeitado, o mesmo fez Carter, seu abraço pesado e duro nas minhas costas. O abraço de River, pelo menos, parecia real. Eu queria morrer quando inúmeros outros ambos acenaram adeus ou deram um abraço desajeitado.
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Mas com cada um deles eu me afastei cada vez mais. Eu nem sequer devolvi os abraços, depois River. Comecei a olhar afiado para todos. — Tchau, Jake — disse uma voz doce enquanto saíram pela porta. Meus olhos subiram para atender Samantha. Ela olhou para mim com tristeza, mas pela primeira vez, parecia que ela estava realmente me vendo. Algo em mim endureceu. Precisou quase ser decapitado para Sam finalmente me notar de verdade. Eu nem sequer disse, ou melhor, escrevi ou acenei adeus quando ela me deu um olhar mais triste e saiu, fechando a porta atrás dela. Dane-se todos eles. Especialmente Samantha.
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2 1/2 anos atrás Um mês até o início do primeiro ano — Você poderia tirar nossa foto? — perguntou Carter, sua voz esperançosa, quando ele empurrou a câmera para um turista desavisado. — Claro... — disse o homem, claramente um pouco irritado, mas tentando forçar um sorriso. Ele aceitou a câmera. Carter passou um braço em torno de Rain e apontou para a Ilha Indian com o outro. Ele me deu um olhar de morte, tipo, — apenas vá junto com ele. — Eu tentei muito não revirar os olhos. — Indo junto com ele, — eu apontei em direção à água e estampei um grande e falso sorriso no rosto. — Um... dois... três. — Obrigado, — Carter disse em uma voz muito feminina que fez Rain fugir de longe dele o mais rápido que podia. O cara simplesmente ergueu as sobrancelhas para nós três e continuou em direção à cidade. Carter imediatamente soltou uma gargalhada e nós três continuamos a andar pela calçada estreita. — Isso é ridículo. — eu disse, balançando a cabeça e empurrando meus óculos de sol para cima. — Seremos alemães da próxima vez. — disse Carter. — Eu venho de um país distante, você me mostra uma boa diversão americana, certo? — — Sério, você não vai encontrar nenhuma garota turista para ficar com ela, — Rain disse, enfiando as mãos nos bolsos de sua bermuda. — São todas velhas e senhoras ricas no verão.
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— Não, não são! — Carter protestou enquanto ele percorria as imagens em sua câmera. — Houve Gloria do Maine no ano passado! — Não houve Glória! — Rain e eu dissemos ao mesmo tempo. — Ela não é real, — Rain disse, balançando a cabeça e rindo. — É totalmente inventada. — Onde está a prova? — Eu disse, meus olhos examinando as ruas e calçadas lotadas. Era incrível como muitas pessoas se reuniam na nossa pequena ilha no verão. — Gloria era real. — disse Carter, seu aperto de mandíbula duro, como sempre fazia quando o assunto — Gloria — era trazido à tona. — E essa noite foi mágica. — Mágica é a palavra certa, — Rain disse enquanto atravessava a rua. — Como em não verdadeira. — Oh, oh! Doze horas! — Carter disse, acenando com a cabeça para um casal mais velho descendo a calçada em frente de nós. — Vamos lá, cara. — eu gemi. — Isso é ruim. — Não, é divertido. — disse Carter, deixando sua câmera pronta. — Desculpe-me! — Era tarde demais. Carter era um viajante alemão de uma terra distante. — Você tira a nossa foto? — Ah, — disse o homem, com o rosto se iluminando. — Welcher Teil von Deutschland sind sie? O rosto de Carter empalideceu, obviamente, entrando em pânico. — Uh, não importa. Ele saiu correndo pela calçada. O casal observou ele fugir, em seguida, olhou para mim e Rain com expressões confusas.
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— Desculpe nosso amigo. — eu disse com um suspiro. — Ele esteve em um acidente de carro recentemente, — Rain disse, com a voz totalmente séria. — Ele tem estado um pouco... desligado, desde então. Sem esperar por eles para nos questionar mais, eu e Rain decolamos atrás de Carter, nós dois tentando manter o nosso riso preso. — Ah, merda — Rain disse quando ele olhou para o relógio em seu telefone. — Nós devemos pegar River da casa de Diana em tipo, dois minutos. Onde está Carter? Até agora nós tínhamos alcançado o meio do parque da cidade. Considerando que era sábado, significava que estava cheio de barracas e tendas para o mercado dos agricultores. Jardineiros, hippies, oleiros, fabricantes de joias em vidro, ventiladores, e outros empresários espalhavamse para fora em toda a extensão de grama. E todo o local estava inundado com turistas. Rain e eu começamos a vagar pelos corredores, procurando Carter. — Vocês dois parecem que estão procurando alguém — disse uma voz familiar no meio da multidão. Eu olhei para cima para ver Samantha, com uma cesta sobre um braço, segurando um grande chapéu de palha flexível para baixo em sua cabeça com a outra. Ela usava um vestido branco de verão e chinelos cor de rosa brilhantes. Ela parecia incrível. — Você viu Carter? — perguntou Rain, falando quando eu parecia perder a minha capacidade de fazê-lo. — Sim — ela disse, com um sorriso brilhante piscando em seu rosto. — Eu o vi perto das barracas de comida, conversando com uma garota. Rain e eu trocamos um olhar.
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— Nos leva lá? — Eu disse, me sentindo como se eu fosse desmaiar de tão nervoso que eu sentia com uma pergunta tão simples. Eu estava me tornando uma maldita piada por perto de Sam. — Claro. — ela sorriu novamente. — Vamos lá. Sem dúvida, encontramos Carter, conversando com uma garota vadia que devia ter, pelo menos, vinte anos. Eu tinha que lhe dar crédito, ele a fez rir, mesmo ela sendo muito velha para ele. — Vamos lá, — Rain disse, arrastando Carter para longe. — River está esperando por nós, e você não quer irritar a minha irmã Amazona guerreira. — Sério? — Carter protestou quando Rain o puxou pela parte de trás de sua camisa. — Eu disse que gostaria de encontrar um turista com quem ficar! — Eu não acho que você vai ficar com ela. — Sam disse quando ela olhou para trás, em direção à garota. Todos nós olhamos para ver um cara muito musculoso envolvendo os braços ao redor da garota. Os olhos do rapaz encontraram os de Carter e sua mandíbula flexionou e suas narinas queimaram. — Corra. — disse Rain. Sem outra palavra, ele e Carter decolaram na direção da caminhonete de Carter. Eu só balancei minha cabeça enquanto eu os observava ir. — Isso que é correr pela sua vida? — Sam perguntou quando ela parou em uma das barracas de produtos. — Eu os conheci na Teazers. — eu disse, pegando uma das maçãs que Sam estava estudando. Puxando a minha carteira, eu paguei por duas delas. Eu entreguei uma para Sam e mordi a minha. — Obrigada — disse ela, piscando um outro sorriso caloroso que fez meus joelhos quererem dar para fora. — Você já experimentou a horchata [Bebida de origem vegetal, não alcoólica] do carrinho de comida mexicana? Eu balancei minha cabeça enquanto eu engoli o pedaço de maçã.
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— É divino. — disse ela, e nós voltamos nessa direção. — Mas vai arruinar você. Todos os outros irão parecer nojentos depois de provar esse. Eu ri enquanto a seguia. — Me arruíne.
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12 dias desde o acidente Sem mais Força Aérea...
A
s coisas ficaram mais silenciosas durante a próxima semana. John e Jenny voltaram para a faculdade, Jordan e os outros voltaram para a ilha. Mesmo o pai teve que voltar a trabalhar.
Era só eu e minha mãe. E um milhão de enfermeiros, um milhão de fisioterapeutas e um psicólogo. Mamãe tinha tentado ficar comigo nessa primeira sessão de terapia. Ela disse que queria me ajudar a aprender a lidar com o meu novo — estilo de vida. Eu gostei do psicólogo um pouco mais quando ela não deixou minha mãe ficar em seu escritório. Mas era tudo a mesma porcaria que eu esperava ouvir quando eu soube que eu estava indo visitar ela. A vida ia ser difícil, mas eu ainda tinha muito para viver. Eu não deveria desistir e eu não deveria desistir de meus sonhos, mas talvez ajustá-los. Blá, blá, blá. Tudo o que eu ouvi foi pena e um monte de linhas ensaiadas. Me disseram que eu teria alta no sábado, um total de 12 dias após o acidente. Então, na quinta-feira eu comecei a queimar com uma febre de 40 °C, e eles decidiram me segurar prisioneiro por mais alguns dias. Apesar de estar em um hospital infantil, eu quase não me importava. O mundo dentro dos muros do hospital eram um pouco como uma realidade alternativa. Quase como se eu fosse incapaz de falar dentro daquelas paredes. Assim que eu pisasse fora delas, a realidade ia finalmente afundar, que isso era real, e minha voz não ia voltar. Eu não me importava de estar longe da realidade.
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Porque não ser capaz de falar para o resto da eternidade parecia uma quantidade insuportável de tempo. Eu não podia sequer compreender. Mesmo que eu estivesse no hospital, e mesmo que eu tivesse acabado de ter um evento de mudança de vida acontecer, minha mãe não me deixou completamente fingir mais que não tinha trabalho da escola para fazer. Ela ligou para cada um dos meus professores, feito meu pai trazer todo o meu trabalho e livros de escola, e todas as tardes após os vampiros terminarem comigo, ela me segurava e me perseguia até que meu dever de casa estivesse feito. Havia uma nota do Diretor Hill que falava que quando eu estivesse pronto para voltar para a escola, ele iria ajustar meu horário. Ótimo. Tratamento especial. Simplesmente ótimo. Não demorou muito para encher o primeiro caderno, o que Jordan tinha me dado. Minha caligrafia confusa manchou as páginas, grandes e em blocos para que todos pudessem lê-las facilmente. Várias páginas estavam prontas para cair, depois de serem viradas com tanta frequência. Páginas que diziam coisas como ‘obrigado’, ‘estou cansado’ e ‘onde está o controle remoto?’ A mãe se atreveu a sair do meu lado por cerca de uma hora de um dia e voltou com uma pilha de quinze cadernos, um arco-íris de capas coloridas. Eu só balancei a cabeça quando ela os colocou para baixo. Minha voz de papel. Pareceu tanto que a segunda-feira veio muito rápido, tanto quanto demorou muito. Mas às dez da manhã, o Dr. Calvin veio e nos disse que estava indo para casa naquela tarde. Minhas bandagens também estavam prontas para serem removidas. Sentei-me na cama com as mãos firmemente pressionadas entre as minhas pernas para que ninguém fosse vê-las agitando quando o Dr. Calvin estava sentado num banco em frente a mim com luvas de látex em suas mãos.
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Eu não conseguia olhar para o rosto dele quando ele começou a remover as ataduras. Eu só olhava para as telhas do teto, determinado que eu ia encontrar pelo menos uma teia de aranha. — Agora, Jake. — disse Calvin. Algo puxou ligeiramente no meu pescoço. Fita, se tiver sorte. Meu estômago revirou. — Você ainda vai ter que ser muito suave por algumas semanas. Você vai ter que ter calma. O seu médico na ilha irá remover esses pontos no final da semana, mas, novamente, tome cuidado. Sem lenços ou gola alta, ou qualquer coisa que fique em contato com o pescoço por um período prolongado de tempo. Tenha certeza de evitar quaisquer chances de infecção. Dr. Calvin enrolou um monte de bandagem e jogou-a no lixo, seguido de suas luvas. Tudo estava finalmente fora. Dr. Calvin olhou para a ponta da cama, o espelho que estava pendurado na parede. Assim como a mãe. Eu sabia que eles estavam esperando que eu procurasse por ele. Fechei os olhos por um momento, sentindo meu coração bater no meu peito. Minha pele se arrepiou quando eu quebrei em um suor. Ver a evidência da entrada da haste na minha garganta era apenas mais uma forma de fazer todo esse pesadelo real. Não seja um covarde, eu pensei comigo mesmo. Basta olhar para ele. Segurando minha respiração por um segundo para me acalmar, eu balancei a cabeça apenas uma vez. Empurrei-me para os meus pés e caminhei até o espelho. Meus olhos não poderiam deixar de saltar imediatamente para a minha garganta. Ou o que restava dela.
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A pele não estava uma bagunça. Uma grande linha de pontos corria do lado direito do meu pescoço, ziguezagueando, arrastando para a esquerda. Havia um grande buraco no lado direito do meu pescoço. O lado onde a haste tinha entrado. Eu timidamente estendi a mão para cima, tocando levemente os dedos no buraco. A pele que cobria parecia estranha. Como se não fosse realmente minha pele. — Esse é o enxerto de pele. — explica Dr. Calvin, chegando atrás de mim. — Você vai achar que as coisas parecem um pouco diferente. Isso porque as cordas vocais sumiram. Vai levar algum tempo para se acostumar. Eu continuei olhando para mim e acenei com a cabeça distraidamente. Eu estava certo quando eu brinquei com os meus amigos mais cedo. Iria ser uma cicatriz impressionante. — Você está bem, Jake? — perguntou a mãe. Eu pisquei de repente, percebendo que eu não tinha feito isso desde que eu olhei pela primeira vez no espelho. Eu balancei a cabeça, minha garganta sentindo macia. Dr. Calvin assentiu com a cabeça, observando meu rosto, como se estivesse esperando que eu surtasse a qualquer momento. Eu meio que queria surtar. Mas meu corpo estava meio estranho. Quase como se eu estivesse em algum tipo de droga que não me deixava sentir dor totalmente. — Ok, então, — Dr. Calvin finalmente disse, voltando-se para a mãe. — Se você assinar os papéis, já poderá ir. A medicação de Jake está nesse saco e o resto será entregue em sua casa em poucos dias. — Obrigado por tudo, Dr. Calvin. — disse a mãe.
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Eu só ficava olhando no espelho enquanto o Dr. Calvin saiu e mamãe recolhia nossas coisas. Eles tinham ido embora. Os pedaços de mim que faziam meu trabalho de voz foram embora. O que eles fizeram com as partes do corpo depois de terem sido retiradas do corpo? — Jake. — disse a mãe da porta. Eu finalmente olhei para ela, vendo-a com os braços carregados com as malas. — Você está pronto? Olhei para mim mesmo apenas mais uma vez. Era hora de voltar à realidade. Eu balancei a cabeça e caminhei até ela, pegando minha mochila de sua mão e atirando-a sobre meu ombro. Ela me deu um olhar longo, estudando meu rosto e os olhos. Ela ofereceu um pequeno sorriso e colocou a mão na minha bochecha. — Vamos para casa. — disse ela em voz baixa, elevando-se sobre as pontas dos pés para pressionar um rápido beijo na minha testa. Nós saímos do quarto e deixamos a porta se fechar silenciosamente atrás de nós.
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6 horas até a completa realidade de casa
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arecia estranho que eu tinha mudado muito nas duas últimas semanas, mas o mundo não tinha. Seattle ainda parecia a mesma enquanto fazíamos o nosso caminho para a autoestrada, assim
como o Everett e Monte Vernon. Mamãe correu para dentro da mercearia em Anacortes antes de chegarmos à balsa para pegar algumas coisas. Eu fiquei no carro. Você ainda volta para casa hoje? Rain mandou uma mensagem. Sim, eu respondi. Estamos pegando a balsa. Espero que os barcos não estejam muito loucos para que você possa chegar lá. Dr. nos deu um passe medico, nós vamos chegar lá, eu respondi. Turistas estúpidos. Sério. Mal posso esperar para ver você, cara. Carter diz oi. Diga-lhe oi. Até logo. A verdade é que eu realmente não quero ver ninguém tão cedo. Só mais uma maneira de deixar isso tudo real. Olhando para cima, vi minha mãe empurrando um carrinho de compras para fora da loja. Tentando acalmar meus nervos de volta, passei o telefone de volta no bolso, e sai para ajudá-la a colocar os mantimentos na parte de trás do carro. A balsa não estava tão ruim como tinha estado há algumas semanas. Agora que era meados de outubro, a maioria dos turistas de verão estavam voltando para o trabalho ou escola, mas ainda havia os verdadeiros veteranos que gostavam dessa
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época do ano, quando o clima ainda era bastante quente, mas era tão insano. Não que isso importasse, chegamos na balsa muito bem com o passe de prioridade médica do Dr. Calvin. Mamãe e eu não falamos enquanto nós lentamente entramos na balsa. Antes desse dia, teríamos ido para cima, no compartimento de passageiros assim que entrássemos, mas naquele dia nós dois apenas nos agachamos e fingimos estar dormindo enquanto o barco atravessava as águas do Oceano Pacífico. Normalmente eu odiava a viagem de três horas da balsa porque parava em ambas as ilhas Lopez e Shaw antes de ir para Orcas, e por isso demorava uma eternidade para chegar em casa, mas naquele dia não havia ilhas suficientes para pararem antes da balsa parar na doca. Os trabalhadores da balsa baixaram a rampa e garantiram os movimentos entediados e bem ensaiados. E, em seguida, os motores dos carros rugiram para a vida, um rastro de lanternas vermelhas piscando. E, finalmente, fomos para frente e os pneus encontraram as estradas estreitas de Orcas Island. Casa. Mas tudo sobre a casa ia ser diferente a partir de então. Nós mal tínhamos feito um quilometro de distância do porto da balsa quando um sinal gigantesco no lado da estrada veio à tona. Bem Vindo de volta Jake! lia-se. Havia grandes corações pintados no papel branco, impressões de mãos e assinaturas do que parecia ser metade da ilha. Um pequeno sorriso ameaçou quebrar em meus lábios. Notei que a mãe tinha um pequeno sorriso em seu rosto enquanto nós dirigimos pela faixa. A estrada estreita lentamente acabou por entre as árvores e campos. Dirigir na ilha era um pouco diferente do que dirigir no continente. Quando a
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estrada mais rápida era de quarenta anos atrás, ninguém nunca tinha uma enorme pressa. Estávamos de volta no tempo da ilha. Entramos no caminho, encontrando outro sinal de papel gigantesco colado na nossa porta da garagem. Esta dizia Te amamos e Sentimos sua falta, Jake! Um pequeno sorriso acabou por quebrar no meu rosto quando eu descobri o nome de Samantha escrito nele, em grandes letras cor de laranja. Eu ajudei mamãe a carregar as sacolas, pisando em direção à porta da frente. Cerca de um milhão de balões abraçavam o teto na sala de estar. Mil cartões estavam na mesa de café, um punhado de animais de pelúcia estavam alinhados no assento da janela. — Bem, olhe para isso, — Mamãe ficou maravilhada quando ela entrou atrás de mim. Ela riu. — Eu acho que a sua escola sente sua falta. Eu só balancei a cabeça, absorvendo tudo isso. Isso não tinha sido apenas a minha escola. Isto tinha sido a ilha inteira. — Uau, — Mamãe chamou da cozinha. — Olhe para aquela pilha de pratos. — Ela riu. Entrei na cozinha com as compras para ver do que ela estava falando. Havia uma pilha de pratos, panelas, tigelas, e Tupperwares com nomes que eu reconhecia escrita sobre eles. Parecia que nossa família tinha sido bem alimentada enquanto a mãe estava comigo. — Jake. — eu ouvi uma voz lá de cima. Um segundo depois soou como se uma manada de búfalos estivesse descendo as escadas. De repente eu fui atacado por um montinho de abraços que jogou todos nós no chão. — Hey! Hey! — Mamãe gritou, puxando Joshua e James para longe de mim. — Os pontos, os pontos!
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— Sinto muito, Jake. — disseram ambos em uníssono, me puxando para que eu me levantasse. Eu apenas tentei rir, e apertei os dois em um abraço. — Estou tão feliz por você estar em casa — Jamie disse, vindo para mim um pouco mais graciosamente. Ela me puxou para um abraço. Eu me senti patético que ainda doía um pouco sempre que alguém me tocava. — Ugh, — Joshua disse, olhando para a minha garganta. — Isso é tão nojento! — Josh! — Mamãe suspirou, passando a mão sobre sua boca. — Você não pode dizer coisas assim para ele. — É muito nojento. — disse James, olhando para ele de perto. — James. — Jamie gritou, batendo em seu braço. Eu retirei o pequeno caderno que eu agora sempre carregava no bolso. Ele está certo, eu escrevi. É muito nojento. Jamie apenas suspirou e revirou os olhos enquanto caminhava para fora da cozinha. — Meninos — disse ela enquanto ela desaparecia para subir as escadas. Fiquei contente de ver que nem tudo tinha mudado completamente. Jamie ainda agia como uma menina de 13 anos de idade. Os meninos ainda eram meninos honestos, brutos. — Dói? — perguntou Joshua, livre das mãos de mamãe. Não é tão ruim, eu escrevi. Parecia estranho tentar se comunicar assim. Como se toda a conversa fosse em câmera lenta. Parecia que eu não conseguia escrever rápido o suficiente. — Legal. — Joshua respondeu preguiçosamente, vagando na sala para assistir TV. — Lição de casa, meu jovem, — Mamãe gritou, o pescoço dentro da geladeira. Toda a família jurava que ela realmente tinha olhos na parte de trás
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de sua cabeça. Joshua apenas suspirou e virou-se para subir as escadas para o seu quarto. E assim, toda a família parecia voltar ao normal. Fiquei ali na cozinha apenas por um momento, não sabendo bem o que fazer comigo mesmo. Então eu fiz o que eu teria feito antes. Peguei minhas coisas, e caminhei para o meu quarto, como se fosse qualquer dia normal.
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Aos 5 minutos de realidade
H
avia tantos balões, bichos de pelúcia e cartões em meu pequeno quarto quanto havia na sala de estar. Eu não conseguia nem colocar minhas malas na minha cama de tamanho grande de
tanta coisa a cobrindo. Normalmente eu gostava de manter meu quarto limpo, mas eu não me importava que ele estivesse bagunçado com o apoio. Soltando minhas malas no chão, no canto, peguei um punhado de cartas e deixei-as cair sobre a cômoda. Empurrando alguns dos ursos, leões, e patos para o lado, eu me deixei cair de costas, os braços cruzados atrás da minha cabeça. Foi quando notei a haste, encostada contra a parede. Alguém tinha anexado uma placa no topo, apenas um simples quadrado branco de madeira. Impresso em letras pretas, lia-se: — A única maneira de descobrir os limites do possível é ir além deles para o impossível. — Arthur C. Clarke. Eu não tinha que inspecionar a haste para saber que era a haste que mudou minha vida para sempre. Era revoltante pensar que essa coisa tinha estado dentro do meu corpo. Ajustando a minha posição, eu me forcei a olhar para longe dele e olhar para o teto. Eu tive que tomar uma decisão naquele momento. Eu poderia deixar esse acidente, essa coisa louca que tinha acontecido comigo arruinar a minha vida. Não seria difícil deixá-lo me consumir. Seria muito fácil ficar bravo com a vida e simplesmente desistir. Seria um inferno de muito mais difícil continuar fazendo o que eu tinha feito sempre. Não seria fácil voltar para a escola em poucos dias. Não seria fácil caminhar pela da ilha, com cada pessoa sabendo o que tinha acontecido comigo. Porque esse era o jeito que seria.
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Então, eu tinha uma decisão a tomar. Eu ia tomar o caminho mais fácil, ou pegar o caminho mais difícil? Devo ter adormecido, porque quando abri os olhos, estava muito escuro lá fora. Eu ouvi vozes abafadas fora da minha porta. — Mãe, não o deixe acordar o Jake. — Jordan disse do corredor. — Ele gostaria de ver seus amigos, — ela insistiu. Eu vagamente ouvi a minha maçaneta disputar a mão de alguém que repousava sobre ela. — Sim, Jordan, — Rain brincou com ela. — Jake precisa de seu pelotão no momento. — Pelotão? — Jordan zombava dele. Eu poderia vê-la cruzando os braços sobre o peito e dando-lhe ‘o olhar’ do qual as meninas eram tão boas. Eu me levantei e fiz meu caminho através da bagunça que era o meu quarto e abri a porta. Seus olhos saltaram para o meu rosto, suas expressões com surpresa e culpa. — Oh, hey, Jake. — disse Carter. — Você está acordado. Eu apenas assenti. Não ter nenhum tipo de voz parecia como ser um prisioneiro em meu próprio corpo. Eu não poderia nem mesmo dizer hey em troca. — Estamos felizes que você está de volta, — Rain disse, envolvendo seus braços em volta de mim, batendo nas minhas costas num abraço muito — viril. — A escola não tem sido a mesma sem você. — Você está bem, Jake? — Perguntou Jordan. — Vou fazê-los sair, se você quiser. Um sorriso rachou meus lábios e eu balancei minha cabeça. Jordan olhou para eles por um longo momento e, finalmente, virou e foi embora com a mãe.
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Os caras entraram no meu quarto e eu fechei a porta atrás deles e acendi a luz. — Então, como é a sensação de estar de volta na rocha? — perguntou Carter, pegando um ursinho de pelúcia muito rosa e sentando na minha cama. Me mexi em direção à minha mochila até que eu encontrei um dos cadernos que minha mãe tinha comprado. Encontrar uma caneta demorou um pouco mais. Frustração deixou meu rosto quente quando eu não conseguia encontrar uma. Eu finalmente encontrei-a bem no fundo da minha bolsa. Abrindo o caderno, olhei para os meus amigos. Eu me senti como um idiota. Me sentindo o centro das atenções, isso é certo, eu escrevi. — Toda a ilha não conseguiu parar de falar sobre você, — Rain disse, folheando as cartas na minha cômoda. — Um monte de velhinhas arrecadaram fundos para ajudar a pagar por tudo. Eu acho que eu ouvi que eles levantaram algo como seis mil dólares. Ergui as sobrancelhas, surpreso. Isso era muito dinheiro. — Eu acho que o Sr. Carol doou cerca de metade disso — Carter acrescentou, um pouco mais calmo. Sinceramente, ainda não tinha pensado sobre o Sr. Carol desde que tudo isso aconteceu. Eu ainda vou continuar a trabalhar para ele? Noventa por cento do meu salário tinha sido o uso de avião do Sr. Carol. E eu não podia mais voar. Eu não podia mais voar... Eu não tinha percebido que eu estava muito quieto por muito tempo até que eu vi as expressões nos rostos perplexos do meu amigo. — Tudo vai ficar bem, não é? — Perguntou Rain. — Quero dizer, você vai ficar bem fisicamente, e tudo mais?
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Engoli em seco, meus olhos caindo no chão por um segundo. Este era o momento mais uma vez, onde eu tinha que decidir. Minhas entranhas sentiram como um bando de lagartos se mordendo e mordendo uns ao outros. Eu balancei a cabeça. Sim, eu escrevi. Tudo vai ficar bem. — Isso só vai levar algum tempo. — disse Carter, um meio sorriso triste no rosto. Eu balancei a cabeça e tentei sorrir também. Então, eu escrevi. Vocês acham que Samantha sentiu muito a minha falta? Hora de uma mudança de assunto. Isso trouxe uma risada de ambos. — Ela realmente está conversando bastante com meu pai sobre como reorganizar sua agenda, — Carter disse, jogando o pequeno urso de um lado para o outro. — Não me pergunte por que ela está envolvida. Minha testa franziu, dando um pequeno aceno de cabeça. Acham que eu ainda tenho uma chance com ela? — Ei, você nunca sabe. Algumas garotas gostam dos doentes e os desamparados. Eu lancei a minha caneta no rosto de Carter, balançando a cabeça. — O quê? — Continuou ele, jogando a caneta de volta para mim. — É verdade. Eu me perguntava como era possível que as coisas voltem ao normal tão facilmente. Talvez eu tenha escrito minhas palavras, em vez de dizê-las. Mas estes dois ainda eram meus melhores amigos, e eles ainda estavam agindo como se nada estivesse errado comigo.
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1 semana de realidade
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família, Dr. Calvin, e meu psicólogo decidiram que eu iria voltar para a escola assim que eu pudesse comer sólido novamente, e isso significava na quinta-feira. Assim, os dias entre quando
cheguei em casa até voltar para a escola deveriam ter sido tranquilos. Foram totalmente o oposto. Mamãe me perseguia para assistir os vídeos de língua de sinais que eu tinha recebido por três horas ao dia. Além disso, ela ainda esperava que eu ficasse preso no meu trabalho escolar. E o telefone não parava de tocar. Parecia que de hora em hora alguém ligava, conversava com mamãe por cerca de 30 minutos, e perguntava como eu estava indo, o que ia acontecer no futuro, e o que eles poderiam fazer para ajudar. Um monte de gente aparecia na casa também, querendo ver como eu estava indo. Jordan ficou muito bom em ser o guarda da porta. Toda vez que a campainha tocou eu deslizava para o meu quarto e fechava as cortinas. Jordan simplesmente dizia que eu estava dormindo ou estudando e não poderia ser perturbado. Eu nunca apreciei a minha irmã tanto quanto nesses poucos dias. Meu celular rachado não parava de vibrar sobre a cômoda, com mensagens de texto vindas de metade do corpo discente em OHS dizendo que mal podiam esperar para me ver. Dizer que eu estava sobrecarregado era um eufemismo. Eu estava com medo de voltar para a escola na quintafeira.
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Porque eu sabia que todo mundo ia ficar olhando para o meu pescoço, cada um deles sabendo do que tinha acontecido comigo. E eles iriam todos sentir pena de mim. Eu não queria ninguém sentindo pena de mim. Eu continuei a receber todos os nutrientes por via intravenosa, meu esôfago sem estar curado o suficiente para comer sólidos. Eu nunca pensei que eu ia sentir tanta falta de comida. Na quarta-feira à noite, minha mãe estava tentando me forçar a fazer sinais o máximo que eu pudesse. Mas foi um desastre. Meus olhos poderiam estar olhando a mulher dos vídeos de linguagem gestual, mas eu não estava absorvendo nada. Mamãe estava ficando melhor em língua de sinais do que eu estava. Eu meio que me senti mal por não fazer um esforço maior quando ela estava tentando tanto.
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2 anos atrás 8 meses do segundo ano
E
ram sobras elegantes. Eu devia ter adivinhado que seria assim, visto que era o dia anterior ao Dia das Mães. Se eu tivesse pensado nisso antes, eu
teria comprado para mamãe algo de bom quando a família tinha saído da ilha na semana passada. Agora eu estava preso a visitar os pequenos corredores da Farmácia da Ray. Pegando uma moldura de foto prata que tinha alegria gravado nele em fonte brega, eu me perguntava se a mãe gostaria de algo parecido. Provavelmente não. Mamãe não gostava de nada brega. — Dia das Mães é apenas um dia para fazer pessoas ter problemas. — disse uma voz familiar que se aproximava por trás. Virei-me para ver Samantha caminhando através de uma prateleira de cartões, cada um deles igualmente extravagante à moldura ALEGRIA. — Se você não fizer alguma coisa para sua mãe, ela vai ficar ofendida — disse Sam enquanto ela continuava a olhar através das cartas. — Mas se você conseguir algo que ela não gosta, ela tem que passar pela experiência dolorosa de fingir que ela adora. Minha mãe é uma péssima atriz, então eu sempre sei. — Eu pensei que as mães deveriam amar o que você as desse — disse eu, navegando pelas alguns álbuns de fotos. — Não é parte de ser mãe? — É — ela disse enquanto pegava um cartão. Depois de ler o que estava impresso nele, ela fechou-o e colocou-o de volta. — Mas você sabe que elas estão secretamente esperando por algo realmente bom. Eu ri e considerei a pequena seleção de velas perfumadas. Mamãe não era realmente uma pessoa que gostava velas. — Por que para mãe é tão difícil de comprar?
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— Sério. — disse Sam, deixando o rack de cartão e se juntando meu lado. Senti meu coração pular um pouco. — Ok, quem realmente quer uma vela perfumada com cheiro de grama fresca? — Eu não sei. — eu disse sério, pegando a vela verde para cima e cheirando-a. Com certeza, cheirava como grama. — Pode trazer de volta boas lembranças de alguém que trabalhou em um campo de golfe. Sam começou a rir, cobrindo a boca quando ela atraiu olhares estranhos de outros compradores. Eu não pude deixar de rir quando eu coloquei a vela de volta. — Ok, então eu tenho uma ideia, — Sam disse, balançando seu cabelo sobre o ombro. — E se eu escolher algo para sua mãe, e você escolher algo para a minha? Dessa forma, se nossas mães odiarem o que levarmos, podemos jogar a culpa no outro. — Uma ideia retorcida, mas genial. — eu disse, com um sorriso se espalhando novamente no meu rosto enquanto eu olhava para o sorriso orgulhoso de Sam. Eu não podia deixar de sorrir quando eu estava perto de Sam. — Me foi dito que eu sou a garota mais inteligente da escola. — disse ela a sério. Mas ela não conseguiu segurar e um sorriso apareceu em seu rosto um momento depois. — Sua... sua cabeça acabou de ficar maior? — eu disse, minha testa franzida. Sam riu novamente e socou meu ombro. — Vamos às compras, rapaz! Traga para minha mãe algo de bom! Ela merece isso.
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Primeiro dia de volta à escola
Q
uinta-feira amanheceu clara e irritantemente brilhante. Teria sido mais fácil me convencer, e à minha mãe, de me deixar faltar à escola se tivesse estado chuvoso e úmido lá fora. Mas eu me
mantive enfiado naquela casa por dias e eu não podia negar que eu queria sair e pegar um pouco de vitamina D. — Você vai fazer muito bem hoje. — disse a mãe enquanto ela pegava um monte de panquecas e as colocava em um prato. Ela também tinha preparado uma enorme panela de ovos, torradas de pão inteiro, e tinha bacon fritando no fogão. Mamãe estava fazendo tudo. Ela tinha uma tendência de fazer isso quando estava nervosa ou insegura sobre uma situação. Para ela, comida curava tudo. — Nós ligamos para o Diretor Hill ontem à noite e o avisamos que você vai voltar hoje — meu pai disse de onde ele estava sentado à mesa lendo o jornal. — Ele disse para você ir direto para seu escritório esta manhã. Eu balancei a cabeça, mal ouvindo enquanto eu mordia a minha primeira mordida sólida de alimentos desde o acidente. Bacon nunca, nunca pareceu tão bom. Queimou um pouco quando ele caiu, mas valeu totalmente a pena. Comida de verdade era muito melhor do que um alimento bombeado diretamente para o seu sistema. Depois da escola, eu iria visitar o médico de família aqui na ilha para tirar os pontos e remover a minha linha do soro. — Joshua, James! — A mãe de repente gritou, me fazendo pular e quase fazer uma poça de suco de laranja na minha frente. — Desçam aqui! Vocês vão se atrasar para a escola!
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Os passos deles trovejaram descendo as escadas. James tropeçou para baixo os dois últimos e caiu de cara no chão. Legal! Eu escrevi rapidamente, balançando a cabeça para eles. — Cala a boca. — James olhou enquanto ele caminhava para o bar e pegava um pedaço de torrada. — Quero dizer...ele gaguejou, ruborizando. Eu apenas balancei minha cabeça, e tentei rir. — Você parece um mimico ou algo assim quando faz isso, — James disse, seu tom totalmente sério. — Seu corpo tenta rir, mas não sai nada. Eu só baguncei o cabelo dele e peguei outro punhado de bacon. Fui recuperar minha mochila do meu quarto. Carreguei meus livros de volta para a mochila, então eu a recheei com dois cadernos em branco também. Eu fechei-a e fiquei ali, olhando para ela ali no chão por um longo momento. Este era o último passo de volta à realidade. Respirando fundo, eu peguei e atirei-a por cima do meu ombro. Joshua, James, Jamie, e Jordan já estavam se arrastando para a van de onze passageiros da família, se apertando, mochilas batendo no outro, vozes irritadas da manhã gritando. Eu nunca irei gritar com qualquer um deles novamente. Eu nunca irei gritar com qualquer coisa de novo. A piedade de meus irmãos era óbvia enquanto eu subia no banco do passageiro da frente. Era normalmente uma corrida para chegar lá. Eles nunca teriam mencionado isso para mim se não sentissem pena de mim. Olhei ansiosamente para o meu carro, um Bronco vermelho e cinza estacionado na calçada enquanto eu colocava o cinto de segurança. O acordo era que a mãe podia me levar para a escola nos primeiros dias, só para ter certeza de que eu estava bem, e então eu poderia voltar a dirigir. Pelo menos
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uma coisa voltaria ao normal em seguida. Era embaraçoso ter minha mãe me levando para a escola. Minha mãe habilmente manobrou a van enorme para fora da garagem e começou a rolar pela estrada em direção à escola. — Você pegou seus cadernos? — perguntou ela. Ela não parava de olhar para mim, seus olhos passando rapidamente para a minha garganta. Eu balancei a cabeça. — Você pegou o seu celular? — Eu balancei a cabeça novamente. — Você pode me ligar a qualquer momento hoje, se você precisar de mim. Eu posso ir buscá-lo a qualquer momento. MÃE! Eu escrevi em tinta preta sobre a palma da minha mão, mostrando para ela com olhos irritados. — Desculpe — ela se desculpou, ignorando completamente a briga de Joshua e James no banco de trás. — Eu estou apenas... preocupada com você hoje. — Ele vai ficar bem hoje, mãe. — Jordan disse por trás de mim, apertando o meu ombro. Eu coloquei minha mão sobre a dela, dando-lhe um aperto agradecido. — Eu sei. — disse a mãe, embora parecesse que era mais para si mesma. — Eu sei. — O ensino médio fundamental e ensino médio em Orcas eram localizados um ao lado do outro. Mamãe entrou no estacionamento, no centro das duas escolas. Sentei-me ali por um momento, com meus irmãos saindo da van, apenas observando todas as pessoas que seguiam caminhos diferentes. Eu sabia que assim que eu saísse daquela van todo o mundo ia olhar para mim. — Vai ficar tudo bem, Jake. — disse a mãe de novo, pressionando um beijo rápido na minha bochecha. — Diretor Hill estará esperando por você.
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Olhei para ela, vendo as linhas preocupadas ao redor dos olhos e da boca. Parecia injusto da minha parte fazê-la parecer tão assustada depois de tudo que ela fez por mim nas últimas semanas. Então, eu finalmente balancei a cabeça, beijei a bochecha dela e sai da van. O sol estava cegando enquanto refletia a escola branca à distância. Eu a observava quando eu puxei minha mochila sobre os ombros e absorvi tudo ao meu redor. Uma vantagem de sair no estacionamento da escola era que a multidão em volta de mim era mais jovem, então eles não estavam todos olhando para mim. Consegui fazer metade do caminho para a escola antes de começar a ver os olhares. — Hayes. — Blake Shaw gritou do outro lado do gramado, batendo com o punho no peito antes de jogá-lo no ar. Eu levantei meu queixo para ele, tentando sorrir. Graças a Blake, eu tinha sido descoberto. — Jake! — Minhas entranhas gelaram quando ouvi a voz de Norah Hamilton atrás de mim. — Jake, espere! Eu mal desacelerei enquanto eu continuava em direção às portas da frente. — Jake! — ela chamou quando veio para o meu lado. — Estou tão feliz que você voltou! Eu estava tão preocupada com você. Ela girou o cabelo em volta de um de seus dedos. Bem, pelo menos a cicatriz feia não estava assustando as meninas. Pelo menos não Norah, a Vadia. — Então, você está melhor agora? Oh, espere, como você vai responder a essa pergunta? Eu tentei muito, muito forte não rolar os olhos para ela.
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Puxei o pequeno caderno de bolso e virei uma página que dizia Estou bem. — Ah, entendi. — ela riu. Foi seriamente irritante. — Bem, se você está indo bem.... Ela foi felizmente cortada pela forma de Rain se esmagando entre ela e eu. — Obrigado pela preocupação, Norah. — Rain interrompeu. Ela deu-lhe um olhar de morte, um desses outros olhares em que meninas são realmente boas. — Mas eu tenho certeza de que o que Jake realmente precisa é de seu pelotão. — Que seja. — Norah disse quando ela revirou os olhos e voltou para o seu próprio grupo de amigos. — Bem-vindo de volta, mano. — disse Carter, que apareceu de repente. Ele colocou a mão no meu ombro. Eu recuei um pouco. — Você está pronto para isso? Não, eu simplesmente escrevi, mostrando a ambos. — Não se preocupe. — Rain disse, apertando meus ombros. — Nós vamos estar com você o tempo todo. Bem, pelo menos até chegarmos ao escritório do Diretor Hill. Eu só balancei a cabeça e dei uma risada silenciosa. — 'K, é realmente um pouco estranho quando você faz isso. — Carter riu, me encarando. Eu só balancei um punho para ele, do qual ele facilmente se esquivou. Estávamos finalmente às portas da frente, todo um rebanho de estudantes que seguiam juntos. Fingindo que eu não estava com medo, entrei pela porta da frente e para o salão comum. Todo mundo diminuiu o ritmo um pouco quando viu os três de nós, seus olhos saltando na minha cara. Através da massa de pessoas vi Samantha, de pé no corredor, seus livros apertados contra o peito. Ela me deu um pequeno
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sorriso, seus olhos olhando para mim com uma expressão que era difícil de ler. — Jake. — Diretor Hill tirou meu olhar de Sam. — Fico feliz em ver você. Ele estendeu a mão como se eu devesse agitá-la. Foi estranho quando eu fiz. Olhei para Carter que apenas me deu um olhar interrogativo, as sobrancelhas franzidas juntas. — Temos muita coisa para repassar esta manhã então por que não se junta a mim no meu escritório? — disse. Eu respirei fundo. Apertando as mãos em punhos, eu finalmente concordei com a cabeça. Rain e Carter deram um tapinha no meu ombro e murmuraram adeus. — Estamos muito felizes de tê-lo de volta, Jake. — Diretor Hill disse quando ele passou o braço sobre meus ombros. Parecia extraordinariamente pesado. Mas, então, o Diretor Hill era um homem muito oportuno, muito musculoso. Pelo menos eu poderia fingir que eu não estava fisicamente debilitado pelo acidente. — Toda a escola sentiu muito a sua falta. Eu balancei a cabeça novamente. O escritório do homem era pequeno e lotado com pilhas de papéis, livros, troféus, e muito mais do que uns poucos lenços descartados. Eu afundei na única cadeira disponível, afastando alguns livros. Diretor Hill estava sentado em sua cadeira em frente à mesa de mim, desabotoando o paletó e soltando a gravata. Ele nunca parecia confortável em um terno. Eu tinha a sensação de que eu sabia por que ele estava vestindo. — Então, como está se sentindo? — Ele perguntou, seus olhos indo automaticamente para a minha garganta. Isso era algo com que eu teria que me acostumar. Era a primeira coisa que as pessoas iriam notar em mim para o resto da minha vida. Eu abri minha mochila e deslizei para fora um dos meus novos cadernos. Remexendo por uma caneta, eu apertei para poder usá-la.
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Oh, como essas conversas em câmera lenta iriam me enlouquecer. Tudo bem, eu simplesmente escrevi. — Você está pronto para voltar à vida escolar normal? — perguntou Diretor Hill, mexendo em alguns papéis em sua mesa. Eu vi flashes do meu nome em alguns deles. Eu acho que sim, eu escrevi. Eu realmente não posso mais ficar em casa e não fazer nada. — Eu acho que seria difícil para um cara ativo como você. — disse ele com um sorriso. — Bem, eu estou esperando que nós possamos tornar as coisas o mais fácil possível para você. Estive revendo seu horário de aula e há alguns ajustes que eu gostaria de discutir com você, está tudo bem? Eu não quero que nada mude. Eu só queria que as coisas voltassem a ser como era, quando o meu mundo era chato e fazia sentido, quando a parte mais dolorosa da minha vida era me perguntar quando Samantha Shay ia perceber como eu era louco por ela. Eu balancei a cabeça. — A maioria de suas aulas realmente não vão exigir qualquer mudança. Mas eu queria ver se você ainda estava querendo ficar nas aulas de carpintaria e nas de musculação? Ah sim, a propósito, você foi expulso da equipe de futebol se você não adivinhou. Ele me deu um daqueles olhares que os professores eram bons. Eu imaginei, eu escrevi, dando-lhe um olhar envergonhado. — Eu não irei fazer uma palestra sobre como é uma coisa estúpida o que você fez, eu acho que você foi punido o suficiente para aprender a lição — Diretor Hill disse, apoiando os cotovelos sobre a mesa e apertando os dedos juntos. Obrigado, eu escrevi.
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— Enfim, de volta à minha pergunta. Você ainda gostaria de ficar inscrito em suas aulas de carpintaria e nas aulas de musculação? Elas são um pouco mais fisicamente exigentes e eu não sei como você está se sentindo dessa forma. Eu considerei por um momento, avaliando meu estado físico, o que eu sentia como se eu pudesse fazer. O incidente me deixou fisicamente mais fraco do que eu jamais iria admitir. Mas isso fazia parte de toda essa coisa de decisão que eu tinha que enfrentar. Eu poderia usar tudo isso como uma desculpa para ficar com preguiça. Ou eu poderia tomar o controle novamente e retornar em todas as formas que puder. Eu gostaria de ficar nelas, eu respondi. E eu gostaria de voltar com os membros da minha equipe. — Eu imaginei que diria isso. — disse ele, com um sorriso rachado em seu rosto. — Só pensei que seria melhor perguntar. Ele escreveu algumas coisas em um papel, algum tipo de formulário. Agora, há uma turma que vai ter de mudar. Eu não quero enrolar em torno disto Jake, e tornar as coisas difíceis para nós dois, então eu só vou dizer isso. Você, obviamente, vai ter que largar suas aulas de Espanhol. Honestamente, eu não tinha pensado nisso até então. Eu não tinha percebido que eu não tinha recebido nenhuma lição de espanhol até então. Eu nunca falaria espanhol novamente. Não que eu fosse bom nisso. — Um dos nossos alunos têm passado por um estudo independente de Linguagem de Sinais Americana e eu altamente recomendo que você se matricule também. Dadas as circunstâncias, eu acho que faz sentido que você vá em frente e substitua sua aula de espanhol com isso. Estudo independente. Em uma escola tão pequena como Orcas High, esse tipo de classe não seria ensinada, mas eu nunca tinha pensado sobre essa opção. Gostaria de saber quem era o aluno que a estava estudando.
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— Isso soa bem? — O Diretor perguntou, dando-me um olhar cauteloso. Eu esperava que as pessoas nem sempre olhassem assim para o resto da minha vida. Como se eu pudesse quebrar ou ter um colapso a qualquer momento. Parece bom, eu escrevi. — Ótimo. — Diretor Hill respondeu, parecendo um pouco aliviado. Ele escreveu mais algumas coisas. — Eu já volto. Ele saiu e entrou em outra sala administrativa. Eu me joguei para trás na cadeira quando o Diretor Hill saiu, me sentindo como se estivesse finalmente respirando pela primeira vez desde que eu tinha acordado naquela manhã. Tudo estava acontecendo tão rápido, não havia tanta coisa acontecendo, parecia que eu não tinha tido tempo para realmente processar tudo, para descobrir onde minha vida estava indo. Mas lá estava eu , já jogado de volta em tudo, me sentindo como se eu ainda não tivesse tirado minha cabeça acima da água. Mas a realidade realmente não tinha chegado, eu sabia disso. Eu não quero saber o que a vida ia ser quando finalmente acontecesse. — Aqui está, Jake. — Diretor Hill disse, entrando novamente na sala. Ele me entregou uma folha de papel. — Seu novo horário de aula. Algumas de suas classes mudaram de horário, para ajustar para a classe de estudo independente, mas muitas deles ainda são as mesmas. Bem, cerca de metade delas eram. Física, Inglês e Governo dos EUA eram todas em horários diferentes. E eu já não tinha uma única classe com Rain e Carter, além de musculação. Ótimo, eu pensei. — Então você acha que você está se sentindo bem para sua primeira aula hoje? — Ele olhou para o meu horário. — Cálculo?
