Jornal Metropolitano - Agosto 2014

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Jornal

jornalmetropolitano.diocese@gmail.com

Ano 6 - 47ª Edição - Agosto/2014 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba

Igreja dedica o mês de agosto às vocações A vocação é o chamado pessoal de Deus para uma missão especial junto a seu povo. Primeiramente, você é chamado para a vida, para o cristianismo, depois, para missões especiais, como a vida religiosa e o sacerdócio. Nesta edição, o Jornal Metropolitano, aproveitando agosto – mês das vocações – propõe um debate sobre a vocação religiosa e sacerdotal em nossa Arquidiocese. Páginas 06 e 07

Padre Vanderlei assume Seminário Desde o começo de agosto, padre Vanderlei Izaumi é o novo reitor do Seminário São José. As mudanças estendem-se também ao Instituto de Teologia. Página 03

Matriz de Santa Bárbara recebe torre

No Triângulo, a fé na Senhora D’Abadia Cresce a cada ano a devoção a Nossa Senhora da Abadia, no Triângulo Mineiro. Só em nossa diocese são quatro paróquias dedicadas a ela. Páginas 04 e 11

Padre Zeferino

Nossa figura ilustre de agosto é padre Zeferino. O religioso foi vereador, horticultor (tendo produzido o 1º vinho em Uberaba) e responsável por introduzir a Arte Dramática no Triângulo. Página 12

Pastoral da Saúde Aos poucos, a nova matriz de Santa Bárbara, no bairro Valim de Melo, vai ganhando forma. Agora foi a vez da construção da torre com mais de 18 metros. Página 04

Uma das pastorais mais antigas e atuantes em nossa Arquidiocese, a Pastoral da Saúde desde 2007 conta com uma Paróquia Pessoal. A humanização nas casas de saúde é uma de suas metas. Página 08

Arquidiocese quer dinamizar o Movimento Mãe Rainha

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artigos

Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2014

Editorial Os Chamados de Deus No mundo globalizado a palavra vocação, ou melhor, a escolha da vocação correta tem-se tornado fundamental na caminhada de qualquer ser humano. Errar pode implicar enorme retrocesso. No entanto, quando a vocação não é uma escolha e sim um chamado de Deus, como acontece na vida religiosa, aí também podem ocorrer enganos? Claro que sim; prova disto são os candidatos ao sacerdócio ou à vida religiosa que, no meio da caminhada, desistem ou migram para outra vocação. Em agosto, a Igreja Católica celebra o mês das vocações. É o tempo escolhido para se focar ainda mais na busca desses vocacionados a trabalhar mais diretamente para o Reino de Deus. São promovidos encontros das pastorais vocacionais e o sacerdote pede aos fiéis que orem por mais vocações, seja para o sacerdócio, diaconato ou vida religiosa. Afinal, a messe é grande e os operários são poucos. Esta edição do Jornal Metropolitano propõe justamente isto ao apresentar os números de vocacionados em nossa Arquidiocese. A quantas andam as vocações sacerdotais em Uberaba? E a procura dos jovens pelas congregações religiosas? Cresceu, diminuiu ou é preocupante? Hoje, na Arquidiocese de Uberaba são mais de 70 padres diocesanos. Apesar das dezenas de ordenações nos últimos 15 anos, o número de paróquias também cresceu e, praticamente, temos um padre por paróquia. Talvez o que mais preocupa são as novas vocações. Fora os cinco padres que serão ordenados no final deste ano, temos apenas três alunos na Teologia e quatro, na Filosofia. Por que essa queda? Seria por estarmos primando pela qualidade em detrimento da quantidade, e isto é positivo, ou são as famílias que não estão mais preparando seus filhos para o chamado de Deus? Ou mais ainda, está faltando à Igreja trabalhar melhor o tema vocações? Também nas casas religiosas o que se vê é a redução do número de freiras. É fato que Uberaba é bem servida de Congregações, mas também é verdade que o número de religiosas não é mais aquele de décadas passadas. Muitas delas faleceram, outras estão velhinhas e não houve “reposição” das vocações em igual quantidade. Há quem diga, não é regra geral, que falta trabalho social e testemunho. Alguns chegam a escandalizar-se com os hábitos modernos de algumas irmãs que há muito passaram a usar blusa (ou camisa) e calça jeans. O que falta para que mais irmãos e irmãs assumam a missão? O que a Igreja precisa fazer? Não estamos merecendo novos chamados? A pergunta é também para você, leitor; afinal, vocação na Igreja não é só a de padre ou freira. Você pode estar sendo chamado para a vocação do matrimônio, da catequese, do diaconato, do laicato. Qual tem sido sua resposta?

Pedi e recebereis “Ninguém ama o que não conhece”. Assim é a vocação como resposta ao chamado de Deus. Isto vem de dentro do ser da pessoa, mas supõe conhecimento do caminho a percorrer, principalmente na dimensão de Igreja, de missionariedade, como sacerdote diocesano ou como membro de uma congregação religiosa. Na Palavra de Deus encontramos o imperativo de Jesus: “Pedi e recebereis, para que vossa alegria seja completa” (Jo 16, 24). É o que devemos fazer se queremos ter bons operários na vinha do Senhor. Além da oração, as comunidades cristãs devem também encaminhar aos responsáveis da Pastoral Vocacional candidatos que surgirem de seu meio. A preocupação com as vocações deve ser de todos os cristãos e em todos os tempos. Agosto é chamado de “Mês Vocacional”, de incentivo ao seguimento do Senhor e de oração pelas vocações. As comunidades cristãs devem criar o costume de rezar ao Senhor da Messe para que desperte vo-

cacionados de seu meio. Além da oração comunitária pelas vocações em nível paroquial, ter um grupo de coroinhas pode ajudar muito no empenho vocacional da paróquia. Com isto vai surgindo o gosto pelos trabalhos na Igreja, numa prática totalmente ligada ao Sacrifício Eucarístico, de onde podem brotar vocações para a vida sacerdotal, religiosa e leiga. O grupo de coroinhas pode ser um campo fértil de vocações. Gostaria de elogiar as paróquias e seus padres que têm algum trabalho vocacional. É até uma forma de preparar seus futuros sucessores. Isto depende muito de cada padre, de seu testemunho de vida sacerdotal, seu gosto de ser padre e sua dedicação ao povo nos trabalhos pastorais. Conta muito aqui a forma de acolher a todos, o carinho e seu espírito de desapego. Sentimos que o número de seminaristas tem diminuído nos últimos tempos, mas não significa falta de vocações. A “messe” continua sendo grande. Temos que intensi-

ficar mais nosso trabalho vocacional em todas as paróquias, mostrando a beleza de a pessoa colocar-se a serviço do Reino de Deus numa dedicação total e exclusiva. Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo Metropolitano de Uberaba

Chamados a Evangelizar! Uma experiência pessoal O mundo moderno deu muito destaque ao lado racional do ser humano. Mas não conseguiu responder, por esse caminho, a todas nossas necessidades. Apesar dos inegáveis progressos, a modernidade também tem lá seus problemas e muitos anseios humanos ficaram sem resposta. O ser humano não é só racional: tem emoções, sentimentos, afetos, intuições, experiências espirituais, gostos artísticos – tudo isso faz parte do mistério humano e necessita de atendimento. Nos dias de hoje, um sentimento de vazio em relação a esses aspectos está levando muita gente a buscar sua experiência do sagrado por conta própria, muitas vezes longe das Igrejas. Deseja algo que traga alívio, satisfação interior, que faça a pessoa sentir-se em contato com o mundo divino. Nessa situação, os cristãos se encontram diante de um desafio profundo e vital para a eficácia de sua missão na história: possibilitar aos homens e mulheres a experiência pessoal do Deus de Jesus Cristo. Em outras palavras, anunciar Jesus Cristo, não como uma doutrina, mas como uma pessoa, através da qual o mistério de Deus se torna próximo de nós. Fazer a experiência do Deus de Jesus Cristo é sentir-se chamado, amado e escolhido por Ele. Quem sente esse apelo irá anunciá-lo na situação concreta do dia a dia. Irá apresentá-lo como fonte inesgotável de liberação de tudo o que prende e escraviza o

ser humano e impede sua realização. A experiência do chamado de Deus se manifesta e se aprofunda na própria ação evangelizadora. Dizendo de outra maneira: a pessoa evangelizadora por ter sido chamada e, ao evangelizar, vai descobrindo cada vez melhor o significado dessa tarefa para a qual Deus a escolheu. De fato, não há experiência do chamado sem missão. Ninguém é chamado à toa, só pelo gosto de ter uma experiência religiosa. As pessoas são chamadas para fazer alguma coisa. Essa “alguma coisa” tem a ver com a situação e as necessidades que os filhos de Deus estiverem vivenciando. Quando a Bíblia narra esses chamados, podemos perceber que o relato tem geralmente cinco elementos: 1 - uma introdução, que explica as circunstâncias em que se dá o chamado de Deus;

se confirma a missão e se declara que ela se realizará com a ajuda de Deus. É evidente, neste esquema, que a missão está no centro de tudo. A pessoa faz uma experiência de Deus, mesmo que seja através de um sinal: uma voz para Abraão, a sarça ardente para Moisés, o anjo para Maria, uma luz e uma voz para Paulo. Recebe, então, a missão concreta em nome desse Deus que lhe demonstrou seu poder. Essa missão é sempre em favor do povo, dos amados e preferidos de Deus. E você, não se sente chamado a evangelizar? Pense nisto! Mons. Valmir A. Ribeiro

