Jornal
jornalmetropolitano.diocese@gmail.com
Ano 6 - 38ª Edição - outubro/2013 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba
Dia Nacional da Juventude será 03 de novembro O Dia Nacional da Juventude vai debater neste ano os jovens e a missão. Em Uberaba a comemoração será no dia 03 de novembro, no Jockey Club e contará com shows de Adriana Arydes e Jake. Página 08
Arcebispo Emérito
Igreja incrementa iniciação à Vida Cristã Nos últimos anos, o Catecismo na Igreja Católica vem ganhando atenção especial, sobretudo, na maneira de como evangelizar crianças e adolescentes. A ideia é que seja uma catequese que siga as exigências da modernidade. Nesta edição, aproveitando o mês de outubro dedicado às crianças, o Metropolitano dá ênfase à Catequese em nossa Arquidiocese, às missas específicas para crianças e a tantas outras ações existentes neste segmento. Página 06
APELO AOS JOVENS . Há seis meses, sob a assessoria de monsenhor Valmir, uma equipe de voluntários vem dinamizando as ações da PASCOM na Arquidiocese de Uberaba. Jornal e Rádio já deram significativos passos. Neste editorial, padre Valmir faz convocação direta aos jovens para que ingressem na Pastoral da Comunicação. Página 02
No dia 09 de outubro o Arcebispo Emérito Dom Benedicto de Ulhoa Vieira estará completando 93 anos de vida. A ele nossas orações e desejos de boa saúde. Página 03
Visita Pastoral a Frutal
No mês passado dom Paulo Mendes Peixoto fez visita à paróquia Santo Antônio, em Frutal. Foram três dias de intensos trabalhos e fortalecimento da fé. Página 04
Carmelitas assistem centenas de crianças O jornal de outubro também faz abordagem das diversas ações da Igreja Católica em favor das crianças e adolescentes. Um
dos destaques é o trabalho desenvolvido há décadas pelas Irmãs Carmelitas Missionárias no Educandário Menino Jesus de Praga. Página 07
Liturgia. O Ano Litúrgico é dividido em
cinco tempos distintos. Um deles é o Comum, que, apesar do nome tem lá sua importância. Página 09
Dom Alexandre, nosso primeiro arcebispo Orador nato, dom Alexandre Gonçalves Amaral marcou época em nossa Arquidiocese. Foram 39 anos de bispado e inúmeras ações em defesa dos pobres, oprimidos e injustiçados. Página 12
Capela do Barreiro. A Capela de N. S. da Graças, situada na
região do Barreiro, em Araxá, está passando por uma segunda grande reforma. O investimento de quase R$ 2 milhões é bancado pelo governo estadual. Página 05
Matriz de Conceição é reinaugurada
Dia do Nascituro.
A comemoração do Dia do Nascituro, no final da Semana Nacional da Vida, foi instituída pela CNBB desde 2005. Saiba por que protegê-lo. Página 09
Rádio Metropolitana transmite missa Desde meados de setembro, a equipe da Rádio Metropolitana vem transmitindo diariamente a missa das sete da manhã no Santuário da Medalha Milagrosa. Em breve, a transmissão acontecerá também na igreja da Adoração. Página 11
Encerramento do Ano da Fé Uma comissão arquidiocesana ultima os preparativos para a Grande Concentração, marcando o encerramento do Ano da Fé em Uberaba. O evento será no dia 24 de novembro, das 9 às 14h, no ginásio Marista. Página 03
Centenas de fiéis participaram em setembro da missa de reinauguração do templo da Imaculada Conceição, em Conceição das Ala-
goas. Foram investidos mais de R$ 400 mil na reforma da paróquia. Página 11
2
artigos
Jornal Metropolitano - Uberaba, outubro de 2013
Editorial Caríssimos amigos, amigas, leitores e leitoras de nosso Metropolitano, Saúde e Paz! Chegamos à quinta edição de nosso jornal, nesta sua nova fase. Recomeçamos! Primeiro, com a graça de Deus, depois por causa de uma Equipe aguerrida e corajosa, marcada por profundo espírito de Fé e de sentido de Igreja, que chamou para si a responsabilidade da reconstrução do Metropolitano, da Rádio Metropolitana e do Portal da Arquidiocese. Quero dizer uma palavra de louvor a todos e todas que fizeram este jornal existir até agora. Não podemos esquecer o esforço feito, as lutas vencidas, as batalhas travadas. É preciso agradecer! Nas edições anteriores, outros membros da Equipe puderam manifestar-se pelo editorial. Foi
bonito ver os corações se abrindo, a alegria contagiando, a preocupação com a Igreja e a sociedade sendo explicitadas. Hoje, trago uma palavra de reflexão e pedidos a serem feitos. Se você me perguntasse como sonho a Pastoral da Comunicação em nossa Arquidiocese, eu responderia que entendo a comunicação hoje como prioridade, não sendo possível desconhecer a sua necessidade. Quando falamos de evangelização, estamos falando de anúncio, e anunciar é comunicar! Então, o que nós queremos por primeiro é evangelizar, anunciar Jesus Cristo, Deus e o seu Reino, o projeto de Deus para nós, a possibilidade de uma sociedade humana, justa e fraterna e mostrar o rosto da Igreja, como atualizadora deste anúncio para o homem do pós-moderno. Queremos penetrar neste mundo da comunicação, com as suas múltiplas possibilidades e, usando esses meios, alcançar o coração de todos.
Olho de um modo muito particular para os jovens. Como fazerse ouvir por eles? Permanece esta questão. Estamos em busca da resposta! Todos sabem que são três frentes de trabalho: além do Jornal, temos nossa Rádio Metropolitana, com seu site, e o Portal da Arquidiocese. Conseguimos avançar nestas três frentes, muito já foi feito. Fica aqui o convite para ouvir a rádio Metropolitana, agora também pela internet. Fica o convite para acessar o nosso portal, além de ler o nosso jornal. Chegamos a uma fase decisiva neste nosso trabalho, chegamos a um momento crucial: não temos mais como avançar sozinhos! Precisamos crescer como equipes, como Pastoral da Comunicação. Precisamos de mais gente, gente de fé, capaz de sentir com a Igreja, que não tenha medo de desafios, que seja capaz de ir “além do ter tempo”, que possa vir juntar-se a nós. Precisamos de gente como você!
Criança e Catequese
Em outubro comemoramos o “Mês da Criança”, levando em consideração o valor da vida que acontece na tenra idade, carente de boa formação para direcionar sua história na construção de valores sadios e honestos. Por isto, é fundamental a atenção da sociedade, de todos os adultos, especialmente dos pais, porque eles são os primeiros educadores na vida de cada criança. Na dimensão formativa catequética, falamos muito do “processo catequético”, que leva em conta as fases de idade das pessoas. Cada fase exige atenção pedagógica pró-
pria e uma mística que consiga canalizar o catequizando para um verdadeiro encontro com o mistério divino, para o encontro com a pessoa de Jesus Cristo. A criança está sempre aberta para absorver o que lhe for comunicado, tanto dentro da convivência familiar, como na vida social e nos encontros catequéticos. Isto supõe atitudes de responsabilidade dos adultos, dos formadores, principalmente dos pais, que devem ser os primeiros educadores dos filhos na fé e na vivência cristã. As principais marcas na vida das pessoas vêm dos primeiros tempos
de vida. A psicologia confirma isto, até dizendo que o perfil de personalidade do indivíduo carrega as marcas do período gestatório. Pais gestantes agressivos podem transmitir suas atitudes para o filho ainda no seio materno, trazendo sérias consequências futuras. No olhar da catequese dentro das dimensões de hoje, há uma preocupação muito grande com a “catequese de adultos”, porque muitos batizados não passaram pelo processo de iniciação à vida cristã e muitos outros não foram nem batizados. Com isto, não dão a devida importância para a for-
Precisamos de gente que tenha facilidade em lidar com os massmedia, que conheça estes caminhos, que saiba os seus atalhos. Há um primeiro apelo que, em particular, quero fazer. Este apelo é aos jovens: venham juntar-se a nós! Tragam a sua alegria, capacidades, dons e talentos. Precisamos criar a PASCOM nas paróquias, precisamos fortalecer a Equipe Arquidiocesana. Entendo que este seja um campo natural para a atuação da juventude dentro da realidade pastoral da nossa Igreja. Tenho um segundo apelo também. Este é aos meus irmãos presbíteros, os padres. A construção de todo e qualquer organismo pastoral passa pelos senhores, principalmente por aqueles que são párocos. Naquilo que os presbíteros acreditam e decidem investir, o resultado é certo e eficaz. Para que a Pastoral da Comunicação alcance as nossas paróquias, com a criação das Equipes Paroquiais e a consequente rede de informações, bem como o financiamento de todo este
de aprofundamento pelo estudo, pela oração, pela prática do bem depende muito de nós. É tarefa para toda uma vida. “A fé que vocês têm está crescendo cada vez mais” (2ª Tess 1, 3). Esta virtude, infundida pelo Espírito, no fundo da nossa alma, é a revelação definitiva das verdades infinitas. Mas agora vem a grande questão: a fé deve ser anunciada às crianças ou aos adultos? Aparentemente, o melhor método seria ensinar as verdades básicas às crianças, para com isso atingir os adultos. Parece que o caminho ideal seria outro. As verdades básicas de Deus Criador, de Jesus Cristo e da Igreja deveriam ser ensinadas dentro do recesso familiar. Segundo a praxe da tradição primitiva, a catequese
Expediente Órgão oficial de comunicação da Arquidiocese de Uberaba Praça Dom Eduardo,56, bairro Mercês, Uberaba - MG, CEP-38.060.280 E-mail: jornalmetropolitano.diocese@gmail.com Assessor PASCOM: Monsenhor Valmir Ribeiro Jornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG e-mail: santoruberio@gmail.com Editorias : Rubério Santos e Francine Moura Revisão: Amabile Pierroti e Luiza Nogueira Direção Comercial: Miryam Pereira / 8819-5636 – e-mail: miryamgap@gmail.com Impressão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail alexesmmaia@gmail.com Distribuição: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba Tiragem: 10 mil exemplares
organizada, feita por representantes oficiais da comunidade, está preferencialmente voltada para os adultos, tais como as explicações bíblicas das celebrações litúrgicas, os cursos de preparação para os sacramentos, os encontros de espiritualidade, o aprofundamento teológico das verdades da fé. O termo final dessa catequese é o adulto. Por tabelinha, alcançamos as crianças e a juventude. “O filho ouve a instrução de seu pai” (Prov 13, 1). A nova Catequese, sem desprezar a instrução das crianças, demonstra uma preferência enorme pela Catequese com adultos. A nossa Escola Catequética Arquidiocesana não esconde as suas sérias preocupações para com os leigos e leigas que vivem no meio do mundo.
