o Relix. t e j o r p o d dagógica e p o ã ç a ic apl O guia de
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Caro Educador, Você está recebendo o Guia de Atividades do Projeto RELIX. Este guia traz sugestões de atividades didáticas complementares ao projeto RELIX para que você, Educador, e seus alunos possam explorar outros aspectos da temática de reciclagem de materiais, consumo consciente e produção de lixo. O Guia sugere experimentos, atividades extras, pesquisas sobre esses assuntos e também uma lista de leituras complementares e fontes de informação sobre o tema. A reciclagem, o consumo consciente e a produção de lixo são assuntos multidisciplinares e estão direta e indiretamente ligados com educação, cidadania e formação humana. Pensando nisso, a Equipe RELIX desenvolveu atividades multidisciplinares em cinco áreas do conhecimento: Ciências, Matemática, Sociologia, Artes e História Ambiental. Nosso objetivo é que essas atividades propiciem e despertem em você e seus alunos momentos de discussão sobre questões que na maioria das vezes passam despercebidas pela maior parte da população. Nós também gostaríamos que não ficassem restritas às nossas sugestões. Reciclagem, consumo consciente e produção de lixo são assuntos muito interessantes e com grande potencial para alavancar várias outras atividades e discussões. Esperamos que nossas sugestões estimulem você e seus alunos a explorarem as potencialidades deste material, preparado com muito carinho, e dos assuntos a ele relacionados. Aproveite este guia, mas você pode e deve ir além dele!
DESCRIÇÃO DO MATERIAL As atividades aqui sugeridas foram desenvolvidas para um público escolar amplo, formado principalmente por crianças na faixa etária do 5º ao 9º ano do ensino fundamental.
OBJETIVO DAS ATIVIDADES PROPOSTAS As atividades aqui propostas têm em comum o caráter participativo dos alunos. Elas foram desenvolvidas para que eles participem diretamente na preparação e realização dos experimentos, dos cálculos, da pesquisa, coleta e análise de dados e da apresentação e discussão dos resultados obtidos. Assim, a participação direta dos alunos é fundamental para que as atividades sejam realizadas com sucesso. Para que isso aconteça, sugerimos que cada atividade seja apresentada e discutida antecipadamente com os alunos. Isso faz parte de um planejamento das atividades, e é necessário, para uniformizar conceitos e métodos, discutir as possíveis dificuldades a serem encontradas durante as atividades e até mesmo antever soluções para problemas que podem acontecer. Esse é o momento para esclarecimento de dúvidas, divisão de tarefas, estabelecimento de procedimentos e prazos a serem cumpridos. Como algumas das atividades se baseiam em procedimentos científicos, a organização na coleta de dados, no tratamento da informação e na apresentação dos resultados é fundamental. Estimule seus alunos a documentarem com cuidado e atenção todos os procedimentos e resultados obtidos, para que as conclusões não sejam prejudicadas.
CIENCIAS Um dos grandes problemas da gestão de resíduos sólidos no Brasil é que a população joga no lixo doméstico vários materiais que não deveriam ser descartados como lixo comum. Materiais como plástico, vidro, borracha, alumínio e aço devem ser destinados à reciclagem. A Região Metropolitana do Recife recicla apenas 3% do lixo que produz, quando o ideal deveria ser pelo menos 30%. Além das questões econômicas (é muito mais barato reciclá-los do que produzi-los novamente), esses materiais não devem ir para os aterros sanitários porque não se decompõem facilmente. E, por não se decomporem, eles acabam contribuindo para saturar os aterros mais rapidamente, diminuindo a capacidade e a vida útil dessas instalações. Reduzir o volume de lixo que chega aos aterros sanitários é um grande desafio, e isso passa por alterar a percepção da população sobre quais tipos de material se decompõem mais facilmente e quais não se decompõem e devem ser destinados à reciclagem. Prepare-se! Este será um experimento de longa duração. Nele vamos observar o processo de decomposição de vários materiais diferentes. Vamos precisar de quatro vasinhos com terra. Podemos improvisá-los cortando garrafas PET de 2 l e aproveitando o fundo delas. Mas lembre-se de mandar o restante das garrafas para a reciclagem! Preferencialmente use garrafas iguais e transparentes. Cada vasinho deve ter 15 cm de altura e deve ser preenchido de terra de jardim até a metade (7,5 cm). Use o mesmo tipo de terra para encher todos os vasinhos.