2 - uma manifestação de Deus (a teofania) que pode apresentar-se como: um anjo, uma voz, um sinal de fogo, uma visão, um acontecimento misterioso; 3 - uma missão ou tarefa confiada à pessoa que foi chamada; 4 - um sinal de credibilidade ou prova, para o povo ou para o escolhido, de que seu chamado vem de Deus; 5 - uma conclusão, na qual geralmente

Jornalista Rubério Santos

Expediente Órgão oficial de comunicação da Arquidiocese de Uberaba Praça Dom Eduardo,56, bairro Mercês, Uberaba - MG, CEP-38.060.280 E-mail: jornalmetropolitano.diocese@gmail.com Assessor PASCOM: Monsenhor Valmir Ribeiro Jornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG e-mail: santoruberio@gmail.com

Editorias : Rubério Santos e Francine Moura Revisão: Amabile Pierroti e Luiza Nogueira Direção Comercial: Carlos Carvalho / 9151-0431 – e-mail: carvalhocunha66@gmail.com Impressão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail alexesmmaia@gmail.com Distribuição: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba Tiragem: 10 mil exemplares


arquidiocese

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A importância da espiritualidade na formação Com missa presidida por dom Cláudo Sturm, de Patos de Minas, e dom Paulo Mendes Peixoto, foi encerrado em nove de julho, na Casa da Cultura das Irmãs Dominicanas, o 2º Encontro de Seminaristas da Província de Uberaba. A espiritualidade foi o foco dos debates. O encontro, realizado durante três dias (de 07 a 09 de julho), reuniu cerca de 40 seminaristas das dioceses de Ituiutaba, Patos, Uberlândia e da Arquidiocese de Uberaba. Também participaram reitores dos seminários da província. Através do assessor padre Fábio Costa, reitor do Seminário de Teologia de Luz – MG, os seminaristas puderam aprofundar o tema “Dimensão Espiritual no Processo Formativo”. Assim, o grupo debateu a espiritualidade do seminarista, da casa de formação e das pastorais. Também foi enfocada a espiritualidade que brota da Palavra e da Eucaristia e a que vem da comunhão presbiteral. Para Douglas Nunes, do 1º Ano de Teologia em Uberlândia, é fundamental vivenciar a espiritualidade, esse encontro com Cristo, pois só assim será possível levá-la ao irmão. Já Édson Carlos Braz, seminarista do 4º Ano de Teologia em Ituiutaba, diz que não há por que temer nossas fraquezas. Afinal, temos consciência de que na fé podemos promover o encontro permanente com Jesus Cristo.

Padre Fábio Costa afirmou que o aprofundamento na espiritualidade é fundamental no período de formação, pois, entre outras coisas, auxilia o postulante a decidir sobre sua verdadeira vocação ao sacerdócio. O segundo encontro, disse padre Geraldo Maia, reitor do Seminário São José em Uberaba, ainda teve como aspecto importante a interação entre os seminaristas e entre os formadores. “Ela contribui muito para o processo formativo de nossos futuros padres,” acentuou ele. Encerrando o encontro no dia 09 de julho, dom Cláudio Nori Sturm presidiu missa que foi concelebrada por dom Paulo Peixoto e os sacerdotes reitores. O bispo de Patos disse que aquele que conduz a comunidade precisa estar profundamente compenetrado e ter uma espiritualidade cen-

trada no Cristo. “Daí a importância de que a espiritualidade esteja fortemente presente durante o processo de formação, no sentido de que em sua caminhada o sacerdote possa estar sempre recorrendo a essa fonte que é Cristo,” acentuou ele. O arcebispo de Uberaba, por sua vez, fez questão de ressaltar essa troca de experiências entre os seminaristas das dioceses irmãs. “Ela enriquece a formação do clero regional, além de demonstrar a unidade da Província de Uberaba,” destacou dom Paulo Mendes Peixoto, anunciando que em 2015 o 3º Encontro de Seminaristas irá acontecer em Patos de Minas, por ocasião das comemorações do centenário daquela diocese. Rubério Santos

Após mestrado, padre Bueno assume Pirajuba Após formar-se mestre em Patrologia, padre Vanderlei Bueno retornou a Uberaba e em julho assumiu a Paróquia de Nossa Senhora da Abadia, em Pirajuba. Foram três anos em Belo Horizonte cursando Mestrado em Patrologia. O curso consistiu no estudo dos Santos Padres da Igreja, sacerdotes que tiveram papel destacado para o Reino de Deus; inclusive, alguns perde-

ram a vida nessa caminhada e, depois, foram canonizados. Retornando a Uberaba, padre Vanderlei Bueno foi nomeado pároco da Paróquia de Pirajuba e, já no final de julho, comandou mais uma edição da festa centenária em louvor a Nossa Senhora da Abadia, padroeira dos pirajubenses.

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Agenda - Agosto 01-15 – Festa de Nossa Senhora da Abadia – Romaria e Uberaba 02 – Encontro Arquidiocesano para todos os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (Padre Odisnei Eduardo) 04 – Reunião Geral do Clero – às 14h 05 – Confraternização por ocasião do Dia do Padre • Reunião da Pastoral da Educação – Centro Pastoral – às 9h30 06 – Dia do Diácono (nas paróquias) 08 – Reunião da Comissão de Animação Bíblico-Catequética – Centro Pastoral – às 19h30. • Reunião do Conselho Arquidiocesano do EJC 09 – Reunião do Núcleo de Animação de CEBs – às 14h 11 - INBRAC 15 – Solenidade de Nossa Senhora da Abadia 18-20 – Assembleia da Comissão Regional dos Presbíteros 19 – Conselho Arquidiocesano para Assuntos Econômicos (CAAE) 21 – Reunião dos funcionários da Cúria • Reunião da Equipe Arquidiocesana da Pastoral da Acolhida 23 - 24 – 4ª Encontro de EJC da Paróquia São José 23 – Reunião do Conselho Arquidiocesano de Leigos – Cúria - às 14h 24 – Concentração Arquidiocesana de Catequistas 26 – Reunião dos Bispos da Província – Uberlândia – às 9h 26 – Jubileu de Prata Sacerdotal dos Presbíteros – Monsenhor Valmir Aparecido Ribeiro e Padre Alécio Donizete Freire 29 - 31 – Visita Pastoral – São José – Gameleira – Uberaba 31 – Coleta das Vocações (último domingo de agosto)

Alunos da Teologia têm novo reitor Padre Vanderlei Ezaumi da Silva, 35 anos, assume no dia 04 de agosto a reitoria do Seminário de Teologia São José, em Uberaba. A missa de posse, que será presidida por dom Paulo Mendes Peixoto, marca também a reabertura do ano escolar dos seminaristas da Teologia. Na celebração, às 19h30, na paróquia da Adoração, além de dar posse a padre Vanderlei Ezaumi como reitor do Seminário São José, o arcebispo também empossará padre Rogério Aguiar como diretor do Instituto de Teologia São José.

O novo reitor do Seminário foi ordenado padre em 29 de novembro de 2008. Inicialmente, foi auxiliar na Paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio do Santíssimo Sacramento em Sacramento e depois assumiu a Paróquia de Santo Antônio, em Frutal. Padre Vanderlei Ezaumi assume a reitoria no lugar de padre Geraldo Maia, promovido recentemente pelo Vaticano como novo reitor do Colégio Pio Brasileiro em Roma, missão que assumirá em 30 de setembro próximo. Da Redação

Da Redação

Mais três diáconos permanentes Em cerimônias no começo de julho, nos santuários da Abadia, em Romaria e em Uberaba, foram ordenados os três últimos diáconos permanentes da segunda turma da Escola Diaconal “Dom Aloísio Roque Oppermann”. Pela imposição das mãos de dom Paulo Mendes Peixoto, no dia 05 de julho, em Romaria, foram ordenados diáconos permanentes os então postulantes Hamilton Ribeiro e Yuri Borges. Já no dia 08 de julho, no Santuário da Abadia, em Uberaba, foi a vez de Mário Miguel Gomes de Assis receber a ordem do diaconato. Centenas de fiéis participaram das celebrações, presididas por dom Paulo e concelebradas por cerca de 20 padres de Uberaba e região. O ato contou também com a presença maciça dos diáconos permanentes e familiares dos candidatos.

Diácono Mário e Dom Paulo

Em sua pregação, dom Paulo relatou as várias funções do diácono permanente, como proclamar a Palavra e servir o altar. Ressaltou que a principal é a da prática da carida-

de. Concluindo, o arcebispo enfatizou que o testemunho de vida deve ser a marca do ministério diaconal. O diácono permanente Mário de Assis, que irá servir na Paróquia São José da Gameleira, falou de sua alegria com a nova missão e pediu à comunidade que ore por ele para que possa cumprir fielmente os compromissos que lhe forem destinados. Yuri e Hamilton prestam serviços no Santuário de Romaria. Com essas três ordenações, a Arquidiocese de Uberaba totaliza 42 diáconos permanentes, sendo que 24 oriundos da segunda turma da Escola Diaconal. Agora resta apenas o postulante Peterson, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, que espera atingir a idade canônica para receber o referido ministério. Rubério Santos

Convite para a Missa do Envio A Arquidiocese de Uberaba tem a satisfação de convidar os padres, diáconos, leigos e leigas para a Celebração Eucarística, presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto, na qual se dará o envio de Padre Geraldo dos Reis Maia, que assumirá uma missão especial como Reitor do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, em Roma. Data: 18 de agosto Local: Catedral Metropolitana Horário: 19h Sua presença será motivo de grande alegria.


