Jornal
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Ano 6 - 34ª Edição - maio/2013 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba
Cristãos celebram Pentecostes Graças ao Espírito Santo, Igreja se mantém viva A Igreja Católica comemora em 19 de maio a Festa de Pentecostes. A cerimônia, ainda no período pascal, relembra a descida do Espírito
Prova disso é o novo Jornal Metropolitano Esta edição já vem maior e toda colorida. A rádio e o site também apresentam novidades. Página 02
Santo sobre os apóstolos. O Espírito Santo é a razão maior de a Igreja manter-se viva. Página 07
Vicentinos em Aparecida Centenas de vicentinos estiveram em Aparecida/SP, comemorando os 180 anos de fundação da Sociedade São Vicente de Paulo. Uberaba foi representada por 150 confrades. Página 08
O trabalho dignifica o homem Em primeiro de maio, comemorou-se o dia do trabalho. Há, porém, razões para, de fato, comemorar tal data? Em um mundo que oferece tantas ocupações indignas e subhumanas, não causa estranheza que
Pascom dinamiza meios de comunicação
o governo brasileiro enalteça tanto a nova legislação sobre o trabalho doméstico. O que a Igreja tem feito para combater tantas injustiças no mercado de trabalho? Página 06
Papa ficará oito dias no Brasil
Nhá Chica é beatificada
De acordo com programação oficial divulgada pelo Vaticano, o papa Francisco chegará ao Brasil no dia 22 de julho e permanecerá até dia 29. A maioria dos compromissos está vinculada à Jornada Mundial da Juventude. Página 11
N e s t e m ê s o S a n t o Pa d r e beatificou Nhá Chica, que viveu em Baependi, Minas Gerais. Ela é a primeira beata negra do Brasil. Página 11
Obra de São Galvão A construção do novo templo de São Galvão, no bairro Morumbi, entrou neste mês numa nova etapa: o reboco das paredes. Você pode colaborar doando qualquer quantia em conta no Banco do Brasil. Página 06
Dom Eduardo: testemunho de fé Uma das novas editorias do Metropolitano leva o nome de Testemunho da Fé. E para estreá-la, nada melhor que enfocar um dos primeiros missionários do catolicismo na região, o bispo Dom Eduardo da Silva. Página 12
Maio: mês de Maria
ESPECIAL. Santuários atraem
milhares de fiéis Esta edição do Metropolitano traz repor tagens especiais sobre dois dos santuários marianos da nossa Arquidiocese: Medalha Milagrosa, em
Devoção a Santo Expedito É crescente em Uberaba a devoção a Santo Expedito, o protetor das causas impossíveis. A peregrinação à paróquia do bairro Manoel Mendes é tanta, que se fala até na construção de um Santuário. Página 04
Uberaba, e Nossa Senhora da Abadia, em Romaria. Vale a pena conferir. Páginas 04 e 05
Araxá poderá ter mais uma paróquia No próximo dia 27, padre Aluízio toma posse à frente da Quase Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em Araxá. Nos últimos tempos a comunidade foi dirigida por padre Luizinho que, junto com os paroquianos, implementou significativos avanços naquela comunidade, como melhoria do templo e fortalecimento das pastorais. Anteriormente, a comunidade era dirigida pelo Padre Luizinho, que, juntamente com os paroquianos, implementou significativos mudanças, como a melhoria do templo e o fortalecimento das pastorais - pontos estes favoráveis à transformação da Igreja de Aparecida em Paróquia.
Iniciação Cristã Maio é um mês abençoado, porque dedicado à Mãe das mães: a Bem-aventurada Virgem Maria. Nesta edição, o padre Saulo fala do “sim” de Maria, que mudou a História da humanidade, além dos títulos que ela recebe e dos vários predicados dessa mulher de fé.
Página 10
Esse será o principal tema da tradicional Assembleia Arquidiocesana da Catequese, marcada para agosto. Com ampliação da equipe, a CAC mostra-se fortalecida na busca de seus objetivos de evangelização. Página 09
A direção do Jornal Metropolitano agradece a todos que tornaram possível esta edição
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artigos
Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013
Editorial
Minguado Salário Caro leitor... Já não é de hoje que sabemos que a “comunicação é a alma do negócio”. O ditado popular, em grau e proporção, pode ser referência para qualquer segmento, inclusive, a Igreja Católica, cujo maior comunicador foi o próprio Cristo. Dentro dessa importância da comunicação e com a chegada de nosso atual arcebispo, dom Paulo Mendes Peixoto, há um ano (1º de maio de 2012), a Arquidiocese de Uberaba começa a experimentar um novo momento nessa área. Sob a tutela de monsenhor Valmir Ribeiro, foi formada a Pastoral da Comunicação – Pascom. São três segmentos que envolvem rádio, site e jornal, sem falar na TV que entrou na era digital. Esta edição de maio é o primeiro experimento do Jornal Metropolitano em seu novo formato. Ganhamos em espaço, com mais páginas e tamanho da folha (40 x 26), em qualidade do papel jornal e também no visual. Afinal, todas as doze páginas virão coloridas. Outro avanço o leitor poderá observar na riqueza do conteúdo, pois agora somos uma equipe e não “euquipe”. Da elaboração da pauta à confecção das matérias, seguramente, participaram mais de 30 pessoas, todos colaboradores. Alguns jornalistas, outros professores, empresários, sacerdotes e leigos. Pessoas que dominam suas áreas e que ajudarão a levar aos leitores, em diversas editorias, um pouco da igreja arquidiocesana. Agora em maio, ênfase para os trabalhadores. Dia 1º foi dedicado a todas as categorias. Será que temos o que comemorar? O governo falou em Rede Nacional que sim, mas o trabalhador que tentar viver do minguado salário mínimo o que pensa: pode ter esperança no amanhã? Tais assuntos são tratados nesta edição, que enfoca também os milhares de postos de trabalho gerados pela Igreja Católica e sua defesa e apoio para que o trabalhador lute sempre por seus direitos, por um salário digno e por seguras e higiênicas condições de trabalho. Você já parou para pensar o quanto tem sido sugado em seu trabalho? Dizem que o trabalho dignifica o homem, o que é verdade. Entretanto, não basta; afinal, alguns trabalhos mais fazem escravizar as pessoas em pleno século XXI, onde o trabalhador recebe até menos que o mínimo ou pior, como os bolivianos que vêm para o Brasil e na produção de vestuário em São Paulo recebem migalhas e ainda têm que pagar por alojamentos apertados e em condições sub-humanas. Por outro lado, muito trabalhador também não faz por onde, aliás, faz o contrário. Chega atrasado ao trabalho, é campeão em atestado, não produz o que poderia e ainda influencia negativamente os colegas. Quem reclama direitos não pode esquecer jamais dos deveres. O Metropolitano conclama o leitor a fazer sua parte, denunciando e cobrando atitude das autoridades. Afinal, você também é trabalhador. Aleluia! Jornalista Rubério Santos
Dia do Trabalho O Primeiro de Maio é sempre uma marca na vida dos trabalhadores. E não é para menos, porque viver na ociosidade é curtir um sintoma de indignidade. O trabalho dignifica a pessoa e a torna feliz. Não é fácil viver desempregado, principalmente quando se tem saúde e disposição para trabalhar. É destruidor sentir-se improdutivo e sem esperança para o futuro. Pior ainda vendo o sofrimento da família, não tendo como sustentá-la. A Igreja, em seus documentos referentes ao mudo do trabalho, está convencida de que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do homem e da mulher sobre a terra. E, como pessoa, o ser humano é sujeito do trabalho. Na verdade, o primeiro fundamento do valor do trabalho é a pessoa. O trabalho é para a pessoa e não a pessoa para o trabalho. Isto significa que a pessoa é mais importante do que o trabalho. É imoral escravizar as pessoas com o trabalho em vez de dignificá-las com esse instrumento de vida. O valor do trabalho está no padrão de dignidade dado ao trabalhador. Sabemos historicamente que a era industrial, materialista e economicista trouxe mudanças radicais nos valores. Passa-se a valorizar excessivamente o que é produzido, isto é, a mercadoria. A comida chega a ter mais valor do que quem a fez. Daí o trabalhador é tratado como instrumento de produção, fazendo surgir a classe proletária. Cai por terra todo aspecto da solidariedade, do respeito e do valor de quem trabalha. E isto constitui uma ferida para a humanidade. A cultura capitalista, endeusando o lucro, criou o sistema do desemprego e do subemprego. Agora, nem o trabalhador nem o trabalho têm importância. Importa o lucro, mesmo não gerando trabalho e não valorizando o trabalhador. É importante ter em conta que o
trabalho constitui o fundamento sobre o qual se dignifica a vida familiar. Isto é um direito fundamental e uma vocação de toda pessoa. A família é uma comunidade tornada possível pelo trabalho. E é por isto que, no Primeiro de Maio, ficamos sensibilizados, porque o trabalho é gerador de vida, mas também de morte. Devemos estar do lado de todas as entidades que lutam pela vida, principalmente aquelas que fazem do trabalho e do trabalhador instrumentos de dignidade humana. Não podemos ficar convivendo com situações em que, na relação de trabalho e mercado, as pessoas estejam sendo injustiçadas. Sentimos o clamor de tantas pessoas que procuram emprego e não conseguem. Queremos estar solidários com os jovens que buscam seu primeiro emprego e se decepcionam diante das exigências que lhes são impostas, impedindo que trabalhem. Sentimos o mesmo com aqueles que não têm como sustentar dignamente suas famílias, porque seus salários são insuficientes. Enfim, todos são convocados a descobrir e agir para que o trabalho seja caminho de construção de uma sociedade nova e justa, onde todos tenham condições de vida digna e feliz. Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba
Um novo tempo para a Pastoral da Comunicação Em sua origem grega, “evangelizar” significava “anunciar boas notícias”. Apesar de não possuir conotação religiosa, esse foi o termo escolhido para descrever um dos aspectos mais relevantes da fé cristã: a missão de anunciar a Palavra de Cristo. De acordo com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (CNBB), são essenciais à missão de evangelizar não apenas o anúncio explícito da Palavra de Deus, como também o diálogo com todos para a aproximação respeitosa, a busca da verdade e a promoção da convivência fraterna. Recentemente, a Arquidiocese de Uberaba decidiu revitalizar a Pastoral da Comunicação, adotando uma série de medidas que possuem como dupla finalidade potencializar sua ação evangelizadora e adequar a veiculação de informações à realidade contemporânea dos meios de comunicação. Assim, mudanças pontuais estão sendo realizadas e poderão ser percebidas por toda a comunidade católica durante os próximos meses. A Rádio Metropolitana está passando por diversas modificações estruturais, que incluem a aquisição de novos equipamentos, contratação de funcionários e incremento na grade de programação. Com a proposta de ser uma voz amiga que alcance as pessoas onde quer que elas estejam, novos programas estão sendo preparados para veiculação ao lado de sucessos já consagrados, como os programas comandados pelo arcebispo emérito Dom Aloísio Roque Oppermann e pelo Pe. Reginaldo Manzotti. Além disso, diversos sacerdotes e membros da comunidade leiga aderiram ao projeto, e irão colaborar com as novas atividades radiofônicas. Muito esforço também está sendo envidado para difundir informações na internet com mais qualidade. Merecem destaque a revitalização do site da Arquidiocese (http://www.arquidiocesedeuberaba.org.br/), com a devida atenção à
indispensável interatividade com as mídias sociais, bem como o ousado projeto de veiculação na rede dos conteúdos do jornal, rádio e programas televisivos, e a futura criação da Central de Mídias da Arquidiocese, com espaço físico próprio. A contratação de empresa especializada, para atuar em conjunto com a equipe, está em fase de negociações. No que tange ao Jornal Metropolitano, uma nova equipe trabalha para conciliar a propagação da doutrina cristã com o estreitamento dos laços entre a comunidade católica e as atividades realizadas pela Igreja no âmbito da Arquidiocese. Com a missão de informar para evangelizar, ampliou-se a distribuição e alcance de um jornal física e materialmente reformulado, o qual traz, a partir desta edição, espaços destinados especificamente às notícias das nossas paróquias e ações pastorais, à formação dos fiéis, às mensagens do clero, ao resgate da história da Arquidiocese, sem olvidar as várias matérias especiais. Diversos sacerdotes e leigos serão convidados, a cada edição, para contribuir com a criação Jornal, conforme os temas a serem abordados. Todas essas ações implementadas pela Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Uberaba possuem um único objetivo: que a Igreja possa anunciar, com mais eficácia, as boas notícias do Reino de Deus. Francine Moura Limírio