UT IN OMNIBUS GLORIFICETUR DEUS! Monsenhor Valmir Ribeiro
mação das crianças, dificultando a catequese nas diversas comunidades cristãs. Os pais não podem “terceirizar” a educação dos filhos. Os princípios básicos da fé e da vida cristã devem ser recebidos em casa. Não é a catequese que deve ensinar o Pai Nosso e a Ave Maria para a criança, mas sim os pais. Da mesma forma, são eles que educam para os deveres de cidadão, de respeito, de valores que ajudam no relacionamento, de convivência etc . Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba
A FÉ PRECISA SER DESPERTADA Antes de começar qualquer consideração mais profunda, é preciso reconhecer que a fé é um dom de Deus. Guardamos bem? É um dom. Não nasce de uma conclusão pessoal, após longo raciocínio. Trata-se de uma iniciativa divina, que se vale de intermediações humanas. Estas podem ser a nossa mãe, a comunidade, o nosso pai, a catequista ou um amigo de verdade, um acontecimento. Não vêm de geração espontânea. “A fé depende, pois, da pregação, e esta consiste no anúncio de Cristo”. (Rom 10, 17). Ter fé significa aceitar tranquilamente a pessoa do Salvador, por sabermos que ele é veraz e não tem o mínimo interesse em nos enganar. É repousar na verdade. É saber que o gran-
serviço, precisamos dos presbíteros conosco! De outro modo, sabemos que não se avançará tal qual é preciso. Caríssimos padres, juntem-se a nós também! Entregamos esta edição, agradecidos a Deus e a todos os que a tornaram possível.
Espaço do leitor Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo Emérito de Uberaba, MG Endereço para comunicação: domroqueopp@terra.com.br
Espaço do Leitor / outubro Dom Paulo e equipe do Jornal Metropolitano: Com atraso agradeço-lhe a atenciosa carta de 22 de junho. Grande alegria ao ficar sabendo de seu entusiasmo e amor pela Pastoral da Comunicação, na qual tem a colaboração de eficiente equipe. Sempre tive vivo interesse pela MMCS a serviço da evangelização. Nossa Diocese possui uma Rádio FM, na qual tenho programas. No mesmo Cristo, Dom Antônio de Souza Bispo emérito de Assis - SP
arquidiocese
Jornal Metropolitano - Uberaba, outubro de 2013
Candidatos ao diaconato recebem o ministério de Acólito Em cerimônia realizada no Santuário da Abadia, em 07 de setembro último, 24 alunos da Escola Diaconal da Arquidiocese de Uberaba receberam o ministério de Acólito. A celebração foi presidida por dom Paulo Mendes Peixoto e concelebrada por 25 padres de Uberaba e região. Centenas de familiares dos postulantes ao diaconato permanente também participaram da Celebração Eucarística. Nos dois momentos mais significativos da celebração, os 24 candidatos ao diaconato se apre-
sentaram diante do arcebispo e depois, através da oração de dom Paulo, um a um recebeu o ministério do acolitato. Ao acólito é conferido o direito de servir o altar, auxiliando o celebrante durante o rito eucarístico. A diocese uberabense conta com 21 diáconos permanentes. Os atuais 24 postulantes, após receberem o ministério de Leitor, em maio último, e agora o de Acólito, passarão por um período de estágio pastoral. Possivelmente em janeiro próximo receberão a Ordem do Diaconato.
se dia será a presença de Ir. João Rezende que, por estar realizando uma conferência com as Comunidades Eclesiais de Base em Uberaba, refletirá na concentração sobre a temática “Comunidade de Comunidades” que nos conduz a viver
Todos são casados e com filhos, tendo na família o principal apoio à nova vocação. Aliás, o exemplo
uma fé vivenciada e celebrada. Como centro da manifestação de fé revelada na unidade, ocorrerá a Celebração Eucarística, presidida pelo Sr. Arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto, reunido com seu clero e leigos vindos de todas as regiões
familiar é um dos critérios à vocação de diácono permanente. Rubério Santos
pastorais da Arquidiocese, no encerramento do Ano da Fé. À medida que a Comissão de Preparação para o Encerramento da Fé for definindo alguns novos procedimentos, serão feitos os devidos encaminhamentos para os interessados. Entretanto, desde já convidamos a todos para inflamarem os corações e as comunidades no desejo de participarmos dessa concentração. Padre José Edilson da Silva / Coordenador Arquidiocesano de Pastoral
01 a 07 – Semana Nacional da Vida 08 – Dia do Nascituro 04 a 06 – Visita Pastoral na Paróquia de S. Geraldo – Uberaba 05 – Formação dos Diáconos Permanentes – das 8h às12h 05 e 06 – 2º Encontro do EJC – Paróquia Nossa Senhora da Abadia em Sacramento 06 – Formação de Catequistas – Região Araxá 09 – Aniversário natalício de Dom Benedicto 12 – N. Sra. Aparecida – Padroeira do Brasil 13 – Formação de Catequistas – Região Conceição das Alagoas 14 – Reunião com a Equipe da CAC – 19h 14 – Reunião do INBRAC 19 – Oração e formação – Leigas Consagradas 20 – Dia Mundial das Missões (coleta) 21 – Dia Nacional de Valorização da Família 25 a 27 – Visita Pastoral na Paróquia de São José da Gameleira em Uberaba 25 a 27 – INAPAF – 3ª fase – Uberaba-MG • Formação de Catequistas – Região Romaria 29 a 31 – Simpósio Teológico
novembro 02 – Finados 03 – Todos os Santos (DNJ) Dia Nacional da Juventude 05 – Reunião do Conselho de Formadores – 9h 06 a 08 – Encontro Nacional de Bispos e Assessores da Pastoral Familiar – Cuiabá-MT 08 a 10 – Encontro do GREBICAT
COLETAS PARA VOCAÇÕES RECEBIDAS DAS PARÓQUIAS DA ARQUIDIOCESE DE UBERABA COLETAS FEITAS NAS CELEBRAÇÕES DOS DIAS 24 E 25 DE AGOSTO DE 2013
Celebrando a Vida de Dom Benedicto de Ulhoa Vieira No próximo 9 de outubro, Dom Benedicto celebrará 93 anos de vida, vida quase toda “vivida na Igreja e para a Igreja, isto é, para o povo, objeto do seu carinho pastoral”, como se lê no prefácio de seu livro Auscultando o Coração (Saga.2013). Nascido em Mococa, SP, foi ordenado sacerdote em 1948, consagrado bispo em 1972 e serviu muitos anos como Bispo Auxiliar de São Paulo. Foi nomeado Arcebispo de Uberaba em 14 de julho de 1978, tornando-se assim o 5º Bispo e 2º Arcebispo de nossa Arquidiocese, em 15 de setembro de 1978. Doutor em Teologia, foi professor e capelão da PUC - SP, Reitor do Seminário Central do Ipiranga, Vice-Reitor da PUC e Pároco dos Universitários. Durante seu arcebispado em Uberaba, foi Vice-Presidente da CNBB de 1983 a 1987. Em seu pastoreio, até o ano de 2007, Dom Benedicto ordenou 59 padres, sendo 31 ordenados em Uberaba. Muito dinâmico e competente,
Agenda outubro
Encerramento do Ano da Fé
Programado para se realizar na data anunciada quando convocado pelo Papa Emérito Bento XVI, a Arquidiocese de Uberaba já está se mobilizando para preparar este grande evento, que será uma concentração em nível de Arquidiocese. Já tendo sido realizadas três reuniões preparatórias, algumas definições já foram apresentadas: A Concentração de Encerramento do Ano da Fé acontecerá no dia 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei, das 9 às 14h, no Ginásio Marista Diocesano. Além do ponto culminante da concentração que é a Celebração Eucarística, de animações com bandas católicas de nossa Arquidiocese, acontecerão momentos de reflexão, trabalhando a temática da fé na realidade da Catequese, da Família e da Juventude. Outro momento marcante des-
3
Dom Benedicto disse — mais ou menos assim — em seu primeiro sermão de posse: “Sou bandeirante e tenho pressa”. Com sua visão pastoral abrangente, entre as várias coisas feitas por ele em Uberaba, foi reativar o Seminário São José com a construção do prédio do Jardim Induberaba, onde funcionou o seminário por certo tempo. Construiu também a residência episcopal perto da Igreja da Abadia. Elevou a igreja da Abadia a Santuário. Instituiu na Arquidiocese o Curso Propedêutico na Paróquia Santa Teresinha, como preparação imediata ao Curso de Filosofia dos seminaristas. Criou a Escola de Teologia para Leigos da Arquidiocese, ESTELAU, onde sempre foi o amado professor: sua pedagogia clara e as sábias palavras tornavam os conceitos antropológicos, trinitários e até mesmo escatológicos simples de serem entendidos. Orador magnífico, com lindas e profundas homilias, e vários livros publicados, Dom Benedicto é um
grande ícone de nossa Igreja. Sinto-me, pois, honrada em saudar nosso querido Dom Benedito por seu aniversário natalício. Peço a Deus que o senhor seja sempre Benedictus – “abençoado por Deus”, e que Nossa Senhora da Abadia o tenha sempre sob seu olhar misericordioso de Mãe. Parabéns, paz e muitas felicidades! Maria Nilce Martinelli Pontes
No. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
Paróquias P. São Sebastião P. Sagrada Família P. Santo Antônio P. São Domingos P. São José P. São Sebastião P. São Geraldo Magela Área Pastoral N.S.Conc.Aparecida P. N. Sra Dores P. São Sebastião P. Imaculada Conceição P. N. Sra Lourdes P. Santa Maria dos Anjos P. N. Sra de Fátima P. N. Sra Aparecida P. N. Sra do Carmo P. Santo Antônio P. Nossa Sra Aparecida P. São Miguel P. São Sebastião P. Nossa Sra Abadia P. Santo Antônio P. N. Sra do Carmo P. São José P. N. Sra Abadia P. N. Sra Patrocínio P. N. Sra da Abadia P. N. Sra das Dores P. São Sebastião P. Cristo Bom Pastor P. N. Sra da Abadia P. N. Sra de Fátima P. N. Sra das Graças P. N. Sra de Lourdes P. N. Sra do Rosário P. Santa Cruz P. da Ressurreição P. São José Tutunas P. Santa Bárbara P. Sto Expedito P. São Galvão P. Sagrada Família P. Catedral P. Santa Luzia P. Santa Maria Mãe Igreja P. Santa Teresinha P. Santíssimo Sacramento P. São Benedito P. São Domingos P. São Mateus P. São Geraldo Magela P. São José Gameleira P. Sta Edwirges P. São Judas Tadeu P. São José Operário P. São Miguel P. São Pedro Santuário da Medalha Comunidade Espírito Santo Quase Paróquia N.S.Lourdes Total
Cidade A. Comprida Araxá Araxá Araxá Araxá Araxá Araxá Araxá C. Florido C. Gomes C. Alagoas Conquista Delta Fronteira Frutal Frutal Frutal Ap. de Minas Nova Ponte Pedrinópolis Pirajuba Planura Prata Prata Romaria Sacramento Sacramento Santa Juliana Tapira Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Uberaba Ponte Alta Veríssimo Conceição Uberaba Uberaba Uberaba
Vocações 245,00 1.000,00 1.240,25 2.052,17 500,00 550,00 561,70 470,00 130,10 98,00 413,95 344,90 130,00 430,00 1.401,60 2.267,15 612,00 149,10 579,80 204,35 45,00 756,00 1.334,00 380,00 1.033,00 614,00 217,75 334,50 343,15 342,80 800,00 220,00 935,50 217,25 163,60 374,60 577,10 156,60 295,50 749,30 180,00 359,70 800,00 222,90 545,00 480,00 2.871,40 1.481,35 695,85 778,05 130,60 510,10 215,00 500,00 82,15 322,75 2.588,25 218,00 68,85 36.319,67
4
paróquias
Jornal Metropolitano - Uberaba, outubro de 2013
Visita Pastoral do Arcebispo Dom Paulo na Paróquia Santo Antônio de Frutal-MG
Foram três dias de intensos trabalhos. O programa, oferecido como guia, foi cumprido na integra de maneira que todo o território paroquial foi visitado. As atividades foram divididas entre a cidade e a zona rural. Na cidade, o ponto mais esperado foi o encontro com as lideranças na apresentação dos trabalhos; na zona rural, foi o encontro com as lideranças e a missa de bênção da capela São Judas Tadeu.
Dom Paulo pôde ver de perto o caminhar da paróquia. Nesse caminhar pudemos apresentar os frutos, mas também os desafios. A liderança mostrou-se animada e atuante, consciente de seu trabalho na evangelização. Foi comprovado que, sem uma liderança responsável com o compromisso do Batismo, a paróquia não é capaz de apresentar bons resultados na evangelização. Mas tem muito para
Caminho Novo amplia salão do Santo Eduardo Antiga coordenação do Encontro de Jovens Caminho Novo, da Paróquia Santa Teresinha, conclui ampliação do salão de festas do Instituto Santo Eduardo, situado na rua Tiradentes, 257, no Fabrício. As obras foram executadas entre maio e setembro deste ano. A melhoria principal referese à conclusão do galpão social, incluindo serviços de retirada de entulhos, assentamento de piso de concreto e instalação de cobertura em estrutura metálica. Também foram construídos dois banheiros, assentadas treze portas em sanitários já existentes, alargada a rampa e construída outra, interligando a quadra às salas de estudos. O investimento foi de quase R$20 mil. Destes, R$13.233,65 foram doados pelos antigos coordenadores do Caminho Novo, sendo a medida aprovada pela maioria dos integrantes do encontro, e o restante do investimento doado através de mão de
obra, rufos e tintas. Para irmã Célia Melo, diretora do Instituto Santo Eduardo, a melhoria foi uma bênção de Deus. “Trouxe segurança para as crianças durante a recreação no pátio, além garantir conforto às pessoas que participaram de eventos no local,” enfatiza. Irmã Célia entende também que a doação foi justa; afinal, os encontros de jovens e casais da Paróquia Santa Teresinha estão sempre usando as dependências do Instituto em suas promoções e sofriam com a falta de fechamento do salão. “Que o Pai Celeste abençoe esta boa ação dos integrantes do Caminho Novo,” deseja a religiosa, aproveitando para pedir ajuda da comunidade uberabense na reforma do telhado do prédio do Instituto. A casa atende atualmente 75 meninas de dois a doze anos, em período integral. Rubério Santos
crescer ainda. O crescimento se dá gradualmente conforme o esforço de fé de cada um. Junto com os trabalhos da paróquia, Dom Paulo também pôde estar na APAC, Associação de Proteção e Assistência aos Condenados. Teve a oportunidade de rever os trabalhos internos e externos e ainda pôde almoçar dentro da parte fechada da APAC, juntamente com todos os recuperandos. Tivemos a alegria de
realizar uma missa no Hospital Frei Gabriel, contando com uma boa participação dos funcionários e da Secretária da Saúde de Frutal. Houve um contato com duas escolas, conversa com os alunos e professores. Por fim, nosso Arcebispo foi também conhecer as instalações da APAE e seus trabalhos desenvolvidos. Pelos lugares onde Dom Paulo passou, pôde dar os motivos e razões de sua visita e palavras de
orientação para a vida e para a fé, pois a própria pessoa do arcebispo já levava o ânimo e a esperança. Todos puderam comprovar a humildade e a proximidade que ele transmite. Assim, recebemos muita alegria, esperança, fé e motivação de nosso pastor. Agradecemos a Deus esse momento vivenciado em nossa paróquia. Paz e Bem! Padre Vanderlei Izaumi da Silva
Santa Efigênia inicia construção do Salão Paroquial A Comunidade de Santa Efigênia inaugurou em setembro, durante os festejos da padroeira, o galpão que futuramente abrigará o Salão Paroquial. Embora inacabado, foi usado para sediar a parte social da festa. Feito em estrutura metálica e com telhas de zinco, mede 450 metros quadrados. Até agora foram gastos R$ 50 mil com a benfeitoria. Para ajudar no pagamento, relata padre José Alves, foram confeccionados carnês no valor de R$250,00 para quem se interessar em ajudar. Além disto, todo o lucro da festa em louvor a Santa Efigênia foi destinado à obra do galpão. O sacerdote afirma que o projeto do Salão Paroquial é amplo,
incluindo o fechamento do galpão com alvenaria, instalação de piso e, futuramente, construção de salas de catequese, cozinha e banheiros. Em homenagem ao primeiro pároco do Beija Flor II, o salão rece-
beu o nome de padre Alvimar Bhering. O sacerdote, enquanto era pároco de Cristo Bom Pastor, construiu várias igrejas na área paroquial, inclusive Santa Efigênia, sem jamais colocar placa a respeito.
Santa Teresinha, a Santa das Rosas No mês de outubro comemora-se, entre outras, a festa em louvor a Santa Teresinha do Menino Jesus (Teresa de Lisieux, nascida em 02/01/1873 e falecida em 30/09/1897), irmã carmelita descalça que prometeu, em seu leito de morte, uma chuva de rosas sobre o mundo. Santa Teresinha ingressou muito jovem na vida religiosa, sendo necessária a intervenção do então Papa Leão XIII para tanto. Tendo uma saúde muito debilitada, dedicou-se ao estudo, o que lhe rendeu, no ano de 1997, o título de Doutora da Igreja. Santa Teresinha foi canonizada pelo Papa Pio XI, em 17 de maio de 1925; dois anos depois foi declarada pelo mesmo Pontífice Patrona Uni-
versal das Missões Católicas. O povo brasileiro nutre grande devoção a Santa Teresinha. Em nossa Arquidiocese, a Santa é venerada desde 1926 quando um Santuário foi construído em sua homenagem. Este, em 1960, deu lugar à Igreja de Santa Teresinha, no bairro Fabrício, local em que se guarda até os dias atuais uma relíquia – fragmento de osso – de Teresinha do Menino Jesus. A grandiosa festa em louvor a Santa Teresinha ocorre naquela Paróquia desde a década de 1940, quando ainda era conduzida pelos Padres Capuchinhos. Este ano, com o tema: “Do Evangelho fiz meu tesouro mais precioso”, os festejos vão de 27 de setembro a 06 de outubro.
