Jornal Metropolitano - Abril 2014

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Jornal

jornalmetropolitano.diocese@gmail.com

Ano 6 - 43ª Edição - Abril/2014 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba

Páscoa: é preciso mudar de mentalidade Estamos em pleno período quaresmal, caminhando para a Páscoa do Senhor. É tempo de preparação, de conversão para a passagem da morte para a vida. Esta edição do Metropolitano vem alertar-nos sobre o verdadeiro sentido da Páscoa, desde suas origens no An-

Diáconos Transitórios serão ordenados Agendada para 14 de junho próximo a ordenação diaconal de cinco seminaristas da Arquidiocese de Uberaba. Ainda este ano, receberão a Ordem Presbiteral. Página 03

tigo Testamento até os dias atuais. Para haver conversão, é preciso que o cristão esteja realmente disposto a isso. Além disto, não basta apenas mudar de atitude; é preciso mudar de mentalidade, a conversão do coração. Páginas 02, 06 e 07

Vigário Silva Nesta edição o Jornal Metropolitano começa a contar a história da Igreja Católica em Uberaba através da coluna denominada “Espaço Memória”. Abrindo, falaremos do Vigário Silva que, em sua época, foi muito mais do que um simples padre. Página 12

Reinaugurada Capela do Barreiro em Araxá Em missa presidida por dom Paulo Peixoto e que contou com a presença do governador Anastásia, foi reinaugurada no último dia 21 de março a Capela de

N. S. da Graças na Estância do Barreiro, em Araxá. O templo tem mais de 70 anos de fundação. Página 05

O protetor das famílias Em nossa Arquidiocese, quatro paróquias, sendo duas em Uberaba, uma no Prata e outra em Araxá, festejaram São José. A

presença maciça de fiéis reforçou ainda mais a devoção ao santo protetor das famílias. Página 04

Catequese dá ênfase à formação O assunto Catequese é uma constante na quem busca qualidade na evangelização, a Igreja. Em Uberaba, com a dedicação de 2014 formação dos agentes de Catequese ganha luao tema, as atividades se multiplicam e, para gar de destaque. Página 09

Reforma da Capela de São Sebastião em Delta

Estão em andamento as obras de reforma e restauração da Capela de São Sebastião em Delta. A meta é resgatar templo erguido na década de 60. Página 04


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artigos

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Editorial Mais uma Páscoa se aproxima! Para você, é apenas mais uma páscoa que chega ou há disposição de mudanças, de conversão? A palavra Páscoa vem do termo hebraico Pessach e, inicialmente, comemorava a libertação do povo hebreu que vivia como escravo no Egito. Posteriormente, passou a ser a celebração mais importante da Igreja Cristã, quando se comemora a Ressurreição de Jesus Cristo e, consequentemente, a daqueles que acreditam na salvação para a vida eterna. Para tanto, não podemos deixar que os ovos de chocolate ocupem lugar dos verdadeiros símbolos da maior festa do Catolicismo. Bem sabemos que a mídia e o comércio fazem campanhas ferrenhas com o objetivo único de vender seus produtos, enriquecendo uma minoria. É preciso buscar o verdadeiro sentido da Páscoa que nos leva à transformação, à experiência do misericordioso amor de Deus. Páscoa significa passagem. Para o povo judeu passagem pelo mar Vermelho, da escravidão para a liberdade. Para nós, cristãos, é a passagem da morte para a vida através do Cristo ressuscitado. No entanto, é fundamental que vivenciemos a Páscoa em nosso dia a dia e não apenas no período pós Semana Santa. Afinal, nossa renovação deve ser permanente e o Domingo, o Dia do Senhor, é uma prova que todo começo de semana somos motivados pela Eucaristia a uma vida nova. No entanto, para haver Páscoa, de fato, é preciso conversão. E ela só pode acontecer em sua totalidade se o cristão se mostrar disposto a mudar. As penitências e os jejuns têm seus valores, porém, a disposição tem que ser interna, a chamada CONVERSÃO DO CORAÇÃO. Afinal, não basta a mudança de atitude, é preciso mudar também a mentalidade, de maneira que haja harmonia entre ações e convicções. É esta Páscoa que a edição 43 do Metropolitano debate em suas páginas centrais, desejando a todos os cristãos Feliz Páscoa. Rubério Santos

Pedagogia Litúrgica

Acompanhando atentamente os ciclos da liturgia durante o ano, seja ano A, com o Evangelho de Mateus; ano B, com Marcos; e ano C, com Lucas, podemos beber uma riqueza que sacia toda nossa sede espiritual. É o alimento indispensável para a vivência cristã no contexto de uma fé madura e comprometida com a caminhada da Igreja em seus diversos aspectos da vida pastoral. Dentro desta realidade destacamos, como fundamento de toda caminhada, a vivência da Páscoa como fruto de entrega obediente e consciente de Jesus Cristo no trajeto de sua paixão e morte na cruz. Celebrar a Ressurreição, na Vigília Pascal, é celebrar a Páscoa como fio condutor de toda espiritualidade querida e propagada nos textos contidos nos Santos Evangelhos.

Durante quarenta dias de preparação, num caminho totalmente pedagógico da Quaresma e Semana Santa, somos motivados, pelo envio de Jesus Cristo em suas propostas apresentadas aos apóstolos, à ação missionária. O “ide” para evangelizar é extensivo a todos os batizados, porque são enxertados na força da Santíssima Trindade. A recomendação é de que não nos esquivemos diante das dificuldades apresentadas pela nova sociedade. Ser animado é confirmação da esperança de quem confia na ação determinante do Espírito Santo. Isto significa que a Páscoa é como fonte de água viva que umedece e sensibiliza os corações para compromissos de vida. É fundamental ser Igreja comprometida com a causa da fé, da

vida, da justiça, da honestidade e de uma cultura sadia e responsável pelo bem de todos. A ação salvadora do Senhor, que aconteceu e acontece em toda a história de0 vida do povo de Deus deve ser agora assumida como compromisso de vida cristã. E a pedagogia de Deus continua na prática de vida da Igreja em suas novas manifestações. Um novo Pentecostes, que deve ser percebido por todos nós, está acontecendo. Deparamos hoje com uma riqueza extraordinária de dons, ministérios e serviços feitos com grande propriedade nas diversas comunidades. Isto revela a presença libertadora da Páscoa do Senhor. E lhes desejo uma Santa Páscoa. Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba

Assédio às comunidades rurais? Tenho tido, em nome da arquidiocese, um modestíssimo contacto ecumênico com o Conselho dos Pastores Evangélicos de Uberaba. Eles me receberam muito bem e permitiram que eu lhes desse um apanhado sobre o sentido da CF deste ano de 2014 (Tráfico Humano). É sabido que nem todas as comunidades evangélicas fazem parte desse Conselho. Há muitas outras, cuja amizade com a Igreja Católica nem sempre é evidente. Ao visitar algumas comunidades católicas de nosso município, deu para perceber, por parte de certas denominações cristãs, um avanço em relação a nossos fiéis do meio rural. Fiquei realmente preocupado com o futuro dessas comunidades, quase sempre com mais de 50 famílias. Comecei a interrogar-me sobre as verdadeiras razões de tal fato. Como primeira causa – como não poderia deixar de ser – olhei para dentro de nossa organização pastoral. Há muito tempo, e não só agora, essas comunidades se sentem abandonadas pelas Paróquias que as administram. As visitas são muito esporádicas e muito rápidas, quando não são totalmente cortadas por razões diversas: chuva, gastos financeiros, pouca resposta, alguns membros difíceis... Então, o campo fica aberto para quem quiser pe-

netrar. Mas a culpa não está só de nosso lado. Nas comunidades que contam com aglomerados humanos (muitas vezes nas terras “do Santo”), existem Pastores já residentes e que movimentam a população (Palestina, Baixa, Serrinha, Santa Fé...). Ficarmos quietos, em nome de um falso ecumenismo, é contra as Escrituras. “Atendei a todo rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu pastores, rebanho que ele adquiriu com seu próprio sangue” (At 20, 28). Sem vigilância, nos tornamos cães mudos. Qual é a tática usada por alguns líderes evangélicos? Primeiro, despertam um agudo sentimento de pecado nos católicos, com a sensação de estarem perdidos (seriam idólatras, papistas, com batismo inválido, com desprezo pelas Escrituras...). Depois vem a "conversão", com a convicção de estarem salvos, de começarem uma vida nova. Provocase um sentimento de paz e de garantia de bênção divina para seus negócios e para sua família. Depois de realizado o “batizado”, dificilmente esse católico retorna para o seio de sua Igreja. Antes de escrever este texto fiquei com receio de ser classificado como um polemista, em desacordo com os tempos atuais da Igreja, quando só se fala de diálogo. Ou

Expediente Órgão oficial de comunicação da Arquidiocese de Uberaba Praça Dom Eduardo,56, bairro Mercês, Uberaba - MG, CEP-38.060.280 E-mail: jornalmetropolitano.diocese@gmail.com Assessor PASCOM: Monsenhor Valmir Ribeiro Jornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG - e-mail: santoruberio@gmail.com Editorias : Rubério Santos e Francine Moura Revisão: Amabile Pierroti e Luiza Nogueira Direção Comercial: Carlos Carvalho / 9151-0431 – e-mail: carvalhocunha66@gmail.com Impressão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail alexesmmaia@gmail.com Distribuição: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba Tiragem: 10 mil exemplares

de ser alguém que não respeita a religião dos irmãos separados. Meu maior receio, no entanto, foi o de ser classificado como omisso, um Pastor que “foge do lobo” (Jo 10, 12). Por isso optei em me manifestar. Não vai nisso o mínimo desrespeito aos irmãos separados, que vivem com sinceridade sua fé evangélica. Aqui vai meu respeito pelos Pastores evangélicos autênticos. Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo Emérito de Uberaba, MG.domroqueopp@terra.com.br

Capelão do Hélio Angotti Padre Alessandro Benedito, da Congregação dos Somascos, desde dezembro vem respondendo pela Capelania do Hospital Dr. Hélio Angotti. A missão foi acertada entre o sacerdote e dom Paulo Mendes Peixoto. Conta com o apoio dos frades Luiz e Hélton, assim como o dos padres Alex Pereira e Selmo Mazzeto. O sacerdote, que tem 39 anos, é encarregado das celebrações no hospital e do atendimento aos doentes.


arquidiocese

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Dom Paulo visita creches da União das Filhas de Deus No dia 20 de março, Dom Paulo Mendes Peixoto visitou seis creches e casas de acolhida de crianças e adolescentes: Creche São Jerônimo Emiliane, Creche Hipólita Eranci, Creche Nossa Senhora do Rosário, Creche Imaculado Coração de Maria, Casa de Acolhida Mulher Trabalhadora Dona Benedita, Creche Nossa Senhora do Desterro. Nessas instituições são atendidas mais de 1.200 crianças e adolescentes,

todos os dias. Todo o trabalho surgiu da iniciativa das Leigas Consagradas do Instituto Unio Filiarum Dei (União das Filhas de Deus - UFD). Dom Paulo ficou muito entusiasmado diante de tão grande e bonito trabalho desenvolvido pelas Leigas Consagradas, pelas educadoras e por todos os colaboradores dessa obra de Deus.

