Especial
25 anos de sonho e transformação
Alex Cardoso de Melo Idealizador da ONG “Meu sonho não tem fim”.
B
vez que a gentileza e o respeito no trato
folhetos, livros, revistas, DVDs, dentre
pessoal também significam caridade.
outros materiais da organização, realizei
A cultura do ódio não nos levará a
centenas de encontros com grandes
oa parte da sociedade brasileira
lugar algum. Ao contrário, existe uma
formadores de opinião e palestras
vive atualmente um processo
frase que uso nas minhas palestras e nas
norteadas em grandes exemplos de
de letargia, oscilando entre
minhas ações que diz: “Quem caminha
vida, como os dos “grandes sonhadores”.
a indiferença e a alienação. Isso nos
descalço, jamais deve semear espinhos”.
Muitas pessoas ainda não compreendem
remete ao inesquecível Milton Santos –
Por mais claro e sensato que isso possa
nossa temática e abordagem e ficam
geógrafo, um dos maiores intelectuais
parecer, vemos muitos exemplos vindos
com o pé atrás quando solicito um encontro, pois acreditam que em algum
brasileiros que desencarnou em 2001
de alguns de nossos líderes que, embora
– que tão bem compreendeu esse
com os pés em chagas de tanto pisar
momento irei solicitar algum tipo de
comportamento: “A força da alienação
em espinhos, mesmo assim continuam
auxílio ou, então, pautá-los, quando na
vem dessa fragilidade dos indivíduos
a plantá-los. Tomam atitudes como
verdade quero apenas ser um agente de
que apenas conseguem identificar a
se nosso país não tivesse problemas
transformação na sociedade.
pequena parte que os separa e não a
sérios para resolver ou, então, como
Sinto que tenho a obrigação de
grandiosidade daquilo que os une”.
se vivêssemos em um país com IDH
passar adiante os ensinamentos, sonhos
Poucas afirmações retratam tão bem a
(Índice de Desenvolvimento Humano)
e legados que tive a oportunidade
similar ao da Suíça. Esquecemo-nos que,
de conhecer. Lições, como a célebre
Foi necessário um vírus, com alto
atualmente, 33 milhões de brasileiros
frase de Martin Luther King, dentre
poder de disseminação e letalidade,
quando se levantam pela manhã não
tantas outras, na qual ele dizia: “Nossa
para concluirmos que sozinhos não
sabem de onde virá – e quando virá – a
geração não lamenta tanto os crimes
somos absolutamente nada e que jamais
sua próxima refeição.
dos perversos quanto o estarrecedor
sociedade brasileira atualmente.
devemos subestimar o poder de nossas
Nesta caminhada de 25 anos à
silêncio dos bondosos”. Nada mais atual,
ações. Um pequeno gesto pode mudar
frente da ONG “Meu sonho não tem
frente aos dias tão conturbados em que
a vida de uma pessoa para melhor, uma
fim” já distribuí milhares de adesivos,
vivemos.
20 / Seareiro
Edição 183 / Setembro / Outubro / 2022