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paróquias

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Nova matriz de Santa Bárbara ganha torre

A nova igreja de Santa Bárbara, no bairro Valim de Melo, já conta com imponente torre. No momento, estão sendo feitos serviços de reboco. A conclusão da torre ocorreu há pouco mais de um mês. Ao todo, são 16 metros de torre e mais uma cruz de 2,5 metros, toda iluminada. Também na torre, que fica do lado esquerdo do templo, foi reservado espaço para um campanário, que será adquirido posteriormente. A nova matriz de Santa Bárbara ainda não tem data para ficar pronta. Atualmente estão sendo feitos os serviços de reboco, tanto na área interna como externa. A obra segue com os recursos das festas, promoções e doações através de carnês. O pároco padre Fábio Meira lembra que qualquer doação é bemvinda, sendo que os interessados em

ajudar podem procurar a Secretaria da Paróquia (falar com Rita). Apesar do novo templo já ter sido usado para alguns sacramentos e para as celebrações da Semana Santa, o sacerdote adianta que a festa de dezembro ainda será feita na igreja velha. A obra para a construção do novo templo de Santa Bárbara foi iniciada há cerca de dois anos. Ao todo são 500 m² de construção já cobertos e com o contrapiso. Quando pronta, a igreja terá capacidade para 400 pessoas sentadas. A paróquia de Santa Bárbara, que tem como copadroeira Nossa Senhora do Carmo, fica na divisa dos bairros Valim de Melo e Chica Ferreira, na avenida Iolanda Mota Leite, 1070. Rubério Santos

Templo de São Galvão fica pronto em outubro

Doações para a obra de São Galvão devem ser feitas na Conta 21.890-1, AG 3351-0 do Banco do Brasil

As comunidades dos bairros Moumbi e Pacaembu trabalham com a possibilidade de que a próxima festa de São Galvão, marcada para o período de 16 a 25 de outubro, aconteça no novo templo. As obras estão adiantadas. No momento, estão sendo feitos os serviços de reboco. Após a conclusão do lado externo das paredes, os pedreiros atacam agora o interior do templo. A meta é concluir todo o reboco em 30 dias. Posteriormente, diz padre José Alves, pároco de São Galvão, serão iniciadas duas frentes. “Uma, que é da instalação do forro em gesso, doado por devoto que prefere não divulgar o nome, e outra, que cuidará do assentamento do piso. Os recursos deste trabalho são prove-

nientes da Festa do Milho realizada em junho último, pela comunidade,” relata o sacerdote. Ambos os serviços serão concluídos em outubro. Como a festa de 2014 vai acontecer de 16 a 25 de outubro, se a comunidade aprovar, mesmo inacabado, o templo já poderá ser utilizado para as celebrações eucarísticas. A instalação dos vidros e a aquisição dos demais bancos da igreja serão feitas com recursos oriundos da festa do padroeiro. A construção do novo templo de São Galvão, no bairro Morumbi, começou há cerca de dois anos. O prédio dispõe de 730 m² de construção, sendo que o pé direito chega a quase oito metros. Além da nave, o templo possui espaço am-

plo onde funcionarão a Capela do Santíssimo, a Sacristia e o Escritório da paróquia. Já no segundo piso, o espaço será reservado para as aulas de catequese, uma videoteca e uma biblioteca, inclusive com computadores para acesso da comunidade à internet. Outras novidades estão previstas para a área da igreja. Na parte superior, terá espaço para o coral e, no piso térreo, um local destinado a um presépio permanente e à imagem do Senhor Morto. Os projetos de engenharia e arquitetura da futura matriz de Santo Antônio de Santana Galvão foram doados à comunidade pelo engenheiro Hugo Bichuette e pela arquiteta Cláudia Ribeiro. Rubério Santos


paróquias

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Imagem peregrina da Abadia continua em Uberaba

Imagens religiosas foram destruídas na Matriz de Sacramento Em 16 de julho, duas pessoas invadiram a Igreja Matriz de Sacramento e destruíram diversas imagens religiosas. O autor foi preso em flagrante e, segundo ele, destruiu as imagens por não serem condizentes a seu credo. Além das imagens, o autor também teriam danificado cadeiras do presbitério e do altar, assim como vidraças. Entre as imagens danifica-

Estamos nos programando para a Romaria Arquidiocesana ao Santuário de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja, Romaria, que acontece no dia 15 de novembro. Assim, em preparação para essa romaria as paróquias da cidade de Uberaba estão recebendo desde o dia 31 de maio a visita da Imagem Peregrina de Nossa

Senhora da Abadia, vinda do Santuário de Romaria. Já percorreu duas das quatro regiões pastorais de nossa cidade: Região Catedral e Região Ressurreição. Atualmente, a imagem percorre as paróquias da Região Nossa Senhora da Abadia. Nas paróquias por onde a imagem passa, é bonito de se ver a acolhida e o carinho

que o povo demonstra. Além das Igrejas Matrizes, a imagem visitou escolas, casas de repouso, hospitais e praças. A Imagem ficará em nossa cidade até o mês de setembro. Após esse período, irá para outras cidades de nossa Arquidiocese. Da Redação

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das estava a da padroeira daquele Município, Nossa Senhora do Patrocínio do Santíssimo Sacramento, datada de 1857, de madeira e única no mundo, tombada pelo patrimônio histórico e recentemente restaurada, que seria enviada ao Vaticano em breve, para ser coroada pelo Papa Francisco. Da redação


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especial

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Vocação do Presbítero Diocesano

“O princípio que orienta e anima a vida do presbítero diocesano, como discípulo missionário, é a caridade pastoral como participação da própria caridade pastoral de Cristo Jesus” (Doc 93, 80). A vocação é o chamado pessoal de Deus para uma missão especial junto a seu povo. Deus chama primeiramente para a vida; para seu seguimento, como cristão; para um serviço especial na comunidade de fé; para uma consagração na vida religiosa; para o exercício do ministério ordenado como diácono, presbítero ou bispo. Todas essas belíssimas vocações partem do vínculo com Jesus Cristo e refletem uma fascinante história do amor de Deus derramado em nossos corações, pela ação do Espírito Santo. O documento Diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil (Doc 93), da CNBB, delineia as principais características do presbítero. É ele o homem de oração, “um especialista das coisas divinas, um místico e mistagogo, capaz de auxiliar os fiéis e todos os que o procurarem a encontrar-se com o mistério de Deus” (Doc 93, 64). Como profeta, o presbítero “é o mensageiro da palavra viva de Jesus: o caminho de justiça e a paz que leva à vida, a verdade que orienta os fiéis e todos os seres humanos, a luz que ilumina o discernimento sobre as realidades eclesiais e sociais, a palavra que chama ao seguimento,

à conversão e à mudança de atitudes e comportamentos” (Doc 93, 66). Uma das mais belas figuras do presbítero é a do pastor, expressa pelo número 67 do mesmo documento. Por isso, ele é misericordioso e digno de confiança (Hb 2, 17). É “homem de misericórdia e compaixão, próximo a seu povo e servidor de todos, particularmente dos que sofrem grandes necessidades” (Doc 93, 69). Assim, o presbítero é “discípulo-missionário-servidor” (Doc. 93,70); “é um homem perito em humanidade; por isso, é homem de relação dentro da Igreja e no meio social. Envolve-se com as grandes questões que dizem respeito a toda a sociedade, exercitando a cidadania como dimensão importante em sua vida ministerial” (Doc. 93,72). É preciso que o presbítero esteja atento aos desafios e provocações do tempo atual para que seu ministério seja uma resposta autêntica aos anseios do Povo de Deus no hoje da história. Há variadas espiritualidades que caracterizam a vida presbiteral, de acordo com sua ordem religiosa, congregação ou instituto. E há uma espiritualidade específica do presbítero diocesano, que

encontra “no próprio exercício da caridade pastoral o vínculo da perfeição sacerdotal, que conduz à unidade de vida e ação” (PO, 14). Essa caridade pastoral é uma característica essencial da espiritualidade do presbítero diocesano, vivida na união com o presbitério e com o bispo diocesano. “O pres-

bítero diocesano é chamado a ser missionário na Igreja particular” (Doc 93,79). Precisamos aprofundar mais na identidade e espiritualidade do presbítero diocesano, percebendo a beleza e o fascínio desse ministério. Padre Geraldo Maia

Análise

Redescobrir a vocação nos dias de hoje! Grande desafio que se nos impõe é recuperar a arte da atenção diante da voz que chama! Acossados por uma realidade polifônica e polissêmica, sentimos nossa atenção esmorecer e diluir-se. Afinal, quem chama? Como discernir Aquele que chama, o Senhor, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos variados chamamentos internos e externos a nós? Creio que o primeiro passo é recuperar aquela ancestral atitude e, por isso mesmo, basilar e determinante: a atenção da fé. Conforme nos lembra o Papa Francisco em sua primeira Encíclica, Lumen fidei, a fé é uma conjugação dos verbos “ouvir” e “ver”: ouvir os apelos de Deus Pai nos semblantes humanos, nos caminhos e descaminhos da história! Dessa efetiva conjugação maturamos nossa fé e, por decorrência, nos sentimos mais autorizados na resposta aos apelos do Senhor. Shemá, Israel (cf. Dt 6,4)! O povo é convidado a ficar na escuta do que o Senhor tem a dizer.