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Eu cliquei para abrir minha caneta novamente. Está tudo bem, senhor, eu acho que vou esperar até próximo período. As pessoas vão estar me olhando o suficiente sem que eu entre no meio de uma aula. Eu observei o rosto do Diretor Hill enquanto ele lia minha caligrafia desleixada. — Compreensível. — disse ele com um aceno de cabeça. — Eu vou avisar o Sr. Sue que você está dispensado do primeiro período de hoje. Eu balancei a cabeça. Obrigado. — Se você precisar de alguma coisa, você será sempre bem-vindo para vir me ver. — o Diretor Hill disse, se levantando e me acompanhando para sair pela porta. Eu apenas assenti. Parecia estranho estar falando com Diretor Hill assim. Troy tinha sido como um outro pai para mim por toda a minha vida, Carter e eu tínhamos sido melhores amigos desde sempre. Minha mudez tinha tocado em cada relacionamento na minha vida de uma forma ou de outra. Essa era a primeira vez que eu pensei nessa palavra sobre mim mesmo. Eu tentei não comparar a palavra ‘mudo’ com ‘quebrado’. Os corredores da escola estavam muito silenciosos quando eu fiz meu caminho em direção ao meu armário. Ele sacudiu ensurdecedor quando abriu. Uma única folha de papel pautado branco caiu no chão. Deve ter sido dobrado e deslizado entre as ripas de ventilação. Eu me abaixei e peguei o papel do chão azulejo frio e desdobrei-o. Vejo você no terceiro período, era tudo o que estava escrito. Era escrita de uma menina, isso era certo. Clara e organizada.
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O terceiro período era a minha nova classe de LSA Independente. [Linguagem de Sinais Americana] Me perguntando quem o meu novo colega seria, eu escondi meus livros para minhas aulas posteriores e fechei o armário. Indo em direção as escadas para o nível superior, ouvi alguém gritar atrás de mim. — Jake, espere! — Eu virei para ver River correndo atrás de mim, vindo da direção do banheiro feminino. Ela sorriu quando me viu, apenas brevemente olhando para minha bela cicatriz. — Rain disse que você poderia voltar para a escola hoje. Eu só balancei a cabeça, tentando gerenciar um sorriso. — Deve ser um pouco terrível, né? — Disse ela, franzindo o nariz um pouco. — Falando sobre atenção. Sério, eu escrevi no meu caderno de bolso. — Ei, olhe. — ela sorriu. Para minha surpresa, ela começou a fazer sinais com as mãos movendo-se lentamente e com cuidado. — Eu aprendi na internet há alguns dias. Eu dei uma risada silenciosa. Desculpe, eu não tenho ideia do que isso significa. Ela riu de mim, dando-me um olhar incrédulo. — Significa Você é um idiota. Eu dei-lhe um olhar perplexo e um olhar duro. Idiota? Por quê? — Por me dar um bolo no baile — disse ela em um tom muito feminino. Só me levou um segundo para perceber que ela estava brincando. Ela rir deixou muito mais difícil. — Você realmente pensou que eu estava falando sério por um minuto, não é? Eu só balancei a cabeça, revirando os olhos para ela.
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— Ei, eu vou te ver na hora do almoço ou algo assim — disse ela, virandose na direção oposta. — Eu tenho que voltar para a aula. E Jake, basta estar preparado para o sexto período. Antes que eu pudesse pedir para ela se explicar, ela saiu para o corredor. Com mais nada para fazer, eu fiz o meu caminho para o andar superior, para o segundo período, Física. Soltando a minha mochila no chão, eu caí no chão ao lado dela. Eu pesquei meu celular do meu bolso, apenas recebendo um ponto de serviço nesta ilha no meio do nada. Havia duas mensagens de texto, uma da mãe e uma de Jordan. Mamãe ia matar Jordan por mandar mensagens de texto durante a aula. Como estão as coisas? A primeira mensagem da minha mãe. Você está bem? A segunda dizia. Jordan disse praticamente a mesma coisa. Eu tinha acabado de responder as mensagens de texto a ambos que as coisas estavam bem, quando a campainha tocou, sinalizando o fim do primeiro período. Eu puxei o capuz do meu casaco por cima da minha cabeça e tentei afundar no chão tanto quanto eu podia, quando os estudantes começaram a afluir de salas de aula para encher o corredor. Assim que eu tinha certeza de que a sala de aula estava vazia, eu escorreguei para Física. O Sr. Roy nem sequer olhou para mim quando me acomodei em uma cadeira perto da parte de trás da sala de aula, grato que ele não atribuía assentos. Espero que eu não esteja roubando o lugar de ninguém. Eu não podia ter certeza já que esta era uma das minhas aulas reorganizadas. Eu puxei meu livro e comecei a vasculhar as minhas notas, tentando parecer ocupado e me mantive sobre a proteção do meu capuz. Ouvi alguém deslizar para o assento ao meu lado quando o sino tocou, outros alunos passando pela porta. Eu roubei um olhar de soslaio. Meu coração pulou no meu pescoço quando eu vi Samantha sentando ao meu lado. Ela olhou duas vezes, seus olhos travando com os meus.
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— Jake — ela disse, inclinando-se para frente. Ela empurrou a franja dos olhos dessa forma adoravelmente irritante dela. — Ei, eu não sabia que estavam mudando você para essa classe. Tentei gerir um sorriso e pressionei um dedo nos meus lábios, olhando em volta para ver se alguém a tinha falar. Olhos tinham brilhado na minha cara, incluindo os do Sr. Roy. Olhei para Sam e vi sua boca gesticular — Desculpe — e dar um sorriso de desculpas. — Sr. Hayes. — Sr. Roy disse quando ele se levantou da cadeira e começou a andar na minha direção e os estudantes continuaram a encher a sala de aula. — Fico feliz em ter você de volta. O Diretor Hill me ligou a poucos minutos atrás para avisar que você estaria se transferindo hoje. Eu poderia apenas acenar. — Se você precisar de alguma ajuda envolvendo a matéria que perdeu, me avise. Sua lição de casa pareceu boa. Obrigado, eu risquei no caderno na minha frente. Sr. Roy olhou para a minha página contemplativamente por um momento, e então olhou para a minha cara. Ele deu um pequeno gemido que eu não entendi muito bem, e, em seguida, caminhou de volta para frente da sala de aula quando o sino soou atrasado. Quando o Sr. Roy começou a falar sobre coisas que eu realmente não entendia, um pedaço de papel dobrado apareceu na minha mesa pela direita. Olhei para Sam quando ergui a mão para pegá-lo. Ela olhou fixamente para o que o professor estava rabiscando no quadro branco. Desculpe, lia-se. Eu não queria expor você. Eu li duas vezes, olhando para trás para Samantha uma vez. Meu peito se abriu em uma pequena corrida estranha.
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Não se preocupe, eu respondi. Eles iriam me perceber aqui eventualmente. Coloquei o bilhete de volta na sua mesa. Ela muito furtivamente colocou os dedos em volta dele e abriu a página em sua mesa. Um pequeno e triste sorriso se espalhou em seu rosto quando ela voltou sua atenção para a aula. Eu não tinha ideia do que deveríamos estar aprendendo naquele dia.
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3 horas desde pisar no centro das atenções
O
sinal finalmente tocou, terminando o segundo período. Eu não conseguia decidir se a hora havia passado rápido demais, ou quase não rápido o suficiente. Samantha me deu um pequeno
sorriso de lado quando ela saiu da sala, segurando seus livros em seu peito. Suspirei e balancei minha cabeça enquanto eu deslizava minhas coisas de volta na minha mochila, e puxei o capuz sobre a cabeça de novo. Cara, eu sou patético. O que eu sou? Alguma menininha apaixonada? Eu pensei para mim mesmo. De alguma forma, eu consegui chegar à minha próxima aula sem ninguém me ver, ou pelo menos eu não os vi me ver. Minha classe de estudo independente ficava localizada na extremidade do ensino médio, em uma sala que só era usada para ensinar história antiga do mundo durante um período do dia. Quem quer que meu companheiro de estudo independente fosse, ele não estava lá quando cheguei na sala. Eu acendi a luz, as lâmpadas fluorescentes zumbindo para a vida em cima de mim. Puxando o capuz para baixo, deixei minha bolsa em uma das dezenas de mesas e afundei nela. Vasculhando minha mochila, peguei um caderno novo, um com uma capa vermelha. Lembrei-me, então, como o psicólogo tinha me aconselhado a escrever em um diário com frequência. Algo sobre como eu não poderia expressar o que eu tinha a dizer, e às vezes eu teria coisas a dizer que eu não queria que ninguém mais ouvisse. Parecia a porcaria normal de psicólogos, mas por alguma razão eu quis dizer algo sobre este dia estranho e louco, e o benefício inesperado que veio do meu novo horário de aula.
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A porta rangeu quando ela se abriu e meus olhos saltaram do caderno para ela. A última pessoa que eu esperava ou queria que estivesse na porta era Samantha Shay. — Oi Jake. — ela disse com um pequeno sorriso, dando um pequeno aceno de lado, mesmo que estivéssemos a menos de dez metros de distância. Seguindo por puro instinto, eu tentei dizer Oi de volta, mas ao invés disso, me senti como um idiota quando nenhum som saiu. Eu só podia dar um aceno estranho de volta. Ela pelo menos foi gentil o suficiente para não sorrir ou rir da minha tentativa de falar. Ela fechou a porta atrás de si e caminhou até a mesa ao lado da minha. Ela deixou cair sua bolsa no chão quando ela afundou em sua cadeira. — 'K, isso parece muito estranho, sentados lado a lado, quando somos só nós dois. — ela meio que riu. Vamos virá-las para que nós fiquemos de frente um para o outro. Eu me senti estranho e esquisito quando nós dois nos levantamos, pegamos as nossas carteiras e as arrastamos até que elas estivessem tocando um ao outro na frente. Quando nos sentamos, os nossos joelhos acidentalmente se esbarraram. Eu esperava que eu não estivesse corando, ou algo embaraçoso assim. — Então. — disse ela com um sorriso brilhante, olhando para mim quando ela puxou seus livros de sua bolsa. Uma meia dúzia de anéis que ela usava em seus dedos brilhava na luz. Ela tirou um livro que parecia que pesava cerca de quatro quilos. Facilmente. — Você está feliz por estar de volta à escola? Eu dei de ombros, sentindo como se meu estômago estivesse cheio de ácido ou algo assim. Tudo dentro de mim parecia que estava se contorcendo.
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Por que o meu tutor tinha que ser Sam? Eu estava feliz por ter mais aulas com ela, mas eu não queria que ela estivesse comigo, sempre vendo os efeitos daquela noite de bebedeira estúpida. — Estou muito feliz que esteja bem. — disse ela, de repente, seus olhos cada vez mais sérios. Eu pensei ter visto algo piscar atrás deles, mas não sabia o que era, ou se eu realmente vi algo. — Toda a escola foi totalmente devastada quando descobrimos o que aconteceu. E assim, ela me colocou de volta no meu lugar distante. Acho que isso vai me ensinar uma lição para não beber, eu escrevi com as mãos mais frágeis do que eu teria gostado. — É uma lição muito dura. — disse ela, seus olhos nos meus. Eles me lembravam de chocolate derretido. — Mas eu acho que é uma lição, não menos. Eu apenas dei de ombros, meus olhos caindo de seu rosto. Naquele momento eu não tinha certeza se eu iria conseguir passar pelo terceiro período sem morrer ou me encolher de humilhação. — Ok. — Sam disse, respirando fundo e se sentando reta. Então, eu venho fazendo LSA há pouco mais de um ano. Obviamente, com o quão pequena é a nossa escola, nós não temos nenhum professor que realmente ensina, ou interesse suficiente para eles acharem alguém. Por que você decidiu fazer LSA por conta própria, afinal? Eu escrevi, virando o caderno para que ela pudesse ler. — Uh. — ela tropeçou em suas palavras, seus olhos de repente longe dos meus. — Um membro da minha família perdeu a audição de repente. Eu pensei que seria uma coisa boa para se fazer. Eu não acreditava no que ela disse. Quase todo mundo na ilha sabia que Samantha não tinha família além dela e da mãe solteira, que viajava a
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negócios frequentemente, deixando Samantha em casa sozinha a maior parte do tempo. — Quanto de linguagem de sinais você aprendeu? — perguntou ela, habilmente mudando de assunto. — Eu sei que você provavelmente não teve muito tempo para pegar nele, com tudo o que você já deve ter passado quando... Ela parou, da mesma forma que muitas pessoas faziam quando mencionado o que tinha acontecido comigo. Acidente? Eu escrevi para ela. — Sim, é. — disse ela, colocando uma longa mecha de cabelo atrás da orelha, desconfortável. — Está tudo bem se eu chamar assim? Eu não... quero te ofender nem nada. Não sei mais do que mais você poderia chamá-lo, eu escrevi. Eu poderia dizer que eu estava sendo um pouco idiota, mas eu não tinha certeza de como me parar. Minha noite idiota de autodestruição? — Acidente seja, então. — Sam disse, seus olhos caindo para o livro em frente a ela. Pelo tom de sua voz, eu poderia dizer que eu a tinha ofendido. Eu deveria ter pedido desculpas, mas eu já me sentia estúpido o suficiente. Em vez disso, comecei a sinalizar meu nome, seguido pela frase que eu conhecia. Eu sou mudo. É isso aí, eu escrevi quando eu terminei. — Okay. — ela disse, com um tom uniforme e natural novamente. — Isso é um começo. Você conhece o alfabeto inteiro? Eu balancei minha cabeça e estendi a mão para a minha caneta. Não muito. Apenas as letras do meu nome. — Nós vamos começar por aí, então. — disse Sam, misericordiosamente me dando um pequeno sorriso.
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E era por isso que eu era apaixonado por Samantha Shay desde o primeiro dia em que a vi. Porque mesmo que eu esteja sendo um idiota para ela, ela ainda estava sendo boa para mim. Sam era uma das pessoas mais legais que eu jรก conheci.
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1 ano atrás 4 meses no penúltimo ano — Bom jogo, Kelly. — Carter falou quando algumas das meninas do time de basquete caminhavam para fora. Ela acenou, dando-lhe um breve sorriso. Carter parecia um pouco derrotado que ela não fosse parar para flertar com ele ou algo assim. Coloquei minhas mãos em meus bolsos, fingindo que eu não estava olhando para Sam. Carter e Rain tinham sido implacáveis com suas provocações e piadas recentemente. Não podendo vê-la, eu observei quando três outras meninas da equipe saíram do vestiário e se dirigiram para as portas para o estacionamento. — Cara, Karina seriamente precisa aprender a usar alguma loção. — Carter disse em voz baixa, levantando uma sobrancelha enquanto ela caminhava com seus amigos. — Nós podemos ter que jogá-lo no tanque com Charlie em breve. Charlie era a iguana gigantesca de Carter que ele tinha desde os doze anos de idade. — Karina tem uma condição de pele que está piorando, seu idiota. Sam de repente apareceu, sua mochila pendurada no ombro. Ela ainda estava suada do jogo, a camisa agarrada a sua pele. Eu poderia ter tido um momento difícil não olhando para ela se ela não parecesse tão brava. — Ela não consegue evitar. O rosto de Carter ficou instantaneamente vermelho, incapaz de encontrar os olhos de Samantha. Ele não disse nada, apenas ficou lá, sem jeito. — Você pode pensar duas vezes na próxima vez antes de julgar alguém assim — disse Sam, dando a Carter um olhar duro. — Talvez pensar sobre o que as pessoas dizem sobre você pelas costas.
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— Oh! Queimado! — Rain disse, apertando o punho nos lábios, rindo. Samantha apenas deu o mais ínfimo dos sorrisos, em seguida, virou-se e saiu do cômodo com sua mãe.
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6 horas desde pisar no centro das atenções 10 minutos até que ficasse muito pior
E
u senti como se estivesse em sobrecarga de Samantha naquele dia. Normalmente, eu não podia ver Sam o suficiente, mas com ela no meu segundo, terceiro, quarto e quinto períodos, eu sentia como
se seus olhos nunca deixassem os meus ou à minha cicatriz. Se isso tivesse acontecido há três semanas, eu teria estado muito animado. Mas eu realmente não queria que ela me visse assim. Mas eu tinha que admitir. Ela não estava olhando para a minha garganta. Ela realmente não estava me dando um tratamento especial. Realmente, ela estava agindo como uma amiga. River tinha razão para me alertar sobre algo que vinha no sexto período. Assim como o Sr. Donnor tinha avisado, foi dito para a classe de Marcenaria ir até o ginásio para uma assembleia. Meu estômago afundou imediatamente em meus pés. Eles não teriam realmente uma assembleia por mim, não é? Eu tentei perguntar a Carter e Rain sobre isso quando fomos em direção ao ginásio, mas eles não estavam exatamente sendo uteis. Eu imaginei que eles achavam que estavam sendo engraçados por não me dizerem o que estava acontecendo, mas estavam me irritando. Vi Sam andando na frente de mim e aumentei meu ritmo. Alguma ideia do que está acontecendo? Eu rapidamente escrevi. Peguei suavemente seu braço para chamar sua atenção e levantei meu caderno de bolso para ela ler. Ela olhou para mim, com uma expressão que ela não tinha certeza se deveria dizer alguma coisa. — Não é totalmente sobre você — disse ela. — Mas, sim, você vai receber muita atenção.
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Devo ter empalidecido ou algo assim, porque sua expressão foi de repente de simpatia. — Você quer se sentar perto de mim? — ela perguntou, batendo o braço contra o meu. Olhei uma vez para trás, para Carter e Rain. Ambos me deram uma piscada incentivando com acenos presunçosos, então eu percebi que eu estava pronto para ir. Obrigado, eu escrevi. Todos se acomodaram no ginásio, o volume das vozes de todos parecendo ecoar no chão de madeira. Segui Sam no meio da multidão e nos sentamos na segunda fila do chão, bem no meio da arquibancada. Eu dei-lhe um olhar inseguro. — Isso vai facilitar as coisas. — disse ela, me dando um sorriso de desculpas. Ela torceu um dos anéis em seu dedo polegar. Eu só balancei a cabeça e virei para observar o Diretor Hill e alguns outros professores em pé no meio do ginásio. Havia um microfone sobre uma mesa, bem como uma pilha de papéis coloridos. Minhas mãos começaram a suar e de repente eu coçava por toda parte. — Sentem-se, por favor. — Diretor Hill disse no microfone, de pé em frente à mesa dobrável. Os cento e sessenta ou mais alunos do Orcas High fizeram seu caminho para as arquibancadas. Vamos começar. Eu me senti como se uma centena de pares de olhos estivessem queimando a parte de trás da minha cabeça. Eu lutei contra a vontade de puxar meu capuz de volta. — Você está bem? — Sam sussurrou, seu ombro escovando no meu quando ela se inclinou para mim. Engoli em seco e assenti.
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— Eu queria saudar a todos a esta assembleia especial. — O Diretor Hill disse, andando para trás e para frente no chão da quadra de basquete. — E nós especialmente damos boas-vindas a Jake Hayes de volta. Nós todos sentimos sua falta. O ginásio de repente irrompeu em aplausos, o meu nome sendo gritado por vários dos estudantes. Virei-me um pouco e acenei para eles, sentindo como se eu pudesse morrer de embaraço. — A nossa escola sofreu uma grande tragédia, todos vocês sabem que. — Diretor Hill disse, parando em frente à mesa e inclinando-se contra ela. — Algumas más escolhas foram feitas e, infelizmente, há algumas consequências permanentes devido a essas escolhas. Oh Deus. Eu pensei que eu ia morrer. — Jake — Diretor Hill se dirigiu a mim diretamente. — Esta é a segunda assembleia que tivemos em duas semanas. O corpo discente todo direcionou a última. Eu pediria à nossa presidente do corpo estudantil, Norah Hamilton, para vir aqui e mostrar a você o assunto da última assembleia. Ah, não... Eu realmente ia morrer. Norah começou a descer as escadas, os saltos altos batendo a cada passo que ela dava. Ela deu um sorriso brilhante enquanto ela passava por mim e Sam e pegou o microfone do Diretor Hill. — Jake — disse ela, olhando diretamente para mim. — O que aconteceu com você foi além de trágico. E, na verdade, todos nós somos culpados pelo que aconteceu com você. Como um corpo discente, todos nós admitimos que temos um problema. Viver em uma ilha tão pequena com, vamos dizer, basicamente nada a fazer nesta época do ano, nós muitas vezes recorremos ao álcool para nos manter entretidos.
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Eu ouvi um monte de gente se contorcendo quando Norah falou. Gostaria de saber se todos na festa de Rain tinham admitido estar lá. Praticamente todo mundo na escola bebia de vez em quando em festas. — Mas, com tudo o que aconteceu com você, Jake, nós percebemos que temos um problema. E nós não queremos ver isto continuar até que algo pior aconteça. Com o quão horrível o seu acidente foi, poderia ter sido muito pior. Olhei por cima do ombro para os alunos atrás de mim. Fiquei surpreso ao ver que várias meninas tinham os olhos avermelhados, um monte de caras estavam balançando a cabeça, inclinando-se para frente, escutando cada palavra que Norah dizia. — Todos nós já conversamos, e estamos prontos para desistir. Toda a bebida, todo o álcool — Norah continuou, os olhos passando ao longo do corpo discente todo. Fiquei surpreso que seus rostos refletiam o que ela disse. — Estamos prontos para fazer uma promessa de não beber, nunca mais, isso por todo ano letivo. Norah pegou um dos papéis coloridos fora da mesa e ergueu-os. — Eu estou pedindo a todos vocês para assinarem comigo. Para não beber de novo, e para não deixar que outra tragédia como essa aconteça novamente na nossa escola. Tem canetas aqui e um pouco de fita. Vamos coloca-los em um mural na Câmara como um lembrete do nosso compromisso. Ninguém se moveu por um segundo, todos à espera de alguém para dar o primeiro passo. E, em seguida, Samantha se levantou e caminhou até a mesa. Ela pegou um papel verde brilhante e escreveu seu primeiro nome em grandes letras em negrito. Pegando um pedaço de fita, ela virou-se para trás e olhou para mim. Subi para os meus pés e cruzei a mesa. Mal olhando para Norah, peguei um papel azul, arranhei o meu nome em toda a folha, e peguei um pedaço de fita. Ouvi uma massa de pés atrás de mim e me virei para ver todo o corpo discente descer as arquibancadas.
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Parei ao lado de Samantha e observei quando cada um deles assinou seu nome na promessa. Todos olharam para mim quando eles terminavam. Muitos deles disseram coisas como: ‘Sinto muito pelo que aconteceu’, ‘Fico feliz em ter você de volta’ e ‘Obrigado por nos trazer à realidade’. E então, como um corpo discente, todos saíram do ginásio para a área comum. O professor de Governo dos EUA, Sr. Crow estava no topo de uma escada. Um por um, cada um dos estudantes lhe entregou as promessas e ele as colou no lado da passarela que dava para a área comum. Com Norah direcionando onde colocálos, ele as colou. Elas seriam a primeira coisa que todo mundo iria ver quando eles andassem pelas portas da frente todos os dias. Quando olhei em volta pelos meus colegas, fiquei surpreso ao ver que cada um deles estavam sendo sinceros quando assinaram esse compromisso. Eu via em cada um dos seus rostos. Eles estavam realmente arrependidos pelo que aconteceu comigo. Eu sabia que muitos deles não iria realmente manter essa promessa pelo ano inteiro. Mas isso era um passo. Eles realmente estavam dispostos a tentar. Pelo menos por um tempo. Fora de tudo de ruim que tinha acontecido nas últimas semanas, pelo menos uma coisa boa tinha vindo daí. Talvez com o que tinha acontecido comigo, eu poderia evitar que algo pior acontecesse com outra pessoa.
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1 hora desde a assembleia
E
u peguei uma carona com Carter depois da escola. Como ele já conseguiu comprar um carro novo, eu não sabia. Meio que me incomodava se eu for ser sincero. Mas parecia bom voltar ao
normal só um pouco, indo para casa da escola com um dos meus melhores amigos. Carter me deixou na minha casa, a van gigantesca da mamãe já estacionada de volta na garagem. Notei uma bicicleta detonada com um reboque amarrado à parte de trás dela estacionado ao lado dele. Eu tinha visto essa bicicleta antes. Eu abri a porta da frente e entrei para ver a mamãe conversando com um rosto familiar. — Jake. — disse a mãe, pulando como se tivesse sido pega fazendo algo ruim. — Você está em casa. Você se lembra de Kali? Eu não diria que eu me lembrava dele. Todo mundo sempre via Kali andando pela cidade em sua bicicleta com seu reboque atrás. Kali tinha a pele escura de tinta e uma cabeça cheia de alguns dreadlocks. Kali é difícil de perder. Eu apenas assenti. — Bem. — disse a mãe, parecendo um pouco desconfortável. — Kali conhece a língua de sinais desde que ele era uma criança e quando soube o que aconteceu com você, ele se ofereceu para ajudar a ensiná-lo. Um nó duro se formou no meu estômago. — Minha mãe nasceu surda, assim como a minha irmã mais nova. — Kali disse. Ele tinha um sotaque haitiano que deixava algumas de suas palavras difíceis de entender. — Eu tive sorte o
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suficiente para conseguir ouvir, mas com apenas nós três, eu sabia a linguagem de sinais melhor do que eu sabia falar. Eu pensei que talvez eu pudesse ajudar. Eu já estava ficando tão cansado de toda essa atenção. Eu não queria nada mais do que a vida voltasse ao normal, de volta aos dias em que eu passava as tardes praticando futebol e procrastinando minha lição de casa. Sem dias de pânico em volta de Sam e tendo um homem louco da cidade me oferecendo sua ajuda. — Está tudo bem, Jake? — Mamãe perguntou. Como eu poderia dizer não? Isso teria sido rude e desconfortável. Eu dei apenas o menor dos acenos. — Ótimo — disse a mãe, com os ombros relaxando visivelmente. — Eu vou deixar vocês dois, então. E assim, mamãe saiu da sala e para a cozinha, deixando apenas nós dois sozinhos. Estranho. — Você quer tentar alguns lances? — disse Kali, um pequeno sorriso em seu rosto escuro. Franzi minha testa para Kali, não tendo certeza se tinha ouvido direito. Pensei que supostamente era para falar com as nossas mãos, e não usá-las para jogar uma bola. — Eu não tenho jogado em um longo tempo. — disse ele, dirigindo-se para a porta da frente. — Eu acho que você provavelmente não tem jogado também. Olhei na direção da cozinha, um vislumbre da minha mãe espionando. Ela apenas balançou a cabeça e me dispensou. Então, deixei a minha mochila no chão e segui Kali para fora.
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O pai tinha instalado uma cesta de basquete sobre o nosso caminho logo depois que nos mudamos para a ilha 14 anos atrás. Ela estava muito detonada e estava precisando de uma nova rede, mas havia se mantido muito boa considerando o quanto tinha sido usada ao longo dos anos. Kali pegou uma bola que estava na base do aro e começou a quicar. Ele atirou e fez um acerto tranquilo, já que caiu através da rede. Kali me deu um sorriso deslumbrante e ergueu os punhos no ar. Não pude deixar de sorrir de volta quando eu perseguia a bola. Voltei para o aro, prestes a atirar quando Kali chamou minha atenção. Ele fez um movimento com as mãos, repetindo-o três vezes. — Esse é o sinal para marcar. — disse ele, acenando para mim ir em frente e atirar. Joguei a bola. Ela circulou ao redor da borda duas vezes antes de cair através da rede. — E isso. — Kali disse, fazendo outro movimento. — Significa basquete. Eu fiz outro lance, deixando a bola quicar no lado da van inofensiva enquanto eu repetia os movimentos que Kali fez. — Bom — Kali disse, sorrindo quando ele assentiu. — E isso. — ele fez outro movimento. — Significa jogar. Você os coloca juntos para dizer ‘para jogar basquete’. Ele colocou os dois sinais juntos. Eu observei suas mãos de perto, me certificando de que eu iria fazer direito quando eu tentasse. Muito mais lentamente, eu repeti os movimentos da mão de Kali. — É isso aí! — Kali disse encorajador. Não vai demorar muito e vamos ter toda essa conversa em sinal. Eu tentei dar-lhe um pequeno sorriso, agarrando a bola novamente. Eu joguei-a, observando como ela caiu através da rede. A temporada de basquete iria começar de novo em cerca de um mês. Eu seria capaz de jogar? Enquanto nós continuamos a jogar basquete pela próxima hora, Kali me ensinou outros termos desportivos em sinais, rindo e brincando o tempo todo. Não demorou muito tempo até que eu silenciosamente ria junto com ele.
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Talvez Kali não fosse tão louco como todos pensavam. Talvez às vezes eu fosse tão culpado quanto qualquer outra pessoa por julgar tão rapidamente.
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A psicóloga me disse para escrever, por isso estou aqui. Eu não sei exatamente o que eu deveria dizer. Eu acho que ela queria que eu escrevesse sobre como eu estou tão bravo com o mundo, ou talvez com raiva de mim mesmo. Eu acho que eu deveria derramar todos os meus sentimentos nesta página, aqueles que eu não sinto vontade de dizer a ninguém. Mas eu realmente não sei o que dizer. Não ser capaz de falar é horrível. Não há nenhuma dúvida sobre isso. Por várias vezes eu quase me sinto como se eu estivesse preso dentro de mim mesmo. Como se eu não falar ou gritar ou rir eu vou explodir. A maior parte do tempo, quase parece que estou sufocando. E quando eu penso sobre o fato de que eu não vou ser capaz de falar para o resto da minha vida... isso parece muito tempo para sequer compreender. Sou capaz de lidar com não ser capaz de falar pela próxima semana, o próximo mês. Mas para sempre...? É claro que eu lamento a noite em que todos nós ficamos bêbados. Tantas vezes eu pensei, o que eu estava pensando? Mamãe estava certa. Todos os adultos estavam certos. Sobre ficar longe de drogas e álcool. E o mais estúpido é que eu acho que todo adolescente sabe disso. Todos nós sabemos que não é suposto fazer as coisas que os nossos pais nos dizem para não fazer. Mas é por isso que fazemos. Porque eles nos dizem não. O quão estúpido é que o meu maior arrependimento de tudo isso é o que eu não disse a Sam? Eu só fico pensando nisso, mais e mais, a cada hora de cada dia, como eu era um covarde. Eu queria dizer a Samantha que eu a amava por quantos anos? E agora eu nunca vou ter a chance de dizer a ela. Meu maior arrependimento é que eu não disse...
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Acho que deveria me ensinar uma lição sobre a procrastinação ou algo assim, certo? Quem não coloca as coisas realmente importantes da vida em espera? A vida pode ser muito cruel às vezes.
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Sete meses até a graduação E depois?
M
inha perna saltou para cima e para baixo enquanto eu me sentei em Física. Fazia três semanas desde que eu tinha voltado para a escola. Norah finalmente recuou, ela e Blake
estavam juntos. Olhos ainda faziam um buraco no meu pescoço, mas eles não se demoravam tanto como antes. Eu não era o espetáculo que eu tinha sido antes. Eu não estava aprendendo a língua de sinais muito rapidamente, mas eu não reclamava. Pelo menos eu estava começando a passar tempo com Samantha. Me pareceu estranho que ela não estava na sala de aula naquele dia. Samantha nunca perdia aulas. Nunca. Mas estávamos no meio da aula Física, e ela não tinha aparecido. O que eu ia fazer na nossa aula de estudo independente durante o terceiro período? Eu não era exatamente ótimo em transformar as imagens em nossos livros em movimentos da mão. Me sentei com a minha testa descansando na palma da minha mão, fingindo estar trabalhando com a planilha que o Sr. Roy tinha nos dado quando alguém deslizou para o assento ao meu lado. Minha cabeça virou para ver Samantha sentar em sua cadeira. Ela parecia cansada. Seu cabelo estava uma bagunça, suas roupas amassadas. Você está bem? Eu escrevi no caderno com a capa vermelha - a que eu só tinha usado para escrever para ela - e eu sorrateiramente deslizei através de sua mesa. Samantha olhou para mim uma vez, algo como o medo ou a aparência de ser apanhada piscando em seus olhos. Ela voltou sua atenção para o caderno e pegou um lápis.
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Eu nunca tinha percebido até então, como a aparência física de Samantha tinha ficado um pouco mais dura durante os dias desde o primeiro dia de escola. Suas roupas sempre parecia enrugadas e desgastadas. Havia sempre bolsas sob os olhos. Parecia mais magra do que ela estava no final do ano passado. Talvez eu tivesse passado por estresse do ano letivo, ou que sua mãe tinha viajado a trabalho e Sam tinha que cuidar de si mesma. Eu realmente esperava que fosse só isso o problema. Samantha empurrou o caderno de volta para minha mesa e voltou sua atenção para a sua lição. Sim, ela escreveu. Apenas cansada. A energia acabou em nossa casa ontem à noite e eu não dormi muito bem. Fez um bocado de frio. Olhei para ela, embora ela não olhasse nos meus olhos enquanto ela estava ocupada. De alguma forma eu pensei que era uma mentira. A energia não apenas caia em uma casa na ilha a menos que houvesse um problema grave, mesmo na casa. Quando a energia acabava, ela acabava para a maior parte da ilha. Pelo restante da aula, eu não pude deixar de sentir que algo sério estava acontecendo com Sam. Na verdade, era um pouco bom, me preocupar com outra pessoa em vez de ser aquele com que se preocupar o tempo todo. A campainha tocou e Sam e eu seguimos caminhos separados para nossos armários. Carter e Rain se reuniram em volta do meu armário entre as classes, se queixando sobre estar entediado já que a época de futebol tinha sido cancelada. Eles estavam realmente falando sério sobre fazer trilha naquele fim de semana. Nós não fazíamos trilha desde o sexto grau. Eu sugeri o lago. Com o Halloween a apenas uma semana de distância, ele estaria congelando, mas pelo menos era algo para fazer.
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Quando o sinal de alerta tocou, eu finalmente fui para a extremidade do edifício. Samantha já estava lá, lendo um dos livros que tinham sido atribuídos na aula de Inglês. Ela nem sequer me notou quando eu entrei e virei minha mesa para a dela. Eu a observei enquanto ela lia, mordendo o lábio inferior, deixando-o vermelho e um pouco inchado. Seu rosto parecia totalmente concentrado. Ela usou seu polegar em sua mão livre para girar o anel em seu dedo indicador em um círculo lento. Seus pés estavam apoiados sobre a mesa, fazendo com que ela parecesse abarrotada e presa em seu assento. Decidindo não incomodá-la, peguei o caderno onde ela tinha escrito mais cedo e o coloquei junto ao meu livro de sinais sobre a mesa. Abrindo a seção em que estávamos, eu comecei a estudar as imagens, tentando fazer minhas mãos tridimensionais parecem com as imagens planas e os bidimensionais do livro. Um livro era uma maneira ridícula de aprender a língua de sinais. Eu não tinha notado que Sam tinha pegado o meu caderno até que ela empurrou-o na minha frente de novo, mais de sua caligrafia rabiscada abaixo com o que ela tinha escrito no período anterior. Então, eu queria tentar algo diferente hoje, ela tinha escrito. Eu não vou falar durante a aula toda também. Então é escrever ou fazer sinais. Talvez isso irá ajudá-lo a se acostumar mais rápido. Eu olhei para ela, dando-lhe um olhar duvidoso. Ela apenas sorriu para mim inocentemente, descansando o queixo nas mãos, e bateu os olhos em mim de um jeito provocante. Um pequeno sorriso se espalhou no meu rosto enquanto eu balancei a cabeça para ela. Isso deve ser interessante, eu escrevi sob sua caligrafia elegante. Ela pegou o caderno. Eu tenho que admitir, eu fiquei curiosa sobre como tem sido assim para você, não ser capaz de falar. Talvez um dia eu experimente por um dia inteiro. Ooo, um dia inteiro, eu zombei dela na página.
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— Hey! — disse ela defensivamente. Percebendo seu erro, ela cobriu a boca com as mãos, com os olhos cada vez mais abertos. Eu apenas ri silenciosamente e balancei a cabeça. Risquei o ‘dia inteiro’ da página e substitui por ‘um minuto’. Ok, ela escreveu. Isso pode ser um pouco mais difícil do que eu pensava. Ei, é um pouco legal, eu escrevi. Não ser o único silencioso. Eu não posso nem imaginar. Deve se sentir muito solitário. Poderia ser pior, eu escrevi. Eu observei o rosto de perto enquanto ela lia. Seus olhos permaneceram lá por mais tempo do que teria levado para ler a frase, me fazendo querer saber o que estava passando por sua cabeça. Pronto para começar, Escreveu ela, sentando-se um pouco mais reta. Ela parecia um pouco desconfortável. Muito bem, eu pensei comigo mesmo. Que jeito de estragar o que quer que estava acontecendo.
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4 dias para o lago Finalmente, algo a se esperar ...
O
s planos para o lago naquele fim de semana foram ficando mais elaborados enquanto a semana passava. Realmente ajudou que o clima supostamente chegaria a vinte graus. Considerando
que não ficaria muito mais quente do que no meio do verão, era praticamente uma onda de calor. Pelo que Carter e Rain disseram, pelo menos, metade da escola estava planejando ir no sábado. Até mesmo Samantha iria. Eu tentei não pensar muito em como Sam pareceria em uma roupa de natação. Até o final da semana, as coisas estavam começando a parecer... quase normais. O Diretor Hill tinha permitido a maioria dos caras que estavam na festa na noite do meu acidente voltarem para o time de basquete. Os treinos seriam a partir de segunda-feira. Eu tinha encontrado com a maioria dos caras todos os dias depois da escola na sala de musculação para treinos extras de preparação. Kali e eu tínhamos entrado em uma rotina ao longo das últimas semanas. Ele vinha à noite, às terças e quintas-feiras. Íamos para caminhadas ou jogar basquete, ou até mesmo em um passeio de bicicleta uma vez. E ele me ensinava sinais, sempre aplicáveis a tudo o que estávamos fazendo naquele dia. Eu me sentia muito estúpido por não aprender muito rápido. Mas Kali foi paciente comigo, sempre fácil. Outras vezes, ele nem sequer realmente fazia qualquer sinal, ele só contava histórias sobre quando ele era um garoto no Haiti. Eu não me sentia tão triste depois de ouvir Kali falar de sua infância.
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Quando o sábado chegou, eu conseguia oficialmente me apresentar em linguagem de sinais, explicar que eu era mudo, e poderia dizer a alguém o que eu gostava de fazer no meu tempo livre. Por alguma razão, eu me senti mal que eu estava aprendendo mais sinais com Kali do que eu estava com Samantha. Eu poderia dizer que ela estava ficando frustrada que não estávamos progredindo muito rápido. Imaginei que seria frustrante para a menina mais inteligente da escola. Quando o sábado chegou eu peguei carona com Rain no caminho de minha casa e nós dois fomos em direção ao Moran State Park. Enquanto nós dirigíamos em silêncio, eu podia sentir que algo estava mudando entre mim e meus dois melhores amigos. Carter, Rain, e eu não tínhamos saído muito desde o acidente. Eu percebia que eles estavam se esforçando para agir como se tudo estivesse normal, como se nada tivesse mudado entre nós três. Mas eles se afastaram um pouco. E havia sempre este pequeno bug na parte de trás do meu cérebro, que me lembrava de que se não fosse por eles, eu ainda poderia ser capaz de falar. Eu odiava que eu não podia culpá-los inteiramente por se afastarem. Tinha de ser estranho para eles. Era difícil falar com uma pessoa que não podia falar. Com todos os turistas indo embora, eu fui realmente capaz de encontrar estacionamento no lago pela primeira vez. Sem piscina pública na ilha, foi o que o lago se tornou. Eu passei mais da metade do meu verão lá, descansando e vestindo apenas minha sunga na grama ao lado do lago, ou saltando da ponte ou das plataformas. Realmente parecia que metade da escola estava lá naquele dia. Eu já podia dizer que não havia muito espaço sobrando para reclamar sobre a grama nivelada da costa.
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Assim que eu sai do Bronco, eu vi um carro parar no meio da estrada. De fora da porta do passageiro, pulou Samantha. Ela agradeceu o motorista, que saiu assim que ela fechou a porta. Pegar carona pareceria muito perigoso em qualquer outro lugar do país. Mas em Orcas parecia estranho você dirigir até sua casa sem ver alguém procurando por uma carona. — Ei. — ela disse com um sorriso brilhante enquanto ela caminhava até meu lado. Rain deu uma olhada presunçosa de lado, e furtivamente se afastou. Essa foi provavelmente a mais assustadora carona que eu já peguei nesta ilha. Eu acho que estou um pouco bêbada só de andar no carro do cara pelos últimos cinco minutos. Eu dei uma risada silenciosa, me oferecendo para levar sua bolsa. Ela me deu um pequeno sorriso e a entregou. — Que cavalheiro. — ela brincou. Eu só bati nela com meu ombro, fazendo-a ligeiramente perder seu equilíbrio. Caminhamos por entre as árvores à beira do lago. Não havia realmente muito espaço para deitar. Metade das adolescentes estavam nuas por toda parte, espalhadas em cobertores ou espalhando-se uns aos outros. Carter estava no meio de um enxame de meninas, sem camisa, tocando seu violão e cantando. Ele poderia ter sido um bom guitarrista, mas ele definitivamente não conseguia cantar, e as meninas não pareciam se importar. Sam acenou para dois de seus amigos, Marina e Summer, mas para minha surpresa ela não foi se sentar com elas, apenas ficou ao meu lado, procurando um lugar para se instalar. Uma pequena centelha de esperança saltou para a vida dentro de mim. Muito lotado, eu escrevi no meu caderno de bolso.
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— Sim, isso está uma loucura. — disse ela, bloqueando o sol de seus olhos com a mão. — Eu acho que a escola inteira está aqui. De repente, ela olhou para mim, com um sorriso maroto no rosto. — Siga-me. Eu não pude deixar de sorrir também quando ela pegou a trilha que foi em torno de todo o lago. Ela saltou na minha frente, ganhando velocidade enquanto seus pés com sandálias corriam pela trilha. Joguei a bolsa de Sam e minha toalha por cima do meu ombro, deslizando meu caderno no meu bolso enquanto eu corria atrás dela. Nós não corremos para longe antes que ela diminuísse. Eu sabia onde ela estava indo antes mesmo de chegar lá. Havia uma ponte que atravessava uma parte do lago onde havia uma pequena lagoa. Eu tinha ido mergulhar aqui mais de uma vez, assim como tinha feito o resto da escola em um momento ou outro. Fiquei surpreso que não havia ninguém por perto. Era um local popular para saltar, ou até mesmo apenas para ficar sentado. Sam parou quando ela chegou ao meio da ponte. Ela chutou as sandálias para fora e escalou a plataforma da ponte até que ela estava em cima dela. Eu só podia observá-la com admiração quando ela fechou os olhos, levantando os braços, e eu só fiquei lá. Ela parecia... livre, de pé lá. Como se ela sempre carregasse o peso de seu futuro em seus ombros, mas ali, acima da água e ao sol, ela parecia diferente. Ela estava linda. Mas eu não podia dizer isso a ela. Sam, de repente deu uma risada, seus olhos piscando na minha cara. Eu pulei, sendo pego olhando em flagrante. — Você vai pular comigo? — ela perguntou com um sorriso. De repente, ela puxou sua blusa sobre a cabeça e deslizou para fora de seus shorts jeans, jogando-os de volta na ponte. Ela ficou lá, com apenas seu traje de natação.
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Eu ri e peguei meu caderno de bolso. Vai estar congelando, eu escrevi. — Então. — ela provocou. — Você tem medo de um pouco de água fria? Eu ri de novo e balancei a cabeça. Colocando as nossas coisas para baixo, eu puxei minha camisa sobre a minha cabeça. Talvez eu só imaginei que Sam olhou por um momento muito longo, o mesmo que eu tinha feito com ela. Empurrando esse pensamento de lado, subi na grade até que fiquei equilibrado ao lado dela. — Você deve saber que eu não sou uma nadadora muito boa. — disse ela muito a sério, com os olhos grudados na água. E antes que eu pudesse reagir, Sam agarrou minha mão e me puxou para fora da grade com ela e em direção à água. A água parecia gelo quando envolveu a minha pele, me arrastando para suas profundezas. Minha cabeça veio à tona, e eu ofegava por ar. Quando a cabeça de Sam saiu da água, percebi que ela ainda estava agarrando a minha mão. Seus braços se agitaram, e ela engasgou quando a cabeça começou a afundar de volta sob a água. Merda. Sam não estava mentindo quando disse que não era uma boa nadadora. Apertando sua mão com mais força, eu a puxei para cima. Manobrando para que ela ficasse atrás de mim, puxei para seus braços para que ficassem em volta do meu pescoço. Ela tossiu violentamente, apertando firmemente em torno de mim. Felizmente, eu era um bom nadador e eu lentamente fiz o nosso caminho para as rochas no final da ponte. — Não foi divertido? — Sam disse, tossindo violentamente quando subimos de volta para a ponte.
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Eu olhei para ela tipo Sério...? Enquanto caminhávamos de volta para as nossas coisas. Peguei meu caderno e escrevi furiosamente. O que foi aquilo? Você estava tentando se matar?! Ela me deu um olhar tímido que era tão irritantemente bonito que praticamente lavou a minha frustração. — Eu nunca pulei da ponte antes — disse ela enquanto ela se secava com a toalha. — Há sempre muita gente em volta e eu não queria me envergonhar na frente de todos eles. Eu só... Eu só queria tentar. Eu só fiquei lá, quase não acreditando no que ela havia dito. Sam não estava disposta a tentar um salto na ponte na frente de todos os outros. Todos, menos eu. Uma risada de repente balançou meu peito, um sorriso quebrando em meus lábios. Eu apenas balancei a cabeça para ela. Sam riu também. Nós dois espalhamos nossas toalhas na ponte, cada um de nós deitados de barriga para baixo. — Oh sim, eu trouxe uma coisa para você. — disse Sam, se virando para que ela pudesse pegar a sua bolsa. Ela puxou meu caderno vermelho, o que eu usava para falar com ela. — Você deixou na minha mesa após a aula de Inglês ontem. Eu sorri, tirando-o de sua mão estendida, e o colocando de lado. Sam cruzou os braços na frente dela e descansou a cabeça sobre eles, deixando os olhos se fecharem. — Isso é bom. — disse ela, sua voz relaxada. — Acolhedor e tranquilo. Eu balancei a cabeça, deixando a minha cabeça descansar em meus braços. Nós não dissemos ou escrevemos qualquer coisa por um longo tempo. Silencio normalmente era desconfortável e constrangedor. Como se você precisasse dizer alguma coisa para preencher o espaço vazio no ar. Mas não
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me sinto assim com Samantha. Talvez tenha sido porque eu não podia dizer nada para preencher o silêncio, mas eu pensei que era mais como duas pessoas, estando apenas um com o outro, aproveitando a calmaria e o raro sol. Eu levantei minha cabeça para virá-la na outra direção quando o meu pescoço começou a doer e percebi que Sam estava deitada com o queixo descansando em seus braços, olhando para mim. Eu congelei lá, meus olhos fixos nos dela, apenas olhando para ela. Mesmo que Sam tivesse perdido muito peso recentemente, ela ainda era linda. Eu tinha pensado isso no primeiro dia em que a vi, depois que ela e sua mãe se mudaram para a ilha. Sam era um pouco diferente então. Ela sempre foi de longe a mais inteligente da nossa classe. Mas antes ela costumava ser mais... envolvida, em tudo. Ela tinha estado no time de basquete das meninas. Ela costumava sair com os amigos o tempo todo. Ela parecia um pouco mais... viva. Mas Sam estava diferente este ano. Ela não estava saindo para fazer esportes. Eu não a via interagir com qualquer pessoa, muitas vezes, além de Summer e Marina ocasionalmente. Ela parecia muito mais reservada. Ela parecia muito mais velha. — Acho que minhas costas estão queimando. Eu pulei violentamente quando ela falou, fazendo-a rir. Felizmente, ela apenas se virou de costas, deixando um de seus braços cair sobre os olhos para bloquear o sol. Eu tentei não pensar demais no momento em que tínhamos acabado de compartilhar, apenas olhando para o outro, e rolei de costas também. Ficamos em silêncio de novo por um tempo, apenas aproveitando o banho de sol. Mas eu podia perceber que havia algo na mente de Samantha. — Você será capaz de voar novamente, Jake? — ela perguntou em voz baixa, como se fosse uma sugestão.