Lembrando a águia fênix Os antigos exprimiam seu desejo de vida, em constante renovação, através da lenda do pássaro que emerge das cinzas, a fênix. Desse lugar de morte definitiva, a ave arrancava de si forças insuspeitadas, para surgir, cheia de energia, para mais um longo período de vida. O mundo moderno parece sorrir diante dessa ingenuidade. De fato, a sobrevida acontece em certos valores, que pareciam “já cheirar mal”, mas que, mais do que de repente, retomam nova trajetória de vitalidade. Foi o que aconteceu com a realidade pastoral chamada paróquia. Logo após o Concílio, apareceram inúmeros coveiros, dispostos a entoar o ofício fúnebre e prestar-lhe a homenagem de um enterro cristão. Os afoitos consideravam a circunscrição da Paróquia um organismo
“medieval”, que “não tem mais nada a dizer”, que nasceu num ambiente “rural” e o mundo de hoje é “urbano”. Só que os guardas-noturnos – apesar de terem dado o alarme – não sabiam dizer quem estava chegando. E jamais alguém o dirá. Ninguém soube o que colocar em lugar da Paróquia. Segundo os romanos, a natureza tem horror vacui, não suporta o nada. Mesmo envergonhadas, as organizações paroquiais prosseguiram e agora aparentam repetir a maravilha de uma nova fênix. Por enquanto (vários séculos), a organização paroquial não tem alternativa. O que é preciso fazer é libertá-la de seu excessivo aparato territorial, que a coloca numa camisa de força; distribuir melhor as tarefas e pôr a funcionar o exército de Leigos,
disponíveis para trabalhar; socorrer de pronto o pobre do Pároco, exausto ao acudir inúmeras frentes simultaneamente. “Aliviei tuas costas do peso excessivo” (Sl 81,7). Todavia, o que é mais urgente fazer é aplicar duas adaptações: formar pequenas comunidades, ou grupos bíblicos, isto é, não só preocupar-se com a grande assembleia litúrgica paroquial, mas com a Igreja que se reúne nas casas e onde o leigo tem campo aberto; e sem perda de tempo, partir em busca das ovelhas extraviadas, as anêmicas. Uma circunscrição eclesiástica que tem a coragem de se preocupar com os ausentes, vai ter “vida em abundância” (Jo 10, 10). Ah, e falta mais uma coisa: é preciso crer que a graça divina acompanha esse organismo humano e ao mesmo tempo divino da
paróquia. Só podemos ter sucesso se acreditarmos no que fazemos. Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo Emérito de Uberaba, MG
Expediente Órgão oficial de comunicação da Arquidiocese de Uberaba E-mail: jornalmetropolitano.diocese@gmail.com Assessor PASCOM: Monsenhor Valmir Ribeiro Jornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG - e-mail: santoruberio@gmail.com Editorias : Rubério Santos e Francine Moura Correção: Amábile e Luiza Nogueira Direção Comercial: (34) 9181-6867 e 9942-8633 Impressão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail alexesmmaia@gmail.com Distribuição: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba Tiragem: 10 mil exemplares
Leonardo Henrique dos Santos - OAB/MG 133.834 Aparecido Signato de Melo Neto - OAB/MG 117.668 Guilherme Leitão Borges - OAB/MG 127.956
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arquidiocese
Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013
Alunos da Escola Diaconal recebem Ministério de Leitor No dia 27 de março (quarta-feira santa), durante a Missa da Unidade, 25 alunos da escola diaconal da Arquidiocese deram mais um passo em sua formação. Na presença do clero da Arquidiocese e de representações de todas as Paróquias, Dom Paulo Mendes Peixoto conferiu aos alunos da Escola Diaconal o Ministério de Leitor. Os alunos estavam acompanhados por suas esposas. O Ministério de Leitor é conferido a leigos católicos e é também o primeiro passo para aqueles que são candidatos ao Sacramento da Ordem, em qualquer um dos graus (Diaconato, Presbiterato e Episcopado). Sobre o Ministério de Leitor, diz o Pontifical Romano: “O Leitor é instituído para a função que lhe é própria, de proclamar a Palavra de Deus nas Assembleias Litúrgicas. Por isso mesmo, na Missa e nas demais ações sagradas, será ele a fazer as leituras da Sagrada Escritura (com exceção, porém, do Evangelho); na falta do salmista, será ele a recitar o salmo entre as leituras; quando não houver diácono ou cantor, será ele a enunciar as intenções
Agenda
maio 19
SOLENIDADE DE PENTECOSTES Formação de Catequistas – Região Conceição das Alagoas Assembleia Arquidiocesana da Pastoral Familiar e Movimentos Familiares – Colégio Marista, das 9 às 17 horas
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SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE 5ª Peregrinação Nacional da Família – Aparecida-SP
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Reunião do Conselho de Formadores
24 a 26 da oração universal; a dirigir o canto e a orientar a participação do povo fiel; a preparar os fiéis para a recepção digna dos Sacramentos. Poderá, além disso, à medida que for necessário, ocupar-se da preparação de outros fiéis que, por encargo temporário, devam ler a Sagrada Escritura nas ações litúrgicas. Para poder desempenhar essas funções, cada vez com maior aptidão e perfeição, procura meditar
Noite de Orações
A RCC de Uberaba promoveu no dia 02 de maio Noite de Orações na Paróquia do Santíssimo Sacramento. O pregador foi Eros Biondini, da Canção Nova. A paróquia recebeu grande número de fiéis para a Noite de Orações. A maioria, membros da renovação carismática, alguns, inclusive, de cidades vizinhas, como Delta e Araxá. A pregação em preparação para a Jornada Mundial da Juventude coube ao missionário Eros Biondini, deputado federal licenciado. Depois de momentos de louvor, Eros relatou testemunhos de fé que pôde acompanhar ou mesmo vivenciar, como de um sobrinho que, desenganado pelos médicos, por milagre, se curou de meningite. O missionário falou ainda do Ano da Fé, lançado pelo papa Bento XVI e comentou o especial momento de re-
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novação que vive a Igreja com o papa Francisco. Indagado por nossa reportagem, o parlamentar, atual secretário de Estado dos Espor tes, afirmou ser contra a redução da maioridade penal. Ela não irá resolver a questão, apenas remediar, sentenciou. A noite de orações foi encerrada com a entronização do Santíssimo Sacramento pelo vigário paroquial padre Fabiano. Rubério Santos
com assiduidade a Sagrada Escritura”. “O Leitor consciente da importância do ofício recebido terá o cuidado de aplicar-se e de lançar mão de todos os meios oportunos para alcançar mais plenamente e cada dia desenvolver o conhecimento e o suave e vivo amor para com a Sagrada Escritura, de modo a tornar-se um discípulo mais perfeito do Senhor”. Nossa Comunidade Arquidiocesa-
na une-se em oração pelos alunos da escola diaconal, afim de que tenham verdadeiro amor à Palavra de Deus e busquem, pela Leitura Orante, a intimidade com a Escritura Sagrada. Parabéns aos novos Leitores! Que o Ministério seja exercido com dignidade e fidelidade ao Magistério da Igreja. Direção da Escola Diaconal Santo Estêvão
Visita Pastoral Dom Paulo Mendes Peixoto esteve na Paróquia do Santíssimo Sacramento no mês de abril para a visita pastoral – visitação que o bispo realiza oficialmente às paróquias e comunidades de sua diocese a cada cinco anos, como legítimo sucessor dos apóstolos de Jesus Cristo, e que serve para confirmar os fiéis na fé, trazendo esperança para a caminhada missionária e evangelizadora da comunidade, como afirmou o próprio Dom Paulo. Sua presença foi um forte sinal de comunhão e unidade. Como objetivos de sua visita, destacamos: 1) Proporcionar ao pastor a oportunidade de estar em meio a seu rebanho; 2) Dar-lhe a possibilidade de conhecer mais e melhor àqueles que pastoreia; 3) Celebrar com seu povo, orando a Deus por ele. No período de 04 a 07 de abril, várias atividades proporcionaram ao Arcebispo uma visão de conjunto de nossa paróquia. Houve Celebração Eucarística de abertura, com apresentação do relatório
Visita Pastoral na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Sebastião, em Água Comprida
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Reunião da Coordenação Arquidiocesana de Pastoral (CAP), no Centro Pastoral, às 20h
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SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI Missa em Araxá-MG, às 9h Missa em Uberaba-MG, às 16h
31/05 a 01/06
– Encontro do GREBICAT
pastoral, visitas às comunidades religiosas, escolas, prefeitura. Destacamos o encontro com alunos do colégio Marista, com catequizandos e catequistas da paróquia, bem como com alguns grupos de serviços. As celebrações foram importantes para a manifestação da fé de nosso povo. Durante a semana, no sábado e no domingo, nosso Arcebispo explicou durante a homilia o que significava sua visita, demonstrando que é a presença do Pastor que deve estar mais próximo do rebanho. Encerrando a visita, Dom Paulo celebrou, no domingo pela manhã, a missa da Primeira Eucaristia e, à tarde, a Crisma para os jovens de nossa paróquia. Para nós foi muito importante ter nosso Arcebispo em nosso meio. Tornounos mais confiantes e firmes na fé e mais dispostos ao trabalho de evangelização. Agradecemos a Dom Paulo essa oportunidade e pedimos que volte sempre. Padre Gilberto Araújo
junho 3a5
CONSER-LESTE II (Belo Horizonte)
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Solenidade do Sagrado Coração de Jesus (Dia de Oração pela Santificação do Clero e Padroeiro da Arquidiocese de Uberaba)
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Visita Pastoral na Paróquia de São Sebastião em Pedrinópolis-MG
7a9
INAPAF – 2ª fase – Uberaba
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Reunião com a Equipe da CAC – 19h
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Reunião Coordenadores de Regiões Pastorais – 9h Reunião Conselho de Presbíteros – 14h
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Atualização Teológica do Clero com Padre Godoy – Centro Pastoral
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Oração e formação – Leigas Consagradas O Seminário de Filosofia Nossa Senhora da Abadia convida você e sua família para participar da nossa Noite de Massas, que será realizada no Salão Paroquial da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento (Igreja da Adoração), 08 de junho, às 19h30. Convites no valor de R$15,00.
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paróquias
Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013
Santo Expedito, hoje! Riquíssimas demonstrações de fé, devoção e uma alegria sem igual contagiaram nossa querida Uberaba entre 10 a 19 de abril, por ocasião da grande festa em louvor a Santo Expedito. Conta-se que esse Santo fora possivelmente um soldado que sofreu martírio no século IV. Às tentações que lhe sugeriam deixar para amanhã sua adesão a Cristo, rejeitou firmemente com o célebre brado Hodie! (hoje), isto é, não se pode adiar a conversão. Também seu nome é muito sugestivo: derivado do termo italiano “spedito”, que significa “rápido”, Expeditus é conhecido como o “santo das causas urgentes”. Todos os anos, especialmente no dia 19 de abril – afirmam os paroquianos do bairro Manoel Mendes –, a igreja é visitada por um número expressivo de fiéis que vêm confiar à intercessão de Santo Expedito suas realidades: as coisas da vida, do cotidiano, as enfermidades que fazem nosso povo sofrer tanto, as dificuldades enfrentadas principalmente pelos mais pobres, as famílias... Quanto se pede pelos filhos por quem mães simples e piedosas choram e oferecem tudo quanto seja possível para que deixem as drogas e retornem à vida! E cantam insistentemente: Santo Expedito, socorre-me agora!, clamor que só pode ser compreendido por aqueles que também em suas vidas já passaram pela experiência da dor. Não se trata, porém, do santo da dor, pois os pedidos, as súplicas e os testemunhos de tantas graças alcançadas dão-se na esperança de
ser atendido. É, pois, com espírito bem festivo – dirá o povo fiel – que se reza a Santo Expedito. E em 2013, a alegria foi ainda maior: é visível – posso testemunhar – a paróquia animada, feliz, empolgada com a presença de seu pároco o Padre José Bezerra Pereira, (desde 11 de janeiro), motivada por seu pastoreio firme e presente no meio da comunidade. Desde que chegou, não mediu esforços para reunir o povo, escutar e conhecer a sua realidade. E a resposta foi uma liturgia bem rezada, de verdadeiro encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo. Durante a novena, diariamente, as missas foram celebradas por padres de nossa arquidiocese e no dia 19, dia do padroeiro, foram celebradas nove missas, todas com imensa participação dos devotos. A celebração da Grande Festa teve início às 18 horas, com missa seguida de procissão, quando os presentes puderam expressar seu carinho e gratidão
à intercessão de Santo Expedito. Todos os dias, após os momentos litúrgicos e devocionais, os paroquianos e tantos uberabenses puderam encontrar-se e estreitar laços fraternos em nossa grandiosa quermesse, com deliciosos pratos, bebidas, leilões, muita animação, com direito a concorrer a um carro novo no último dia. As pessoas estavam felizes, trabalhando sem parar a fim de prestar serviços de qualidade e boa acolhida. Na verdade, têm consciência de que um dos alcances primordiais da festa deste ano visa a um nobre objetivo: a construção da casa paroquial. Posso dizer, pois, com satisfação, do rosto de nossa paróquia: um povo feliz e com a fé renovada. [...] Levarei seu nome pelo mundo afora!