Amá-Lo sobre todas as coisas e a seu semelhante como a si mesmo é o cumprimento da Lei. O distanciamento da “escuta” conduziu o povo ao desterro, ao desastre. Não obstante a riqueza teológica produzida no Exílio, o povo amargurou as consequências da não atenção aos apelos de Deus. O profeta Zacarias relembra: “Eles, porém, não quiseram escutar: voltaram-me as costas, revoltados, e taparam os ouvidos para nada ouvir” (Zc 7,11). Ouvir e, ao mesmo tempo, enxergar a realidade presente nos capacitam a responder com mais inteireza ao chamamento do Senhor. Com os ouvidos atentos no que diz a Palavra e com os olhos voltados para a história, reencontramos a paz necessária do discernimento. Diz Isaías: “Vistes muitas coisas sem lhes dar atenção, tivestes os ouvidos abertos sem escutar” (Is 42,20). Realidade polifônica e polissêmica! Como outrora, vemos a superficialidade das coisas; temos medo de atentar aos fatos. Ouvimos, mas não captamos o essencial. O desafio

cresce: como discernir os apelos do Senhor numa realidade caleidoscópica? A arte da atenção nos coloca em sintonia fina com a vontade de Deus. O chamado à existência e, por conseguinte, à vocação cristã só pode ser respondido com a consciência de que ainda não somos aquilo que Deus nos propôs desde o início: imago Dei. Vivemos a dialeticidade do pecado e da graça. Não há como fugir desse fato. É bem verdade que Deus é sempre fiel e paciencioso conosco; espera ternamente nossa resposta generosa a Seu amor. No entanto, ainda não adquirimos a completude daquela graça iniciada no dia do Batismo. Temos um longo caminho a percorrer, especialmente na vivência comunitária! Sem essa consciência, podemos equivocarnos na resposta. Viver a vocação cristã nos dias de hoje significa, após ter recuperado a arte da atenção, “ouvir e ver”, colocar-se à disposição dos apelos, nem sempre claros, porém constantes do Senhor da Vida. Significa

experimentar o amor transfundido do Deus vivo e verdadeiro que se verga sobre o caído; é experimentar em nossa carne a bondade que não teme sujar-se com as vicissitudes de nossa condição humana. Vale dizer: é fazer a experiência do encontro que nos recorda nossa verdadeira altura. Um exemplo forte e atual é aquele narrado pelo quarto evangelho: “Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo?” (Jo 4,29). A mulher samaritana reencontrou seu caminho: reencontrou-se consigo, com Deus e com os irmãos. A consequência natural de quem descobre e vive sua vocação é tornar-se mensageiro do amor de Deus. Como a samaritana, compartilha com os irmãos e irmãs o que viu e ouviu no gracioso encontro. Padre José Augusto da Silva (josausilva@yahoo.com.br) Pároco da Matriz São Domingos (Poços de Caldas) e Professor na FACAPA (Pouso Alegre)

Arquidiocese ganhará cinco novos padres em dezembro Em 14 de junho, pela imposição das mãos do arcebispo uberabense, foram ordenados diáconos transitórios os jovens Douglas Araújo, Gustavo Fernandez, Hélio Silva, Leandro Silva e Ronan Júnior. Na oportunidade, dom Paulo Mendes Peixoto disse que uma ordenação é sempre momento de bênção

para a Igreja. Ressaltou que a função principal do diácono é de servir. Por isto, é fundamental estar sempre disponível. O arcebispo criticou o candidato que se preocupa mais com o que vai ganhar na paróquia do que com a missão e arrematou: “Queremos padres com vida de simplicidade e testemunho”.

Após receberem o primeiro grau da ordem, os diáconos continuam servindo nas paróquias onde vinham cumprindo estágio pastoral. Em meados de dezembro deste ano, os cinco diáconos serão ordenados sacerdotes. Rubério Santos

Pastoral Vocacional

A vocação é um chamado especial de Deus a cada um de nós. Jesus Cristo chamou os apóstolos para segui-lo em sua missão de evangelizar. Hoje em dia, a Igreja necessita de vocações que respondam ao chamado de Deus com generosidade e desprendimento para os diversos ministérios. Ser padre, religioso ou religiosa nos tempos modernos torna-se grande dádiva de Deus para os jovens que procuram, com amor e maturidade, responder a esse chamado. A pastoral vocacional arquidiocesana é composta por leigos, psicólogos, diáconos permanentes, religiosas, religiosos, seminaristas e padres. Estamos estruturando nossa equipe em um processo de formação, de acordo com os critérios da CNBB e do Regional Leste II. Procuramos trabalhar com jovens das paróquias e comunidades em encontros e acompanhamento vocacional. Em cada região da arquidiocese, com o apoio dos padres, estamos formando a pastoral vocacional com o objetivo de atender melhor as paróquias mais próximas. Nosso trabalho é bastante abrangente, visando ajudar os jovens nas escolhas e discernimento de sua vocação. Desejamos dar condições ao jovem para escolher e se engajar numa pastoral da Igreja, onde a cada encontro faça sua experiência de Deus, enriquecendo sua espiritualidade e descobrindo seu papel no serviço da comunidade. Ainda enfrentamos muitos desafios nesse trabalho, como o fascínio pelas redes sociais, o consumismo e outros. Também temos como desafio a falta de atenção de algumas paróquias na divulgação da pastoral e do trabalho que já está sendo realizado. Somos todos chamados a rezar pelas vocações, e o apoio de todas as comunidades fará criar em nossa arquidiocese um clima vocacional. Que Deus, nosso Pai, e Nossa Senhora abençoem o trabalho vocacional de nossa Arquidiocese. * Em 31/08 acontecerá o 2º encontro vocacional para rapazes e moças a partir de 14 anos. Informações pelos telefones 3315-0147 e 9972-1332. Padre Manoel Messias Coordenador da Pastoral Vocacional


especial

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Num Mundo Fluido, Decisões Contudentes

Uma frase que se celebrizou na medida da excelência do teólogo que a exprimiu, Karl Rahner, nos diz: “ou o cristão será um místico ou não será cristão”. Ela faz patente o fato de que vivemos indubitavelmente uma grande busca de Deus em nossos dias. Esse fenômeno acentuado da busca de Deus ou de alguma forma de transcendência é latente tanto nos movimentos eclesiais, quanto em grupos esotéricos. Tal realidade fenomênica nos mostra uma realidade ainda mais profunda: o ser humano é profundamente religioso.

Deus chama para decisões contundentes

Embora todos os cristãos sejam chamados desde o batismo a uma resposta contundente a Deus, uma vez que ser cristão é uma opção que norteia a vida de quem a tomou, o Jornal Metropolitano nos propôs esse diálogo sobre a vocação religiosa e sacerdotal. Sobretudo a

questão: na cultura contemporânea, quem são os vocacionados à vida religiosa e sacerdotal? Na situação em pauta, trata-se de jovens que se sentem chamados, em seu mais íntimo, a uma vida de consagração a Deus que os chamou por meio do serviço ao próximo. Eles vivem em determinado momento de sua vida uma intuição que os leva a romper com os atrativos que são oferecidos a sua volta. Não é rara a existência, nos meios de comunicação social, de matérias diversas com documentários, entrevistas com pessoas, inclusive, para a mentalidade comum, “muito bem sucedidas na vida”, que deixam família, trabalho, até empresas em busca de uma experiência maior. Nós, dominicanos, temos notado que muitos jovens que nos procuram já passaram dos primeiros encantos da adolescência. Fato que se repete em outros institutos e nos seminários diocesanos. São jovens adultos que estão cursando ou já terminaram suas

faculdades e agora buscam um novo estilo de vida. Aparentemente, estão mais cientes do que procuram.

Um Caminho a discernir

Por outro lado, para a Igreja e, sobretudo, para os ditos “formadores”, nem tudo são apenas encantos. O salmista canta: “Mostrai-nos, Senhor, vossos caminhos e andaremos na estrada certa” (Sl 25). Em meio a tamanha diversidade de experiências e possibilidades, é preciso discernir as motivações mais honestas. Afinal, em razão da diversidade cultural, existe também uma busca vocacional indeterminada, que precisa ser aprofundada. Muitas vezes, é o caso de uma procura de segurança espiritual em meio a uma sociedade na qual o sentido religioso está difuso, bem como material. Por isso, chegam vocações cuja busca é proporcionalmente difusa. E se falta clareza dos jovens daquilo que estão buscando, tanto mais falta clareza dos meios que elegem para alcançar