4X Vamos estudar a decomposição de três materiais diferentes: uma casca de banana, um pedaço de jornal e um pedaço de alumínio. Além disso, vamos investigar se as condições dos vasinhos influenciam no processo de decomposição. Como precisamos controlar as nossas variáveis, então cada material terá que ser igual em tamanho. A casca de banana deve ser cortada em quatro quadrados iguais, de 2 cm por 2 cm. Faça o mesmo com o jornal. Para o alumínio, pegue uma tesoura e, com cuidado para não se ferir, corte quatro quadrados de 2 cm por 2 cm de uma lata de refrigerante. (havendo possibilidade, incluir aqui arte dos vasinhos e desenho do experimento) Vamos dividir os vasinhos em quatro grupos. Cada um vai receber um dos quadrados de casca de banana, de jornal e de alumínio que acabamos de cortar. No Grupo 1 vamos colocar os quadrados sobre a terra do vaso, sem cobri-los. No Grupo 2 vamos colocar os quadrados sobre a terra do vaso, sem cobri-los, mas vamos regar esse vasinho com um pouco de água a cada 2 dias. O vaso não precisa ficar cheio de água, apenas umedeça a terra. No Grupo 3 vamos colocar os quadrados sobre a terra do vaso e completar com mais terra até faltar 1 cm para a borda do vaso.
No Grupo 4 vamos fazer igual ao Grupo 3, mas vamos regar esse vasinho com um pouco de água a cada 2 dias. O vaso não precisa ficar cheio de água, apenas umedeça a terra. Cole uma etiqueta ou escreva com caneta permanente o número de cada grupo no vaso para vocês não se confundirem. Nosso experimento consiste em acompanhar a decomposição dos diferentes tipos de material ao longo do tempo. Para os grupos 1 e 2, vamos fazer observações diárias ao longo de 45 dias, observando como cada material se comporta ao longo do tempo. Se for possível, fotografe os vasinhos a cada dia, pois isso permitirá que tenhamos um registro visual da decomposição. Depois, você e seus alunos poderão usar essas fotos para fazer um filminho, acelerando a imagem para ver os 45 dias de decomposição em apenas 1 minuto, por exemplo. Compare os resultados dos grupos 1 e 2. Nos grupos 3 e 4 os quadrados deverão ser cuidadosamente desenterrados apenas no último dia de nosso experimento depois de 45 dias. Vire os vasos sobre uma folha de jornal e, com cautela, vá removendo a terra até expor os quadrados ou o que restou deles. Compare os resultados finais. É importante que vocês mantenham um diário do experimento, documentando com atenção todos os procedimentos e resultados que forem obtendo. Ao final do experimento, quais foram as conclusões? Que tipo de material se decompôs mais rápido? Cobrir os materiais com terra acelerou o processo de decomposição? A água influenciou na velocidade ou na intensidade da decomposição?
Faça um sorteio ou escolha um dos alunos para fazer a apresentação dos resultados do experimento para a turma. Esta será uma boa oportunidade para uma discussão sobre decomposição de diferentes tipos de material. E isso está diretamente relacionado com a velocidade de enchimento dos aterros sanitários. Aproveite a oportunidade para incluir uma boa discussão sobre reduzir o volume de lixo que produzimos e a necessidade de reciclar materiais que não se decompõem. Dependendo do perfil e do interesse da turma, você pode aumentar o número de materiais, incluindo, por exemplo, borracha, tecido ou outro material sugerido pelos alunos. Vocês podem também incluir outras variáveis em nosso experimento, como diferentes tipos de substrato nos vasos, por exemplo areia da praia ou brita, ou ainda alterar a temperatura usando uma lâmpada incandescente próxima dos vasos ou colocando-os em uma estufa. Se os alunos estiverem interessados, estimule-os a soltarem a imaginação durante o experimento, mas sempre mantendo o rigor científico necessário.