Festa do Cristo Bom Pastor Há pouco mais de um mês após ter tomado posse na nova paróquia de Cristo Bom Pastor, foi realizada a Festa do padroeiro. Com o tempo reduzido para organizar a festa, além de outras atividades religiosas como confissões, reuniões de regiões pastorais, Semana das Dores e Semana Santa, percebemos o entusiasmo e a dedicação do povo da comunidade, na realização do grande evento para a vida dessa paróquia. A festa aconteceu de 12 a 21 de abril. A dimensão religiosa foi marcada pela participação de muitos fiéis. Cada noite da novena, com a presença dos festeiros e noveneiros de cada noite e de tantos fiéis, contamos também com a presença de vários sacerdotes que serviram a comunidade, mesmo quando ainda pertencia à Paróquia de Santa Luzia. Dos padres que estiveram presentes, destacamos Padre Alvimar Bhering que, até poucos meses, era o pároco dessa comunidade. Também esteve conosco nosso Arcebispo Metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto que, após ter vindo dar a posse para iniciar, nesta paróquia, meu ministério, voltou pela primeira vez para presidir a Eucaristia. Momento marcante ainda na dimensão religiosa foi a participação das crian-
hoje em nosso Santuário, foi transportada em lombo de animais do Rio de Janeiro até a Barra do Piraí. Daí até o povoado de Água Suja veio de trem e em carros de bois. Quando de sua chegada, o povo, feliz, foi esperar a léguas de distância do arraial nascente, tendo sido a imagem benta ali mesmo, naquele lugar campestre onde ocorreu o encontro com o povo. Estando ela rodeada de filhos e devotos, foi recebida triunfalmente, entre aclamações apoteóticas e o espocar dos fogos de artifício, foguetes e morteiros e acordes marciais, sendo então entronizada na Capela provisória. Em 1872 foi criada a paróquia e, em 1874, a festa de Nossa Senhora da Abadia, que se iniciava em 06 de agosto e ia até 15 de agosto, já pôde ser celebrada na nova igreja, ainda em fase de construção. Em 1907 foi concedido o título de Santuário Episcopal de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja. Em 1925, a 16 de julho, a paróquia foi confiada à Congregação dos Sagrados Corações, sendo vigário, de 1926 a 1935, padre Eustáquio Van Lieshout, hoje declarado bem-aventurado pela Igreja. Em razão do grande número de devotos que acorriam a Água Suja, iniciou-se, em 1928, a construção de um novo santuário. Em 1991, a 31 de março, os padres dos Sagrados Corações deixaram Romaria, entregando a coordenação do Santuário ao Arcebispo Metropolitano Dom Benedito de Ulhôa Vieira. Após receber o Santuário, o arcebispo nomeou para reitor Monsenhor Geraldo Magela de Faria que, por cerca de 21 anos, ficou à frente
Padre José Edilson da Silva - Pároco
Seminarista Gustavo Cortez Fernandez (Estágio Pastoral na Paróquia de Santo Expedito em 2013)
História do Santuário de Romaria Por volta do ano de 1867, alguns garimpeiros, vindos de Estrela do Sul, subindo pelo rio Bagagem, encontraram o primeiro diamante num pequeno córrego que desaguava neste rio, surgindo daí um povoado à beira do córrego que, devido às águas barrentas e sujas, provenientes da lava do cascalho, emprestou o nome ao povoado então nascente: ÁGUA SUJA. Seus primeiros habitantes, devotos de Nossa Senhora da Abadia, iam todos os anos a Muquém, no Estado de Goiás, a fim de cumprir suas promessas e honrar a mãe de Deus. A população do povoado foi crescendo, e crescentes também eram as dificuldades para se deslocarem até Muquém, surgindo, assim, a ideia de construir uma capela em honra a Nossa Senhora da Abadia, se os emissários do governo imperial não viessem incomodá-los nesse recanto, com a designação para o serviço na guerra do Paraguai. Foi feito um pedido formal ao bispo de Goiás Dom Joaquim Gonçalves de Azevedo, para que permitisse a construção da capela e para que os peregrinos que a visitassem obtivessem os mesmos favores espirituais de que gozavam os fiéis em Muquém, com o que o prelado concordou graciosamente. No ano de 1870 foi construída uma Capela provisória, iniciando-se o transporte de material para o futuro Santuário. Providenciaram, também, a aquisição de uma imagem de Nossa Senhora da Abadia, encomendada de Portugal, na capital do Império. Essa imagem, que temos ainda
ças. No final da Celebração Eucarística, no momento da oração diante da imagem do Cristo Bom Pastor, foram acolhidas inúmeras crianças que, vestidas como o próprio Bom Pastor, motivavam a comunidade paroquial através das invocações, para que todos realizassem as “glorificações” ao próprio Cristo. A dimensão social de nossa festa foi marcada pela participação de muitos membros da comunidade, mas percebemos que há necessidade do envolvimento de muitas outras pessoas. Foi, além da finalidade de arrecadação financeira para as necessidades da comunidade, um grande momento de confraternização e maior integração do padre com seus fiéis. Parabenizo a comunidade pelo grande esforço. Que o Cristo Bom Pastor ampare, proteja e guarde com sua graça todos que doaram o máximo de si para que pudéssemos vivenciar esse grande momento de ação na vida da comunidade. Semelhante ao Cristo Bom Pastor, desejo que o caminhar como pastor e ovelhas nos faça sempre mais atentos ao apelo do Senhor, sendo testemunhas Daquele que por nós deu a vida, para que tenhamos vida e vida em plenitude.
do Santuário como pároco e reitor. Padre Geraldo, como era chamado por todos, fez grandes obras e um excelente trabalho de evangelização, principalmente divulgando a devoção ao Bem-Aventurado Eustáquio. Em 25 de janeiro de 2013, atendendo pedido do arcebispo metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto, assumiu o cargo de reitor do santuário e pároco Padre Márcio Antônio Resende Ruback. Jovem, dinâmico, veio continuar o trabalho desenvolvido por Padre Geraldo, somando esforços e, sob a graça do Divino Espírito Santo, de Nossa Senhora da Abadia, padroeiros de nossa cidade, e do Beato Eustáquio,
Despertar
evangelizar nosso povo, semeando o amor, a paz e a união. Em rápidas palavras, foi assim que o povoado de Água Suja se tornou um centro de devoção mariana para Minas, Goiás, São Paulo e todo o Brasil. Quanto à imagem de Nossa Senhora da Abadia, representa o mistério da Assunção de Nossa Senhora, que leva seu filho nos braços. Por isto mesmo sua festa é comemorada no dia 15 de agosto, dia em que a Igreja celebra a festa da Assunção de Nossa Senhora ao céu e sua coroação como rainha do céu e da terra.
Acordo com a barulhada dos pássaros e quando abro a janela do quarto, meus olhos vislumbram uma paisagem que toma conta do meu ser e se torna um momento mágico. A visão me fascina talvez por ser um concreto recoberto de pedras, que mais parece um castelo das histórias lidas e ouvidas em minha infância. É festa para meus olhos! Quando me deparo com esse monumento, sinto uma força, uma aura, e essa visão fantástica faz até desaparecer o que me entristece e me faz chorar. Essa beleza assimétrica se descortina ante meus olhos e me permite desligar das preocupações e das ausências. O motivo de minha euforia e emoção é um belo Santuário, uma relíquia preciosa que guarda um tesouro que não é ouro nem diamante: “O Sacrário de Deus Vivo” e também imagens que nos fazem lembrar os Santos que fizeram a história do cristianismo e a joia preciosa irradiando bênçãos e luz por todos os lados. Ela nos permite recordar sempre que Jesus teve uma mãe que o afagou, amamentou e o educou: é a imagem de Nossa Senhora da Abadia. Vejo pessoas subindo as escadas que levam ao segundo andar e sinto minhas energias renovando-se. Meu corpo continua na janela e minha alma caminha pelas escadas com aquele peregrino contrito, de quem nem posso descortinar os sentimentos guardados no fundo do coração. Muitas vezes, de joelhos e numa fé profunda, desbrava quarenta degraus, seguindo por um imenso corredor, que culmina num simples altar, onde está a imagem da mãe acolhendo seus filhos. Ali, caminhando rumo ao Santuário, está alguém que com certeza não é incrédulo e de alguma forma vai a um encontro espiritual, saindo dali com a alma lavada e pronta para a renovação.
Hamilton Pires Ribeiro
Neide Emília de Oliveira Gontijo
paróquias
Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013
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Começa a terceira etapa da Igreja de São Galvão Quase Paróquia Nossa Senhora Um sonho dos devotos de São Galvão em Uberaba começa a ser realidade. Os fiéis ganharão nos próximos meses o primeiro templo dedicado ao santo, beatificado pelo Papa João Paulo II e declarado santo pelo Papa Bento XVI. A Igreja de São Galvão está sendo erguida há mais de cinco meses, na Rua Silvério de Azevedo, 515, Bairro Morumbi. A obra está na terceira etapa, entrando na fase de reboco. Indagado sobre o prazo para a conclusão da obra, padre José Alves Caetano, pároco, tem resposta pronta: Não me preocupo com prazo. Tenho fé em Deus que conseguiremos, mas às vezes o tempo de Deus não é o nosso tempo. São 730 metros quadrados de área construída, onde, além do espaço do templo propriamente, estarão a Capela do Santíssimo, Sacristia, Secretaria e Salas de Catequese. Quanto à possibilidade de uma residência do pároco no mesmo terreno, padre José Alves deixa a decisão por conta da comunidade. Os devotos contam com o apoio da imprensa, com arrecadações nas missas e
de Lourdes das Torres
festas. A Festa do Milho acontecerá de 13 a 16 de junho, e a Festa de São Galvão, em torno do dia dele, 25 de outubro. Primeiro santo nascido no Brasil, o frade franciscano Antônio Santana Galvão ficou famoso pelas “Pílulas de São Galvão”, pequenas frases sobre Nossa Senhora entregues aos fiéis em formato de pílulas, para o alívio de suas dores. O Santana de seu nome decorre da devoção, desde a infância, a Santa Ana, avó de Jesus. “São Galvão era simples, dotado de
inteligência e muito caridoso. Ele construiu o Mosteiro da Luz, em São Paulo, onde foi sepultado. Por isso é também padroeiro dos profissionais da construção civil”, explica padre José Alves. Quem quiser contribuir para a construção da Igreja de São Galvão, pode fazer doações pelo Banco do Brasil, Agência 3351, conta 21.890-1. O contato com a Paróquia pode ser feito pelo telefone 3311-1920. Paulo Ferreira / Jornalista
No dia 22 de agosto de 2012, a comunidade de Nossa Senhora de Lourdes, pertencente à Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças, Bairro Boa Vista, recebeu seu título de Quase Paróquia. Naquele mesmo dia tomou posse seu primeiro administrador paroquial Padre Vanildo Massaro de Brito. A partir de então, a Quase Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes das Torres vem desempenhado um trabalho de acolhida, formação pastoral, eventos e reestruturação em muitos aspectos. Hoje já conta com vários membros ativos em diversos segmentos. Nos dias 04 e 05 de maio deste ano, tivemos a alegria de receber os seminaristas de Filosofia de Uberlândia, juntamente com Padre José Roberto Ferrari, além de muitos agentes de pastorais. Toda essa turma foi para as ruas com muita alegria e animação realizar as missões populares. De modo ime-
diato, tivemos uma resposta positiva muito forte, com intensa participação dos paroquianos nas celebrações dominicais. Entretanto, isto é só o começo; há ainda muitos desafios, sendo o primeiro deles a construção da casa paroquial, obra de suma importância para todos da Quase Paróquia. Assim, estamos firmes nos trabalhos de evangelização, formação e criação de novas pastorais, tudo isso para que o Reino de Deus possa sempre estar presente em nosso meio. Que a Senhora de Lourdes das Torres seja nossa intercessora junto ao Pai. Venha visitar-nos: Av. das Torres s/n, alto Boa Vista. Missas às quartas-feiras (19h) e aos domingos (7h30 e 19h). Contamos com sua presença e orações. Pe. Vanildo Massaro
Ponte Alta festeja São José Operário Terminou no último dia 11 de maio a festa em louvor a São José Operário, no bairro rural de Ponte Alta. A tradicional festa do padroeiro de Ponte Alta foi aberta em 27 de abril com Missa, seguida de show com Luiz Gustavo e Claudinei. Houve tríduo preparatório, incluindo Reza do Terço, Celebração Eucarística e Quermesse.
No dia 1º de maio, dia do Trabalho e dedicado a São José Operário, houve alvorada festiva, carreata pelas ruas de Ponte Alta e Missa em louvor ao santo padroeiro. Os festejos seguiram até 11 de maio com a tradicional Cavalgada de São José, leilão de gado e apresentação das bandas Impressão Digital e Pais e Filhos.
SANTUÁRIO DA MEDALHA MILAGROSA – Uma história de fé, uma obra de amor! Desde o início da vida cristã, os discípulos e discípulas de Nosso Senhor Jesus Cristo, sempre se reuniam para a oração, para a Ceia do Senhor, para ouvir o ensinamento dos Apóstolos e para a Partilha fraterna. Nos primeiros séculos já encontramos lugares reservados para estas reuniões, como o Cenáculo, as Igrejas domésticas, as Catacumbas e posteriormente, Basílicas, Catedrais, Santuários e Igrejas. Todos os Templos de pedra são consagrados a Deus na busca de exaltar o Mistério da nossa Salvação ou as maravilhas operadas nos anjos, nos Santos e na Virgem Maria. Os templos são sinais visíveis da presença Salvadora de Cristo entre nós. Ele é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (Como nos diz S. João no capítulo 1º. do seu evangelho). São sinais também da Igreja de Cristo que é formada por todos os batizados, “pedras vivas, templo espiritual” (Como nos diz São Pedro no capítulo 2º. de sua carta). Somos o santuário de Deus, também nos indica São Paulo na 1ª. carta aos Coríntios, capítulo 3º. O profeta Ezequiel no capítulo 47 de sua profecia, nos diz: “Vi sair água do lado direito do templo, e todos o que esta água tocou foram salvos”. Nós, cristãos, interpretamos esta passagem como imagem do próprio Senhor Jesus, pois nele nos é dada a graça. Ele mesmo já nos dizia: “Quem tem sede, venha a mim e beba; rios de água viva jorrarão do seio daquele que crê em mim.”(Jo 7, 37-38). O Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa completou 50 anos de inauguração em 2011, sendo
em Uberaba um sinal da presença de Cristo. No Santuário a Palavra Sagrada é proclamada, os Sacramentos são celebrados, a fé é alimentada, a caridade é estimulada, a esperança é vivificada. Todos os que entram no Santuário imediatamente são convidados a olhar para o alto, para o céu , e reconhecer que para ele caminhamos entre as coisas que passam, vivenciando esta única vida que é dom divino, na busca da Vida eterna. Algo que se impõe suavemente à vista de todos é a Imagem de Nossa Senhora, nos seus 2 metros de altura, talhada na madeira. Com seus maternais braços abertos parece acolher a todos quantos acorrem àquele lugar, ao mesmo tempo, que se dispõe a trazer do coração de seu Divino Filho os necessários benefícios que o povo de Deus tanto necessita. A permanente visitação, a intensa participação nas celebrações Eucarísticas e a romarias de diversas partes do Brasil, são sinais claros de que no Santuário da Medalha Milagrosa as pessoas podem fazer a experiência da presença de Deus, experimentar a maternidade de Nossa Senhora, encontrar a paz, se comprometer com a vida e de saírem para servir os irmãos e evangelizar. Com o desejo e a aprovação da Monjas Concepcionistas e de muitos fiéis devotos iniciamos a restauração e reforma interna do Santuário, sacristia, capela das irmãs e uma parte do Mosteiro, para comemorar o Jubileu de Ouro da Inauguração. Foi organizada uma equipe para a promoção, elaboração e execução do projeto de reforma. No decorrer de três anos
muitos passos foram dados e o projeto inicial da restauração está prestes a ser concluído. Tudo isto tem sido possível, graças à generosa colaboração dos fiéis devotos da Medalha Milagrosa e de benfeitores do Mosteiro. Ainda falta
muito por fazer na Reforma do Mosteiro e na parte externa do Santuário. Confiamos na Providência Divina, na colaboração de todos os membros da Comunidade do Santuário da Medalha Milagrosa e dos demais fiéis devotos.