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Agenda - Abril 01 - Estudo do Clero – das 8h30 às 16h 02 - Reunião com a Comissão Pastoral Justiça, Caridade e Paz (Pastorais Sociais) – Centro Pastoral – às 20h 04 - Reunião da Comissão de Animação Bíblico- Catequética – Centro Pastoral – às 19h30 04 a 06 - Visita Pastoral – Santo Antônio (Planura) - 110º Cursilho para Homens 05 - Reunião da Comissão Arquidiocesana dos Diáconos Permanentes (CAD) – Cúria Metropolitana

Assessoria de Imprensa

Padre Antonio Carlos assume a quase Mais dois diáconos permanentes O arcebispo dom Pau- Santos Reis (Paróquia Santo paróquia de Lourdes das Torres lo Mendes Peixoto orde- Antônio), em Araxá. nou mais dois diáconos permanentes nos dia 21 e 22 de março. A primeira cerimônia de ordenação foi do diácono José Antônio de Resende, no dia 21 de março, na Capela de

Já no dia 22, em Tapira, foi à vez do candidato Célio Antônio dos Santos ser ordenado diácono permanente. A missa foi na Paróquia São Sebastião, ás 10 horas do dia 22 de março.

06 - Repasse do 13º Intereclesial 07 - Reunião do Conselho de Formadores – às 15h 08 - Reunião da Pastoral da Educação – Centro Pastoral – às 9h30 - Reunião do Conselho Arquidiocesano para Assuntos Econômicos (CAAE) - Reunião da Comissão Pastoral para Vida e Família – Centro Pastoral – às 20h 10 - Reunião dos funcionários da Cúria 11 - Reunião do Conselho Arquidiocesano do EJC 11 a 13 - Visita Pastoral – N. Sra. Lourdes (Uberaba) - 101º Cursilho para Mulheres 12 - Reunião do Núcleo de Animação de CEBs – às 14h 13 - DOMINGO DE RAMOS (Coleta da CF-2014)

Desde o final de fevereiro, padre Antônio Carlos Santos assumiu a administração da Quase Paróquia de Lourdes das Torres. A cerimônia de posse, no dia 26 de fevereiro, foi conduzida pelo representante do Conselho dos Presbíteros, padre Ricardo Luiz. Na oportunidade, além da leitura da Provisão de Nomeação, fo-

ram entregues a padre Antônio Carlos as chaves da paróquia e do sacrário, além de símbolos como bíblia, estola e estojo com os óleos sacramentais. O novo administrador assume a Quase Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes das Torres por prazo indeterminado.

16 - MISSA DA UNIDADE 17 - QUINTA-FEIRA SANTA 18 - SEXTA-FEIRA SANTA (Coleta Lugares Santos) 19 - SÁBADO SANTO 20 - PÁSCOA DO SENHOR – RESSURREIÇÃO 21 - IMBRAC 24 - Reunião de Região Pastoral – Sacramento

Da Redação

Ordenação Diaconal

No último dia 19 de março, na Missa da Solenidade de São José, padroeiro de nosso Seminário e de nosso Instituto de Teologia, na capela do Sagrado Coração de Jesus, nosso arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto anunciou a aprovação de Douglas Araújo, Gustavo Cortez Fernandez, Hélio Marcelo da Silva, Leandro Santos da Silva e Ronan Belo Júnior para a Ordem do Diaconato. Após ouvir e apreciar as representações leigas de nossas paróquias, bem como o parecer dos padres que acompanharam os formandos no trabalho pastoral, o Conselho de Formadores e

25 a 27 - I Congresso Estadual de pregadores e formadores da RCC

o Conselho de Presbíteros, sob a coordenação de nosso arcebispo, consideraram legítimos os pedidos para o primeiro grau do Sacramento da Ordem, como também testificaram a sincera disposição e a reta intenção de cada candidato para o serviço no ministério ordenado. A data prevista para a ordenação diaconal é 14 de junho de 2014. E desde já pedimos a intercessão de Nossa Senhora e de São José, a fim de que esses irmãos vocacionados continuem firmes em seu propósito e sejam verdadeiros servidores do reino de Deus.

Seminaristas Leandro, Douglas, Hélio, Gustavo e Ronan

26 - Assembleia dos Leigos Consagrados - Reunião do Conselho Arquidiocesano de Leigos - Cúria - às 14h 26 e 27-Escola Bíblico-Catequética Arquidiocesana (VI Módulo) 27 - Festa da Divina Misericórdia (Canonização dos papas João XXIII e João Paulo II) 30/04 a 09/05 - 52ª Assembleia Geral dos Bispos

Dormitórios do Centro Pastoral ganham piso moderno

A Cúria Metropolitana, através de seu ecônomo, concluiu em meados de março a reforma dos dormitórios do Centro Pastoral. Ao todo foram assentados 600 m² de piso cerâmico no terceiro andar do prédio. O material substitui os antigos tacos dos dormitórios da Cúria, instalados desde sua inauguração na década de 1960. Também foram Da Redação feitos rodapés e assentadas soleiras em todos os quartos. Ainda na ala dos dormitórios, no final do ano passado, foi feita a troca completa dos banheiros que ganharam novo sistema hidráulico, piso adequado e lavatórios eficientes. Isto, aliado à aquisição de 120 colchões e igual número de travesseiros. As melhorias estendem-se também para os demais andares do Centro Pastoral, no tocante ao reparo em 30 janelas, que ganharam novos batentes, trincos e fechaduras modernas. Rubério Santos


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paróquias

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Missa campal em São José Gameleira Cerca de duas mil pessoas participaram, no dia 19 de março, da missa campal em louvor a São José, na Paróquia do bairro Gameleira. A celebração, presidida por padre Rogério Aguiar, foi realizada nas dependências do salão paroquial entregue à comunidade no começo dos festejos em louvor ao santo padroeiro. Entretanto, era tanta gente que cerca da metade ocupou a área do pátio externo coberto por tendas. Em sua homilia, o sacerdote chamou a atenção dos paroquianos para que, a exemplo de São José, aceitem a missão que Deus lhes

confiou, procurando fazer o melhor. Ressaltou ainda que os avanços da construção do templo de São José devem ser creditados à força e união da comunidade. Ao final, centenas de fiéis saíram em procissão luminosa, levando a imagem do padroeiro pelas principais vias do bairro Gameleira II. Os festejos a São José foram estendidos até 22 de março, com leilão de gado e Show de Prêmios, que incluiu um Fuscão Preto. Rubério Santos

São José - Tutunas De 07 a 19 de março de 2014, a Paróquia de São José Tutunas mobilizou-se para celebrar a grande festa em louvor do seu padroeiro, esposo de Maria e Pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Barracas e circo foram armados e a igreja enfeitada, sob o comando de nosso pároco, Padre Sandro Romério Lima. Muitos foram os convidados: pessoas de outras paróquias, autoridades eclesiásticas e políticas. Entre os convidados, estavam o maravilhoso Coral da Matriz de São Sebastião, a Irmandade de São Francisco de Assis, localizados em Araxá e a Ordem dos Franciscanos Seculares, de Uberaba. O Coral de Uberaba, regido por Olga, também abrilhantou nossa festa com suas lindas melodias além dos vários sacerdotes que vieram enriquecer nossas celebrações. Neste ano, incluímos a participação nas liturgias dos novos setores criados. Durante todo o período contamos com o trabalho de diversos companheiros anônimos, cujo apoio foi imprescindível para a realização da festa, tanto no plano humano, compartilhando nossos esforços, quanto no espiritual recebendo as inspirações divinas. Após Missa de Envio no dia 14 de fevereiro por padre Sandro, celebração sertaneja, no dia 07 de março, presidida por Padre Dario Palácio deu abertura ao evento

acompanhada do hasteamento da bandeira de São José. De 08 a 18 aconteceram missas diárias sempre com a presença de sacerdotes diferentes, inclusive de dom Roque Oppermann no dia 10. No dia 19, dedicado ao padroeiro, foram celebradas quatro missas. A última, às 19h, presidida pelo pároco Sandro Romério, fechou com grandiosa procissão,tendo a Imagem de São José. Em todos os dias de quermesse, tivemos a colaboração de cursilhistas e de pessoas de outras paróquias às quais agradecemos profundamente, pedindo que São José interceda por eles para que possam receber as bênçãos de Deus. Que o sucesso de nossa festa se reflita na melhoria interior de cada um de seus participantes. Heloísa Helena da Silva Araújo PASCOM da Paróquia de São José - Tutunas

Seminário São José homenageia padroeiro Uma missa na capela do Sagrado Coração de Jesus, na Cúria Metropolitana, no dia 19 de março, marcou as comemorações do Seminário São José, por ocasião do dia do seu padroeiro. A celebração foi presidida por dom Paulo Mendes Peixoto e concelebrada por dom Roque Oppermann e mais dez sacerdotes. Da missa em louvor a São José partici-

param também seminaristas e professores do seminário, além de funcionários da Cúria. Na oportunidade, dom Paulo ressaltou a importância de formar bem nossos futuros padres. Para tanto, frisou, é fundamental que o seminarista se alimente bem da Palavra e siga fielmente a lei de Deus. O arcebispo concluiu, afirmando que o padre precisa deixar brilhar nele o amor de Cristo.