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Algo afundou dentro de mim enquanto eu considerava sua pergunta. Eu pensei sobre o sentimento poderoso de controlar um avião, da corrida que eu sentia sabendo que eu estava a milhares de metros acima da Terra, a única coisa me impedindo de cair para a morte sendo duas asas de alumínio. Eu levantei minha mão e fiz o sinal para Não quando eu vagamente a ouvi tirar seu braço fora de seus olhos. — Eu sinto muito que você não pode mais. — disse ela, sua voz cheia de pensamento. — Eu sei o quanto você gostava de voar. Eu só olhava para o céu perfeitamente azul, tentando não me deixar sentir demais. Eu estava fazendo muito isso desde o acidente, como se eu tivesse criado uma tela sobre mim mesmo, que não iria permitir que todas as minhas emoções escorregassem através de mim e me afogassem. — Eu sempre quis pedir para você me levar para voar em algum momento — disse ela. Fiquei surpreso quando sua mão estendeu até a minha e ela entrelaçou os dedos com os meus, as costas das nossas mãos descansando contra as tábuas de madeira da ponte. — Eu nunca estive em um avião pequeno antes. Com tudo em mim, eu queria dizer a ela que eu desejava que eu pudesse tê-la levado para voar. Mas escrever e mostrar a ela teria quebrado o momento. E uma parte ainda maior de mim não queria ter que largar a mão de Sam. Nunca. Então, em vez disso, apenas apertei a mão dela. Havia muito sobre a minha vida que era ruim, agora que eu não podia falar. Mas se eu não tivesse ficado bêbado naquela noite, se aquele acidente não tivesse acontece, eu teria tido esse momento? Deitado ao sol, segurando a mão de Sam como se o tempo não existisse e o mundo real não pudesse nos tocar? De alguma forma, eu achava que não.
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5 horas desde... O que foi aquilo com Sam?
M
e deitei delicadamente na minha cama naquela noite. Depois de passar quatro horas no lago e não me preocupar em usar protetor solar, eu estava bem frito. Morando no noroeste do
Pacífico, eu não tinha muita exposição ao sol. A minha pele não estava acostumada a isso. Depois de um banho e de dizer boa noite para a minha família, cada um deles acenando para mim, me agachei na cama, dois dos meus cadernos na mão, uma caneta na outra. Um deles era o meu diário, o outro era meu caderno com Sam. Eu sorri, lembrando os acontecimentos do dia, enquanto eu folheava as páginas do caderno vermelho. A minha letra e a de Sam alternavam ao longo das páginas, a sua caligrafia elegante e cuidadosa, a minha sempre apressada e confusa. Eu estava prestes a colocá-lo de lado, quando notei uma escrita no final do caderno, de cabeça para baixo. Dobrando para trás a capa traseira, eu virei o caderno. Era uma página inteira da letra de Sam. Eu vi que você deixou seu caderno no final da aula de hoje. Eu coloquei na minha bolsa e iria entrega-lo a você depois da escola, mas eu não o vi. Eu achei que você já tinha saído. Sentada aqui sozinha em casa é uma merda. Mamãe está fora da cidade mais uma vez, como de costume, a trabalho. Ela fica mais fora do que dentro de casa esses dias. Você nunca espera que sentiria falta de um pai, até que ele se foi o tempo todo. Você acha que você sentiria falta de sua mãe se ela estivesse sempre fora? Eu aposto que sentiria. Sua mãe tem uma grande personalidade e tal, ela deixaria um grande buraco se ela tivesse ido embora.
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Eu fico pensando que talvez eu deveria ter mantido o esporte este ano. Eu vejo você, e sei o quanto você ainda quer jogar futebol, mas não pode mais, e eu me sinto mal que eu não vou fazer isso mesmo podendo. A escola parece tão avassaladora este ano, eu não acho que eu poderia manter tudo. Jake, eu realmente sinto muito sobre o que aconteceu com você. É horrível. Mas... Não me odeie por dizer isso, ok? Talvez eu não devesse. Que diabos, se eu mudar de ideia, eu acho que eu posso simplesmente rasgar esta página para fora e jogá-la fora. Você nunca vai ter que vê-la. Mas... Estou meio que feliz que aconteceu. Não há muitas pessoas com quem eu sinto que posso falar ultimamente. As coisas mudaram... para mim recentemente. Mas eu sinto que eu posso falar com você, Jake. Você escuta, e eu sinto que você realmente me vê como mais do que apenas a menina super inteligente na escola. Obrigado por ser meu amigo, Jake. Eu realmente preciso de você. Eu reli toda a página três vezes, sentindo como se não pudesse inteiramente absorver tudo o que ela havia dito. Um pequeno grupo se formou no meu peito enquanto eu lia as palavras de Sam. Samantha estava tão solitária. Eu tinha visto isso acontecer desde o início do ano letivo, pelo jeito como ela estava se afastando de seus amigos. Hoje cedo mesmo eu tinha notado como ela parecia muito mais velha. Foi um pouco assustador ver o que estava acontecendo. Naquela noite, eu fiz uma resolução. Eu não ia deixar Sam continuar a escapar em sua solidão. Obrigado por devolvê-lo. Eu acho que eu nem percebi que eu havia esquecido. Minha mente está tão distraída todos os dias depois de cada aula, tentando pensar em como passar pelas próximas salas lotadas, para que a mesma quantidade de pessoas me encarem até formar um buraco no meu pescoço. Às vezes parece que tem um farol nele, piscando para o mundo inteiro ver, só que não é legal, como o sinal do Batman.
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Sinto muito que a sua mãe não fique em casa por muito tempo nestes dias. Isso deve ser difícil, estar em casa sozinha o tempo todo. Eu sempre pensei que seria bom ter a casa só para mim por um tempo. Este lugar fica tão alto o tempo todo e sempre há muitas pessoas na mesma sala. Mas eu acho que eu sou grato por tudo o barulho e caos. Eu não sei se eu quero ficar sozinho com os meus pensamentos nesses dias. Até agora, eu não percebi o quanto todos na escola exceto você entendem o quão horrível é isto. Carter e Rain apenas brincam comigo não ser capaz de falar. Eu vou junto com eles, mas, sinceramente, eu gostaria que eles parassem um pouco. Eles estão apenas piorando a situação. Como eles nunca vão me deixar esquecer o que aconteceu. Eles são legais e são meus melhores amigos, mas... Então, eu sou grato que, com todas as coisas ruins, você têm sido o que é. Eu acho que eu preciso de você também, Sam. Meu peito estava batendo quando eu escrevi as letras. Lutei comigo mesmo por uns cinco minutos, debatendo se eu deveria rasgar a página fora e fingir que eu nunca escrevi nada disso. Fingir que eu nunca tinha visto a nota de Sam também. Eu poderia simplesmente jogar todo o caderno longe, fingir que eu o perdi, e forçar que tudo voltasse a ser como era. Isso pareceu a coisa menos perigosa de fazer. Mas eu meio que queria um pouco de risco. Eu queria ver o que estava no final deste túnel. O túnel tinha que levar à algum lugar eventualmente, certo?
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2 dias desde o que quer que fosse...
O
fim de semana foi angustiante, embora só faltasse o domingo até que eu pudesse voltar para a escola na segunda-feira. Eu nunca estive tão ansioso para voltar para
a escola, como eu tinha estado na segunda-feira. Eu estacionei meu carro no estacionamento e Jordan saltou longe para se juntar com seus amigos. Eu andei pelos corredores, meu coração martelando na minha garganta enquanto eu fazia meu caminho para o armário de Sam. Para meu alívio e pânico, ela estava lá, cavando através de algo no fundo do seu armário. Pegando o meu ritmo, eu coloquei o caderno na prateleira de cima, alcançando-a. Olhei para trás apenas uma vez enquanto me afastava, seus olhos encontrando os meus. Ela olhou para cima para ver as páginas em espiral na borda da plataforma. Ela olhou para mim, um sorriso se espalhando em seu rosto. Eu não pude deixar de sorrir também quando virei minha cabeça para trás na direção que eu estava andando e fiz meu caminho para Cálculo.
Meu bom humor foi derrubado um pouco quando Sam devolveu o caderno durante Física e ela só tinha desenhado um rosto sorridente. Eu não tinha certeza de como fazer isso. Nada parecia diferente entre nós dois durante algumas semanas depois daquele dia no lago e depois que eu li a nota. Nós éramos amigos. Eu estava certo sobre isso. Mas ela nunca tentou segurar minha mão de novo, não que eu realmente tenha esperado que fizesse. Foi estúpido da minha parte, e eu nunca deveria ter feito isso, mas um dia, antes de eu escorregar nosso caderno na
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mochila de Sam, eu escrevi: Você realmente não acredita no amor? Eu realmente desejei que eu nunca tivesse perguntado. Não, ela tinha escrito de volta. Acredito que as pessoas ficam apaixonadas, talvez elas até realmente gostem um do outro. Mas eu não acredito no amor. Esses tipos de sentimentos simplesmente não duram. Você os sente por um tempo, talvez até mesmo por alguns anos, mas finalmente o sentimento vai embora. Isso é o que aconteceu com os meus pais. Minha mãe tinha apenas dezenove anos quando conheceu Mike e ‘se apaixonou’ por ele. Ele tinha apenas vinte anos. Eles estavam loucos e meu pai ‘queria dar a ela tudo no mundo’. Eu acho que eles ficaram felizes por um ano ou mais. Felizes o suficiente para decidirem ter um filho. E, finalmente, o homem que é chamado de meu ‘pai’ deixou de amar minha mãe e deixou de me amar. Talvez o amor seja real, porque ele com certeza amava o seu álcool. Ele parou de voltar para casa, deixou de estar por perto. E, finalmente, ele acabou de vir. Eu não tenho visto ele desde que eu tinha seis anos. Se um homem não pode amar a sua própria prole, o que alguém pode amar? Então minha mãe e eu fizemos o que tínhamos que fazer. Nós mudamos nossos sobrenomes para seu nome de solteira e após o divórcio ter finalizado, nós seguimos em frente com as nossas vidas. O amor não dura. É uma fantasia. Isso me esmagou. Qualquer esperança, qualquer fantasia que eu já tive de dizer a Sam como eu me sentia, sobre a possibilidade dela sentir o mesmo, foi demolida.
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7 meses até a graduação
E
u estava grato pela distração dos treinos de basquete. Os treinos estavam acontecendo a duas semanas e nosso primeiro jogo ia ser uma semana a partir de sexta-feira. Eu tinha começado a me sentir
um pouco desligado a uma semana e meia antes do jogo, mas eu estava achando que não era nada mais do que um resfriado. Sam ficava me perguntando se eu me sentia bem e eu sempre dizia a ela que eu estava. Mas na quarta-feira eu tive uma febre de 40ºC e eu estava me sentindo tão fora de mim que eu nem percebi que minha mamãe tinha me carregado até a van e fomos até o desembarque da balsa. Eu estava voltando para o Hospital Infantil de Seattle. As dores que eu tinha achado como sendo apenas dores musculares me fizeram me enrolar em uma bola no assento e gemer de dor. Minha roupa ficou presa na minha pele de tanto que eu suava. Tudo no meu corpo doía. Com o passeio de balsa e a corrida de Anacortes a Seattle, foram cerca de três horas de viagem. Mas pareceram dias até entrarmos no hospital. Mamãe colocou o braço em mim e me ajudou a atravessar as portas da sala de emergência. Meus pés pareciam chumbo e meu corpo gritou de dor quando me mexi. Dr. Calvin estava esperando por nós quando entramos pelas portas. Eu nem sequer me lembro de ir das portas em uma cama de hospital. Eles começaram a ligar os tubos até meu braço, medindo a minha temperatura, e todos os outros tipos de coisas que os médicos faziam. Não demorou muito para que as luzes se apagassem.
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Eu tinha pegado uma infecção. Devido ao meu sistema imunológico enfraquecido, alguns pequenos vírus tinham ficado dentro de mim, entrando em minha corrente sanguínea e encaixando-se em meus pulmões e serpenteando para o resto do meu corpo. Não admira que começou a ficar tão difícil respirar durante o treino e sempre que eu ficava muito perto de Samantha. Eles me colocaram no uso de antibióticos, mas ia levar quase uma semana para o meu sistema se recuperar. Dr. Calvin disse que se eu não tivesse me forçado tanto no treino de basquete poderia não ter sido tão ruim. Ele me mandou ficar de fora do campo pelo resto da temporada. Foi o fim do esporte para mim pelo resto da minha vida escolar. Eu comecei a bloquear tudo para fora, me fechando enquanto os dias no hospital passavam. Ninguém veio me visitar desta vez, estando no meio das coisas e muito ocupados com a vida. Eu estava feliz que eles não vieram. Eu só queria ficar sozinho e sair da zona do mundo inteiro. Sete dias antes da Ação de Graças eu finalmente fui liberado. Mamãe tinha me dado um punhado de receitas médicas para mim, foi a única que prestou atenção suficiente para saber o que fazer com eles. Meu psicólogo tinha ido me visitar três vezes desde que fui readmitido. Eu não disse muito, apenas as coisas que eu sabia que eu precisaria dizer para não ser mantido por mais tempo para uma avaliação psicológica. Fui direto para o meu quarto quando chegamos em casa e não falei com nenhum dos meus irmãos ou irmãs. Parecia que isso nunca ia acabar. O mundo não ia parar de me bater até que não houvesse mais nada de mim, além de poeira.
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Nada para se esperar...
A
lgo se rompeu dentro de mim depois da minha última visita ao hospital. Aquela tela que eu tinha colocado sobre a minha cabeça desapareceu e eu me deixei afogar. Me deixei chafurdar,
me deixei sentir pena de mim mesmo, passei a me odiar. Me deixei odiar Carter por bater o caminhão, odiar Rain por me convencer a ir dizer a Sam que eu a amava aquela noite. Me deixei odiar Sam pelo fato de que eu a amava. Todo mundo se afastou depois daqueles lentos dois dias de pausa na escola antes da folga do feriado. Carter e Rain me ignoraram após o primeiro dia. River ainda tinha tentado falar comigo uma vez, mas eu acho que eu nem a tinha respondido. Sam continuou tentando persistir, a me dizer que as coisas não eram assim tão ruins. Mas eu não a ouvia. Como a vida poderia ser pior? Me sentei em frente a Sam durante a nossa classe de LSA, olhando para o nada. Ela estava fingindo que eu estava ouvindo, mostrando um novo sinal de que não tinha visto antes. Nosso caderno vermelho pairava entre nós, intocado por quase duas semanas. Eu estava pensando sobre como seria se não tivéssemos ficado bêbados na noite do meu acidente, se o acidente nunca tivesse acontecido, se o time de futebol poderia ter tido a oportunidade de estar jogando no estado nesse fim de semana. Se meu corpo não tivesse a fraqueza de uma criança de cinco anos de idade, eu ainda seria capaz de jogar no time de basquete. — Jake. — Sam finalmente gritou. — Você perdeu a sua capacidade de ouvir também? Meus olhos de repente saltaram para o rosto dela. Eu nunca tinha ouvido Sam soar tão brava e ela só tinha falado uma única frase.
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— Qual o problema com você? — ela exigiu, seus olhos brilhantes. — Você está agindo como um total idiota desde que saiu do hospital. Eu entendo que a vida meio que é horrível para você agora, mas você precisa superar a si mesmo e parar de sentir tanta pena de si mesmo. Minhas entranhas endureceram enquanto eu olhava para ela. Você não pode dizer coisas assim para pessoas como eu. Eu só peguei minhas coisas, empurrei-as de volta na minha mochila e sai da sala. Andei pelos corredores vazios e silenciosos, em linha reta para as portas da frente e até o meu carro. Joguei minha mochila no banco de trás, meus livros explodindo para fora dele. Batendo a porta atrás de mim, eu liguei o carro e a sai do estacionamento. Não tendo nenhum lugar em mente para onde eu queria ir, eu só dirigia. As velocidades lentas começaram a me irritar enquanto eu passava pelas estradas estreitas e sinuosas. Quarenta não era rápido o suficiente. Rasguei correndo pelo Corner Store, disparei como um foguete para o lago em Moran State Park. Logo eu estava passando o Café Olga e o Doe Bay Resort. Passei por uma estrada de terra. Eu não me importava que eu estava invadindo uma propriedade privada. Eu tive sorte, a trilha suja terminava logo um pouco antes da água, em um terreno baldio. O terreno era inclinado em direção à água antes de romper com o oceano. Saí do carro, deixando as chaves na posição de desligado na ignição, e sai para o cais que se estendia sobre a água. O outono retornou com força total, o céu nublado, a névoa sentada no topo da água do oceano. Ao longe eu podia distinguir das outras ilhas que bloqueavam a vista para o continente. Eu queria gritar enquanto eu estava lá, meus dedos pairando sobre a borda do cais. Eu queria deixar um uivo doloroso do intestino rasgar da minha garganta desfigurada em direção a esses céus nublados. Eu queria dizer cada palavrão que minha mãe sempre me ensinou a não dizer.
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Eu teria ficado satisfeito por um pequeno gemido, apenas contanto que algum tipo de som saísse dos meus lábios. Caí de joelhos, minhas calças ficando instantaneamente úmidas do cais. Eu caí para frente sobre as palmas das mãos e, eventualmente, afundei a testa nos joelhos, segurando meu cabelo com força suficiente para que eu ficasse surpreso que eu não estava tirando-o da cabeça. Amanhã era Dia de Ação de Graças. Amanhã meus avós Hayes viriam de Tacoma, a irmã do meu pai, tia Tally, traria seus três filhos. Nossa casa seria preenchida com o cheiro de um milhão de pratos, quando nós todos nos sentávamos em volta de nossa mesa de jantar gigante, e antes de comermos, cada um de nós diria uma coisa pela qual nós éramos gratos. Sentado lá naquela doca sozinho, eu não sentia como se eu tivesse alguma coisa para ser grato esse ano. Ou para sempre.
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Ainda nada... Algum dia haverá algo de novo...?
E
u não fui para casa até depois das onze naquela noite. Meus pais estavam pirando, prestes a chamarem a polícia para vir procurar por mim. Meu pai quase tinha me rasgado com o olhar. Eu tinha
parado ali, vazio, e recebi o sermão. O Dia de Ação de Graças amanheceu cinza e escuro, ameaçando chover a qualquer momento. Eu apenas deitei na minha cama por um longo tempo, olhando pela janela, não pensando ou sentindo nada. A porta se abriu e minha mãe enfiou a cabeça para dentro. Eu podia ouvir o som de vovó e vovô do lado de fora, junto com a tia Tally e as crianças. — Jake. — ela disse cautelosamente, não entrando totalmente dentro do quarto. — Eu me esqueci de pegar algumas coisas para o jantar hoje à noite, você se importaria de correr até o mercado para mim? Se não puder, eu mando a Jordan. Me sentei, esfregando uma mão sobre o meu cabelo, que estava espetado em todas as direções. Eu balancei minha cabeça e estendi a mão para um caderno. Não, eu escrevi. Eu vou. — Obrigada, querido. — ela disse, com o rosto quebrando em um sorriso aliviado. Fiquei surpreso quando seus olhos de repente começaram a se encher de água, ficando vermelhos. Antes que eu pudesse escrever qual o problema? Ela atravessou a sala e colocou os braços em volta de mim. — Temos muito a agradecer por este ano, Jake. — ela disse com a voz cheia de emoção. — Eu sei que é difícil, mas não se esqueça disso.
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Ela se afastou de mim, algumas lágrimas soltas rolando pelo seu rosto. Ela deu um beijo na minha testa e eu tentei devolver o sorriso. Eu não acho que eu consegui, entretanto. Minha mãe me entregou uma lista e, em seguida, saiu do quarto. Puxei as roupas em um movimento lento e estranho, não realmente sentindo como se eu estivesse no meu corpo. As pernas estavam deslizando por esses jeans. Alguém estava puxando a jaqueta e colocando os sapatos. Nem mesmo pensando de verdade sobre isso, eu abri a janela e passei por ela. Eu realmente não sentia vontade de ver todos no momento. Fechando a janela atrás de mim, eu cruzei a grama orvalhada para o meu carro. Island Market era uma pequena mercearia e você não podia evitar encontrar pessoas que conhecia lá, mesmo no Dia de Ação de Graças pela manhã. Ou talvez especialmente na Ação de Graças pela manhã. Eu passei pelo Agente Ryan, o policial que encontrou Carter, Rain, e eu após o acidente. Passei pela para a Sra. Sue. Eu até mesmo peguei um vislumbre de Kali no caixa, embora eu realmente não quisesse falar com ele. Eu peguei as coisas da lista da mamãe e as carreguei até o banco de trás do carro. Eu estava saindo do estacionamento quando vi Sam virando a esquina. Nessa hora, tinha começado a chover uma garoa fina e ninguém estaria andando por aí sem um guarda-chuva, mas por algum motivo Sam estava e seu cabelo estava ficando úmido. Eu virei à esquerda em vez da direita para segui-la. Não demorou muito tempo para encontrá-la, enquanto ela caminhava pela calçada. Eu abrandei enquanto dirigia ao lado dela e abri a janela. Ela andava com um saco de papel marrom em uma mão, um livro na outra, onde seu nariz estava colado. Olhando em volta por algo para chamar a atenção dela, eu peguei uma caneta e joguei para ela. Ela bateu no saco de papel marrom que ela carregava e ela pulou de surpresa. Olhando ao redor, ela finalmente me viu através da janela. Acenei, estacionando na metade do caminho em um estacionamento.
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Ela olhou para mim, olhando para trás para trás de onde ela havia chegado. Eu poderia dizer que ela estava se debatendo em apenas ir embora. Eu não podia culpá-la depois da maneira como eu vinha agindo durante a última semana. Finalmente, ela atravessou a rua e caminhou ao redor do carro. Ela abriu a porta do passageiro e se afundou no assento, sua bolsa caindo no chão a seus pés. — O que você quer Jake? — ela praticamente cuspiu. — Você não deveria estar em casa com sua família agora? Apontei para as sacolas de compras no banco de trás e procurei por um caderno e uma caneta. Eu achei uma caneta, mas sem encontrar sequer um único caderno, eu me conformei com meu braço. Você também não? Eu escrevi. Os olhos de Sam permaneceram em minhas palavras por um longo momento, toda a sua estrutura se enrijecendo. Eu pensei que eu vi seus olhos se avermelharem um pouco. Uma triste constatação me atingiu. Sua mãe foi embora de novo, eu escrevi. Não é? Samantha olhou para fora da janela e para longe de mim. Eu me perguntei se ela desviou o olhar para que ela pudesse enxugar as lágrimas, sem me ver. — Ela ficou presa em um aeroporto no leste, por causa da neve — disse ela, com a voz firme. — Ela não será capaz de chegar em casa até que o tempo mude. Ela virou o rosto para trás para a frente do carro. Eu podia ver a umidade agrupada em seus olhos. Eu estava apenas caminhando até a loja para pegar algo para comer para mim. Me sentei ali olhando para Samantha por um longo minuto. Finalmente, Eu só coloquei a parte de trás do Bronco em movimento e retornei para a rua.
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— Uh, onde você está me levando? — Sam perguntou, sua voz com uma mistura de irritação e incerteza. Eu pensei que eu ouvi um pequeno vestígio de esperança. — Eu vou para a direção oposta. Eu não me incomodei em responder, apenas continuei dirigindo. Sam não disse mais nada. Ela sentou-se lá dura por um minuto, como se ela não tivesse certeza se deveria exigir sair do carro, ou talvez até mesmo saltar se eu não deixá-la sair. Mas na hora em que passei pelo aeroporto ela finalmente relaxou em sua cadeira, observando a paisagem. Eu estacionei o carro na garagem e empurrando para cima as mangas da camisa mais uma vez, escrevi: Venha. — Jake, eu não quero me impor ou nada — Sam tentou protestar, mas ela parecia muito desanimada. — Quero dizer, eu estou muito bem com minha banana e pizza congelada. Revirei os olhos e balancei a cabeça. Entre, eu escrevi na minha pele. Ela deu um sorriso agradecido, mantendo meus olhos por um minuto. — Ok. — ela disse finalmente. — Mas eu vou ajudar você a levar estas sacolas para dentro. E ela ajudou. Nós dois paramos em frente à porta, as mãos cheias. Eu dei-lhe um olhar que eu esperava dizer Está pronta para essa loucura? Samantha respirou fundo, fechou os olhos por um momento, e então balançou a cabeça. A casa era um caos completo. Joshua, James, e dois filhos mais novos de Tally corriam como maníacos por toda a casa, perseguindo um ao outro com uma mistura de espadas de plástico, sabres de luz, e armas Nerf. A mãe, Jordan, Jenny, a avó e a tia Tally estavam na cozinha, conversando umas com as outras em vozes altas. Ninguém de fora da família teria pensado que era uma briga. Eu sabia que era o jeito com que elas conversavam umas com as outras quando elas estavam discutindo a melhor forma de assar uma pizza ou
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rechear um peru. Vovô, papai, e John estavam sentados olhando para algo em um de seus laptops. Jamie estava na janela lendo um da meia dúzia de livros que ela lia na semana. Havia tanta coisa acontecendo que ninguém nem percebeu que eu estava de volta e trouxe uma convidada comigo. — Você tem certeza que está tudo bem, que eu estou aqui? — Sam perguntou nervosamente. Eu não vou ficar se não tiver comida suficiente, ou se for deixar alguém desconfortável. E, em seguida, através da cozinha, ambos notamos Kali ajudando. Olhei para Sam com um olhar no meu rosto tipo, você está brincando comigo? Sam apenas sorriu. A reputação da minha mãe por ter a capacidade de alimentar exércitos num dado momento era bem conhecida. Dei um aceno de cabeça, vamos lá, e cautelosamente, Sam me seguiu até a cozinha. — Finalmente. — disse a mãe quando ela olhou para mim de cima de algo que estava cozinhando no fogão. Seus olhos, em seguida, viram para Sam. — Bem, oi, Samantha — Mamãe disse com um sorriso brilhante, assim como eu esperava que ela reagisse. — Fico feliz que você veio se juntar a nós. Esse era apenas o jeito como Jackie Hayes era. Quanto mais, melhor. Basta olhar para a nossa família de sete filhos. — Obrigado, Sra. Hayes. — Samantha disse, oferecendo à mãe o saco de mantimentos que ela estava carregando. — Eu realmente aprecio você me deixar ficar. — Bem, alguém precisa comer toda essa comida. — disse ela enquanto ela olhava para o fogão. Todas as quatro bocas do fogão tinha alguma coisa sobre elas. — Sua mãe se juntará a nós?
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Samantha endureceu, seus olhos desviando do rosto da mamãe. Minha mãe está viajando, como de costume. Ela deveria voar para casa ontem à noite, mas seu voo está de castigo, pela neve. Ela não conseguirá chegar em casa até amanhã, no mínimo. — Eu ouvi falar da tempestade de neve. — disse a mãe enquanto ela agarrava um pouco de tempero de sua gaveta bagunçada de garrafas e saquinhos. — Eu sinto muito que ela está presa sozinha. Mas estou feliz que Jake trouxe você para casa para que você esteja sozinha. — Obrigada, Sra. Hayes. — disse Sam novamente. — Sra. Hayes. — Mamãe riu. — Metade das crianças nesta ilha me chamam de mãe. Sam apenas deu um sorriso e um aceno de cabeça. Eu pensei que eu vi seus olhos se avermelharem novamente, apenas um pouco. Kali parecia ter notado que eu estava de pé na cozinha e me cumprimentou alegremente. Eu não pude deixar de sorrir de volta quando eu retornei o abraço de Kali. Kali sempre abraçava. Com a maioria dos homens isso teria sido estranho, mas com Kali teria parecido estranho se ele não abraçasse para cumprimentar. E tão fácil como qualquer coisa no mundo, Sam correu direto para a cozinha, ajudando onde podia, conversando com a mãe, mudando para perto de Jordan, falando com Jenny. Como se ela pertencesse lá. Eu sorri um pouco enquanto eu a observava da sala, fingindo prestar atenção a tudo o que o pai, vovô, e John estavam falando. Sam não parecia mais solitária. Levou duas horas antes do almoço estar pronto, mas terminar uma refeição para dezesseis pessoas até a 13hrs foi bastante impressionante. A mesa de jantar dos Hayes tinha sido expandida, ambas as extensões colocadas no meio dela, bem como uma mesa dobrável colocada no final da mesma. Estendia-se a meio caminho para a sala, mas conforme as instruções da mãe,
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todos nós seríamos capazes de sentarmos juntos. Sam, Jamie e eu ajudamos a trazer tudo para a mesa quando ele estava pronta. Sam parecia um pouco insegura sobre onde sentar, então se afundou em uma cadeira perto de mim. Joshua sentou ao lado dela e tia Tally afundou na cadeira do outro lado de mim. — Se acalmem todos. — Mamãe gritou acima de toda a conversa. — Continuando com a tradição, gostaria de pedir a cada um de vocês para dizer uma coisa pela qual é grato. Dando a meu pai um daqueles olhares quentes que me garantia que eles sempre estariam juntos, ela tomou a mão dele na dela. Papai pegou a mão de Jamie em seu outro lado. Olhei para Sam, dando um pequeno sorriso quando eu peguei a mão dela, e peguei a mão de Tally na minha outra. Olhando incerta de que ela estava fazendo as coisas direito, Sam pegou a mão de Joshua na outra. Mamãe começou, como sempre, dizendo que ela estava grata por sua família, que todos estavam juntos e que todos estavam saudáveis. Pai, avô e avó disseram praticamente a mesma coisa. Jenny resmungou alguma coisa sobre ser grata por estar na faculdade, James brincou sobre seu Xbox. Quando chegou a minha vez, eu apenas balancei a cabeça. Houve um momento estranho onde todo mundo só olhava para mim. Parecia que havia uma nuvem escura crescendo na sala que iria sufocar a todos nós. — Sou grata pela vida. — disse Sam, quebrando a nuvem. — Ela escorrega com muita facilidade. Eu fiz o meu melhor para não olhar para Sam quando ela terminou e Joshua disse algo que eu nem sequer ouvi. Quando todos terminaram, minha mãe pediu ao pai para fazer uma oração sobre a comida.
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Papai esperou um segundo para que todos pudessem se acalmar. Todos ainda de mãos dadas, cada um de nós fechamos nossos olhos e inclinamos a cabeça. — Pai Nosso. — começou o pai. — Temos muito a agradecer por este ano. Somos gratos pela nossa casa, pela chance que temos de viver nesta bela ilha. Somos gratos pela família, e especialmente gratos por Jacob este ano. — Eu senti Sam dar um pequeno aperto na minha mão. Somos gratos aos nossos amigos, que Kali e Samantha puderam estar conosco este ano. Foi a minha vez de apertar a mão de Sam neste momento. — Nós pedimos uma bênção sobre este alimento e dizemos essas coisas, amém. — Amém. — todos além de mim ecoaram. E assim, a mesa tornou-se um turbilhão de braços agarrando, colheres côncavas e bebidas jorrando. Sam apenas sentou-se por um momento, uma risada escapando de sua garganta. Eu olhei para ela e sorri. Ergui a mão para aceitar a tigela gigantesca de purê de batatas que Joshua estava passando sem olhar. Pegando uma concha, eu empilhei um pouco no prato de Samantha, e depois coloquei uma parte maior ainda no meu. Eu mal podia ver as bordas do meu prato no momento em que terminei com a minha primeira rodada de alimentos. Garanti que Sam não podia também. Ela precisava colocar um pouco mais de carne em seus ossos. — Então. — disse Joshua ao Sam com a boca cheia de peru. — Você é namorada de Jake ou algo assim? Sam riu, olhando uma vez para mim. — Jake é meu amigo — ela respondeu a Joshua, despenteando seu cabelo. — Ele me convidou para que eu não precisasse ficar sozinha hoje. — É uma pena. — disse ele engolindo sua mordida antes de empurrar outra para dentro. Ele tinha pegado uma perna inteira de peru. — Você com certeza é bonita.
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Eu não pude deixar de rir também quando metade da mesa estourou em risadas. Sam corou em um vermelho e brilhante. O resto da refeição passou de forma semelhante: relaxada, um caos alegre. No momento em que todo mundo terminou, ainda havia cerca de um terço dos alimentos sobre a mesa. Eu sabia que mamãe estaria levando pratos de comida para pessoas diferentes na ilha mais tarde naquela noite, determinada a alimentar metade de Orcas. Como todo mundo está esperando para digerir espaço suficiente para a torta, nós limpamos a mesa e começamos a jogar diferentes jogos. A rodada de dominó começou com todos os menores de treze anos jogando. Outra rodada de um jogo de cartas que eu realmente não entendia como jogar começou na outra extremidade com Tally, a avó, Jamie, Jenny, e Jordan. Mãe, pai, avô, Sam e eu jogamos um jogo novo que consistia de cartas, um tabuleiro com peças de plástico e dados, que eu nunca tinha jogado antes. Eu estava perdendo feio, apenas prestando metade da atenção ao jogo. Claro que Samantha estava ganhando, inteligente demais para que o jogo realmente fosse justo com o resto de nós. Me senti como se eu tivesse que estar mais feliz naquele dia. A vida era muito boa. Eu tinha a minha família, todos juntos, todos estavam se dando bem. Eu tinha uma casa quente, boa comida. A garota dos meus sonhos estava comigo e com minha família como se ela fosse uma de nós. Mas eu não conseguia tirar a auto piedade da minha cabeça. Eu não podia participar em qualquer uma das conversas. Fiquei pegando minha família olhando para a minha garganta. Eu não podia nem rir junto com todos eles. Tudo me fazia me sentir mal. Eventualmente, logo que começou a ficar escuro lá fora, o que era em cerca de 16h30 nessa época do ano, Sam, Jenny, e minha mãe voltaram para a cozinha para servir torta para todos. Eu não sabia que Sam me conhecia tão bem quando ela me trouxe um prato de todos os quatro tipos diferentes de
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torta. Ela só me deu um pequeno sorriso enquanto ela caminhava de volta para a cozinha. Todo mundo estava muito tranquilo quando nos sentamos na sala de estar ou sala de jantar, saboreando o bolo. Me sentei no banco da janela, Sam ao meu lado, tão perto que nossos ombros ficavam se tocando. Eu sabia que toda a família estava nos observando, procurando sinais que éramos algo mais que amigos. Eu sabia o quão feliz isso deixaria a maioria das meninas na sala. Eles nunca diriam e sei que não foi grande coisa durante alguns anos, mas eu sabia que pelo menos preocupava minha mãe que eu nunca teria uma namorada que poderia ter entendimento suficiente sobre minha incapacidade de falar. Mas eu não estava realmente pensando sobre isso depois. Eu estava tentando muito difícil não pensar em nada, porque meus pensamentos continuavam tentando escurecer o que deveria ter sido um maldito dia bom.
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8 horas até pegar a Sam...
P
or volta de 17h30m os avós e Tally foram em direção à balsa para ir para casa. Sam e eu me oferecemos para lavarmos os pratos, o que fizemos no silêncio confortável que tínhamos experimentados
naquele dia no lago. Mas naquele dia de Ação de Graças, o dia no lago não parecia mais real. — Bem. — Sam disse enquanto ela secava as mãos, todos os pratos lavados. — Acho que vou voltar para casa. Fiz o sinal para rir, passado a mensagem de muito engraçado. — Realmente, está tudo bem. — disse ela. De repente, ela parecia nervosa. — Eu não me importo de andar. Tendo encontrado uma caneta no bolso, peguei uma toalha de papel e rabisquei, Está preto do lado de fora, e chovendo. Meu rosto deve ter parecia muito irritado, porque de repente ela endureceu, seus olhos se estreitando nos de Sam. Tudo bem. — ela disse, sua voz aguda e fria. Revirando os olhos para ela, eu me virei e caminhei em direção à porta. A família inteira deu adeus a Sam quando nós dois caminhamos para o lado de fora, ela estava acenando tchau calorosamente. Estes dias me senti como seus sorrisos nunca foram assim tão reais quando eles olhavam para mim. Nenhum de nós disse nada enquanto entramos no Bronco, cada um de nós batendo as portas quando entramos. Eu podia dizer que havia algo na mente de Sam novamente quando saí da garagem. Eu nem tinha começado a dirigir antes que ela explodisse.
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— Qual é o seu problema, Jake Hayes? — ela praticamente gritou. Eu olhei para ela quando eu comecei a puxar para frente, minhas sobrancelhas juntas. — Além de seu acidente estúpido, você tem a vida perfeita e você está lastimando como... eu não sei, como uma criança mimada! Eu queria gritar para ela, perguntar como ela ousava, mas eu só conseguia olhar para ela, olhando para trás e para a frente da estrada. — Você tem uma família, alguém que ama você! — Continuou ela, com o rosto cada vez mais vermelho. — Você tem um teto sobre sua cabeça e comida suficiente para comer. Seus amigos podem não ‘entender’. — ela fez pequenas aspas no ar. — Mas eles ainda estão tentando estar lá para você, e tudo o que você consegue fazer é se excluir do mundo e sentir pena de si mesmo. Não havia nada como estarem gritando com você e não ser capaz de se defender. Eu liguei o pisca-pisca, prestes a descer a Rua Enchanted Forest. — Não. — Sam disse de repente, sacudindo a cabeça. — Eu não moro mais lá. Corte pela cidade e comece em direção ao lago. Eu não tinha percebido que Samantha se mudou. Eu mantive meus olhos para frente, tentando realmente duro não olhar para Sam, quando eu fiz meu caminho em direção à cidade. Mas eu poderia dizer que os olhos dela estavam em mim. Eu podia sentir a raiva saindo dela. — Há algo que eu quero mostrar a você. — ela disse de repente, olhando para trás para fora do para-brisa e caindo para o banco. — Eu acho que é algo que você precisa ver. Eu segui as instruções do Samantha, através da cidade, virando à direita na esquina da loja, e em direção ao lago. Nós não tínhamos chegado muito mais longe do que um quilometro da Corner Store quando ela me disse para virar à esquerda por um caminho de terra. Como muitas passagens em Orcas, esta estava coberta, todas as árvores empurrando de volta onde o homem cortou através do seu território. Folhas
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foram surgindo entre as marcas de pneus e o cascalho ficou saturado em mais de um lugar. Nós dirigimos em silêncio por um minuto inteiro por esse caminho até uma pequena casa vir à tona. Comecei a estacionar na frente dela. — Não. — Sam disse, balançando a cabeça. — Vá pelo caminho de trás. Eu dei-lhe um olhar interrogativo, mas fiz o que ela disse, puxando por todo o lado da casa para trás. Havia um velho trailer estacionado logo atrás da casa, fora da vista da entrada de automóveis. Uma mangueira de jardim verde fugia da casa para o trailer, com outra linha laranja que eu assumi que fosse um cabo de alimentação. O trailer estava coberto de musgo, o mesmo musgo que cobria tudo na ilha que não era constantemente cuidado. — Vamos lá. — Sam disse, saindo do carro. Seu comportamento ainda era frio quando saí atrás dela. Ela andou até o trailer e subiu as escadas instáveis. Ela abriu a porta e entrou, fui seguindo logo atrás dela, com nosso caderno na mão. O interior era mais limpo do que o lado de fora, mas ainda era escuro e velho. A pequena cozinha consistia de um pequeno balcão desordenado e pia. A mesa de jantar estava coberta de livros escolares e páginas de cadernos. Atrás havia uma porta que dava para o que parecia ser um quarto e um banheiro. Olhei para Sam, em busca de uma explicação para o que estávamos fazendo aqui em vez de ir para a casa. — Este é o lugar onde eu vivo, Jake. — disse ela, com os olhos segurando os meus com firmeza. — Sozinha. Incerto sobre se eu estava fazendo isso corretamente, eu fiz as indicações para onde e mãe.
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Sam não respondeu imediatamente. Seus olhos se avermelharam com umidade combinada neles, mas eles nunca deixaram os meus. — Minha mãe morreu em agosto. — ela disse, com voz embargada. Eu só ficava olhando para Samantha, meu cérebro não conseguindo processar as palavras pesadas que ela tinha acabado de falar. As crianças da nossa idade não diziam frases como essa. Desviando os olhos do meu rosto, Sam fungou, enxugando uma lágrima que tinha quebrado livre em sua bochecha. Ela caminhou de volta para o quarto, eu a segui entorpecido. Ela caiu sobre a cama bagunçada e eu me sentei ao lado dela. Abrindo o nosso caderno e puxando uma caneta do meu bolso, eu escrevi. Eu não entendo. Sam
leu
a
minha
escrita,
soluçando
novamente,
parecendo
completamente exausta. Finalmente, ela ergueu os olhos para encontrar os meus. — Minha mãe deixou o emprego em junho. — Sam começou. — Ela estava ficando cansada de toda a viagem e eu não queria viajar com ela mais, e estava ficando muito difícil com a escola. Ela não queria me deixar sozinha o tempo todo. Na mesma semana em que ela saiu, ela foi ao médico porque ela não estava se sentindo muito bem. Uma semana depois, descobriu que tinha câncer cerebral em estágio quatro. Ela sempre tinha tomado suas dores de cabeça como apenas o estresse do trabalho. Ela brincava e dizia que sua audição estava diminuindo porque ela estava ficando velha. E essa foi a verdadeira razão por Sam começar a aprender a linguagem de sinais. Deixei escapar um suspiro longo e lento, recostando-se em minhas mãos, como se eu precisasse dar algum espaço para a enorme coisa que tinha acabado de ser revelada. Isso era muito, muito maior do que eu jamais poderia ter esperado.
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— Apenas algumas pessoas na ilha sabiam. — Sam avançou. — Minha mãe não queria que as pessoas sentissem pena dela, sabe? — Eu assenti — Então, ela se manteve quieta. Não foi tão difícil, sem um monte de pessoas na ilha realmente não sabendo porque minha mãe estava sempre fora. — Muitas pessoas não sobrevivem à fase quatro de câncer no cérebro. Nesse estágio é tarde demais. Foi assim para a minha mãe. Eles disseram que ela poderia começar os tratamentos, mas só ia retardar o inevitável por algumas semanas e ele estava se sentindo mal o tempo todo. — O lábio inferior de Sam tremeu um pouco. Ela tinha apenas 10 semanas depois de descobrirmos. Nós tínhamos algum dinheiro guardado depois que ela deixou o emprego, mas não estava nem perto o suficiente para pagar todas as contas do hospital. Nós colocamos a casa à venda no início de agosto, na esperança de que poderia mantê-la no hospital por apenas um pouco mais, dar-lhe mais uma semana ou assim. A casa vendeu apenas oito dias antes dela morrer. Ela assinou todos os papéis no hospital. Conseguimos o dinheiro no dia em que ela morreu. Lágrimas livremente escorregavam pelo rosto de Sam agora. Alcancei a mão dela e rocei um carinho em sua bochecha direita. Ela apertou os olhos fechados, apertando a mão dela contra a minha, prendendo minha mão contra o rosto dela. — Ninguém veio me buscar, Jake. — disse ela em um sussurro rouco, os olhos ainda fechados. — Eu conversei com as pessoas, pensei que meus avós estavam vindo, ou Mike, meu pai. O serviço tutelar continuou indo e voltando sobre quem iria assumir a minha custódia. Mas ninguém nunca veio por mim. — Finalmente eu peguei um ônibus depois de Mamãe ter sido enterrada em Everett, e voltei para a ilha. Até então eu percebi que eu estava por conta própria. Então eu peguei o dinheiro que ela tinha deixado da venda da casa e paguei as contas da mãe, e comprei este trailer. Aquela casa é apenas uma casa de verão, então eu acho que eu posso ficar aqui até que eles voltem em Junho.
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Eu trouxe minha outra mão até o outro lado do rosto de Samantha. Ela abriu os olhos para olhar para os meus com um olhar incerto. Eu só conseguia olhar para ela. Isso explica tudo. Por que Sam tinha se afastado de todos este ano. Por que ela havia perdido muito peso. Ela não tinha dinheiro para comprar comida. E a mãe dela não tinha estado presa em um aeroporto, hoje na Ação de Graças. Ela tinha ido há muito tempo. Sam estava mais solitária do que eu jamais poderia ter imaginado. — Então, você entende por que eu fiquei tão chateada no início. — disse ela, segurando meus olhos. — Talvez você não possa falar mais, e isso é péssimo. Mas você ainda tem família. Você ainda tem uma casa. Você ainda tem comida — sua respiração estava saindo pesado e cansado. — Você ainda tem tudo Jake, e você simplesmente não vê isso. Senti algo cutucando atrás dos meus olhos e fiquei surpreso quando uma lágrima rolou pelo meu rosto. Eu queria dizer a ela que eu estava arrependido. Eu queria ter de volta os últimos sete dias. Eu queria cavar um buraco e desaparecer. Havia coisas muito piores que poderiam acontecer com você do que perder a sua voz. Abrindo o caderno de novo, eu comecei a rabiscar uma confissão. Eu tive que dizer a ela agora. A noite em que eu tive meu acidente, eu escrevi. Eu estava vindo ver você. Eu estava bêbado, mas os caras me convenceram. Eu estava vindo lhe dizer... Samantha rasgou a página fora das minhas mãos, com os olhos lendo o que eu escrevi. Eu olhei para seu rosto, confuso a ponto de estar magoado porque ela não me deixava escrever. — Não diga isso. — sussurrou ela, com os olhos fixos em meu rosto, seus olhos enevoados. Ela balançou a cabeça. — Não diga isso.
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Tudo dentro de mim queria dizer, mas é verdade. Minha mão subiu para o lado de seu rosto novamente. Os olhos de Sam estudaram meus lábios e eu estudei os dela. Cada um de nós se inclinou mais perto até que nossas testas se tocaram. Parecia que correntes de eletricidade estavam correndo através de nós dois, me fazendo sentir como se eu fosse derreter com a intensidade. Eu queria sussurrar um milhão de coisas para Sam, todas as coisas que eu não disse, mas eu não podia. Então, em vez disso, me inclinei e deixei que meus lábios lhe mostrassem. Os lábios de Sam estavam hesitantes em primeiro lugar, como se o excesso de pensar iria fazer ela se arrepender de fazer isso. E então eles se suavizaram sob o meu toque. Sua mão veio para parte de trás do meu pescoço, enquanto minhas mãos pressionavam suas costas. Havia muita dor nesse beijo. Havia tanta dor e tanto medo nele. Senti as lágrimas rolando de nossos rostos. Mas, naquele beijo, houve ainda mais desejo. Nós dois queríamos sufocar a dor, não ter tantas coisas horríveis no passado tão recente, apenas sermos normais para fazer os tipos de coisas com que deveríamos estar lidando, não com morte e invalidez. Sam passou em cima de mim, me pressionando contra a cama. Seus lábios se moviam sobre os meus de um modo que era tão familiar que eu poderia jurar que tínhamos feito isso milhares de vezes antes. E ainda era tão novo, eu nunca quis parar porque eu estava com medo que se parasse, eu iria perceber que nada disso era real. Os lábios de Sam tinham gosto de morangos e bananas. Sam recostou-se longe de mim, seus olhos estudando os meus. Ela tinha aquele olhar de novo, como se houvesse alguma coisa em sua mente. Como se ela pudesse ler o que? no meu rosto, ela respondeu. — Eu gostei de você por um tempo, Jake. — disse ela. — Eu queria fazer algo sobre isso neste verão, mas, em seguida, mamãe ficou doente e eu não pude ficar me preocupando com o garoto que eu gostava quando minha mãe
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estava morrendo. Ela parou por um segundo, estudando os meus olhos novamente. — Eu apenas queria que você soubesse disso. Eu esfreguei a palma da minha mão contra sua bochecha, meus olhos ainda fixos nos dela. Ela não tinha me dito que me amava. Eu acreditava em Sam, quando ela tinha escrito sobre não acreditar no amor. Mas ela disse que pelo menos gostava de mim. Nesse momento, isso significava tudo. Ergui a cabeça para fora da cama e pressionei meus lábios brevemente nos dela. Ela sorriu de um jeito que eu nunca tinha visto antes. Eu me comprometi em fazê-la sorrir assim sempre que pudesse. Estendi a mão em cima da cama para o nosso caderno e a caneta. Isso muda as coisas, escrevi, virando para que ela pudesse vê-lo. — Sim. — ela sorriu, beijando meus lábios novamente. — Muda. Passamos as duas horas seguintes conversando, preenchendo um total de dez folhas de papel. Eu perguntei como ela sobreviveu, onde ela conseguiu o dinheiro. Fiquei surpreso quando ela me disse que ganhava dinheiro de uma garota que foi para uma escola preparatória em Seattle, fazendo lição de casa para ela e enviando on-line. Ela me contou como ela estava com medo de que alguém acabaria por perceber que ela ainda estava aqui e tentar levá-la embora. O plano sempre foi ir para a universidade após a graduação e conseguir seu diploma de ensino, mas para garantir a sua bolsa ela precisava garantir que ela mantivesse seu status de melhor da turma, e ela não poderia fazer isso a menos que ela ficasse aqui no Orcas High School. Ela só tinha que ficar escondida pelas próximas 19 semanas até que ela completasse dezoito anos.