Irmãs Carmelitas Missionárias de Santa Teresa do Menino Jesus A Congregação das Irmãs Carmelitas Missionárias de Santa Teresa do Menino Jesus surgiu por ocasião da Canonização de Santa Teresinha, em 17/05/1925, da união de dois ideais: o ideal de Rosa Curcio (Madre Maria Crucifixa) de “fazer reflorescer o Carmelo”; e o ideal missionário de Padre Lourenço Van Den Eerembeemt, de fundar um Carmelo Missionário. “A finalidade do Instituto é realizar o ideal de Santa Teresinha, isto é, as Missões. O fim secundário é a educação da juventude, especialmente a mais abandona-

da. O fim principal permanece sempre a vida missionária” (Padre Lourenço, 1929). Nosso carisma tem como ponto central a espiritualidade carmelita, com ênfase na Pequena Via de Santa Teresinha: confiança e abandono em Deus. Concretizando o ideal missionário, as primeiras irmãs italianas chegaram a Paracatu/MG, em 06/01/1948, seguiram para o Paraná em 1959 e, em 16/07/1964, a convite de Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, iniciaram a missão nesta cidade. Atualmente, somos três comunidades: Santa Teresinha – Casa Provincial e Noviciado; Maria, Rainha

da Paz, que desenvolve a missão no Educandário Menino Jesus de Praga, atendendo 240 crianças e adolescentes de nossa cidade, e a Comunidade Padre Lourenço, em Frutal, que desenvolve a missão no Educandário Padre Lourenço. Em todas as Comunidades buscamos viver nossa consagração, sendo na Igreja e comunidade a expressão da ternura e bondade de Deus, visando, como Santa Teresinha, “tornar Jesus conhecido e amado por todos”. Um jeito fascinante de seguir Jesus! Ir. Zélia da Conceição Dias, CMSTMJ

esse caminho, a exemplo do jovem que tem seu ego muito dilatado e deseja uma vida comunitária ou aquele que não consegue desvencilhar-se de redes sociais e procura uma vida contemplativa. Como a clareza é sempre utopia e a formação é permanente, todos se formam continuamente, formando e formador. Então, a virtude da paciência tornou-se uma condição elementar. Para o conjunto da Igreja, no entanto, vivendo a paciência e entregue à docilidade do Espírito Santo que vai aclarando seu caminhar, irrompe com maior contundência uma questão, sobretudo para os formadores: formar para quê? Em outros termos: qual modelo de padre, religioso, missionário desejamos formar para a Igreja? As respostas podem vir a ser no seguinte horizonte: alguém que irá interagir com o mundo contemporâneo que tem sede de Deus? Ou alguém que encontra segurança num retorno aos modelos mais tradicionais mar-

cados pelo uso de hábitos e muitos símbolos que distinguem o universo comum do religioso? Em termos diretos: a Igreja irá formar para Evangelizar o ser humano na cultura hodierna ou para conservar aqueles que já estão nas naves da igreja? No fundo, “vocações sempre tereis”, afirma um documento de João Paulo II. Resta a nós termos consciência de nossa missão e nos prepararmos para responder a ela como um chamado do Senhor: “Vem e segue-me!”(Mc 2, 14). E assim, não fazermos mal, visto que depois o próprio Senhor poderá constatar: estas são ovelhas cansadas e abatidas como sem pastor (Mt 9, 36). Por isso, a oração, como abertura ao Espírito Santo, deve sempre acompanhar-nos em todo o contínuo processo de discernimento. Frei Helton Barbosa Damiani, OP Mestre de noviços e vigário na Paróquia São Domingos

Congregação Dominicana de Nossa Senhora do Rosário de Monteils “Eis aqui uma norma dominicana de vida: cumprir por amor a vontade de Deus. ” Madre Anastasie A formação na Congregação de Nossa Senhora do Rosário de Monteils, no Brasil, acontece em etapas para melhor articular o processo, visto que a formação é permanente e exige de nós muita dedicação e aprofundamento. Nosso carisma é “VIVER E ANUNCIAR O REINO DE JUSTIÇA, VERDADE E VIDA AOS SEDENTOS DA BOA NOVA DE JESUS”. O carisma anastasiano gavaldense brotou em Anastasie por inspiração do Espírito e foi pacientemente alimentado por seu tio, padre Jean Pierre Gavalda. Esse carisma nasceu no século XIX, no sul da França, quando a ausência de organismos públicos para atender as necessidades do ser humano exigiu uma ação complementar da Igreja. O analfabetismo era grande, a ignorância religiosa maior ainda, bem como o abandono dos doentes pobres. Anastasie, atenta a essa realidade do povo sofrido e com a ajuda de seu tio, deu sua resposta fundando uma congregação religiosa que, num século e meio de existência, tem procurado responder a estes e outros clamores de nosso tempo. Nossa vida se estrutura nos quatro pilares dominicanos: vida de ORAÇÃO, vida de ESTUDO, vida de COMUNIDADE, vida de

MISSÃO. Nossa espiritualidade é viver o Evangelho encarnado na realidade em que estamos, no hoje de nossa história. Nossa missão é a PREGAÇÃO DA PALAVRA. Temos grandes desafios a enfrentar neste século, com relação às vocações, pois a messe é grande e as operárias são poucas. A juventude atual, em quase todos os países, vive um momento cultural complexo, com muitas opções de vida, em que a opção “Vida Religiosa Consagrada” não significa mais uma grande motivação. No Brasil, temos jovens que nos procuram para o discernimento e para o ingresso no processo formativo, mas infelizmente não são muitas. Por outro lado, temos a certeza de que o Senhor da Messe não desampara aqueles que nele confiam. Nossa Congregação vem florescendo no continente asiático, vivendo como nossa fundadora, na simplicidade e no meio dos pobres. E, assim, vemos o futuro sendo garantido. É bom lembrar que em 2015 celebraremos 164 anos de mundo (1850/2015) e 130 anos de missão no Brasil (1885/2015). Portanto, é com Fé e Esperança que queremos manter nossa Equipe de Formação, nossas equipes vocacionais nas Comunidades e nosso processo formativo. Temos que louvar ao Senhor, o dono da Messe, por nossa história, e rezar confiantes para que nos envie mais operárias. Irmã Esther Maria Silva Beghelli


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pastorais e movimentos

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Encontro prega a evangelização no cotidiano cristão Com os grandes desafios que a Comunicação Pastoral vem enfrentando com a nova cultura digital (redes sociais), o 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação e o 2º Seminário Nacional de Jovens Comunicadores em Aparecida do Norte, no período de 24 a 27 de julho de 2014, apresentaram nos seminários, plenários e conferências as novas ações comunicativas, que podem colaborar com a ação evangelizadora da Igreja, tendo Nossa Senhora Aparecida sido consagrada à Comunicação com o tema: “Comunicar com Cristo, como Ela o comunicou e continua comunicando”. As palestras do Padre Antonio Spadaro, SJ e do professor Elson Faxina abordaram o novo ambiente que as redes sociais provocaram na comunicação. A comunicação imediata que necessita “do amigo”, “do curtir”, para que exista. É com este olhar da informação do like que os agentes

comunicativos precisam adequar-se para não produzirem informações desnecessárias. Evangelizar na realidade cotidiana do cristão, com conteúdos que possam apresentar a boa nova da Igreja que é Jesus. Assim, foi discutida a postura do agente comunicativo. Além das ferramentas que a tecnologia disponibiliza, precisa viver o testemunho de agente da Igreja e, assim, assumir o papel de protagonista com sua informação, evitando publicar mensagens ou imagens sem nenhum critério, como o exemplo dado por Spadaro: “Pensemos que o mundo é um conjunto de objetos. E esses objetos, um nó de informações, como um mosaico onde uma pedra precisa das outras. Os conteúdos que estão fora do contexto cristão são vazios. E a comunicação/evangelização é conectar este conteúdo às pessoas”. Em outro momento, foi destacada no seminário Teoria e Prática da

Pascom a necessidade do estudo do Diretório de Comunicação da Igreja do Brasil, documento referência para todas as Pascom, diocesanas ou paroquiais. Irmã Éldie Maria Fogaroli, Assessora Nacional da Comissão para a Comunicação da CNBB e uma das autoras do documento, pontua como essencial o aprofundamento do estudo: “Não pode existir uma Pascom em uma diocese ou paróquia sem este Diretório. Ele não foi feito para consultas, mas para ser o início do trabalho”, conclui. O encontro foi finalizado com a reunião das Regiões (Uberaba está na Região Leste 2), onde foi debatida uma melhor comunicação entre as dioceses e os coordenadores de Regiões. Também foi lida uma mensagem enviada por nosso Santo Papa Francisco, em que pede para “não permanecermos fechados na paróquia, nas nossas comunidades, na nossa instituição paroquial ou na nossa institui-

Missão Continental promove encontro de Formação sobre Planejamento Missionário e Pastoral No período de 14 a 18 de julho, aconteceu em Brasília a Semana de Formação para Coordenadores Diocesanos de Pastoral, promovido pela Comissão Episcopal para a Missão Continental e Centro Cultural Missionário (CCM). Foi direcionada para todos aqueles que participam de equipes de coordenação da ação evangelizadora nas Dioceses e membros do COMIDIS, além dos interessados na articulação da ação pastoral e missionária nas Igrejas Particulares. O tema do encontro foi “Planejamento Pastoral Missionário na Igreja Local” e teve por objetivo oferecer um serviço de formação e capacitação em vista da realização do planejamento, no sentido de colocar a Igreja em estado permanente de missão. O encontro contou com 42 participantes inscritos, vindos de todas as regiões do país e contribuindo com sua experiência para enriquecer o debate e o horizonte desse ministério de coordenação na Igreja.