Ao final, o reitor do Seminário São José, padre Geraldo Maia, disse que a casa trabalha com nove seminaristas. Destes, Marcos e Ivan estão no propedêutico, José Ricardo e William no 3º e 2º anos da Teologia, respectivamente, e outros cinco, Leandro, Ronan, Douglas, Gustavo e Hélio cumprem Estágio Pastoral. Assessoria de Imprensa

Delta reforma Capela de São Sebastião Em Delta, na Paróquia Nossa Senhora dos Anjos, duas obras têm chamado a atenção da comunidade. Uma é a construção da capela em louvor a Nossa Senhora Aparecida e a outra, a reforma do antigo prédio da capela de São Sebastião. A construção da Capela Nossa Senhora Aparecida, no bairro Bela Vista, começou no segundo semestre de 2013. No momento está sendo feito o respaldo das paredes. O próximo passo, já programado, será

a construção da laje. Toda a obra é fruto de doações e promoções da Comunidade Nossa Senhora Aparecida, sempre com total apoio do pároco padre Adailton Ribeiro. Outra obra que tem despertado a atenção do povo de Delta é a reforma da capela de São Sebastião. O templo, construído na década de 1960, fica em região próxima ao Country Club. A primeira etapa dos serviços,

iniciados em 03 de março, concentra-se no reforço das paredes com a construção de colunas. Entretanto, a reforma vai atingir também o forro, o piso, a parte elétrica e, finalmente, a pintura geral do templo. Também no local, segundo padre Adailton, será feita a demolição do antigo salão, condenado pela Defesa Civil, e será construído novo espaço em área que já dispõe de alicerces. Assessoria de Impensa

Construção da Capela de Aparecida e São Sebastião ganhará novo telhado

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paróquias

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Capela de Nossa Senhora das Graças na Estância do Barreiro é reinaugurada Às 18 horas do dia 21 de março, Dom Paulo Mendes Peixoto, nosso Arcebispo, abençoou as portas da Capela de Nossa Senhora das Graças, situada na estância do Barreiro, Araxá/MG e, juntamente com o Governador do Estado de Minas Gerais Antonio Anastasia, abriu as portas da Igreja, convidando o povo para entrar no templo todo restaurado. No interior da Capela, todos foram acolhidos pela Orquestra Sinfônica da Escola de Música de Araxá que tocava o Regina Coeli. Em 2012 o Governador Antonio Anastasia foi à Capela do Barreiro assistir ao casamento da filha de um Senador da República e ficou comovido com a situação precária do Templo, que carecia de restauração. Padre Antônio Carlos, então Pároco, aproveitou a oportunidade e solicitou a restauração da Igreja, uma vez que ela faz parte do Patrimônio Histórico

Cultural do Complexo do Barreiro. No final do mesmo ano, a restauração foi aprovada e, em abril de 2013, a Capela foi interditada e as obras, que tiveram a duração de um ano, começaram. O custo da restauração foi de R$ 1.922.838,22. No lado externo da Capela, foram feitos novos jardins com um projeto de paisagismo que engrandeceu ainda mais a igreja. Após a bênção da porta, Dom Paulo presidiu a Eucaristia e, em sua homilia, agradeceu ao Governador Anastasia tudo o que ele fez pelo Estado de Minas Gerais, uma vez que era a última que viria a Araxá como governador do Estado. No final da celebração, Padre Márcio André traduziu em suas palavras a alegria do povo em voltar à Capela de Nossa Senhora das Graças, agradecendo também ao Padre Antonio Carlos a iniciativa desse projeto. O Governador foi homenageado e recebeu como

Lar dos Idosos Padre Panfílio O Lar dos Idosos Padre Panfílio, de Nova Ponte, antigamente conhecido como Asilo São Vicente de Paula, foi construído graças ao trabalho incansável de Padre Panfílio. Os idosos moravam em várias casas no bairro do Rosário. Quem tinha condições, cuidava de seu sustento com trabalho; os outros recebiam ajuda da comunidade. Com a construção da barragem

para a represa e consequente inundação da cidade, a Cemig ergueu o prédio para o Asilo São Vicente de Paula funcionar. Durante muito tempo, foi mantido com ajuda da comunidade, por meio de doações de alimentos, materiais de limpeza e trabalho voluntário. Somente em 9 de novembro de 1995 regularizaram a situação jurídica, com a elaboração do estatuto e instituição de diretoria, e foi provi-

presente a imagem da Senhora das Graças das mãos de Sebastiana e Barsanulfo, que fazem parte da comunidade desde a construção da Capela na década de 1940. Ao final, a Banda de Música do

Conservatório tocou nas escadarias dos jardins da Capela e o céu iluminou-se de lindos foguetes que brindavam o restauro da Capela de Nossa Senhora das Graças, cartão postal da Cidade de Araxá. No rosto, o povo ex-

pressava a alegria pela obra e resplandecia o que o Pároco, no final de suas palavras, disse: “Senhora das Graças, como é bom voltar a sua casa!”

denciada a aposentadoria dos idosos. Foi quando a instituição passou a se chamar Lar dos Idosos Padre Panfílio, fazendo parte das obras sociais da Paróquia de Nova Ponte. Atualmente mais estabilizado e desligado das obras sociais, o Lar dos Idosos tem uma diretoria que a administra voluntariamente e é mantido com ajuda das comunidades urbana e rural, subvenção da prefeitura e Benefício de Prestação Continuada, previsto na Lei Orgânica de Assistência Social.

Nosso espaço físico é composto de 16 suítes, cozinha e refeitório, sala de televisão, escritório (enfermaria), lavanderia, capela e almoxarifado. Contamos com responsável técnica, cozinheira e auxiliar de cozinha, duas faxineiras e quatro técnicas de enfermagem. Atualmente atendemos vinte e três idosos, dependentes parcial ou totalmente. Apesar de toda a ajuda, lutamos com dificuldade, principalmente com relação ao pagamento do 13º salário e acertos trabalhistas. Daí a

necessidade de fazermos diversas promoções. A sustentabilidade da instituição se fundamenta no contínuo envolvimento da diretoria do Lar dos Idosos em prol da melhoria das condições financeiras e bem-estar dos "hóspedes". Recentemente, a paróquia São Miguel assumiu a celebração eucarística no local todas as últimas sextas-feiras de cada mês, bem como a assistência espiritual aos idosos dependentes da instituição.

Padre Márcio André

Marluce Paulino Fernandes

Santuário da Medalha Milagrosa Monjas Concepcionistas celebram 25 anos da criação da Federação A Irmãs Concepcionistas da Ordem da Imaculada Conceição comemoraram os 25 anos de criação da sua Federação, que no Brasil reúne 18 mosteiros. O grande momento celebrativo aconteceu no dia 16 de fevereiro, com a Missa de Ação de Graças pelos 25 anos, presidida por D. Murilo Krieger, Arcebispo de São Salvador. A Federação Imaculada Conceição, que atualmente tem como sede o Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição, em Salvador, foi criada no dia 14 de janeiro de 1989, tendo como objetivo “promover a unidade, avivando o nosso carisma, nas pegadas de Jesus Cristo como fez nossa Santa Mãe Beatriz, sob o olhar de Maria Imaculada”. Madre Lindinalva de Maria é a presidente da Federação. Para ela, é um momento de ação de graças por tantos e importantes passos que foram dados. “E nos colocaremos mais uma vez em atitude de esperança, generosamente nos dispondo a recomeçar, a

retomar onde paramos, a melhorar onde for possível, enfim, a cooperar com a graça que nosso Senhor nos oferece a cada instante, conscientes de que depende de cada uma de nós o crescimento da Ordem e o testemunho de que ser uma Concepcionista é um dom para toda a Igreja e somos felizes por isso, sabendo que nossa Santa Mãe Beatriz olha por nós e Maria Santíssima também o faz com o peculiar carinho de seu Coração Imaculado.

PROGRAMAÇÃO 11/Abril – Via Sacra: 06h15 - Missa: 07h 12/Abril (Sábado) – † Missa: 17h30 13/Abril – Domingo de Ramos – Coleta da Campanha da Fraternidade † Missas 07h - 09h - 17h30 - Via Sacra: 17h 14/Abril – Segunda-feira santa – † Missa: 07h 15/Abril – Terça-feira santa – † Missa: 07h † Terço (Mistérios Dolorosos) 15h 16/Abril – Quarta-feira santa – † Missa: 07h † Missa da Unidade (Catedral Metropolitana) 19h Bênção dos Óleos (Batismo, Crisma e dos Enfermos) Renovação dos compromissos sacerdotais. 17/Abril – Quinta-feira santa – † Missa: 19h (Missa da Ceia do Senhor, Instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e Cerimônia do Lava-pés) † Adoração do SSmo. Sacramento: 21h às 23h30 18/Abril – Sexta-feira santa – † Celebração da Paixão e Morte do Senhor: 15h (Adoração da Santa Cruz, Dia de silêncio, jejum e abstinência) 19/Abril – Sábado Santo – † Missa da Vigília Pascal: 19h (Bênção do fogo novo, acendimento do Círio Pascal, Proclamação da Páscoa, Bênção da água batismal, renovação das promessas do batismo) 20/Abril – Domingo da Páscoa do Senhor: † Missas: 07h - 09h - 17h30 “ Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” CONFISSÕES NO SANTUÁRIO Todos os dias após a Santa Missa (08h) Sexta-feira Santa: 8h às 12h Que a Luz de Cristo Ressuscitado ilumine você e sua família na busca de uma vida nova.


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especial

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O Rei que somente queria amar

O sacramento da eucarística foi diariamente celebrado pela Igreja, mas a intenção de dedicar um dia especial para celebrar a Páscoa de Jesus surgiu somente no século II. No século III, incorporou-se o Tríduo Pascal e, no século IV, criou-se a Semana Santa, que vai de Domingo de Ramos ao fim do Tríduo Pascal. O aspecto teológico que norteia esses dias é a Paixão do Senhor, tendo como fim sua ressurreição, essência da fé cristã. Os textos bíblicos narram os últimos passos de Jesus como vítima do sistema vigente: é preso, passa pelos processos judaico e romano, é executado e depois sepultado. Jesus não procurou a morte nem dela fugiu, mas tudo fez cumprindo o projeto salvífico de Deus. Interpretar esses fatos à luz do Jesus histórico faz com que os cristãos olhem criticamente os fatos, apagando uma concepção piedosa e sacramentalista, e imprimindo em seus corações uma fé autêntica que os leva ao comprometimento das

causas do Reino de Deus. A narração bíblica da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém revela sua realeza: um rei humilde e pobre, que é aclamado pelos pobres e sofredores: "Bendito aquele que vem em nome do Senhor..." (Mt 21,9). Jesus é reconhecido pela multidão, mas odiado pelas autoridades religiosas. Em seus gestos revela-se a profecia de Zacarias (9,9) que relata a vinda do rei-messias montado num jumentinho. A realeza de Jesus contrasta com os interesses humanos puramente materiais. Assim, a leitura da Paixão do Senhor prepara o dia derradeiro desse rei sem soldados, sem armas, sem interesses materiais e territoriais, cujo interesse único é o amor: que todos amem uns aos outros sem distinção. A Ceia de Jesus com seus apóstolos, celebrada por meio do pão e do vinho, que são, na verdade, o corpo e o sangue dele oferecidos por todos, mostrará seu legado: serviço e partilha. Além disso, na versão do evangelista João (Jo 13,14),

o rei, prestes a morrer, lava os pés dos seus e os serve, partilhando a si mesmo e ensinando que autoridade é também serviço.