Assim também, as irmãs carmelitas de Uberaba/MG celebram na mesma época a festa de uma de suas irmãs mais aclamadas pela fé popular. Welder Castro P. Andrade
paróquias
Jornal Metropolitano - Uberaba, outubro de 2013
5
A reforma da Capela do Barreiro em Araxá No final da década de 1950, vendo a procura dos hóspedes do Grande Hotel por uma igreja próxima onde pudessem participar da Santa Missa e movido por sua fé, um dos funcionários do Hotel começou, entre os hóspedes, uma coleta de donativos visando à construção de uma Capela, dentro do complexo do Barreiro. Logo o terreno foi conseguido e as doações somaram o valor necessário para a construção da Capela que foi dedicada a Nossa Senhora das Graças. Era o ano de 1961. A Capela do Barreiro, como ficou conhecida, em pouco tempo tornou-se a menina dos olhos da Cidade de Araxá, atraindo até mesmo pessoas de outras cidades que vêm celebrar casamentos e batizados aos pés da Senhora das Graças e desfrutar dos encantos do Barreiro. Em 2001, a Capela passou por uma grande reforma patrocinada
pelo governo do Estado. Foi nesse período que o presbitério da Capela ganhou um afresco com passagens do Evangelho, da Anunciação à Ressurreição, e que atrai a admiração dos visitantes. Neste ano de 2013, novamente a Capela passa por grandes reformas, obra orçada em R$ 1.700.000,00, patrocinada pelo governo do Estado de Minas Gerais e administrada pela CODEMIG. As obras, desta vez, têm por objetivo principal devolver à Igreja os traços de sua origem, por isso os altares laterais e o piso estão passando por restauração. O coro e a torre, que nunca foram concluídos, estão ganhando finalmente o devido acabamento. Todo o telhado e a parte elétrica estão sendo trocados. A parte externa está recebendo revestimento de granito para conter as inúmeras infiltrações, bem como todo o entorno, novo paisagismo e
nova iluminação. A pintura também volta ao original. Com certeza, a Capela de Nossa Senhora das Graças continuará sendo um dos pontos turísticos mais bonitos da cidade, onde a natureza e a arte sacra nos conduzem a uma profunda experiência de paz no encontro com Cristo. O apartamento construído na parte superior da Capela, para acolher os padres que vinham celebrar e que por onze anos serviu de Casa Paroquial da Paróquia Sagrada Família, também passa por reforma e, segundo Padre Márcio André, pároco da comunidade, o apartamento do Barreiro, após a reforma, será mobiliado pela Paróquia e servirá como um local de descanso para o clero da Arquidiocese de Uberaba. A previsão de conclusão das obras é para o final de dezembro deste ano. Padre Márcio André
Paróquia de Santa Edwiges: comunidade de fé, esperança e caridade Em 16/10/2013, durante a festa principal dedicada a sua Padroeira, a Comunidade do Divino Espírito Santo e Santa Edwiges será elevada à condição de Paróquia de Santa Edwiges. Neste momento festivo, a Comunidade externa seu profundo agradecimento pelo trabalho despendido, louvando a Deus pelas realizações dos Padres que por lá passaram, preparando pastoral-
mente toda a Comunidade para essa nova realidade. Paróquia que, a exemplo de Santa Edwiges, nasce em meio aos mais carentes, oprimidos, endividados e necessitados. Entre esses anseios de intercessão, a dívida maior é o pecado. Entretanto, através dessa intercessora, reluz um novo horizonte aos olhos de Deus, com a luta e o trabalho deste povo santo e
também pecador. Paróquia que nasce da partilha, dando oportunidade aos pobres, sofridos e oprimidos, edificando na esperança maior do amor, construída não pelos tijolos da edificação terrena, mas pelo sangue doado em cada etapa de uma construção espiritual desse templo santo de Deus. Entre os edificadores da Comunidade, vários já distantes e outros falecidos. Povo de Deus,
que se entregou sem a busca de vantagens, num anseio de valores não terrenos. Este, sim, é o verdadeiro exemplo de nossa padroeira, Santa Edwiges. Exemplo vivo e modelo de fé. Paróquia caçula nesta nova geração de Paróquias em nossa Arquidiocese, mas madura em suas responsabilidades cristãs, na verdade que é Cristo, tentando sua missão
pastoral no crescimento comunitário que é ainda plural em termos de espiritualidade. Nasce aos olhos de Deus, no dia dedicado a sua intercessora, como presença viva de uma nova caminhada onde sempre prevalecerá de forma profunda o amor ao próximo. Marsônio José Ferreira (Acólito Arquidiocesano de Uberaba)
6
especial
Jornal Metropolitano - Uberaba, outubro de 2013
Catequese: a iniciação da vida cristã “Deixem as crianças vir a mim. Não lhes proíbam, porque o Reino de Deus pertence a elas” (Mc 10, 14). Iniciamos a vida cristã, geralmente ainda bebês, com o sacramento do Batismo. Aos pais cabe a responsabilidade de escolher os padrinhos e o compromisso de educar os filhos na fé cristã. O próximo passo é a Eucaristia. A preparação para esse sacramento fica a cargo de figuras importantes dentro da Igreja: os catequistas. A Arquidiocese de Uberaba conta com 52 paróquias que realizam esse trabalho. Para isso, foi formada a Comissão Pastoral para Animação Bíblico-Catequética, coordenada por Márcia Félix e com a assessoria do seminarista Leandro Santos. Segundo Márcia, a maior preocupação da Comissão é com a formação dos catequistas, para que trabalhem com
a forma de vivência e não doutrinada, como antigamente. “Antigamente as catequeses queriam primeiro passar a doutrina da Igreja Católica, mas hoje percebemos que as crianças precisam ser inseridas na igreja, de forma que entendam a importância do papel delas. Depois, passamos para a parte mais teológica”, afirma Márcia. Neste ano foram realizadas duas formações em cada região. Além disso, a Comissão está elaborando diretrizes para que todas as paróquias as sigam. “Nós nos preocupamos muito com as crianças, pois elas já passam a semana inteira com a rotina da escola. Então, na catequese é momento de trazer algo diferente, para que não se torne cansativo; por isso, a necessidade de que
todas as paróquias falem a mesma língua”, destaca o assessor Leandro. Dinâmicas, metodologias baseadas na psicopedagogia e atenção especial para a necessidade da criança, segundo o assessor, são fundamentais e fazem a diferença nos momentos da catequese. Ele afirma que, em suas visitas pastorais e até mesmo nos encontros com os catequistas, os relatos são positivos. “As crianças são o futuro da Igreja, por isso nos preocupamos em inseri-las na vida cristã, mas não podemos nos esquecer que o maior exemplo deve vir de casa”, relembra a coordenadora. Em 2015, Catequese será o tema abordado nos estudos da Arquidiocese. Bárbara Caretta
Coroinhas: crianças que ajudam nas celebrações São Tarcísio, padroeiro dos coroinhas
Quem disse que criança não tem trabalho na Igreja? Muitas paróquias já aderiram à ideia e recebem os pequenos em um lugar muito especial: o altar. Para eles fica a responsabilidade de ajudar o padre na celebração eucarística. São os coroinhas e os acólitos. Em Uberaba, a paróquia São Judas Tadeu conta atualmente com cinco acólitos e um coroinha, com idade média de dez anos. Para participar, é preciso formação. Por isso, o pároco Padre Juliano Evangelista do Nascimento se reúne pessoalmente com as
crianças aos sábados, quando ensina sobre os objetos litúrgicos e também sobre a postura adequada. “Os acólitos são importantes porque ajudam na organização e harmonia das celebrações, pois são preparados e instruídos para estarem atentos às necessidades da Igreja, Corpo Místico do Senhor, em suas ações litúrgicas. Os acólitos, em suas funções, prestam um serviço diretamente ao sacerdote, na presidência eucarística” enfatiza Padre Juliano.
Tarcísio pertencia à comunidade cristã de Roma, era acólito, isto é, coroinha na igreja. No decorrer da terrível perseguição do imperador Valeriano, muitos cristãos estavam sendo presos e condenados à morte. Eles desejavam poder fortalecer-se com Cristo Eucarístico, porém o acesso às prisões era muito difícil. Nas vésperas de numerosas execuções de mártires, o Papa Sisto II não sabia como levar Jesus Eucarístico aos presos. Foi então que o acólito Tarcísio, com doze anos, se ofereceu dizendo estar pronto para a tarefa. Comovido com essa coragem, o papa entregou numa caixinha de prata as Hóstias. Quando Tarcísio passava pela via Ápia, uns rapazes notaram seu estranho comportamento e começaram a perguntar o que ele trazia, já suspeitando de algum segredo dos cristãos. O jovem, porém, negou-se a responder. Bateram nele e o apedrejaram. Depois de morto, o revistaram e nada foi encontrado com referência ao Sacramento de Cristo.
Seu corpo foi recolhido por um soldado cristão, que o levou às catacumbas. Tarcísio foi declarado padroeiro dos coroinhas ou acólitos que servem o altar. Bárbara Caretta
Colônia de Férias São Gaspar Bertoni Missa com as Crianças na Adoração Várias paróquias da Arquidiocese de Uberaba celebram missa especial para as crianças. Na Paróquia do Santíssimo Sacramento, bairro Mercês, a missa com as crianças é celebrada a mais de três anos, sempre às 10 horas da manhã. A celebração é presidida por padre Fabiano Roberto que procura motivar a criançada, sem, contudo, abandonar o ritual litúrgico. Assim, atraindo as crianças para
Há 17 anos, o Santuário de Nossa Senhora D’Abadia abre as portas nos finais de semana de janeiro para receber crianças de cinco a doze anos, na Colônia de Férias São Gaspar Bertoni, proporcionando muitas brincadeiras e diversão. As atividades acontecem aos sábados e domingos, das 8h às 16h30. Nesse período as crianças participam de brincadeiras, apresentações, teatros e evangelizações sobre temas diferentes para cada fim de semana. Todas as despesas são pagas graças a um jantar dançante que acontece anualmente e de doações. Mas nem sempre foi assim. No início, os voluntários se juntavam e batiam de porta em porta até conseguir todo o alimento necessário para três finais de semana.