PORTUGUÊS Reutilizar e reciclar são conceitos fundamentais quando falamos da questão da produção de resíduos sólidos em qualquer lugar do mundo. Reutilizar é usar algo mais de uma vez. Reciclar também é reutilizar, mas dando origem a algo novo, geralmente diferente do original. Sem que você perceba, também reutilizamos e reciclamos palavras constantemente. Sim, palavras! Calma, vamos explicar melhor.
Primeiro vamos falar de reutilização. Uma mesma palavra pode ser utilizada com diferentes significados. Estas palavras são conhecidas como polissêmicas (poli = vários; e sêmico remete a significado). A nossa Língua Portuguesa tem vários exemplos de palavras polissêmicas. Quer exemplos? Vela! Pode ser o tecido que impulsiona o barco ou o objeto de cera que é usado para iluminar. Outro? Banco: pode ser a instituição financeira ou o objeto onde você se assenta. Mais um? Cabo: pode ser a parte por onde você segura a faca, a patente militar, ou até mesmo uma ponta de terra que avança pelo mar. A parte da gramática que estuda o significado das palavras é conhecida como Semântica. Vamos propor aqui um exercício de Semântica envolvendo palavras polissêmicas. O desafio é propor que seus alunos encontrem mais palavras polissêmicas. Você pode dividir a turma em grupos e propor um campeonato de palavras. Estabeleça as regras: o tempo que cada grupo terá para executar a tarefa (10 minutos, por exemplo, ou de um dia para o outro se quiser que a atividade se estenda para casa), se eles poderão fazer consultas (liberando ou restringindo o acesso a dicionários ou mesmo à internet), e pontos extras para a maior variedade de palavras ou para palavras que tenham mais que dois significados. Ganha o grupo que tiver o maior número de palavras polissêmicas ou maior número de pontos ao final do tempo estabelecido. Mas e a reciclagem de palavras? Como já dissemos, reciclar é reutilizar, mas dando origem a algo novo. Tá ligado? Opa, acabamos de reciclar uma palavra! Usamos a palavra “ligado” com um significado diferente do seu original. Ligar pode ter a conotação de acender ou colocar algo na tomada, por exemplo. Mas neste caso usamos o ligado para perguntar se você entendeu ou assimilou o que queríamos dizer. Aqui, propositalmente usamos uma gíria. Sim, gírias são uma forma de reciclar palavras! Saquei... Estamos
reutilizando palavras, mas dando origem a algo com uma nova conotação ou significado. A gíria é um fenômeno de linguagem e pode variar de gerações para gerações, ou mesmo entre grupos sociais diferentes. Geralmente a gíria tem um caráter informal, mas frequentemente ela acaba se popularizando e várias são incorporadas ao uso cotidiano por grande parte da população. A velocidade com que uma gíria se espalha depende de vários fatores como, por exemplo, quem a usa, como ela pode ser usada, se ela aparece na TV, se é engraçada, e por aí vai. Vamos reciclar palavras? Vamos propor que seus alunos façam um exercício envolvendo gírias e seus significados. Sugira que elas sejam organizadas em uma lista, e na frente de cada uma deve constar o significado original da palavra e a sua nova utilização. Libere o uso de dicionários ou acesso à internet para consulta. Isso permitirá que eles vejam como cada uma destas palavras foi reciclada. Neste exercício também podem ser trabalhados os conceitos de sinônimos e antônimos, por exemplo. Simbora lá? Demorou! Repensar, reduzir, reutilizar e reciclar. Estas são as palavras-chave do Projeto Relix. Elas nos fazem refletir sobre nossos padrões de consumo e nos convidam a repensarmos o problema do lixo. Mas já que estamos tratando de Língua Portuguesa, você já deve ter reparado que estas palavras têm algo em comum: todas começam com a sílaba “re”. Na verdade, o “re” é o chamado prefixo gramatical, um elemento (tecnicamente conhecido como afixo) que se junta a uma parte de uma palavra (conhecida como radical), melhorando ou alterando o seu significado. O “re” aqui uma conotação de repetição ou de fazer novamente. Assim, repensar é pensar de novo; reutilizar é usar mais de uma vez; e reciclar é recolocar em circulação. Mas e o reduzir? Bem, a explicação para esta é um pouco mais complexa: ela junta o prefixo re ao radical de origem
latina “dux”, que se refere à líder ou ordem. Assim, reduzir pode ter o sentido de trazer de volta à ordem original. Interessante, não? Já que estamos repensando, reutilizando e reciclando que tal aprendermos mais sobre prefixos? A proposta é um jogo onde ganha mais pontos quem conseguir identificar o maior número de prefixos e radicais. Estabeleça as regras e o limite de tempo, organize a turma em equipes e decidam juntos se a consulta a dicionários e internet estará ou não liberada. Preparados? Opa, acabamos de dar uma dica... olha o pre ali... Aliás, prefixo também tem pre...