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Cerca de três semanas atrás, ela tinha mudado o trailer para esta casa em algum lugar passando o campo de golfe quando os proprietários se mudaram de volta para a casa onde ela estava. E algumas semanas atrás, ela parecia tão terrível, porque ela tinha ficado três dias sem energia. Alguns roedores tinham mastigado os fios. Fiquei impressionado que ela conseguiu consertar. Eu não conseguia mais sentir pena de mim mesmo, eu sabia disso. Vendo como Sam tinha que viver, como ela continuava depois que ela perdeu tudo, tudo, me fez sentir como um criminoso. Eu tinha tudo, menos uma voz. Eu não ia perder mais tempo agindo como um idiota e deixar minha vida passar sem ser vivida. Jurei viver cada segundo dela depois daquele dia no trailer de Sam.
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19 semanas até o aniversário de Sam 11 horas desde a descoberta da verdade
N
unca houve uma melhor folga de Ação de Graças do que o do último ano. A mãe, Jamie, Jenny, e Jordan saíram da ilha para o início da Black Friday, não esperando conseguir muita coisa,
apenas saindo. Pai, John, James, e Joshua saíram para fazer eu não sei o quê. Eu fingi ser incapaz de acordar quando eles vieram para me pegar na parte da manhã, e, felizmente, eles me deixaram sozinho com uma nota. Assim que eu soube que eles tinham saído, eu puxei as minhas roupas, e fui para a Teazer comprar bolinhos de canela e leite de morango. Eu cheguei ao trailer de Sam às oito horas, assim que o sol estava começando a aparecer. Bati três vezes, com cuidado para não deixar cair o nosso café da manhã no chão. Eu ouvi alguma coisa bater no chão com força, seguida por uma maldição. Eu sorri, silenciosamente rindo. Finalmente, Sam abriu a porta, com os olhos arregalados de medo. — Jake. — ela disse, surpresa e alívio lavando sobre ela. — Oh, meu... Geesh! Você me assustou! Achei que seriam os proprietários ou os policiais. O que você está fazendo aqui tão cedo? Eu levantei o saco e os copos. Eu não pude deixar de olhar para as pernas de Sam. Elas saiam de um roupão vermelho fino que se agarrava a sua pequena estrutura. Sam realmente precisava engordar uns sete quilos. Eu tenho que começar a levá-la para jantar, quantas vezes minha mãe permitisse. — Ahhh — disse ela, o sorriso se espalhando em seu rosto. — Você me trouxe café da manhã? Eu balancei a cabeça e entrei. Não estava congelando no trailer, mas não estava terrivelmente quente também. Notei um aquecedor pequeno no quarto. Eu fiz uma nota mental para procurar em nosso galpão por um mais poderoso.
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Sam devorou seu rolo de canela mais rápido do que eu jamais poderia fazer, e depois de alguma insistência, dei-lhe metade do meu também. Ela lambeu os dedos quando terminou. — Obrigada. — disse ela, limpando a boca com um guardanapo. — Você acharia que depois da enorme refeição que sua família me alimentou ontem eu não estaria com fome. De repente, me levantei e caminhei até a pequena geladeira de Sam e a abri. Eu encontrei meio litro de leite, um pequeno tijolo de queijo, e algumas maçãs. A metade de um pão sentava no pequeno balcão junto com biscoitos e bananas que haviam sido destinados a ser o jantar de Ação de Graças de Sam. Sua pizza congelada tinha ficado fora por muito tempo ontem e teve que ser jogada fora. Voltei a olhar para Sam. Ela me olhava, com vergonha em seus olhos. Por que você não vai se vestir, eu escrevi. Vamos para minha casa por um tempo. Minha família está fora da ilha hoje. Não demorou muito mais do que isso. Em menos de três minutos Sam saiu do seu quarto usando o mesmo jeans que tinha usado no dia anterior e uma blusa que parecia que tinha sido usada uma vez antes também. Não esperando por ela para protestar, eu passei por ela até seu quarto. Olhando ao redor, não demorou muito para encontrar o seu cesto de roupa suja encravado no canto. Agarrando-o, eu passei direto por Sam, que parecia um pouco envergonhada. Sem dizer nada, Sam pegou o nosso caderno da mesa e me seguiu para o Bronco. Sam parecia relaxada em uma maneira que eu nunca tinha visto antes enquanto nós dirigimos pela cidade e para a minha casa. Ela estava tranquila enquanto fazíamos a viagem, observando as árvores e pequenas lojas ao nosso redor. Foi uma das raras vezes em que ela não parecia ter algo em sua mente, apenas desfrutando o momento.
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A casa estava estranhamente quieta quando entramos. Calma era tão raro naquela casa como neve na ilha. Foi o que aconteceu, mas parecia algo como um milagre quando acontecia. Sam me seguiu até a lavanderia ao lado da cozinha. Havia pilhas de roupas de todos na sala e eu encontrei um monte de coisas de Jamie ainda na máquina de lavar. Cheirava um pouco sujo, como se tivesse estado lá por um ou dois dias. Enfiei as roupas na secadora mesmo assim e comecei. Coloquei um pouco de detergente na máquina, então eu joguei as roupas de Sam dentro, fingindo que eu não estava vendo toda a sua roupa intima e sutiãs. Fechando a tampa, voltei para Sam, encontrando-a me observando de perto. — Estou impressionada. — disse ela, balançando a cabeça. — Eu não acho que muitos caras sabem como lavar roupa. Eu apenas sorri. Quando havia sete crianças na casa, você ensinava seus filhos bem cedo como lavar a própria roupa. Liberava a mãe de horas de trabalho a cada semana. Joshua era o único que não lavava sua própria roupa. Em seguida fui para a despensa, que era do tamanho de um pequeno quarto. Quando a mãe saia da ilha ela voltava com toda a van carregada com tanta comida quanto ela pudesse gerenciar. Com tanta gente, fazer compras fora da ilha era muito mais barato do que fazer compras aqui. Encontrando uma caixa vazia no chão, comecei a enchê-la com outras coisas. Biscoitos, cereais, sopas enlatadas. Qualquer coisa que pudesse caber na caixa. — Jake. — disse Sam, horror enchendo seu rosto. — É melhor não ser para mim. Eu não posso pegar tudo isso. Isso é como roubar. Eu balancei minha cabeça, saindo da copa, a caixa de Sam completa. Peguei o caderno. Confie em mim, eu escrevi. Mamãe não vai notar. E se ela notar, eu vou dizer a ela que eu fiquei com fome extra hoje. — Jake. — ela protestou, sacudindo a cabeça. — Eu não posso.
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Olha, eu escrevi, revirando os olhos para ela quando eu olhei para cima. Vou comprar um presente de Natal extra agradável este ano para pagá-los. Ela olhou para mim por um longo tempo, e eu pude ver o debate interno que ela estava tendo. Finalmente, ela apenas balançou a cabeça, um pequeno sorriso se espalhando. Seu estômago venceu. Abrindo um pequeno refrigerador, enchi-o com um saco de sobras de peru, um par de sacos de legumes congelados e alguns pedaços de frango congelados. Coloquei na caixa no lado do material não-frio, e fui até a garagem, Sam se arrastava atrás de mim. Não demorou muito tempo para encontrar um aquecedor de bom tamanho. Funcionaria muito melhor do que o que Sam estava usando atualmente. Ela tentou protestar contra isso também enquanto eu levava tudo para o meu carro, mas eu só acenei para ela. Tem alguma coisa que você precisa? Eu escrevi quando voltamos para dentro. — Sério, Jake. — disse ela. — Isso tudo é demais. Eu apontei para a minha escrita novamente, voltando os olhos para ela. Um pequeno sorriso se espalhou em seus lábios e ela fechou o espaço entre nós. Ela colocou os braços para trás do meu pescoço, enterrando o rosto no meu peito. — Eu estou bem. Obrigado. Eu beijei sua bochecha. Ela virou o rosto para o meu e os meus lábios encontraram os dela, quentes e suaves. Hoje eles tinham gosto de suco de uva. Nós ligamos a TV e vimos uma comédia ruim, enquanto esperamos pela roupa de Sam terminar de lavar. Eu não pude deixar de sorrir e lamber os lábios de vez em quando, o sabor da uva ainda remanescente ali.
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Era bom estar ajudando alguĂŠm de fora, alguĂŠm que realmente precisava. Mais do que bom. Eu nĂŁo tinha me sentido assim em um longo, longo tempo.
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19 semanas até o aniversário de Sam
P
or alguma razão eu estava ansioso para a escola começar de novo na segunda-feira. Sam e eu tínhamos ambos dito que as coisas tinham mudado, mas eu realmente não sabia o que havia mudado.
Nós tínhamos nos beijado algumas vezes, nos aproximado, eu finalmente sabia o seu segredo. Mas isso a fazia minha namorada? Ela me considera seu namorado agora? A incerteza estava me matando. A mãe disse que ela estava se sentindo com mau estar na segunda-feira então eu me ofereci para levar todos para a escola. Jordan gritou primeiro que iria ficar na frente, e Jamie no banco de trás com James e Joshua. Eu não pude deixar de notar o sorriso que se espalhou no rosto de Jordan quando chegamos cada vez mais perto da escola. Ela não disse nada, mas eu sabia que ela sabia. Minhas mãos suavam como se fosse o dia em que eu tinha voltado para a escola após o acidente. O que vai acontecer hoje? Eu me perguntava. Parei em frente à escola primária e Joshua e James pularam e correram em direção ao antigo prédio de tijolos vermelhos. Jamie dirigiu-se para o ensino médio e parei no estacionamento do colégio. Eu não tinha pensado em como Sam ia para a escola nos dias de hoje. Ela certamente não estava dirigindo o trailer. Eu esperava que houvesse um ônibus escolar que parasse perto de onde ela morava. — Ei, Jake? — Jordan disse, assim que eu estava prestes a sair do carro. Olhei para ela, já sabendo o que ela ia dizer. —
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Estou realmente feliz por você. — ela disse, dando um sorriso. — Samantha parece perfeita para você. Eu simplesmente devolvi o sorriso e dei um pequeno aceno de cabeça antes de descer do carro. Jordan correu à frente para se juntar a seus amigos. Eu vi quando ela entrou, me sentindo extremamente grato de tudo que ela fez por mim. Mesmo que ela fosse 11 meses mais nova que eu, Jordan sempre parecia como uma irmã mais velha, mais ainda do que Jenny era. Jordan sempre me protegeu, ela sempre cuidou de mim. Fiquei decepcionado quando não vi Samantha antes do início das aulas. Cálculo parecia que levou uma eternidade, como se o assunto não fosse ruim o suficiente. Meu coração pulou no meu pescoço quando a campainha tocou, finalmente, para o segundo período. Mas Samantha não estava na sala de aula. E ela não estava em nossa aula de LSA ou de Inglês. Eu tentei não me deixar ter um ataque de pânico total quando eu não a vi no intervalo para o almoço. E se eu tivesse assustado ela? Deveria ser um grande susto para fazer Sam faltar à escola. Enquanto eu vagava na direção do armário de Sam logo depois que o período de almoço começou, senti alguém apertar a mão no meu ombro. Me virei para ver Rain e Carter. — Ei, como foi o seu feriado de Ação de Graças? — perguntou Carter, trocando seus livros de lugar. — Parece que eu não te vejo faz muito tempo. Eu balancei a cabeça, puxando meu caderno de bolso. Bem, eu escrevi. O seu? — Chato. — disse Carter. — Só fui até Bellingham até a casa do meu avô. Havia apenas seis de nós lá. Eu balancei a cabeça na direção de Rain. — Bem, vamos ver. — disse ele quando começamos a ir para o estacionamento. Ninguém na escola realmente comia a comida do refeitório.
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Era uma migração em massa na hora do almoço para o Island Market. — Eu acho que cada um dos amigos hippies do meu pai e da mamãe apareceram. Não é bem um verdadeiro jantar de Ação de Graças, quando é tudo orgânico, cru, ou vegano. Carter e eu rimos. Por mais que fosse um circo na ação de graças na minha casa, eu não podia sequer imaginar o que deve ser na de Rain. Nós todos entramos no Bronco e nos dirigimos para o mercado. — Então, Blake está dando essa festa, em algum lugar no Olga neste fim de semana. — disse Carter no banco de trás, enquanto folheava alguns dos meus cadernos. Eu estava grato que o meu e de Sam estava enfiado na minha mochila. — Parece que um monte de pessoas estão indo. Você vai poder ir, Jake? Prometo que não haverá bebida. Todo mundo está aderindo a essas promessas. Meu estômago se apertou com a menção de uma festa. Especialmente uma que soava muito parecida com aquela que mudou a minha vida inteira. E havia outras coisas que eu queria fazer naquele fim de semana, todas elas envolvendo Sam. Mas talvez este fosse o momento perfeito para fazer algo público. Se houvesse alguma coisa para realmente tornar público. Finalmente, eu balancei a cabeça, deixando que eles soubessem que eu estava pronto para isso. — Ótimo! — Carter disse quando entramos no estacionamento. — Acho que você poderia convidar Jordan? — Rain perguntou quando ele pulou para fora do carro. Eu apenas dei uma risada silenciosa, balançando a cabeça para Rain. Rain era tão covarde quanto eu tinha sido sobre Sam. Vou pensar sobre isso, eu escrevi, mostrando a página para ele.
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— Obrigado, cara. — disse ele, me dando socos no braço. O mercado estava louco na hora do almoço, inundado por parte dos alunos do ensino médio. Todos nós carregávamos tiras de frango, cachorrosquentes, e burritos. Olhei ao redor da loja quando entramos com a vaga esperança de que eu poderia achar Sam. Mas ela não estava lá. Eu voltei para a escola depois do almoço, com um peso pesado no meu estômago. Escola parecia chata e maçante, sem Sam ao redor. Eu não absorvi uma única palavra que o Sr.Crow disse do governo, quase cortei meu dedo em Marcenaria, e eu quase tive meu peito esmagado por Carter no treinamento de peso quando eu deveria estar marcando ele. Eu só ficava me perguntando onde Sam estava. Tudo em mim estava com medo de que ela estava me evitando. Talvez tudo tivesse sido arruinado. Não tinha parecido que nada tinha sido arruinado no fim de semana. Tudo tinha parecia que estava indo muito bem. Mas às vezes as meninas eram complicadas assim. Você nunca conseguia entendê-las. Meu coração pulou na minha garganta quando eu saí do meu carro depois da escola. Eu vi Sam encostada na porta do motorista do Bronco, a mochila descansando em seus pés. — Ei, estranho. — disse ela com um pequeno sorriso enquanto eu caminhava até ela. Eu sorri de volta, meu peito fazendo coisas estranhas. Realmente esperando que eu estivesse fazendo isso corretamente, eu fiz sinal como algo parecido com, onde você estava? — Sim. — disse ela, arrastando a palavra. — Os donos da casa chamaram alguém para trabalhar no deck da frente. Foi muito divertido tentar tirar o trailer de lá sem ser vista. Até então eu tinha pegado o nosso caderno vermelho de minha mochila.
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Merda, eu escrevi. Para onde você o moveu? — Há uma pequena cabana ao lado da estrada que vai para Raccoon Point. — ela disse. Ela parecia cansada, seus nervos estressados. Eu não poderia imaginar o estresse que deve ter sido a sua vida. — Parece que o proprietário saiu a algumas semanas atrás. Eu desejei que eu pudesse ter oferecido que ela colocasse o trailer no nosso quintal. Mas isso iria enviar a bandeira vermelha para meus pais, e, em seguida, o serviço social teria de se envolver. E então ela teria ido embora. Gostaria de ter sabido. Eu teria ido ajudar. — Não acho que teria sido uma boa ideia. — disse ela, embora um sorriso apreciativo espalhasse em seu rosto. — Com tanta aula que você perdeu este ano. Eu tenho muito para pegar o que eu perdi apenas hoje. Eu disse a todos os meus professores que minha mãe estava doente hoje, então eu tive que ajudá-la. Eu dei um sorriso triste. O que me aconteceu foi ruim, mas pelo menos eu não tenho que mentir em caso de necessidade o tempo todo. Você quer vir para a minha casa e estudar lá? Eu escrevi. A mãe vai fazer enchiladas esta noite. Ela riu enquanto ela lia, jogando os braços em volta de mim. Parecia que todo o meu corpo finalmente relaxou, alívio inundando através de mim. Talvez tudo não tivesse sido arruinado. — Eu adoraria. — disse ela. Fiquei surpreso quando ela me olhou novamente e vi que havia lágrimas agrupadas em seus olhos. Minha testa franzida para lhe perguntar qual o problema? Ela só deu um riso baixo, algumas lágrimas quebrando livre de seus olhos. Ela enxugou-as com as costas da mão. — Foi apenas um dia estressante, sabe? Eu sinto que eu não posso nunca relaxar, sempre com medo de que eu vou ser pega. E eu não posso dar ao luxo de faltar à escola e deixar minhas notas diminuírem.
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Puxei Sam em meus braços novamente, abraçando-a com força. Eu podia sentir toda a dor que ela estava sentindo, como se estivesse agarrada a ela como uma camisola pesada de lã que coçava. Ela relaxou em meus braços, quase como se estivesse aliviada por eu tê-la segurado por apenas alguns momentos e não ter que fazer isso sozinha. Eu me afastei dela. Vamos lá, eu escrevi. Vamos. Eu coloquei nossas mochilas no banco de trás e ambos entramos no carro. Assim que eu comecei a sair do estacionamento, Sam deslizou sua mão na minha, nossos dedos entrelaçados. Ela apertou minha mão com força, como se ela estivesse com medo que eu a deixasse ir, e ela desmoronasse.
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19 semanas até o aniversário de Sam
F
oi incrível a facilidade com que Sam se encaixava com a minha família. Eu a trouxe para casa comigo e todos vieram dizer oi para ela. E tudo me fez sentir tão... normal. Sam falou com a Jordan por
um segundo, e então ela e eu fomos para o meu quarto e fizemos o dever de casa. E nós realmente funcionamos. Não houve pressão no ar para acontecer algo físico, mas não parecia estranho que estávamos no meu quarto a sós. Parecia algo que tinha acontecido centenas de vezes antes. Assim como se ela fosse uma parte da família, mamãe definiu um lugar para ela na mesa de jantar e comeu com muitos de nós. Eu a levei para casa naquela noite e a beijei apenas uma vez. Seus lábios tinham gosto de cereja. Mas algo parecia... estranho, na escola no dia seguinte. Sam ainda era amigável, ela ainda sorria aquele sorriso que ela apenas dava para mim. Nós ainda estávamos sentados ao lado do outro durante a aula. Mas ela não deslizava a mão na minha. Ela nunca veio comigo pegar o almoço. Ela só tinha dito calmamente que ela precisava fazer algum trabalho de casa na biblioteca. Sam estava apenas... distante. E eu honestamente não sabia como reagir. Eu senti como se estivesse sendo chicoteado. Toda vez que estávamos sozinhos ou na minha casa, ela era a garota doce que parecia minha namorada, que segurava a minha mão e me beijava, e passava os dedos pelo meu cabelo distraidamente. Mas na escola, parecia como nada mais do que uma garota muito legal, que era minha amiga. Considerando com o que ela estava lidando atualmente, não me atrevi a confrontá-la sobre isso. Ela já estava tentando equilibrar tanto em sua vida, eu não ia piorar as coisas. E eu
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poderia passar pelas aulas com a Sam angustiante para a Sam inebriante depois da escola. Ela não veio até a minha casa na terça-feira e quinta-feira já que Kali sempre vinha nesses dias. Ele já estava lá, quando cheguei em casa. Ele sugeriu uma caminhada e juntos partimos pela estrada. O frio de fim de novembro mordia minha pele, a umidade no ar deixando mais frio do que realmente estava. As últimas das folhas de outono mal se agarravam às árvores não-verdes, um prelúdio para seu inverno esquelético. A ilha era diferente no inverno. As coisas abrandaram, mais do que o tempo normal na ilha. Todos os turistas foram embora, todas as aves residentes foram para lugares mais quentes. As pessoas que ficaram eram verdadeiros ilhéus, apreciando a beleza de Orcas, mesmo quando já estava escuro às 16 horas da tarde. Enquanto Kali e eu caminhamos pela estrada, era apenas 15h45, e já estava começando a ficar escuro por entre as nuvens nubladas acima de nós. Havia realmente uma chance de neve naquela noite se estivesse frio o suficiente. Como foi a escola hoje? Kali fez em sinal. Eu realmente entendia tudo que Kali dizia com as mãos. Ok, eu sinalizei de volta. Como foi seu dia? Frio, ele sinalizou com uma risada. A bicicleta não é muito quente no inverno. Eu ri muito, observando o sorriso escuro e sorridente de Kali. Eu não pude deixar de me perguntar sobre Kali sempre que eu estava ao redor dele. Eu não acho que eu já conheci uma pessoa que tinha tão pouco, mas estava tão feliz ao mesmo tempo. Eu nunca tinha ouvido falar dele reclamar, nunca vi seu rosto sem os traços de um sorriso. Onde você mora? De repente eu assinalei, sem nem mesmo pensar sobre o que eu estava perguntando.
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Os olhos de Kali ficaram tristes por um momento, caindo longe de minhas mãos e rosto. Ele ficou em silêncio por um longo tempo e eu percebi que ele não ia responder. Conte-me mais sobre sua irmã, eu assinalei, incerto de que eu tinha feito ao menos metade dos sinais. Eu não devo ter feito muito ruim, porque Kali começou a falar sobre ela sem parar.
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18 meses até a graduação 18 semanas até o aniversário de Sam
D
epois do jantar naquela noite, eu fiquei para trás na cozinha com a mãe, observando do bar enquanto ela lavava a louça. Eu só estava vendo a metade dela, meus olhos vidrados quando eu
pensava sobre a conversa que eu tive com Kali mais cedo. — Alguma coisa em sua mente, querido? — Perguntou a mãe, com os braços cobertos até os cotovelos em bolhas de sabão enquanto lavava a panela. Dei de ombros, e estendi a mão para uma das dezenas de cadernos que deixei espalhados pela casa. Só pensando em Kali, eu escrevi, segurando-se para a mãe ver. — Ah, é? — Disse ela, com os olhos voltando-se para seu trabalho. O que sobre Kali? Eu acho que ele não tem onde morar, eu escrevi. Tenho certeza de que ele dorme em uma barraca. Eu vi no reboque de sua bicicleta hoje quando ele saiu. Mamãe ficou em silêncio por um tempo, seus olhos concentrados em algo fora da janela acima da pia. — Está ficando muito frio lá fora nos dias de hoje. — disse ela, parecendo distante. Estou preocupado com ele, eu escrevi. Eu tive que esperar quase um minuto inteiro para a mãe olhar e ler o que eu tinha escrito. Diálogos em câmera lenta. Os olhos de mamãe permaneceram em minhas palavras por um longo tempo, como se estivesse pensando algo muito sério.
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Finalmente, quando ela ainda não disse nada, eu abri a minha caneta novamente. Nosso loft é muito grande. Os olhos de mamãe permaneceram em minhas palavras mais uma vez, olhando devagar para elas e para o meu rosto, e vice-versa. E, em seguida, um pequeno sorriso se espalhou em seu rosto enquanto ela lavava a panela. — Vou ter de falar com seu pai sobre isso. — disse ela, enxugando as mãos e caminhando até o bar. Ela apoiou os cotovelos no balcão e colocou o queixo apoiado nos punhos. — Mas eu acho que é uma ideia muito boa. Mas apenas até a primavera. Me debrucei sobre o balcão e dei um abraço desajeitado na mãe, o melhor que consegui com um balcão de três metros entre nós. — Estou muito orgulhosa de você, Jake. — disse a mãe, me apertando com força. — Você poderia ter visto a vida de forma tão diferente depois de tudo que passamos. Mas você está se tornando um homem. Você me surpreende a cada dia. Mamãe se afastou de mim um pouco, me olhando nos olhos, um sorriso se espalhando em seu rosto. Eu sorri de volta quando ela apertou um breve beijo na minha testa. — Eu vou falar com seu pai. — disse ela em voz baixa. Me dando um sorriso mais breve, ela se virou e se dirigiu ao seu quarto. Eu tive que admitir para mim mesmo, ter Kali morando em nossa casa seria estranho. Mas como eu poderia me sentir bem comigo mesmo, sabendo que havia alguém lá fora que precisava da nossa ajuda, e não ajudei?
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18 semanas até o aniversário de Sam 3 dias até a festa
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or solicitação de Rain, convidei Jordan para a festa na praia no sábado. Ela estava relutante no começo, mas eu achava que a maior parte disso era porque ela se lembrava do que aconteceu na
última festa da escola. Mas para minha surpresa, ela concordou quando ela descobriu que Rain ia estar lá. Era fácil dizer que não havia muito a fazer na nossa pequena ilha nessa época do ano. Tudo em que se podia falar era na festa no sábado. Normalmente, a chance de nevar podia matar os planos para uma festa ao ar livre, mas não em Orcas. É quase garantido que todos estariam lá. Então, você quer ir para a festa no sábado? Eu escrevi em nosso caderno durante a aula de LSA. Faz um longo tempo desde que eu fui para uma festa, Sam escreveu de volta. De repente eu senti falta das nossas cartas na parte de trás do caderno. Fazia um tempo desde que tinha escrito qualquer coisa. Eu ainda estava tentando não forçar Sam. Você deveria vir, eu disse. Vai ser divertido. Pelo que ouvi, todos estão aderindo a suas promessas de “não beber” escreveu ela. Deve ser semi-seguro ir. Então isso é um sim? Os olhos de Sam encontraram os meus, e, finalmente, um pequeno sorriso se espalhou no rosto. Ela assentiu com a cabeça. Eu não pude deixar de sorrir de volta.
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No entanto, uma bola dura se formou em meu est么mago. Eu iria estar com a Sam da escola ou a Sam depois da escola que eu amava?
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*** Bem, Kali está morando aqui. Nós separamos uma pequena parte do loft, tirando o centro de entretenimento para fora da parede, e, em seguida, algumas outras coisas em volta também, então havia esse pequeno espaço lá para Kali dormir e colocar algumas coisas dele. Kali não fica muito por perto, em sua maioria só volta para dormir e às vezes ele fica para o jantar. Em seguida, ele ajuda a mãe e o pai sempre que pode. É meio estranho, mas é bom estar ajudando alguém que precisa. Acho que levou a mãe e o pai muito tempo para convencê-lo a se mudar. No outro dia Kali me perguntou o que eu queria fazer com a minha vida, o que eu queria fazer depois do ensino médio. A resposta sempre foi muito simples antes. Eu iria para a Força Aérea. Eu iria ser um piloto e servir ao meu país. Eu realmente não sei agora. Seria fácil ficar chateado com o universo por mudar meus planos, mas que bem isso faria comigo? Talvez eu faça alguma coisa com computadores, que não exija que se fale muito. Ou talvez eu vá trabalhar com os animais. Eles não se importam ou achariam que eu estou quebrado. Eu realmente não tenho ideia. Acho que eu deveria começar a pensar sobre isso. Eu sou um veterano, as pessoas esperam que você tenha uma resposta para a pergunta sobre o futuro. Eu gostaria de dizer que Sam vai estar no meu futuro, mas honestamente eu não consigo ver isso agora. Eu só estou esperando Sam estar no meu futuro durante três meses, ou até mesmo o futuro de duas semanas. Ultimamente parece que tudo com Sam é um grande ponto de interrogação. Eu não deveria reclamar. Pelo menos ela está comigo agora. Eu acho. Acho que esse é o problema, entretanto. Eu não sei.
***
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O dia da festa 18 semanas até o aniversário de Sam
P
eguei Sam às quatro horas no sábado. A nova casa onde ela estava não era tão boa quanto a última. Por medo de uma repetição do que aconteceu na última casa, ela colocou o trailer longe da casa,
precisando de uma longa mangueira e um cabo de extensão entre as árvores, onde ela o havia escondido. Seria mais fácil se tivesse que sair de repente no último instante novamente. Sam parecia cansada quando fui buscá-la. Claro que ela parecia cansada o tempo todo nesses dias. Saímos em direção a Olga em silêncio, como parecia normal para nós quando estávamos no carro. Mas eu tive uma sensação de mal estar na boca do meu estômago. Parecia que as coisas tinham chegado a uma parada, como se nós dois não estivéssemos fazendo nada além de segurar a mão do outro na minha casa e, ocasionalmente, na dela. Eu estava fingindo que seria o suficiente para mim, para que eu pudesse viver com ela, enquanto Sam fazia parte da minha vida de alguma forma. Mas eu tive que admitir para mim mesmo que eu queria mais. A sensação de peso morto dentro de mim foi crescendo mais e mais, enquanto fazíamos nosso caminho para baixo, as estradas sinuosas e lentas. De repente eu estava temendo a festa, temendo passar o tempo com Sam. Eu só queria me acocorar no meu quarto e explodir os meus fones de ouvido com som muito alto. Havia poucos lugares para estacionar na praia, por isso era bastante óbvio que fomos somente o segundo grupo a aparecer. Eu vi Blake e duas meninas, uma delas era Norah, empilhando madeira na praia para iniciar o fogo enquanto eu
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estacionava o carro no parque. Apesar de todas as brigas públicas, Norah e Blake ainda estavam juntos. Sam e eu ficamos sentados ali, apenas olhando pela janela para o nada. Parecia que havia uma grande nuvem sufocante enchendo o carro que não iria se dissipar até que um de nós dissesse algo. — Basta dizer, Jake. — Sam finalmente disse, mantendo os olhos grudados em frente. Senti tudo crescer dentro de mim, o medo preenchendo todos os cantos do meu corpo. Mas eu tinha que desabafar, ou isso iria me matar. Agarrando o nosso caderno no banco de trás, eu abri a caneta. O que está acontecendo com a gente, Sam? Eu escrevi. Eu tentei não deixar minhas mãos tremerem, seja de frustração, raiva ou medo, eu não tinha certeza. O que nós somos? Sublinhei a última frase. Os olhos de Samantha ficaram colados à página por um longo tempo, sua mandíbula apertada. Eu podia sentir a defesa construindo nela. — Eu não sei o que você quer que eu diga, Jake. — ela disse, virando os olhos para frente novamente. Eu gosto de você, eu gosto de estar com você. Mas você sabe como eu me sinto sobre... sobre a palavra com A. Então, não espere que eu proclame o meu amor eterno por você. Eu tenho muito com o que lidar nestes dias e me desculpe se eu não estou prestando atenção suficiente em você ou bajulando você o dia todo, todos os dias. Teria sido melhor se Samantha tivesse levantado a voz dela, se ela começasse a ficar brava. Mas ela não ficou. Ela manteve a voz calma e até mesmo um pouco quieta demais. Ela apertou sua mandíbula mais uma vez, com as mãos enluvadas em punhos. De repente, sem dizer mais nada, ela saiu do carro e fechou a porta atrás dela. Ótimo.
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Como se as coisas não tivessem estado ruins e estranhas o suficiente, eu tinha acabado de piorá-las. Vendo outra meia dúzia de carros estacionarem, eu sai do carro. Rain, River e Jordan saíram de um carro. Carter e outras sete pessoas saíram do carro dele. Dentro de cerca de dois minutos, praticamente toda a escola estacionava vários veículos e enchiam a praia. Eu recuei até o Bronco e os observei ir. De repente eu os invejava. Sua vida parecia tão simples. A maior preocupação para a maioria deles naquele dia, provavelmente, tinha sido o que vestir, ou pensar em táticas para desviar de bolas de neve. Eu tinha uma namorada, bem, talvez-namorada, que era sem-teto e três palavras que eu queria dizer mais do que qualquer coisa, mas a pessoa para quem eu queria dizê-las não me deixava. E eu literalmente não conseguia dizer aquelas três palavras. Finalmente, quando o céu começou a escurecer, as sombras dançando na areia, eu fiz o meu caminho para a festa. Tentando fingir que eu não estava olhando, eu percebi Sam sentada em um grande tronco, conversando com Summer e Marina. Era estúpido que eu me sentisse quase traído porque ela estava conversando com seus velhos amigos. Eu não quero ser o tipo de cara ciumento. Eu deveria ter ficado feliz que ela foi se socializar. Carter me encontrou depois de muito tempo, Rain tinha conseguido conversar com sucesso com a minha irmã. Carter estava deprimido também, River querendo falar mais com uma garota chamada Ashley do que com ele. Eu me senti um pouco mal por ele. Parecia justo dizer que ele não era o — tipo — dela ao invés de deixá-lo sofrer. O cara precisava seguir em frente. Mas eu tinha prometido a River que eu ia manter o segredo. Então nós perdedores sentamos juntos perto do fogo, e Carter fingiu estar interessado em linguagem de sinais e ensinei-lhe alguns sinais. Isso é uma merda.
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Quando eu imaginei a festa naquela noite, eu não tinha imaginado que eu estaria passando o tempo com Carter, ensinando-lhe coisas que eu mal conseguia me lembrar. Eu observava Samantha através do fogo. Estávamos cada um fingindo não ver o outro, sabendo que era uma mentira. Meu orgulho não me deixou sentir pena dela e ela não fazia nada, além de fingir que nada tinha mudado entre nós dois. Tentando ignorá-la, vi meus colegas de classe em torno de mim. Fiquei impressionado que eu não vi uma garrafa marrom ou copo de plástico vermelho. Eles haviam levado essa promessa a sério. Ali estávamos nós, nove semanas depois, e todos aderindo a ela. Eu não esperava que eles a levassem tão a sério. E eles ainda estavam se divertindo. Eles ainda estavam rindo, jogando bolas de neve que estavam mais perto de lama e gelo do que de neve. Eles ainda estavam cantando músicas idiotas e fazendo coisas estúpidas. Mas mesmo isso não conseguiu me animar. Era óbvio que esta festa ia durar metade da noite. Eu debati em ir embora, mas então eu teria que descobrir como Samantha ia chegar em casa, ou fazer com que ela viesse comigo. Mais uma vez, lá estava o meu orgulho. Então, eu simplesmente me sentei na areia, olhando para o fogo, sozinho, e puxei o capuz por cima da minha cabeça. Minha bunda foi lentamente ficando molhada, a neve derretendo em minhas calças. Eu não me importava. Eu estava tentando não me preocupar com nada. Poucos minutos depois, um barulho na areia atrás de mim chamou minha atenção. Considerando que era, provavelmente, apenas um casal tentando esgueirar-se para longe da multidão para se beijar, eu simplesmente ignorei. Mas, em seguida, um par de pernas magras caíram no outro lado de
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mim quando alguém se sentou atrás de mim, e um par de braços se enrolaram em volta dos meus ombros. Eu não tinha que olhar para cima para saber que era Sam. Ela puxou o capuz para baixo e apertou a bochecha dela contra a minha, me dando um aperto no meu peito e ombros. Eu vagamente detectei o cheiro de kiwi vindo de seus lábios. — Sinto muito. — disse ela em voz baixa. Seus lábios roçaram meu rosto enquanto falava. — Eu realmente fui uma grande idiota. O que eu disse foi realmente ruim. Eu virei minha cabeça um pouco, então eu estava olhando para o rosto dela. Ela realmente parecia triste, com os olhos caídos, mais cansados do que o habitual. — Eu fui te afastando o tempo todo. — disse ela. — Quando estamos em sua casa, eu me sinto... segura. Mas quando estamos na escola, só me faz lembrar o quão rápido a minha vida inteira poderia desmoronar. Eu tenho trabalhado tanto nos últimos meses e isso tudo poderia ruir se alguém descobrisse que tenho apenas dezessete anos e moro sozinha. — Você é uma parte de tudo isso. — disse ela, com os olhos cada vez mais sérios. Ela colocou a mão na minha bochecha. Eu coloquei minha mão sobre a dela. — Embora eu não possa dizer aquela palavra, o pensamento de deixar você entrar somente para ser arrancado de mim... Ela parou, fechando os olhos. — Se o meu próprio pai pode se afastar de mim tão facilmente, quanto tempo vai levar para você ficar cansado de mim também? Me virei para que eu ficasse ajoelhado em frente a ela. Com seus olhos ainda fechados, eu pressionei meus lábios suavemente nos dela. Eu estava certo antes. Kiwi. Eu amava como os lábios dela tinham gostos diferentes a cada vez que encontravam os meus.
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Eu coloquei uma mão em cada lado do rosto. Lentamente, ela abriu os olhos. Alcançando no meu bolso, tirei meu pequeno caderno e uma caneta. Eu não vou a lugar nenhum, eu escrevi. Portanto, não continue me afastando. Um sorriso rachou no canto da boca dela. Um pequeno brilho voltou aos seus olhos e ela pegou minhas mãos nas dela. — Sinto muito. — disse ela. — Eu nunca tive um namorado antes. Acho que eu realmente não sei como tratar um. O sorriso que se espalhou no meu rosto deve ter parecido ridículo. Namorado. Eu era o namorado de Samantha Shay. Eu beijei seus lábios kiwi novamente. Segurando minha mão, eu lhe chamei a atenção, testando ela para ver se ela estava realmente pronta para fazer isso. Ela olhou para mim por um longo momento, seu sorriso vacilante se fortalecendo. Eu podia ver o medo em seus olhos. Se voltarmos para a festa juntos, sua mão na minha, iria mudar as coisas novamente. Não seríamos apenas nós. Seria nós e toda a ilha sabendo que havia um nós. Isso significava que ela tinha que se arriscar. O sorriso finalmente se espalhando para mostrar seus dentes brancos, e ela colocou a mão na minha. Nossos dedos enluvados se abraçaram. E, finalmente, com nossos ombros batendo no escuro, caminhamos de volta ao fogo. Assim que Carter nos viu caminhando em direção a todos, ele começou a bater palmas, as mãos acima da cabeça, e deu um grande grito. Cabeças se viraram automaticamente, e mais palmas e aclamações estouraram. Norah apenas olhou para nós dois.
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Uma risada borbulhou para fora dos lábios de Sam, seu rosto corando instantaneamente quando cada rosto se virava para nós. — Finalmente! — Alguns aplausos soaram no meio da multidão. Pressionando os lábios na testa de Sam, eu senti que talvez, apenas talvez, tudo no mundo ia ficar bem.
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15 semanas até o aniversário de Sam
E
u senti como se estivesse em um daqueles filmes de romance adolescente melosos, talvez um dos anos noventa, depois daquela noite na praia. Depois de todas as dificuldades e provações, o
menino e a menina finalmente ficavam juntos. Eles superam as coisas que estão lutando contra eles, e o amor conquista tudo. Felizes para sempre. Depois do meu acidente, eu não espero que haja um felizes para sempre para mim. Eu tinha resolvido comigo mesmo que a vida só ia ser horrível. Mas lá estava eu todo dia, andando pelos corredores de mãos dadas com a garota mais bonita e mais inteligente da escola. Passei minhas tardes envolto em cobertores com Samantha Shay, na minha cama, no meu quarto, ou na dela no trailer. Passei fins de semana de inverno frios andando pela cidade como um turista com ela ao meu lado. A única coisa que estava faltando no meu felizes para sempre era a parte do — eu te amo. Era horrível que ela não diria isso, e que ela não iria me deixar dizer, mas eu sabia que eu podia esperar. Talvez para sempre, se assim tiver que ser. Na segunda-feira antes do Natal, eu caí na minha cama depois do jantar. Kali e eu estávamos fazendo sinais um com o outro a maior parte da noite, boa parte da família entendendo tão bem desde que Kali estava agora morando com a gente em tempo integral. Acendendo o abajur ao lado da minha cama, eu puxei o caderno vermelho da minha mochila. Eu tinha deixado com Sam após a aula de LSA, na esperança de que ela iria escrever outra carta. Havia alguns pedaços de papel colados à encadernação em espiral, como se ela tivesse rasgado uma página que eu iria admirar, mas eu não estava decepcionado.
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Minha mãe começou a viajar muito quando eu tinha uns dez anos. Nós tínhamos sido muito pobres por um longo tempo, depois de Mike partir. Ela estava indo para a escola a tempo parcial e trabalhava em tempo integral. Finalmente, quando ela terminou a escola, ela conseguiu esse novo trabalho. Ela teve que viajar por alguns dias a cada duas semanas e assim eu ficava com meus avós, quando ela ia embora. Eu odiava. Os pais da minha mãe são o tipo de pessoas que já conheci mais diferentes de avós que eu conhecia. Vovó só se preocupava com impressionar e superar seus — amigos — extravagantes. Vovô ficava absorvido em seu mundo de negociação de ações, ou qualquer que seja a porcaria que ele fazia. Minha mãe sabia que eu não gostava de ficar com eles, quando ela ia embora. Eu tentei não para tornar difícil para ela, mas ela sabia. Acho que é apenas uma parte de ser mãe. Uma vez, ela voltou e me deu um presente. Era esse pacote de seis batons brilhantes aromatizados, e totalmente infantis. Quando eu tinha dez anos, parecia tão legal que eles tinham passado por todo o caminho de Nova York, mesmo que você pudesse tê-los comprado em qualquer lugar. Eu usava aqueles brilhos labiais o tempo todo quando ela não estava. Mesmo que todos eles fossem diferentes, cada um deles me lembrava dela. Depois disso, toda vez que ela foi embora, ela sempre me trazia de volta um novo tipo de gloss ou Chapstick. Uma vez, quando ela teve que viajar para Paris para o trabalho, ela me comprou esta bolsa fantasia de maquiagem onde eu colocava todos lá dentro. Ao longo dos anos eu enchi o saco inteiro. É um saco muito grande. Parece bobo, não é? Que só um batom me faça sentir como se a mamãe está aqui novamente. Às vezes, quando eu passo, certos cheiros me fazem pensar em como ela era quando ela estava fazendo café da manhã, ou bebendo seu café no deck.
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Meio que me assusta, porém, usá-los todos os dias como eu uso. O que acontece quando eu ficar sem eles? Vou esquecer como se pareciam? Como parecia quando o sol refletia em seu cabelo? A forma como o travesseiro sempre cheirava a ela? A minha lembrança dela vai acabar também? Eu deixo o caderno descansar no meu peito quando eu terminei de ler, a minha cabeça cheia divagando em pensamentos. Eu quase me senti pior e pior a cada vez que senti pena de mim nestes últimos meses. Ou por sentir pena de mim mesmo em qualquer momento. Parecia tão simples, batom de gloss. Eu certamente gostava do milhão de sabores que eram os lábios de Sam. Mas era muito mais pra ela. Esses sabores e cheiros eram de alguém que ela gostava, que significava mais para ela do que qualquer outra pessoa. Eu tinha esse avião quando eu era pequeno. Acho que eu não deveria dizer tinha. Ele ainda está sentado na minha estante. Você provavelmente já o viu antes e nem mesmo percebeu. Meu avô me deu quando eu tinha cinco anos, o pai da minha mãe. Eu nem sequer me lembro dele, ele morreu quando eu tinha sete anos, eu acho. Mas era isso, ele era velho, e não conseguia nem ficar em pé, e sempre parecia que ele estava carrancudo. Mas eu me lembro que ele contou histórias sobre quando ele estava na Força Aérea. Eu realmente não me lembro de quaisquer histórias específicas, mas eu me lembrava dele dizendo. E então ele me deu aquele velho avião de metal no meu quinto aniversário. Estava bastante detonado. Mas eu amei aquela coisa velha de baixa qualidade. Quando eu tinha oito anos, uma das asas se partiu e eu chorei até meus olhos doerem até que meu pai finalmente encontrou alguém que pudesse soldá-lo de volta. Acho que foi aí que eu decidi que eu queria tirar a minha licença de piloto. Eu queria testar o céu, para ver como o mundo parecia de cima. Levei o avião de metal estúpido no ar comigo no primeiro dia em que voei. Eu estava tão assustado que eu pensei que eu sujaria minhas calças. Mas por alguma razão
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eu me senti um pouco melhor ter esse pequeno avião lá comigo. Talvez meu avô estivesse voando comigo naquele dia. Alguns dias eu sinto tanta falta de voar que faz todo o meu peito doer, parece que eu não consigo respirar às vezes. Eu tento não pensar sobre o fato de que eu nunca vou ter milhares de metros de ar entre mim e o chão novamente. Mas é nesses momentos que eu tenho que lembrar que pelo menos eu tive a chance de fazê-lo em algum momento de minha vida. Uma dúzia de voos individuais são melhores do que nunca ter feito nada disso.
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15 semanas até o aniversário de Sam
O
tempo deu uma guinada para a pior no dia seguinte. A terçafeira amanheceu com um novo manto de neve. E seis centímetros
de
neve
significava
que
a
escola
estava
definitivamente cancelada. Se Orcas conseguisse mais do que dois centímetros, toda a ilha ficava praticamente fechada. Normalmente eu teria ficado feliz, mas considerando as circunstâncias que eu sabia que Sam estava passando, me senti com muito pânico e preocupado. Com tudo em mim, eu queria que Sam tivesse um telefone celular para que eu pudesse ligar para ela e garantir que seus tubos não congelaram. Ou que ela não tinha congelado. Em vez disso eu tive que esperar até quase onze horas quando as estradas estavam semi-liberadas para levar tantos cobertores extras quanto eu poderia roubar sem que a mãe percebesse. Eu disse a ela que eu ia passar o dia com Sam. Ela só me disse para voltar para a casa antes das dez, para que eu não ficasse preso em algum lugar na neve. A garagem de Sam estava coberta por um cobertor perfeito de neve branca e fresca e por um minuto eu não sabia se eu estava indo para o caminho certo. Eu não sabia como eu sairia, a menos que a neve começasse a derreter. Estremeci com a visão do trailer. Ele definitivamente não parecia quente. Eu só podia esperar que o pequeno rastro de vapor que saia através de uma abertura no lado dele significasse que estava quente o suficiente no interior. Bati na porta apenas uma vez antes de entrar. Tudo dentro estava coberto com uma fina camada de orvalho, o calor do aquecedor lutando contra o frio lá fora. O trailer estava uma bagunça, e não havia nenhum sinal de uma Sam viva.