No espírito do Documento de Aparecida e da proposta do Papa Francisco de termos uma “Igreja em saída”, foram estudados temas como o sentido e a mística do processo de planejamento, a dinâmica pedagógica no exercício das propostas metodológicas de trabalho, a inserção do Serviço de Animação Missionária na dinâmica de realização do Planejamento e em seu produto, o Plano de Ação Pastoral. Um momento particularmente rico foi a realização de um “labora-

tório”, em que os participantes puderam usar sua experiência para compor propostas concretas de planos missionários de pastoral. Coordenado pelo Padre Sidnei Marco Dornelas, CS, assessor da Comissão Episcopal para a Missão Continental, colaboraram com sua assessoria Padre Ari Antônio dos Reis, Padre José Carlos Pereira e Padre Estêvão Raschietti, SX. Padre José Edilson Silva

ção diocesana, quando tantas pessoas estão à espera do Evangelho! Ser enviados não é simplesmente abrir a porta para que venham, para acolher, mas é sair pela porta para buscar e encontrar!”. “Sem esquecer que o espaço digital, antes de ser uma mera rea-

lidade tecnológica, é antes de tudo um lugar de encontro entre homens e mulheres, cujas aspirações e desafios não são virtuais, mas reais e têm necessidade de uma resposta concreta”, conclui o Papa. Alex Maia

Pastoral da Saúde leva humanização aos hospitais Criada em meados de 1997, a Pastoral da Saúde cumpre papel fundamental na evangelização e conforto espiritual junto aos pacientes e profissionais da área de saúde em Uberaba. Nesses 17 anos a Pastoral da Saúde sempre teve à frente padre Selmo Mazetto, na qualidade de Diretor Espiritual e, posteriormente, a partir de 2007, como pároco da Paróquia Pessoal da Saúde, oportunamente criada por dom Roque Oppermann. A Pastoral da Saúde trabalha basicamente junto às instituições de saúde, hospitais e universidades da cidade. A ação é tanto hospitalar como domiciliar. O principal trabalho é a visita hospitalar, a cargo dos agentes da Pastoral, como também do capelão. A Pastoral da Saúde busca ainda a formação e o treinamento de seus integrantes, assim como o apoio aos sacerdotes na montagem dessa pastoral nas paróquias. Durante as visitas, ressalta padre Selmo, são ministrados aos pacientes e profissionais vários sacramentos,

como a confissão, comunhão e unção dos enfermos. Outros objetivos, relata, são o de proporcionar conforto espiritual aos enfermos e familiares, humanização no campo hospitalar, evangelização e promoção da fé. Além dessas ações, a pastoral conta com uma série de celebrações. Na capela do Hospital São Domingos, que funciona como sede da Paróquia Pessoal da Saúde, as missas acontecem de terça a domingo, sempre às 18 horas. No Hospital de Clínicas, a celebração ocorre todos os sábados, às 15 horas, enquanto no Hélio Angottti sempre às quintas-feiras, às 19h. Já no São José, a missa é realizada todo dia 19 de cada mês, por ser dia dedicado a São José. Outro momento forte é a celebração do dia da padroeira, 23 de agosto. Nessa data, acontece a tradicional carreata de Nossa Senhora da Saúde que percorre a cidade, passando em frente aos hospitais, terminando com a missa solene e a coroação da Virgem Santíssima.

flexão na vida dos jovens, interação entre os participantes e unidade entre as paróquias da Arquidiocese, facilitando, assim, um engajamento desses

jovens nos eventos arquidiocesanos.

Rubério Santos

Retiro do EJC Em 29 de junho deste ano, na Chácara Medalha Milagrosa, em Uberaba, aconteceu o retiro anual do EJC - Encontro de Jovens com Cristo, reunindo assim todas as paróquias que têm esse movimento na Arquidiocese. O Encontro teve à frente o Conselho Arquidiocesano do EJC, sendo o Diretor Espiritual padre José Bezerra e o casal de tios Gilson Baltazar dos Santos e Glória Beatriz Souza e Santos e demais tios e jovens das paróquias onde há o movimento. Participaram as paróquias: Abadia de Sacramento, São José de

Uberaba, Santa Bárbara, São Judas Tadeu, Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores, Santo Expedito e alguns jovens de outras paróquias que já participaram dos encontros, mas ainda não implantaram o EJC. Tivemos nesse retiro várias palestras, missas, deserto, momentos de lazer e cultura com o tema: MISSÃO E ALEGRIA – O JOVEM CONTAGIA, incluindo também teatro, danças e paródia. Entre tios e jovens das paróquias participantes éramos 163 pessoas. Esse retiro foi o segundo realizado por nossa Arquidiocese. Os diretores espirituais que estiveram

dando apoio integral ao encontro foram os padres Fábio, Alex e José Bezerra. O encontro, além de momentos de muita alegria, proporcionou re-

Tios Gilson e Glorinha / Padre José Bezerra


evangelização e religiosos

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Arquidiocese intensi�ica apoio Notícias da Catequese ao Movimento Mãe Rainha Buscando dar apoio e também expansão ao Movimento Mãe Rainha na cidade, a Arquidiocese de Uberaba está ouvindo e traçando planos com os respectivos grupos. O assunto está sendo tratado pela Coordenação Arquidiocesana de Pastoral. Algumas reuniões já ocorreram, envolvendo representantes das nove paróquias que fazem esse movimento vivo em Uberaba. Segundo padre José Edilson da Silva, Coordenador de Pastoral, a meta é dar apoio aos grupos existentes, ajudando-os a se estruturarem melhor. “Futuramente, queremos expandir esta ação, tanto criando novos grupos na cidade, como levando este trabalho para outros municípios da Arquidiocese,” ressaltou. Os representantes do Movimento Mãe Rainha entendem que esse apoio é fundamental, porque dará força e

Regional Leste II Entre 24 e 27 de julho aconteceu o Encontro Regional de coordenadores e assessores diocesanos de catequese em Belo Horizonte, com estudo de temas referentes à Iniciação à vida Cristã, com a colaboração do Padre Taborda, sj. Foram momentos de atualização catequética das coordenações diocesanas, partilha de experiências catequéticas e análise da realidade catequética das dioceses do regional Leste II. Todo o conteúdo apresentado no encontro será partilhado com os catequistas da Arquidiocese de Uberaba. Escola Catequética Nos dias 26 e 27 de julho foi realizado mais um módulo da Escola Bíblico-Catequética Dom Aloísio Roque Oppermann, com a presença de diversos alunos de nossas paróquias. O tema estudado foi Cristologia, com assessoria do Padre Geraldo dos Reis Maia, que possui estudos de doutorado nessa área pela Universidade Gregoriana de Roma/Itália.

legitimidade aos grupos. Os grupos Mãe Rainha peregrinam com as capelinhas em 30 famílias durante o mês. A função primordial é a oração pelas famílias. Em nossa Arquidiocese, a maior

concentração desse movimento se verifica na cidade de Araxá, onde, inclusive, foi criada uma paróquia dedicada à Mãe Rainha. Rubério Santos

Monsenhor Valmir celebra 25 anos de sacerdócio A Igreja Particular de Uberaba estará celebrando em 24 de agosto o Jubileu de Prata de vida sacerdotal de monsenhor Valmir Aparecido Ribeiro. Um alfenense de nascimento e uberabense de coração. Para celebrar a data, foram marcadas três celebrações. A primeira será no próximo dia 24, na Catedral Metropolitana, onde monsenhor Valmir responde como pároco desde outubro do ano passado. A Missa Solene em Ação de Graças pelos vinte e cinco anos de sua Ordenação Sacerdotal será às 11 da manhã. No mesmo dia, às 19h, as comemorações se voltam para a Paróquia de Santa Teresinha. Já no dia 26 de agosto, data exata da ordenação dos padres Valmir e Alécio, a celebração será no Mosteiro da Glória, às 7h30. Natural de Alfenas – MG, monsenhor Valmir Ribeiro, 53 anos, iniciou sua caminhada presbiteral em Aparecida – SP, onde fez Filosofia. Em Uberaba, cursou Teologia e

depois foi ordenado sacerdote pela imposição das mãos de dom Benedito de Ulhoa Vieira. Recém-ordenado, assumiu como pároco de Nossa Senhora do Carmo, na cidade do Prata, onde permaneceu por mais de sete anos. Depois, veio para Uberaba onde foi pároco de Santa Teresinha por longos doze anos. Em seguida, assumiu a matriz de Sacramento, retornando a Uberaba em 2013. Inicialmente, assumiu a Reitoria do Seminário São José, depois a Paróquia do Rosário e, por fim, a Área Pastoral Santa Edwiges até sua elevação a paróquia em setembro do ano passado. No mês seguinte, tomou posse como pároco à frente da Catedral. Também em sua caminhada, monsenhor Valmir atuou como ecônomo da Arquidiocese de Uberaba durante seis anos, foi professor do Seminário e membro do Colégio de Consultores e Conselho de Presbíteros. Desde 2013, coordena a Pas-

toral Arquidiocesana de Comunicação, tendo impulsionado a Rádio Metropolitana, dado cara nova ao site da Arquidiocese, e modernidade e riqueza de conteúdo ao Jornal Metropolitano. Rubério Santos

Dia do Catequista 2014 No próximo dia 24 de agosto ocorrerá a Concentração Arquidiocesana de Catequistas quando iremos estudar a Iniciação à vida cristã sob a orientação do Padre Luís Gonzaga (Diocese de Santos/SP) que, em seus estudos acadêmicos, concluiu o curso de Teologia e se especializou em Catequese na Universidade Pontifícia Salesiana em Roma/Itália, e atualmente leciona no Curso de Teologia para Leigos do Instituto Beato José de Anchieta. Na oportunidade, comemoraremos o dia do Catequista com Celebração Eucarística presidida por Dom Paulo Mendes Peixoto. Convidamos todos os catequistas da Arquidiocese de Uberaba para esse momento tão importante e especial para nós. Comissão Pastoral para Animação Bíblico-Catequética