MATEMÁTICA A produção de lixo no País cresce mais do que a população brasileira. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) indicam que cada brasileiro produz em média 1,04 kg de lixo por dia e no Brasil são coletados diariamente cerca de 190 milhões de t de lixo domiciliar urbano. É muito lixo, e é ainda mais preocupante, pois apenas 58,2% desse volume é corretamente destinado para os aterros sanitários (24,3% vai para aterros controlados, e 17,4%, para os lixões). Ou seja, diariamente cerca de 79 milhões de t de lixo, que deveriam ir para os aterros com boas condições, não chegam nessas instalações e acabam em locais inadequados para o seu tratamento. Mas o que o lixo tem a ver com matemática? Esta pode ser uma boa oportunidade para abordarmos conceitos de multiplicação e divisão simples, regra de 3 e cálculo de volume. Mas como assim? Vamos calcular a quantidade de lixo produzido pela população da Região
Metropolitana do Recife (RMR, pra simplificar), estimar quantos caminhões são necessários para transportar esse lixo e estimar qual o volume ocupado por ele. Mas lembre-se de que faremos estimativas, pois em alguns casos os valores exatos ou não estão disponíveis ou são de difícil determinação. Antes de começarmos, explique para a turma qual a atividade proposta, a metodologia que usaremos e, se necessário, faça uma breve revisão dos conceitos básicos a serem abordados. O primeiro passo é pesquisar qual a quantidade aproximada de lixo produzida na RMR (vamos chamar esse valor de A). Essa informação não é tão fácil de ser conseguida. Vamos usar os dados da Abrelpe, que apontam uma média de 1,04 kg por dia por habitante. Logo, A = 1,04 kg/dia/habitante. Precisamos agora saber qual a população da RMR (vamos chamar esse valor de B). Vamos recorrer à internet em busca dessa informação. Uma visita ao site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (www.ibge.gov.br) aponta que os 14 municípios que compõem a RMR têm uma população estimada em 2014 de 3.887.261 habitantes. Logo, B = 3.887.261 habitantes. Então vamos calcular a massa de lixo produzida pelos habitantes da RMR em 1 dia (vamos chamar esse valor de C): C=A×B Ao concluir a operação, obtemos que C = 4.042.751,44 kg de lixo/dia. Ou seja, podemos considerar que os habitantes da RMR
produzem em média 4.042 t de lixo por dia. É bastante, e ter uma dimensão dessa quantidade é até difícil. Com mais alguns cálculos simples podemos ter uma ideia melhor. Vamos calcular agora quantos caminhões são necessários para transportar todo esse lixo (chamaremos esse valor de D). Para tal, precisamos saber qual a capacidade de carga de um caminhão de lixo. Vamos recorrer novamente à internet. Após alguns cliques, encontramos que um caminhão tipo basculante cheio tem a capacidade de carregar cerca de 7 t de lixo (chamaremos essa capacidade de carga de E). Estimule agora os alunos a fazerem uma conta simples: dividir o peso diário total de lixo produzido na RMR pela capacidade de carga de um caminhão de lixo cheio. D = C/E Isso vai nos permitir calcular quantos caminhões são necessários por dia para transportar o lixo produzido na nossa região. O cálculo aponta que D = 577,53 caminhões. Podemos dizer então que são necessários aproximadamente 577 caminhões para transportar o lixo produzido em um só dia na RMR! Você pode estimular outros cálculos, tais como quantos quilômetros teria uma fila com todos esses 577 caminhões um atrás do outro (chamaremos de F). Consideraremos que um caminhão de lixo tem 8 m de comprimento. F = 577 x 8 m Puxa! Se todos os caminhões forem enfileirados, eles ocuparão mais de 4,6 km! Isso dá quase metade de toda a orla do Pina, de Boa Viagem e Piedade! E isso é por dia! Imagine agora se