Ó Maria Concebida sem pecado. Rogai por nós que recorremos a vós! Padre Ricardo Alexandre Fidelis Reitor do Santuário e Capelão do Mosteiro Concepcionista
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especial
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Trabalho – Do Éden aos dias de hoje Evolução histórica dos direitos trabalhistas Deus, quando nos fez homens do seu reino, nos fez para que vivêssemos uma vida de trabalho. Assim consta dos textos bíblicos: “Javé Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden, para que o cultivasse e guardasse” (Gn 2,15). O trabalho nasce, então, como instrumento edificante da vida humana, na mais firme e propositada prova de que só o trabalho nos dignifica. Todavia, com o passar dos anos, sob a tutela do egoísmo humano, o trabalho se viu transformado em mercadoria. As mãos que antes trabalhavam para o bem de sua família e comunidade passavam a trabalhar para o lucro e arrogância de seus senhores. É nesse contexto que surge o termo “trabalho”, advindo da expressão“tripalium”, instrumento de tortura da sociedade romana, que no formato de um tridente era utilizado para a tortura e castigo dos escravos. Assim, vê-se que, nas comunidades primitivas, toda a força de trabalho era escravizada. Estrangeiros, prisioneiros de guerra, simples devedores em mora, todos se tornavam escravos, cuja mão de obra era sugada até quando suportassem.
Passados centenas de anos, tal panorama continuaria quase o mesmo, nos anos da Idade Média, com o surgimento dos feudos e dos seus senhores, o trabalho novamente se torna massa de manobra dos mais poderosos. Pobres e humildes para que pudessem cultivar sua terra, deveriam submeter sua mão de obra a tais poderosos homens em um regime similar ao da escravidão. Os anos continuaram passando e o trabalho humano, antes dádiva de Deus, continuava a ser tratado como objeto de submissão até que, com o advento da Revolução Francesa no século XVIII e a seguinte Revolução Industrial, o trabalho ganhou os ares com que o vemos hoje. Entretanto, a exploração da mão de obra continuava sensível a quaisquer olhos, mulheres e crianças submetidas a estafantes jornadas em fábricas carvoeiras. Isto representava uma cinza cena de calamidade, da qual nasceu a tábua de salvação de todos os trabalhadores: as primeiras leis trabalhistas. Era o Estado intervindo para salvaguardar o trabalhador. Por sua vez, desde aquela época, a igreja Católica não se manteve silente, com o surgimento da “Doutrina Social da Igreja” voltada ao trabalho humano, seguiram-se diversas Encíclicas nas quais o trabalhador voltava a ser pensa-
do com a dignidade que lhe era devida. Dentre tais escritos encontramos a “Rerum Novarum”, datada de 1891, pelo Papa Leão XIII, “Quadragesimo Ano e Divinni Redemptoris”, de Pio XI e “Laborem Exercens”, de 1981, do Beato João Paulo II. Voltando os olhos para tempos e terras mais próximas, no Brasil, após anos de escravidão, e uma lacuna de tratamento legislativo no início do século XX, em 01 de maio de 1943 foi editado o Decreto-Lei 5.452, a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, o primeiro passo para a salvaguarda dos trabalhadores brasileiro, que angariaram ainda a proteção constitucional no ano de 1988, com um rol pétreo de direitos laborais inalienáveis. Entretanto, é sempre tempo para melhorar, podemos ainda hoje ver cenas de trabalho degradantes no Brasil e no mundo. Por aqui, para alterar este panorama, no Congresso Nacional tramitam, atualmente, 569 projetos de lei objetivando alterações nas Leis trabalhistas, por meio das quais esperamos a fórmula que nos leve a viver, novamente, em uma sociedade que eleve o trabalho ao patamar de instrumento edificante da dignidade do homem e sua comunidade. Welder Castro Pereira Andrade
Igreja gera inúmeros postos de trabalho De forma direta, a Arquidiocese de Uberaba gera mais de 200 postos de trabalho. Contando seus eventos, festas de padroeiros e promoções são milhares de postos de trabalho criados em nossa região. Para quem não sabe, a Arquidiocese de Uberaba é composta por 20 cidades do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba. Ao todo, são 57 paróquias, três áreas pastorais e mais de 250 comunidades. Nesses ambientes, emprega mais de 200 pessoas, entre secretárias, domésticas e outros profissionais. Rosa Maria Domingos Ventura Pacheco é secretária no Santuário da Abadia, em Uberaba, há mais de 35 anos. No final da década de 1970, com a aposentadoria da tia, a vaga lhe foi ofertada e até hoje permanece no cargo. Nesse período, Rosa passou por catorze párocos diferentes. Também casou no santuário e batizou todos os filhos. Para ela é uma alegria trabalhar na igreja. O ambiente é saudável, de fé e propício para formar excelentes amizades, enfatiza Rosa, agradecendo a Deus os longos anos trabalhando no Santuário da Abadia. Há sete anos, a leiga consagrada Ilma de Souza Oliveira trabalha como secretária de Patrimônio e Coordenação de Pastorais na Cúria Metropolitana. Isto, depois de trabalhar seis anos nas igrejas de Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora Aparecida, em Frutal, três anos na igreja de Comendador Gomes e dois, na Paróquia do Santíssimo Sacramento, em Uberaba. Ilma está satisfeita com o
que faz, pois se identifica muito com o trabalho, principalmente no tocante ao patrimônio. É uma vida dedicada à Igreja, destaca ela, lembrando que há 24 anos atua como catequista. A Igreja gera ainda vários outros postos de trabalho em suas obras de ampliação. As paróquias estão sempre procurando melhorar ou ampliar suas instalações, movimentando o mercado da construção civil. Sem falar também nas novas comunidades que vão surgindo, sendo necessário erguer novos templos, salões e casas paroquiais. Entretanto, talvez esteja no mercado indireto a maior contribuição da Igreja para a geração de empregos. Isto é bem visível nas festas realizadas pelas paróquias, comunidades, pastorais e movimentos. Não que os paroquianos cobrem para trabalhar, afinal, são todos voluntários. É que os produtos adquiridos ou alugados movimentam significati-
vamente o comércio. Em Uberaba, por exemplo, a Igreja Católica é um dos maiores clientes das empresas que alugam tendas e palcos. Nos setores de alimentação e bebidas, então, as paróquias são grandes compradoras. Basta ver o volume de mercadorias que geram suas quermesses. No setor gráfico está a maior concentração de negócios proporcionados pela Arquidiocese de Uberaba, fomentando, assim, o surgimento de postos de trabalho nessa área. São tantos serviços contratados, seja na confecção de cartazes, folhetos, jornais e livros de cantos, que dava para montar uma gráfica própria. E assim seguem os trabalhos da Igreja, onde o principal é servir a Deus e ao próximo. Daí a importância de que sejam trabalhos dignos e transparentes, com todos tendo igual valor perante o Pai. Jornalista Rubério Santos
Opinião
Reflexão sobre o trabalho O Dia do Trabalho, comemorado em 1º de maio, antes de ser um feriado, uma oportunidade de descanso e lazer, é um momento de reflexão sobre o trabalho, suas relações e consequências. Em países de breve história e com uma democracia jovem, é comum as relações trabalhistas serem engessadas por uma legislação paternalista. A CLT é um documento relativamente recente se entendermos que até pouco tempo o empregado era muito espoliado. Esta mesma legislação, no entanto, sob outra visão, se encontra agonizante em vários pontos. Nos dias atuais, precisamos reconhecer que não existem, ao menos em regiões relativamente povoadas e com um mínimo de respeito à legislação, os senhores feudais. Ficou para trás o tempo onde o empregado estava fulltime à disposição da empresa e de seu proprietário. Outra verdade que precisamos reconhecer é que, nas últimas décadas, o ganho legal e salarial teve incremento. Benefícios como Fundo de Garantia, Seguro-Desemprego, multas por demissão sem justa causa, Vale Transporte e tantos outros surgiram, frutos de luta, de evolução nas relações trabalhistas e muito diálogo. Da mesma forma que existem excessos pontuais, e que são abomináveis, existem também distorções na letra legal que, de maneira perniciosa, iguala os desiguais. Micro e pequenas empresas em sua maioria são compostas por até dois ou três sócios, muito comum o casal, com até três funcionários. Pagam aluguel e têm baixo movimento; portanto, pequeno faturamento. Na agricultura, os pequenos
produtores são chamados de “Agricultura Familiar” e recebem tratamento diferente. Essa desigualdade de tratamento na área agrícola é esperada ansiosamente pelas pequenas empresas comerciais e industriais, porque é um acinte serem tratadas como se tivessem centenas de empregados e milhões em faturamento. As micro e pequenas empresas sofrem, pois têm a mesma carga tributária das grandes empresas. Os empresários de micro e pequenas empresas são abnegados e aguerridos. Penam com os excessos de uma legislação que não quer enxergar que os pequenos empreendimentos abrem as portas do mercado de trabalho, recrutam, ensinam, treinam e depois “entregam” essa mão de obra para as grandes empresas. A Lei não quer entender que a “Empresa Familiar” precisa ser tratada de forma diferente; que a destra do Governo deve ser mais branda, valorizar quem gera e mantém sete de cada dez empregos no Brasil. Este é o caminho para se combater diferenças estruturais e de uma vez por todas alijar possíveis vinditas que surgem das relações trabalhistas que, via de regra, se transformam em emboscadas para as duas partes. O mundo evoluído aponta o caminho. Um futuro regido por lei, com certeza, mas que ela seja dinâmica, responsável e que incentive o diálogo e a boa remuneração para os trabalhadores e não para os legisladores. Fúlvio Ferreira Comerciante, palestrante e consultor em comércio varejista
especial
Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013
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ESPÍRITO SANTO: continuador em nós da ação de Cristo Os tempos litúrgicos, de grande intensidade na vida da Igreja, colocamnos diante do grande mistério de nossa fé, sobretudo o tempo pascal: a revelação de nosso Deus como Deus Trindade – isto é, Deus uno e trino, um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Este é um grande mistério de revelação. Pois somente por Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nós podemos saber que Deus é, de fato, Trindade. Não obstante, é no momento em que o tempo pascal vai chegando ao seu crepúsculo, que a luz da revelação se torna mais intensa. O Senhor nos fala, como discípulos seus, na liturgia, que voltará ao Pai. Enquanto envolvidos apenas pela sua partida, corremos o risco de nos entristecermos. Porém, não se trata de um voltar as costas àqueles que receberam Dele amor, à semelhança de Maria Madalena, que, por fim, no domingo da ressurreição, bastou “uma só palavra”, o seu nome pronunciado pelos lábios de Jesus, para reconhecê-lo o seu “grande mestre” (Jo 20, 16). E vida, à semelhança da ressurreição do filho da viúva de Naim, que transformou o viver de incontáveis pessoas (Lc 7, 11 – 19). Jesus Cristo, Ele mesmo, é quem nos reanima com a promessa do Espírito Santo. Prepara-nos passo a passo, para este momento tão forte da vida dos seus discípulos, que continuarão a sua missão, isto é, da Igreja mesma, conforme, por exemplo, a narrativa do texto do evangelho proclamado no 6º Domingo Pascal (Jo 14, 23 – 29). Assim, a pessoa do Espírito Santo, a terceira da Santíssima Trindade, nos dispõe a experienciarmos, dentro de nossos limites humanos, a essência de nosso Deus – “Amor”.
Revelação do amor de Deus pelo Espírito Santo
O Espírito Santo, também reconhecido como o Espírito de Amor (Rm 5,5 e Gl 5,22) por vivificar o amor de Deus em nós, aponta, nesta sua missão, que amar não é, em toda a Sagrada Escritura, um sentimento de querer bem. O amor é muito mais
que isto. Amor é a atitude máxima do ser humano que se “assemelha”, na força do assemelhar escrito no livro do Gênesis (Gn 1, 26), ao próprio Deus Uno e Trino. É a atitude de sair de si mesmo. Deus Trindade, sai de si mesmo e entra em nossa história por meio de seu Filho que vem a nós para nos salvar (Jo 3,17). Jesus revela o verdadeiro ser humano a toda a humanidade ao assumir a nossa história, suas alegrias e suas agruras. Logo, toda a nossa vida, principalmente as mais sofridas e abandonadas. Somente não vive o pecado, pois este é a marca do fechamento em si mesmo. Por isso, contraria o ser do próprio Deus que é abertura infinita demonstrada na atitude de haver deixado a vida no seio de si mesmo, a vida na Trindade (Trindade Imanente, no dizer da expressão clássica da teologia) para que, assumindo a nossa vida, pudesse elevá-la à vida de Deus. E, querendo Deus ainda permanecer conosco, por meio do mesmo amor, Jesus nos promete o Espírito Santo, que é Deus e vem de Deus para perpetuar sua presença em nós. O Espírito Santo torna-se o responsável para fazer de nós morada de Deus, verdadeiramente habitada por Deus (Jo 14,23). Assim, somos consolados nesta partida de Jesus ao Pai, pois o mesmo Jesus permanecerá junto a nós pela graça e efusão do Espírito Santo, a nós dado em Pentecostes. Daí que o Espírito Santo é chamado de Espírito Consolador.