Padre Alécio também comemora Jubileu de Prata

Também estará comemorando seu Jubileu de Prata sacerdotal padre Alécio Donizete Freire, 49 anos, atual pároco de Aparecida de Minas. Após celebrar os 25 anos de sacerdócio com monsenhor Valmir, em 26 de agosto, no Mosteiro da Glória – em Uberaba, padre Alécio celebrará a data com seus paroquianos de Aparecida de Minas. A missa festiva será no dia 30 de agosto, às 19h30, na matriz de Nossa Senhora Aparecida. Natural do Carmo do Rio Claro – sul de Minas, Alécio Freire fez Filosofia em Poços de Caldas – MG e Aparecida – SP. Já a Teologia cursou no Seminário São José, sendo ordenado padre por dom Benedito de Ulhoa Vieira, em 26 de agosto de 1989. Foi pároco em Conquista durante dez anos. Depois, atuou em Santo Antônio, em Frutal, São Geraldo Majela, no Alfredo Freire e Santa Luzia onde, na função de vigário paroquial, pôde formar-se em Jor-

nalismo. Posteriormente ajudou a criar a Área Pastoral São José Tutunas, atualmente paróquia. De 2009 a 2013, trabalhou no Rio de Janeiro, mais precisamente na Capelania de São Jorge, zona oeste da capital carioca. De volta a Uberaba, foi designado para Aparecida de Minas, onde permanece. Da Redação


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formação

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Sacramentos

Eucaristia: Sinal do Reino Pelo Batismo aprendemos a viver a Páscoa de Cristo em nossa vida. Recebemos todos os dons para levar uma vida como filhos e filhas de Deus. Na celebração da Eucaristia, os batizados vivem a Páscoa de Jesus. Viver a Páscoa significa oferecer com Cristo tudo aquilo que vivemos no dia a dia, as alegrias e as esperanças, as dores e as angústias, as conquistas e o cansaço, como doação e entrega para a construção de uma sociedade mais humana. Isto é acolher o Reino, assumir a missão de Jesus, como refletíamos no Sacramento do Batismo. Por Cristo, com Cristo e em Cristo. O Sinal da Eucaristia no pão e no vinho consagrados como corpo e sangue de Cristo quer nos unir a Cristo para que sejamos transformados por ele. “Quem come minha carne e bebe meu sangue permanece em mim, e eu nele” (Jo 6,56) e “permanecei em mim, como eu em vós! Como o ramo não pode dar frutos por si mesmo se não permanecer na videira, assim também vós se não permanecerdes em mim” (Jo 15,4). Assim, o sacramento da Eucaristia deve ser visto em suas várias dimensões, sua compreensão é sempre maior do que podemos alcançar com nossos sentidos. Primeiramente, a Eucaristia é memorial, é o sacramento da presença do Crucificado-Ressuscitado no

meio de sua comunidade comprometida com o Reino de Paz e Justiça. Durante a celebração eucarística, Jesus está presente na comunidade que se reúne, que é o corpo do Senhor; está presente no ministro ordenado, que preside a celebração, como Cristo, cabeça da Igreja. Também se encontra na Palavra Anunciada, pois é Cristo quem proclama as Escrituras. Com isso, toda a ação celebrativa é importante e toda ela nos mostra a pessoa de Jesus, CrucificadoRessuscitado. A Eucaristia nos revela uma dimensão eclesial, pois faz a Igreja Corpo de Cristo. O Espírito Santo une toda a assembleia reunida para a celebração da Eucaristia para que, em comunhão com o corpo eucarístico de Cristo, forme um só corpo, o corpo da Igreja. “O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Porque há um só pão; nós, embora sendo muitos, somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão” (1Cor 10, 16b-17). Por isso, formamos uma só comunidade unida por um só Batismo, uma só fé e um só Espírito. Deixemos de lado as divisões pequenas que queiram separar-nos. Tomemos consciência da grandeza de nossa fé, que ultrapassa situações superficiais e pessoais, para nos fixarmos no que é eterno e fundamental em nossa vida.

Além da dimensão eclesial, existe também a dimensão escatológica. “Pela Eucaristia, assimilase, por assim dizer, o ‘segredo’ da ressurreição” (São João Paulo II). Dessa forma, antecipamos a glória final que receberemos como filhos e filhas de Deus. Como Igreja estradeira, peregrina, que caminha rumo ao Céu, buscamos no exemplo daqueles que já cumpriram sua caminhada, que já contemplam a face do Pai, para que também nós, através de seu auxílio, cheguemos até lá e, com toda a Igreja do céu e da terra, possamos cantar com toda a natureza redimida por Jesus e sua Cruz e os Anjos: “Santo, santo, santo”. Assim, a cada celebração apressamos a vinda definitiva do Reino,

pois dizemos: “Anunciamos, Senhor, vossa morte e proclamamos vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!” (cf. 1Cor 11,26). Na Eucaristia, então, celebramos nossa dimensão eclesial, ou seja, nossa vida comunitária, na esperança de chegarmos um dia à Casa do Pai, dimensão escatológica. Contudo, não podemos esquecer a dimensão social da Eucaristia, não podemos esquecer-nos de nossos irmãos que não têm o pão de cada dia. “Se há necessitados entre nós, é sinal de que a Eucaristia ainda não surtiu em nós seu efeito”. Aí encontramos sentido para ofertar gêneros alimentícios na procissão dos dons na celebração, trabalharmos como voluntários em ONGs, assumirmos

os trabalhos pastorais em nossas comunidades, enfim, buscarmos cumprir o que o Senhor nos diz em seu Evangelho: “Eu tive fome e sede, estava nu, doente e na prisão e cuidastes de mim; todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequeninos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 40). Assim, a Eucaristia tornase vida em nossa vida e, ao nos aproximarmos desse sacramento, buscamos assumir o anúncio do Reino de Deus. Através da partilha de vida, doação, amor, entrega total de si, entramos na Escola de Jesus, que nos traz vida em plenitude até o fim.

Marítima (At 24,27) ou durante a prisão em Éfeso (não registrada explicitamente). As Cartas Pastorais são dirigidas às comunidades, mas com um destinatário pessoal. São as Cartas 1 e 2 a Timóteo e a Tito. Embora a Carta a Filêmon também tenha essa característica, não é classificada entre as pastorais, pois estas se referem à vida da Igreja, especialmente no tocante aos ministérios, à atividade pastoral dos presbíteros, diáconos, epíscopos, bem como às características cristãs dos esposos, pais e filhos. As Cartas Pastorais são de uma datação mais tardia. Sobre a redação das Cartas Paulinas, foram ditadas por Paulo a amanuenses (redatores), o que era uma prática muito comum. Paulo as autenticava escrevendo uma ou duas sentenças finais de próprio punho (Rm 16,22 (Tércio); Gal 6,11); em

algumas dessas sentenças, ele escrevia o próprio nome (1Cor 16,19-21; Col 4,18; 2Tes 3,17; Fm 19). Os redatores não eram meros copistas; tomavam parte ativa da composição das cartas. Esses secretários recebiam como delegação a autoridade do Apóstolo e escreviam sob sua ordem ou, na ausência dele por viagem, cárcere ou morte, escreviam a partir dos arquivos, notas e, sobretudo, a partir do que aprenderam do Apóstolo. Na presença deles, Paulo as assinava ou deixava, ao final do texto, algum traço específico seu; em sua ausência, a veracidade da carta dependia de seu teor e de sua concordância com o testemunho do referido Apóstolo. As Cartas de Paulo foram motivadas por alguma necessidade local das comunidades. Impossibilitado de se fazer presente, Paulo enviava sua orientação, especialmente quanto à

organização da comunidade e à clareza da fé, combatendo as possíveis heresias nascentes. Paulo não escreveu a todas as comunidades, nem escrevia sempre. As cartas eram redigidas ocasionalmente, quando surgiam problemas ou necessidades. O Apóstolo não seguiu um projeto de evangelização escrita e nunca imaginou que suas cartas se tornariam parte da Sagrada Escritura. As Cartas Paulinas eram instrumento pastoral, um complemento de sua pregação oral em que Paulo aproveitava para, diante de um problema local, expor metodicamente o Evangelho como ele o entendia, vivia e pregava. As Cartas de Paulo são testamento de seu amor ao Evangelho sendo apresentado a suas comunidades, como orientação, exortação, correção e expressão de amor em Cristo Jesus.

Padre Saulo Emílio

Estudos Bíblicos

As Cartas Paulinas Tendo conhecido um pouco sobre a pessoa do Apóstolo Paulo, antes de adentrarmos a teologia de cada Carta Paulina, é importante uma abordagem geral sobre elas. As Cartas foram escritas para as comunidades fundadas por Paulo ou por ele visitadas (como o caso de Roma) e tratam de problemas surgidos na ausência do Apóstolo. Gozam da autoridade de Paulo por personificarem sua presença e sua voz – a exceção é a Carta aos Romanos, por ser uma comunidade que Paulo não conhecia quando escreveu a carta, mas já manifestava seu desejo de visitá-la. Também a Comunidade dos Colossenses não foi fundada diretamente por Paulo, mas por Epafras, seu colaborador, e estava no campo missionário paulino. As Cartas de Paulo podem ser

divididas em três grupos: Cartas Capitais, Cartas do Cativeiro e Cartas Pastorais. As chamadas Cartas Capitais são as principais cartas escritas por Paulo quanto à teologia. São elas: Romanos, Gálatas 1 e 2 Coríntios. Escritas no auge de sua ação missionária, fornecem as principais informações sobre o conteúdo da mensagem paulina. As Cartas do Cativeiro são identificadas como Filipenses, Efésios, Colossenses e Filêmon. São assim chamadas por terem sido escritas no período do cativeiro de Paulo, entre suas viagens. A tradição as coloca nos dois anos de prisão em Roma, mas isto seria aplicado mais à carta aos Filipenses. As demais – e mesmo a de Filêmon – poderiam ter sido escritas no período de prisão em Cesareia