formos calcular a fila de todos os caminhões usados em um ano de coleta (vamos chamar de G)? Vamos lá: G = F × 365 dias Nossa! Os caminhões formariam uma fila de mais de 1.684 km! Isso daria para fazer uma fila de caminhões do Recife até Brasília. Você pode estimular os alunos a fazerem outros cálculos, tais como o peso de todos esses caminhões juntos. Mas há um cálculo muito interessante: qual o volume de todo esse lixo produzido? Essa conta é um pouco mais complexa, pois precisaremos estimar o volume do lixo. Isso não é fácil, porque o lixo doméstico é composto por diversos materiais diferentes. Podemos lançar mão de uma aproximação tomando como base o volume da água. Sabemos que a água tem um volume de 1.000 kg por m3. Chamaremos esse valor de H1. Logo, H1 = 1.000 kg/m3. Mas vários dos materiais que compõem o lixo, como plástico ou restos de comida, são mais leves que a água. Então podemos escolher um valor intermediário (H2), como 500 kg/m3. Usaremos H2 para estimar o volume de lixo produzido pelos habitantes da RMR (chamaremos esse volume de I). Lembre-se que já calculamos a massa de lixo produzida na RMR e chamamos esse valor de C. Aqui vamos usar uma regra de 3 simples: Se 500 kg de lixo têm um volume de 1 m3, então C terá um volume I. >>> Logo, I = 4.042.751,44/500 >>> I = 8.085,50 m3 Assim, obtivemos I, o volume aproximado do lixo produzido diariamente na RMR. Esse dado será necessário para fazermos mais outro cálculo interessante: Quantos dias são necessários para que o lixo produzido na RMR encha um estádio como a Arena Pernambuco?
Vamos aos cálculos! Procurando na internet, obtemos que a Arena Pernambuco tem um formato aproximado de quadrado, com 280 m de lateral e 38 m de altura. Logo, o volume da arena (chamaremos de J) é: J = 280 m × 280 m × 38 m >>> J = 2.979.200 m3 Então, agora basta dividir J por I. Surpreendente! J = 368 dias. Ou seja, podemos aproximar e dizer que o lixo produzido pelos habitantes da RMR enche uma Arena Pernambuco por ano! Esses cálculos que fizemos dão uma dimensão do tamanho do problema que temos pela frente: onde colocar todo o lixo que produzimos? Não podemos continuar enchendo uma Arena Pernambuco de lixo por ano. E há um agravante: a cada ano estamos produzindo mais lixo. Logo, a cada ano estaremos enchendo uma área igual à Arena Pernambuco em menos tempo. Não será fácil resolver esse problema, mas parte da solução passa por uma mudança de atitude por parte da população, conscientizando-se de que: 1 Precisamos repensar nossos hábitos e reduzir o volume de lixo que produzimos diariamente. 2 Precisamos aumentar bastante o volume de material destinado à reciclagem, diminuindo assim o volume de lixo que chega até os aterros e lixões. Aproveite os cálculos que fizemos para estimular essa discussão entre seus alunos.
SOCIOLOGIA Estima-se que no Brasil existam entre 300 mil e 1 milhão de catadores de material reciclável. Diariamente essas pessoas prestam um serviço ambiental fundamental para o País, retirando e destinando à reciclagem milhares de toneladas de materiais das ruas. São os catadores que fazem com que o País seja, por exemplo, recordista mundial na reciclagem de latinhas de alumínio. Sem o trabalho deles, a maior parte do material reciclável não seria recolhida e provavelmente terminaria aumentando os problemas dos lixões e aterros sanitários do País. A reciclagem é hoje uma atividade importante da economia brasileira e deve sua importância em grande parte aos catadores. Mas você já parou para pensar em quem são essas pessoas? Entre os catadores há pais e mães de família, às vezes famílias inteiras, que trabalham frequentemente em condições duras e, em alguns casos, arriscadas de trabalho. São pessoas que vivem e tiram seu sustento de uma atividade que ainda experimenta um grande preconceito de grande parte da população brasileira. Conhecer melhor essas pessoas pode fazer você mudar de opinião sobre elas e valorizar ainda mais a profissão de catador de material reciclável. Nesta atividade estamos propondo um exercício de sociologia, a ciência que estuda a organização e os fenômenos sociais. A proposta é que você e seus alunos conheçam melhor os catadores de material reciclável, através de um contato mais próximo com eles. Primeiro procure identificar se os catadores da sua região estão organizados em algum tipo de associação ou cooperativa.