A ação do Espírito revelada na obra de São Lucas
Neste ano de 2013, “ano C”, com maior razão, ao seguirmos o caminho de Jesus, o Divino Mestre, por meio da meditação do evangelho Segundo Lucas, poderemos, então, exultantes, cantarmos no dia de Pentecostes a “sequência”: vinde Pai dos pobres, doador dos dons, dai os sete dons”(sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor filial de Deus) e ainda poderíamos completar, pedindo que nos dê os frutos (amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, longanimidade, mansidão, fé, modéstia, continência,
castidade). Esta “sequência” cantada antes da proclamação do Evangelho, no dia de Pentecostes, foi musicada e sempre é cantada ao longo de toda a nossa vida em todos os momentos que nos vemos necessitados de uma luz mais intensa para iluminar o nosso “caminhar na estrada de Jesus”. A obra de Lucas, dividida em duas partes, a saber, o Evangelho Segundo Lucas e os Atos dos Apóstolos, formam um caminho onde, a ação contínua do Espírito Santo, conduz Jesus, bem como seus discípulos (a Igreja) todo o tempo. O Espírito Santo se faz presente desde a concepção quando lemos que Maria é recoberta pela sombra do Espírito Santo (Lc 1,35). Doravante, Jesus é conduzido por Ele, de Nazaré, ao norte da Palestina, na Galileia, até Jerusalém, ao sul, onde vive o apogeu de sua vida como entrega total. E de Jerusalém, a Igreja ali constituída, ganha a força do Espírito Santo, em Pentecostes, para seguir até os confins da terra, chegando, então a Roma, conforme acompanhamos em todo o percurso de Atos dos Apóstolos. Um grande estudioso de nossos tempos, Pe. José Comblim, insistia em suas palestras e demonstra em seu belo comentário aos Atos dos Apóstolos que este livro neo-testamentário deveria ser chamado, mais que “atos dos
apóstolos”, “atos do Espírito Santo”. Afinal, em todo o percurso de Atos dos Apóstolos, vai sendo dito a nós que o Espírito Santo é quem conduz a Igreja.
O Espírito Santo em nossos dias
Em nossos dias, renovamos a mesma fé neste dom do Amor. Somos consolados pelo mesmo Espírito que conduziu a Igreja e a continua a conduzir. Ele nos atualiza Jesus que nos leva definitivamente ao Pai (Lc 9, 35). É o Espírito Santo quem faz que a vida de Deus esteja em nós. Razão pela qual, sobretudo, nos momentos mais importantes, nós o invocamos. É com esta consciência de um verdadeiro “Defensor”, “Consolador”, “Pai dos pobres”, “Doce hóspede da alma”, que a Igreja continuará sempre a invocar a presença do Espírito Santo dado a ela como “Corpo Mítico de Cristo” e “Povo de Deus”, como ela mesma se define a partir do Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Lumen Gentium (LG 7 e 9). Nesta invocação, procuramos ouvir sua voz, não com os ouvidos meramente humanos, mas com o ouvido de nosso ser profundo que se abre ao próximo na busca de sairmos de nós mesmos para buscarmos o discernimento acerca da melhor atitude não para o nosso bem pessoal, o meu bem, mas o bem
comum, o bem de todos. Atitude, portanto, que o próprio Deus nos deu o modelo, quando saiu, como acima comentado, da vida em si mesmo, para se fazer um de nós no mistério da encarnação. Somos assim advertidos, por outro lado, contra qualquer manipulação da ação de Deus. Note-se que Ele não é um objeto do qual podemos fazer uma coisa ou outra. Por isso, a preocupação do apóstolo Paulo com a comunidade de Corinto, registrada em suas cartas aos Coríntios, era que, para sabermos quais são os dons que o Espírito tem dado a nós, como Igreja, ontem e hoje, não é se falamos línguas distintas, ou se alguém entre nós ganha destaque por um talento ou outro, mas se a pessoa de Jesus está se fazendo presente como dom do Amor em nós. Se comprometemos com a busca de vida digna, sobretudo, para os mais empobrecidos (Mt 25), como Jesus o fez. É o Senhor quem nos disse: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”(Jo 10,10). Então, sermos testemunhas de Jesus, continuadores de sua missão. Na defesa da dignidade humana é que realmente falamos a língua do Espírito, conforme lemos em Atos dos Apóstolos. Trata-se de uma língua não falada pelos apóstolos, como novo idioma, ou uma língua que provenha de natureza distinta do ser humano. Mas, sim, uma “língua” compreendida pelos que “escutam” os apóstolos. Pois a língua com a qual Jesus nos comunica a salvação é a língua do amor. O amor é como a lágrima que nos é, agora, em Pentecostes, enxugada, ou o sorriso que manifesta a bondade da vida como uma graça: é entendido por todos. Que neste Pentecostes, possamos ser habitados pelo Amor, pois Deus é amor (1Jo 4, 8.16) e assim, vivendo a busca de um mundo mais humano e doravante mais justo e fraterno, dilatemos o Reino de Deus que já está em nosso meio pelo Espírito Santo que nos é dado. Frei Helton Barbosa Damiani, OP (mestre de noviços da Ordem dos Pregadores; vigário da Paróquia São Domingos)
Um perene Pentecostes - O Espírito Santo como motor da Igreja Yves Congar afirmou que “a Igreja é feita pelo Espírito Santo, que é seu co-instituinte”, enviado em Pentecostes. A palavra apóstolo (gr.apostolos) significa enviado ou mensageiro. Apostollein significa um envio preciso, conotando uma missão, um mandato e qualifica o enviado. Jesus e o Espírito Santo foram enviados em missão, como afirma Santo Irineu, como “as duas mãos de Deus Pai”. Pentecostes foi a coroação de toda a missão de Jesus. O vento impetuoso teve o poder de desinstalar os apóstolos, lançando-os na continuidade da missão do próprio Cristo. Assim, nasceu a Igreja! O Espírito Santo sempre se fez
presente na história da Igreja, marcada por enorme riqueza de manifestações carismáticas. Revendo essa história, Raniero Cantalamessa observou que “os carismas não tinham desaparecido da vida eclesial, mas sim da sua teologia” (Dons et Charismes dans la foi et la vie de l’Eglise, França: Ed. Beatitudes, 2009, p. 68). Na preparação para o Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII pediu a oração da Igreja por um novo derramamento do Espírito. Paulo VI, refletindo sobre o citado Concílio, concluiu que “a Igreja tem necessidade de seu perene Pentecostes; tem necessidade de fogo no coração, de palavra nos lábios,
de profecia no olhar” (L’Osservatore Romano, dez/72). João Paulo II observou que o Concílio Vaticano II “foi um Concílio ‘eclesiológico’ (...) Ao mesmo tempo, porém, o ensino deste Concílio é essencialmente ‘pneumatológico’: impregnado da verdade sobre o Espírito Santo, como alma da Igreja” (DV, 26). É inconcebível, portanto, a Igreja sem o Espírito Santo. Seria como um corpo sem alma, inerte, incapaz de qualquer movimento, fadado ao desaparecimento... A Igreja depende do Espírito Santo para cumprir sua missão. “Nunca será possível haver evangelização sem a ação do Espírito Santo”. Ele é “o agente principal”, que
“impele para anunciar o Evangelho” e “no mais íntimo das consciências, leva a aceitar a Palavra da salvação” (EN 75). Em razão disso, a dimensão missionária da Igreja exige a abertura ao Espírito Santo (DGAE 2011-2015, 30). Ele começa por nos levar a redescobrir a beleza e a alegria de sermos cristãos. Identifica-nos com Jesus Cristo, forjando missionários que se deixam impulsionar pela audácia da fé, no anúncio da salvação. Com seus dons, o Espírito Santo nos capacita para a missão de discípulos e missionários. É necessário, outrossim, “aprofundar e enriquecer as razões e motivações que permitam converter cada
cristão em discípulo missionário, para que a Igreja não se instale na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres... Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos um novo Pentecostes, que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito, que renove nossa alegria e nossa esperança” (DA, p. 362). Vera Cruz Garcia de Rezende Bacharel em Teologia pela Faculdade Dehoniana – Taubaté - SP
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pastorais e movimentos
Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013
Movimento de Cursilhos de Cristandade Pastoral Familiar da Arquidiocese de Uberaba O Movimento de Cursilhos de Cristandade (MCC) é um movimento da Igreja (eclesial) que, com método próprio, possibilita a vivência e a convivência do fundamental cristão, ajudando a descobrir e realizar a vocação pessoal, e propicia a criação de núcleos de cristãos que fermentem de Evangelho os ambientes. Dessa definição extraímos as finalidades do MCC: vivência do fundamental cristão - que significa viver a Graça, a Vida Divina em nós, realizando o Plano de Deus, anunciando seu Reino e seguindo a Cristo (finalidade imediata); convivência em grupos de fé presentes nos ambientes, procurando neles introduzir o fermento do amor, da fraternidade, da justiça, do perdão, entre outros (finalidade mediata); e a evangelização ambiental, com a qual se procura levar os cursilhistas a ser fermento dos valores do Evangelho em seus próprios ambientes (finalidade específica). Tais finalidades são alcançadas em três tempos: Pré-Cursilho, Cursilho, e Pós-Cursilho. Em Uberaba, o MCC é um movimento de evangelização ambiental, formação e vivência que neste ano completa 44 anos de caminhada na Arquidiocese. O primeiro cursilho para homens ocorreu entre 29/05 e 02/06/1969; para mulheres, entre 24 e 27/07/1969 – As cursilhistas Maria Nilce Martinelli Pontes e Maria de Lourdes Cartafina Peres, que participaram do primeiro cursilho de mullheres, atualmente são participantes ativas do MCC em Uberaba.
ECC da Província debate a Família Nos dias 27 e 28 de abril, cerca de 30 casais participaram do Encontro Anual do ECC, Província Uberaba, na Cúria Metropolitana. O evento do ECC - Encontro de Casais com Cristo - teve como palestrantes o arcebispo dom Paulo Mendes Peixoto e padre Geraldo Marcone – Diretor Espiritual do ECC - Regional Leste II. A reunião trouxe também a Uberaba o casal Osmar e Zelina Lima, denominado casal regional. Durante os trabalhos, os casais das dioceses de Uberaba, Uberlândia, Ituiutaba e Patos de Minas debateram o tema: “Família, desígnio de Deus”. O tema central foi dividido em outros: “Missão do Casal”, “Unidade do Casal no Amor e no Serviço” e “Ano da Fé”. Os encontristas demonstraram grande preocupação com os jovens, ressaltando que até os filhos de casais do ECC têm dificuldade em seguir o caminho dos pais. Já padre Geraldo Marcone acentuou a importância do testemunho dos pais e o fato de sempre caminharem juntos, em todos os momentos de suas vidas, em especial, nas atividades da Igreja. “Não foram juntos para o altar?” questionou ele. O encontro do ECC contou também com a presença dos padres Eliseu, Zezinho, José Bezerra e Rogério, de Uberaba, e monsenhor Severo, da diocese de Patos. Rubério Santos
Em 2012, o Movimento de Cursilhos completou 50 anos no Brasil, com a comemoração do Jubileu em Encontro Nacional do MCC (Praia Formosa – Aracaruz/ES), com a participação de 1.400 pessoas de todo o país. Uberaba foi representada por 13 cursilhistas: Arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto; Assessor Eclesiástico Padre José Roberto Ferrari; os leigos Adriana Costa Rodrigues, Cecilia Maria Soares Pinna de Mello, José Lázaro Rodrigues, José Renis de Carvalho, José Roberto Pinna de Mello, Maria Helena Bielert Sivieri, Maria Teresa Gonçalves de Oliveira Salce, Marcelo Facuri Costa, Neusa Carvalho Antonia Filho de Carvalho, Roberto Leandro Alves e Sandra Aparecida Ribeiro Bendix. Após o Jubileu de Ouro, nossa caminhada em 2013 será “Do Jubileu para um Novo Pentecostes”, tema da XXIX Assembleia do Grupo Executivo Regional (GER) Leste II, que ocorrerá em Uberaba, entre 13 e 15 de setembro deste ano, no Centro Pastoral
João Paulo II, com 150 cursilhistas e 13 membros do Grupo Executivo Diocesano (GED) da região Leste II. Os próximos Cursilhos da Arquidiocese de Uberaba O Cursilho para jovens (solteiros de 18 a 25 anos) ocorre em Araxá, e o 9º Cursilho Misto para Jovens acontece nos dias 17, 18 e 19 maio de 2013, sendo assessor Padre Marino Molina e coordenardora Erika Felicio Araújo Sales. O 108º Cursilho para Homens será nos dias 7, 8 e 9 de junho, tendo como coordenador José Renis de Carvalho. O 99º Cursilho para Mulheres acontecerá nos dias 14, 15 e 16 de junho de 2013, sob a coordenação de Maria Teresa Gonçalves de Oliveira Salce. Em ambos, o Assessor Eclesiástico será Padre José Roberto Ferrari. Os candidatos interessados podem retirar as fichas com o Pré-Cursilho (José Lázaro ou Adriana) na Escola de Vivência às segundas-feiras, no Centro Pastoral, das 20 às 21h30.