Por que rememorar?

A atualização do memorial permitirá a continuidade do Reino de Deus, em que Cristo se faz sacramento vivo àqueles que acreditam e que se colocam na perspectiva do Reino. A eucaristia torna-se alimento e fortalece a fraqueza e o desânimo daqueles que enfrentam a morte. A condenação de Jesus na cruz foi consequência de sua atuação, que levou os fariseus e sacerdotes a armarem uma cilada: um julgamento público, levando-O ao sacrifício da cruz, como castigo e exemplo para o povo. Condenado, os últimos momentos de Jesus foram de sofrimentos que não devem ser encarados como pena, castigo, fim trágico do humano, entrega de um inocente à morte, mas como uma entrega consciente de Si (Jo 19,11), como

História das celebrações da Semana Santa Já nos primeiros séculos, os cristãos tinham o costume de celebrar de modo especial a semana anterior à Festa da Páscoa, se bem que, inicialmente, as solenidades se reduziam à sexta-feira e ao sábado. Ao que parece, as cerimônias próprias da Semana Santa surgiram principalmente em Jerusalém onde, de certo modo, permaneciam mais vivas as lembranças dos últimos dias de Jesus. Essas solenidades foram imitadas pelas Igrejas do Oriente, depois pelas Igrejas europeias. Só lá pelo século IV é que chegaram até Roma. É interessante notar que, já nesses primeiros tempos, na sexta-feira e no sábado jamais se celebrava a Eucaristia. Inicialmente, talvez já nos tempos dos Apóstolos, a Semana Santa era celebrada só a partir da sexta-feira. Eram dois dias (sextafeira e sábado) de jejum rigoroso, em preparação para o domingo, em que se celebrava a ressurreição de Cristo. Depois, foi incluída também a quinta-feira, para lembrar o dia em que os chefes judeus decidiram prender o Salvador. Lá pelo ano de 247, parece que

já tínhamos toda uma Semana Santa. Um escritor desse tempo diz que muitos passavam todos esses dias sem provar nenhum alimento. Em algumas igrejas, esses dias eram também de descanso para todos os servos e escravos. Algumas Igrejas celebravam todas as noites vigílias solenes de orações e leituras, com a celebração da Eucaristia.

No século IV, essa semana especial se chamava Hebdomada Paschalis (semana pascal), e no século seguinte passou a chamar-se Semana Autêntica, isso em Roma. No Oriente, chamava-se Semana Maior. Por esse mesmo tempo, surgiu o nome Semana Santa. Padre Ricardo Fidelis

força destruidora do mal e da crueldade. Sua crucificação na cruz é prova de sua entrega, pois não existe outra forma de demonstrar amor pelo outro senão doar a própria vida (Jo 15,12). O sofrimento que gera vida é aquele que não destrói, mas resgata alguém e Jesus morreu por todos nós (1 Cor 11,24). A grande surpresa, que vai além das perspectivas humanas, é que

três dias após sua morte Ele ressuscita e aparece glorioso nas nuvens do céu (Mt 26,64), com todo o poder sobre a terra e o céu (Mt 28,18). Os discípulos de Jesus são convidados a fazer a experiência da paixão, no convite: "Vigiai comigo" (Mt 26,38), para ressurgir com Ele na vida Eterna. Frei Luís Antonio Alves, O.P.

Análise

O Advento Quaresmal em nós

Se o advento é, por conceito e definição, tempo de espera e tempo de preparação para o novo, cabe aqui um questionamento: o que acontece em nós, no nosso corpo e no nosso emocional, na vivência deste tempo tão marcante? Será que sentimos algo diferente? Será que é tudo igual o ano inteiro? Muitas são as vezes que escutamos das pessoas ao nosso redor que em, alguns momentos do ano, sentem uma angústia, um abafamento no peito, uma tristeza. Também sentimos isso e algumas vezes nos tornamos mais fechados, questionamos mais a vida, as injustiças, as diferenças... Individualmente, podemos viver esses conflitos a qualquer momento; porém, coletivamente, esse sentimento nos acomete em períodos bastante específicos. É o tempo do advento, tanto no período que antecede o Natal quanto na Semana Santa. Há um grande número de pessoas que faz esse tipo de queixa de sofrimento. Há um entristecimento geral, mesmo por pessoas que não têm uma prática religiosa

concreta ou mesmo cristã. E por que isto acontece? Por ser um tempo de desinstalarse, provoca em nós insegurança, receio, temor e, consequentemente, tristeza e sofrimento. Como não sabemos o que irá acontecer nesta mudança, nós nos amedrontamos. No entanto, é preciso que fique claro para nós que toda mudança, todo desinstalar-se é sempre bem-vindo para a evolução. É nas crises que crescemos mais! A vivência do advento pode ser um tempo de espera e preparação para o novo, mas é, sobretudo, um tempo que nos leva à certeza de algo ainda melhor, que a vitória enfim chegará. Portanto, vivamos este tempo com a consciência de nos prepararmos, de deixarmos a acomodação e o marasmo, e façamos a travessia de forma corajosa, certos que conseguiremos sair ainda melhores e mais fortes. Este deve ser o pensamento de todo aquele e toda aquela que questiona, mas encaram vigorosamente a busca das respostas. Maria Isabel Oliveira


especial

Jornal Metropolitano - Uberaba, abril de 2014

Surgimento histórico da Páscoa

A Páscoa da Nova Aliança

“Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. (Jo 13,1). Assim, o redator do Quarto Evangelho, de maneira solene, manifesta profunda conexão entre o mistério salvador de Jesus Cristo e o rito da antiga Páscoa. No Evangelho de Marcos, mais antigo, menos requintado, não menos preciso, porém, o redator localiza melhor a festa da Páscoa, remetendoa ao contexto das tradições judaicas: “No primeiro dia dos ázimos, quando se imolava a Páscoa...” (Mc 14,12). Já na narrativa da Ceia Pascal, é apresentado duplo alcance da Nova Páscoa celebrada por Jesus: “sangue da Aliança, que é derramado...” (Mc 14,24) e “... não beberei do fruto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus” (Mc 14,25). A Nova Páscoa é descortinada em três tempos: passado, presente e futuro. No passado, Deus se manifestou a favor dos hebreus e contra os egípcios (Ex 14,15-15,1). Para realizar a libertação de seu povo, o Senhor passou na terra dos egípcios, matou seus primogênitos e poupou a vida dos primogênitos hebreus. Tirou com mão forte seu povo da escravidão. Providenciou que seu povo atravessasse o Mar Vermelho a pé enxuto e com segurança, enquanto afogava os egípcios e seus cavalos de guerra. Foi em asas de águia que Deus transportou seu povo para a Terra onde corre leite e mel, fazendo-se coluna luminosa e sombra generosa. Para selar este evento salvífico, Deus realizou uma aliança com seu povo, no alto da montanha (cf. Ex 24,1-11). Sua celebração acontecia a cada ano, no 14º dia do mês de Nisan, com alimentos simbólicos: cordeiro, pães ázimos, ervas amargas... Era o banquete pascal.

A nova aliança

No presente, fazendo a memória

desses acontecimentos da história de seu povo, Jesus deu novo sentido à Páscoa, selando a nova e definitiva aliança, mediante seu sangue a ser derramado na cruz. Em sua Ceia pascal, Jesus recolhia, ainda, toda sua vida e seu compromisso com o Reino de Deus, conteúdo de seu Evangelho. Essa Ceia teve o endereçamento direto ao mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, inaugurando os tempos novos da salvação da humanidade. No hoje de nossa história celebramos esse acontecimento, pelo caráter do memorial eucarístico. A Páscoa da Nova Aliança de Jesus Cristo estava endereçada também às coisas que ainda estão por acontecer, o futuro escatológico, a plenitude de toda obra criada. Na Ceia Pascal degustamos, como aperitivo, o que Deus preparou para a sua criação, até o dia em que Jesus beberá conosco o vinho novo no Reino do Pai (cf. Mt 26,29b). A tradição lucana nos apresenta uma expressão solene de Jesus colocando-se à mesa pascal: “Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco antes de sofrer; pois eu vos digo que já não a comerei até que ela se cumpra no Reino de Deus” (Lc 22,15-16). Será essa tradição que nos legará o preceito “Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19c). Tal preceito aparece duplamente na tradição paulina (cf. 1 Cor 11,23-27). O mandato do Senhor não se restringe simplesmente a celebrar um rito, com minúcias de rubricas... O “isto” que Jesus nos manda fazer em sua memória é bem mais exigente... É fazer o que ele fez, na esteira do que Deus fez na história de libertação de seu povo. É assumir o compromisso pela acolhida do Reino já presente na história. É apontar os caminhos de um mundo novo, regado a justiça, solidariedade e liberdade, enquanto não chega o fim último do Reino. Já vivemos sob a inspiração da Páscoa da Nova Aliança, selada no

sangue do Cordeiro. Superemos as más ações: injustiças, violências, opressões, corrupções, infidelidades, invejas, intrigas, discórdias... Revistamo-nos da nova realidade de quem acolhe — com alegria — o “novo” inaugurado por Jesus de Nazaré. Façamos a memória da Páscoa da

Análise

A Páscoa em nós Os cristãos, em sua maioria, sabem que a Páscoa é um momento central na constituição do cristianismo. O que poucos sabem é que esta passagem (pois páscoa é um termo hebraico, entendido em sua variante grega como passagem) não quer somente trazer à memória os feitos e acontecimentos que marcam a vida de Cristo. Quer possibilitar uma análise pessoal para cada um de nós. Todo cristão é chamado, especialmente na Páscoa, a rever seus pensamentos, atos e possíveis omissões. Pode parecer clichê, mas a principal característica desse tempo favorável é transformar

a realidade, buscando uma modificação daquilo que está pronto, mas não acabado. Em nós, o Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus se reveste de uma mística profunda que converge para uma atitude prática. É preciso viver com Cristo para ressuscitar com Ele. Dessa forma, não podemos ser os mesmos após esse evento, essa Epifania. Somos chamados a deixar o ser humano velho e revestir-se do novo, de um novo constante. A entrega de amor de Cristo na cruz supõe o reconhecimento de seus filhos por seu projeto de doação. É um chamado a reconhecer que Deus se fez

pequeno, para que nós sejamos grandes. Ele nos mostra como orientar nossa vida para aquilo que é bom, justo e verdadeiro; e que nada do que apontamos como dificuldade e impossibilidade é, de fato, dificuldade ou impossibilidade. Jesus nos diz, de maneira cruenta, que tudo é possível quando o amor é grande. Páscoa é tempo de renovação. Tempo de nos revestirmos de Cristo, para sermos verdadeiros filhos de Deus. O significado desse momento permanece imaculado na vida dos cristãos, pois é nele que Cristo se torna parte de nossos corações e nossos corações tornam-se parte de Cristo. Sávio Gonçalves dos Santos Professor de Filosofia