Padre Marcelo Lázaro


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notícias da igreja

Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2014

XVI Congresso da Região Leste do ECC Assembleia Regional O XVI Congresso da Região Leste do Encontro de Casais com Cristo – ECC (Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), realizado nos dias 18, 19 e 20 de julho de 2014, em ColatinaES, contou com a participação significativa da Arquidiocese de Uberaba (Arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto, Diretores Espirituais, casais integrantes do Conselho Arquidiocesano, Diretor Espiritual e casal setorial regional) e Dioceses integrantes da Região da Província VII. O objetivo maior do Con-

gresso foi o de integrar e fortalecer o Encontro de Casais com Cristo em sua caminhada, como SERVIÇO-ESCOLA da Igreja, buscando seguir Jesus: Caminho, Verdade e Vida. Organizado pela Diocese de Colatina e inspirado no tema: “Família: Berço da Vida, Protagonista da Fé” e no lema: “Chegou perto, viu e moveuse de compaixão” (Lc 10,33), o Congresso levou-nos à reflexão, a partir de textos bíblicos, da realidade e dos fatos cotidianos de nossas Igrejas particulares, das

famílias na vivência do testemunho a Cristo. Os momentos fortes do XVI Congresso foram aqueles que realçaram nas famílias e nas Igrejas ali representadas a dimensão samaritana: proximidade, simplicidade e criatividade transformadora (“chegar perto, ver e mover-se de compaixão”), reforçando a relação amorosa com o OUTRO, presente no esposo, esposa e filhos, e, sobretudo, nos pobres. Equipe do ECC

dos Presbíteros A CNBB – CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL e a CRP – COMISSÃO REGIONAL DE PRESBÍTEROS – LESTE II organizam a próxima Assembleia Regional que acontecerá entre os dias 25 e 28 de agosto de 2014, no Retiro das Rosas, em Cachoeira do Campo – MG. Nessa Assembleia estarão presentes os Representantes dos Presbíteros e os Delegados que participaram do 15º Encontro Nacional dos Presbíteros para que, juntos, possam fazer o aprofundamento, a reflexão e a avaliação do mesmo, ocorrido em fevereiro deste ano no Santuário Nacional de Aparecida – SP, cujo Tema ainda está vivo em nossa memória: “Concílio Vaticano II e os Presbíteros no Brasil: Testemunhas da Fé, Esperança e Caridade” e o Lema: “Estai sempre prontos a dar razão da esperança a quem a pedir.” (Cf. 1 Pd 3, 15). Nessa Assembleia também faremos os encaminhamentos de nosso Regional: eleição da nova Presidência

e preparação para o XXXI Encontro de Formação Permanente que acontecerá em Cachoeira do Campo – Retiro das Rosas, entre os dias 26 e 30 de janeiro de 2015. Que nesse encontro, juntos possamos continuar construindo a fraternidade presbiteral. A Pastoral Presbiteral enviará para a Assembleia Padre Ricardo Luiz de Melo, representante dos Presbíteros, e Padre Rone Carlos da Silva, que participou do 15º Encontro Nacional dos Presbíteros. Padre Ricardo Luiz de Melo Representante dos Presbíteros

Festa de

Nossa Senhora D’Abadia Uberaba/MG

10a 15 de Agosto 2014

Programação

SEXTA-FEIRA 1º/08

SÁBADO 09/08

Intenção do dia: Comunicadores e Profissionais dos Veículos de Informação.

Intenção do Dia: Religiosos e Consagrados.

SÁBADO 02/08 Intenção do Dia: Policiais Federais, Estaduais, Civis, Militares, Bombeiros, Guardas Municipais e Agentes Penitenciários. CARREATA: 09h

DOMINGO 03/08

DOMINGO 10/08

Intenção do Dia: Juventude.

SEGUNDA-FEIRA 11/08 Intenção do Dia: Romeiros.

TERÇA-FEIRA 12/08 Intenção do Dia: Empresários, Operários, Comerciantes e Comerciários.

Intenção do Dia: Famílias e Gestantes.

QUARTA-FEIRA 13/08

SEGUNDA-FEIRA 04/08

Intenção do Dia: Profissionais da Educação e Estudantes.

Intenção do Dia: Idosos.

TERÇA-FEIRA 05/08 Intenção do Dia: Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

QUARTA-FEIRA 06/08 Intenção do Dia: Profissionais da Saúde e Enfermos.

QUINTA-FEIRA 14/08 Intenção do Dia: Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, Cerimoniários e Coroinhas.

SEXTA-FEIRA 15/08 Intenção do Dia: Peregrinos e Devotos de Nossa Senhora D’Abadia. Missa: De hora em hora das 06h às 15h

QUINTA-FEIRA 07/08 Intenção do Dia: Voluntários do Santuário Nossa Senhora D’Abadia.

COROAÇÃO: 18H.

PROCISSÃO: Após a Coroação – Roteiro: Praça. da Abadia; R. Conde Prado; R. SEXTA-FEIRA 08/08 Castro Alves; R. Patos; Av. Prudente de Intenção do Dia: Agricultores e Pecuaristas. Moraes e Praça da Abadia.


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espaço memória

Jornal Metropolitano - Uberaba, agosto de 2014

Padre Zeferino, do sacerdócio à dramaturgia Padre Zeferino Batista do Carmo, o padre Zeferino, tem poucos documentos retratando sua passagem por Uberaba, mas aqui ele construiu a Igreja do Rosário e foi precursor da Arte Dramática. Homem culto e precursor da dramaturgia em Uberaba, Padre Zeferino Batista do Carmo, o Padre Zeferino, tem pouca coisa registrada de quando esteve no município. Realizou, porém, ações importantes. Nascido em Paracatu, em 1791, Padre Zeferino foi ordenado sacerdote e foi para o Desemboque em 1818, como escrivão interino do Juízo Eclesiástico da mesma comarca. Transferiu-se para Uberaba, como coadjutor do Vigário Antônio José da Silva, o Vigário Carlos, e estabeleceu-se na “Chácara do Comércio”, local onde esteve a Velha Estação da Companhia Mogiana. Historiadores registraram que, em 1827, padre Zeferino morava na praça da Matriz, em uma casa localizada na esquina da praça Rui Barbosa com a rua Artur Machado, do lado esquerdo de quem desce a rua.

Padre Zeferino era um apaixonado horticultor e sua chácara era riquíssima em plantações das mais finas. Plantou a primeira vinha de Uberaba e foi o primeiro a fabricar vinho no município. Em 1839, iniciou a construção da Igreja do Rosário, em frente ao Hotel Modelo, mas a obra foi concluída por outras pessoas em 1842. A igreja, que era semelhante à de Santa Rita, recebia principalmente a população negra para as celebrações, sendo também chamada Igreja dos Negros. Essa igreja foi demolida em 1924, pelo então prefeito Leopoldino de Oliveira, sem muitas explicações e motivações, em nome do progresso. Em seu lugar foi aberta a avenida Getúlio Vargas, décadas depois. Segundo a professora Eliane Mendonça, a Igreja do Rosário ficava “de

frente ao Hotel Modelo, na rua Getúlio Vargas, onde hoje existem algumas palmeiras”. Ainda há registro fotográfico da época – mas de seu construtor, Pe. Zeferino, não existem mais imagens. O sacerdote era membro do Partido Liberal e foi eleito vereador secretário da Câmara Municipal de Uberaba. Vítima de perseguição dos “Conservadores”, após a Revolução Liberal Mineira, foi preso, juntamente com José Inácio de Meneses, sofrendo, na cadeia, as maiores humilhações. Desgostoso, mudou-se para a Província de São Paulo, fundando na Fazenda Paraíso o Arraial “Santa Rita do Paraíso”, atual cidade de Igarapava, onde foi o primeiro vigário. Homem culto, Padre Zeferino sabia música, fazia versos, compunha peças para teatro. Foi o introdutor da Arte Dramática no Triângulo Mineiro, estimulando os amadores que representavam em palcos improvisados. Escreveu peças musicais para a primeira banda de música de Uberaba, a dos “Bernardes”, e peças teatrais. Padre Zeferino também foi diretor cênico dos dramas, comédias e monólo-

gos que eram feitos em Uberaba e apresentados em palcos improvisados montados de assoalhos elevados nas ruas, praças e quintais das moradias uberabenses. Foi o juiz que presidiu e julgou a primeira medição dos limites da povoação de Uberaba, em execução da Resolução Provincial Mineira nº 206, de 2 de abril de 1841. Também foi agraciado com a nomeação de Cônego Honorário da Capela Imperial. Em Uberaba, foi promotor de capelas e resíduos das Fazendas “Campo Belo”, “Fortaleza” e “Paraíso” (de Campo Belo do Prata, hoje, Campina Verde), doação feita pelo sertanista paulista João Batista de Siqueira e sua mulher Dona Bárbara Bueno da Silva a Nossa Senhora, Mãe dos Homens, onde foi instalado o Seminário dos Padres Lazaristas, que funcionou a partir de 1842, por quase 30 anos. Faleceu em Santa Rita do Paraíso aos 82 anos de idade, no dia 6 de dezembro de 1873. Maria das Graças Salvador Aparecida Manzan

Padre Zeferino construiu a Igreja do Rosário e para isso ensinou os negros a erguerem as paredes; igreja foi demolida em 1924, pelo então prefeito Leopoldino de Oliveira


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