Por falar em voluntários, para manter o espírito de união e coletividade entre eles, são realizadas reuniões e formação espiritual durante todo o ano. “Nós nos preocupamos muito em nos manter unidos, pois esse é o real sentido da Colônia: união” afirma Bruna Rodrigues, atual coordenadora. Para participar, é preciso preencher uma ficha de inscrição. Geralmente, as crianças moram nas proximidades da igreja e são de classe baixa. “É um trabalho muito gratificante. As crianças gostam muito das atividades desenvolvidas e ficam ansiosas pelo ano seguinte”, relata Bruna. Por Bárbara Caretta
cantar e contando a história do Evangelho, em vez de ler, o sacerdote acredita que a participação é bem mais efetiva, sem falar no entendimento da criançada quanto à mensagem dominical. Além disso, a presença das crianças em volta do altar fortalece o caráter de partilha em suas vidas, com missões semanais. Rubério Santos
especial
Jornal Metropolitano - Uberaba, outubro de 2013
7
A Ação da Igreja em favor da criança e do adolescente Instituto Santo Eduardo, 93 anos de dedicação a crianças e adolescentes
Como atividade intelectual, as crianças foram visitar o Museu dos Dinossauros, em Peirópolis. As atividades culturais também fazem parte do dia a dia dos assistidos
Fundado em 1920, o Instituto Santo Eduardo vem realizando um belo trabalho com crianças e adolescentes. Criado pelas Irmãs Dominicanas, desde 1942 foi para os cuidados das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. O Instituto Santo Eduardo é uma entidade de assistência social que tem como objetivo dar possibilidade à criança de se desenvolver física, intelectual, moral e profissionalmente, através do atendimento a suas necessidades básicas, tais como: educação, alimentação, vestuário, higiene, saúde, habitação, recreação e integração à família. Atualmente, 64 crianças, com idade entre 02 e 12 anos, são assistidas pela entidade. De acordo com a responsável pelo Instituto Santo Eduardo, Irmã Célia, antigamente ha-
via o internato, mas desde a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, as crianças passam apenas parte do dia na instituição onde, além da recreação, são auxiliadas nas tarefas de casa, reforço escolar, fazem a higiene pessoal orientada pelas Irmãs e seguem para a escola Uberaba, que fica mais próxima da Instituição. O Instituto Santo Eduardo é mantido pela Prefeitura por meio de convênios com as Secretarias de Educação e de Desenvolvimento Social, além de doações mensais e colaboradores na realização de promoções, como galinhada e Festa Agostina, envolvendo todo o povo uberabense. Helena Cunha
Integração entre crianças, família e comunidade é o intuito do Educandário Padre Lourenço Cerca de 160 menores, com idade entre 01 e 06 anos, recebem uma educação formal, informal e participativa. Todas as atividades são elaboradas de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, organizado pelo MEC. Fundado em 1982, pela Congregação das Irmãs Carmelitas Missionárias de Santa Teresa do Menino Jesus, o Educandário Padre Lourenço atende, atualmente, 160 crianças de 01 a 06 anos de idade, na cidade de Frutal. Na instituição, os assistidos recebem uma educação formal, informal e participativa, que tem como objetivo ampliar o mundo intelectual, cultural, recreativo dos atendidos para que possam ser sujeitos da própria ação educativa. Segundo Ir. Simony Angelino, as famílias também são envolvidas no processo educativo e no desenvolvimento da ação educativa. “O Educandário Padre Lourenço procura criar formas que integrem em sua ação educativa o Educandário, a família e a comunidade para que, na dinâmica das relações, se evidencie a forma democrática do serviço”, explica. Os educandos participam ao longo do dia de atividades da educação infantil, a primeira etapa da educação básica, que ajuda no desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social da criança, complementando a ação da família e da comuni-
As crianças contam com momentos de brincadeira para tornar o aprendizado mais prazeroso.
dade. As atividades são elaboradas de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, organizado pelo Ministério da Educação (MEC). “Para proporcionar o ensino–aprendizagem de forma prazerosa, são planejadas brincadeiras, contribuindo para o desenvolvimento da personalidade, da linguagem e para a inclusão social da criança. São atividades, como contar histórias, oficinas de desenho, pintura e música, além de cuidados com o corpo, com a higiene, com a natureza e atividades próprias de alfabetização. Além disso, são realizados momentos de espiritualidade, atividades recreativas, momentos celebrativos/festivos, alimentação, e repouso”, finaliza Ir. Simony Angelino. Helena Cunha
O Educandário oferece atendimento complementar de ensino para crianças O Educandário Menino Jesus de Praga é uma instituição filantrópica de Uberaba, fundada pela Congregação das Irmãs Carmelitas Missionárias de Santa Teresa do Menino Jesus, em 1976. Na época, atendia somente as jovens em regime de internato. Na década de 1980, houve o desligamento das órfãs internas, assim como a reintegração social das mesmas, com atendimento complementar ao da rede de ensino para crianças e adolescentes de ambos os sexos. Atualmente, 150 crianças entre 03 e 12 anos em situação de vulnerabilidade ou risco social, encaminhadas pelos órgãos de defesa dos direitos da criança e do adolescente ou através da procura espontânea dos pais ou responsáveis, são atendidas
no Educandário. Na Instituição, as crianças até 05 anos ficam em período integral; já as entre 06 e 12 anos ficam meio período e na outro, vão para a escola. Segundo Irmã Elisângela Paulino, no período em que os assistidos estão no Educandário participam de dois programas de educação infantil e de apoio socioeducativo “Crescendo e Aprendendo” e “Cidadão de Hoje”. Entretanto, Irmã Elisângela revela que o principal desafio nesse trabalho é a falta de parceria da grande maioria das famílias das crianças atendidas. “Há uma dissociação entre o que a criança vivencia no Educandário, com o que muitas vezes ela vivencia na família”, completa. Helena Cunha
As crianças menores de 05 anos permanecem em tempo integral e fazem todas as refeições do dia. O Educandário conta com a parceria de empresas no atendimento complementar ao da rede de ensino
Todos os assistidos participam dos programas “Crescendo e Aprendendo” e “Cidadão de Hoje”.
Religiosos Somascos oferecem cursos profissionalizantes a adolescentes e adultos Outra instituição que atende crianças e adolescentes é a Casa do Adolescente Guadalupe, idealizada pelos Religiosos Somascos - Ordem religiosa fundada por um leigo, Jerônimo Emiliani. Em Uberaba, a Casa iniciou os trabalhos em setembro de 1995, consagrando uma história de lutas, conquistas e vitórias, no bairro Jardim Triângulo e adjacências. Hoje, atende no período matutino 100 crianças de 5 anos e meio a 12 anos e no período vespertino 45 adolescentes entre 11 e 17 anos. A Instituição tem como objetivo principal promover a formação educacional informal, a reinserção e integração social de crianças e adolescentes, bem como de suas famílias através dos programas desenvolvidos nesse Projeto, com atividades pedagógicas e lúdicas de temas variados, acompanhamento odon-
tológico, apoio escolar, musicalização, percussão, esportes, capoeira, dança, cidadania, lazer, oficinas de artes, grafite, informática, Projeto Protagonizando em Rede – Protagonismo Juvenil, Recreação, oficinas com estagiários de Psicologia e Terapia Ocupacional, projeto de educação ambiental, brinquedoteca, desenho artístico, pintura em madeira, comunicação, jogos interativos e alimentação. Em 2006, foi fundado, também pelos Somascos, o Centro de Formação Profissional São Jerônimo Emiliani (CEFOP), que oferece mais 10 cursos profissionalizantes gratuitos para adolescentes a partir de 14 anos, no período vespertino, e para adultos, à noite. O CEFOP está localizado ao lado da Casa do Adolescente Guadalupe. Helena Cunha Os assistidos participam de oficinas na área de Psicologia e Terapia Ocupacional. Aulas de artesanato, como pintura em madeira, também são ministradas na instituição.
8
pastorais e movimentos
Jornal Metropolitano - Uberaba, outubro de 2013
Catequese arquidiocesana lança subsídio catequético
A Comissão Pastoral para Animação Bíblico-Catequética, pensando na formação permanente dos catequistas da Arquidiocese de Uberaba, realiza cursos a cada semestre em todas suas regiões pastorais com temas diversos. Neste semestre, a temática escolhida foi: Documento Catequese Renovada (Nº 26) e Diretório Nacional de Catequese (Nº 84). A grande novidade é que foi preparado pela Comissão um Subsídio Catequético com a visão geral dos dois documentos estudados, facilitando para os catequistas que participam do encontro levar para suas comunidades todo o conteúdo da reflexão realizada. Com essa iniciativa, a Comissão
deseja promover a produção de subsídios catequéticos que sejam documentos, sempre com capas personalizadas para cada tema, mantendo um padrão geral de estrutura. Anexa ao texto, a vivência feita com os catequistas, para que os mesmos tenham possibilidade de reproduzi-la em suas paróquias/comunidades. A primeira formação deste semestre foi no último dia 22 de setembro, no Santuário de Nossa Senhora da Abadia, em Uberaba, onde contamos com a presença de diversos catequistas das várias paróquias da cidade. A recepção do material foi muito positiva, tanto pelo público como por Dom Paulo, nosso arcebispo, que elogiou o trabalho da Comissão e proferiu palavras de
incentivo para que haja continuidade no processo iniciado. Aos catequistas de nossa Arquidiocese fica esta mensagem: Os catequistas que são tão generosos em seu trabalho de educação da fé, merecem tudo o que for necessário para que sejam alegres e obtenham sucesso! (Subsídio Catequético p. 16). Desejamos um excelente e frutuoso trabalho catequético a todos vocês. Que esse subsídio sirva para formar e aprofundar o conhecimento de todos. Leandro Santos Assessor da Comissão Pastoral para Animação Bíblico-Catequética