Um dos setores importantes da vida da Igreja é a Pastoral Familiar. Embora a realidade da família esteja presente em muitos campos de ação da Igreja, necessário se faz organizá-la, sem o que ela se dilui entre outras pastorais, não alcançando a eficácia que dela se espera. A organização, por si só, não garante concretização dos objetivos e metas estabelecidas. Somente assim, no entanto, poderá dar passos controláveis e seguros na direção do atendimento da família. Sua organização a partir da Familiaris Consortio e considerando a realidade brasileira, abrange os setores pré-matrimônio, pósmatrimônio e os casos especiais. A estruturação da Pastoral Familiar Arquidiocesana faz-se sob a forma de uma comissão proposta pelo Instituto Nacional da Família e da Pastoral Familiar, ficando assim representada: - Bispo Arquidiocesano: Dom Paulo Mendes Peixoto - Assessor: Padre Fabiano Roberto Silva dos Santos - Apoio: Padre José Roberto Ferrari - Casal coordenador: Edith e Orialdo
- Núcleo de formação: Maria Isabel - Administrativo e financeiro: Mariana e Sérgio - Secretários: Silvana e Paulo - Setor Pré-Matrimônio: Maria Isabel e Luiz Carlos - Setor Pós-Matrimônio: Vânia e Joscelino - Setor Casos Especiais: Francisca e Valadir - Apoio: Daniele e Wallace; Santusa e Ronei; Nádia e Ademilton O trabalho desenvolvido pela pastoral familiar é amplo e abrangente. É necessário que as equipes que nela trabalham tenham claros seus objetivos e prioridades, cujo enfoque principal é promover, fortalecer e evangelizar a família, formar agentes, acolher toda a realidade de família, valorizar o ser humano desde sua concepção, etc. Está programado para o dia 9 de junho, das 7h30 às 18h30, no Santuário de Nossa Senhora da Abadia, um dia de formação para os representantes de pastorais e movimentos. Maiores informações: Maria Isabel (9967-9788) e Edith (9117-9392) Edith Maria C. Silva
Segue-me movimenta Santuário D’Abadia O Segue-me é um encontro de jovens de 16 a 23 anos, que acontece anualmente no Santuário Nossa Senhora D’Abadia de Uberaba. O movimento nasceu em Brasília, no ano de 1979, com o intuito de levar os filhos dos casais que participavam do Encontro de Casais com Cristo a participarem mais das comunidades. Da Capital Federal o encontro
se propagou rapidamente, e hoje o Segue-me está em aproximadamente 15 dioceses espalhadas pelo Brasil. Uberaba realiza em 2013 o quar to encontro, que já soma cerca de 200 jovens e tem como objetivo impulsioná-los a par ticipar de pastorais e movimentos dentro da paróquia. Bernardo Pachón tem 18 anos e fez o primeiro Segue-me de Ubera-
Arquidiocese marca presença na 43ª Romaria dos Vicentinos a Aparecida Nos dias 27 e 28 de abril, aconteceu a 43ª Romaria Nacional dos Vicentinos a Aparecida (SP). A romaria deste ano comemorou em âmbito nacional e internacional os 200 anos de nascimento do Beato Frederico Ozanam e os 180 anos de fundação da Sociedade São Vicente de Paulo. Nossa arquidiocese esteve representada no grande evento por Padre Rone Carlos, assessor do Movimento e cerca de 150 vicentinos de Frutal, Uberaba e Sacramento. Além da Romaria Nacional dos Vicentinos em Aparecida, Unidades Vicentinas de todo o país têm organizado festividades locais para divulgar o principal fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo. Em Uberaba, os vicentinos reu-
niram-se no dia 05 de maio em assembleia festiva para louvar e agradecer a Deus os 200 anos de nascimento do Beato Frederico Ozanam. Na oportunidade, Padre Rone Carlos convocou todos os vicentinos para que rezem pela canonização do Beato que tanto bem fez aos pobres e necessitados.
ba. Ele diz que o encontro o ajudou a enxergar com mais clareza o meio em que vivia. Representou e ainda representa um divisor de águas, confirma o estudante. Além dos jovens, o movimento também conta com a ajuda dos “tios”, casais que fizeram o ECC e trabalham nas diversas equipes responsáveis pela realização do encontro. Lourdes Guilherme acredita que
o Segue-me criou um laço mais fraterno entre jovens e adultos na paróquia. O encontro veio para reavivar a juventude que estava adormecida no Santuário, ela afirma. O próximo encontro acontece nos dias 24, 25 e 26 de maio deste ano e já foram convidados 70 jovens para participarem. Bárbara Caretta
evangelização
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POR QUE UM ANO DA FÉ? - Da cristandade à pós-modernidade Realmente foi providencial a intuição do Papa Bento XVI de anunciar um Ano da Fé, semelhante (mas em proporção diferente) à intuição do Papa João XXIII ao anunciar um Concílio. A Igreja celebrou o Concílio Ecumênico Vaticano II no ápice da mudança de uma sociedade “cristã” e do surgimento de uma “sociedade moderna”: dom inestimável da Providência Divina que permitiu à Igreja Católica entrar em diálogo com as novas formas de desafios da modernidade, com quem teve que se confrontar. O Ano da Fé encontra-se, por sua vez, no ápice da pós-modernidade. Em grandes linhas, sem entrarmos em detalhes, mas somente para termos uma noção do que é uma mudança de época, temos o que segue: Era da cristandade: período em que toda a vida social girava em torno da Igreja Católica (grupo teatral, cinema, escola, hospital, etc.). A paróquia, com o seu pároco, era o centro da vida das famílias; todos se casavam depois de um tempo de namoro, eram batizados, iam à igreja aos domingos e nas festas de preceitos (dia Santo), com confissão e comunhão pelo menos uma vez ao ano. Este período teve seu início com Carlos Magno (800 d.C.), e término nos anos 60 do século passado – e nele esteve inserido o nascimento do Brasil, o inicio da Revolução Industrial, a época dos
grandes pensadores modernos e Iluminismo, com os princípios da fraternidade, liberdade, igualdade. Tratou-se, porém, de um fenômeno mais de Elite do que de massa. Nesse ínterim, o pátio da Igreja paroquial (oratório) foi trocado pelo pátio da fábrica, porque lá se ganha o dinheiro que alimenta a máquina da produção e do consumo. Era moderna: fenômeno cultural que vai dos anos sessenta (lembrando que o Concílio Vaticano II foi celebrado entre os anos 1962 a 1965) até os anos noventa. Nesse período, o cristianismo, principalmente em sua forma de catolicismo, encontrou-se no “olho do furacão”, isto é, diante de uma cultura que pretendia torná-lo uma coisa do passado, pendurando-o nas paredes das igrejas e na intimidade das consciências das pessoas. Assistimos aos grandes fenômenos de desestruturação das famílias, do êxodo rural e do assim chamado boom socioeconômico e cultural. Pós-modernidade: trata-se de um fenômeno cultural que coloca o homem (sociedade) além de uma simples máquina de produção e de consumo. Época de grandes transações econômicas, das bolsas de valores, da informática, da mídia, período do imediatismo, do já e agora; em resumo, período dos “ismos”: subjetivismo, protagonismo, fracionismo, liberalismo, relativismo, emocionismo, hedonismo, indiferentismo,
Uma igreja sempre a caminho
individualismo, consumismo e assim por diante. Na pós-modernidade, assistimos a fenômenos como as famílias abertas (e não mais monocelulares), primeira, segunda, terceira união, tendências culturais que rejeitam tudo aquilo que possa ter “cheiro”de instituição; uma rejeição declarada aos valores tradicionais. A resposta da Igreja Católica O homem foi criado, nasceu para valores profundos, sólidos, embasados no amor e não para realidades fúteis, vulneráveis, realidades líquidas (para não dizer gasosas) que desaparecem do nada. Para esse homem viciado, atordoado e perdido, vítima de promessas ilusórias, confeccionadas pelo capitalismo selvagem, fruto da modernidade e da fluvialidade da pós-
modernidade, a Igreja Católica, exercendo sua missão evangelizadora, responde com a proposta de redescobrirmos a beleza e o frescor de uma Cultura da Fé, respeitosa do homem e capaz de fazê-lo ressurgir através de uma Nova Evangelização a partir de uma Igreja descentralizada com profundo desejo de colocar a mão na massa, mesmo sabendo que isso pode provocar “calos”, com leigos altamente capacitados e sacerdotes humildes, de coração cheio de misericórdia, como ALTER CHRISTUS. “Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus e do Pão da Vida” (Porta Fidei) Padre José Roberto Ferrari
Coordenação Arquidiocesana de Catequese Com a ampliação da equipe, a Coordenação Arquidiocesana de Catequese (CAC) espera desenvolver um trabalho efetivo e eficaz junto aos catequistas de nossa Arquidiocese, levando-os a uma experiência vivencial de fé com palavras e obras, sendo verdadeiras testemunhas do Amor de Deus. Com o apoio e aprovação de Dom Paulo, para o ano de 2013, nosso cronograma, que já está sendo realizado, é composto de duas formações em cada região com o tema “Documentos do Concílio Vaticano II” - neste primeiro semestre, estudando a Dei Verbum - contemplando o Ano da Fé; no segundo semestre, vamos trabalhar o Diretório Nacional de Catequese e o Documento Catequese Renovada com o objetivo de instruir os catequistas sobre os conteúdos primordiais para o exercício do ministério catequético.
Nossa tradicional Assembleia Arquidiocesana, no mês de agosto, com todos os catequistas, terá como tema “Iniciação Cristã” e será assessorada por padre Jordélio Siles Lêdo, CSS (Padre estigmatino, especialista em pedagogia
catequética e psicodrama; professor do curso de especialização em catequese pela PUC de Goiás, Membro do Centro de Formação Permanente (CEFOPE); coautor da coleção Catequese conforme as idades - psicopedagogia catequética,
pela Paulus). Participaremos do encontro de coordenadores diocesanos do Leste II em Belo Horizonte, no final do mês de agosto, quando teremos oportunidade de trocas de experiências com outras dioceses e também de atualização de nossos conhecimentos catequéticos. Outra novidade é que já está ocorrendo a elaboração das diretrizes arquidiocesanas para a Crisma e Eucaristia e uma visita catequética a todas as paróquias para conhecermos melhor a realidade de cada comunidade. Essas visitas estão sendo realizadas por nosso Assessor Eclesiástico Sem. Leandro Santos, tendo em vista a elaboração de um material didático a ser usado por toda a arquidiocese. Fidelidade ao Pai e ao encantador projeto de fazer ecoar Seu Amor, eis nossa Missão.
Um grande marco de nossa Igreja foi o Concílio Vaticano II, a partir do qual leigos começaram a ter participação mais ativa na Igreja. Apesar de tantas mudanças, muito ainda precisa ser feito e não podemos retroceder no que já foi conquistado. A formação teológica e pastoral é o caminho para o cristão crescer na fé, na intimidade com a Palavra de Deus e estar a serviço da evangelização. A Estelau tem contribuído na formação de leigos e leigas de nossa Arquidiocese. Com a turma atual, já estamos no quarto semestre, e um dos assuntos abordados foi a bioética, “a ética da vida”. Com os avanços científicos, principalmente no âmbito da biotecnologia, foi proposto um novo ramo de conhecimento que ajudasse as pessoas a pensar nas possíveis implicações (positivas ou negativas) desses avanços sobre a vida (humana ou, de maneira mais ampla, de todos os seres vivos) e assim prolongar a sobrevivência da espécie em uma forma aceitável de sociedade. “Nem tudo que é cientificamente possível é eticamente aceitável”. O progresso científico não é um mal, mas a “verdade científica” não pode substituir a ética. Após a II Guerra Mundial, devido aos abusos ”científicos”, houve grande discussão sobre os procedimentos éticos em “prol” da ciência. Assim, quatro princípios básicos nor teiam a bioética: respeito da autonomia; não-maleficência (evitar o mal); beneficência (fazer o bem); justiça (igualdade de tratamento). O Papa João Paulo II, ao falar sobre a relação entre ciência e fé, assinalou três características básicas dessa relação. Há de ser autônoma, recíproca e interativa. Ambas, religião e ciência, hão de preservar sua autonomia e seu caráter distintivo. Para a bioética, é fundamental o respeito à vida humana, vida com dignidade. Marly Aparecida Spadotto Balarin (Vice-diretora da ESTELAU)
Márcia Marques dos Santos Felix
Projeto Missionário do Seminário Nossa Senhora da Abadia No espírito de discípulos-missionários proposto pelo Documento de Aparecida, nosso Arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto propôs a nosso Seminário de Filosofia “Nossa Senhora da Abadia” um projeto missionário. Esse projeto visa a que nós, candidatos ao sacerdócio, tomemos contato com as várias identidades paroquiais, tão diversas e únicas de nossa Arquidiocese. Já estivemos presentes, de maneira especial, na Paróquia de São Sebastião, na cidade de Pedrinópolis, a pedido do pároco Padre Otair Cardoso da Cruz, que com muita hospitalidade nos acolheu. Pudemos
perceber o quanto o povo tem sede de Deus e de sua Santa Palavra (Sl 62, 2). Visitamos muitas famílias e nelas, anunciamos a Boanova do Senhor Jesus (At 11, 20). Também fizemos missão na Quase Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes das Torres, na cidade de Uberaba, atendendo a solicitação do pároco Padre Vanildo Massaro de Brito. É bem clara, nessa comunidade que dá seus últimos passos para tornar-se paróquia, a assiduidade aos ensinamentos de seu pároco, a comunhão fraterna, a partilha do pão e o fervor nas orações como nas primeiras comunidades cristãs (At 2, 42).