Dica: você pode encontrar o endereço e contato de algumas associações de catadores no link Associações e Cooperativas de Catadores no Recife, Pernambuco, ao final deste guia. Se estiverem, este será o seu ponto principal de contato. Tente marcar uma visita dos alunos até o local para que eles possam conhecer quem são os catadores e quais as condições de trabalho que experimentam. Nessa visita, conduza as perguntas sugeridas mais abaixo. Se os catadores locais não estiverem organizados em associação ou cooperativa, procure alguns deles enquanto estiverem trabalhando na rua e faça um convite para que eles venham até a escola para uma conversa com os alunos. Lembre-se de que em sua maioria essas são pessoas simples, alguns com baixa ou nenhuma escolaridade, e que podem se sentir envergonhados. O contato inicial será fundamental para “quebrar o gelo”. Diga que você e seus alunos gostariam de ouvi-los sobre o papel que desempenham na reciclagem de materiais. Marque um dia e horário para a visita. Um ambiente agradável e descontraído pode tornar esta atividade ainda mais interessante. Explique para os alunos o objetivo da atividade, e, se ela for feita na escola, juntos vocês podem organizar as boas-vindas ao convidado. Você e seus alunos podem optar por uma conversa informal direcionada para o assunto reciclagem. Procure deixar o convidado confortável e permitir que ele se apresente. Uma alternativa é organizar algumas perguntas básicas a serem feitas ao convidado. Aqui estão algumas sugestões: Qual o seu nome e a sua idade? Há quantos anos você trabalha com a coleta de material reciclável?
Nesse período você tem observado mudanças na maneira como as pessoas lidam com o lixo? Se sim, quais? O que há de melhor no seu trabalho? E de pior? O volume de material nas ruas tem aumentado ou diminuído? E o preço pago pelos materiais? Você poderia nos dizer quanto ganha por mês com a coleta de material reciclável? Você percebe apoio por parte dos governantes e da população para a atividade de coleta e reciclagem de materiais? Você gosta do que faz? Quais são os maiores problemas que você experimenta na sua atividade? O que você faria para resolver esses problemas? Como a população poderia ajudar a melhorar o seu trabalho? Conte algumas curiosidades ou histórias interessantes que você já experimentou enquanto trabalhava. Você e seus alunos podem bolar outras perguntas ou a turma pode ser dividida em grupos e cada um fica responsável por um tema. Por exemplo: perfil do catador, experiência de vida, visão dele sobre a reciclagem, percepção de dificuldades e problemas, entre outros. Quando vocês retornarem à escola, reúna a turma novamente para uma discussão sobre a experiência abordando qual a contribuição desse tipo de atividade, para que possamos entender melhor a questão do lixo em nosso país.