Notícias da Coordenação de Pastoral Arquidiocesana NOTÍCIAS DA PASTORAL ARQUIDIOCESANA: CONSELHO ARQUIDIOCESANO DE LEIGOS: Como perspectiva de ação do 12º PAPIU (Plano Arquidiocesano de Pastoral da Igreja de Uberaba), foi criado o Conselho Arquidiocesano de Leigos (CAL), aprovado em Assembleia Arquidiocesana em 24/11/12. A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral incentivou a criação desse Conselho, convidando o Padre Rogério Consentino Aguiar para, espiritualmente, conduzir os trabalhos para sua implantação na Arquidiocese. Após diversos contatos com os Conselhos Nacional e Regional Leste II, convidou um grupo de leigos, representantes de algumas paróquias de Uberaba, visando pensar a dinamização do mesmo. Assim, no dia 21 de setembro deste ano, no Centro de Pastoral João Paulo II, foi realizada a primeira reunião, com êxito, deixando já encaminhado outro momento para preparar um grande encontro em nível arquidiocesano. PASTORAL DA CRIANÇA EM ANDAMENTO: Após acolher o convite para coordenar os trabalhos da arquidiocese no que se refere à Pastoral da Criança, o Sr. Valadir Pereira, tendo participado do Congresso da Pastoral em Aparecida – SP e realizado a Capacitação para Coordenadores de Setor (Diocese), iniciou o trabalho de articulação para reorganizar essa pastoral. Nas reuniões das Regiões Pastorais, tem manifestado interesse em desenvolver um ótimo trabalho, mas para isso necessita de uma equipe de apoio na coordenação, formada pelos coordenadores de área (regiões pastorais diocesanas), dada a inviabilidade de realizar o trabalho sozinho. Desta forma, nas reuniões dos encontros regionais diocesanos, apresenta também a real situação da pastoral em todas as cidades pertencentes à Arquidiocese. É um quadro preocupante e só há condições de reverter a situação se todas as comunidades paroquiais, os párocos e agentes da pastoral da criança ajudarem a fazer com que o trabalho aconteça. Após percorrer todas as regiões, o coordenador estará realizando o trabalho de composição da Coordenação de Áreas, com os representantes da Pastoral da Criança nas respectivas regiões pastorais da Arquidiocese. Padre José Edilson da Silva / Coordenador de Pastoral
Dia Nacional da Juventude Seguindo o calendário do Ano da Juventude, após o grande sucesso da Jornada Mundial da Juventude, o SAJ (Setor Arquidiocesano para a Juventude) realizará no dia 3 de novembro “O Dia Nacional da Juventude”, com o tema “Juventude e Missão” e o lema “Jovem, levante-se, seja fermento”. O Dia Nacional da Juventude surgiu em 1985, durante o Ano Internacional da Juventude, promovido pela Organização das Nações Unidas, e tem como objetivo o envolvimento de
toda a juventude católica, promovendo ações como apresentações, módulos, missas, palestras e shows, tornando-se o principal evento da Pastoral da Juventude, que acontece em todo o país. Com esse espírito jovem, o Dia Nacional da Juventude se encerrará com o show “Cristo Folia”, com as cantoras católicas Adriana Arydes (esq.) e Jake (dir), trazendo momentos de profunda oração e alegria, marcas importantes da juventude católica. Alex Maia
evangelização
Jornal Metropolitano - Uberaba, outubro de 2013
9
Nascituro: por que protegê-lo? No ano de 2005, a CNBB instituiu a Semana Nacional da Vida e o dia oito de outubro como Dia do Nascituro, com o objetivo de promover, proteger, defender e valorizar a vida humana em todas as circunstâncias, desde sua concepção até a morte natural, em contraponto ao crescente debate em prol das agressões à vida humana e um preocupante declínio na valorização da dignidade da pessoa. O nascituro é aquele que já está concebido, no ventre materno, mas ainda não nasceu; está no corpo da genitora. Por ser a origem da vida humana, recebe atenção especial de diversas religiões e do sistema legal de vários países, desde os remotos tempos do Império Romano. No Brasil, Constituição Federal e lei civil se unem para garantir ao nascituro o o direito à vida. Nosso ordenamento jurídico, abraçando a teoria da concepção, garante direitos da personalidade ao nascituro desde o momento da concepção. É indiscutível que a proteção
ao nascituro, totalmente indefeso no ventre da mãe, é imprescindível para que ele possa nascer com vida. Assim, faz-se necessário conter agressões e abusos contra os seres humanos não nascidos. Mas a proteção ao nascituro está longe de obter um consenso quanto a suas formas. Nossa sociedade convive com desejos discrepantes. Em nome da defesa dos direitos de liberdade feminina, prega-se a possibilidade indiscriminada de realização de aborto; em prol da ciência e da medicina, defende-se a manipulação dos embriões remanescentes de processos de fertilização; em defesa da vida (ou, como dizem alguns, da expectativa de vida), lutase para que a proteção ao feto, ao embrião seja absoluta. Independentemente do que se alegue em favor da relativização dos direitos do nascituro, por certo que vidas humanas - ainda que incipientes - não podem ser descartadas indiscriminadamente, como
Opinião
Uma Igreja pela vida
se isso fosse mera questão de saúde pública. Como cristãos, precisamos de olhos apurados e foco no Evangelho, para que possamos nos posicionar corretamente, para que consigamos - na ponderação de todos os valores relacionados - proteger adequadamente a vida e os direitos dela decorrentes, seja do nascituro, seja de sua genitora. Importante refletirmos sobre
a Exortação Apostólica Familiaris Consortio, do Beato João Paulo II: “a Igreja é chamada a manifestar novamente a todos, com uma firme e mais clara convicção, a vontade de promover com todos os meios e de defender contra todas as insídias a vida humana, em qualquer condição e estado de desenvolvimento em que se encontre”. Francine Moura Limírio
OUTUBRO - mês das Missões
A missão e os ministérios na Igreja: Nas “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2011-2015”, a Igreja do Brasil propõe: “Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao reino definitivo”. O seguimento a Jesus tem duplo sentido: comunidade e missão. Jesus chamou os doze (Mc 3, 13-39). Eles participaram da vida do Mestre, convivendo, ouvindo, sentindo no próprio coração cada ensinamento, cada palavra, cada gesto. E receberam a incumbência de serem evangelizadores, missionários, tornando conhecida diante do mundo a mensagem do próprio Cristo. A preocupação da Igreja com a missão brota de sua identificação com o Deus Trindade. Os leigos têm um importante papel na missão evangelizadora. Estando na Igreja e no mundo, podem levar a “mensagem de Cristo com palavras e testemunhos”. Através do testemunho de sua vida e do anúncio das verdades de Cristo, configuram verdadeiramente seu apostolado. Cabe ao discípulo missionário: • Alimentar e fortalecer sua fé: “A
fé nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos nos apoiar para construir solidamente a vida” (Lumen Fidei, 4). • Conscientizar-se da condição de enviado e do que envia: Assumir nossa condição de discípulos missionários e nos preocuparmos com nossa formação e a daqueles que devemos enviar. É o Senhor quem nos motiva: “ide e fazei discípulos” (Mt 28, 19). • Fortalecer o diálogo e o respeito às diferenças: Jesus nunca deixou de encontrar-se com pessoas e grupos que eram estranhos a sua prática religiosa ou a sua cultura. Seguindo seu exemplo, devemos crescer na capacidade do diálogo e do respeito às diferenças, fortalecendo o ecumenismo e o diálogo inter-religioso. • Viver e promover a verdade: “Defender a verdade, propô-la com humildade e convicção e testemunhála na vida”. Testemunhar contra injustiças e explorações que atingem pessoas e grupos da sociedade: trabalhos indignos, corrupções, desigualdades, abusos, preconceitos, discriminações, abandonos... • Viver e promover a justiça: A justiça é condição para a paz. Sua promoção é responsabilidade de
todos que devem trabalhar constantemente pela construção do Reino de Deus. • Viver e promover o amor: Somos chamados a responder com amor à necessidade do irmão. Amor que se expande, tornando-se caridade social e política, aberta ao bem comum.
• Crescer como Igreja servidora, profética e missionária: Nosso desafio é ser uma Igreja aberta, do encontro, do comprometimento... seguindo o desejo do Papa Francisco: “prefiro uma Igreja acidentada por sair do que doente por fechar-se”. Luiza Nogueira
Há algumas semanas, chegou às mãos de nosso Santo Padre, o Papa Francisco, a carta desesperada de uma mulher – Anna Romano, 35 anos – na qual se lia o apelo de uma gestante pressionada pelo pai a abortar seu filho. Não mais surpreendente do que tudo que tem feito nosso Pontífice, Francisco lançou mão de seu telefone e chamou a desesperada mãe, que, depois de ouvir até mesmo que o próprio Vigário de Cristo apadrinharia seu filho, desistiu de ceifar a vida da pobre criança. Eis, então, que estamos diante de um exemplo evangelizador concreto do que nossa Santa Igreja nos pede diante desse malfadado tema da atualidade. Encontramo-nos, dia após dia, imersos na cultura e na mídia abortista. Mergulhados em argumentos das mais variadas vertentes, há aqueles que, mesmo firmes no propósito cristão, vacilam com medo de se tornarem ilhas circundadas pela cultura do “não à vida”. Todavia, basta olharmos para a fonte de nossa fé, Cristo, e a Igreja que ele nos legou, para sentirmos que, desde o Papa até os agentes pastorais de todas as Paróquias do mundo, somos um grande exército a favor da vida e não podemos nos furtar a essa missão. O exercício de sustentar a fé na vida humana é também a tarefa diária de promover os ensinamentos do Evangelho e resguardar o amor Ágape do Pai a cada um de seus filhos, todos eleitos por Ele a nascerem e se unirem a sua Santa Igreja (v. Jr 1, 5). Nós, que já nascemos, não podemos tolher o direito sublime da vida àqueles que ainda não deixaram o ventre materno, até mesmo porque, em um país onde nem os mais sórdidos criminosos são levados à pena capital, moralizar e legalizar o holocausto de um sem número de crianças seria atestar a cultura da morte em detrimento dos planos salvíficos de um Deus que é Pai e se fez Filho no ventre de uma jovem, pobre e solteira, que tornou uma gestação inesperada o maior exemplo de santidade e graça, trazendo ao mundo o Rebento Salvador! Welder Castro P. Andrade
10
formação
Jornal Metropolitano - Uberaba, setembro de 2013
O Ano Litúrgico A liturgia é a celebração do Mistério Pascal de Cristo. Em volta desse núcleo fundamental da nossa fé, celebramos o Ano Litúrgico que foi se organizando para manter viva a memória do Ressuscitado na vida de cada pessoa e de cada comunidade. O Ano Litúrgico revela todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a encarnação e nascimento até a ascensão, pentecostes e à expectativa da feliz esperança da vinda do Senhor. Ele, assim, nos propõe um caminho espiritual, ou seja, a vivência da graça própria de cada aspec-
to do mistério de Cristo, presente e operante nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos. Como a vida, a liturgia segue um ritmo que garante a repetição, característica da ação memorial. Repetindo, a Igreja guarda sua identidade. Para fazer memória do mistério, a liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário, alternando manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal, alternando trabalho e descanso, ação e celebração; o ritmo anual, alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos.