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Caminhando de volta para seu quarto, eu a encontrei ainda na cama, enterrada sob uma pilha de cobertores. Ela estava lá com a boca ligeiramente aberta, os cabelos presos em sua testa, que pareciam ligeiramente úmidos. Meu palpite era que Sam estava doente. Ela não teria dormido desse jeito, especialmente considerando que era para ser um dia de escola. Decidido a deixá-la continuar dormindo, fechei a porta do quarto em silêncio atrás de mim. Me virando para sua pequena pia, eu comecei a lavar poucos pratos. A água, pelo menos, não tinha congelado. Eu trabalhava lentamente pelo meu caminho através do trailer, endireitando a cozinha, descartando sacolas, varrendo o chão. Foi humilhante mergulhar totalmente na nova forma de Samantha de viver. Ela realmente não tinha nada. — Jake? — Eu ouvi uma voz rouca chamando no quarto. Inclinando a vassoura contra a parede, eu caminhei de volta para ela, pegando o nosso caderno da mesa. Ela apoiou-se num cotovelo, olhando na minha direção. Ela parecia terrível. — Que horas são? — Ela perguntou, com os olhos vesgos, olhando para o relógio. — O que você está fazendo aqui antes da escola? Eu levantei um dedo de um lado e dois do outro, na esperança de que seria parecido com doze em vez de três. Eu nunca conseguia lembrar as indicações para quaisquer números acima de cinco. — Merda. — ela gritou, pulando para fora da cama. Ela gemeu quando levantou, seu rosto parecendo aflito enquanto procurava em volta pelas roupas. Há seis centímetros de neve lá fora, eu escrevi. Sem escola hoje. — Oh. — ela disse, sua estrutura relaxando instantaneamente. Ela caiu de volta na cama, puxando a pilha de cobertores ao redor dela.
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Você está bem? Ela meio que deu de ombros. — Eu não me sinto muito bem hoje — disse ela, se aninhando ainda mais em seus cobertores. — Eu me sinto meio dolorida. Eu realmente espero que eu não fique doente. Eu me mexi na cama, agarrando uma das pernas de Sam de dentro do cobertor e puxando-a para mim. Pressionando meus polegares na sola de seu pé, comecei a trabalhar círculos firmes nele. — Isso é muito bom. — disse ela, com os olhos fechados, todo o seu corpo relaxando em sua cama desgastada. Olhei em volta do quarto de Sam. Suas roupas estavam em toda parte, misturados com cadernos, livros e folhas aleatórias de papel. Sam estava mais confusa do que eu. Eu não acho que as meninas eram autorizadas a serem desleixadas. Na pequena mesa de cabeceira ao lado da cama, vi um saco de cor dourada com vermelho escuro, uma costura intrincada e coberta de pérolas. Estava aberta um pouco, e eu podia ver que dentro haviam tubos coloridos, o saco cheio deles. Os batons de gloss da mãe de Sam. Levei um minuto para perceber que a perna e pé de Sam tinham ficado totalmente moles na minha mão. Ela tinha caído no sono. Colocando seu pé suavemente na cama, deitei ao lado dela, uma pilha de cobertores debaixo de mim. Descansando minha cabeça no meu braço, eu só fiquei lá e estudei o rosto de Sam. Seus cílios se espalharam em sua bochecha, longos e perfeitos. A maquiagem de ontem ainda se agarrava a eles. Seu nariz era fino e arredondado, que quase me fez lembrar um pouco dos narizes das crianças. Todas as crianças tinham narizes bonitos; Sam nunca perdeu o dela. Seus lábios eram perfeitos e cor de rosa. Pela primeira vez, parecia que não havia nada sobre eles.
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Ela deu um pequeno suspiro, rolando para mim um pouco. Seu braço saiu de cima dela e parou no meu peito. Com cuidado para não acordá-la, eu peguei a mão dela na minha, descansando meus lábios contra sua pele apenas levemente. Eu pensei sobre o Natal chegando. Daqui a apenas quatro dias. Eu nunca tive uma namorada antes, então eu não sabia o que era suposto eu dar a ela. Eu queria que fosse algo especial, e não apenas uma coisa estúpida que ela agradeceria e nunca olharia novamente. Ia ser muito mais difícil conseguir algo bom, pois eu não tenho um emprego. Sam dormiu por mais uma hora, seus olhos finalmente se abrindo e olhando nos meus. — Hey. — ela disse, com um pequeno sorriso se espalhando em seus lábios. Eu nunca tinha visto uma visão tão perfeita. Eu sorri de volta, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Eu poderia me acostumar a acordar ao seu lado. Fiquei surpreso com um comentário tão profundo de Sam. Eu não chegava a ouvir coisas como essa dela com muita frequência. Mas eu aceitava o que eu recebia. Eu também. — Eu me sinto nojenta. — disse ela, quebrando o feitiço que estava tecendo entre nós tão rápido quanto ele havia formado. — Me sinto um pouco melhor. Não tanto como se estivesse cozinhando de dentro para fora. Eu acho que eu vou tomar um banho, se você não se importa? Eu balancei minha cabeça, tentando evitar os pensamentos de me juntar a ela.
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Sam fechou a porta do banheiro pequeno atrás dela e ouvi a pulverização catódica da água. Enfiei um par de sua roupa de baixo com a ponta do meu sapato pela porta, tentando não imaginar como ela estava. — Então o que você quer fazer hoje? — Sam chamou do chuveiro. Eu sentei lá por um momento estranho, incapaz de responder. Um pouco mais calma, ouvi Sam murmurar — Duh. — para si mesma. Eu apenas ri e balancei a cabeça. Eu não podia culpar Sam por esquecer às vezes. Houve momentos intermináveis quando eu formei palavras em meus lábios, respirando fundo, como se faz antes das palavras saírem. Mas elas não saíram. Elas ficaram presas dentro de mim, e eventualmente, tiveram que encontrar o seu caminho através de meus dedos e até a página se quisessem sair. Sam e eu terminamos passando o dia todo do lado de fora, brincando com a neve. Ela ficou criativa com um pedaço de plástico rígido e uma corda, transformando-o em um trenó. Sua energia parecia voltar enquanto nós jogamos bolas de neve um para o outro, fazíamos uma família inteira de bonecos de neve, e criamos um iglu de porte bastante impressionante. Eu ficava me preocupando com Sam e seu cabelo molhado enquanto estávamos fora. As pontas de seus fios castanho escuro tornaram-se gelo. Sam me provocou implacavelmente sobre me preocupar com ela, perguntando quando eu me tornei uma garotinha. Tinha ficado escuro por mais de uma hora antes de voltarmos para o trailer. Nossas roupas estavam encharcadas, nenhum de nós usando nenhuma roupa de neve. Os dentes de Sam bateram quando ela tirou o casaco na pequena área de cozinha / sala de jantar. Meus dedos dos pés e mãos estavam completamente dormentes. Eu desajeitadamente tirei fora meu tênis encharcado. Ficamos ali sem jeito por um momento, nós dois percebendo que estávamos completamente encharcados, e eu não tinha nada para trocar.
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Um sorriso começou a se formar no rosto de Sam, tão lento que eu nem percebi que estava lá por um tempo. Havia uma expressão que se formava em seus olhos que eu nunca tinha visto antes. Era o olhar de querer alguma coisa, e não querendo lutar contra querer essa coisa. Meu corpo inteiro pareceu saltar para a vida quando ela atravessou a pequena cozinha para mim. Sua mão veio para a parte de trás do meu pescoço, sua pele parecendo gelo contra a minha. Mas eu não me importei nem um pouco. A outra mão de Sam empurrou meu casaco o resto do caminho dos meus ombros quando nossos lábios se encontraram. Quando meu casaco caiu no chão em uma poça molhada, os lábios de Sam tornaram-se mais urgentes, os lábios de despedida. Os lábios dela tinham gosto de algodão doce hoje. Eletricidade percorreu o meu sangue quando as mãos de Sam deslizaram até a barra da minha camisa. Muito lentamente, ela levantou o tecido molhado, fazendo minha pele arrepiar quando ela levantou-o para cima e sobre a cabeça, nossos lábios se separaram apenas por um breve momento. Me assustou que eu não tinha notado as minhas mãos deslizando sob a camisa de Sam até que eu a tinha levantado pela cabeça dela. Eu não queria pensar que eu poderia perder o controle daquele jeito, mas eu não queria parar. Aparentemente, nem Sam queria. Ela escorregou para fora da calça jeans molhada antes que eu pudesse deixar meu olhos trilharem para o que ela estava usando por baixo daquelas coisas molhadas. O mundo nunca pareceu mais real ou brilhante quando eu vi Sam parada lá em quase nada. O tecido azul escuro se agarrava a sua pele de uma forma que fez a minha cabeça girar e minha respiração pular no meu peito. Nossos olhos se encontraram e eu vi outra coisa lá que eu nunca tinha visto antes. Estar com Sam era tudo sobre a dança em volta das paredes e a busca de portas invisíveis. Mas naquele momento, não havia paredes, havia
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apenas seus olhos cor de chocolate, observando para ver o que eu pensava dela. Eu segurei seu olhar enquanto minha mão subia para seu rosto. Sua pele estava fria contra a minha. Eu esperava que ela pudesse ver o quão bonita eu achava que ela estava naquele momento. Foi doloroso que eu não pudesse formar as palavras, na verdade meu peito doía de mantê-las dentro. Mas eu vi a suavidade em seus olhos, e sabia que ela sabia que eu a amava, mesmo que ela não me deixasse dizer as palavras. — Venha se aquecer comigo. — ela respirou, seus lábios roçando os meus enquanto ela falava contra a minha pele. Descendo, ela desabotoou o primeiro botão da minha calça. Não me levou mais de um segundo para escapar dela. Conectando o dedo indicador no cós da minha cueca, ela me puxou para o banheiro com ela. Ligando a água quente, ela me puxou atrás dela. A água queimou minha pele, mas eu nem percebi quando meus olhos correram sobre Sam novamente, vestindo apenas um sutiã e calcinha. Sam mordeu o lábio inferior, olhando-me debaixo daqueles perfeitos cílios escuros. Ficamos no chuveiro até que a água quente acabasse, nossos lábios travados juntos, nossas mãos explorando a pele um do outro. Sam segurou todas as coisas importantes para trás, mas apenas um pouco. Me senti de cabeça leve e meus joelhos fraquejaram quando Sam soltou uma risadinha pela metade, quando a água caiu gelada sobre nós. Nós dois tropeçamos para fora do chuveiro, nos envolvendo em toalhas. Nós caímos em sua cama, enterrando-nos em cobertores e travesseiros. Nos sentamos frente a frente, nossos narizes apenas a meia polegada de distância. — Este foi o melhor dia que tive em muito tempo. — disse Sam, com um sorriso preguiçoso feliz em seu rosto. — É bom só... ser eu. Ser eu mesma quando estou com você.
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Eu sorri, pressionando meus lábios nos dela por alguns instantes. A emoção do dia foi se estabelecendo, deixando meu corpo sentindo pesado e lento. Os olhos de Sam caíam, descansando na minha garganta. Ela estudou as cicatrizes lá, o buraco que nunca iria embora. Seus dedos quentes subiram para tocar a pele lá. — Você tem sido incrível para mim, Jake. — ela disse em voz baixa, com os olhos ainda em minhas cicatrizes. Ela ficou quieta por um segundo. Finalmente, seus olhos encontraram os meus novamente. — Obrigado. Eu desajeitadamente fiz o sinal de De nada. As palavras Eu te amo querendo tanto se libertar de meus lábios naquele momento. Mas elas ficaram presas na minha garganta, seguras, onde elas não estragariam nada.
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8 horas desde que adormecemos 15 semanas até o aniversário de Sam
O
som do meu telefone vibrando me puxou dos meus sonhos de voar. Procurei meu relógio, perguntando quem estava me ligando no meio da noite. Mas nada parecia familiar. Meu
relógio não estava onde deveria estar. Estes cobertores não eram familiares. O som de alguém dormindo ao meu lado na cama com certeza não era familiar. Merda. Tropeçando na escuridão, eu mexi para pegar meu telefone antes da chamada ir para o meu correio de voz. Meu estômago afundou em meus joelhos, quando eu vi que eram 3h12m e era minha mãe ligando. Terminei a chamada, e mandei uma mensagem de texto para a mãe. Eu sinto tantoooo. Acabei dormindo na casa de Sam. Indo para casa agora. Eu chequei meu telefone depois que eu apertei enviar. Mamãe tinha ligado quatro vezes, meu pai tinha ligado duas vezes, e Jordan tinha ligado uma vez. Havia dois correios de voz da mãe, um deles gritando e fervendo para mim voltar para casa imediatamente, o outro doente de preocupação, dizendo que se eu não voltar para casa em breve ela estaria enviando a polícia para me procurar em uma vala. Percebendo que eu ainda estava mais nu do que com roupa, eu freneticamente comecei a pegar as minhas coisas ainda úmidas. Meu estômago se sentiu mal enquanto eu procurava pelas minhas chaves. Eu estava tão ferrado. Voltei para o quarto de Sam, me inclinando sobre a cama e dando um beijo na testa dela. Através da luz fraca eu vi os
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cílios dela se abrirem. Ela pareceu confusa por um segundo, e então um sorriso se espalhou por seu rosto. Por um segundo eu considerei apenas deixar minha mãe chamar a polícia. Ir para casa era a última coisa que eu queria fazer. — Oh, não. — disse Sam, com o rosto ficando mais sério, quase tão rápido quanto ela sorriu. — Você provavelmente está com uma tonelada de problemas, né? Eu balancei a cabeça, dando-lhe um sorriso torto que disse que valeu a pena. Beijei seus lábios, me demorando por alguns instantes. Ela murmurou um adeus e eu escorreguei para fora da porta. A neve começou a derreter nas estradas de tarde, mas quando as temperaturas caíram de novo naquela noite, ela só deixou toda a neve derretida nas estradas virar gelo. Eu escorreguei e deslizei na estrada. Enquanto eu dirigia passando pelo aeroporto, vi um carro azul velho sentado na vala. Depois de diminuir a velocidade para me certificar de que não havia ninguém nele, eu continuei no meu caminho para casa. Mas a viagem para casa não era nada comparado com o que eu sabia que estava esperando por mim quando eu entrasse pela porta da frente. Entrando na garagem, vi que a luz estava acesa na sala de estar. Eles estavam esperando por mim. Parecia que meu coração estava tentando martelar seu caminho para fora do meu peito enquanto eu caminhava pela calçada. Eu abri a porta. Mamãe estava sentada em uma cadeira estofada no canto, os braços cruzados sobre o peito. Meu pai caminhava pelo chão, esfregando uma mão sobre seu queixo. Ele congelou quando eu fechei a porta atrás de mim com um pequeno clique. Todos nós só ficamos lá por um segundo em silêncio. Olhando para o relógio na parede, eu vi que era 3h38m. Eu estava tão morto.
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— Você sabe que você está de castigo, certo? — Disse a mãe, com a voz firme. Eu vi suas mãos tremendo ligeiramente onde elas estavam presas contra o seu corpo com os braços. Eu apenas assenti. — Você sabe que praticamente me deu um ataque, me preocupando que eu iria receber uma chamada dizendo você tinha sido encontrado em uma vala de novo, certo? Olhei para meu pai, balançando a cabeça. Eu não tinha certeza se eu queria que meu pai me dissesse alguma coisa ou não. Ele só olhou para mim com os olhos em branco. — Eu pensei que eu ia ficar louca. — disse a mãe, com a voz e o corpo relaxando um pouco. — Eu liguei para os pais de Rain, liguei para o Diretor Hill. Eu tentei ligar para a casa de Samantha, mas número dela não está listado. Meu estômago instantaneamente se apertou. Samantha simplesmente não tem uma casa para onde ligar. Mamãe apertou os olhos fechados, respirando fundo. Eu quase podia vêla tramando a minha punição por trás das pálpebras. — Tudo bem. — disse ela, deixando os olhos lentamente deslizarem abertos. — Você está de castigo por uma semana. Isso significa sem Samantha, Jake. — disse ela, com os olhos sérios. Eu queria protestar, mas eu sabia que eu merecia. — Eu tenho que te dar um toque de recolher de verdade? Eu balancei minha cabeça. Mamãe nunca tinha dado a qualquer um dos filhos um toque de recolher oficial, era apenas a regra tácita que noites como esta nunca acontecessem. — Tudo bem. — disse a mãe, com os olhos de repente cansados.
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Olhei para meu pai. Fiquei surpreso que sua expressão não era mais difícil do que era. — Vá dormir um pouco — disse ele, acenando com a cabeça na direção do meu quarto. Enquanto eu caminhava de volta para o meu quarto, o adolescente dentro de mim queria protestar, me defender. Não é como se eu tivesse feito algo realmente ruim. Eu tinha acabado adormecendo, é por isso que eu tinha chegado em casa tão tarde. E ainda assim eu sabia que eles tinham todo o direito de estarem preocupados. Considerando o meu passado, eu fiquei surpreso que eles já não tivessem chamado a polícia. Quando eu tirei as minhas roupas molhadas, apaguei as luzes e subi na cama, a minha língua passou por cima de meus lábios. Algodão doce. Sim, eu estava em sérios apuros. Mas tinha valido a pena.
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11 semanas até o aniversário de Sam 6 meses até a graduação
E
u percorri a praia por horas, mais de uma praia na verdade. Até o final do dia de quinta-feira, eu estava exausto e congelado, mas eu tinha um punhado de conchas azuis e verdes. Com a ajuda da
minha mãe eu iria transformá-las em uma pulseira. Mamãe até mesmo me deixou ver Sam por cinco minutos no dia de Natal para dar a ela. Sam tinha me dado estes óculos de piloto vintage incrivelmente legais que ela encontra no câmbio, que era como uma interminável venda de garagem a céu aberto. Era como um mercado de pulgas seria se o mundo chegasse ao fim. Seria difícil encontrar o câmbio em outros lugares além de Orcas. A mãe não esqueceu o castigo. Cinco minutos era tudo que eu tinha com Sam por uma semana. Ela até mandou Rain e Carter para fora quando eles apareceram no dia seguinte ao Natal. Mas pelo Ano Novo eu estava perdoado e fora de castigo, e Sam passou toda a noite em nossa casa, dormindo no quarto de Jordan, quando todos nós, finalmente, fomos para a cama. Eu não poderia ter estado mais feliz, tendo toda a minha família lá, todos os sete filhos, Kali, e a garota que eu amava. Foi o melhor Ano Novo. A escola recomeçou e as coisas andavam como de costume. Mas quando você vive em uma pequena ilha estranha como Orcas, as coisas realmente não podiam ficar normais por muito tempo. Para a última semana de janeiro estava previsto para ser o clima mais frio que tivemos em nove anos. Mesmo que na ilha não nevasse, isso também significava que a escola não
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seria cancelada, nós ganharíamos ventos fortes do nosso vizinho mais próximo, o Canadá. No segundo dia da tempestade, faltou energia na ilha inteira. Foi o que aconteceu durante a aula de marcenaria, logo após o sino tocar no início do período. Logo que caiu, gritos e uivos de alegria podiam ser ouvidos em toda a escola. Sem energia significava que tínhamos que ir para casa. Depois que fomos liberados, todos nós saímos para os corredores e eu imediatamente comecei a procurar por Samantha. Finalmente, encontrei-a indo em rumo a seu armário, os olhos arregalados, com uma expressão com uma mistura de preocupação e medo. Você está bem? Eu escrevi e mostrei a ela quando eu me juntei ao seu lado. — Não tem energia. — ela disse em voz baixa enquanto ela abria seu armário na penumbra. Eu balancei a cabeça em concordância, descansando as costas contra o armário ao lado da dela. — Eu me pergunto quanto tempo vai ficar assim. — ela disse enquanto ela pegava alguns livros de seu armário e colocava-os em sua bolsa. Eu apenas dei de ombros. Quer uma carona para casa? Eu escrevi. Sam apenas balançou a cabeça distraidamente e girou um dos seus anéis em volta de seu dedo. Ela não disse mais nada enquanto eu a levava de volta para o trailer. O carro balançou e sacudiu na estrada, como os ventos do norte rasgavam em nós. Quando eu finalmente estacionei na casa de Sam, ambos corremos para dentro, puxando nossos capuzes para manter o frio gelado de fora. Eu me senti como um idiota logo que entramos.
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A energia acabar significada que os aquecedores de Sam não iriam funcionar. E já estava frio no interior. Merda. Sam hesitou na cozinha, envolvendo os braços em torno de si mesma, seus dentes já começando a bater. Seus olhos encontraram os meus e eu pude ver que ela não sabia o que fazer. Então eu fiz a única coisa que havia para fazer. Dizendo para embalar roupas para durar alguns dias, eu fui lá fora e desliguei a mangueira que saia da cabine para o trailer. Demorei um pouco para descobrir como drenar a água da mangueira e do reboque, mas eu estava bastante confiante que os tubos não iriam congelar e quebrar durante o tempo frio. Dez minutos depois, estávamos de volta no carro, o aquecedor ligado. — Jake. — disse Sam. — Não há como a sua mãe me deixar ficar. Não agora que estamos juntos. Ano Novo era uma coisa. Ela provavelmente já suspeita que algo está acontecendo. Ela não tem que saber que você está passando a noite, eu rapidamente escrevi quando chegamos a um sinal de Pare. — Eu odeio mentir para sua mãe. — disse Sam. — É muito mais difícil de mentir para as pessoas que você gosta. Olhei para Sam. Parecia que ela tinha o peso do mundo sobre os ombros novamente. Ela girou um dos seus anéis redondos. Eu considerei que talvez eu devesse dizer para mamãe e papai sobre o que tinha acontecido com Sam. Talvez eles entendessem e não chamariam o serviço social. Talvez eles a deixariam morar com a gente até que ela completasse dezoito anos.
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Mas algo dentro de mim suspeitava que não era o que realmente iria acontecer. Esta era um daqueles grandes situações que, mesmo quando você sentia que sabia qual era a coisa certa a fazer, o Estado iria discordar. E eu não queria colocá-los em uma situação difícil. Nós dois entramos na casa juntos, deixando a bolsa de Sam e as coisas no carro. Me senti como se entrasse em uma fornalha. Quando meu pai construiu a casa, ele tinha colocado um enorme fogão a lenha na sala de estar. O tubo corria até o teto abobadado que abria para o sótão e o corredor no andar de cima. Nós não estaríamos sentindo frio com essa coisa. — Sam! — Disse Joshua animadamente assim que entrou. Ele correu e colocou os braços em volta dela. — Mamãe está fazendo chocolate quente em frente à lareira! Quer um pouco? Ela colocou chips de chocolate de verdade nele também! Sam riu, bagunçando o cabelo de Joshua. — Eu adoraria. — Mãe! — Joshua gritou quando ele começou a ir para a cozinha. — Sam quer um pouco de chocolate quente também! Sam riu quando ela olhou para mim. Ela tinha um desses brilhos nos olhos, como se ela sabia onde ela pertencia. Mamãe convidou Sam para ficar para o jantar, como eu sabia que ela faria, e toda a família, Sam, e Kali passou o resto do dia fazendo lição de casa à luz de velas e jogando jogos de tabuleiro na mesa da cozinha. Eu escorreguei uma nota para Sam debaixo da mesa durante a terceira rodada do Uno, a pedido de Joshua. Minha janela é a segunda no final. Nenhuma tela nela. Eu vou para a cama assim que você sair e vou deixá-la entrar.
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Sam leu furtivamente debaixo da mesa. Ela olhou para mim, os olhos nervosos e inseguros. Eu só peguei a mão dela e dei-lhe um aperto. Como se tivesse sido planejando, exatamente às dez horas a minha mãe disse que era hora de todo mundo ir para a cama. Sam tomou isso como sua sugestão para sair, mentindo e dizendo que um amigo estava vindo para buscá-la. Até mais, eu gesticulei para Sam quando eu pretendia dizer adeus a ela na porta da frente. Ela me deu um sorriso malicioso e fingiu andar pela calçada. Assim que fechou a porta, eu disse boa noite a todos, levou dois segundos para escovar os dentes, e fui direto para o meu quarto. Acendendo uma vela e a colocando em cima de meu armário, eu então rastejei sobre a cama o mais silenciosamente que pude e abri a janela. Sam estava escondida nas sombras, já tremendo, segurando a bolsa de coisas. Acenei e ajudei-a a subir. — E se formos pegos? — Ela sussurrou, olhando para a porta, como se ela pudesse se abrir a qualquer momento. Eu levei a bolsa de Sam e a coloquei no pé da cama. Um sorriso se espalhando em meu rosto, eu a puxei para os meus braços. Nossos corpos se fundiram como se fossem feitos um para o outro. Toda a preocupação e o medo desapareceu do rosto de Sam quando ela olhou para mim. Eu adorava quando ela sorria o sorriso Jake. Eu te amo, eu disse na minha cabeça pela milionésima vez. Havia algo perfeito e doce sobre o jeito como o corpo de Sam se moldava ao meu. Nós dois deslizamos para os lençóis depois que tínhamos alcançado a cama. Ela deitou a cabeça no meu peito, cada centímetro de seu corpo se aconchegando em mim. Apoiei o queixo no topo de sua cabeça, passando os braços ao redor dela.
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— Como eu fui tão sortuda por ganhar você? — ela sussurrou contra meu peito. — Você sempre cuida de mim. Eu pressionei meus lábios em seu cabelo, apertando-a com mais força. Eu sou o sortudo.
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17 horas desde que a energia acabou 11 semanas até o aniversário de Sam
— Oh meu Deus! — De repente alguém gritou. Eu me forcei a acordar para ver mamãe protegendo os olhos e recuando para a porta. Sam, de repente saltou acordada, os olhos arregalados e aterrorizados. — Jake! — Mamãe estava tentando muito manter a voz sob controle. — O que Samantha está fazendo em sua cama? — Oh merd ... — disse Sam, saindo da cama. Pisquei os olhos com força, tentando limpar o sono da minha cabeça. — Sra. Hayes, eu sinto muito. — Sam começou a explicar apressadamente. — Minha mãe está fora da cidade de novo, e a energia acabou, e não temos um fogão à lenha na nossa casa. Estava muito frio e eu estava com medo de ficar em casa sozinha na noite passada. Eu sinto muito mesmo. Eu queria me intrometer e deixar escapar uma explicação também, mas bem, eu não podia... Então, eu só peguei o caderno e caneta mais próxima. DESCULPE! Escrevi em letras grandes, destacando-as. Eu virei a página. Eu não queria que ela congelasse até a morte! Mamãe apenas balançou a cabeça, apertando a mandíbula com força. Eu podia ver as rodas girando em sua cabeça, debatendo entre ser a boa samaritana ou chutar Sam para fora ali mesmo. — O café da manhã está pronto. — ela disse finalmente. Sem dizer qualquer outra coisa, ela se virou e saiu pela porta, fechando-a atrás de si. Sam olhou para mim, quase em câmera lenta. Seus olhos estavam comicamente grandes, o rosto corado completamente vermelho. Rompi instantaneamente em uma risada silenciosa.
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— Jake Hayes. — ela quase gritou comigo. — Isto não é engraçado! Isso só me fez rir ainda mais. — Pare com isso! — Ela gritou, uma risada borbulhante em seus lábios quando ela se lançou para mim. Ela começou a me bater com travesseiros e tentando me sufocar com um cobertor. Samantha estava além de envergonhada de sair na sala de jantar e se sentar para comer ovos e bacon, todos preparados no fogão à lenha. Mas dificilmente alguém da família parecia notar que isso estava fora do habitual, além de Jordan, que apenas deu a Sam aquele pequeno sorriso malicioso que as meninas muitas vezes davam uma a outra. Sem indicadores de que a energia voltaria a qualquer momento em breve, e os ventos canadenses ainda estavam em fúria, todos nós ficamos em casa, bebendo chocolate quente de novo, estocando o fogo, jogando jogos, lendo, relaxando. Eu beijei Sam na parte inferior da escada, naquela noite, pouco antes de ela subir para dormir no quarto de Jordan. Sorri para mim mesmo enquanto eu estava na minha cama sozinho naquela noite, sentindo como se talvez houvesse alguém olhando por mim. Minha pequena vida ferrada parecia perfeita.
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11 semanas até o aniversário de Sam
A
escola retornou um dia depois, quando a energia finalmente voltou a funcionar. Eu estava temendo isso como não temia mais nada. Foi bom ter Sam morando sob o mesmo teto por um
tempo.
Misteriosamente, depois de Sam voltar para casa, descobri que outra página havia sido arrancada do nosso caderno. O que Sam escreveu que ela não quer que eu veja? Me sentei em Cálculo para o primeiro período depois de alguns dias que a escola recomeçou e puxei o meu livro e um caderno para fora. Eu não tinha notado que alguém havia sentado ao meu lado até que uma mão de repente tocou meu braço. — Como vai, Jake? — Uma voz praticamente gotejando com insinuação sexual disse. Eu olhei para ver Norah sentada na mesa ao meu lado. Eu não pude evitar que meus olhos caíssem para suas pernas longas que estavam presas debaixo de uma saia que não era mais do que um pequeno pedaço de tecido. O top que ela usava sob o casaco estava baixo o suficiente em seu peito para que eu pudesse ver o seu sutiã rosa. Eu respirei fundo, meus olhos rapidamente saltando para longe dela. Eu esperava que meu rosto não estivesse vermelho. Então parecia que os rumores de que ela e Blake tinham terminado eram verdadeiros. Tudo bem, eu consegui rabiscar. Você? — Oh. — ela disse com um suspiro dramático, jogando o cabelo sobre o ombro. — Tudo bem. Solitária.
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Eu dei um pequeno aceno de cabeça, tentando o meu melhor não olhar para ela sem ser rude. — Então, como... Sam ... está indo? — Disse. Pelo jeito que ela disse o nome de Sam você pensaria que ela era uma casca de banana podre no fundo da lata de lixo. Eu imediatamente me senti endurecer no meu interior. Ótima, eu escrevi. Ela esteve morando na minha casa, enquanto não havia energia. Aí. Isso deve pôr um fim na esperança de Norah. — É uma pena. — disse ela, sua voz ficando aborrecido quando ela pegou um caderno. — Posso imaginar que ela não é muito divertida. Tudo o que ela faz é estudar. Minha mandíbula apertou, assim como os meus punhos. Fiquei grato que a Sra. Sue apareceu em seguida, e começou a aula. Não conseguia me concentrar na aula. Norah continuou dando-me todos esses olhares laterais sedutoras. Então ela se virou para mim, cruzando as pernas nuas de modo que ela estava praticamente tocando minha perna com a ponta de seus sapatos de salto alto. Se ela tivesse feito isso no ano passado, eu poderia ter ficado um pouco animado. Mesmo que eu estivesse apaixonado por Sam desde sempre, qualquer cara ficaria animado quando ele chamasse a atenção de Norah. Mesmo se ela tivesse sido apelidada de Norah, a Vadia. Eu praticamente corri para a porta quando a campainha tocou, e não olhei para trás. Eu tinha visto os olhos de Norah me perseguindo durante as últimas semanas. Era surpreendente que todo o meu acidente e as cicatrizes não a fizeram desanimar. Isso era admirável? Mas eu sabia que este era um jogo para ela. Ela estava tentando o seu melhor para deixar Blake com ciúmes, e
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que melhor maneira de deixá-lo com ciúmes do que flertar com o aleijado da cidade? Eu respirei um suspiro de alívio quando cheguei em Física e vi Sam sentada em sua mesa de costume. Caminhei até ela e dei um beijo em seus lábios, bem na frente da classe. — Bem, Olá. — disse Sam com um sorriso, quando eu afundei no assento ao lado dela. — Você está em um clima amigável hoje. Revirei os olhos enquanto eu puxei o nosso caderno para fora e cliquei para abrir caneta aberta. Norah, eu simplesmente escrevi, mostrando-o em sua direção. — Oh — disse Sam, seus olhos caindo ligeiramente. — Norah. Você está bem? Eu escrevi, tocando-lhe o braço para chamar sua atenção novamente. Ela me deu um olhar um pouco triste, bem na hora em que o Sr. Roy começou a aula. Alcançando o nosso caderno, Sam começou a escrever. Eu não gostei do olhar que encheu o rosto perfeito de Sam. Eu sabia que Sam e Norah nunca tinham sido amigas, mas havia algo mais acontecendo entre elas? Quando o Sr. Roy estava de costas para a classe, Sam deslizou o caderno de volta para minha mesa. Colocando-o ao lado de minhas notas, eu li a letra de Sam. Norah nunca foi exatamente agradável para mim, mas ela tem sido uma bruxa total recentemente. Sempre fazendo comentários sobre as minhas roupas gastas e como eu pareço. Ela está espalhando rumores de que eu tenho um distúrbio alimentar. Mas ela é uma vagabunda. Estou apenas tentando ignorá-la. Ela vai se cansar, eventualmente. Mas se ela continuar olhando para você como se você fosse um maldito pirulito, eu posso acabar arrancando os olhos dela...
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Eu ri quando li as palavras de Sam. Eu imediatamente me senti melhor. Não se preocupe, eu escrevi de volta. Norah, a Vadia não chega aos seus pés. Sam apenas olhou para o caderno para ler a minha resposta. Um pequeno sorriso fez seu caminho de volta em seu rosto. Enquanto o Sr. Roy escrevia na lousa, ela pegou minha mão e dei-lhe um aperto rápido.
As abordagens de Norah ficaram mais e mais agressivas nas próximas semanas. E suas roupas ficavam cada vez menores. Chegou a um ponto onde não era mais atraente. Eu não entendia como ela pensava que eu ia deixar Sam por isso. Ela parecia uma maldita prostituta. Um dia, ela até foi enviada para uma conversa com o Diretor Hill porque ela estava usando muito pouco. Sua posição como presidente do corpo estudantil estava em grave perigo. E seus rumores sobre Sam pioraram. A escola inteira acreditava que Sam tinha um grande transtorno alimentar e até mesmo Sam tinha sido chamada ao escritório do conselheiro de orientação escolar. Ela quase teve um ataque de pânico quando o conselheiro queria se encontrar com a mãe de Sam. Samantha fez a única coisa que podia: mentiu e disse que sua mãe estava fora da cidade de novo por três semanas. Comecei a roubar mais comida para trazer para Sam. Eu esperava que mamãe apenas suspeitasse que era Kali ou James, comendo mais por conta do frio. Até o final de janeiro, Sam não conseguia nem andar pelos corredores sem ouvir as pessoas sussurrando sobre como ela parecia, sobre como ela estava morrendo de fome. Isso me irritou. Eu queria dar um soco no rosto de cada um deles por dizer algo ruim sobre Sam. Se eles soubessem o que realmente estava acontecendo...
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Eles mereciam se sentirem horrível sobre o que eles estavam dizendo, por ajudar a espalhar os rumores tóxicos. Eu queria dizer a verdade, fazê-los se sentirem culpados. Mas eu nunca poderia trair o segredo de Sam. E logo que alguém descobrisse, Sam teria ido embora.
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8 semanas até o aniversário de Sam
— Agora avance. — Sam direcionava. Eu bati meu dedo em algo duro e quase cai com o rosto no chão. — Desculpe — ela tentou segurar uma risada, com as mãos ainda sob os meus olhos. — Um passo grande para cima. Só mais um. Consegui avançar sem me matar, com um sorriso se espalhando no meu rosto enquanto eu coloquei minhas mãos sobre Sam. — Ok. — ela disse, parecendo um pouco nervosa, o que me deixou ainda mais curioso sobre o que estava acontecendo. — Sente-se aqui... — ela me dirigiu até alguma superfície. — Por apenas um segundo, e mantenha os olhos cobertos. Sem olhar! Eu voltarei em um minuto. Eu apertei meus olhos fechados e fiz um movimento de saudar. Ouvi Sam correndo para fora. Eu estava no trailer, eu sabia disso com certeza. Sam foi até a minha casa algumas horas depois da escola. Pela primeira vez na história do nosso relacionamento, Sam insistiu em dirigir. — Mantenha os olhos cobertos. — Sam tinha dito quando nós deslizamos para fora do Bronco. Ela tinha o sorriso Jake por todo o rosto. Ela se inclinou sobre o console central e deu um beijo em meus lábios que fez todo o meu corpo aquecer. — Eu tenho uma surpresa para você. Eu tinha dirigido até o trailer vezes suficientes para saber o caminho, mesmo que eu não pudesse ver. Eu também reconheci os degraus frágeis de metal que levavam a ele. Algo dentro cheirava... bom. Sam teria cozinhado? — Ok. — eu a ouvi dizer. Houve aquele tom nervoso em sua voz novamente. — Você pode abrir seus olhos.
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Meus olhos instantaneamente se trancaram nos de Samantha. Ela tinha se trocado e feito algo diferente com seu cabelo de. Ela brincou com ele ou algo assim na parte traseira e tinha colocado uma grande faixa branca em seu cabelo. Ela estava usando um vestido azul bebê que chegava até o joelho e tinha bolinhas brancas sobre ele. Ela também usava sandálias brancas brilhantes de saltos altos. Ela parecia totalmente uma dona de casa dos anos cinquenta. Ela estava malditamente sexy. Ela estava sob um brilho suave da dúzia de velas posicionadas na mesa de jantar. Em uma das mãos ela equilibrava um pequeno bolo de aniversário que eu poderia dizer que ela tinha comprado no mercado. Dizia Feliz 18 º Aniversário, Jake! em letras vermelhas pequenas. Na outra mão, ela segurava um cabide, de onde pendia uma camiseta de botões branca e acima da camisa um paletó que eu reconheci do meu armário. Havia também uma gravata azul bebê que combinava com seu vestido. Deixei escapar uma risada silenciosa. Levantando-me, eu cruzei o pequeno espaço e a beijei. Eu conseguia perceber que ela ainda estava nervosa com tudo o que tinha criado, mas ela estava radiante. Isso para eu usar? eu perguntei, levantando as sobrancelhas e apontando para os itens no cabide. — Com certeza. — disse ela com um sorriso torto e me entregou o cabide. Eu não pude deixar de sorrir de volta enquanto eu colocava a camisa e casaco nas costas da cadeira de jantar. Mantendo os olhos em Sam o tempo todo, eu deslizei para fora de minha jaqueta. Eu, então, puxei minha camiseta de manga comprida sobre a minha cabeça. — Humm — disse Sam, com os olhos direto no meu peito nu. — Deve ser o meu aniversário também.
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Dando uma risada silenciosa, eu peguei a camisa de botão e a jaqueta. Levou um minuto para vestir os dois, de alguma forma eu vesti a gravata, mesmo não parecendo estar posicionada muito certo. — Olhe para nós. — disse Sam, sorrindo enquanto ela segurava a minha gravata em uma mão, me puxando para mais perto dela. — Como um casal e combinando. Puxando meu celular do bolso da minha calça jeans, eu envolvi meu braço em volta dos ombros de Sam. Estendendo meu outro braço tão longe de nós quanto eu pudesse, eu tirei uma foto. — Eu espero que você esteja com fome, Sr. Hayes. — Sam disse quando eu terminei, se voltando para o pequeno forno. Ela abriu-o, e com alguns pegadores de panela, tirou uma caçarola que ocupava todo o espaço. — Eu tenho trabalhado nisso desde a hora do almoço. Eu me perguntei para onde você desapareceu, eu escrevi em nosso caderno, que eu achei na mesa de jantar. Mais uma vez eu notei outra página arrancada. Eu tinha esquecido sobre as outras, mas não ia estragar os planos de Sam, perguntando sobre elas. — Então é melhor que esteja bom. O rosto de Sam, de repente não parecia tão certo. Ela puxou a folha de alumínio que cobria o prato e eu sabia que, sem dúvida, que eu a amaria para sempre. Ela fez uma carne assada perfeita, coberta de batatas, cenouras e cebolas. Em seguida, ela tirou um saco de pães. — Sua mãe disse que era o seu prato preferido. — Sam disse enquanto verificava o centro da carne. — Eu a enchi com perguntas sobre como fazer isso, e, em seguida, a fiz escrever tudo para mim. Ela balançou a cabeça para um pedaço papel amarelo no pequeno balcão.
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Eu coloquei minhas mãos nos quadris de Sam, abraçando meu corpo ao dela. Ela fez uma pausa, colocando as mãos sobre a minha. Deixando seus olhos se fecharem, ela se inclinou para trás em mim. Eu não pensava no futuro distante, muitas vezes, não fantasiava sobre Sam e eu daqui a cinco ou dez anos. Mas eu fantasiei agora. Eu nos imaginei em um pequeno apartamento ruim, pobre como sujeira, lutando com as dificuldades enquanto trabalhávamos nosso caminho através da faculdade, casados e apaixonados. Não importava o que a vida nos trouxesse, nós sempre teríamos um ao outro. De repente eu queria agarrar a esperança de um futuro. Eu dei um beijo na bochecha dela e ela me instruiu a me sentar e deixála trabalhar. De onde você tirou esse vestido? Eu escrevi enquanto eu a observava. — Era da minha mãe. — disse ela. — Uma fantasia velha de antes de eu nascer. A comida estava perfeita. Toda a noite foi perfeita enquanto nós nos sentamos na mesa de jantar de baixa qualidade de Sam em seu trailer de porcaria. Desligamos todas as luzes e só comemos à luz de velas, sem dizer uma palavra, apenas escrevendo no caderno ocasionalmente. Pouco antes de cortar o bolo, Sam escreveu FELIZ 18 º ANIVERSÁRIO, COM MUITOS MAIS POR VIR, em grandes letras em negrito em mais de duas páginas inteiras. Eu esperava que talvez Sam pensasse em estar lá para cada um desses aniversários que virão.
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8 semanas até o aniversário de Sam 5 meses até a graduação
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e sentei para ver televisão na noite depois do meu aniversário, algum programa sobre vampiros que Jordan tinha me convencido a assistir com ela, embora ela tenha caído no sono
no meio do caminho. — Jake. — mamãe disse quando entrou na sala. — Posso falar com você por um segundo? Olhei para Jordan, cuja cabeça estava descansando na minha coxa e consegui me mexer debaixo dela sem acordá-la. Felizmente Jordan dormia como os mortos. Após seguir mamãe na cozinha, de repente me senti nervoso. Quando uma mãe pergunta se elas podem falar assim com você, normalmente não se tratava de algo bom. Ela apoiou os cotovelos na barra, colocando o queixo na palma da mão, e me acomodei em um banquinho. Meio que parecia como se eu estivesse entrando no escritório da mamãe. — Estou um pouco preocupada com Sam — disse ela, com os olhos preocupados. — Toda a ilha tem falado sobre ela. Ela está bem? Peguei um caderno que estava no balcão. Você não vai acreditar nas fofocas ilha, não é? — Eu não quero. — disse ela, com o rosto sério. — Eu vejo Sam comer o tempo todo, quando ela está em nossa casa. Eu tento engordá-la da melhor maneira possível quando ela está aqui. Mas Jake, todo mundo está dizendo que ela tem um transtorno alimentar, e eu não posso evitar me perguntar. Basta olhar como ela está magra este ano.
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Eu estava prestes a escrever. — ela está bem. Mas eu tinha que pensar sobre isso. Sam tinha talvez recuperado dois quilos quando ficamos juntos, mas ela provavelmente ainda estava abaixo dos quarenta e cinco quilos. O estilo de vida que Sam estava vivendo realmente não era saudável para ela. Ela não tem um transtorno alimentar, eu escrevi. Confie em mim. Vejo-a comer o tempo todo. E ela não está vomitando tudo de volta. Eu iria notar... Mamãe riu, seus olhos se iluminando um pouco. — Bem, eu estou contente de ouvir isso. Os transtornos alimentares são assustadores. Ela está indo bem, além disso? Ela sempre parece tão cansada. E ela não se veste exatamente bem. Será que... a mãe dela perdeu o emprego? Será que eles precisam de alguma ajuda financeira? Meu coração começou a bater mais rápido, com o assunto da mãe de Sam vindo à tona. Era bom que a mãe estava perguntando se eles precisavam de ajuda com dinheiro, mas eu sabia que meus pais não podiam realmente ajudála. Eles estão passando por um momento difícil, eu escrevi. Mentira. As coisas vão ficar bem. Parecendo satisfazer minha mãe, ela me deixou voltar a assistir TV. Mas eu tive uma sensação de mal estar na boca do meu estômago enquanto eu me acomodava no sofá. Isso foi outra mentira, dizer que as coisas iriam ficar bem? A vida de Sam poderia desmoronar a qualquer momento. Sam tinha apenas alguns pedaços de sua vida sobrando. Ela não podia aguentar que essas poucas peças desmoronassem. Havia apenas oito semanas faltando. Nós apenas tínhamos que manter tudo tranquilo e debaixo do tapete por mais oito semanas. De alguma forma, eu ia ter que encontrar uma maneira de ajuda-la mais. Ela não podia continuar a parecer tão magra e maltrapilha. Para sua saúde, e para manter a verdade feia escondida.
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8 semanas até o aniversário de Sam
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o dia seguinte, entrei em contato com o Sr. Carol. Embora eu sempre trabalhasse em troca pelo tempo que eu voava antes, ele estava mais do que disposto a deixar-me começar a
trabalhar pelo bom e velho dinheiro vivo. Ele disse que eu poderia vir naquela tarde e trabalhar em alguns projetos. Sam perguntou se eu queria vir para o trailer depois da escola naquele dia, mas eu lhe disse que tinha algumas coisas que eu tinha que cuidar. Eu não gosto de mentir para ela, mas eu realmente não quero dizer a ela que eu tinha conseguido um emprego apenas para ajudá-la. Não foi muito difícil se esquivar dela todas as tardes pelo resto da semana. Ela estava inundada com a lição de casa e ela tinha que manter suas notas perfeitas. E eu sabia que era uma distração. Foi bem legal, trabalhar para o Sr. Carol de novo, mesmo que fosse apenas temporariamente. Ele sempre pareceu como uma espécie de tio. Um tio muito rico e poderoso. O homem tinha um monte de dinheiro e uma casa muito grande. Ele também tinha projetos intermináveis em torno dessa grande casa que ele começava e depois ficava muito ocupado trabalhando em algum novo caso para terminar. Era onde eu entrava. Eu tinha feito uma tonelada de paisagismo no quintal do Sr. Carol. Eu o ajudei a colocar piso no banheiro. Eu tinha até pintado seus armários de cozinha, embora eu nunca entendesse por que ele os queria pintados de preto. Eles estavam muito bons antes. Eram pequenos projetos estranhos como esse que eu fazia para ele. E ele me paga muito bem por isso. Quando a sexta-feira chegou, eu tinha trocado todas as lâmpadas do Sr. Carol em toda a casa pelas mais eficientes em
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termos energéticos. Era uma casa grande e havia um monte de lâmpadas para trocar. Eu tinha pintado a sala de cinema de vermelho escuro, e fixado os rodapés em dois dos quartos. Até o fim de semana eu tinha ganhado quase três centenas de dólares para levar Sam para comprar algumas roupas novas. Eu lhe disse que tinha uma surpresa para ela no sábado e que ela precisava estar pronta para passar o dia inteiro. Peguei Sam por volta das oito no sábado e fomos para a balsa. Ela parecia cansada, como de costume. Ela tinha estado acordada até as duas da manhã, fazendo lição de casa para aquelas meninas ricas por alguns dólares. Eu odiava que ela tinha que fazer o que ela estava fazendo, mas respeitava que ela estava cuidando de si mesma. Entramos no desembarque da balsa apenas alguns minutos antes que o barco deslizasse para a doca. Não havia muita coisa agradável sobre Orcas no inverno, mas a falta de turistas tentando entrar na balsa era um espetáculo. No verão, você tinha que aparecer pelo menos uma hora antes do horário de embarque para se certificar de que você entrasse. Pegar a balsa sobrecarregada e ter que esperar pelas próximas horas para a próxima balsa era horrível. — Onde você está me levando? — Sam perguntou com uma risada depois que estacionarmos na balsa e subirmos para o convés de passageiros. Nós nos sentamos em um assento junto à janela para que pudéssemos olhar para a água fria. O céu estava nublado, como estava na maioria das vezes no inverno. Surpresa, eu assinalei. Lentamente, muito lentamente, eu estava ficando melhor na linguagem de sinais. Parecia um pouco sem sentido, às vezes, no entanto. Só realmente me fazia algo útil se a pessoa para quem eu estava assinando realmente entendesse a linguagem de sinais, e não havia ninguém do lado de fora da minha família, além de Kali ou Samantha. — Eu geralmente não gosto de surpresas. — disse ela com um sorriso malicioso, pegando a minha mão na dela. — Mas eu vou fazer uma exceção para você.