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Nova Aliança, em renovada atitude de compromisso com os empobrecidos da história, segundo os apelos do Evangelho, no seguimento de Jesus Cristo, encarnado, morto e ressuscitado para a salvação da humanidade. Padre Geraldo Maia

Desde os tempos primitivos, também no Sábado Santo não havia celebração da Santa Missa. Os fiéis reuniam-se nas igrejas para uma última preparação dos que iam ser admitidos ao Batismo. Eles tinham acabado de aprender o Credo, e nesse dia eram trazidos para diante da comunidade, fazerem a solene profissão de fé. Ao cair da tarde, começava a Solene Vigília que se prolongava até o nascer do sol do Domingo da Ressurreição. Com o passar do tempo, o início dessa vigília foi sendo colocado cada vez mais cedo, até ser realizada na manhã do próprio sábado. Assim foi até a reforma realizada pelo papa Pio XII que, apropriadamente, recolocou a Vigília Pascal na noite do Sábado Santo. Assim, já não tem cabimento falar em Sábado da Aleluia. A comemoração da ressurreição é agora feita com muito mais sentido nas horas noturnas. Aos poucos, a Solene Vigília foi sendo enriquecida com alguns simbolismos: Bênção do fogo novo: para os antigos o fogo era sempre um elemento misterioso. Era símbolo da vida, lembrava a divindade. Nada mais natural que esse simbolismo fosse aproveitado pelos cristãos. Esse simbolismo do Cristo que ilumina, aquece e é centro de vida era mais claro ainda para os antigos, porque, na Sextafeira Santa, era costume apagar o fogão e todas as luzes das casas. Era no fogo novo que cada família acendia uma lâmpada para levar para casa e acender tudo de novo. Círio Pascal: preparado e abençoado, recebe a chama do fogo novo e é sinal da Luz de Cristo, após seu translado até o presbitério. Canta-se então o Exultet – Exulte o céu e os anjos triunfantes... proclamando assim a Páscoa. Não sabemos com certeza quando começou essa tradição litúrgica. O certo é que já encontramos referências no ano 384. Bênção da água batismal: Nos primeiros séculos da Igreja, era nesse sábado que se fazia o Batismo dos que, durante um tempo mais ou menos longo, tinham sido preparados para a admissão na comunidade, os Catecúmenos. Hoje, temos na Vigília Pascal apenas lembranças dessas cerimônias dos primeiros séculos, mas lembranças ainda suficientes para nos fazerem perceber o significado de nosso batismo, pelo qual nos unimos à morte e à ressurreição de Cristo. Por fim, a Missa de Páscoa que é a maior solenidade do ano. Até o século XI, era só nesse dia que os padres podiam cantar solenemente o Glória a Deus nas alturas. Nesse momento do canto do Glória, como ainda hoje, novamente os sinos e o órgão irrompiam numa grande explosão de alegria. Cristo venceu a morte; também para nós existe a tranquila garantia de vida e esperança. Padre Ricardo Fidelis


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pastorais e movimentos

Jornal Metropolitano - Uberaba, abril de 2014

Reunião da Comissão do Diretório Arquidiocesano dos Sacramentos A Comissão do Diretório Arquidiocesano dos Sacramentos realizou reunião no dia 13 de março deste ano para discutir os encaminhamentos dos trabalhos sobre cada Sacramento. Monsenhor Célio Lima, o responsável pela Comissão, apresentou sua preocupação em relação ao tempo para a conclusão de todo o trabalho. Ficou combinado com a Comissão que serão feitas reuniões para cada Sacramento. Logo após, o texto será repassado para o Sr. Arcebispo que fará sua apreciação e correções necessárias. Depois, cada texto deverá ser enviado para as paróquias, onde os padres, juntamente com as pastorais afins, irão discutir o documento, dando também suas contribuições e reenviando para a Comissão. Também ficou combinado de a Comissão, com o auxílio de outras pessoas, apresentar uma proposta de trabalho com os sacramentais

ENCONTRO DA PASTORAL DA EDUCAÇÃO DOS REGIONAIS DA CNBB DO SUDESTE (SUDESTÃO): Aconteceu no período de 28 a 30/03, no Rio de Janeiro, um encontro com as Equipes de Pastoral da Educação dos Regionais da CNBB pertencentes à Região Sudeste, compreendendo os Regionais Sul I (São Paulo), Leste I (Rio de Janeiro) e Leste II (Minas Gerais e Espírito Santo. O encontro teve como tema central “Fundamentos e pistas para uma Pastoral da Educação nos Regionais da CNBB do Sudeste”. Da Arquidiocese de Uberaba houve representação, visando à dinamização da Pastoral da Educação em nossa Arquidiocese, como também apoio na implantação na Província Eclesiástica.

(exéquias, bênçãos em geral), para melhor organização dos mesmos. E dentro da mesma perspectiva, farão orientações para as missas de formatura e bodas, bem como para as equipes de cerimoniais que auxiliam nessas ocasiões. Foi definido ainda nessa reunião que seriam convidados a fazer parte da Comissão o padre Marcelo Lázaro Pinto para as orientações

sobre celebrações da Palavra e bênçãos com o Santíssimo Sacramento e o Diácono Márcio, para o trabalho com os sacramentais. Com isso, nossa Arquidiocese dá passos importantes para a realização do tão sonhado instrumento que é o Diretório Arquidiocesano dos Sacramentos. Da Redação

RCC promove a formação de Formadores Tema: Carisma da Coordenação A RCC tem buscado servir á Igreja , através da realização da evangelização no poder do Espírito Santo, Inicialmente, faz-se o anuncio do querigma nos grupos de Oração, onde são ministrado os Seminários de Vida nos Espírito bem como as Experiências de Oração. As pessoas que receberam a evangelização fundamental são chamados a participar dos grupos de perseverança, onde receberão uma catequese ou formação in-

Notícias da Pastoral Arquidiocesana

tegral, sistemática, progressiva e permanente. Para queesta formação se concretize de modo frutuoso, a equipe do Ministério de formação da RCC promoveu, nos dias, 22 e 23 de março no Centro Pastoral, a formação de formadores, que realizarão o trabalho de formação nos grupos de oração, contamos com a participação de 67 pessoas. Fez-se a conscientização de que o Reino de Deus foi instaurado por Jesus, e cada batizado é chamadoa

consolida-lo. As reflexões nos levaram a aprender as lições do Bom Pastor para serem aplicadas no pastoreio das pessoas que buscam os grupos de oração, onde a experiência do amor de Deus deve ser a motivação de toda espiritualidade.

FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE AGENTES DAS PASTORAIS CARCERÁRIA E DO POVO DE RUA: São duas pastorais de grande importância e percebemos a urgência de torná-las atuantes na Arquidiocese e em nossas paróquias. Conscientes de que é necessário conhecer para depois atuar, será realizado no dia 04 de abril, das 8h30 às 16h, em local ainda a definir, Formação e Capacitação de Agentes para as Pastorais Carcerária e do Povo de Rua. COMISSÕES QUE SE REUNIRÃO EM ABRIL: Na dinâmica da Pastoral Orgânica da Arquidiocese de Uberaba, no mês de abril continuaremos a reunir as forças vivas de nossa Igreja Particular através de suas Comissões Pastorais. Essas reuniões serão todas realizadas no Centro de Pastoral, sempre às 20h. 02/04 – Comissão Pastoral para Caridade, Justiça e Paz (Pastorais Sociais) 08/04 – Comissão Pastoral para Vida e Família (Setor Família) Padre José Edilson da Silva Coordenador Arquidiocesano de Pastoral

Padre Fábio assume SAJ

Equipe Diocesana do Ministério de Formação da RCC – Renovação Carismática Católica – Uberaba. Maria Aparecida Ferreira – Vera Garcia – Tereza Pereira Oliveira

Padres José Bezerra e Fábio Meira

Recentemente, em reunião na Cúria Metropolitana, padre Fábio Meira foi apresentado como novo diretor espiritual da Pastoral Arquidiocesana da Juventude. O encontro foi convocado pelo coordenador de Pastoral padre José Edilson da Silva. Na oportunidade, vários jovens acolheram o novo diretor, que é pároco de Santa Bárbara, no Valim de Melo. Ainda na reunião foram apresentados os primeiros trabalhos do Setor Juventude em 2014 e discutidos

detalhes do DNJ em outubro. Esses assuntos terão nova rodada de debates no dia 05 de abril, em reunião no salão do Santuário da Abadia. Foi agendada a missa de posse do novo assessor espiritual. Vai acontecer no dia 24 de maio, em local a ser definido. Na ocasião, serão feitas as despedidas do diretor que sai, padre José Bezerra, e a posse oficial de padre Fábio Meira, à frente do Setor Juventude da Arquidiocese de Uberaba. Rubério Santos


evangelização

Jornal Metropolitano - Uberaba, abril de 2014

Formação de catequistas Contemplando uma das perspectivas de ação de nosso 12º PAPIU e reconhecendo o sonho de uma Igreja pautada e orientada pela comunhão, a Comissão Pastoral para Animação BíblicoCatequética, juntamente com a equipe de direção da Escola Bíblico-Catequética Dom Aloísio Roque Oppermann, está elaborando um Diretório Arquidiocesano de Catequese que irá orientar nosso trabalho e dar mais qualidade a nossa Catequese, contribuindo para o bom andamento da comunidade, o crescimento das pessoas, a alegria de ser seguidor de Jesus Cristo e a realização da missão da Igreja. “A Catequese é uma educação das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente o ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de os ensinar a plenitude da vida cristã” (CIC 5). Seguindo esse princípio de transmissão da fé, nosso Diretório terá como objetivo criar comunhão entre as paróquias e organizar a catequese de forma sistemática, atendendo e sustentando a caminhada e as necessidades urgentes da evangelização e a educação da fé em nossa Arquidiocese. Mais do que leis, normas, nosso propósito é apresentar à Arquidiocese, através de diretrizes, um caminho pedagógico educativo e evangelizador, com uma fundamentação