ARTES O ano era 1989. O local, o palco do que muitos consideram o maior espetáculo da Terra: o desfile das escolas de samba no sambódromo do Rio de Janeiro. A Beija-Flor de Nilópolis, uma das mais famosas escolas de samba do Brasil, entrava na avenida para apresentar um
dos mais polêmicos desfiles de todos os tempos. Da mente brilhante do carnavalesco Joãozinho Trinta, saiu o enredo Ratos & Urubus, Larguem a Minha Fantasia. Completamente surpresa, a multidão nas arquibancadas assistia a um desfile revolucionário e diferente de todos que já haviam sido apresentados. A escola inteira entrava na avenida com fantasias feitas de material reciclável, farrapos, sucatas e lixo. Como definido pela própria escola, era o “lixo do luxo e o luxo do lixo”. Ao trazer a temática do lixo e dos excluídos para a avenida durante o Carnaval, Joãozinho Trinta e sua arte incomodaram várias pessoas. Mas sem dúvida também fizeram várias outras pararem por pelo menos alguns instantes para apreciarem a beleza do inusitado e pensarem sobre um assunto que passa quase despercebido por grande parte da população brasileira. Foi um desfile que entrou para a história. Vinte e um anos depois, em 2010, outro artista brasileiro também usou o lixo para, através de sua arte, chamar a sociedade para uma reflexão. Naquele ano foi lançado o documentário Lixo Extraordinário, que mostrava o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz, um dos mais famosos e prestigiados artistas plásticos da atualidade. Filmado ao longo de 2 anos, o documentário relata o trabalho de Muniz com os catadores de material reciclado do Lixão de Jardim Gramacho, na Baixada Fluminense. Vik Muniz já havia se tornado famoso mundialmente por usar materiais inusitados para as suas obras de arte e dessa vez ele escolheu usar o lixo coletado
em Gramacho para refazer em tamanho gigante fotografias que ele mesmo havia tirado dos catadores que trabalhavam no local. Em um trabalho de muita sensibilidade, o documentário mostra a interação do artista com os catadores durante a produção das obras de arte enquanto acompanha as transformações dessas pessoas em contato com a arte e seu artista. Durante muito tempo Gramacho foi considerado o maior lixão a céu aberto do mundo, com condições extremamente precárias para o tratamento e a disposição final das cerca de 7 mil t diárias de lixo que recebia. Cerca de 70% do lixo produzido na cidade do Rio de Janeiro ia para Gramacho, e todo esse material, sem o devido tratamento, contribuía bastante para a poluição da Baía de Guanabara, cartãopostal do Rio de Janeiro. As obras de arte produzidas por Vik Muniz em Gramacho foram leiloadas, e o dinheiro arrecadado foi revertido para ajudar na recuperação do local e na capacitação dos catadores que lá trabalhavam. O documentário ganhou vários prêmios nacionais e internacionais. Após 35 anos de funcionamento precário e irregular, em 3 de junho de 2012 a prefeitura do Rio de Janeiro finalmente fechou o Lixão de Jardim Gramacho. O documentário Lixo Extraordinário pode ser visto na internet, no endereço https://www.youtube.com/watch?v=61eudaWpWb8. Nesta atividade convidamos você e seus alunos a assistirem ao documentário. Ele tem cerca de 1 hora e, 35 minutos de duração e, se não for possível assisti-lo em uma única sessão, vocês podem dividi-lo em partes de acordo com a disponibilidade de tempo. Se sua escola conta com um projetor multimídia (data-show) e computadores conectados à internet, aproveite para projetar o documentário em uma tela maior. Se ela não conta com esse equipamento ou com conexão, utilize um cyber café ou uma lan
house para baixar o vídeo e grave-o em um pen drive ou DVD. Reúna então os alunos e faça a exibição. Antes da exibição você pode orientar seus alunos para uma pesquisa sobre o artista Vik Muniz e também sobre o Lixão de Gramacho. Isso vai lhe ajudar a contextualizar o documentário, o tipo de trabalho que Muniz desenvolve e também lhe permitirá entender melhor as condições de trabalho dos catadores de Gramacho. Após a exibição vocês podem fazer uma roda para a discussão sobre o filme, estimulando todos ao diálogo sobre os temas lixo, reciclagem, catadores e até mesmo sobre o papel da arte como movimento transformador social. Uma dica: no YouTube você também encontrará vídeos do famoso desfile da Beija-Flor que mencionamos no começo deste tópico. Ele também pode ser utilizado em uma segunda roda de discussão. Mais uma dica: Um dos melhores filmes que aborda a temática da relação entre economia, consumo e lixo já produzidos no Brasil chama-se Ilha das Flores. Ele é um curta-metragem, com apenas 13 minutos de duração, e pode ser visto em http://www.youtube.com/ watch?v=e7sD6mdXUyg. Esse filme já foi apontado como um dos cem curtas-metragens mais importantes do século e tem um tom crítico, bastante convidativo para uma excelente discussão sobre o assunto.