O ritmo do Ano Litúrgico compreende: TRÍDUO PASCAL da Paixão e Ressurreição do Senhor. É o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor, quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus por seu mistério pascal, quando morrendo destruiu nossa morte e ressuscitando renovou a vida. TEMPO PASCAL – os 50 dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes. É o tempo da alegria e da exultação, um só dia de festa, um grande domingo. TEMPO DA QUARESMA – da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor. É o tempo para preparar a celebração da Páscoa.
TEMPO DO NATAL – das primeiras vésperas do Natal do Senhor ao domingo depois da Epifania. É a comemoração do nascimento do Senhor, em que celebramos a troca de dons entre o céu e a terra, pedindo que possamos participar da divindade daquele que uniu ao Pai nossa humanidade. Na Epifania, celebramos a manifestação de Jesus, luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação. TEMPO DO ADVENTO – O tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também tempo no
qual, em meio a essa lembrança, se voltam os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo, nos últimos tempos. TEMPO COMUM – começa no dia seguinte à celebração do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma. Re-
Como interpretar a Sagrada Escritura Na busca de um conhecimento mais amplo do sentido dos textos sagrados, especialmente no que concerne ao que Deus deseja revelar-nos, cada cristão precisa estar com o coração e mente abertos à ação do Espírito Santo, pois, antes de se estudar a Bíblia, é necessário professar a fé de que esse texto é sagrado, revelado e inspirado por Deus. A Escritura é vista como a Palavra de Deus, história da salvação, revelação de Deus aos homens. Esquecer essa dimensão da Escritura e querer analisá-la como um mero texto científico é incapacitar toda e qualquer reflexão. Razão e fé devem caminhar juntas para uma perfeita compreensão da mensagem salvífica que Deus nos revela. A Constituição Dogmática Dei Verbum (DV), do Concílio Vaticano II, deve ser vista como a orientação mestra para o nosso mergulhar nos mistérios da Palavra do Senhor. Segundo a DV 2, “aprouve a Deus. na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cf. Ef 1,9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina...
Deus fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à comunhão com Ele” A DV 11 afirma que “as coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo”. Com efeito, a santa mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como santos e canônicos os livros inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo, têm Deus por autor e, como tais, foram confiados à própria Igreja. Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria... Por isso, ‘toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas’ (Tim 3, 7-17). Por isso, professando a fé na revelação de Deus através da sua Palavra, é necessário recordar que
Deus usou homens e mulheres para compor os textos sagrados. Homens e mulheres de um determinado tempo e cultura, com linguagem própria e gêneros literários distintos. Com destinatários próprios e situações bem determinadas. Um estudo da verdade revelada implica uma abertura à busca do conhecimento neste sentido: o que Deus quis revelar naquele contexto? A quem o Senhor dirigiu a sua Palavra? Qual era o objetivo a ser anunciado? Respondendo estas questões, hermenêutica e exegese devem caminhar juntas, buscando todas as informações presentes no texto para se chegar ao verdadeiro sentido revelado. Uma verdadeira interpretação da Sagrada Escritura não pode negligenciar esses fatos. Mais do que perguntar: “O que Deus deseja me dizer neste texto?”, é necessário perguntar: “O que Deus nos revela, como história de salvação, através da sua Palavra”? É importante corrigir o subjetivismo na interpretação da Sagrada Escritura. Estaremos buscando meios para compreender o que Deus quis dizer e não apenas o que eu quero entender do texto sagrado. Padre Marcelo Lázaro
começa na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do Primeiro Domingo do Advento. A tônica dos 33 domingos é dada pela leitura contínua do Evangelho. Cada texto do Evangelho proclamado nos coloca no seguimento de Jesus
Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito dos fins dos tempos. Nesse tempo, temos também as festas do Senhor e a comemoração das testemunhas do mistério pascal. Padre Saulo Emílio
São Benedito promove Feira de Objetos e Paramentos Litúrgicos Dentro do período catequético, é importante valorizar aquilo que a Igreja apresenta em seu campo celebrativo, que são os objetos e paramentos litúrgicos que ajudam a melhor compreender o ministério Eucarístico. A Feira de Objetos e Paramentos Litúrgicos teve início dia 21 de setembro, sábado, às 15h30min, com a presença de todos os catequizandos da Paróquia de São Benedito, e encerrou-se no dia 26 de setembro, após a missa das 19h. É claro que o público-alvo foi o grupo de alunos da Catequese, mas a feira foi aberta a todos os paroquianos,
no término de cada celebração. É importante lembrar que, para cada item apresentado, havia o nome e uma pequena explicação para maior compreensão de todos. Entre os objetos havia de lavabo até ostensório. Entre os paramentos desde o pálio do arcebispo até uma túnica do diácono. Quero agradecer ao Padre Marcelo que acolheu minha ideia e aos catequistas e jovens que colaboraram para que essa feira pudesse ser realizada. Seminarista Hélio Marcelo da silva
notícias da igreja
Jornal Metropolitano - Uberaba, setembro de 2013
11
Papa diz que Igreja não pode interferir espiritualmente na vida de gays O papa Francisco afirmou que a Igreja tem o direito de expressar suas opiniões, mas não deve “interferir espiritualmente” na vida de gays e lésbicas. A entrevista do Pontífice foi publicada na quartafeira (18), no jornal jesuíta “La Civiltà Cattolica”. Ele também aproveitou para criticar a “obsessão” da igreja por aborto e contracepção. Em julho, Francisco já havia abordado a questão da homosse-
xualidade, dizendo que “os gays não devem ser julgados”. “Uma pessoa me perguntou uma vez, em tom provocativo, se eu aprovava o homossexualismo”, disse. “Eu respondi com uma pergunta: Quando Deus olha para uma pessoa gay, ele reconhece a existência desta pessoa com amor ou a rejeita e condena? Sempre precisamos considerar esta pessoa”. O papa também afirmou que
Província Eclesiástica realiza Semana de Atualização Teológica Mais de 130 padres de Uberaba, Uberlândia, Patos de Minas e Ituiutaba participaram da Semana de Atualização Teológica do Clero Regional, no Santuário de Aparecida, em Uberlândia – MG, no período de 23 a 26 de setembro de 2013. O encontro foi assessorado pelo bispo da diocese de LorenaSP, dom Benedito Beni dos Santos, que durante todo o curso apresentou detalhes e bastidores do Concílio Vaticano II (1962-1965), do Ano da Fé, do Sínodo dos Bispos e da Nova Evangelização.
Falando a respeito da missão da Igreja e na Igreja, dom Beni ressaltou o Espírito Santo como agente transformador e impulsionador da missão: “O Espírito Santo é o primeiro missionário da Igreja, pois é Ele quem desperta na pessoa o desejo de ser missionário. É Ele quem chega, antes de qualquer missionário humano, ao coração das pessoas a quem os demais missionários irão. Missão é a resposta a uma sede de Deus. É espalhar a semente num terreno preparado pelo Espírito Santo”, afirmou.
nunca foi “de direita”. Após ser escolhido pontífice, argentinos acusaram Francisco de ter colaborado com a ditadura argentina (1976-1983). Recentemente, um grupo de perseguidos políticos disse ter recebido a ajuda do então cardeal Bergoglio. Aborto. Francisco afirmou que foi criticado por não falar sobre aborto e contracepção. “Fui repreendido por isso. Mas, quando falamos
de linguagem, eu sou um pecador”. Francisco disse ainda que a igreja por vezes “se fechou em torno de coisas pequenas. Coisas de mentes pequenas. O povo de Deus quer pastores, não clérigos agindo como burocratas ou políticos”. O papa também destacou o papel das mulheres na Igreja e disse que a Igreja precisa encontrar um “novo balanço” entre suas missões políticas e espirituais.
Centro Pastoral da Ressurreição é entregue à comunidade Em janeiro de 2012, demos início à construção do Centro Pastoral São José. Hoje, 29 de setembro de 2013, estamos inaugurando a primeira etapa, composta por três salas, amplos banheiros masculino e feminino, e banheiro com acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, corredores e jardim. Também concluímos a parte de fundação de toda a construção. Ao todo, a obra prevê oito salas, secretaria, refeitório e auditório com capacidade para 100 pessoas. Nesta primeira etapa, o investimento foi em torno de R$200 mil. A metade foi com recursos da comunidade da Ressurreição por meio de rifas, campanhas e promoções; a outra metade foi graças a doações. Nossas pastorais e catequese já estão usufruindo dos novos espaços. Somos gratos a todos os colaboradores e pessoas amigas que tornaram possível a realização deste sonho. Padre Alessandro Bobinton / Pároco da Ressurreição
Matriz de Conceição é reinaugurada Uma missa em Ação de Graças marcou no último dia 22 de setembro a reinauguração da matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Conceição das Alagoas. As atividades tiveram início no dia anterior com a realização de um “Bicicletaço” e o Primeiro Luau da Imaculada. No domingo, antes da missa, houve ainda a apresentação da banda de música do 4º Batalhão da Polícia Militar. A celebração foi presidida por dom Paulo Mendes Peixoto e concelebrada pelos padres Bruno, Geraldo Maia e Zezinho – pároco da Imaculada. Centenas de fiéis participaram da missa de reinauguração, após quatro anos e dois meses de espera. No geral foram investidos quase R$ 400 mil reais na reforma. As principais novidades estão no teto, todo remodelado, troca do telhado, construção do Portal dos Anjos e das paredes laterais no presbitério, ampliação da sacristia, instalação de novos sistemas elétrico e de som, colocação de vitrais e restau-
sobre essas questões, temos que fazê-lo em um contexto. O ensinamento da Igreja quanto a isso é claro, e eu sou um filho da Igreja, mas não é necessário falar sobre esses assuntos o tempo inteiro”. “Sou um pecador” Indagado pelo repórter sobre quem é Jorge Mario Bergoglio (seu nome de batismo), o papa respondeu que é “um pecador”. “Essa é a melhor definição. Não é uma figura
ração dos bancos. Também foram abertas portas laterais, possibilitando inclusive o acesso de portadores de deficiência física. Outra inovação foi a construção de um mezanino (uma espécie de sacada), destinado aos músicos e cantores. Na celebração, a entrada de ferramentas e do Livro de Ouro marcaram a união do povo do garimpo em prol da reforma da matriz, que em janeiro completará 30 anos de fundação. O arcebispo elogiou a revitalização do templo e pediu para que a comunidade aproveite o momento e busque fortalecer também a parte espiritual. No final, padre Zezinho foi presenteado pela comunidade com uma casula, em agradecimento por seus esforços na concretização da reforma. Incansável, ele agradeceu a todos os colaboradores e conclamou para que continuem ajudando na reforma, lembrando que ainda resta a melhoria do piso e a conclusão do salão paroquial.