bíblico-teológico-pastoral que integre, de modo articulado, coerente e coordenado, as etapas do processo de Iniciação à Vida Cristã, proposto nas diferentes idades da vida. A ideia é que as novas diretrizes percorram um longo caminho; que elas sejam fruto da participação de muitas pessoas: padres, catequistas, diáconos e membros das comunidades. E que todos, em comunhão com nosso Bispo, tenham a oportunidade de dar sugestões e contribuir para melhorar o texto. Assumir as Diretrizes Arquidiocesanas de Catequese como expressão indicativa do consenso estabelecido trará novas exigên-

cias de fidelidade à caminhada comum. Que tudo concorra para o encontro com o Cristo vivo e com os irmãos; a formação de comunidades missionárias a serviço da vida, da evangelização e da construção do Reino de Deus. Esperamos que essas Diretrizes nos possam orientar, renovar e manter na unidade diocesana e desejamos que todos os presbíteros, catequistas e formadores se sintam chamados a cultivar o diálogo pessoal com as crianças, os adolescentes, os jovens e os adultos, sem esconder a grandeza do chamado de Deus e o compromisso exigente da resposta. Teremos pela frente um trabalho ardoroso de pastores e fiéis. Um fruto modesto, mas precioso, pois será expressão de uma caminhada de quem quer acertar, afinando seus projetos com os desígnios de Deus e levando toda a Arquidiocese a uma unidade e respeito maiores na convivência pastoral. Contamos com o apoio e participação de toda a Arquidiocese, na esperança de colhermos os melhores frutos. Que Nossa Senhora da Abadia interceda as bênçãos do Pai e as luzes do Espírito Santo nesse nosso bom propósito evangelizador! Márcia Marques dos Santos Felix Comissão Pastoral para Animação Bíblico-Catequética

Formação catequética nas regiões pastorais Neste ano de 2014, nossa Arquidiocese volta seu olhar de maneira especial para a Catequese. As formações catequéticas em todas as regiões pastorais estão sendo sobre o RICA – Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, atendendo assim a proposta de nosso 12º Plano de Pastoral (PAPIU). Quando falamos de Iniciação à Vida Cristã, estamos referindo-nos a um itinerário catequético de inspiração catecumenal, cujo principal objetivo é o mandato de Jesus: “Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Aqui encontramos a razão de ser para os sacramentos da Iniciação à Vida Cristã, pois os mesmos visam possibilitar e fortalecer o discipulado referido, a partir de uma conversão constante. Essa catequese é realizada pela

Palavra, comunidade e celebração, que são fundamentais aos discípulos no reconhecimento de Jesus como centro de sua vida, ontem, hoje e sempre, a partir de um encontro que transforma toda a vida, ou seja, é uma catequese mistagógica. Temos, então, na comunidade eclesial que celebra a Palavra e a Eucaristia a fonte e o cume de toda a catequese de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, pessoas com deficiência etc . Esse tipo de catequese é organizado em quatro tempos e três grandes celebrações ou etapas: o 1º Tempo: chamado de pré-catecumenato ou Querigma (primeiro anúncio), o 2º Tempo: chamado propriamente de Catecumenato; o 3º Tempo: quando acontecem a purificação e a iluminação (Quaresma) e o 4º Tempo: no período pascal: é a mistagogia, ou seja, mergulho no

mais profundo do Mistério Pascal de Jesus Cristo. Pensando na melhor orientação e formação de nossos catequistas, estamos lançando o 2º Subsídio Catequético - Iniciação à vida cristã de inspiração catecumenal, que quer ser um instrumento valioso na caminhada catequética da Arquidiocese de Uberaba. Eis, queridos catequistas, o trabalho a que somos chamados a assumir em busca de uma catequese sempre mais vivencial e celebrativa. Através dela, nossos catequizandos terão a oportunidade de realizar seu encontro pessoal com Jesus Cristo. Conto com cada um de vocês nessa caminhada. Sejamos catequistas de Iniciação à Vida Cristã. Leandro Santos da Silva Assessor da Comissão Pastoral para Animação Bíblico-Catequética

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Partilha do 13º Intereclesial Nossa Arquidiocese esteve presente no 13º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), através de uma delegação: Sr. Arcebispo, presbíteros, leigos e leigas. O Encontro aconteceu de 07 a 11 de janeiro de 2014, em Juazeiro do Norte (CE), Diocese do Crato. O tema abordado foi “Justiça e profecia a serviço da vida” e o lema: “CEBs romeiras do Reino no campo e na cidade”. Os delegados, delegadas, romeiros e romeiras participantes, unidos aos membros do Núcleo de Animação das CEBs de Uberaba, estão organizando uma manhã de partilha dessa rica experiência vivenciada. Será no dia 06 de abril (domingo), das 7h30min às 13h, no Centro de Cultura e Es-

piritualidade São Tomás de Aquino (antiga FISTA). Nessa ocasião, abordaremos o tema: “CEBs: fé e vida a serviço da justiça e da profecia”. Venha participar conosco! Unidos, façamos deste importante momento de nossa Arquidiocese um verdadeiro fortalecimento de nossas comunidades e um novo impulso para nosso serviço de Igreja, na edificação do Reino de Deus. Para obter outras informações, você pode acessar nossos contatos: Andreza: andrezasilva2@yahoo. com.br; facebook.com/andreza. silva.988711?fref=ts Valnete: (34) 9236-4998 (tim) Rosa: (34) 3314-2241 Padre Geraldo Maia

Comissão Bíblico-Catequética lança site sobre catequese Em sua origem, o termo "CATEQUESE" diz respeito à proclamação da Palavra. O termo liga-se a um verbo que significa "Fazer" "Ecoar" (do grego Kat-ekhéo). Assim, a catequese tem por objetivo último fazer escutar e repercutir a Palavra de Deus. Foi pensando em dar cada vez mais visibilidade e maior alcance à dimensão do Ecoar a Palavra de Deus que a Comissão BíblicoCatequética da Arquidiocese de Uberaba quis organizar um sistema de comunicação. Este sistema, composto pelo site www. conexaocatequese.org.br, por um canal do Youtube e por Fanpage, ambos vinculados ao site, surge como um valioso mecanismo de formação, informação, partilha de experiências entre catequistas, catequizandos, pais e toda a Igreja. O site é composto por diversos menus de conteúdos relacionados a cada etapa catequética, começando pela Iniciação até chegar à Catequese com Adultos, apresentando sugestões de materiais, músicas, filmes, vivências e outros sites para orientar e auxiliar os catequistas em seu trabalho catequético nas comunidades. Além disso, vamos dispor

para nossos catequistas uma área de downloads, através da qual poderão baixar para seus computadores todos os materiais que forem elaborados pela Comissão, facilitando, assim, seus estudos e ação no campo catequético. Nosso desejo é que o site Conexão Catequese seja ainda um instrumento de divulgação de toda a ação catequética na Arquidiocese, uma vez que daremos espaço para as paróquias e comunidades para publicação de seus principais momentos relacionados à vida catequética paroquial. Queridos catequistas, catequizandos, pais, seminaristas, presbíteros, bispos e povo de Deus em geral: é com muita alegria que entregamos mais este sonho realizado a todos vocês, com o pedido de que nos ajudem na propagação e incentivo ao acesso dessa ferramenta de capital importância para a Família Catequética da Arquidiocese de Uberaba. Visitem nosso site, curtam nossa página, assistam aos vídeos e fiquem sempre atualizados! Leandro Santos da Silva Assessor da Comissão Pastoral para Animação Bíblico-Catequética

Se você estiver no centro da cidade de Uberaba fazendo compras, resolvendo assuntos médicos, bancários, ou ainda na hora do seu almoço lembre- se: A Catedral Metropolitana oferece a você a oportunidade de um momento de Paz e de Oração!

MISSA DO MEIO – DIA

De segunda à sexta- feira, sempre às 12h. A Eucaristia cura, restaura e fortalece. Venha Participar!!!

Maiores Informações: (34) 3315-1775


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formação

Jornal Metropolitano - Uberaba, abril de 2014

Liturgia

Páscoa: transpor as barreiras da morte "Mal começava o domingo, a semana, lá vem as mulheres com flores e aromas, de passo em passo, de rua em rua, o sol já havia surgido, aleluia!" Este refrão do Ofício Divino das Comunidades demonstra muito bem o caminho que percorremos para chegar até as festas pascais. De passo em passo, caminhamos pelas estradas do jejum, da oração e da prática da caridade para que a caminhada transformasse nosso interior, nos tornasse melhores, mais humildes, mais solidários, mais cristãos. Assim, o caminho pedagógico da Quaresma é iluminado pelo Sol da Justiça que nos vem visitar, é um caminho difícil, às vezes, pois a caminhada leva à mudança, leva ao encontro com o outro, ao encontro com Deus, provoca em nós rupturas com as trevas da morte para que, iluminados pela luz de Jesus, sejamos capazes de iluminar outros irmãos e irmãs. Por isso, a tristeza daquelas mulheres e também a nossa é transformada em alegria, quando recebem a grande notí-

cia: "Ele não está mais aqui, está vivo, ressuscitou!" A vida cristã é fundamentalmente vida em Cristo pelo dom do Espírito, fruto da Páscoa. A experiência íntima com o Cristo pascal, cresce, desenvolve e se consolida participando da Eucaristia, na qual cada batizado se une com Cristo na oferta da própria vida ao Pai, mediante o Espírito. Surge, assim, uma espiritualidade própria para esse tempo, pois o Espírito acende em nós o amor, a paixão por Jesus Cristo e nos leva a pautar toda nossa vida pela intimidade com ele. Dom Pedro Casaldáliga nos diz: "A espiritualidade cristã, que é o seguimento de Jesus, se alimenta de uma verdadeira paixão por Ele, de uma amizade singular (...) de uma compenetração intimíssima, comunhão mesmo". Ao fazermos memória da Páscoa do Senhor, participamos de seu mistério de morte e ressurreição. Em outras palavras, fazer a memória do Cristo é participar, é entrar em comunhão com seu corpo; é participar de seu destino; é participar da ressurreição na vida que brota de

sua entrega. Quando nos reunimos para celebrar o mistério de Cristo, Ele mesmo, por seu Espírito, nos vai moldando a sua estatura, porque assume nossa vida em seu mistério (cf. At 20,7-12). Vivamos, portanto, o tempo pascal em sua intensidade, sejamos verdadeiros mensageiros da alegria pascal, assim como foram as mulheres que visitavam o túmulo de Jesus. Façamos com que nossas liturgias transpareçam a alegria própria desse tempo, através das flores, gestos, do canto solene do Aleluia. Pois a celebração litúrgica repercute na vida e a vida é celebrada. Celebração e vida estão intimamente ligadas. Como seguidores de Jesus Cristo, progressivamente nos tornamos uma coisa só com Ele. É um processo, que atinge todo o universo e que se dá concretamente no chão de nossa vida, de nossa história. Cristo, embora tenha passado pela morte, venceu-a. Nós também venceremos. Acreditemos na vida. Padre Saulo Emílio