Fomos enviados dois a dois, como o Senhor Jesus enviou os seus (Lc 10,1) e levamos a Palavra de Deus, neste ano da Fé, convocando os fiéis e todos os que nos recebiam em suas residências a acendermos a chama da fé em nossos corações. Afinal, não basta somente ter fé. É necessário confessá-la com nossa boca para assim alcançarmos a salvação (Rm 10, 10). Abramos nosso coração para acolher o Santo Espírito que sobre nós repousa e nos faz testemunhas de Cristo até os confins da terra (At 1, 8). Lucas da Silva Gonçalves – 3º ano
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formação
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Maria, a Mãe de Jesus Mês de maio, mês dos trabalhadores, das noivas, das mães e da Mãe das mães, a Bem-aventurada Virgem Maria. A cada ano neste mês intensificamos nossas orações à Mãe de Deus, modelo de serviço e de disponibilidade a Deus e aos irmãos, pois em Maria toda a humanidade é exaltada pelo Criador, ao querer por meio dela se fazer um de nós. Como é bonito de se ver o carinho que as pessoas têm pela Mãe do Senhor, sempre lembrada nas falas dos adultos pelo tempo de criança, quando levavam flores durante o mês de maio à Virgem ou participavam de sua coroação. Esse mês é, portanto, mês de recordação e vivermos a nossa fé, que brota singela no chão do coração, assim como foi singela aquela que acolheu a Palavra encarnada, o Verbo de Deus. Não podemos falar da Mãe de Jesus, sem nos lembrarmos daquelas que nos deram a vida, daquelas que, no amor, nos formaram, nos deram um caráter e nos ensinaram a colocar a vida sempre a serviço, nossas Mães. Pessoas simples, que nos ensinam pelo seu jeito especial de ser, pela sua
vida, pela sua luta diária por dignidade; algumas delas nos ensinam pela sabedoria adquirida pelo tempo, outras pela juventude e a vontade de aprender, outras simplesmente porque amam, mas todas elas nos cativam por serem mães. Que todas as mães tenham a alegria de ver seus filhos crescerem e a graça de ver os filhos dos seus filhos. O SIM QUE MUDOU A HISTÓRIA Convido você a imaginar, uma pequena aldeia em Israel chamada Nazaré, onde todo mundo conhecia todo mundo, onde a mulher não tinha voz e nem vez, e vivia ocupada com os afazeres domésticos: buscar água na bica, encontrar lenha para o fogo, tirar leite no curral, amassar o pão, limpar a casa, cuidar do marido e dos filhos. É nesse contexto, que vamos bater à porta de uma casa simples, de um pequeno produtor rural chamado Joaquim que vivia com sua esposa, Ana, e que graças à promessa de Deus, tiveram
uma filha, Maria, que como as outras meninas de sua vila, estava prometida em casamento a um homem chamado José. No entanto, essa jovem diferente das demais de sua vila, esperava mais do que um bom casamento, esperava que o Messias viesse para libertar seu povo; esperava que o Reino de Deus acontecesse em seu tempo; esperava que Deus ouvisse o clamor do seu povo e viesse em seu auxílio. E assim, vivia inquieta; inquieta pela Palavra de Deus que conhecia; inquieta pela situação do seu povo; inquieta por saber que sua prima Isabel, já idosa, está grávida e quer ajudar. Inquieta porque recebeu a visita do anjo, que lhe transmite o sonho de Deus, e a convida a fazer parte desse sonho, para que se torne realidade. O Messias esperado estava chegando, e através dela entraria no mundo. A primeira reação de Maria é de espanto, e questiona. Porém, depois de ouvir o anjo e pensar no intimo do seu coração, dá o seu sim. O sim de toda a humanidade, que aguardava a libertação. O sim de quem aceita caminhar com Deus pelas estradas desse mundo.
MAS POR QUE LOUVAMOS MARIA? Por que ao longo dos séculos Maria ocupou e ocupa um lugar especial dentro da comunidade dos seguidores de Jesus? Simplesmente pelo fato de ser Maria, a Jovenzinha de Nazaré que livremente se colocou a disposição de Deus e se tornou exemplo no seguimento do Senhor. Maria é aquela que como a gente luta, busca renovação, tem solidariedade para com os pequenos e mais carentes. Vemos isso, no Magnificat, no cântico de Maria temos o espelho de sua alma. "No Magnificat ela manifesta-se como modelo para os que não aceitam passivamente as circunstâncias adversas da vida pessoal e social [...] mas que proclamam com ela que Deus exalta os humildes e, se for o caso, derruba os poderosos de seus tronos" (João Paulo II). Com sua vida e mística, Maria indica um caminho novo e desafiador, capaz de integrar cidadania, espiritualidade e compromisso social.
Ao longo da história, a Virgem Maria é mostrada como figura discreta que não toma o lugar de seu Filho Jesus, muito menos é colocada no lugar de Deus. Sabemos que Jesus é o centro do Cristianismo, se o deixamos de lado, não existe cristianismo e nossa fé é vã, como vai dizer o apóstolo. Porém, Maria é central, por ser a pessoa que está mais próxima deste centro. O cristocentrismo não é exclusivo, mais inclusivo. Pois o Deus dos cristãos não é solidão, mas comunhão. Não é Deussó, mas Deus-com: Deus com Deus Pai, Filho e Espírito Santo; e Deus conosco: Emanuel. Deus não dispensa as criaturas, mas as associa ao seu ser e à sua ação. Assim, Ele mostra mais poder fazendo as criaturas participarem de seu poder do que substituindo-as. Assim, é pelo prisma da inclusão que devemos contemplar Maria presente no Mistério Salvífico. Se Jesus é Deus, Maia é a Mãe do Filho de Deus. Se Jesus é o Caminho; Maria é aquela que indica o Caminho. Se Jesus é a Verdade; Maria é a testemunha da Verdade. Se Jesus é o Sol da Justiça; Maria é a estrela da manhã, a lua. Por isso, sempre nas suas representações traz seu filho nos braços, ou suas mãos voltadas para o céu. E se a chamamos de Nossa Senhora é por causa de Nosso Senhor. MARIA NOS EVANGELHOS SINÓTICOS A figura de Maria é uma das mais lindas das Sagradas Escrituras e certamente, a mais conhecida e querida pelos cristãos. O rosto de Maria começa a ser desenhado aos pouco nos evangelhos. Marcos, o primeiro dos evangelhos, não nos fala muita coisa sobre ela, apenas nos dá o seu nome, Maria. "Esse homem não é o carpinteiro, o filho de Maria?" (Mc 6,3). Já o Evangelho de Mateus, apresenta Maria como a Mãe virginal do Messias Salvador. Logo no início de seu evangelho Mateus apresenta Maria, na genealogia de Jesus. Além de acentuar sua virgindade, "a virgem conceberá, e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco" (Mt 1,23). Enfim,
Maria "se mostra companheira inseparável do Filho. é notável o fato de que Mateus use essa expressão quatro vezes (Mt 2,11.13.14.20). Isso denota a comunhão de destino de Maria com seu filho. Ela aparece como 'companheira do Redentor'" (Clodovis Boff). Lucas mostra Maria como a mulher de fé; e para isso estabelece uma linha que começa a partir da liberdade da Virgem que aceita de forma consciente e responsável a Palavra de Deus e termina com a com a Maternidade, a partir de sua aceitação de fé na mesma Palavra. Lucas apresenta tudo isso em três cenas: O anúncio feito pelo Anjo; a visita de Maria à sua Prima e o Magnificat. OS TÍTULOS DE MARIA Aquela menina simples, de Nazaré, pela sua maternidade torna-se um exemplo no seguimento de Jesus. Nela temos um auxílio, temos o exemplo para também nós chegarmos ao Reino e para que o Reino chegue a nós, através de nós e apesar de nós. E assim, ao longo da história o povo de Deus se identifica com Maria e lhe atribui vários títulos. Antiguidade, no início do Cristianismo, Maria é chamada de: Mãe de Deus (Concílio de Éfeso) Virgem (Concílio Constantinopla II) Rainha. Já na Idade Média: Nossa Senhora e Mãe de Misericórdia. Idade Moderna: Patrona e rainha dos Povos (católicos) Mulher de
fé e serva do Senhor (reformadores). Na Idade Contemporânea: Discípula, Libertadora e Mulher. Além de várias formas carinhosas com que o nosso povo trata a Mãe do Senhor. Nhá Chica, a primeira beata mineira, a chamava de Minha Sinhá; É bonito de se ver, quando visitamos pessoas idosas, que tem na cabeceira de sua cama sempre uma imagem de Maria, às vezes carcomida pelo tempo, às vezes passada de pai para filho, de avó para neta, mas que demonstra na simplicidade de artista anônimos, a figura forte e carinhosa, amiga e companheira, e quando convidados para rezar os olhos marejado se voltam para a imagem de Maria, como que pendido o auxílio da Mãezinha do Céus para suas dores e aflições. Maria é mãe; a mãe de Jesus e nossa mãe. E como mãe está sempre preocupada e atenta às necessidades de seus filhos e filhas. Também se alegra com suas realizações e conquistas, além de motivar suas esperanças e sonhos, para que um dia cheguemos todos ao nosso destino,que é o céu. Onde não mais existirá oprimidos e opressores; onde todos serão saciados; onde não haverá nem ricos,nem pobres; mas onde todos poderão cantar com ela as maravilhas de Deus em favor do seu Povo. Padre Saulo Emílio
Ordenação de padre Danilo Vitor Pena “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”(Jo 6, 68b) Em solene Celebração Eucarística, presidida por Dom Antonio Braz Benevente, na catedral diocesana de Jacarezinho-PR, no dia 27 de abril, foi ordenado sacerdote, o diácono Danilo Vitor Pena, filho de Uberaba-MG. Iniciou sua etapa formativa em nossos seminários Nossa Senhora da Abadia e São José, onde sempre se destacou pela inteligência e simplicidade. Estiveram presentes vários padres de nossa arquidiocese, bem como alguns seminaristas e grande representatividade de leigos das paróquias que o acompanharam em sua caminhada vocacional. Padre Danilo presidiu sua primeira missa na paróquia de Santa Teresinha e, como agradecimento pela formação recebida por muitos anos em nossa arquidiocese, também presidiu a Santa Missa no seminário São José.
notícias da igreja
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Papa proclama beata Nhá Chica O papa Francisco afirmou que a filha de escravos Francisca Paula de Jesus, conhecida no século XIX como Nhá Chica, da cidade de Baependi, Minas Gerais e beatificada neste sábado, foi uma “perspicaz testemunha” da misericórdia de Cristo. Por meio de uma mensagem, lida na homilia pelo prefeito regional da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano, cardeal Ângelo Amato, o papa Francisco evocou o pedido de beatificação apresentado pelo bispo da diocese de Campanha Frei Diamantino Prata de Carvalho e por vários fiéis. O papa Francisco, com sua “autoridade apostólica”, declarou que a “venerável serva” deverá ser chamada de
“beata e sua festa realizada nos lugares e da maneira estabelecida pelo direito, todos os dias 14 de junho”. Primeira beata negra do Brasil O pontífice lembrou que a nova beata era “leiga, virgem, uma mulher de assídua oração e perspicaz testemunha da misericórdia de Cristo com os necessitados do corpo e do espírito”. A beatificação de Nhá Chica foi festejada em cerimônia que contou com a participação de autoridades de Baependi e do episcopado, acompanhada por cerca de 50 mil pessoas, segundo informou a prefeitura da pequena cidade de 18.000 habitantes, onde ela é venerada por fiéis de todo o país e também do exterior
A vida de Nhá Chica e a persistente fama de santidade que as comunidades fiéis lhe atribuem é uma prova de que o Espírito fala pela voz do povo. Quando tomei conhecimento, como Bispo Diocesano, dos fatos simples e iluminadores de sua vida exemplar, a primeira coisa que descobri foi que ela não é uma lenda histórica, muito menos sua existência foi misturada com acontecimentos fantasiosos. Nela tudo é muito real, revestido de simplicidade e até de pobreza de recursos. “O Senhor virá para ser glorificado nos seus Santos” (2 Tss 1, 10). Um casal não se sente diminuído ao lhe
falarmos: “sua filhinha é muito linda”. Embora reconheçamos, sem a mínima dúvida, de que Jesus é o único Santo, o Espírito distribui entre seus filhos e filhas abundantes sinais de perfeição provindos da pessoa de Jesus. “Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo” (1 Cor 11,1). A Igreja precisa de modelos de santidade, por mil razões. Apenas destaco neste momento que eles têm a razão esclarecida para entender o verdadeiro sentido das Escrituras. Quanto à beatificação solene de Nhá Chica (Francisca Paula de Jesus), valendo a partir do dia 04 de maio de 2013, vai
Troféu Louvemos ao Senhor
Uma luz provinda do sul de Minas projetar, a partir de Baependi, uma nova luz para os céus do Brasil. Nós podemos licitamente invocá-la para ser nossa intercessora em questões de saúde, de emprego, de questões amorosas, de convivência, de assuntos de fé e de tantos problemas diante dos quais nos sentimos pequenos para vencer. Contudo, não podemos deixar na sombra o principal, pelo qual a Igreja promove a devoção aos santos: olhar como o santo ou a santa viveram o aperfeiçoamento da vida cristã; como foram seguidores de Jesus; de que forma superaram seus defeitos; de que maneira descobriram o caminho da salvação. Em
Beata Nhá Chica, sem deslizar para “mentirinhas piedosas”, vemos um exemplo de pessoa convertida a Cristo e às coisas de Deus; nela reluz um grande desejo de ajudar o próximo em suas necessidades espirituais; tinha um imenso respeito para com a Eucaristia; sua devoção mariana era consistente; seu amor ao semelhante era incansável. Em que ponto vamos imitar o exemplo de sua vida? Eu, de minha parte, peço sua intercessão para ser sempre mais de Cristo, meu amado Senhor. Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo Emérito de Uberaba, MG
Programação oficial da visita do Papa ao Brasil O Vaticano divulgou na terça-feira, dia 7 de maio, a programação oficial da viagem do papa Francisco ao Brasil. Ele chega ao Rio de Janeiro no dia 22 de julho, às 16h, e será recebido pela presidente Dilma Rousseff, pelo governador Sérgio Cabral, pelo prefeito Eduardo Paes e por representantes da Igreja e autoridades, no Aeroporto Internacional do Galeão. Depois, o Papa seguirá para a Residência Assunção, no alto da estrada do Sumaré, que já hospedou João Paulo II duas vezes. Durante a estada no Rio, ali ficará hospedado. No dia 23, o pontífice terá agenda privada e, em 24 de julho, irá de helicóptero até a cidade de Aparecida (SP), onde celebra missa no Santuário Nacional. Retornará ao Rio de Janeiro no final do dia e visitará o hospital São Francisco de Assis, que se dedica à recuperação de dependentes da droga e do álcool. No dia 25, o Papa Francisco celebrará missa privada na Residência do Sumaré e depois irá ao Palácio da Cida-
de, onde receberá as chaves das mãos do prefeito Eduardo Paes. Em seguida, visitará a comunidade de Varginha/ Manguinhos, pacificada em 2012. Lá, terá um encontro com párocos locais e visitará um campo de futebol e a casa de uma família da comunidade. Durante a tarde, o papa irá à praia de Copacabana, onde acontecerá a Festa da Acolhida, com jovens parti-
Restauração e Vendas de imagens Sacras e Pinturas
Célia
cipantes da JMJ (Jornada Mundial da Juventude). No dia 26, será a vez da Quinta da Boa Vista, onde irá confessar cinco jovens provenientes de todos os continentes. Depois, o pontífice se encontrará com o arcebispo do Rio de Janeiro dom Orani Tempesta, em sua residência oficial. Lá, irá encontrar-se reservadamente com cinco jovens detentos.