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Eu deu um beijo em sua têmpora, um sorriso se espalhando em seu rosto. Um sorriso Jake. Sam deitou a cabeça no meu ombro, aconchegando-a no meu lado. Ela se lançou em histórias sobre sua mãe. Sobre como ela sempre deixava rolos de canela na manhã de Natal. Sobre como elas foram para a Disneylândia uma vez, quando ela tinha oito anos, só as duas. Eles tinham economizado por meses para poderem ir. As duas realmente tinham sido melhores amigas. Elas eram tudo que a outra tinha. Eu não acho que eu já admirava alguém tanto quanto eu admiro Sam. Muitas pessoas não seriam capazes de viver a vida depois de perder a sua única família assim. Muita gente provavelmente teria desistido. Eles teriam apenas ido de volta para seu pai e vivido uma vida de merda, até que completassem dezoito anos. Em vez disso, Sam estava no comando, vivendo a vida que ela sempre tinha planejado viver. Não havia muito mais que eu desejasse que eu pudesse fazer por ela, mais do que apenas ganhar algum dinheiro para levá-la às compras. Mas eu tinha que levar as coisas um passo de cada vez. Eu faço o que eu posso fazer. Nós apenas precisamos manter seu segredo escondido por mais oito semanas, e então não teríamos que nos preocupar sobre isso. O shopping mais próximo a partir do desembarque da balsa era a cerca de meia hora de distância. A Burlington Shopping não era exatamente grande, mas resolveria o problema. Sam me deu um olhar cauteloso quando nós estacionamos no lugar. — Jake. — disse ela, balançando a cabeça. — Eu não tenho dinheiro para ir às compras. Agarrando o caderno, eu escrevi, O prazer é meu. — Jake. — disse ela com um suspiro doloroso. — Eu não posso simplesmente deixá-lo sair por aí comprando coisas para mim. Não é o seu trabalho cuidar de mim.
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Mas eu gosto de cuidar de você. Ela ficou olhando para mim, seus olhos graves e tristes. Finalmente eu os vi amolecer. Com um sorriso se espalhando no meu rosto, eu me inclinei para frente e pressionou meus lábios nos dela. Eu ficava observando o rosto de Samantha quando nós fizemos nosso caminho lentamente através das lojas. Ela considerou tudo com tanto cuidado, como se ela soubesse que aquele dia tinha que durar por sabe se lá quanto tempo. Ela correu os dedos sobre o tecido, parecendo apreciar o quão nítido e novo eram as roupas. Me deixou triste vê-la assim. Ela estava apenas um passo acima de ser sem-teto como Kali. No entanto, eu sabia que essa era uma daquelas experiências que te fazia crescer como pessoa. Este foi um daqueles momentos que fazia você colocar as coisas em perspectiva e apreciar tudo o que tinha. De mãos dadas, nós dois caminhamos entre as lojas. Passamos por um cartaz de uma mulher quase nua se abraçando. Com um sorriso malicioso se espalhando em seu rosto, Sam me puxou para a loja. Era como se um monstro cor-de-rosa gigante tivesse vomitado na loja e alguém decidiu que era um bom lugar para se estabelecer. Eu não podia andar em qualquer lugar sem esbarrar em um rack de sutiãs que não exigissem peitos reais para ir neles, ou caixas cheias de calcinhas que eram mais como cordas de pipa do que roupas intimas. Sam navegou lentamente, olhando estupidamente para os preços elevados. Quando ela olhou atentamente um conjunto de verde mar de seda, eu sabia que não podia protestar contra o preço. Experimente-o, eu escrevi, corando enquanto escrevia. Eu não tinha certeza de que lugar estávamos em nossa relação que pudéssemos falar sobre esse tipo de coisa. Eu já tinha visto ela em quase nada, mas não era como se tivéssemos tido relações sexuais.
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Aquele sorriso atravessou o rosto dela novamente enquanto ela considerava. O sorriso sexy de Sam. Agarrando o sutiã e calcinha combinando, fizemos o nosso caminho em direção ao fundo da loja para onde os provadores ficavam. Eu estava prestes a esperar do lado de fora, quando um dos funcionários viu Sam prestes a entrar sozinha. — Você é bem-vindo para ir nos vestiários, também, se você quiser. — disse ela, inocentemente, como se ela estivesse me dizendo que poderia chover naquela tarde. Eu meio que engasguei, ri silenciosamente, cobrindo à minha boca e o estranho sorriso brega que se espalhou lá. Sam parou quando a mulher falou, o sorriso sexy de Sam se espalhando novamente. Eu podia sentir meu rosto queimando vermelho quando ela deu dois passos para trás perto de mim. Ela agarrou a frente da minha camisa, encolhendo-a na mão e me puxou para o vestiário. — Acho que se você vai comprá-lo tem que ter a sua aprovação — disse ela enquanto ela levantou uma sobrancelha e fechou a porta atrás de nós. Parecia que meu rosto estava em chamas quando me sentei no banquinho. Era um grande camarim. Deve ter acomodado duas pessoas muitas vezes. Virando as costas para mim, Sam deslizou para fora de sua jaqueta, seguido por sua camiseta de manga comprida. Ela meio que olhou para mim quando ela alcançou e colocou a pressão sobre seu sutiã rosa desbotado. Um dos meus joelhos começou a saltar para cima e para baixo sozinho. Eu não podia tirar meus olhos das curvas de Sam, não que ela tinha muitas sobrando naqueles dias. Eu queria traçar meus dedos por sua coluna, mas os mantive firmemente presos entre os joelhos. Depois de pegar o sutiã novo, Sam olhou por cima do ombro. — Você vai ter que fechar os olhos nesta próxima parte.
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Eu pensei que eu ia morrer ali mesmo, quando eu percebi que Sam ia estar acerca de dezoito centímetros de distância de mim sem calças e sem calcinha. — Então. — disse ela, alguns momentos depois. — O que você acha? Lentamente, eu deixei meus olhos se abrirem, meu coração parecendo pular uma batida. Sam estava de frente para mim, em toda sua glória pouco vestida. O tom de verde contra sua pele parecia fazê-la brilhar. Mordi o lábio inferior para evitar que a minha língua caísse para fora da minha boca. — Acho que isso significa que você gosta? — Disse ela, um novo sorriso se espalhando em seu rosto. Eu poderia apenas acenar, pegando seus quadris para guiá-la em minha direção. Ela ajoelhou-se no banco, uma perna de cada lado das minhas. Meus lábios encontraram o caminho para seu pescoço, todo o meu corpo se sentindo vivo e livre. Os dedos de Sam fizeram nós no meu cabelo enquanto ela inclinava a cabeça para trás, me deixando continuar a explorar toda a gloriosa pele dela. De alguma forma, nós conseguimos sair de lá com a virgindade intacta, mas comigo andando bastante desconfortável. Eu não conseguia evitar que a minha mente viajasse de volta para a imagem de Sam, uma imagem que estaria gloriosamente gravada na minha memória para sempre. — Eu me sinto tão mimada. — Sam disse, quando nós voltamos para o carro, assim que o céu começou a escurecer. — Eu acho que eu não tinha roupas novas desde o início do último ano escolar. Eu deu um beijo na bochecha dela, esperando que a mensagem de Você merece fosse entendida. Meu celular vibrou quando nós voltamos para Anacortes para pegar a balsa de seis horas. Muito ilegalmente, eu puxei-o para fora e verifiquei a mensagem de texto. Era de Norah.
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Você vai sair com aquela sua namorada amanhã? Ou você gostaria de vir e se divertir de verdade na minha festa? Eu só balancei a cabeça quando eu afastei o telefone. Uau... Eu nunca conheci alguém que não conseguia entender o que não significava mais do que ela. Norah não parecia se importar nem um pouco que eu tinha uma namorada. A água estava muito agitada quando a balsa nos levava de volta para Orcas Island. Sam e eu só ficamos no carro, nós dois deitados no banco de trás, apreciando a sensação das ondas abaixo de algumas centenas de milhares de toneladas de aço. Nosso caderno estava no chão abaixo de nós, outra página rasgada misteriosamente desaparecida. Nós parecíamos ter caído no hábito de ficar em silêncio sempre que nos dirigíamos até algum lugar. Era mais fácil. Era quase impossível para mim escrever nada enquanto eu dirigia, e por algum motivo, fazer gestos com Sam parecia muito ... impessoal. Por isso, dirigimos silenciosamente de volta para o trailer. — Olhe para tudo isso. — Sam riu quando eu estacionei ao lado do trailer e abriu o porta-malas para pegar as coisas dela. Você vai ter que modelar algumas coisas para mim, eu escrevi sobre a palma da minha mão, o nosso caderno ainda no banco de trás do carro. Ela levantou uma sobrancelha para mim de novo, o sorriso sexy de Sam se espalhando. — Bem, então, vamos lá dentro. Meu corpo inteiro pulou novamente à vida quando eu a segui para dentro. Este era um caminho perigoso que estávamos seguindo hoje. Eu podia sentir as coisas acontecendo e eu não tinha certeza de onde eu queria ou onde eu deveria estabelecer o limite.
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— Então o que devo experimentar em primeiro lugar? — Sam perguntou quando eu fechei a porta atrás de nós e colocava as sacolas em sua pequena mesa desordenada. Espreitando as sacolas que acabara de trazer para dentro, peguei três itens. — Escolha interessante, Sr. Hayes. — disse ela, pegando-os de mim e caminhando de volta para o quarto. Tirei meu casaco e atirei-o na parte de trás da cadeira de mesa de jantar. Verificando meu hálito respirando na minha mão, eu esperei animado e nervoso por Sam fazer uma reaparição. Finalmente Sam abriu a porta mais uma vez, de pé, com os braços apoiados na porta. Ela usava aquele conjunto verde sexy novamente, e um par de calças jeans de cor escura. E nada mais. Um grunhido quase... quase fez o seu caminho para fora da minha garganta enquanto eu atravessava o espaço entre nós. Levantando-a, Sam enrolou as pernas em volta da minha cintura, meus lábios instantaneamente tocando a pele na base de sua garganta. Ela deu uma risadinha guinchando quando caiu em sua cama bagunçada, com as pernas ainda envoltas em torno da minha cintura. Meus lábios se moviam para atender os dela, nossos lábios se separando. Uma das minhas mãos escorregaram da parte de trás do pescoço dela, até seu lado, deslizando para baixo de seu quadril por todo o caminho até o tornozelo. Eu tinha certeza que eu poderia morrer se algo mais não acontecesse muito rápido. — Jake. — disse Sam num suspiro que quase me enviou até o limite. Sam, eu gemi internamente de volta. Seus lábios se moviam com os meus, uma urgência por trás deles que nunca tinha estado lá antes. Parecia que não havia outro caminho possível para a noite acabar diferente do jeito que eu queria.
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— Jake. — ela suspirou novamente. — Eu gostaria de poder ouvir você dizer o meu nome. Apenas uma vez. Meu corpo inteiro congelou instantaneamente. Parecia que meu sangue se transformou em gelo. Eu me empurrei para longe dela, apoiando-me em cima das minhas mãos, olhando para ela. Eu me senti vazio por um segundo enquanto eu processava suas palavras novamente. Algo dentro de mim endureceu. O rosto de Sam parecia confuso com a minha reação no início, e, em seguida, a realização do que ela acabara de dizer encheu sua expressão de horror. — Jake. — ela disse, com os olhos arregalados. Me empurrei para fora da cama e sai do quarto dela. — Jake, espere! Sinto muito! Eu agarrei o meu casaco e puxei-o furiosamente. — Jake! Sinto muito! — disse ela enquanto ela me seguia, agarrando o meu braço para me puxar para trás. Eu puxei minha mão para longe dela. — Eu não estava pensando sobre o que eu estava dizendo! Eu virei meus olhos sobre ela apenas uma vez, tudo dentro de mim parecendo frio e duro. Seu rosto parecia horrorizado, os olhos arregalados e tristes. Eu só balancei a cabeça uma vez e sai, batendo a porta atrás de mim. Pouco antes de eu sair para fora de seu caminho, Samantha colocou a cabeça do lado de fora, gritando — Sinto muito! — de novo antes que ela se afastasse atrás de mim para as árvores.
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14 horas desde Sam ter dito a pior coisa possível... 8 semanas até o aniversário dela
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u ouvi uma batida na porta do meu quarto na noite de domingo de manhã. Deitei na minha cama, olhando fixamente para o teto. Tudo em mim se sentia vazio e doente. Eu realmente não queria
falar com ninguém, mas eu não poderia dizer isso para quem estava na porta. — Jake? — Disse Jordan quando ela enfiou a cabeça dentro — Posso entrar? Eu apenas dei de ombros enquanto meus olhos se voltaram para o teto. Jordan deve ter tomado isso como um convite para entrar. Ela fechou a porta silenciosamente atrás dela e atravessou a sala. Roubando um dos meus travesseiros, ela colocou-o ao pé da cama e deitamos com cabeça do outro lado da cama, como a gente sempre costumava fazer quando éramos crianças, protegendo um ao outro dos monstros no escuro. — Rain me convidou para o baile. — disse ela, enquanto ela começou a cutucar sua cutícula distraidamente. — Mesmo que o baile seja em... tipo, em Maio? Eu levantei minhas sobrancelhas para ela. Ah, é? Jordan assentiu com a cabeça. — Eu tenho certeza que ele gosta de mim. Você gosta dele? Apontei para ela, meus olhos questionando. Jordan deu um pequeno encolher de ombros. — Eu acho. Ele é definitivamente sexy, e é legal que um veterano me convidou para sair. Eu não sei. Eu acho que eu sempre pensei nele como o seu amigo atleta idiota.
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Pelo olhar desconfortável no rosto de Jordan, eu sabia que havia algo que ela não estava me dizendo. Então eu parei ali pacientemente, meus olhar em seu rosto, esperando que ela falasse. — Ok, é meio estranho o quão claro a sua linguagem corporal é nos dias de hoje. — Jordan riu, me dando esse olhar como se eu tivesse me transformado em um bode psíquico ou algo assim. Eu não pude deixar de sorrir, meu peito fazendo uma daquelas risadas silenciosas. — Tudo bem. — disse ela com um suspiro. — Eu acho que... Eu acho que eu meio que o culpo pelo que aconteceu com você. Se ele e Carter não tivessem estado com você, dirigindo bêbados, e provavelmente altos, você ainda seria capaz de falar. Meu estômago se agitava com toda a situação, e pela segunda vez nas últimas 24 horas, alguém estava me lembrando de que eu não podia falar. Olhando sobre a mesa de cabeceira, peguei um caderno e uma caneta. Foi muito estúpido, e nenhum de nós deveria ter bebido. Mas foi principalmente culpa minha. Eu ia dizer a Samantha que eu a amava. Acho que a bebida me fez criar coragem. — Uau — disse Jordan, com os olhos surpresos e tristes. — Sério? Eu apenas assenti. Eu senti a traseira dos meus olhos arderem. O que vai acontecer agora? Eu queria acreditar que era bom o suficiente para perdoar Sam por dizer o que ela tinha dito. Mas isso tinha me magoado mais do que o acidente real tinha, porque eu nunca poderia fazer o que ela tinha desejado. — Você e Sam estão bem? — Perguntou Jordan, sua voz tornando-se pequena e tranquila. — Ela ligou para casa um monte de vezes. Ela parecia muito preocupada. Ela disse para lhe dizer que ela sente muito. Sentindo uma piscina de umidade nos meus olhos, eu os virei para o teto. Eu só podia dar de ombros e dar um pequeno aceno de cabeça.
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Ouvi Jordan se mexer na cama e um segundo depois ela levantou o braço e se aconchegou no meu lado. Eu senti uma lágrima deslizando pelo meu rosto. O que há de errado comigo? pensei. Jordan não tentou dizer alguma coisa reconfortante, e eu estava grato por isso. Eu não quero chorar mais do que eu já tinha e eu não acho que eu seria capaz de parar as lágrimas se ela tivesse dito nada. Ao contrário, ela apenas ficou lá comigo até que ambos adormecemos. Não importa o que, Jordan sempre estava lá por mim.
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2 dias desde a briga com Sam 7 semanas até o aniversário dela
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u não queria ir para a escola na segunda-feira, mas minha mãe não me deu escolha. Ela disse que tinha muito o que ser feito naquela manhã e que eu tinha que levar Jordan, Jamie, James, e
Joshua para a escola. Então, todos nós subimos no Bronco e nos dirigimos para a escola. Assim que larguei todos, eu fui direto para a aula de Cálculo, esperando e rezando para que eu pudesse evitar Samantha até que eu tivesse que vê-la no segundo período. Felizmente eu fui bem sucedido. — Oi, Jake. — disse Norah, quando ela se sentou ao meu lado no primeiro período. Eu não ousava olhar para ela por medo do que eu ia ver, mas surpreendentemente hoje ela usava um par de jeans e uma espécie de camiseta de malha grossa. A única pele que eu podia ver era a de suas mãos e rosto. Eu dei um pequeno aceno. — Você vem para minha festa de aniversário amanhã? Eu acho que toda a escola irá. — disse ela, dando-me um sorriso parecendo quase entediado. Uau. Comportamento estranho. Norah, a Vadia finalmente estava se acalmando. Por alguma razão, eu olhei para a porta. Eu peguei um breve olhar de Samantha, olhando através da janela da porta. Assim que nossos olhos se encontraram, notei que os dela estavam vermelhos. Ela segurou meu olhar por um segundo e depois se afastou.
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Claro, eu escrevi, sentindo minhas entranhas endurecerem. Na casa dos seus pais? O rosto de Norah instantaneamente se iluminou, seus dentes brancos piscando um sorriso brilhante. — Yeah? Que bom que você vai! Aqui está o convite. — ela enfiou a mão na mochila, em seguida, entregou-me um pedaço de papel roxo cintilante que cheirava como uma menina. — Isso é apenas para apenas um, então não se esqueça disso. O que eu li nas entrelinhas era que Sam não estava convidada. Eu apenas dei um aceno e um pequeno sorriso de volta, e voltei minha atenção para a Sra. Sue enquanto a aula começava.
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1 hora antes de apertar o botão de autodestruição 7 semanas até o aniversário de Sam
E
ra imaturo e estúpido, eu sabia disso, mas eu acabei pulando o segundo, terceiro, e quarto período para que eu não tivesse que lidar com Sam. Eu não sabia o que eu ia dizer e eu não estava
pronto para perdoá-la ainda. Então eu dirigi para a cidade e esperei por Carter e Rain aparecerem no mercado da ilha para o almoço. — Ok, eu ouvi dizer que você está indo para a festa de aniversário de dezoito anos da Norah amanhã. — disse Carter quando nos sentamos para comer o nosso almoço. — Estou confuso. Eu vou, eu rabisquei, pingando ketchup na página quando eu empurrei Jojos em minha boca com a mão esquerda. — Se esqueceu do ódio de Norah por Samantha? — Rain perguntou, engasgando com um burrito. — Isso pode se transformar em uma guerra total. Sam não vai. Carter e Rain de repente pararam de mastigar. Eles trocaram um olhar um com o outro antes de olhar para mim. — Você e Sam terminaram ou algo assim? — Perguntou Carter. Eu dei de ombros e empurrei mais comida na minha boca. — Cara, você está bem? — Perguntou Carter. Ele realmente deixou sua comida de lado. Um sinal de verdade de que ele estava preocupado. Eu não quero falar sobre isso, eu escrevi, não encontrando qualquer um dos seus olhos. Nenhum dos dois disse nada por um segundo e eles compartilharam mais um daqueles olhares.
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— Bem, você sabe que Norah vai ficar no modo vadia na festa, não é? — Disse Rain, retornando a devorar seu burrito. — Ela está de olho em você como se você fosse uma pílula de dieta desde que ela e Blake terminaram. Eu apenas dei de ombros, tomando um longo gole da minha bebida. Eu não queria mais falar sobre isso. Então você já convidou a minha irmã para o baile? Mudança de assunto. — Sim. — disse Rain com uma risada. Seu rosto ficou um pouco vermelho. Ele tinha uma queda por Jordan. — Acho que você poderia dizer que eu me adiantei um pouco. Mas ela disse que sim! — Cara, estamos em Fevereiro ainda — Carter riu. — O começo de fevereiro! — Cale a boca, cara. — disse Rain quando ele olhou para Carter e lhe deu um soco no ombro. — Pelo menos eu tive a coragem de perguntar a ela. Você ficou olhando para o bumbum da River durante o ano inteiro e nunca disse nada a ela que não soasse como os grunhidos dos homens das cavernas. Pobre Carter. Mas eu não pude evitar me juntar a Rain em rir dele.
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8 horas para apertar o botão de autodestruição 7 semanas até o aniversário de Sam
A
parentemente, Samantha apareceu na minha casa naquela noite, pedindo para falar comigo. Eu tinha estado no sótão assistindo TV e Jordan tinha respondido a porta. Ela estava
toda solene quando ela voltou para cima. Jordan disse que ela disse a Sam que eu não estava pronto para conversar. Eu faltei a escola de novo no dia seguinte. Minhas notas estavam começando a cair, mas eu não me importava tanto quanto eu deveria ter me importado. Toda a esperança e toda a positividade que eu parecia ter encontrado ao longo dos últimos meses estava começando a escurecer. Eu estava deixando me sentir pena de mim mesmo novamente. Uma vez que você começar a descer a ladeira escorregadia da depressão, é difícil subir para fora do mesmo. E às vezes você não quer subir fora dele. A parte ruim de viver em uma ilha tão pequena, onde todos sabem quem você é e onde você deveria estar certos momentos do dia, é que não há muitos lugares para se esconder quando você falta à escola. Então acabei indo para West Beach, estacionando em um local que dava para a água. No lado sul estava uma loja de cerâmica, no norte era um resort. Ambos eram lugares turísticos, assim eu me senti muito seguro passando tempo lá. Ninguém iria me reconhecer. Eu puxei meu diário, correndo os dedos sobre sua capa preta. Eu não tinha escrito nele há algum tempo. Realmente eu não tinha sentido necessidade. Mas eu senti que ia explodir se eu não conseguisse tirar algumas palavras da minha cabeça.
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Odeio Samantha pelo que ela disse. Eu não achava que isso era possível. Como ela poderia dizer algo assim? Ela gostaria de me ouvir dizer o nome dela? Por que ela disse isso para alguém como eu? Ela poderia ter dito qualquer coisa pior? Primeiro ela me diz que não acredita no amor. Sério, que menina não acredita no amor? Então, ela não me deixa dizer isso, e, basicamente, diz que ela nunca vai dizer isso para mim. E agora isso. Parte de mim acha que eu estou exagerando. Mas às vezes eu sinto que toda a porcaria do mundo está se acumulando dentro de mim, como se tudo de ruim estivesse me enchendo como um balão. Eu empurrei tudo de volta, vivendo minha vida feliz. Mas, às vezes o balão explode e toda a merda chega em mim. Eu odeio isso. Eu odeio isso. Eu odeio isso. Eu me odeio.
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1 hora até a autodestruição 7 semanas até o aniversário de Sam
— Você tem certeza disso? — Perguntou Rain, batendo a mão no meu ombro de onde estava sentado no banco traseiro. — Você sabe que vai acontecer algo hoje à noite, certo? — Norah tem grandes planos para você — disse Carter enquanto observava a longa fila de carros estacionados ao longo do estacionamento de Norah. — Isso é apenas como Norah é. Minha mandíbula apertou quando eu entrei no estacionamento no local, que era um pouco mais que um ombro estreito antes da entrada de automóveis e a íngreme entrada das milhares de árvores. Eu tirei as chaves da ignição e as deslizei até o bolso da minha jaqueta de couro. Lentamente eu balancei a cabeça. — Cara, eu tenho um mau pressentimento sobre isso. — Rain disse quando saímos para fora do carro. — Eu sei que você está chateado com Samantha, mas você tem certeza de que é está a maneira de lidar com isso? Sei que Norah vai fazer algo louco esta noite. Eu me virei e olhei para Rain e Carter. Cale a boca. Eles devem ter entendido a mensagem. Eles não disseram uma palavra enquanto caminhávamos pelo resto do caminho até garagem de Norah. O pai de Norah era mais velho do que a sujeira, a mãe dela uns bons quinze anos mais jovem do que ele, talvez mais. O Sr. Hamilton era um velho produtor de cinema e ganhou um bom dinheiro nos anos setenta. Ele não se casou até que estivesse basicamente aposentado, e mesmo que fosse desagradável, eles tiveram uma filha. Uma garota rica e muito mimada chamada Norah. Norah a Vadia, que dirigia seu próprio BMW e vivia como uma princesa em seu castelo à beira-mar.
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Eu podia ouvir a música estourando mesmo antes de sair do carro. Luzes piscavam pulsantes das janelas e eu podia ouvir as pessoas rindo e gritando. Apesar do que Norah havia dito, eu não precisei de convite para entrar. Eu meio que esperava encontrar um segurança à espera na porta da frente, como teria sido o estilo de Norah, mas não havia um. O ar estava pesado e abafado enquanto caminhávamos pelas enormes portas da frente. A casa estava lotada, com cerca de uma centena de pessoas. Todos usavam algum tipo de chapéu de festa brilhante, ou uma máscara decorada com glitter e penas. O lugar inteiro era preto e roxo, e tudo estava coberto de glitter. Não havia qualquer sinal dos pais de Norah. — Uau — disse Rain quanto nós fizemos nosso caminho através da multidão. — Isso é loucura. Quanto você acha que eles gastaram nesta festa? Eu balancei a cabeça, olhando ao redor. Havia uma bola de discoteca parecendo muito brilhante e cara pendurada no teto abobadado, candelabros pretos combinando com velas pretas em todos os lugares, uma espécie de joias grandes
e
brilhantes
penduradas
neles.
A
festa
foi
decorada
profissionalmente. — Shaw está na casa! — Um grande estrondo soou de repente na porta da frente. Nós três nos voltamos para ver Blake posando na porta, erguendo as mãos acima da cabeça, como uma espécie de herói de luta profissional. A multidão de repente congelou e, em seguida, os sussurros começaram a sair. Considerando que ele e Norah tinham terminado tão recentemente, havia a certeza de acontecer alguns momentos difíceis antes que a noite terminasse. Sem se deixar abater por esse fato, Blake fervilhava para as meninas do segundo ano. Carter, Rain, e eu apenas balançamos a cabeça e continuamos andando em direção à cozinha. Não havia um, mas três cozinheiros trabalhando na cozinha, arrastando uma fonte infinita de comida para o bar. Todo tipo de comida desde camarão a algum tipo de queijo de fantasia, que eu nem sequer conhecia. Agarrando
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um copo de vidro transparente de uma pilha, enchi-o e me virei para observar a multidão com Rain e Carter. — Nenhum sinal de Norah ainda. — disse Rain enquanto ele vasculhava a multidão. Eu sabia que ele estava procurando por Jordan, que havia saído com alguns amigos a cerca de quinze minutos antes de nós. — Cara, eu estou com um mau pressentimento — disse Carter. Eu vi seus olhos fixos em algumas pessoas com copos de plástico vermelho em suas mãos. Algo em mim gelou quando vi esses copos. Eu honestamente não esperava que todos mantivessem a suas promessas durante o ano inteiro, mas ainda sentia como um tapa na cara vendo-os beber. — Está tudo errado. — disse Rain, sacudindo a cabeça. Nem me fale nisso. — Jacob Hayes. — disse uma voz sedosa atrás de mim. — Que bom que você veio. Eu joguei o resto da comida na minha boca em gole doloroso. Vireime lentamente. Norah estava lá usando um vestido feito de seda roxa, enfeitado com penas pretas em todos os lugares certos. Ela também usava uma máscara preta, os cabelos presos no alto da cabeça, em uma confusão de cachos e penas. Ela parecia uma deusa do Mil e Uma Noites. Não havia outra maneira de expressar corretamente. Um sorriso perverso apareceu no rosto de Norah enquanto ela caminhava em direção a mim, seus saltos pretos clicando no chão de mármore. Eu sabia que eu estava olhando, e isso era exatamente a reação que Norah queria.
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Acho que Rain sussurrou algo como ‘não ceda à Vadia’ mas o meu cérebro só estava processando pernas e decotes quase inexistentes. — Você está gostando da festa? — Norah sussurrou quando ela se inclinou direto para o lado de minha orelha. Eu respirei fundo, o meu coração começando a bater na minha garganta. Os dedos de Norah se enrolaram em volta dos meus. Tudo sobre esse momento, a noite toda, me fez sentir mal. Mas tudo sobre a minha vida parecia errado também. Norah pegou o prato que eu ainda segurava na minha mão e empurrouo na direção de Rain, sem sequer olhar para ele. — Vem dançar comigo. — ela disse quando ela alcançou uma cesta que estava em uma prateleira. Eu nem percebi o que ela tinha pegado até que ela amarrou uma máscara preta estilo Zorro sobre o meu rosto. Ela não me deu a chance de responder, simplesmente me puxou para a massa de corpos que se moviam com a música pulsante na pista. Eu tentei não pensar em Sam enquanto Norah guiava minhas mãos para seus quadris. Ela colocou os braços para trás do meu pescoço. Norah conhecia todos os movimentos certos para excitar qualquer cara, as expressões exatas para colocar no rosto para fazer o corpo dele enlouquecer. Tudo sobre o momento era inebriante, a escuridão da sala, o cheiro inebriante que me fez lembrar de uma loja da Abercrombie e Fitch, as máscaras e o brilho. Por que é tão difícil parar de fazer algo errado, quando você sabe que é tão errado? — Você não vai me desejar um feliz aniversário? — Disse Norah com aquele sorriso perverso. Ela se moveu para mais perto de mim. Eu não tinha certeza de como foi possível ela se mover para mais perto. Como você espera que eu faça isso? Pensei, olhando-a.
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— Os presentes são sempre aceitáveis em troca de palavras. — ela praticamente ronronou quando ela moveu os lábios mais perto. Foi só então que eu pude sentir o cheiro de álcool em seu hálito. Percebi que Norah ia me beijar e, ao mesmo tempo, ouvi a voz atrás de mim. — Jake? Minha cabeça virou para ver Samantha em pé perto da porta. Horror e traição encheu seu rosto, seus olhos vermelhos. Parecia que todos os meus órgãos internos desapareceram. Dei um passo para longe de Norah, mas não mais perto de Sam. Foi o movimento errado. Ela balançou a cabeça. Eu vi uma única lágrima escapar em sua bochecha. Ela se virou e saiu correndo da casa. Tudo em mim sabia que eu deveria correr atrás dela. Agora eu era aquele que tinha algumas desculpas para pedir. Eu tinha acabado de trair Samantha e ela havia me encontrado com a pessoa que mais odiava em toda a Orcas. Mas eu só fiquei lá. — Esqueça ela. — disse Norah, colocando uma mão no meu rosto, tentando puxar meus olhos longe da porta e voltar para ela. — Vamos lá, é uma festa. Você deveria estar se divertindo! Olhei novamente para Norah e me senti mal. O que eu estava fazendo? Por que eu tinha mesmo vindo? Balançando a cabeça, virei-me para sair. Norah pegou meu braço em um aperto que me surpreendeu com sua força. Seu rosto estava lívido, os olhos arregalados e selvagens por trás da máscara.
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— Não vá atrás dela, Jake. — ela disse com os dentes cerrados. — Você está na minha festa. Este é o meu aniversário. — E aquela era a namorada dele, — a voz de Carter veio atrás de mim. Eu me virei para vê-lo junto a Rain em pé atrás de mim, com os braços cruzados sobre o peito. Norah apertou sua mandíbula novamente, os olhos indo de mim para Rain e Carter. — Acho que todos vocês devem sair agora. — Com prazer. — Rain disse, já indo para a porta. Meus olhos estavam frios quando eu passei por Norah e fui para a porta. — Sua namorada vai se arrepender de aparecer aqui sem ser convidada — disse Norah com uma voz fria como gelo. Eu só passei por ela. Tudo queimava quente e vermelho dentro de mim, quando eu ouvi suas palavras. Voltei uma vez para olhar para ela, meus olhos manchados com manchas escuras. Eu enrolei meus dedos em punhos. Alguém puxou a parte de trás do meu casaco e fui puxado pela multidão em direção à porta. Eu senti como se pudesse finalmente respirar de novo, logo que chegamos lá fora. E então me lembrei de como Sam tinha acabado de estar lá, parecendo esmagada. Mas não havia sinal dela. — Sério, Jake, — Rain se irritou quando ele começou a me empurrar em direção ao carro. — Você é um maldito idiota! O que você estava pensando? Cai fora, eu queria gritar. Eu não precisava de Rain me dizendo que eu era um idiota, eu já sabia disso. Eu estraguei tudo de uma forma significativa. — Samantha vai chutar você, você sabe, não é? — Carter disse enquanto ele olhava para mim. Cale a boca!!! Peguei uma das grandes pedras que ladeavam a calçada dos Hamilton e joguei-a para fora no meio do gramado, deixando escapar um grito silencioso para o céu negro. Eu odeio isso.
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Eu odeio isso! Eu me odeio! Cavando as chaves do meu bolso, eu lancei-as para Rain e subi para o banco traseiro. Nenhum dos dois disse uma palavra para mim quando n贸s dirigimos de volta para minha casa. Eu tinha destru铆do completamente o meu mundo inteiro.
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***
Eu realmente estraguei tudo hoje. Eu não vou culpar Sam se ela terminar comigo. O que eu estava pensando? Eu não estava. Eu só não quero sentir. Mas agora tudo está em ruínas. E não há ninguém além de mim para culpar.
***
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6 dias desde que tudo se desfez 7 semanas até o aniversário de Sam
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amantha e eu fizemos uma dança estranha nos próximos três dias. Eu ignorei Física e ela encontrou outro lugar para estar durante LSA. E então nós nos sentávamos tão distantes quanto podíamos
durante Inglês e Governo. Inúteis não era uma palavra grande o suficiente para o que esses dias foram. Nenhum de nós tentou pedir desculpas, e nenhum de nós nunca tinha tido tanto orgulho. Me senti um idiota na maior parte. Sam e eu brigando, ou terminando, eu não tinha certeza do que era, era difícil para a Jordan também. Ela e Sam tinham se aproximado, conversando nos corredores, e tudo o mais que garotas faziam. Mas, como era Jordan, ela escolheu meu lado. Mesmo que ela tivesse gritado comigo por uma hora direto quando ela descobriu sobre a festa de Norah. Mas quando você vive em uma ilha tão pequena como Orcas, você realmente não pode evitar ninguém. Eu tinha acabado de entrar no átrio na biblioteca pública para deixar um livro para Jamie quando Sam saiu. Nós dois congelamos ali, olhando um para o outro. Sam parecia terrível novamente. As bolsas sob os olhos dela me diziam que ela estava dormindo tão pouco quanto eu tinha desde sábado. Ela parecia mais magra do que nunca,
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fazendo eu me perguntar se ela tinha tanto apetite quanto eu. Eu amo você, Sam, pensei. Eu sinto muito, eu sou um idiota. — Hey. — ela disse, mudando de um pé para o outro como se estivesse pensando em correr. Oi, eu assinei. Eu realmente odiava a língua de sinais. Parecia tão fria e distante. Os olhos de Sam continuavam caindo para o chão. Ela não conseguia sequer olhar para mim. Ela deve me odiar por completo. E eu não podia culpá-la. — Eu...Ela parou. Mas ela não disse mais nada. Ela só correu atrás de mim e saiu pela porta. Eu queria gritar.
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Seis semanas até o aniversário de Sam
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resto da semana continuou assim. Nós dançamos em volta um do outro na escola. Muito desajeitadamente dizíamos Oi nos corredores. E, então, íamos para casa.
Eu pensei que o que eu mais odiava era não saber mais o que éramos. Sam ainda era a minha namorada? A resposta para isso provavelmente era não. Ela realmente me odeia? Um dia isso seria solucionado? Me sentindo muito cheio de palavras confusas, peguei meu diário na sexta à noite. Eu só queria soltar uma série de palavrões, o tempo todo, e nunca parar de dizê-los nestes dias. Mas mamãe enraizou a coisa do sem-palavrões-ou-vocêvai-morrer dentro de mim muito bem. Talvez isso seja assim que pareça quando se morre. Lento. Doloroso. Incerto. Esse é como eu me sinto por dentro. Morto. Mas talvez não. Alguns dizem que a morte é suposto ser pacífica. Eu não acho que eu poderia estar mais oposto do pacífico. Eu sinto falta de Sam. Eu sinto falta dela tanto que meu corpo inteiro dói. Eu sinto falta de seu cabelo na minha cara. Eu sinto falta de seus lábios de um milhão de sabores. Eu sinto falta da seriedade constante dela e de seus hábitos de estudo fanáticos. Eu sinto falta de vê-la com a minha família. Como eu estraguei tudo tanto assim?
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Como faço para corrigir isso? Uma pequena batida na minha janela me assustou para caramba. Fechando o diário, eu me mexi na minha cama e silenciosamente abri a janela. Ali, de pé, no escuro, estava uma Sam aterrorizada. O que você está fazendo aqui? Meus olhos perguntavam. — Me deixe entrar. — ela sussurrou. Não esperando por mim para responder, ela estendeu a mão para a borda da janela. Dando-lhe a mão, eu a ajudei a subir. Então eu percebi que havia lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Qual o problema? Eu assinei. Eu senti o terror edificar em mim, mesmo que eu não sabia o que temer. — Mike. — Sam disse enquanto ela caminhava nervosamente de um lado para o outro do quarto, tocando suas mãos. — Mike está aqui. Meu pai está na ilha. O quê? Gritei mentalmente. Agarrando um caderno da cômoda, eu peguei uma caneta. O quê?! — Sim. — ela disse com uma fungada. — Eu o vi conversando com Diretor Bennett na cidade mais cedo. — Até agora a sua voz soava mais desesperada, a ponto de rachar. — Alguém descobriu, Jake! Alguém me dedurou! E agora a merda do meu pai está aqui e eu vou ter que sair e eu vou perder tudo. — Suas palavras eram uma bagunça confusa, ficando cada vez ainda mais confusas com cada palavra. Puxei-a em meus braços, sem sequer dar o meu corpo permissão para fazê-lo. Ela imediatamente parou de se mover, seus braços me agarrando com tanta força que doía. — Ele vai me levar, Jake. — ela começou a chorar. — Eu não quero ir com ele. Eu não quero sair da escola. Eu vou perder qualquer esperança de uma bolsa de estudos. Eu vou perder os meus amigos. Eu vou perder... De
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alguma forma, eu sabia o que ela ia dizer. Mas ela parou antes que ela pudesse admitir. — Eu já perdi você, Jake? — Ela finalmente sussurrou em meu peito. Minha camisa estava encharcada com as lágrimas. Nunca. Eu balancei a cabeça, apertando-a com mais força. Parecia que algo saiu do meu peito, finalmente me deixando respirar. Sinto muito. — Eu me assustei quando vi você com Norah. — disse Sam, olhando nos meus olhos. Suas bochechas estavam manchadas de lágrimas. — Eu sabia que você estava bravo com o que eu disse, mas... Norah? Eu sinto muito. Minhas sobrancelhas se juntaram e eu senti uma picada atrás dos meus olhos quando eu a soltei. Norah não é nada, eu escrevi. Nada para mim. Sam mordeu o lábio inferior tremendo. — Sinto muito sobre o que eu disse, Jake. Eu realmente não estava pensando. Eu só estava... sentindo. — De repente, ela corou. Está tudo bem. Eu fui um idiota. Tomando minha mão na dela, Sam levou-me de volta para a cama e ela caiu nela. De repente, me senti exausto também. Deitado de costas na cama, Sam se enrolou do meu lado. Meu celular vibrou de repente, avisando que eu tinha uma mensagem. Agarrando-o, eu o abri para encontrar uma mensagem de Carter. Estamos jogando bola no antigo ginásio hoje à noite, se você se sentir bem. Algo de repente se agitou em meu cérebro, algo desde o início do ano letivo. Passando pelas minhas mensagens anteriores de Carter, eu encontrei o que eu estava procurando. A mensagem de vídeo de Carter, enviada da noite do Homecoming.
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— Oh Samantha! — Minha voz ressoou de repente. A cabeça de Sam chicoteou os olhos arregalados. Olhando do meu rosto ao telefone, ela viu como o eu bêbado cantava o meu amor eterno. Eu parecia um maldito idiota, mas cada palavra que eu disse era verdade. — Jake. Você disse o meu nome. — disse ela, com a voz soando nebulosa quando ela olhou nos meus olhos. Aos poucos, como se estivesse em câmera lenta, ela abaixou a cabeça até que nossos lábios se tocaram. Parecia que, finalmente, eu podia respirar novamente depois de segurar a respiração por uma semana inteira. — Quando foi isso? — Ela perguntou, com o rosto ainda surpreso e cheio de temor. Agarrando meu caderno novamente eu escrevi: A noite do meu acidente. — O quê? — Disse ela, seu rosto se enchendo de dor. Eu balancei a cabeça. Há algo que eu nunca te disse antes sobre aquela noite. Eu olhei para cima para ver a reação dela quando ela lia minhas palavras. Ela olhou para mim, com o rosto incerto. Algo deu um nó no meu peito. Eu tentei dizer a ela uma vez antes, mas ela não me deixou. Eu estava bêbado naquela noite, eu escrevi. Mas eu quis dizer o que eu disse naquela música estúpida. Carter e Rain estavam me levando para a sua antiga casa, quando sofremos o acidente. Eu estava indo para te dizer que eu amo você. Olhei para o rosto dela. O lábio inferior de Sam estava tremendo, com os olhos cheios de lágrimas. Ela apertou a mão sobre a boca para segurar um soluço, mas ele saiu de qualquer maneira. Sam deitou no meu peito e eu apenas a abracei enquanto ela chorava. — Eu não sabia. — ela disse, com a voz trêmula.
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Eu sei. Lentamente, seus soluços acalmaram e nós apenas ficamos quietos e imóveis. Tracei meus dedos para cima e para baixo em suas costas, sentindoa lentamente relaxar em mim. — Posso ficar aqui esta noite? Claro. Eu a apertei com mais força e puxei o cobertor sobre nós dois.
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Seis semanas até o aniversário de Sam
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enti algo fazer cócegas na minha bochecha, minha pele coçando. Quando algo escovou ali novamente, eu lentamente deixei meus olhos se abrirem.
Sam estava apoiada em um cotovelo, olhando para mim, nossos narizes apenas a cerca de oito centímetros de distância. Era o cabelo dela que estava roçando meu rosto. Bom dia. — Oi. — ela respirava. O sorriso Jake se espalhou em seus lábios. Eu não me sentia tão bem assim em mais de uma semana, e eu não pude deixar de sorrir também. — Então, — ela disse, sua voz de repente incerta. — Nós estamos... ok? Para responder a ela, eu coloquei minha mão na parte de trás de seu pescoço e levantei a cabeça do meu travesseiro. Sempre muito gentil, eu deixei os meus lábios se encontrarem com os dela, mal tocando no início. Eu detectei o fraco sabor de coco. Eu te amo. Sempre. Sam se afastou um pouco, seus olhos encontrando os meus. Eles tiveram seu brilho de volta. — Provavelmente é melhor eu ir andando antes que seus pais acordem. Você vem para o almoço?
Meu estômago afundou
imediatamente quando ela disse que estava indo embora. Mas ela estava certa. Nós não poderíamos ser pegos novamente. E o seu pai? Eu escrevi no caderno do criado-mudo. O brilho nos olhos de Sam morreu instantaneamente. — É muito cedo. Eu duvido que alguém vamos me ver e eu não acho que ele sabe onde estou ainda. Falaremos sobre isso mais tarde, ok? Relutantemente, eu assenti.
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— Tchau. — disse ela, o sorriso Jake reaparecendo quando ela se moveu para frente para um beijo de despedida persistente. Acenei para ela quando ela se arrastou para fora da minha janela. A porta do meu quarto abriu no instante em que a janela fechou, e Jordan entrou. Eu esperava que eu não parecesse tão culpado quanto eu me sentia. Jordan me deu este olhar, como se soubesse que algo estava acontecendo. — Por que cheira como Samantha aqui? Culpado. Deitado, eu apenas dei de ombros. O que você quer? Eu escrevi. — A mãe está quase terminando o café da manhã. — disse ela, ainda me encarando com desconfiança. Sem esperar por ela para descobrir as coisas, eu pulei da cama e passei por ela para a cozinha. Eu tinha a sensação de que as coisas estavam prestes a ficar muito complicadas.
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Seis semanas até o aniversário de Sam
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am decidiu que não havia como ela ir para a escola até que descobrisse um jeito de se livrar de Mike. E nós não tínhamos certeza de como fazer isso ainda. Ela também não ia ser capaz de
ir para a cidade sem alguém vê-la. Não ia demorar muito antes que todos na ilha soubessem que Sam estava morando sozinha. Eles todos pensariam que eles estavam sendo uteis, procurando por Sam para que ela pudesse se reunir com o seu único parente vivo. Mas às vezes as coisas não são como pareciam. Isso também fez com que Sam não pudesse mais vir até a minha casa. Não demoraria muito para que meus pais descobrissem sobre tudo também. Eu iria me tornar um idiota mentiroso. Uma das coisas mais frustrantes sobre tudo era o quão perto estávamos do aniversário de Sam. Havia menos de seis semanas restando, apenas 41 dias. Surpreendentemente, não aconteceu nada até segunda-feira, quando a escola começou a voltar do fim de semana. Eu temia ir à escola sem Sam, mas eu temia ela ser levada ainda mais. — Então. — disse Carter quando eu e Rain caminhamos até nossos armários naquela manhã. — Você e Samantha já se reconciliaram? Merda. Eu não tinha pensado sobre essa parte ainda. Todo mundo na escola pensava que estávamos separados. O que proporcionou uma oportunidade perfeita. Não, eu escrevi em um caderno. Não falo com ela desde a semana passada. Mentira número um.
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— Eu já lhe disse que você é um idiota? — Rain disse, balançando a cabeça. Você disse, eu escrevi, impaciente. — Só estou dizendo. — disse ele quando o sinal tocou e nós três nos dirigimos para diferentes classes. Eu não conseguia evitar que a minha perna esquerda saltasse para cima e para baixo como se eu tivesse tomado muito café durante as minhas aulas. Roy olhou em minha direção, quando ele chamou o nome de Sam e ela não respondeu. Mas não era mais do que um piscar de olhos. Felizmente, não se verificava muitas vezes as aulas de ALS e a Sra. Morrison não fez uma grande coisa sobre Sam não estar lá para a nossa próxima aula. Foi um pouco mais difícil pegar a lição de casa de Sam para levar a ela sem parecer desconfiado. Especialmente para as classes que eu não tinha com ela. Não ajudou em nada a minha história que tínhamos terminado o namoro. Acabei por ter que fazer outros estudantes que estavam em aulas de Sam fazerem o trabalho para mim. Eu estava uma pilha de nervos em pânico até o final do dia. Como iríamos continuar com isso até décimo oitavo aniversário de Sam? De repente, 41 dias pareceu uma eternidade. Bati na porta do trailer cinco vezes para avisar Sam que era eu. Ela ainda parecia nervosa quando ela abriu a porta. — Então, como foi hoje? — ela perguntou, seus olhos examinando as árvores atrás de mim. Ela parecia totalmente apavorada. — Algum problema? Nenhum, eu escrevi em nosso caderno. Ninguém sequer pareceu notar que você se foi. Mas peguei toda a sua lição de casa. — Obrigado! — Disse ela alegremente, envolvendo os braços em volta do meu pescoço e me abraçando. — Eu estou tão estressada com tudo isso. As pessoas ainda pensam que estamos separados, eu escrevi quando ela me
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soltou. Deve tornar mais fácil para cobrir você. Eu poderia simplesmente dizer que tivemos uma briga na semana passada e eu não sei onde você está. — Perfeito. — disse ela com um sorriso forçado. Ela realmente estava pirando. Nós sentamos e fizemos a lição de casa por cerca de uma hora, ficamos só nos beijando por cerca de meia hora, e então eu tive que ir para casa. Estar lá muito tempo era perigoso considerando que todos ao nosso redor achavam que nós tínhamos terminado. Arriscar sair depois da escola iria parecer desconfiado. Nada parecia muito diferente no dia seguinte, na escola também. A maioria dos professores pareciam surpresos que Sam não estava na escola, era um comportamento estranho para ela, mas parecia ser apenas preocupação normal, não suspeita. Mais uma vez eu peguei o dever de casa do Sam e levei-o para ela. Mas na quarta-feira, ouvi sussurros no corredor. — Eles disseram que sua mãe morreu durante o verão. — Ela está morando sozinha durante todo o ano. — Ouvi dizer que ela é sem-teto. — Não é à toa que ela parece tão pobre. Merda, eu me sinto mal por dizer coisas sobre ela. — Por que ela está se escondendo de tudo isso? Agora, a escola estava falando. Parando em meu armário, eu coloquei alguns dos meus livros, tirando outros. Eu me arrepiei quando vi Rain e Carter andando até mim. Lá vem mais mentiras. — Cara, — Rain disse, com os olhos arregalados. — Samantha é realmente uma sem-teto? A mãe dela morreu? Eu não disse nada, apenas fingi estar vasculhando meu armário. — Você sabia? — Carter disse, sua voz soando acusando. — Por que você não disse nada? Não vá lá, cara.