Bíblia

Interpretação da Sagrada Escritura Como último texto sobre o documento da Interpretação da Sagrada Escritura, a Igreja jamais considera a Bíblia como um conjunto de documentos históricos concernentes a suas origens, mas a acolhe como Palavra de Deus que se dirige a ela e ao mundo inteiro no tempo presente. Neste sentido é necessária uma prática de atualização e de inculturação da mensagem bíblica. Também o documento pontifício apresenta os diversos modos de utilização dos textos inspirados: na liturgia, na lectio divina, no ministério pastoral e no movimento ecumênico. Por Atualização percebe-se o trazer da mensagem dada por Deus ao hoje da atualidade. Mesmo os textos mais antigos foram relidos à luz de Jesus Cristo, atualizados e aplicados à situação presente do Povo de Deus. Cristo realizava esta atualização, contextualizando a Lei e os Profetas. A atualização é necessária. Mesmo considerando que “a mensagem dos textos da Bíblia tenha um valor durável, foram redigidos em função de circunstâncias passadas e em uma linguagem condicionada por diversas épocas. Para manifestar o alcance que eles têm para os homens e as mulheres de

hoje, é necessário aplicar a mensagem desses textos às circunstâncias presentes e exprimi-la em uma linguagem adaptada à época atual”. A atualização é uma tarefa do Magistério e da Tradição, que procuram proteger a mensagem contra as interpretações aberrantes e asseguram a transmissão da verdade original. Atualização não significa manipulação dos textos. Não se trata de projetar sobre os escritos bíblicos

opiniões ou ideologias novas, mas de procurar sinceramente a luz que eles contêm para o tempo presente. Para permanecer de acordo com a verdade salvífica expressa na Bíblia, a atualização deve respeitar certos limites e evitar possíveis desvios, como as leituras tendenciosas que utilizam os textos para fins limitados (como é o caso, na atualização feita pelas seitas). Por Inculturação entenda-se

a fecundidade da Palavra de Deus através da diversidade dos tempos, adentrando a diversidade dos lugares e das culturas. A Inculturação garante o enraizamento da mensagem bíblica em terrenos diversos. A Palavra de Deus transcende as culturas nas quais ela foi expressa e tem a capacidade de se propagar em outras culturas, de maneira a atingir todas as pessoas no contexto cultural onde elas vivem. A primeira etapa da inculturação consiste em traduzir em outra língua a Escritura inspirada. “A tradução é sempre mais que uma simples transcrição do texto original. A passagem de uma língua a outra comporta necessariamente uma mudança de contexto cultural: os conceitos não são idênticos e o alcance dos símbolos é diferente, pois eles colocam em relação com outras tradições de pensamento e outras maneiras de viver.” Para realizar a inculturação, é necessária também uma interpretação que “coloque a mensagem bíblica em relação mais explícita com as maneiras de sentir, de pensar, de viver e de se exprimir próprias à cultura local. Da interpretação passa-se em seguida a outras etapas da inculturação que terminam

na formação de uma cultura local cristã, estendendo-se a todas as dimensões da existência (oração, trabalho, vida social, costumes, legislação, ciências e artes, reflexão filosófica e teológica)”. O documento pontifício encerra mostrando a grandeza do alcance bíblico: na liturgia, especialmente a liturgia sacramental, onde a celebração eucarística constitui o ponto alto através da proclamação da Palavra aos fiéis, reunidos no amor de Cristo. Também na lectio divina, ou seja, a leitura individual ou comunitária de um trecho da Escritura, conduzindo à meditação, oração e contemplação. No Ministério Pastoral está sempre presente o uso da Sagrada Escritura, como fonte inspiradora e motivadora dos pastores e dos fiéis, especialmente através da catequese, da pregração e do apostolado bíblico. Tudo concorre para que a Palavra de Deus seja fonte de vida para toda a Igreja. Enfim, em torno da Palavra de Deus se vislumbra a unidade do Povo de Deus. A Escritura é um elo comum no Ecumenismo, pois Deus se dirige a nós e a Palavra possui sua unidade e identidade, que nos convoca à união. Padre Marcelo Lázaro


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notícias da igreja

Jornal Metropolitano - Uberaba, abril de 2014

Papa nomeia vítima de abuso para Comissão sobre Pedofilia na Igreja

O papa Francisco nomeou no dia 22 de março a irlandesa Marie Collins, 66 anos, que foi abusada sexualmente na infância por um padre, para uma das oito vagas na Comissão de Proteção de Crianças e Adolescentes da Igreja Católica. Segundo o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi, o grupo será responsável pelas diretrizes de uma outra comissão, que avaliará a reação da instituição aos casos de pedofilia com envolvimento de sacerdotes. Collins é uma das principais ativistas contra o abuso sexual cometido por padres no mundo. Outro pioneiro nessa luta é o ar-

cebispo de Boston, cardeal Sean Patrick O’Malley. Em comunicado, Federico Lombardi disse que a proteção das crianças é uma das prioridades da

Igreja Católica e do pontífice. Texto extraído de matéria da Folha de São Paulo Edição de 22/03/2014

Arcebispo reúne-se com os coordenadores das Regiões Pastorais Na dinâmica da Pastoral Orgânica da Arquidiocese de Uberaba, o Arcebispo Metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto e o Coordenador Arquidiocesano de Pastoral Padre José Edilson da Silva reuniram-se no dia 18/03/14 com os Padres Coordenadores das dez Regiões Pastorais Arquidiocesanas. Após a oração inicial, acolhida do Arcebispo e leitura da ata, foram tratados os assuntos em pauta. Dada a nova caminhada pastoral da Arquidiocese, viu-se a necessidade de fazer uma reflexão sobre a função que exerce o Coordenador de Região Pastoral que, além de participar das reuniões nas regiões arquidiocesanas, precisa articular e dinamizar a Pastoral em sua região. Para isso, os padres pertencentes às referidas regiões devem reconhecer a missão e também conscientizarse de que são todos animadores e articuladores da pastoral em toda a extensão arquidiocesana e atender às solicitações do coordenador da região. Foi retomada a discussão sobre o Estatuto para os CPPs (Conselhos Paroquiais de Pastorais). Levando em consideração algumas intervenções na Reunião Geral do Clero, em 04 de fevereiro o estatuto foi revisado e definiu-se que, uma vez que os Representantes das Regiões Pastorais se tornam instrumento de unidade pastoral de todas as paróquias, após realizadas as alterações cabíveis, aprovariam o estatuto. Um assunto também apresentado foi sobre o Diretório para os Sacramentos. Já está sendo preparado por uma comissão que, por sua vez, trará uma abordagem sobre os aspectos: bíblico-teológicos, históricos, pastorais e litúrgico-práticos. Após a montagem desse diretório, o mesmo será submetido ao conhecimento e

aprovação do Clero Arquidiocesano. Foram informadas aos presentes as reflexões e sugestões apresentadas pelos membros da Comissão

Permanente do PAPIU (Plano Arquidiocesano de Pastoral da Igreja de Uberaba) para 2014, a partir das perspectivas de ação:

• Confirmação do estudo do Documento de Estudos nº 97 da CNBB, no dia 01/04, estendido aos Arcebispos, Presbíteros, Diáconos Permanentes, Seminaristas, Religiosos, representantes de pastorais, movimentos e serviços arquidiocesanos e, em cada paróquia, representantes da Catequese, Batismo, Coordenação do CPP e Pastoral Familiar; • Organização da Comissão Bíblico-Catequética para, nas Regiões Pastorais, realizar o estudo do RICA (Ritual de Iniciação Cristã de Adultos). Após esse estudo, começará a ser pensada, de forma pacífica, sua implantação; • Sobre a Pastoral do Batismo e seu direcionamento para a unidade eclesial: a sugestão é de compor uma equipe, coordenada por um presbítero, para levantamento de nossa realidade frente a essa pastoral nas paróquias através de um questionário. Depois, a própria comissão pensará, a partir do processo de Iniciação à Vida Cristã, um trabalho em unidade arquidiocesana; • Preparação da Arquidiocese para a realização da Peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Abadia em Romaria-MG, no dia 15.11.2014. Para esse evento foi composta um comissão constituída por sacerdotes e leigos. Padre Márcio Ruback, Reitor do Santuário e membro da comissão, informou que, em preparação à concentração, haverá a peregrinação de duas imagens que percorrerão todas as paróquias de nossa Arquidiocese para celebrações diversas; • Para a realização da Semana de Liturgia, o assessor da Dimensão Litúrgica informou que a Equipe Arquidiocesana preparará um material e, no segundo semestre, será oferecido um momento de formação por Região Pastoral. • O Coordenador de Pastoral da Arquidiocese apresentou uma relação de como está sendo a organização pastoral arquidiocesana através das comissões, como também informou às assessorias espirituais e coordenações das respectivas pastorais, visando revitalizar e organizar todos os segmentos. • Por fim, foi lembrada a Missa da Unidade que, neste ano, voltará a ser na Catedral Metropolitana. Foram feitas algumas comunicações de eventos pastorais, entre eles a Formação e Capacitação de Agentes para as Pastorais Carcerária e do Povo de Rua. Acontecerão simultaneamente no dia 04/05, das 8h30 às 16h, em local a ser definido. Da Redação

Datas de confissões Quaresmais por Regiões Pastorais DATAS DE CONFISSÕES QUARESMAIS POR REGIÕES PASTORAIS REGIÃO CATEDRAL: Celebração Penitencial às 19h30 e Confissões às 20h Data Paróquia Bairro/Cidade 03/04 Nossa Senhora de Fátima Estados Unidos (Uberaba) 04/04 Santíssimo Sacramento Mercês (Uberaba) 07/04 Catedral Metropolitana Centro (Uberaba) 08/04 São Benedito São Benedito (Uberaba) 09/04 São Domingos Centro (Uberaba) 10/04 São Mateus Carlos Machado (Uberaba) 11/04 Santa Terezinha Fabrício (Uberaba) REGIÃO RESSURREIÇÃO: Confissões às 20h Data Paróquia 01/04 Santa Maria Mãe da Igreja – Nossa Senhora Aparecida 02/04 São Geraldo Magela 04/04 Ressurreição 07/04 São Galvão e Comunidade Santa Efigênia 08/04 Cristo Bom Pastor 10/04 São José REGIÃO NOSSA SENHORA DA ABADIA: Confissões às 20h Data Paróquia 03/04 Santa Cruz e Comunidade Divino Pai Eterno 04/04 Sagrada Família e Comunidade Nossa Senhora Alegria 08/04 Santuário Nossa Senhora da Abadia 09/04 Santa Luzia e Espírito Santo 10/04