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À tarde, o papa Francisco rezará o Angelus e se encontrará com membros do comitê organizador da Jornada e seus patrocinadores. No fim do dia, irá novamente à praia de Copacabana para a Via Sacra com os jovens. No sábado (27), o papa celebrará na catedral da cidade, encontrando-se depois com diplomatas, políticos e artistas no Teatro Municipal. No dia 28, o pontífice sobrevoará de helicóptero o Cristo Redentor. Depois, haverá missa em Guaratiba com os jovens da Jornada, evento que contará com a presença da presidente Dilma. No final do dia, será anunciado o local onde ocorrerá a próxima Jornada, em 2015. Durante a tarde, será o encontro com a coordenação do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), composto por 45 bispos. No dia 29, o papa Francisco irá ao Rio Centro, onde encontrará cerca de 15 mil voluntários da JMJ. Às 18h30, será realizada uma cerimônia de despedida no aeroporto do Galeão, e o papa retornará a Roma.
No dia 9 de abril, foi publicada a lista oficial de artistas católicos indicados em diversas categorias para concorrerem ao troféu Louvemos ao Senhor (www.trofeulouvemos.com. br). Considerado o maior prêmio nacional da música católica, em 2013 chega a sua 5ª edição com novos e surpreendentes candidatos. Para alegria e surpresa de nossa Arquidiocese, temos um representante indicado em duas categorias: “Melhor Produtor do Ano” e “Artista Revelação”, com o álbum “O Céu vai se mover”. Ele é João Victor da Silva, 31 anos, casado e pai de três filhos. Ministro de música desde os 15 anos de idade, sempre trabalhou na evangelização dos jovens e contribui em muitos eventos e momentos importantes da igreja em sua cidade (Araxá), também atuando como ministro em toda nossa Arquidiocese. Hoje, além de ministro de música e pregação, João Victor é fundador da Comunidade Católica Homem Novo (www.homemnovo. com.br), onde cuida de cerca de vinte e cinco missionários. Nas redes sociais, João Victor expressa sua gratidão e alegria: Sempre lutei pela música católica, não somente por ser meu ministério, mas porque eu creio que ela é instrumento para a salvação das almas. A premiação, no dia 22 de maio, será exibida pela emissora de televisão Século XXI. Que seja feita a vontade de Deus! Independentemente do resultado, é muito bom saber que estamos contribuindo diretamente para o crescimento da música católica. Parabéns, João Victor! Caio Bonicontro (Comunidade Homem Novo)
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testemunho de fé
Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013
Dom Eduardo Duarte Silva A vida heroica de Dom Eduardo Duarte Silva é influenciada pelo destemido Pontificado de Leão XIII que foi o Papa que vislumbrou a necessidade de um “aggiornamento” na Igreja, convocando o Concílio Vaticano I (1869 - 1870); que sofreu a oposição à Igreja por parte das ideias liberais mas só se armou da fé mediante a consagração do mundo ao Coração de Jesus a 11 de junho de 1899 e que idealizou a Romanização das dioceses do Brasil. Dom Eduardo trabalhou pela Romanização nos mais difíceis primeiros anos da República Brasileira, proclamada por influência das ideias liberais. A Romanização foi a reprogramação da Igreja no Brasil, alinhando-a ao regime republicano e objetivando: a)- liberar-se totalmente das “amarras” herdadas do padroado imperial; b)- restaurar a obediência do clero secular às orientações do bispado; e c)- cuidar da formação do laicato católico pela Ação Católica, como meio de fazer decrescer a influência dos “coroneis” que praticamente mandavam nas romarias e nas festas litúrgicas, todas elas “refesteladas” laicamente. O ciclo de romanização uberabense se encerrou com o pulso forte de Dom Alexandre, que foi nomeado para bispo, sob a condição de prometer ficar na diocese de Uberaba pelo menos 5 anos, sem pedir transferência. Ao que Dom Alexandre respondeu: “Ficarei sempre em Uberaba onde serei enterrado”. Hoje em 2013, os tempos são bem diferentes, graças à Romanização. Sob o aspecto da Romanização das dioceses do Brasil, Dom Eduardo foi o maior Bispo de Uberaba. Tanto Dom Alexandre como Dom Eduardo venceram, mas pela irrestrita fidelidade à Igreja, sofreram muito.
Romanização das Dioceses
Tendo voltado de Roma onde se doutorou, o Pe. Eduardo Duarte Silva, trabalhava em Desterro hoje Florianópolis. Desejou ir para o Rio, porque seu pai morrera e ele assumira o sustento da família. No Rio, pela influência de seu tio Diogo, a vida financeira de sua mãe seria mais tranquila. A transferência foi complicada. Pela pretensão de ir para o Rio, o bispo o obriga a prestar
exames de Teologia, costume da época pelo qual o bispo obrigava o clero a estudar. No caso de Pe Eduardo serviu de exemplo a todos os padres e de uma observação pessoal do bispo. Submete-se a exames. Mas fica magoado com seu bispo. Certo dia um franciscano lhe pergunta: - Eduardo, há quanto tempo não conversa com o senhor bispo? - Nunca mais, vou lá. Mas, então foi lá. O bispo tranquilamente lhe pede para sentar-se e requerer ao Imperador o cargo de Cônego da Capela Imperial, cargo vago. Emprego muito cobiçado. Depois, Pe. Eduardo comentou não entender o motivo daquela grande humilhação e daquele grande favor por parte de seu bispo. Soube só mais tarde que o bispo queria provar o orgulho do doutorzinho de Roma. Nomeado para a Capela Imperial, cuida de sua mãe e presta bons serviços à Diocese. Capelão Imperial era cargo de notável reputação! Representando o senhor Internúncio Apostólico, foi o Cônego Eduardo quem entregou à Princesa Isabel, comenda do Papa Leão XIII, a Rosa de Ouro. Em outra ocasião, o senhor Ministro do Imperador desejou um terreno dos carmelitas e o queria por medidas drásticas. A isso se opôs o Visitador de Ordens Religiosas, o cônego Eduardo que conseguiu convencer o Ministro procurar a interferência da Santa Sé. Vinda tal licença de Roma, o Cônego Eduardo intermediou a doação do fundo do Convento da Lapa para a construção da primeira maternidade do Rio de Janeiro. Por tal favor, o Imperador D. Pedro II o nomeia Conde, Comendador da Ordem de Cristo. (2 de maio de 1889) Pela Proclamação da República, pensou-se em um Partido Católico. Por grave divergência entre dois jornais católicos o Partido Católico não foi fundado porque Jornal “Brasil Católico” contra o Partido Católico e Jornal “Cruzeiro” a favor. Cônego Eduardo, a favor, ficou desgastado. Estreita-se a amizade do Cônego Eduardo com Dom Joaquim Arcoverde, este já só eleito bispo de Goiás. Contrariado, Cônego Eduardo quis tirar férias em Roma. Por pura causalidade no mesmo navio estava
o Cônego Eduardo com Dom Joaquim Arcoverde, ambos do “Cruzeiro” e Dom Antonio de Macedo Costa do “Brasil Católico”. Todos querendo falar com o Cardeal Rampola, Secretário de Leão XIII. Em Roma. Dom Arcoverde teria audiência papal onde se iria se desculpar por não poder aceitar sua nomeação para Bispo de Goiás. O Cônego queria a oportunidade de adentrar os Palácios do Vaticano em companhia de Dom Arcoverde. Em audiência papal, conseguida a dispensa para Dom Arcoverde. Com os assessores do Papa, já estava preparado um livro pontifical e uma cruz peitoral para Dom Arcoverde. Entretanto, de repente, Leão XIII, se dirige ao Cônego Eduardo:
Papa Leão XIII
- Quero que vos consagreis Bispo de Goiás, depois, vamos providenciar o que falta para isso. - Mas Santo Padre, minha idosa mãe. - Leve-a a Goiás. - Ela não suporta a viagem Santidade! Muito doente. - Nesse caso vá cada ano ao Rio para vê-la. Aqui está a cruz peitoral e o livro pontifical que lhe dou. E pode partir. Dom Eduardo foi nomeado Bispo diretamente pelo Papa Leão XIII. Caso raro. Na comemoração dos 25 anos de bispado de Dom Eduardo, Dom Arcoverde, então Arcebispo de Rio de Janeiro, veio a Uberaba, abrilhantando tais festejos. Foi lembrado como Leão XIII nomeou bispo a Dom Eduardo. À frente da catedral há placa comemorativa sobre tal festividade. A Diocese inicial de Dom Eduardo, com sede em Goiás. abrangia aquele Estado e o Triângulo Mineiro. Com a falta de padres, as famílias dos coroneis mandavam nas Paróquias que se encontravam em completa desorganização. Sofreu muito. Pela proclamação da República com ideias liberais, um general confiscou o prédio do seminário de Goiás, sob pretexto de servir de Hospital Militar. Dom Eduardo comentava que a República foi proclamada sem nenhum militar ferido. Recorreu ao Presidente da República. Nada. Todo bispo pode residir em qualquer cidade de sua Diocese, portanto, toma a decisão de residir em Uberaba. Contrata várias tropas de burros: “Em 24 de junho, havendo já em várias tropas remetido toda a minha bagagem, a dos professores e seminaristas, parti de Goyaz e cheguei em Uberaba em 10 de agosto”. (“Passagens” Autobiografia,IPEHBC, série memória religiosa, UCG, Goiania, 2007, pg 145) e “O único edifício em condições de alojar o Seminário era o do Colégio Uberabense”,(COUTINHO, 2000, p.51) Em 1899, Dom Eduardo transformou o Seminário em o Colégio Diocesano do Sagrado Coração de Jesus, que em 1902 foi entregue aos educadores maristas que Dom Eduardo conseguiu em uma eventual passagem pela França. Dom Eduardo constrói sua Catedral, nas Mercês, inaugurada a 27 de
janeiro de 1907, gravando no frontispício da futura catedral, em Latim: “DIVO. CORDI. JESU. POSUIT EDUARDUS EPISCOPUS GOYAS 1905”. AO DIVINO CORAÇÃO DE JESUS, DEDICOU EDUARDO, BISPO DE GOIÁS 1905. O Sagrado Coração de Jesus é o Titular da Arquidiocese. Pela Bula Papal “Goyaz Adamantina Brasilaina Republica”, o Papa São Pio X, cria a Diocese de Uberaba a 29 de setembro de 1907, desligando-a de Goiás. A posse só foi possível a 24 de maio de 1908, 7 meses depois, por extravio postal do “Breve Apostólico Apostolatus Officium” de 8 de novembro de 1907, nomeando-o primeiro bispo de Uberaba. Incentivou a criação da primeira Escola de Odontologia e Farmácia em Uberaba, extinta em 1934. Por falta de Grupos Escolares com a colaboração das Irmãs Dominicanas fundou, pelos bairros, Escolas Primárias onde se aprenda o catecismo também.
Bispo zeloso
Dom Eduardo em suas andanças apostólicas amava conhecer a natureza. Em carta de 11 de agosto de 1911, D. Eduardo informava a um pesquisador de bócio, Dr. Laudelino, o que ele aprendera em Goiás : “ ... pernicioso inseto da ordem dos hemípteros a que aqui dão o nome de barbeiro ou vumvum que segundo experiências do Dr. Chagas é o transmissor do bócio. Eu suponho ser o “cimex lectuarius” que é diferente do “cimex (pentatona ritupex)” que é o percevejo comum das camas. Aquele tem asas, este não... julgo que chamam-no “barbeiro”... vi por lá ( Goiás) papos de todos os feitios, uns em forma de uma grande moranga que da garganta desciam quase ao meio do peito. Os chamados de corda que são como uns pequenos coités dependurados em tendão e que descem até ao umbigo. Um desses tinha, como ouvi dizer, um sapateiro que o jogava às costas quando trabalhava em sua tenda”. Bispo zeloso, formava comunidades religiosas em sedes de fazenda, onde passava dias entre batizados,
casamentos, confissões e Missas. Um missionário. Aprendia remédios caseiros com o povo simples para os receitar. Gostava de conversa popular. Com o povo das fazendas comia a taioba cozida, as saladas de serralha, transagem, berdoega e o broto de abóbora. Andava muito a cavalo. Certa vez caiu do cavalo. Conseguiu aprender domar sua própria exclusiva montaria. Nunca mais caiu. Em pesquisa de Dr. José Mendonça: “No Almanaque Uberabense de 1904, encontramos as seguintes informações sobre o antigo Palácio Episcopal : ... Sua inauguração deu-se nos meados do ano de 1902 ... aproximadamente Setenta contos de réis ... concorreram: A Freguesia de Frutal, com 5 contos de réis, que foram gastos na aquisição do local; a Paróquia de Uberaba, com outros 5; a Mitra da Diocese com doze contos,... as demais Freguesias do Triângulo Mineiro, com dez contos de réis; o Esmo, Sr. Bispo n. Eduardo Duarte Silva, com 5 contos, provenientes de suas côngruas de Cônego da Capela Imperial ...”. O Palácio era ao lado da primeira catedral. Depois foi sede do Jornal Correio Católico. Prédio destruído na década de 1950. Dom Eduardo organizou as romarias na cidade de Água Suja, (Romaria MG). Em 1908, paraninfou a primeira turma formada no Colégio Marista. Publicou 8 cartas pastorais. Ordenou 18 padres seculares e vários padres religiosos. Dom Eduardo sofria de neurastenia crônica (cefaleia), conhecida popularmente como enxaqueca. Em crises, tinha que manter-se ao leito, até por uma semana. Depois de 27 anos como bispo de Uberaba, renuncia em março de 1923. Despede-se de seus diocesanos em Carta Pastoral de 1º de Agosto de 1923. Sai de Uberaba a 2 de setembro de 1923. Falece no Rio a 16 de outubro de 1924. A 11 de dezembro de 1983, transladados do Rio de Janeiro, seus restos mortais foram repousados na Catedral de Uberaba. Prof. Carlos Pedroso / Historiador