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— Todo mundo está procurando por ela, Jake. — Rain disse, com a voz baixa. — O pai dela está na ilha. Ele precisa levá-la com ele, eles estão dizendo. Os policiais estiveram na escola durante toda a manhã questionando professores. Eles vão te procurar. Oh merda. — Onde ela está? — Perguntou Carter. Senti como se meu coração ia bater para fora no meu peito e minhas mãos começaram a suar. Tivemos outra briga na quinta-feira, eu escrevi. Mentiras. Eu não a vejo desde então. Estamos separados, lembra? — Você acha que ela foi embora depois da briga? — Carter perguntou quando começamos a caminhar pelo corredor. Eu apenas dei de ombros. Espero que a minha expressão não estivesse muito assustada. Eu vi a maneira como as pessoas olharam para mim quando eu cheguei para a aula de Cálculo. Os sussurros se espalhando quase como uma onda enquanto eu passava. Todo mundo sabia sobre isso antes que o sino tocasse para o primeiro período. De alguma forma, eu consegui passar pela minha primeira aula do dia. Eu não tinha ideia do que deveríamos estar aprendendo, mas de alguma forma eu sobrevivi sem enlouquecer. Mas enquanto eu caminhava para o segundo período, todo mundo estava olhando para mim, tanto quanto foi no meu primeiro dia de volta à escola depois do acidente. Eu deveria ter sabido que o Diretor Hill iria mandar alguém atrás de mim durante a LSA, a classe que era para ser só eu e Sam. Eu diminuí o passo quando cheguei ao fim do prédio e vi dois policiais e o diretor de pé logo dentro da sala.
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Por um breve momento eu considerei fugir. Mas como poderia sem parecer desconfiado? Esperando que nenhum deles ouvisse meu coração pirando no meu peito, eu coloquei um rosto branco e entrei na sala de aula. — Jake. — o Diretor Hill acenou para mim, o rosto sério. Gostaria de saber se a situação de Sam poderia levá-lo a ter qualquer tipo de problema. Os professores tem problemas por não perceberem coisas como esta. — Os policiais Blizen e Bennett precisam lhe fazer algumas perguntas sobre Samantha Shay. Mantendo o meu rosto em branco tanto quanto eu poderia, eu assenti. Os dois oficiais indicaram que eu me sentasse em uma das mesas. Vendo que não tinha intenção de me sentar, optei por ficar em pé. Debrucei-me contra uma das mesas, a minha mochila ainda nas costas, e cruzei os braços sobre o peito. Eu os vi ambos olharem minhas cicatrizes, olhares incertos em seus rostos. Revirando os olhos, eu balancei minha mochila na minha frente e tirei um caderno e uma caneta. — Nós entendemos que você está... envolvido com Shay? — Começou o Oficial Bennett. Era difícil levá-lo a sério quando a maior parte da ilha o via no Oddfellows Solstice Day Parade fantasiado como um palhaço de treze metros de altura. Estava, eu escrevi. — Como? — ele disse, com o rosto ainda tão inseguro, como se eu pudesse derreter se falasse muito duramente para mim. Estávamos... envolvidos. Nós terminamos a semana passada. Pergunte a qualquer um na escola. — Oh, — ele gaguejou. Ele se arrastou alguns papéis, parecendo totalmente perdido. Ele continuou olhando para a minha garganta. Era
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incrível como algumas pessoas simplesmente não sabem como lidar com a comunicação com pessoas com deficiência. — Posso perguntar qual foi à razão porque vocês se separaram? — Oficial Blizen falou, salvando Bennett. — Pode ser útil para encontrar Samantha. Eu hesitei, debatendo sobre mentir. Mas parecia mais simples dizer a verdade. Ela disse algo sobre eu não ser capaz de falar, eu confessei. Eu me assustei e fiz algo estúpido com outra garota. Deixe-os pensar que foi pior do que realmente foi. Deve ajudar o meu caso. — E eu posso imaginar que Shay estava muito chateada com toda essa situação? — Algo sobre as questões do Oficial Blizen pareciam rotina. Eu tinha uma sensação de que ele não era da ilha. Uma menina desabrigada e desaparecida não era algo que acontecia muitas vezes na ilha. Parecia que ele deveria estar um pouco preocupado, como o Oficial Bennett estava. Sim, eu escrevi. Ela estava chateada. Tivemos uma grande briga quintafeira. — E você a viu desde quinta-feira? — Ele perguntou, escrevendo algo em um bloco de notas. Um pouco na escola na sexta-feira, mas foi a última vez. Mentira. Quantas mais viriam? — Jacob, você estava ciente de que Samantha estava vivendo por conta própria, mesmo que seja menor de idade? — Ele virou seus olhos verdes em mim, sua expressão quase me desafiando que eu dissesse algo além da verdade. Eu hesitei por um segundo. Honestamente, eu não tinha certeza do que dizer. Ir de uma ou outra maneira poderia me colocar em um monte de problemas, mais do que eu já estava.
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Eu deveria estar falando com qualquer um de vocês, sem meus pais aqui? Agora foi a minha vez de dar a eles aquele ‘olhar’. — Eles foram chamados, Jake, — o Diretor Hill disse, sua expressão parecendo desconfortável. Eu sabia como minha mãe iria reagir quando ela descobrisse que o Diretor Hill tinha deixado a polícia me questionar antes de chegar aqui. — Seus pais devem chegar a qualquer momento. Colocando meu caderno para baixo sobre a mesa, eu cruzei meus braços sobre o peito, e olhei o Agente Blizen no olho. Eu esperava que ele entendesse a mensagem de que eu tinha terminado de falar por um tempo. Mas enquanto eu estava dando aquele olhar, eu estava em pânico por dentro. Era uma coisa mentir para esses oficiais, o que era ruim o bastante, e era outra mentir para os meus pais sobre a garota que tinha passado horas, e muitas noites sob o seu teto, como praticamente uma parte da nossa família. Parecia que levou uma eternidade, mas finalmente a minha mãe e meu pai atravessaram as portas da minha sala de aula. — Eles já estão aqui? — Mamãe mal se impediu de gritar quando viu os policiais na sala. — Tony, ele é apenas uma criança! — Eu sinto muito, Jackie — disse ele, parecendo envergonhado. — Eles queriam avançar rapidamente sobre o caso. Eu só estou preocupado com Samantha. Sim, a melhor aluna dele em cinco anos... — Samantha realmente está desaparecida? — Papai perguntou, cruzando os braços sobre o peito da mesma maneira que eu estava. — Vocês estão cientes da situação de vida da Srta. Shay? — O oficial Blizen perguntou-lhes em vez de responder a pergunta do meu pai. — O que você quer dizer? — Mamãe perguntou, franzindo a testa dela. Merda. Lá vem. — Ela mora com sua mãe na Enchanted Forest Road. — O pai respondeu, sua expressão não tão certa como eu teria gostado que estivesse.
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— Sr. e Sra. Hayes. — disse o Agente Blizen, tentando soar paciente. — A mãe de Shay faleceu durante o verão. Samantha vem vivendo sozinha em algum lugar da ilha desde meados de agosto. A sala ficou muito quieta por um segundo. Recusei-me a tirar os olhos do rosto do policial, sem me atrever a olhar e ver como meus pais estavam reagindo. — Eu... eu não entendo. — disse papai, mudando sua postura. — Samantha... Samantha esteve sozinha durante os últimos sete meses? Como... Como isso é possível? Pessoas como você não entram em ação quando coisas como essa acontecem? Eu finalmente olhei para a mãe. Ela tinha os olhos fixos no chão, um milhão de pensamentos passando por sua cabeça enquanto seus lábios faziam movimentos minúsculos. Ela estava tentando juntar todos os pedaços. As pistas estavam todas lá, se você soubesse realmente olhar. O Agente Blizen finalmente parecia desconfortável pela primeira vez. — Houve uma falha de comunicação com os serviços sociais a respeito de quem ia tomar a custódia de Samantha. A custódia foi concedida a seus avós, mas quase no mesmo dia, o avô teve um ataque cardíaco e logo se mudou para uma unidade de cuidados de longo prazo. A custódia foi então transferida para o pai de Samantha, mas aparentemente ele nunca recebeu a notícia de que tinha sido comutada. Samantha... Passou através das rachaduras. Não foi até que alguém na ilha nos disse que algo estava acontecendo que nós olhamos para isso. Ninguém na ilha sequer sabia que a mãe de Samantha tinha morrido. Olhei para mamãe novamente. Ela tinha seu punho pressionado contra seus lábios, algumas lágrimas escorrendo pelo seu rosto. A parte de trás da minha garganta se apertou de uma forma que não tinha nada a ver com a minha mudez. Meus olhos caíram dos de mamãe para se fixarem no chão. — Jake. — meu pai disse a voz firme. — Você sabia sobre tudo isso? Eu debati comigo mesmo por um segundo. Mas não havia nenhuma maneira
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possível de que ele acreditaria em mim se eu dissesse que eu não sabia. Com tantas horas que eu supostamente passei na casa de Sam... Eu balancei a cabeça. — Jake. — mamãe disse com um suspiro horrorizado. — Como não nos contou sobre isso? Poderíamos tê-la ajudado. Aquela pobre garota. Ela deve ter ficado apavorada! — Então, Samantha está desaparecida? — Disse o pai. Fiquei surpreso ao ouvir que ele estava segurando a emoção em sua voz. — Oh Deus. — Mamãe gemeu quando ela apertou a mão aos lábios novamente e se afastou de todos nós. — O pai de Samantha voltou à ilha para levá-la com ele para Auburn. — O Agente Bennett finalmente falou de novo. — Ele não foi capaz de localizá-la ainda. Parece que sua antiga casa foi vendida antes de a mãe morrer, e ninguém parece saber qual a sua residência atual. Mamãe deu outro soluço sufocado. Parecia que algo no meu peito rachou. Eu sabia que mamãe se sentia culpada por não saber. Mas Sam e eu garantimos que ela não soubesse. Qualquer coisa que mamãe estava sentindo agora era tudo culpa minha. — Todo mundo diz que Jacob e Samantha estão juntos há alguns meses agora e seria ele quem poderia saber onde ela está atualmente. Oficial Blizen virou os olhos frios para mim novamente. Tanto os olhos do pai e da mãe se viraram para mim ao mesmo tempo. Eu senti tudo em mim esfriar. Tentando evitar que minhas mãos tremessem, peguei meu caderno e caneta novamente. Sam se muda muito, eu escrevi. Ela trabalha em troca de lugares para ficar.
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Mentira. Mentira. Mentira. Assim que eu escrevi as palavras eu sabia que tinha cometido um erro. Seria muito fácil para eles para perguntar e descobrir que eu tinha inventado isso. Era uma ilha muito pequena para eles não descobrirem isso. — Você sabe onde ela está agora? — perguntou o Diretor Bennett, girando a caneta em sua mão. Estamos separados há um tempo agora, como eu disse. Não a vejo desde sexta-feira. Ninguém disse nada pelo que parecia ser para sempre, já que ambos os oficiais me olharam. — Jacob. — Oficial Blizen finalmente voltou a falar. — Estou curioso para saber por que você parece tão despreocupado que sua... Ex ... Namorada desapareceu. Mesmo que vocês tenham terminado, eu acho que você ainda estaria preocupado com ela. Os olhos de mamãe e papai pularam na minha cara, como se dissesse, sim, por que não está mais preocupado? Só estou a tentando parecer corajoso, eu escrevi. Acredite, eu estou enlouquecendo, Merda. Merda. Merda. — Uh huh — disse ele, rabiscando alguma coisa em outro daqueles cadernos amarelos. — O pai de Samantha gostaria de falar com você algum dia desses. Você estaria disposto a vir até a delegacia esta tarde e se encontrar com ele? E eu tenho uma escolha? Pensei. Mas eu olhei para a mãe e o pai, sabendo que a escolha era realmente deles. — Nós vamos lá logo depois da escola acabar — disse a mãe, tentando se recompor. — Não há razão para Jake perder mais aula. — Tudo bem — disse o oficial. — Aqui está o meu cartão. Vamos esperar vocês às quatro. Sem outra palavra, os dois saíram.
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— Sério, Tony. — Mamãe começou para o Diretor Hill. — Como você pode deixá-los questioná-lo sem estarmos aqui? Os dois começaram a vagar de volta para seu escritório, a mãe fustigando a orelha dele enquanto caminhavam. — Quer falar sobre isso? — Papai perguntou, colocando as mãos nos bolsos. Eu apenas balancei minha cabeça, meus olhos grudados no chão. — Ok. — o pai disse, dando um aceno de cabeça. — Tenha um bom dia na escola, então. Eu apenas assenti novamente e meu pai foi recuperar o atraso com a mãe, deixando-me sozinho na sala de aula vazia.
Merda! Sam, eu estou pirando totalmente aqui. Os policiais vieram à escola para me questionar! Eles querem que eu vá até a delegacia de polícia para me encontrar com o seu pai ainda hoje. Eu não sei o que fazer Sam. Eu não sei se eu já estive com tanto medo. Eu não quero estragar isso, mas eu tenho medo que eu vá dizer algo errado e eles vão descobrir onde você está. Eu acho que eu vou enlouquecer se eles a levarem embora. Eu acho que foi você que manteve minha cabeça no lugar ao longo deste ano louco. Você não me deixou chafurdar na minha auto piedade. Eu precisei de você neste ano. Há um monte de lugares escuros para alguém como eu, e eu tenho medo que eu poderia escorregar para eles, se você se for. Eu não posso deixá-los levá-la embora. Fiquei ali sentado olhando para a página que eu tinha acabado de preencher no nosso caderno vermelho. As letras derramaram tão rápido que eu nem tinha pensado em uma única palavra que eu tinha escrito. Eu rasguei a página para fora e enfiei-a no bolso. Essas
eram
palavras
aterrorizadas.
enlouquecidas.
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Aquelas
eram
palavras
Eu tinha que me controlar agora. E eu não poderia deixar Sam ler o quão seriamente com medo eu estava em frente a possibilidade muito real de ela ser tirada de mim.
A escola inteira não podia evitar falar sobre Sam o resto do dia. E não conseguia me deixar em paz. Exceto por Norah, estranhamente. Eu continuava encontrando os olhos dela em mim o dia inteiro, me olhando, como se estivesse esperando que eu perdesse o controle. Eu trabalhei sozinho durante o treinamento de peso. Todos os caras estavam me observando, assim como toda a ilha estaria até o final do dia. Eu só fiquei parado no banco, e olhei fixamente para o teto. Com um nó morto na minha barriga, eu sabia como isso foi tudo vai acabar. E eu não acho que eu poderia evitar.
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Seis semanas até o aniversário de Sam
E
u nunca tinha estado na delegacia antes. Era difícil de até mesmo chamá-la assim. Do lado de fora parecia nada mais do que uma pequena casa. Não havia muito mais do que uma sala de espera,
alguns quartos pequenos, e uma área de cozinha em todo o edifício. O Agente Blizen levou meus pais e eu para um dos quartos. Lá tinha uma grande mesa onde meia dúzia de cadeiras a rodeavam. Sentamos em uma extremidade, o Agente Blizen sentou na outra. Eu me perguntava onde estava Bennett. Nenhum de nós disse muita coisa enquanto olhávamos um para o outro. Nossos olhos se mantiveram piscando para o relógio na parede, observando os ponteiros fazerem seu caminho para as quatro horas. Nós observamos a porta, à espera de alguém passar por ela. — Você disse quatro horas, certo? — Perguntou a mãe. Eu conseguia dizer que ela estava tentando manter sua voz paciente. — Sim, Sra. Hayes. — disse Blizen, preguiçoso e irritado. — Estou certo de que o Sr. Garren estará aqui em breve. E o relógio continuava a marcar a distância. O pai de Samantha não ia aparecer. Eu podia sentir isso. Ele realmente era tão confiável como Sam tinha dito. — Ok. — o pai disse, apoiando os cotovelos sobre a mesa, inclinando-se para frente. — Temos sido muito pacientes. Nós estivemos sentados aqui por mais de meia hora. Temos outras quatro crianças em casa esperando por nós, eu sai uma hora mais cedo do trabalho, e agora meu tempo foi perdido. Podemos ir? Blizen virou seus frios e estreitos olhos para papai.
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De onde esse cara veio? Ele não poderia ser menos morador da ilha. Os olhos de Blizen de repente piscaram para a minha cara, quase me fazendo pular. — É claro que você está livre para ir. Mas você precisa entender, Jacob, que esta é uma situação ruim e desesperadora. Há uma menina lá fora, menor de idade, que não tem idade suficiente para cuidar de si mesma. E sua família está aqui para cuidar dela. Se você sabe onde ela está, você precisa nos dizer. Sentindo tudo em mim endurecer contra este homem, eu apenas fiquei lá com os meus lábios apertados. Ninguém poderia guardar um segredo tão bem como eu agora. — Nós estamos indo agora. — disse a mãe, agarrando o meu braço e me levantando. Ela era muito mais forte do que parecia. — Esse cara tem muita coragem, para apenas não se mostrar assim: — A mãe se irritou quando saímos em direção a nossos carros. — Você sabe alguma coisa sobre esse homem, Jake? Eu tenho um mau pressentimento sobre tudo isso. Eu só balancei a cabeça. Eu realmente não sei muito sobre ele, apenas que ele não era um grande cara e não tinha como Sam deixar a ilha com ele. Puxando o celular da bolsa, mamãe verificou uma mensagem de texto. — Ótimo. — disse ela com um suspiro, respondendo a mensagem. — Joshua vomitou em todo o banheiro. Ele disse que não estava se sentindo bem esta manhã, mas parecia bem depois da escola. Só mais uma razão pela qual eu estava feliz que eu não era a minha mãe. — Jake, querido, você pode correr e pegar algumas coisas para mim no mercado para o jantar hoje à noite? — Ela perguntou. Ela já estava procurando em sua bolsa por um velho caderninho e uma caneta. Eu apenas assenti. Era o mínimo que eu podia fazer depois de tudo o que eu estava fazendo meus pais passarem. — Vejo você em uma hora. — disse o pai, pressionando um beijo no lado da cabeça da mamãe. — Eu tenho que voltar para trabalhar um pouco. — Ok.
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— disse ela, beijando-o de volta. — O jantar deve estar pronto em torno de sete horas. Papai saiu e mamãe me deu uma lista e correu para o dever de limpar o vomito. Eu debati sobre ir até Sam para deixar a sua lição de casa e contar sobre os acontecimentos do dia, mas acabei me acovardando. Blizen estava de olho em mim agora. Eu não podia arriscar leva-lo direito ao trailer de Sam. Eu vi o olhar nos olhos das pessoas quando eu juntei as coisas para a mãe no mercado. Eles queriam vir para cima e me questionar sobre a situação Sam, mas também viam as cicatrizes em minha garganta e se perguntavam como eu responderia. Eu garanti que eu segurasse minha cabeça erguida para que todos pudessem vê-la. Eu não queria ter que mentir mais do que eu já tinha. Eu estava colocando dois sacos de mantimentos no meu carro quando vi alguém tropeçando pelo estacionamento para ir ao mercado. Eu coloquei os sacos para baixo no assento do passageiro, e olhei mais atentamente. O cara parecia que ele estava em seus quarenta e poucos anos. Tinha cabelo castanho espesso, o que provavelmente seria considerado atraente se ele tivesse tomado conta de si mesmo. Mesmo de onde eu estava, eu poderia dizer que ele estava bêbado. The Lower Tavern ficava atrás do estacionamento do mercado, e essa era a direção de onde o homem vinha. Quando ele chegou perto de mim, dirigiu-se para as portas da loja, tropeçou e caiu de cara no chão a poucos metros de mim. Reagindo por instinto, eu dei uma guinada para ele, mas estava longe de ser rápido o suficiente para parar sua queda. O homem gemeu quando ele começou a levantar, minhas mãos sob os braços dele para ajudá-lo. Ele soltou uma série de palavrões e eu já podia sentir o cheiro de álcool em seu hálito.
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De repente, ele olhou para mim. Seus olhos pareciam desfocados no início, mas lentamente se estreitaram no meu rosto. — Você é aquele garoto do acidente. — disse ele, suas palavras um pouco arrastadas. — Aquele que não pode falar e do qual todos estão conversando sobre estes últimos dias. Você é o namorado da minha filha.
Minhas
entranhas ficaram frias quando as características faciais familiares ficaram claras de repente. Ele tinha o queixo exatamente como o de Sam, tinham a mesma testa e maçãs do rosto. Parecia óbvio agora. — Todo mundo está dizendo que você está escondendo-a de mim. — disse ele, com os olhos endurecendo. — Mas ela precisa voltar para casa comigo. Você é um menino mau por mantê-la longe de sua família. O Sr. Garren finalmente ficou de pé, balançando onde ele estava. Ele tinha esse olhar na cara dele que eu tinha visto nas pessoas quando elas tinham bebido muito. Havia um monte de coisas que eu queria dizer para aquele homem naquele momento. — Não sei por que ela quer ficar nessa ilha. — disse ele, olhando em volta como se ele pudesse ver e julgar toda a nossa ilha logo ali do estacionamento. — Não poderia ser por um garoto magricela quebrado como você. Minha mandíbula se apertou e meus dedos se fecharam em punhos. — Nunca deveria ter ficado com aquela garota — ele murmurou para si mesmo. — Olha onde isso me levou. Preso com um pequeno rato triste. Meu punho explodiu em dor, uma vez que se conectou com a mandíbula do Sr. Garren. Eu bati até que ele caiu, deitado de costas. Você nunca fale sobre Sam assim de novo! Cuspindo no chão ao meu lado, eu segurei seus olhos frios enquanto ele esfregou o queixo.
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— Vou encontrá-la. — disse Garren, sua voz me desafiando a soca-lo de novo. — E eu vou levá-la comigo. Em vez de fazer algo estúpido como chutar o homem enquanto ele estava no chão, eu me virei para subir em meu carro. Eu congelei quando eu vi Norah pelas portas da frente, um saco de papel na mão, assistindo nosso confronto. Tudo em mim endureceu ainda mais, olhei para longe dela e deslizei para o banco do motorista. Nem mesmo me preocupando em olhar para trás e me certificar de que o Sr. Garren estava fora do caminho, eu dirigi para fora do estacionamento. Bati na porta de Sam cinco vezes, avisando-a que era eu. Eu invadi o trailer assim que ela abriu, andando pelo pequeno espaço, e embalando minha mão latejante. — Jake. — disse Sam, com a voz alarmada. — O que aconteceu? Encontrando seus olhos, fiz o sinal para pai. Quando ela não pareceu compreender, apontei para ela uma e outra vez e fiz o sinal para o pai. — Você deu um soco em Mike? — Ela meio que gritou, finalmente entendendo por que eu estava segurando minha mão. — Você está bem? — Ela abriu a pequena geladeira e pegou uma bandeja de cubos de gelo e envolveu um punhado deles em uma toalha. Eu balancei a cabeça, deixando-a examinar minha mão. — Ele não sabe onde eu estou. — ela perguntou. — Certo? Eu balancei a cabeça, pegando o caderno. Acho que não. Policiais apareceram na escola hoje e me questionaram. Deveria encontrar o seu pai na delegacia às 16hrs, mas aparentemente ele estava muito ocupado para aparecer. Sam xingou sob sua respiração enquanto ela continuava a segurar o gelo na minha mão. Acho que devemos mudar amanhã, apenas para garantir. Eu posso vir depois da escola. — Ok. — disse Sam em voz baixa com um aceno.
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Havia palavras não ditas entre nós. Nós dois sabíamos o que ia acontecer e que ia acontecer em breve. Sam não podia se esconder para sempre.
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Seis semanas até o aniversário de Sam...
H
avia uma sensação de mal estar na boca do estômago no dia seguinte. O tipo que faz com que suas mãos tremam e faz você se sentir como se fosse explodir. Algo parecia errado.
Eu fui para a escola como eu normalmente teria ido. Com os olhos ainda me seguindo como se eu fosse algum tipo de criminoso, sussurros saiam quando eu passava. Apesar de seus melhores esforços, meus professores me olhavam de forma diferente. Mas o que me assustou, foi o olhar complacente que Norah me deu na hora do almoço. Depois da escola, eu fui para o trailer. Esse sentimento doente borbulhava em meu estômago e eu quase tive um ataque de pânico quando vi dois carros estacionados ao lado da pequena cabine. Um deles era um carro da polícia. Eu estacionei e corri em direção ao trailer. Sam! A porta para o trailer estava aberta e eu podia ver dois homens se movimentando lá dentro. Entrei para ver o Sr. Garren reunindo as coisas de Sam, o policial preenchendo algum tipo de formulário. Assim que Sam me viu, ela pulou em mim do assento de jantar, jogando os braços em volta do meu pescoço. — Eles dizem que eu tenho que ir, Jake. — ela imediatamente começou a chorar. — Eu não sei como eles me encontraram, mas apareceram uma hora atrás e eles estão me levando na próxima balsa. Eu não quero ir, Jake, eu não quero ir. Corri a mão pelo cabelo de Sam, meus olhos encontrando os do Sr. Garren quando ele parou e
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olhou para mim. Ele tinha um sorriso de satisfação no rosto, que praticamente gritava ‘Eu te avisei’. Virando-me para o oficial, eu procurei em seu rosto por qualquer simpatia. — Sinto muito, Jake. — disse ele. Eu estava grato que não era Blizen. Infelizmente, não era Bennett, porém, que teria sido um pouco mais de compreensivo. — Ela ainda é menor de idade, ela tem que ir. Sam continuou resmungando: — Eu não quero ir, eu não quero ir. — mais e mais em meu pescoço. Eu queria perder o controle. Eu queria dar socos até o Sr. Garren desmaiar. Eu queria colocar Sam no meu carro e apenas fugir para longe de tudo isso. Eu queria voltar no tempo 12 horas atrás para que eu pudesse esconder Sam melhor. Que a gente tivesse mudado o trailer ontem. Mas tudo que eu podia fazer era segurar Sam e observar enquanto seu pai recolhia as coisas dela e as levava para o seu carro. Se eu ainda fosse capaz de falar, toda esta cena iria ser muito diferente. Eu teria estado gritando e gritando, lutando contra o Sr. Garren e o oficial com tudo o que eu tinha em mim. Senti-me fraco por não ser capaz de lutar por Sam. Parecia que ela já estava ficando cada vez menos sólida em meus braços. — É hora de ir. — O Sr. Garren disse finalmente, apoiado pelo policial. Sam colocou as mãos em cada lado do meu rosto, seus olhos travando nos meus. — Eu vou voltar. — disse ela, com a voz trêmula. — Assim que fizer dezoito anos. Vou voltar no segundo em que eu completar dezoito anos. Está apenas algumas semanas de distância. E algumas semanas longe parecia a eternidade. Eu te amo, eu pensei pela milionésima vez.
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Sam apertou os lábios nos meus, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Beijei-a com urgência. Será que eu nunca iria saborear seus lábios com sabor de manga de novo? — Tome conta disso enquanto eu estiver fora, ok? — Sam disse quando ela apertou um conjunto de chaves na minha mão. Ela enxugou as lágrimas na parte de trás de sua mão. — Me ajuda a encontrar um novo lugar para colocá-lo quando eu voltar? Eu pude apenas acenar. Uma única lágrima vazou para o meu rosto. — Vamos lá. — disse Garren, sua impaciente voz. Não tão suavemente, Sam dirigiu para fora do trailer e em direção ao ferro velho do carro dele. Sem sequer nos dar chance de dizer adeus, ele sentou Sam no banco do passageiro e fechou a porta. Ela pressionou a palma da mão contra a janela, seus olhos travando nos meu. E apenas alguns segundos depois, ela rolou pela calçada. O policial começou a digitar algo no laptop em seu carro. Abaixei dentro do trailer e peguei um caderno e uma caneta. Quem te contou? Eu escrevi. Caminhando de volta para o carro da polícia, apertei-o contra sua janela. O oficial pareceu assustado no início, e então ele abriu a janela. — Recebemos uma dica de alguém em sua escola que disse ter visto onde Shay estava ficando. Norah. Ela tinha visto a briga ontem e me seguiu direto até Sam. E então ela contou à polícia. Vocês já pararam para se perguntar por que ela desapareceu assim que seu pai apareceu na ilha? Eu escrevi e mostrei para ele novamente. — Desculpe, garoto. — disse ele, o que só me irritou mais. — Eu sei que isso não pode ser fácil. Sem outra palavra, eu me virei e entrei no meu carro e fui embora.
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Eu nem sequer me lembro da viagem de volta para minha casa. De repente, eu estava em casa, batendo a porta atrás de mim, minhas mãos puxando meu cabelo. — Hey! — Mamãe gritou comigo da cozinha. — Você está tentando quebrar a nossa casa? Mamãe então caminhou para fora da cozinha e viu meu descontrole. — Jake. — ela disse, enchendo-a voz de pânico. — O que há de errado? Mais algumas lágrimas vazaram no meu rosto. Eu fiz o gesto do nome de Sam. — Oh, não — ela respirou, sua expressão endurecendo. Ela me guiou para o sofá. — O que aconteceu? Agarrando um caderno, eu expliquei. Quando eu tinha terminado minha descrição longa e detalhada do que tinha acontecido, inclusive onde Sam realmente estava vivendo, metade da família havia entrado na sala de estar. E então o pai logo quando eu terminei de escrever a minha explicação. — Eu não posso acreditar que ela se foi — disse Jordan, com a voz entrecortada. — Como eles podem apenas fazê-la sair assim? — Ela não tem uma escolha — disse a mãe, com as mãos tremendo. — O sistema está configurado de forma que é ele ou um lar adotivo. Eu não tenho certeza do que seria pior. — Vamos, Jake. — meu pai disse, pegando as chaves para o seu caminhão. — Vamos pegar o trailer. Eu olhei para meu pai com surpresa em meus olhos, meu corpo inteiro sentindo como se estivesse em choque. — Vamos pegá-lo e guardá-lo aqui até ela voltar — disse ele. — Talvez... talvez ela possa ficar aqui depois de seu aniversário. No quintal, é claro. Eu me levantei e passei meus braços em volta dele, algo que eu não tinha feito em um tempo muito longo.
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Andamos em silêncio para o trailer de Sam. Meu pai não era muito de falar, especialmente sobre esses tipos de coisas. Mas eu apreciei sua compreensão e apoio, mesmo que fosse em silêncio. Nós estacionamos o caminhão até o trailer e eu observei a reação do pai, enquanto caminhávamos até ele. Ele manteve seu rosto bonito em branco, mas eu podia ver a tristeza em seu rosto que ele nunca expressaria em voz alta. — Então você quer dirigir o caminhão ou esta coisa? — Papai perguntou quando ele entrou depois de mim. Eu dei um tapinha no banco do motorista. Eu não queria estar lá. Tudo me fazia lembrar de Sam e o fato de que ela se foi. Ainda era muito cedo. Mas fazer o meu pai dirigir parecia uma invasão de privacidade de Sam. — Ok. — O pai simplesmente assentiu. Ele olhou em volta por mais um momento, seus olhos remanescentes na cozinha minúscula de Sam, no aquecedor que eu sabia que ele iria reconhecer. Mas, sem dizer nada, ele apenas se virou e caminhou de volta para fora. Juntos, tiramos tudo, garantindo de não deixar nenhuma evidência para o proprietário da casa que Sam tinha estado lá. Eu deslizei para o banco do motorista e coloquei a chave que Sam tinha me dado na ignição. A coisa lamentou por um minuto, mas finalmente virou. Ela gemeu e rangeu toda a viagem de volta. Com o pai segurando o portão aberto, eu puxei-o para o quintal e estacionei na esquina. Tentei não olhar pra trás, enquanto caminhávamos para a casa. De repente eu não queria ir lá. Era um grande lembrete desmedido que Sam tinha ido embora.
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5 semanas até o aniversário de Sam
E
u conversei com os professores de Sam na segunda-feira seguinte, quando voltamos para a escola. E eu finalmente contei a verdade terrível. Eles concordaram em trabalhar com Sam para que ela
pudesse continuar a fazer todo o seu trabalho escolar com eles, a longa distância. O melhor que pude, eu ignorei Norah. Tudo em mim queria se vingar. Ela arruinou a minha vida por isso era a natureza humana que eu quisesse arruinar a sua. Mas a vingança não traria Sam de volta. E Norah finalmente foi fria comigo. Ela nem sequer olhou para mim. — Como você está? — Rain me perguntou quando nos sentamos no mercado para comer o nosso almoço. Eu apenas dei de ombros enquanto eu mordia meu burrito. — Eu não posso acreditar que ele só levou-a assim. — disse Carter quando ele esguichou ketchup por todo o Jojos. — Ela ainda não conhece realmente o cara, não é? Eu balancei minha cabeça e cliquei para abrir uma caneta. Ela não o via desde que ela tinha seis anos. — Caramba. — disse Rain, sacudindo a cabeça. — Pelo menos ela faz dezoito em breve. Eu balancei a cabeça. — Um monte de caras estão indo acampar em Constitution na quintafeira, já que não tem aula na sexta-feira — disse Carter, com muito tato mudando de assunto. — Você quer vir? Eu pensei sobre isso por um segundo. Realmente tudo o que eu queria fazer era me enrolar em uma pequena bola e ficar em coma por algumas semanas. Mas eu não podia simplesmente deixar de viver pelos próximos 33 dias. Claro, eu escrevi.
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5 semanas até o aniversário de Sam
N
aquela noite, eu me sentei no computador no sótão, e sem pensar naveguei através da internet. Eu estava lendo algo no Facebook quando uma caixa no canto direito de repente
apareceu.
Mensagem do Samantha Shay: Hey! Você está aí? Meu coração pulou em minha garganta. Eu não tinha como entrar em contato com Sam já que ela não tinha um telefone celular e eu não tinha tido a chance de pegar o número do Sr. Garren. Jake: Ei! Você tipo, nunca está no Facebook! Seu pai deixou você ficar no computador? Sam: Ugh, não. Estou na biblioteca. Um cara assustador continua olhando para mim do computador atrás desse aqui. Jake: Quer que eu chute a bunda dele para você? Sam: LOL! Se você pudesse. Jake: Eu sinto sua falta como um louco. Sam: Faz apenas dois dias. Jake: Ainda sinto sua falta. Sam: Sinto sua falta também. Isso é uma merda. Jake: Eu peguei toda a sua lição de casa. Os professores vão deixar você continuar as aulas à distância enquanto estiver ausente. Sam: O que eu faria sem você? Jake: Eu faço o que posso.
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Sam: Papai está fora quase todo o tempo que eu estive aqui. Chega em casa três da manhã, totalmente bêbado. Jake: Talvez eu vá ter que ir sequestrar você. Sam: Não acho que seria uma boa ideia. Ele é super paranoico. Quase não me deixa sair de casa. Jake: Eu estou preocupado com você. Sam: Eu vou ficar bem. Eu não acho que ele faria qualquer coisa. Jake: Gostaria de garantir que não vai fazer nada. Sam: Eu tenho que ir. Eu só tenho que estar aqui por quinze minutos e eu usei a maior parte do tempo para a lição de casa. Jake: Você pode falar de novo amanhã? Mesma hora? Sam: Eu vou tentar. Jake: Contando as horas já. Sam: Durma bem. Eu te amo, eu digitei, mas só na minha cabeça. E, em seguida, apareceu que Sam estava offline. — Jake? — A mãe chamou do andar de baixo. — O jantar está pronto.
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4 semanas até o aniversário de Sam
— Gostou? — Perguntou Jordan, tentando manipular os dedos para fazer o sinal de irmã. Eu balancei a cabeça, movendo os dedos na posição certa e mostrandolhe o movimento novamente. — Eu provavelmente pareço uma imbecil. — ela riu, finalmente, fazendo o sinal direito. Não mais do que de costume, eu escrevi. Ela respondeu batendo no meu braço. — Mostre para mim, mostre para mim! — Jamie disse animadamente enquanto ela caminhava por Jordan e eu na sala de estar. Ela precipitou-se do outro lado da sala e caiu no sofá ao meu lado, com um grande salto. Silenciosamente rindo, eu mostrei-lhe o sinal. — Algum dia eu vou ficar realmente boa em linguagem de sinais. — disse ela enquanto fazia o sinal perfeitamente pela primeira vez. Jordan apenas olhou para ela. — E eu e você poderemos falar como se estivéssemos falando normalmente. Eu sorri para ela, tudo dentro de mim se aquecendo. — Hey. — disse James enquanto ele vagava para fora da cozinha, uma caixa de biscoitos debaixo do braço e uma faca e um pedaço de queijo na outra mão. — O que vocês estão fazendo? — Jake está nos ensinando um pouco de linguagem de sinais. — disse Jamie alegremente. Olhando para cima, onde seu Xbox o esperava, James mudou de direção e se juntou a nós na sala de estar. — James! — Joshua gritou lá de cima. — Apresse-se! Eu vou totalmente matar você! — Espere! — James gritou, enfiando um pedaço de queijo imprensado entre dois
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biscoitos em sua boca. — Subo em um minuto! — O que você está fazendo? — Joshua gritou. Eu ouvi uma explosão vinda da TV. — Socializando! Todo mundo começou a rir com isso. De repente, ouvimos Joshua se arrastar pelo chão e um segundo depois seus pés bateram nas escadas. — Qual é o sinal de idiota? — perguntou James, inventando seu próprio sinal. Jordan deu um soco no braço dele também. — Seja legal. — disse ela, meio carrancuda para ele, metade tentando não sorrir. Fazia uma semana que eu falei com Sam online pela primeira vez. Eu tinha ido na caminhada durante a noite com os rapazes. Nós fizemos uma fogueira junto com um dos caras loucos que eu não conhecia muito bem da escola, e assaram um coelho que tinham capturado. Tentei não fazer careta quando o cara começou a comê-lo. Sam e eu conversamos brevemente online sempre que ela conseguia chegar à biblioteca. Ela não ficava muito. O pai dela ficava fora durante todo o dia, mas ela só ficava na casa dele, fazendo lição de casa e tentando se manter sã. Eu enviava a lição de casa para ela todos os dias. Eu estava lutando para me concentrar na escola e não deixar que as minhas notas caíssem mais do que ela caíram. Tudo o que eu podia pensar durante todo o dia era Sam e o quanto eu sentia falta dela. — Mostre-me o sinal para chocolate. — disse Jamie enquanto ela mordia o biscoito de chocolate que ela estava segurando. — O que é isso? — Alguém disse quando a porta da frente se abriu de repente. Por ela andou John e Jenny. — Reunião do conselho de irmãos? Joshua praticamente lançou-se através da sala para os dois. Eu não pude deixar de sorrir quando os meus dois irmãos mais velhos deixaram cair suas
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malas na porta e vieram se sentar ao lado do resto de nós. A sala tinha ficado muito lotada muito rápido. — Eu ouvi sobre Samantha. — disse Jenny quando ela tirou as botas. — Isso é tão louco. E você sabia disso o tempo todo? Deixando meu olhos caírem, eu assenti. — Eu não estou julgando você. — ela disse quando ela bagunçou meu cabelo. — Eu acho que é legal você a ajudar por todo esse tempo. — Sim, não podemos culpá-lo por manter o seu pequeno barraco de amor em segredo. — John brincou. — Eu teria mantido em segredo também. Agarrando um travesseiro, eu joguei em cima dele, acertando-o no rosto. — Qual é o sinal para dar amassos? — Ele brincou, lançando o travesseiro de volta para mim. — Ooo — disse Joshua, franzindo os lábios. — Sam e Jake no Love Shack. — Cala a boca, idiota. — disse Jordan rindo quando agarrou Joshua pela cintura e colocou seu corpo magro embaixo do dela. — Você nem sabe do que está falando. — Sim, eu sei! — Ele protestou, tentando fazer seu caminho para fora de seu alcance. — É como eu vi você e Rain de mãos dadas ontem no Teazer! — O quê? — Metade dos irmãos gritou, incluindo eu, mesmo que silenciosamente. — Sério? — Disse Jamie, olhando para trás e para a frente entre Jordan e eu. Eu perdi alguma coisa?! Eu rapidamente rabisquei. Jordan corou tanto que seu corpo inteiro parecia vermelho. — Não é nada, pessoal! Nós fomos apenas tomar um café e ele ... só ... segurou minha mão quando estávamos saindo. — Jordan e Rain, sentados em uma árvore. — Joshua gritava. — B-E-I-J-A-N-D-O! — Ok, isso é o suficiente! — Disse Jordan, colocando Joshua para o chão e fazendo cócegas nele até que houvesse lágrimas escorrendo pelo rosto de tanto rir.
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Eu ri silenciosamente enquanto observava os meus irmãos, provocando uns aos outros, brigando e falando sobre o outro. Talvez eu sentisse falta de Sam, mas eu certamente nunca estaria sozinho. Minha família estaria sempre lá para mim, não importa o quê.
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3 semanas até o aniversário de Sam
A
s chaves do meu carro me encararam de volta, me desafiando a buscá-las, colocá-las na ignição, e deixar a estrada passar atrás de mim. Não seria difícil. Eu tinha conseguido o endereço. Tudo
o que eu tinha a fazer era arrumar algumas coisas, entrar no carro e ir buscála. Porque não saber o que estava acontecendo estava me matando. Nove dias. Esse foi o tempo que tinha passado desde que eu tinha ouvido uma palavra de Sam. Qualquer coisa pode acontecer em nove dias. Eu tentei não deixar minha imaginação fugir comigo. Não deixar coisas como pensamentos do Sr. Garren levando-a a algum lugar, ficando bêbado, acontecendo um acidente de carro e morrendo, pensamentos como ele fazendo coisas para Sam que ele não deveria fazer passavam pela minha cabeça. Pensamentos como ele acidentalmente deixando as cortinas pegando fogo e queimando a casa com Sam nela. Coisas como ele se transformando em um vampiro e drenando todo o sangue de Sam. Minha imaginação estava me enlouquecendo. Eu me levantei e peguei minhas chaves da cômoda. Eu abri a porta do meu quarto e entrei na cozinha. — Jake? — Disse Jordan do bar onde ela trabalhava em seu dever de casa. — Você parece ... verde. Você está bem? Eu balancei a cabeça, cerrando os dentes juntos. Eu estava longe de estar bem.
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— Você ainda não ouviu falar dela hoje também, não é? — Jordan colocando os pedaços juntos. Eu balancei minha cabeça novamente. — Quantos dias fazem? Eu levantei nove dedos. — Merda. — ela respirava. Ela deslizou para fora do bar e atravessou o espaço entre nós. Ela colocou os braços em volta de mim, me apertando firme. Eu levantei as chaves na mão, olhando para elas. Jordan me soltou e olhou para as chaves também. — Eu sei o quanto você quer ela de volta. — disse Jordan, um rastro de medo em seus olhos quando ela olhou para mim. — Eu quero ela de volta também. Eu quero que ela volte para casa. Mas você sabe o que vai acontecer se você for buscá-la. Você já teve uma briga com o pai dela. Você teve sorte naquela época. Você brigar com ele novamente pode fazer você ser jogado na cadeia ou algo assim. E, em seguida, pense sobre o que ele poderia fazer para Sam? Eu só fiquei lá congelado por um segundo. Eu não tinha pensado sobre essa parte. Eu não tinha pensado sobre o que isso poderia significar para Sam se eu aparecesse quando eu não era deveria. Eu não tinha pensado sobre o que poderia acontecer quando eu realmente chegasse lá. Isto não era nada além de tortura. Eu passei meus braços em volta de Jordan, abraçando-a com tanta força que eu sabia que tinha que doer um pouco. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, seguida por mais duas, seguida por toda uma inundação. Eu não me importava que eu estava chorando como um bebê. E Jordan não parecia se importar também, ela apenas me abraçou de volta e não soltou até que eu tivesse terminado.
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1 semana até o aniversário de Sam ...
— Eu tenho algo para lhe mostrar. — disse a mãe, um dia após a escola. Apenas sete dias até o aniversário de Sam. — Venha aqui fora comigo. Deixando minha mochila em cima da mesa de jantar, eu segui a mãe pela porta dos fundos. Eu quase tropecei em uma das galinhas que estavam sentados na parte inferior da escada. Elas se afastaram para longe com um grito alto e uma enxurrada de penas. Mamãe atravessou o gramado para o trailer de Sam e abriu a porta. Segui-a e ela acendeu as luzes. Papai deve ter ligado o aparelho. Eu nunca tinha visto o trailer tão limpo. Sam não era um desleixada, mas ela não era exatamente uma aberração por limpeza. Mamãe deixou tudo limpo, desde os armários até o chão até o teto. Ela também pintou os armários com um branco brilhante e parecia que ela tinha levado a pintura para todo o trailer. Tudo parecia fresco e brilhante. Ela colocou novas cortinas amarelas suaves na área principal do trailer. Enquanto eu vagava de volta para o quarto de Sam, eu vi que a mãe também tinha colocado uma nova colcha verde mar e decorado o quarto para combinar. Foi como entrar em um trailer completamente diferente. — O que você acha? — Perguntou a mãe, com o rosto radiante de orgulho. É incrível, eu escrevi. — Você acha que Samantha vai gostar? — ela perguntou enquanto ela endireitava uma das cortinas. Ela vai adorar. Eu não pude deixar de sorrir. — Eu tenho passado a maior parte do dia aqui desde a última semana, enquanto vocês estão na escola. — ela
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explicou enquanto ela afundava no assento na mesa de jantar. — Seu pai comprou a tinta, bem como algumas outras coisas que precisavam de reparos. Tem sido realmente muito divertido arrumar essa coisa. Eu concordei e olhei em volta, espantado com o quão melhor parecia com uma simples tinta. De repente eu gostaria de ter pensado em fazer isso. Mas realmente quis dizer muita coisa que os meus pais tinham resolvido este problema. Isso significava que se preocupavam com Sam também. — Como ela está? — Mamãe perguntou, com os olhos em mim. Eu deslizei para o assento à sua frente, colocando o caderno na minha frente. Eu realmente não tenho ideia. Eu não tenho notícias dela, eu escrevi. Seu pai não a deixa sair muito de casa. Ela só fica em casa o dia todo e basicamente só faz o dever de casa. — Espero que ela esteja bem. — disse a mãe, com os olhos tristes. — Eu estive muito preocupada com ela. Não parece que o pai dela é um cara legal. Não que eu devesse julgar. Ele não é, eu simplesmente escrevi. — Vai ser bom tê-la de volta. — disse ela, um pequeno sorriso se formando em seu rosto. — Eu senti falta dela. Eu também. Meu peito doía do quanto eu sentia falta dela. — Você já disse a ela? Disse o quê? eu escrevi e olhei para mãe com os olhos confusos. — Que você a ama. — Os olhos de mamãe eram sérios, mas ela estava sorrindo. Senti meu rosto corar instantaneamente, meu coração fazendo um salto estranho. Por um segundo eu pensei em negar, mas não havia porquê fazer isso com a mãe. É claro que ela sabia.