12
espaço memória
Jornal Metropolitano - Uberaba, setembro de 2013
Dom Alexandre Gonçalves do Amaral Os cristãos vivem simultaneamente em dois reinos: o Reino de Deus e o Reino da Sociedade Civil. Dom Alexandre, sacerdote (Apocalipse 1,6 e Hebreus 2, 10-13), consagrou-se para, em Cristo, promover a vida humana até a plenitude, conforme a novidade proposta em Marcos 2, 21-22. Portanto, tudo o que na Sociedade Civil tiraniza a vida de um povo deve ser reajustado. Era o ideal episcopal de nosso homenageado. E é normal que um bispo lute pelo Reino de Deus. Um recorde Nascido a 12 de junho de 1906. Padre em 22 de setembro de 1929. Com apenas dez anos de sacerdócio, foi nomeado bispo e, ao morrer, em 06 de fevereiro de 2002, com 95 anos completos, Dom Alexandre estava quase para completar 73 anos de padre e 63 anos de bispo, tendo sido, no Brasil, o bispo mais jovem em nomeação e também o mais ve-
lho do mundo em antiguidade de ordenação episcopal. O pai de Dom Alexandre era vicentino. Alexandre, filho único, acompanhava-o sempre nas reuniões e visitas a alguma família necessitada. Sua vocação sacerdotal surgiu aos dez anos de idade quando, por sugestão do Presidente de sua “Conferência Vicentina”, leu o livro “A imitação de Cristo”. Foi ordenado presbítero em 1929, bispo em 1939 e, a partir de 04 de abril de 1962, tornou-se Arcebispo de Uberaba. Apenas aparência Dom Alexandre não era um bispo carrancudo e intolerante. Era simplesmente intransigente ao defender os princípios da ética apostólica católica. Era humano, até emotivo. Dom Eduardo, o primeiro bispo de Uberaba, foi enterrado no Rio de Janeiro. Muito tempo depois, foi inumado e enterrado na cripta de nossa Catedral em 11 de
dezembro de 1983. Por ocasião da inauguração da cripta mortuária na Catedral, vi Dom Alexandre chorar. Pensando em seu enterro? Comovia-se sempre ao ouvir a música italiana “Mamma Mia” lembrandose de Dona Lília, sua mãe. Comunicava-se com os diocesanos através do “Rodapé”, seu artigo diário no jornal Correio Católico. Fé católica não muda. Implicações históricas podem ser mudadas. Os padres de Uberaba, em 4 de junho de 1959, lançaram um manifesto solicitando nova disciplina para o uso da batina. Dom Alexandre, prudentemente, decorridos 19 dias da solicitação, explicou as complicações do tema em três edições do “Rodapé”, pedindo aos padres que se conservassem obedientes à prescrição do cânon 136, parágrafo 1, do Direito Canônico, aconselhando “mudar quando a Igreja mudar, conservar quando ela
manda conservar”. Apreciava muito ouvir anedotas sobre a astúcia dos caboclos mineiros e dos sertanejos. Era-lhe uma delícia ouvir historinhas de crianças, em sua inocência infantil, sabendo só aplicar a lógica pelas
semelhanças físicas das coisas. Muita gente, até próxima dele, custava a descobrir que Dom Alexandre, de sisudo, tinha apenas a aparência. (Continua na próxima edição) Carlos Pedroso
1964 - Visita de Dom Alexandre ao Quartel do 4º Batalhão, em Uberaba. Cel. Bracarense (Comandante), Dom Alexandre (Arcebispo de Uberaba), Dom José Coimbra (Bispo de Patos), Dom Almir Marques (Bispo de Uberlândia) e Dom Raimundo Lui (Bispo de Paracatu).
Dom Alberto fala sobre Dom Alexandre O Informativo Rumo Certo conversou com Dom Alberto Rezende, css, Bispo Emérito de Caetité-BA e primeiro bispo nascido em Uberaba. Dom Alberto, quem foi Dom Alexandre? - Eu tenho as melhores lembranças de Dom Alexandre, como um homem muito culto e, ainda quando era menino, lembro-me quando chegou a Uberaba, pareceme no ano de 1939, muito jovem, muito inteligente, foi o maior filósofo que eu conheci em vida, e tinha uma memória fenomenal, conhecia tão bem o direito civil como o direito canônico. Ele sempre fazia um paralelo, era muito bem preparado intelectualmente falando. Era muito firme na doutrina. Quando percebia que uma pessoa de alta classe, um médico ou um advogado estava divergindo e falando coisas que não estavam de acordo com a religião, ele rebatia. Havia um jornal católico, e neste jornal ele tinha uma coluna onde escrevia toda semana, “Rodapé”, e então falava na sua linguagem fluente e mostrava a religião filosoficamente. Punha o princípio, e do princípio tirava as
conclusões importantes no final. Depois de padre, eu me encontrei com ele algumas vezes; inclusive, em uma ocasião como responsável pelas missões dos padres estigmatinos, nós fomos incumbidos de pregar as missões no município de Ituiutaba. Naquele tempo, todo o Triângulo Mineiro pertencia à Arquidiocese de Uberaba, e eu perguntei a Dom Alexandre: _Dom Alexandre, nós, missionários, podemos fazer casamentos dispensando muitos protocolos? Ele respondeu. “Olha, você como missionário, como seus colegas, tem tudo o que um missionário tem direito. O que um Bispo pode dar, você tem”! Ele foi amplo, largo, não foi ranzinza, não. Sempre eu conversava com ele quando vinha a Uberaba. Ele foi sempre muito culto, muito amigo do meu avô, que era Gonçalves, Manoel Gonçalves de Rezende, e os dois conversavam muito. Quando eu me ordenei sacerdote em 1953, foi quem pregou na minha primeira
missa solene em Uberaba, no Santuário de Nossa Senhora D’Abadia. Lembro-me perfeitamente do princípio desse sermão, sempre ele usava uma frase em latim e depois traduzia a frase. Ele dizia “Sacerdos signal contradicionis”. O sacerdote, um sinal de contradição. Aliás, aquela palavra do velho Simeão, nós encontramos no Evangelho de Lucas, quando Simeão se apresentou a Nossa Senhora, disse que Jesus seria um sinal de contradição para muitos em Israel. Assim o sacerdote, como Jesus, é um sinal de contradição, isto é, as pessoas que queriam coisas erradas viam nele alguma coisa que chamava a atenção. Quando o sacerdote quer exercer exatamente a sua função, procura ser correto, honesto e, sobretudo procura não escandalizar os fracos na fé. Eu estou fazendo essa observação porque me lembro de uma passagem na carta de Paulo aos Coríntios (I Cor, 8). Ele fala que não se deve nunca escandalizar os fracos na fé. Por exemplo, se comer carne escandaliza o fraco, não comerei carne eternamente. Não se pode deixar que as pessoas de fé se abalem, para que as pessoas que estão com a fé ferida, não caiam. Então, o padre deve evitar todo o tipo de
coisa que possa escandalizar, como, por exemplo, dançar e até fumar, e mesmo frequentar bares. Os fracos na fé se escandalizam; então, o padre, se ama Jesus Cristo, deve evitar, isso é um sinal de contradição, neste sentido. As pessoas veem o padre como uma perfeição, mas pessoas que têm fé consciente não vão se escandalizar por isso. Um homem tem tendência ao erro e continuará a errar, e isso a religião não tem culpa, porque somos apenas ministros do Senhor, porque o dono é Jesus Cristo. Ele, quando fundou a igreja sobre Pedro, disse: “Tu és pedra e sobre essa pedra edificarei a MINHA Igreja”. Jesus fala claro, “MINHA” Igreja, e quando comunicou que Pedro seria o pastor, disse: “Você vai pastorear as MINHAS ovelhas, os MEUS cordeiros”. Assim, os seguidores de Jesus são de Jesus e não do padre. Estou falando assim para mostrar o sinal de contradição aos fracos na fé. Pois bem, Dom Alexandre era um homem muito culto e, quando eu me tornei bispo, em 1982, celebrei minha primeira missa episcopal aqui em Uberaba, no dia 24 de janeiro, e ele pregou também. Ele tinha uma memória fabulosa, citava
sempre a bíblia, as sagradas escrituras, era um grande filósofo; quando ele conversava com as pessoas, conseguia convencê-las. Se o sol estivesse escuro hoje, ele era capaz de convencer qualquer um com sua linguagem filosófica. A lembrança que eu tenho de Dom Alexandre é essa: ele era acolhedor em relação aos padres, era muito culto e um homem muito fiel a Deus, que não tinha medo de chamar a atenção dos poderosos, quando estes erravam. Uma vez aqui em Uberaba, correu um boato de que havia um senhor, farmacêutico, uma pessoa muito boa, por sinal, tinha fama de comunista, e quando a ditadura veio para o Brasil, todos aqueles que tinham fama de comunistas, foram para a cadeia. E colocaram o homem na cadeia. Dom Alexandre foi chamar a atenção do general: “Por que você colocou o homem na cadeia? Só porque ele fazia caridade, ele é comunista?” E Dom Alexandre tirou o homem da cadeia. As autoridades tinham muito medo dele, o respeitavam. Ele impunha autoridade, autoridade moral, isso é muito bonito. Porque nós, padres, não temos autoridade econômica, nem autoridade política, mas devemos ter autoridade moral.