Santa Bárbara e Cristo Jovem

11/04

São José e São Paulo

Bairro/Cidade Santa Maria (Uberaba) Alfredo Freire (Uberaba) Santa Marta (Uberaba) Morumbi e Beija Flor 2 (Uberaba) Volta Grande (Uberaba) Tutunas (Uberaba)

Bairro/Cidade Leblon e Abadia (Uberaba) Cartafina e Abadia (Uberaba)

Abadia (Uberaba) Induberaba e Parque das Américas (Uberaba) Valim de Melo e Gameleira I (Uberaba) Gameleira II e Maracanã (Uberaba)

REGIÃO NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS: Confissões às 20h Data Paróquia 31/03 Santa Edwiges e Nossa Senhora de Lourdes (Torres) 01/04 Nossa Senhora de Lourdes 02/04 São Judas Tadeu 03/04 Nossa Senhora das Graças 04/04 Nossa Senhora do Rosário 07/04 Santo Expedito e Santo Antônio

Bairro/Cidade Jardim Espírito Santo e Boa Vista (Uberaba) Lourdes (Uberaba) Fabrício (Uberaba) Boa Vista (Uberaba) Uberaba I (Uberaba) Manoel Mendes e Elza Amuí (Uberaba)

1 REGIÃO FRUTAL: Confissões às 20h Data Paróquia 07/04 Nossa Senhora Aparecida 08/04 Nossa Senhora de Fátima 09/04 Nossa Senhora Aparecida 10/04 Santo Antônio 11/04 Nossa Senhora do Carmo

Cidade/Bairro Aparecida de Minas Fronteira Frutal (N. Sra. Aparecida) Frutal (Alto Boa Vista) Frutal (Centro)

REGIÃO ROMARIA: Confissões às 20h Data Paróquia Cidade 02/04 Santuário Nossa Senhora da Romaria Abadia 08/04 São Miguel Nova Ponte 09/04 Nossa Senhora das Dores Santa Juliana 10/04 São Sebastião Pedrinópolis REGIÃO ARAXÁ: Confissões às 19h Data Paróquia 01/04 São Sebastião 02/04 São José 03/04 São Domingos 04/04 São Sebastião 07/04 Nossa Senhora Aparecida 08/04 Santo Antônio 09/04 Mãe Rainha 10/04 São Geraldo 11/04 Sagrada Família REGIÃO SACRAMENTO: Confissões às 20h Data Paróquia 31/03 Nossa Senhora do Patrocínio do Santíssimo Sacramento 01/04 Nossa Senhora da Abadia 02/04 Nossa Senhora de Lourdes 03/04 São José Operário 04/04 Santa Maria dos Anjos 2

Cidade/Bairro Araxá (Centro) Araxá (Urciano Lemos) Araxá (Centro) Tapira Araxá (Alvorada) Araxá (Santo Antônio) Araxá Araxá Araxá (Vila Silvéria)

Cidade Sacramento Sacramento Conquista Ponte Alta Delta


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espaço memória

Jornal Metropolitano - Uberaba, abril de 2014

Vigário Silva, O Padre político que mudou Uberaba No final de 1700, Minas Gerais vivia o fim do sonhado “El Dorado”. No povoado de Desemboque, atualmente distrito de Sacramento, não foi diferente. Núcleo de mineração na região da Farinha Podre, atual Triângulo Mineiro, a população do povoado, assim como nos outros núcleos mineradores, conforme o ouro acabava, se esvaía rapidamente. Os antigos moradores, em suas andanças à procura de novas atividades rentáveis, deram início a de várias cidades na região, entre elas, Uberaba. Vigário de Desemboque em 1928, Cônego Hermógenes, por determinação de Dom Pedro I, foi encarregado de abrir em concurso a “Freguesia de Santo Antônio e Sam Sebastião de Uberaba”, da Repartição do Novo Sul, da Diocese de Goiás. A Freguesia foi colocada em concurso e afixados os editais. Padre Antônio José da Silva, o Vigário Silva, foi o único concorrente para o cargo de vigário encomendado. Algum tempo depois, foi proposto e aprovado para o religioso ser o primeiro vigário colado da Freguesia do Uberaba. Com a criação da Freguesia de Uberaba, em 1820, toda a porção mais rica da jurisdição da Freguesia de Desemboque iria para as

mãos de Antônio José da Silva, o Vigário Silva.

Vinda para a região e atividades políticas

O Vigário Silva nasceu em Ouro Preto e se ordenou padre em Mariana, em 1818. Veio para Uberaba em 1820, onde permaneceu até 1855, no cargo de vigário, sendo o primeiro clérigo do município. Por volta de 1835, enviou para a Assembleia Provincial um relatório detalhado de Desemboque, demonstrando a impossibilidade da Vila de Desemboque, enfraquecida econômica e populacionalmente, continuar como sede político-administrativa da região. Esse relatório foi decisivo para que a Freguesia se tornasse a Vila de Uberaba em 1836 e fosse instalada a Câmara Municipal em 1837. Padre Antônio José da Silva tomou parte na escolha da Junta Governativa provisional da Província de Minas Gerais. Após aclamar Juntas provisionais e eleger deputados constituintes, as capitanias tornavam-se províncias, definitivamente. O Vigário Silva é um padre desconhecido de muitos, mas é ilustre e foi o religioso mais importante

na história da fundação de Uberaba. Um político essencial para os historiadores de Uberaba, cidades da região de Minas e do Brasil Central, pois foi personalidade marcante e político no XIX. Representou interesses regionais no legislativo provincial, por várias legislaturas, assim como foi deputado imperial, mais de uma vez. Participou ativamente da política em Uberaba. Foi membro da primeira Câmara Municipal de Uberaba, sendo vereador por dois mandatos.

Vigário Silva, Agente Executivo

Foi agente executivo, cargo hoje como o de prefeito, no período de 1841 a 1845 e de 1851 a 1854, sendo o segundo prefeito de Uberaba, e deputado da Assembleia Provincial. Também foi o primeiro vigário de Uberaba e o primeiro historiador da cidade, porém seus registros, escritos de próprio punho, não existem mais. Era irmão do coronel Carlos José da Silva, conhecido político do Partido Conservador. Por Decreto de Dom João VI, e como vigário encomendado até 1825 e vigário colado até 1855, administrou a Igreja construída por requerimento do sargento-mor Antônio Eustáquio de Oliveira e Silva. Escreveu entre 1825 e 1826 a “História Topográfica da Freguesia do Uberaba, Vulgo Farinha Podre”, importante documento para a memória da cidade, editado pela Academia de Letras do Triângulo Mineiro, em 1970. Como agente executivo, o Vigário Silva abriu um novo caminho em direção ao estado de São Paulo, através do rio Grande, partindo do porto de Ponte Alta. Consequentemente, o tempo gasto para o transporte de mercadorias e a distância entre Uberaba e Franca foram reduzidos e as relações comerciais com a Corte (Rio de Janeiro), o Porto de Santos, Goiás e Mato Grosso foram estimuladas. Em sua gestão realizou ações importantes para a Igreja. Inaugurou a Igreja do Rosário, em 1842, a chamada Igreja dos Homens de Cor e a Igreja de Santa Rita. O Padre Zeferino, coadjutor do Vigário Silva, presidiu a demarcação do patrimônio municipal – área da Freguesia –, correspondente a uma légua quadrada de terreno devoluto, de acordo com a Resolução Provincial Mineira nº. 206, de 2 de abril de 1841. Também em sua gestão, foi fundada a Banda União Uberabense (1852), permanecendo em atividade até 1908 e criou a primeira escola pública feminina de ensino primário, em 1853.

Como homenagem, uma das primeiras ruas de Uberaba, anteriormente conhecida pelo nome de rua Direita ou rua Grande, leva seu nome. A rua Vigário Silva “começa no canto inferior esquerdo da praça Rui Barbosa e finaliza na rua Floriano Peixoto”.

Depois de Uberaba, o Vigário Silva residiu em Sacramento e no Rio de Janeiro, onde exerceu as funções de Cônego Honorário da Capela Imperial. Faleceu no Rio, provavelmente em 1858. Maria das Graças Salvador

História topográfica da Freguesia do Uberaba - Vulgo Farinha Podre Trata-se do mais antigo documento que se escreveu sobre a região compreendida entre os rios Grande e Paranaíba, de autoria de Vigário Silva, com data provável entre 1824 e 1826. O valor histórico do documento é muito grande, visto que ele se constitui na primeira crônica local e foi enriquecida com observações sobre a formação, população, mineralogia, zoologia, fitologia, rios, portos e serras da região. “Entre o rio Grande e o rio das Velhas na província de Minas Gerais comarca do Paracatu do Príncipe, julgado do Desemboque, prelazia de Goiás, está a povoação de Santo Antônio e São Sebastião do Uberaba. Os lugares, que ela compreende, eram incultos e desertos até 1807, e apenas conhecida a estrada, que a atravessa de São. Paulo para Goiás, onde residiam alguns índios, que tinham saído da aldeia de Santa Ana, os quais nunca tiveram ânimo de alongar-se para algum dos lados da mesma estrada, nem ao menos meia légua, como depois se conheceu pelas culturas

sempre vizinhas às suas habitações. [...] moradores na Freguesia do Desemboque entraram até a distância de algumas léguas de sertão e descobrindo lindas campinas e ótimos matos apossearam algumas fazendas e voltaram tanto por falta de mantimentos, como pelo terror que lhes inspirava o gentio caiapó, cujo vestígio encontraram em diversas partes. Comunicaram o resultado da sua entrada ao sargento-mor Antônio Eustáquio da Silva, e a outros, e aquele por gênio empreendedor de novas descobertas projetou logo explorar todo o sertão [...]. Contém a Freguesia dentro do arraial 91 focos habitados e fora 300. A sua povoação, que em 1820 constava de 1.300 almas monta hoje a 3.000, afora os índios aldeados à margem do rio Grande na distância de 40 léguas do arraial, cujo número excede a 1.000 de ambos os sexos. [...] É para se lamentar a desgraça destes embrutecidos; por isso que se não tem adotado as necessárias e urgentes medidas para a sua catequização”.


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