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Eu tentei, eu expliquei. Sam ... não acredita no amor, diz ela. Eu não sei, eu acho que ela está com medo, considerando o que seus pais passaram. O pai dela deixar ela e a mãe realmente estragaram sua noção de relacionamentos. — A palavra com A é assustadora para algumas pessoas. — disse ela, chegando do outro lado da mesa e colocando a mão sobre a minha. — Ela ama você, Jake. Ela só não pode dizer isso ainda. Eu dei um pequeno sorriso para a mãe, em silêncio, esperando e rezando para que isso fosse verdade.
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5 dias até o aniversário de Sam
Jake: Você está me matando! Faz 16 dias! Achei que você deveria estar morta! Sam: Desculpe. Papai tem estado super-doente a semana passada e ele está me tratando como se eu fosse algum tipo de escrava. Eu não sai de casa em duas semanas, exceto para ir pegar comida. Jake: Ele não tem estado perto tempo o suficiente para merecer você ajudálo. Sam: Sem discussão. Jake: Eu sinto sua falta. Sam: Eu sinto falta de você também. Eu pensei que eu ia vomitar hoje de tanto que eu sinto sua falta. Isso trouxe um sorriso ao meu rosto. Jake: Eu tenho uma pergunta para você. É uma séria e você pode quebrar meu coração se você dizer não. Foi um total de 15 segundos antes de Sam responder. Sam: Sim? Jake: Você vai ao baile comigo? Sam: LOL! K, você me assustou para caramba por um segundo! Jake: HAHA Sam: Eu não sei, talvez não depois disso! Jake: Vamos lá, você sabe que você quer me ver em um smoking.
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Sam: Bem, quando você coloca desse jeito ... Jake: Então é um sim? Sam: SIM! Jake: Touchdown, número nove, Jake Hayes! Sam: HAHA. Eu mal posso esperar! Jake: Eu também não. Sam: Droga. Estou sendo retirada deste computador. Acho que eu tenho que ir. Jake: Muito bem. Eu vou falar com você em breve. Meus dedos hesitaram, querendo digitar Eu te amo. Sam: Falo com você mais tarde.
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4 dias até o aniversário de Sam
T
odos os dias até o aniversário de Sam pareciam como três. Eu não conseguia deixar de olhar para o relógio a cada período, contando as horas até domingo, quando Sam fazia dezoito anos. Minha
perna saltava para cima e para baixo enquanto eu contava na minha cabeça quantas horas faltavam. Rain e Carter zombavam de mim, fazendo sons de chicotes e sacudindo as mãos enquanto passavam por mim nos corredores. Eu nem sequer me defendia. Eu estava dominado. E eu não me importava nem um pouco. O sábado foi o pior dia de todos. Papai deve ter previsto isso, já que ele me colocou para trabalhar no quintal durante todo o dia. Primeiro, limpei o galinheiro. Em seguida, começou a preparar o nosso jardim para ser plantado em poucas semanas. Depois ele me fez ajudá-lo a construir uma escada boa e resistente para Sam chegar até o trailer. Por fim ele me fez cortar a grama, apesar de estar apenas começando a crescer, sendo apenas o final de março. Fiquei grato por todo o trabalho que meu pai me fez fazer. Eu desmaiei na cama naquela noite e não acordei até que mamãe bateu na minha porta às oito da manhã seguinte, gritando comigo para me vestir para que pudéssemos chegar na balsa às 8h50. Mamãe e papai colocaram Jordan no comando das outras crianças durante o dia. Normalmente Jordan teria reclamado, mas ela estava tão animada como eu estava com Sam prestes a voltar para casa. Casa. A ida até balsa parecia que levou uma eternidade. Amaldiçoei as estradas a 40 milhas por hora enquanto passávamos entre os pinheiros gigantescos. Não que isso tivesse
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importância se nós poderíamos ter chegado mais rápido. A balsa ainda sairia às 8h50m de qualquer maneira. Nós finalmente entramos no barco e subimos ao convés de passageiros. Foi muito tranquilo, apesar de pegar um pouco do auge do inverno. Vi alguns turistas tirando fotos das janelas do litoral de Orcas e da marina na saída da balsa. Deixando a mãe e o pai para sentarem e conversarem em uma mesa, eu saí para o convés. Descansando meus cotovelos sobre o parapeito verde pintado, olhei pelos meus arredores. Vivendo em um lugar como Orcas por tanto tempo, você finalmente parava de ver a beleza que sempre esteve ao seu redor. Não havia muitos lugares como este no mundo que tenham tantos quilômetros de costa e vista para o mar. Você não poderia dirigir em qualquer lugar da ilha e não ver o mar. Árvores antigas penduradas sobre a água, algumas ameaçando as cavernas no oceano, outros sopradas pelo vento em uma posição permanente. Tinha que ter pelo menos quinhentas árvores para cada pessoa na ilha. Ouvindo os motores ligarem, o barco se afastou do cais e saiu do outro lado da água em direção a ilha de Shaw. Dezenas de pequenas ilhas passavam atrás de nós enquanto a balsa se movia lentamente através da água. Blakely, Lopez, Decatur. De repente, parecia uma pena que eu nunca tinha ido mais às pequenas ilhas. Havia apenas quatro ilhas nas Ilhas de San Juan que tinha serviço de balsa, mas você pode sempre pegar um pequeno barco ou caiaque para as mais pequenas, e havia centenas delas. Eu decidi que no verão, eu levaria Sam para acampar em uma delas. Nós pegaríamos dois caiaques de Carter e apenas decolaríamos. Havia uma razão para as pessoas pagarem quantias malucas por propriedade, mantimentos, e passeios de barco para estar nas ilhas. Havia poucos lugares na Terra que eram mais bonitos.
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A viagem de balsa para Anacortes foi surpreendentemente rápida. Eu realmente tive que correr até a van já que eu não estava prestando atenção e não me dei conta de que de repente estávamos ancorados. E então os meus pais e eu estávamos indo para Auburn e para Sam. Eu deveria ter algum tipo de reunião romântico planejado? De repente, eu me perguntei se eu deveria ter pensado em todos os tipos de coisas bregas para dizer, ou melhor, escrever. Mas eu não tinha pensado em nada. Tudo o que eu tinha comprado para seu aniversário era um retrato emoldurado de nós dois, que eu tinha tirado no meu aniversário. Não parecia ser bom o suficiente. Mas eu tinha muitas coisas maiores na minha cabeça para pensar em algo melhor. Havia três palavras que eu queria dizer a ela como um presente, três palavras que eu queria dizer a ela para sempre. Ela me deixaria dizê-las? Depois de duas horas de condução, o GPS no telefone da minha mãe disse que nós estávamos a apenas meia milha de distância. Eu comecei a ficar um pouco preocupado quando entramos no bairro. Eram principalmente trailers, gramados cheios de carros discriminados, mobiliário de exterior quebrado, e cães sarnentos deitados em varandas. Este era o lugar onde Sam estava morando nas últimas seis semanas? — Oh meu Deus! — Mamãe respirava fundo quando ela entendia tudo. Merda. E então nós paramos na frente do endereço que Sam tinha me dado. Era um dos trailers mais pequenos, parecendo sujo e meio quebrado. A varanda caia e parecia prestes a desabar. O gramado estava cheio de ervas daninhas mortas, e uma dúzia de latas vazias e garrafas de cerveja encontram-se em frente dele. Merda.
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Papai colocou a van no parque e eu pulei para fora logo que ele parou de se mover. Meu coração estava martelando enquanto eu caminhava até a porta da frente. Assim que eu estava prestes a bater, a porta se abriu e lá estava Sam. Seus olhos se encontraram com os meus e nós dois congelamos, apenas ali olhando para o outro. Eu esperava que Sam pudesse ganhar algum peso, vivendo com um adulto que deveria colocar comida na mesa todos os dias, mas Sam parecia mais magra do que nunca. Seus olhos pareciam afundados, como se ela não tivesse dormido desde que ela deixou a ilha. Uma única lágrima escorreu pelo seu rosto antes que ela corresse para a frente e colocasse os braços em volta do meu pescoço. Toda a sua estrutura tremeu. Eu passei meus braços em torno dela e nunca mais quis soltá-la. — Eu quero ir para casa. — disse ela, com a voz embargada. Eu senti as lágrimas deslizarem pelo seu rosto no meu peito. Eu me afastei um pouco, pressionando meus lábios nos dela, tudo dentro de mim doendo. A situação toda me fez sentir dez vezes pior quando os lábios dela não tinham gosto de nada. Onde está o seu pai? Eu fiz gestos quando ela se afastou um pouco, enxugando as lágrimas de suas bochechas. Seu rosto ficou duro e irritado quando ela deu um passo para o lado, me deixando ver o trailer. E eu o vi lá, deitado em um sofá, totalmente desmaiado, três garrafas de cerveja descansando no chão. — Ele está bêbado desde ontem. — disse ela, com a voz dura. — Ele provavelmente nem vai se lembrar que eu já estava aqui quando ele acordar. Se ele acordar. — Vamos, Samantha, — Mamãe disse quando ela e meu pai chegaram até a varanda. — Jake e Johnson vão pegar suas coisas. Sam
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apenas balançou a cabeça, apontando para uma pequena pilha de coisas na porta da frente. Ela caminhou de volta para a van, o braço da mãe envolto em torno de seus ombros. Sam colocou os braços ao redor da cintura da mãe, apoiando a cabeça no ombro da mamãe. — Merda. — meu pai disse, em voz baixa quando entrou e começou a pegar as coisas de Sam. — Que lixeira. Uma lixeira estava certo. Havia lixo por toda parte, manchas no tapete, nas paredes, no teto. O lugar só precisava ser queimado até o chão. Tinha de ser um perigo para a saúde. — Acha que devemos acordá-lo e avisá-lo que nós estamos levando Sam para casa? — perguntou o pai, hesitando antes de sair. Olhei para o Sr. Garren. Havia uma linha de baba que saia do lado esquerdo de sua boca para o sofá. Ele roncava baixinho. Eu balancei a cabeça e caminhei de volta para a van. Papai e eu colocamos três pequenos sacos de Sam na parte de trás da van. Subi na primeira fila de assentos de passageiros ao lado de Sam e deslizei a porta para se fechar atrás de mim. Nenhum de nós disse nada à medida que nos afastamos do meio-fio e fizemos o caminho de volta para a rodovia. Depois de alguns minutos, Sam deitou a cabeça no meu colo e fechou os olhos como se estivesse tentando segurar algo ruim e frágil dentro de si. Eu não sabia o que dizer e ela não se sentia bem para dizer qualquer coisa na frente dos meus pais. Então, eu só corri uma das minhas mãos sobre seu cabelo, e segurei uma das mãos firmemente no meu outro. Quando o meu pai estacionou a van em Costco em Burlington, eu perguntei para Sam com gestos, Você está bem? Ela só olhava distraidamente pela janela onde estacionamos. Nós todos saímos da van e pegamos dois carrinhos de compras em nosso caminho para dentro. Sam segurou minha mão quando nós seguimos os meus
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pais pelos corredores. Se Sam não estivesse agindo tão fora de si, ela poderia ter visto meus pais sussurrando um com o outro, agarrando alguns artigos de roupa para ela, e pegando outras coisas como xampu, coisas de menina, e toda uma pilha de estoque extra de comida apenas para ela. Sam pode não ter tido os pais para cuidar dela nos últimos oito meses, mas ela tinha agora. Na hora em que pegamos a balsa às seis da noite, Sam parecia estar se sentindo melhor. Ela se animou um pouco e conversou com a mamãe por todo o passeio de balsa para casa sobre vestidos de baile, cabelo e maquiagem. Elas fizeram planos para ir fora da ilha novamente com Jordan em duas semanas para ir às compras. Eu não pude deixar de sorrir enquanto eu observava as duas juntos. Sam realmente era da família. Entramos com a van na entrada da garagem e meu pai tocou a buzina para que todos pudessem sair e ajudar e Sam quase foi espancada até a morte por todos quando a viram. Eu vi como lágrimas se agruparam em seus olhos enquanto abraçava todos eles. E quando entramos na casa, encontramos todo o lugar decorado com balões e serpentinas cor de rosa, laranja e branca. Todos os irmãos mais novos passaram a maior parte do dia se preparando para Sam. Jordan e Jamie fizeram um bolo e Joshua tinha organizado um monte de jogos de aniversário. Lágrimas realmente caíram pelo rosto de Sam quando ela viu tudo. Mas por volta das nove, mamãe deu o sorriso de cumplicidade, e me deu o aval ‘vá em frente’ para levar Sam para ver sua grande surpresa. Eu coloquei os dois sacos de Sam no ombro, e atravessamos o pátio de mãos dadas. — Você não tem ideia de como é bom estar de volta na ilha. — disse ela à medida que lentamente cruzávamos a grama úmida. Ela deixou os olhos se fecharem, com o rosto virado ligeiramente. — Eu nunca teria imaginado que
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eu sentiria tanta falta. Eu dei um beijo em sua têmpora quando nós hesitamos do lado de fora da porta para o trailer. Eu nunca teria imaginado o quanto eu podia sentir sua falta. — Lar doce lar. — ela riu quando ela abriu os olhos. Ela deu um sorriso enorme quando ela viu as escadas que meu pai e eu tínhamos construído. — Meninos tão hábeis. — brincou ela. Eu apenas dei de ombros e dei um sorriso. Parecia que levou para sempre, mas ela finalmente abriu a porta para o trailer e entrou. — Oh, meu...Ela parou quando ela acendeu a luz e olhou por tudo. Seu rosto estava cheio de admiração pura, com os olhos arregalados e a boca entreaberta apenas ligeiramente. — O que...? Mãe, eu fiz o sinal. — Isso...ela se esforçou para falar enquanto fazia sentido das palavras. — Isso é incrível. Parece totalmente diferente. Tudo parece tão ... limpo! Eu dei uma risada silenciosa, sentindo que eu poderia estourar de quão feliz eu sentia por ela. Eu sabia que não era suficiente para apagar tudo de ruim que ela tinha experimentado ao longo das últimas seis semanas. Diabos, ao longo do último ano, mas eu esperava que fosse o suficiente para dar-lhe algo para ansiar nas próximas semanas e meses que virão. Mamãe trabalhou duro para consertá-lo, eu escrevi em nosso caderno. Era tão bom tê-la de novo. Papai também. Ele deve estar apertado como uma lata agora. — Isso é tão incrível. — disse ela novamente, andando para seu quarto. — Isto parece um quarto real agora, não apenas um armário deselegante. Segui-a para trás, passando os braços em torno dela enquanto ela entrava, descansando meu queixo no ombro dela, ela colocou a palma da mão contra a minha bochecha. — Jake. — disse ela, a voz cheia de emoção. — Você e sua família tem sido incríveis para mim. Você é a melhor coisa que já me aconteceu. Ela virou-
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se em meus braços, em seguida, seu olhos de chocolate encontraram os meus. Havia um milhão de emoções por trás de seus olhos, mas nenhuma delas era a tristeza ou a raiva que tinha estado lá mais cedo naquele dia. Era apenas esperança, a alegria, apreciação, e eu esperava... o amor. Ela pressionou seus lábios nos meus, derretendo lentamente em mim, e eu nela. Eram momentos perfeitos como esse que faziam viver todas as coisas ruins valerem a pena. E você é a melhor coisa que já aconteceu ou vai acontecer comigo.
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23 horas desde que Sam voltou para casa
S
am jogou uma pedra na água, com os cabelos soprando em todo o rosto. Desde que tinha chegado em casa eu não a tinha pressionado a falar sobre o que tinha acontecido enquanto estava com Mike,
mas eu sentia que Sam tinha algo a tirar do peito. Ela jogou mais uma pedra no oceano, virou-se e caminhou de volta para onde eu estava sentada na praia rochosa. Ela caiu ao meu lado, descansando os braços sobre os joelhos. Sem qualquer aviso de mim, ela respondeu à pergunta que eu estava fazendo em silêncio. — Foi muito ruim. — disse ela, com os olhos colados em direção à água, embora eles parecessem vidrados, como se estivesse vendo as últimas seis semanas de novo. — Aquele trailer era nojento. Tudo estava imundo, muita coisa não funcionava. Eu não acho que poderia ficar muito pior depois de morar no trailer por tanto tempo, mas foi tão ruim. Você não conseguia nada mais do que uma garoa vinda da pia da cozinha. O vaso sanitário entupia toda vez que você dava a descarga. Você conseguia água quente por cerca de três minutos. E havia mofo em todos os lugares. Ela deu um grande suspiro, balançando a cabeça enquanto sua mandíbula apertava. — Eu dormia neste saco de dormir na pequena sala de jantar, porque eu estava com muito medo daquele sofá nojento. Não havia nenhum outro lugar para mim. Era sujo e malcheiroso. Mas teria sido suportável se não tivesse sido por Mike. Eu não queria ouvir o resto, preencher todos os espaços em branco de quando eu me perguntava a cada segundo o que estava acontecendo com ela, mas de repente eu não queria saber. — Eu não acho que ele ficava sóbrio por mais de vinte e quatro horas, enquanto eu estava lá. — Seus olhos caíram para as rochas abaixo de nós. Ela pegou um punhado de pequenas
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pedras e jogou-as para dentro da água. Elas caíram com um macio Plink, enviando ondas intermináveis para misturar com as ondas. — Não tínhamos comida em casa, mas havia sempre bebida mais do que o suficiente. — Ele voltava para o trailer do bar com uma garota diferente quase todas as noites. O quarto dele era apenas do outro lado da sala de estar, a dois metros de onde eu dormia. — Sam tremeu um pouco. — Foi ...Ela parou, com os olhos se fechando. Eu passei um braço ao redor de seus ombros enquanto ela balançava a cabeça. — Repugnante. E era toda noite. Meus dedos se fecharam em punhos. — E ele queria que eu fosse a sua pequena escrava. Ele gritava comigo todas as horas do dia para limpar isso, cozinhar aquilo. Eu só podia fazer o dever de casa depois que ele desmaiasse ou quando ele estava no bar. Uma vez que eu tentei dizer a ele que eu tinha um ensaio para terminar, ele me deu um tapa e me disse para não respondê-lo. Ele dava um tapa com muita força. Chamasse a polícia! Fiz o gesto, com raiva e vingança me enchendo. — Não, Jake. — ela disse com um sinal, balançando a cabeça. — Eu não queria ter que lidar com ele. Eu só queria terminar com ele. E foi só uma vez, cerca de quatro dias antes de vocês irem me pegar. Eu pensei que seria mais fácil esperar os últimos dias do que para provocar uma investigação. Eu só queria voltar para casa. Olhei para Sam, ela finalmente encontrando meus olhos com suas últimas palavras. Eu levantei meus dedos, traçando as últimas sombras de uma contusão em sua bochecha. Eu me inclinei para a frente, pressionando meus lábios nos dela. Eu não quero nunca ter que deixá-la ir novamente. Eu não quero não estar lá para protegê-la de caras como Mike. — Eu só tinha que ficar me lembrando que seis semanas não eram para sempre — disse ela em voz baixa. — E eu só ficava dizendo a mim mesmo que você ia estar lá quando seis semanas houvessem terminado. Você me manteve sã. Desta vez foi Sam que se inclinou e pressionou seus lábios nos meus.
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— Eu deixei cair meu livro de história em suas bolas na noite depois que ele me bateu — disse Sam com um sorriso enquanto se afastava. — Enquanto ele estava desmaiado. Ele não conseguia andar em linha reta por um dia e meio depois, e não tinha ideia do que tinha acontecido. Uma risada silenciosa retumbou em volta do meu peito. Logo eu estava rindo tão forte que eu estava de costas, abraçando Sam no meu lado.
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2 dias desde que tudo se encaixou
S
am pode não ter sido a garota mais popular da escola, mas nenhum de nós poderia ter imaginado o quanto a falta dela foi sentida enquanto ela estava fora. Ela foi atacada quando voltamos para a
escola. Eu acho que quase todo mundo na escola veio até ela, abraçou-a e disse: Bem-vinda de volta. Bem, todos exceto Norah. Sam estava praticamente brilhando enquanto caminhava pelos corredores da escola. Nós facilmente voltamos para nossa rotina ao longo das próximas três semanas. As aulas aconteciam como de costume. Sam trabalhava mais do que nunca para manter suas notas perfeitas. Ela ainda estava a caminho de ser Valedictorian. Continuamos a trabalhar na linguagem de sinais. Eu estava realmente ficando melhor nisso do que Sam. Acho que todas as minhas horas com Kali estavam finalmente valendo a pena. Kali havia se mudado de volta para fora de casa, apenas duas semanas após o retorno de Sam. E Sam era como uma outra pessoa da família, apenas uma que morava fora de casa e com quem eu namorada. Ela comia sempre com a gente, passava suas noites estudando com o resto das crianças na mesa de jantar ou descansava no chão da sala. Um dia, nós dois recebemos um grande envelope da Universidade de Washington, ambas dizendo que fomos aceitos. Sam recebeu uma bolsa integral. Nós passamos horas online procurando por moradia estudantil. Essa imagem que eu tinha de nós dois na estrada na faculdade estava parecendo um pouco mais sólida. O dia chegou, no final de maio eu fui instruído a não ir lá em cima quando Sam e Jordan estavam se arrumando para o baile com a ajuda da mamãe. Eu fiquei no sofá no andar de baixo, esperando por pelo menos uma hora já no meu smoking, enquanto as meninas ficavam prontas.
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Uma batida na porta meia hora depois me fez levantar para ir abri-la para encontrar Rain. — Ei, cara! — Disse ele, apertando a minha mão e me batendo na parte de trás com a outra. — Você parece pronto, Hayes! Eu levantei meu queixo para ele quando me afastei. Você também. — Obrigado! Então, eu estou supondo que as senhoras estão no andar de cima se preparando para a noite. — ele disse enquanto fechava a porta atrás de si e deixou-se cair em um sofá. Eu balancei a cabeça e peguei um caderno da mesa de café. Fui proibido de colocar o pé na escada. — Melhor dar ouvidos a sua advertência. — disse Rain, o rosto subitamente sério. — River quase arranhou meus olhos por tentar usar o banheiro enquanto ela estava fazendo seu cabelo um pouco antes de sair de casa. Com quem ela vai? — Com um grupo de meninas que boicotam o baile por ter que ir com um par. — disse ele, revirando os olhos. Eu me perguntei se ele sabia do segredo de River. Ele tinha que ter suas suspeitas. Carter finalmente desistiu, então? Rain riu. — Sim, ele vai levar uma estudante do segundo ano chamado Daisy, ou Rose, ou algum nome de flor tipo esse. De repente eu me lembrei. Era Lilly. Lilly Ridd. — Quanto tempo você acha que elas vão demorar? — perguntou Rain, seus olhos flutuando na direção da escada. Encolhi os ombros. Meio segundo depois, ouvi mamãe gritar lá de cima. — É você, Rain? — Sim, senhora. — ele respondeu, com um sorriso cruzando seu rosto.
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— Tudo bem. — ela gritou novamente. — Vocês, rapazes, estar preparados para perder o fôlego? Sentindo-se tolos e formais, mas não bobos, Rain e eu nos levantamos. Checamos o outro para endireitarmos laços e jaquetas então nos virarmos para a escada. Jordan desceu primeiro. Eu tinha que admitir, ela parecia bonita em seu vestido rosa que se apertava em todos os lugares certos. Seu cabelo estava empilhado em sua cabeça em uma confusão intrincada de cachos e tranças. Achei que Rain ia se mijar ao vê-la. Rain pegou a mão de Jordan na dele quando ela desceu as escadas, dando um beijo muito formal nos nós dos dedos. Revirei os olhos e me voltei para as escadas. E depois havia Sam. Um sorriso cruzou seu rosto quando nossos olhos se encontraram e ela começou a descer as escadas. Soava clichê dizer que ela parecia um anjo, mas não havia outra maneira de descrevê-la. O vestido na altura do joelho era prata com babados e franzidos que a fazia parecer ainda mais perfeita do que já era. Ela finalmente ganhou um pouco de peso ao longo do último mês e meio, dando-lhe algumas curvas de volta. Ela usava saltos prata combinando que a faziam parecer nada menos que incrível. Seu cabelo caia nas costas em uma cascata de cachos perfeitos. Mesmo que eu não fosse mudo, eu duvidava que eu teria sido capaz de dizer alguma coisa quando ela parou na minha frente. — O que você acha? — Disse ela, mordendo o lábio inferior, seus olhos brilhando. Eu não respondi. Eu simplesmente a beijei até o ponto que eu sabia que boa parte do meu rosto estava coberto de brilho labial. — Ooo... wee! — Disse a mãe, enquanto ela descia as escadas, a câmera na mão, piscando afastada para nossa exibição pública. — Esse que é um beijo! — Ela era só sorrisos.
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Todo mundo riu. — Tudo bem. — disse a mãe. — Agora eu quero uma foto de vocês quatro juntos. É muito ruim Carter não estar aqui também. Aí então seria simplesmente perfeito.
Nós todos nos esprememos juntos, envolvendo os
braços em torno do outro. Mamãe tirou uma foto, e então me deu um daqueles olhares. — Jacob Hayes. — disse ela em uma voz de mãe quando ela pegou um lenço de papel da caixa na mesa de café. — Tenha um pouco de decência. — Ela, então, limpou o gloss de Sam do meu rosto. Uva. Depois de tirar umas cinquenta fotos, mamãe finalmente nos deixou ir. O baile era uma noite onde a maioria dos restaurantes da ilha estavam realmente ocupados na primavera. Rain e eu tínhamos escolhido levar as meninas para um pequeno restaurante italiano. — Bem-vindos! — A anfitriã nos cumprimentou calorosamente. Ela só se formou um ano antes de nós. Algumas pessoas nunca conseguiam escapar da ilha. Levando-nos a um certo assento na janela, ela nos deixou com os menus. — Eu não posso acreditar que o ano escolar está quase no fim. — disse Jordan quando ela abriu seu cardápio e começou a lê-lo. — Vocês vão se formar em apenas três semanas. — Três semanas que não acabam. — disse Rain quando ele balançou a cabeça. Eu mal peguei o olhar um pouco triste no rosto de Jordan. Eu ficaria surpreso se os dois chegassem ao final da noite sem ter seu primeiro beijo. — Você já escreveu o seu discurso, Samantha? — Rain perguntou enquanto mordia um pedaço de pão que a garçonete colocou sobre a mesa. Sam deu um sorriso torto, com o rosto corado. — Não é uma coisa garantida ainda — ela tentou se defender. — Sim, é. — disse Jordan e Rain e, ao mesmo tempo. Todos riram.
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— Ok, tudo bem. — disse Sam, balançando a cabeça e sorrindo. — Eu trabalhei nele um pouco. Estou muito nervosa. Eu tive mais do que um pouco de muita atenção este ano. — Sim, entre todos descobrirem sobre você ser sem-teto e se juntar com o garoto piedade da ilha, eu não acho que você poderia ter atraído muito mais atenção para si mesma este ano. Eu dei um soco em Rain, mas ele só se abaixou para fora do caminho, rindo enquanto se mexia. — Têm sido um ano memorável. — disse Sam. Ela colocou a mão no meu joelho debaixo da mesa. — Isso é certo. Eu encontrei os olhos dela, mil pensamentos correndo por aquele olhar. Depois que terminamos de comer o jantar, nós finalmente saímos para Rosario Resort, onde o baile estava sendo realizado naquele ano. O comitê de decoração, que em sua maioria era formada por pais, estava toda aceso. Toda a mansão estava iluminada com milhares de luzes de Natal, a caminhada até as portas iluminadas e brilhantes. Música batia suavemente para fora das portas abertas. Está pronta para isso? Eu fiz sinal para Sam quando eu estacionei o carro. — Esta vai ser a melhor noite de todo este ano. — disse ela, com um sorriso rastejando em seu rosto. Ela se inclinou e deu um beijo na minha boca por alguns instantes. — A festa espera! — Disse Rain, batendo a mão no meu ombro, terminando o momento. Eu estava começando a questionar o encontro duplo com Rain. Certamente não estava dando a Sam e eu qualquer privacidade. Não que eu tivesse planos secretos para a noite. De braços dados, Sam e eu seguimos Rain e Jordan até o salão, com vista para a água. A maior parte do ensino médio já havia chegado pelo que parecia, a sala lotada e quente.
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Jordan imediatamente pegou a mão de Rain e levou-a para onde os outros estavam dançando, puxando seus braços ao redor da cintura dela. Sim, definitivamente havia algo acontecendo lá. — Vamos olhar a água. — disse Sam, pegando a minha mão na dela e me levando para o lado oposto da sala. Havia uma porta que levava para um deck estreito que pendia sobre o imóvel e calmo oceano. Vendo que estávamos sozinhos lá fora, eu passei meus braços em volta da cintura de Sam, encostado na grade em direção ao oceano. — Está tão calmo aqui esta noite. — disse ela, com voz pensativa. Eu pressionei meus lábios em sua bochecha, apenas os deixando permanecer lá. Tudo em mim parecia relaxado, como se fosse exatamente onde eu deveria estar. Ficamos ali por alguns minutos a mais, apenas curtindo o ar fresco da noite e a calma, antes de irmos para dentro e nos juntar aos outros. Encontramos Carter e Lily, ambos parecendo estranhos juntos, como se as coisas não estivessem indo bem. Ele pareceu aliviado quando se juntou a nós e dançamos e conversamos por uns bons quinze minutos. O DJ que a escola contratou não era o melhor e havia muitas vezes longas pausas entre as músicas, enquanto ele tentava o seu melhor para descobrir como funcionava o equipamento na frente dele. Mas ninguém parecia se importar. Todo mundo estava se divertindo. Uma música lenta veio e Sam me puxou em meus braços. Ela descansou a cabeça no meu peito, respirando profundamente e de forma relaxada. Apoiei o queixo no topo de sua cabeça, sentindo seu coração bater contra o meu peito. Poderia ter sido apenas nós ali enquanto nos mexíamos lentamente em um pequeno círculo, a música nos balançando no escuro. Nós não precisamos falar. Neste ponto da nossa estranha relação, nem sequer parecia que precisávamos palavras. Eu podia sentir o contentamento de Sam apenas pelo
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modo como ela segurava o corpo dela, pelo jeito com que sua cabeça repousava sobre o peito, como sua mão tocava a minha. E eu sabia que ela podia sentir todas aquelas palavras que ela não deixava dizer, apenas pelo modo como eu a segurava. No final da música, Sam levantou a cabeça para olhar para mim. Eu poderia dizer que havia algo em sua mente, podia ver isso em seus olhos. Ela parecia cheia de emoção e pensamento. Muito lentamente, ela se inclinou para frente até que seus lábios encontraram os meus. Ela os deixou permanecer lá por um momento, apenas mantendo-os parados, quase como se na expectativa do que estava por vir. Mas, então, ela apertou-os com um pouco mais de força, seus lábios separando apenas ligeiramente, sua língua traçando meu lábio inferior. Uma de suas mãos veio para parte de trás do meu pescoço, me puxando para mais perto dela, se fosse possível. Minhas mãos circularam sua cintura, meu corpo inteiro vibrando com vida. Este era um daqueles momentos perfeitos sobre os quais se faziam filmes melosos. — Ou consigam um quarto ou venham dançar! — Rain de repente gritou ao nosso lado. Quando meus olhos se abriram, ele agarrou meu braço e de repente estava me arrastando para um canto da sala. Mal conseguindo segurar a mão em Sam, nós fomos arrastados ao longo da multidão. Um dos professores de ciências parou atrás de todos com um microfone. — Não se esqueçam de escrever o seu nome na parte de trás de um desses bilhetes e colocá-los nessa taça aqui. — disse ele. Ele segurava o que parecia um aquário em um de seus braços. — Não perca a chance de ganhar o prêmio da rifa de mil dólares! Canetas e bilhetes fizeram o seu caminho através da multidão. Enquanto Sam escreveu nossos nomes em dois dos bilhetes, eu tirei meu casaco do smoking, jogando-o na parte de trás de uma cadeira e rolando
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as mangas para cima. Quando eu voltei para a multidão, encontrei Sam sentada em uma mesa, os sapatos por baixo dela. Sorrindo ao vê-la tão relaxada, sentei-me ao lado dela, pegando um de seus pés na minha mão e massageando-o. Ela sorriu para mim enquanto girava um dos marcadores pretos permanentes entre os dedos distraidamente. Com o canto do meu olho, eu notei Norah olhando para mim com um misto de desdém e inveja no rosto. Eu quase senti pena dela que ela não tivesse vindo ao baile com ninguém com que ela realmente se preocupava. Ela certamente não se importava com Júnior Anthony LeFray que estava ao seu lado. — Tudo bem. — disse o professor — Todo mundo colocou seu bilhetes na tigela? Sim? Okay. O primeiro é para um vale-presente de vinte dólares da Teazer. Ele estendeu a mão para a tigela, misturando os bilhetes. — Então, você teve um bom ano escolar? — Sam sussurrou em meu ouvido, enquanto observava uma caloura ser sorteada. Percebendo que eu não tinha onde escrever para responder, Sam estendeu o braço e apontou o marcador permanente para mim. Você tem certeza? Eu levantei minhas sobrancelhas para ela. Ela sorriu e acenou com a cabeça. Não acho que poderia ter sido melhor, eu escrevi em letras pequenas na parte interna do braço. Por alguma razão, isso me fez sorrir, ver a minha letra em sua pele. Outro cara aplaudiu quando ele ganhou o próximo prêmio. Pegando a caneta de mim, ela apontou para a pele na parte interna do meu braço. Sem arrependimentos? Ela escreveu em sua caligrafia elegante.
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Olhando para ela e pegando seus olhos, eu pensei sobre isso por um longo momento. Havia muita coisa que tinha dado errado naquele ano. Houve o óbvio. Tinha havido brigas e dificuldades entre nós. Tinha havido um milhão de olhares incertos da maior parte da ilha e uma princesa má e mimada que tinha tentado nos quebrar. Mas eu tinha me tornado uma pessoa diferente. Aquele que olhava para as coisas de uma maneira nova. Apreciei a vida muito mais do que eu tinha feito no ano passado. E o melhor de tudo, Sam estava lá do meu lado. Nenhum, eu escrevi em seu braço. Nem eu, ela cobriu minha pele. — E o vencedor do prêmio de rifa mil dólares é... o professor tirou drasticamente. Todo mundo ficou muito quieto, enquanto esperavam para saber se eles ganharam. — Jordan Hayes! A sala irrompeu em aplausos e umas poucos vaias. Jordan levantou e pulou para cima e para baixo, mais alto do que eu pensei que era possível para ela, batendo palmas. E com certeza, ela virou-se e plantou um beijo na boca de Rain, ali mesmo. Senti Sam escrever outra coisa no meu braço, mas não me preocupei em ler ainda. Eu apenas sorri e bombeei meu punho no ar, torcendo para minha irmã. Ela saltou para a frente da sala rindo e parecia que lágrimas estavam se reunindo em seus olhos. Eu pensei que o sorriso iria quebrar seu rosto quando ela aceitou o maço enrolado de notas verdes que o professor entregou a ela. Eu estava feliz por Jordan ganhar. Ela tinha tido muito peso sobre ela este ano, e eu sabia que me ajudar e sempre ter que se preocupar comigo tinha acabado com ela. Eu não pude deixar de sentir que eu tinha arruinado um pouco o seu primeiro ano. Foi bom que ela pudesse ter algo legal assim acontecendo no final do ano. Ela teria um verão incrível com isso. — Tudo bem todo mundo. — disse o professor, pegando o microfone novamente. — Isso é tudo o que temos para hoje à noite. Divertem-se
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dançando, e fiquem seguros lá fora esta noite. A multidão rapidamente voltou para a pista de dança quando a música recomeçou. Eu pulei para os meus pés e começou a rolar as mangas para baixo, a ponto de levar Sam de volta para o chão comigo, quando meus olhos caíram para o meu braço e o que Sam tinha escrito. Eu estou um pouco cansada, ela tinha escrito. Está tudo bem se nós formos para casa? Eu olhei para o rosto de Sam, a decepção afundando no meu estômago. Ela parecia incerta, outra coisa se escondendo atrás de seus olhos, eu simplesmente não conseguia identificar o que era. Meu humor caiu ligeiramente, eu dei um pequeno aceno de cabeça. Depois de recuperar a minha jaqueta, encontramos Rain e o avisamos saber que estávamos indo embora. Ele disse que ele e Jordan iriam pegar uma carona para casa com Carter. Eu não tinha certeza do que pensar sobre Sam querer sair do baile mais cedo. Ela realmente não parecia cansada e ela parecia que estava se divertindo. Eu me perguntei se havia algo mais acontecendo e tentei não deixar que a incerteza me deixasse doente. Sam não parecia chateada nem nada. Ela segurou minha mão com força na dela enquanto nos dirigimos para casa, traçando pequenos círculos na parte traseira da minha mão com os dedos da outra mão. A casa estava escura quando chegamos em casa, o que parecia estranho. Eu queria saber onde a mãe e o pai tinham levado todas as crianças mais jovens. Ainda de mãos dadas, Sam e eu caminhamos lentamente até a porta da frente. Assim como eu tinha adivinhado, a casa estava em completo silêncio quando entramos. Acendi as luzes, dando de ombros para tirar minha jaqueta e deixando-a cair sobre uma cadeira.
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Olhei uma vez para Sam, meu olhos questionadores. Ela estava estranhamente silenciosa. Muito lentamente, quase tão devagar que eu não percebi isso acontecendo num primeiro momento, o sorriso Jake rastejou em seu rosto. Correndo os dedos sobre os lábios como se estivesse fechando-os, ela entortou o dedo para mim, dizendo-me para segui-la. Ela pegou uma das minhas mãos na dela novamente, e nos levou de volta para o meu quarto. Por meio segundo eu fiquei nervoso e animado. Sam queria deixar o baile mais cedo, a minha família não está aqui. A casa estava escura e estávamos sozinhos ... Poderia Sam estar planejando ...? Mas o pensamento saiu logo que chegou. Esta era Sam, ela não fazia esse tipo de planos. Esse era o estilo de Norah, não dela. Sam olhou para mim uma vez, seus olhos animados e nervosos ao mesmo tempo. Meus olhos questionando-a novamente, ela colocou a mão na maçaneta e empurrou a porta do meu quarto para abri-la. Ela acendeu a luz e nós entramos. Eu não entendia o que era para eu estar vendo em primeiro lugar. Sam olhou para mim, como se estivesse esperando para ver qual a minha reação seria a tudo o que não deveria estar lá dentro. E então eu vi. Toda a parede acima da minha cama tinha sido coberta com páginas. Páginas com arestas e pequenas etiquetas de papel que pareciam ter sido arrancadas de um caderno com espiral. Tinha de haver mais de cinquenta páginas. Não podia haver tantas páginas rasgadas do nosso caderno. Olhei para Sam mais uma vez antes de eu me aproximar da parede. Ela deu um sorriso nervoso antes de acenar para que eu chegasse mais perto. Tudo isso só parecia um amontoado de palavras no início, algumas páginas completamente cheias, algumas páginas com apenas algumas palavras sobre elas.
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E então meus olhos escolheram quatro palavras que se repetiam em todas as páginas. Eu amo você, Jake. Estava lá, escrito no meio de páginas, cercado por palavras como ‘medo de dizer isso’, ‘não sei como dizer isso’ e ‘talvez eu vá te dizer amanhã’. — E havia dezenas de páginas com apenas aquelas quatro palavras escritas sobre elas. Eu sabia que muitas dessas páginas eram as folhas ausentes do nosso caderno. E algumas dessas páginas estava desaparecidas por semanas e semanas. Senti Sam vir para o meu lado e ela lentamente começou a rolar a minha manga direita para cima. Na verdade, não acreditando no que estava vendo na minha parede, eu olhei para ela e vi quando ela rolou até meu cotovelo. E aquelas três palavras estavam escritas com tinta no interior do meu braço, com o marcador permanente preto que tinha manchado minha pele mais cedo naquela noite. Eu nunca tinha percebido que ela as tinha escrito no baile. Eu te amo. Meus olhos saltaram para Sam. Ela parecia tão incerta, como se ela não soubesse qual a minha reação poderia ser. Mas eu vi neles que ela quis dizer o que tinha escrito. Estava lá em todo seu rosto. Pisando mais perto dela, de modo que havia apenas uma meia polegada entre nós, eu coloquei uma mão em cada lado do seu rosto. Meus olhos estudaram os dela, desejando com tudo o que eu tinha em mim que eu pudesse vocalizar essas palavras que eu nunca tinha chegado a dizer. Eu te amo, meus lábios formaram. Eu só era capaz de gesticular, mas não fazia as palavras menos verdadeiras.
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— Eu queria dizer isso faz um longo tempo agora. — disse Sam, suas palavras saindo em uma corrida. — Eu estava apenas... com medo. Eu não queria dizê-las e ser levada embora, ou que algo terrível acontecesse. Eu sei que eu não tenho sido justa sobre deixar você dizer isso, mas eu não quero que você diga isso sem eu estar pronta para dizer de volta. Mas eu estou, Jake. Eu te amo. Mais do que eu pensei que era possível. E eu pensei que era totalmente impossível. Ela levou as mãos à parte de trás do meu pescoço, descansando a testa contra a minha. — Eu tinha esse caderno comigo enquanto eu estava no Mike e eu tentei encontrar uma boa maneira de anotar todos os dias. Eu queria tanto dizer que ficou difícil respirar, por mais ridículo que isso pareça. Eu quase enchi todo o caderno, mas eu não podia simplesmente enviá-lo para você e não estar lá para te dizer eu mesma. Eu te amo e eu te amei por todo este ano, mesmo que eu não pudesse te dizer. Eu ri ao ouvir Sam tropeçar sobre si mesma assim. Mas isso não importava. Ela estava dizendo essas palavras. As que eu temia que ela nunca dissesse. Tomando um de seus braços na minha mão, e peguei o marcador permanente que eu deslizei em meu bolso antes de sairmos do baile, e puxei a tampa para fora. Eu te amo, para sempre, eu escrevi. O sorriso Jake se espalhou mais uma vez no rosto de Sam quando ela colocou os braços para trás do meu pescoço e pressionou seus lábios nos meus. Eu esperava que as nossas palavras jamais saíssem dali.
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Um dia para o resto da eternidade
E
u puxava o meu capelo, sentindo como ele não fosse encaixar direito em minha cabeça. Eu brincava com o vestido azul que eu usava, xingando baixinho. Quem veio com a ideia de usar isso na
graduação? Nós não estávamos no século XXI? Me mexi no meu lugar, chamando a atenção de todos os seis de meus irmãos, os meus pais e os meus avós Hayes. Minha família enchia metade das arquibancadas naquele pequeno ginásio da nossa escola. Mamãe e Jenny acenaram para mim, piscando sorrisos brilhantes e orgulhosos. Eu acenei de volta e voltei a olhar para a frente do ginásio. — E agora eu gostaria de apresentar-lhe a nossa Valedictorian Classe Sênior, Samantha Shay. — o Diretor Hill disse, batendo palmas quando ele se afastou do pódio. Todo o ginásio explodiu em gritos e aplausos, o volume era ensurdecedor. Sam levantou-se de seu assento na primeira fila dos alunos. Ela já estava corando, mas ela estava radiante. O capelo e o vestido pode ter ficado estúpido em mim, mas Sam parecia perfeita em qualquer coisa. — Obrigada. — disse ela, uma pequena risada borbulhando de sua garganta. Seu rosto ficou ainda mais vermelho quando os aplausos só ficaram mais altos. Eu bati com tanta força que minhas mãos doeram. Encontrando meus olhos, Sam riu novamente, cobrindo o rosto com as mãos. Finalmente, quase um minuto mais tarde, a multidão começou a se acalmar. — Uau. — disse Sam, com a voz entrecortada. Seus olhos pareciam haver lágrimas neles. — Obrigado, muito mesmo. O apoio de vocês significa tudo para mim, especialmente depois do ano que todos nós tivemos. Sam mudou de um pé para o outro,
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empurrando seu cabelo sobre o ombro. Ela estava desconfortável e nervosa, mas ela parecia adorável. Eu nunca tinha estado tão orgulhoso dela. — Este ano tem havido muitas mudanças, para todos nós. — ela começou. — Nós começamos com isso, nos sentindo como adolescentes normais, fazendo coisas normais que adolescentes fazem, estragando as coisas e fazendo escolhas pobres. Ninguém nos culpa. Espera-se isso, e nada além. — Mas às vezes duras lições têm que ser aprendidas. Às vezes precisamos de uma chamada para nos fazer mudar para melhor. Eu nem sequer tenho que afirmar que isso era chamada de despertar, todos nós sabemos. Embora este ano pudesse ter virado um ano de tragédia e tristeza, um ano de arrependimentos para nossas ações, todos nós decidimos fazer uma mudança. Assumimos um compromisso para fazer melhor, para sermos melhores. — Nós aprendemos que não temos que ter álcool ou drogas para nos divertir. Aprendemos que nossas famílias se estendem além do sangue. Nós aprendemos a deixar que os outros nos ajudem. Sam levantou os olhos de seu discurso, e de repente eles encontraram os meus. — Nós aprendemos a amar este ano, de maneiras que nunca sabia que podíamos. — Sua voz falhou só um pouquinho sobre o amor. Eu dei-lhe um sorriso, sentindo uma picada atrás dos meus próprios olhos. — Então, nós caímos este ano, subimos, e agora aqui estamos, triunfantes e prontos para assumir o resto de nossas vidas. Nunca nos esqueçamos das lições que aprendemos este ano. Nunca nos esqueçamos como crescer, como viver, como amar. Nunca nos esqueçamos um do outro. Sam deu um pequeno aceno sua cabeça, avisando a todos que ela terminou. O ginásio explodiu em aplausos novamente. Quando olhei em volta para os outros trinta e seis alunos que se formavam comigo, eu não fiquei surpreso ao ver lágrimas nos olhos de muitos. Rain colocou a mão no meu ombro por trás, dando-lhe um aperto duro. Bati na mão dele e sorri. Carter, que estava bem perto de mim, passou um braço em volta dos meus ombros.
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— Parabéns, classe superior da Orcas High School — Diretor Hill disse, enquanto estava ao lado de Sam, envolvendo um braço em volta dos ombros. — Bem-vindos ao seu futuro. À medida que o caos começou, todas as famílias se misturaram com os alunos recém-libertados, Sam fez seu caminho em direção a mim no meio da multidão. Ela estava radiante, com um sorriso brilhante no rosto. Eu achei que eu ia resplandecer com todo orgulho e alegria que sentia até então. — Como eu fui? — ela perguntou quando chegou, envolvendo nossos braços em torno de si. Perfeito, eu fiz o sinal, pressionando meus lábios em sua bochecha. — Nós não teríamos tido o ano que tivemos sem você. — disse ela. — As coisas teriam sido muito diferentes. Eu apenas sorri e pressionei meus lábios nos dela mais uma vez. — Parabéns, você dois, — a voz de minha mãe disse por trás. De repente, Sam e eu estávamos envoltos em um abraço gigante de mãe. Ela pressionou beijos nas testas minha e de Sam. — Estou tão orgulhosa de você dois. Nenhum de vocês teve um ano fácil, mas vocês deram a volta por cima. E era verdade. Teria sido muito fácil acabar viciado em drogas ou álcool naquele ano, para nós dois. Mas, em vez disso estávamos lá, juntos. Nós tínhamos tomado todas as coisas ruins que aconteceram para nós e as transformado em algo bom e maior do que nós dois. Sorri quando olhei para Sam. O que eu não disse antes já não importava. Tínhamos todo o futuro diante de nós para dizer todo o resto.
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