HISTÓRIA AMBIENTAL Sabia que o lixo pode ser usado para conhecermos melhor uma sociedade? É verdade. Pesquisando o lixo produzido em um lugar podemos entender melhor os padrões de consumo
de seus habitantes, seus hábitos e costumes, seu poder de compra, a evolução da tecnologia e até mesmo tendências da moda. Existem pesquisadores que se especializaram na pesquisa do lixo, utilizando-o como ferramenta de estudo de áreas científicas como a Sociologia, a Economia e também a História Ambiental. Existem até “arqueólogos do lixo”! Esses pesquisadores descobriram que as camadas de um lixão podem ser consideradas páginas da história, e, quanto mais fundo, mais antigo e revelador pode ser o lixo encontrado. Nesta atividade não vamos revirar o lixo da Região Metropolitana do Recife, mas vamos fazer um exercício de História Ambiental, a parte da História cujo foco principal é a relação entre homem e meio ambiente. Quando estudamos essas relações entre cultura e natureza, podemos entender melhor como o meio ambiente que nos cerca vem mudando ao longo dos anos através da ação humana. Vamos usar a História Ambiental para entender mudanças nos padrões de consumo do passado e presente e inferir que tipo de consequências essas mudanças podem ter tido no tipo e na quantidade de lixo que produzimos atualmente. Os alunos podem ser divididos em grupos, e cada um ficar responsável por um tema de pesquisa. As pesquisas podem ser feitas junto a várias fontes de informação: livros, revistas antigas, internet, museus ou até supermercados de Pernambuco. Mas existe uma fonte alternativa que pode e deve ser utilizada: sugerimos que parte desta atividade seja feita através de entrevistas com pessoas de mais idade, como os avós dos alunos. Da mesma forma, se os alunos forem a supermercados, orienteos a procurarem os funcionários mais antigos do estabelecimento ou então perguntar onde eles poderiam encontrar funcionários já aposentados. Entrevistas com essas pessoas podem render excelentes informações sobre mudanças no padrão de consumo ao longo do tempo.
O nosso objetivo é pesquisar como alguns produtos eram comprados, armazenados ou vendidos no passado, comparar com o presente e discutir se houve mudanças ao longo do tempo e, havendo, se essas mudanças tiveram como consequência o aumento da produção de lixo. Vamos trabalhar com duas épocas distintas: de 30 a 40 anos atrás e o presente. Estimule os alunos a escolherem alguns produtos, tais como arroz, feijão, açúcar, leite, roupas, carne, biscoitos, pães, entre outros. Oriente-os a pesquisar se os produtos eram embalados e qual o tipo e tamanho de embalagem usados, qual a quantidade (volume ou peso) de produtos que poderia ser comprada, como esses produtos eram armazenados no local de venda e depois da compra e qual a frequência com que eles eram comprados. Você pode estimular também os alunos a desenvolverem outras questões relacionadas, como qual era a durabilidade do produto e qual era o seu custo comparado com outros produtos. Para organizarmos nossa pesquisa, vamos elaborar um quadro comparativo. Na primeira coluna colocaremos o produto pesquisado. Na segunda coluna, a forma como ele era comprado, armazenado ou vendido no passado. Na terceira coluna, a mesma informação, mas para os dias de hoje. Numa quarta coluna podem ser incluídos comentários comparativos ou explicações. E na quinta e última coluna, uma conclusão, comparando se a forma como o produto era comprado, armazenado e vendido no passado produzia mais ou menos lixo quando comparado com a forma como é comprado, armazenado e vendido no presente. O quadro ficaria assim:
Esse quadro comparativo pode ser usado tanto para a pesquisa oral, com as pessoas de mais idade, quanto para a pesquisa via outras fontes de informação. Mantenha as informações no quadro de maneira bem organizada e detalhada, pois esse quadro sintetiza a essência de nossa pesquisa. Ao final do preenchimento das informações, ele poderá ser usado para a apresentação dos resultados e conclusões. E aí? O que os dados da pesquisa indicam? Vocês acham que os padrões de consumo atuais mudaram? De que forma? Vocês concluíram que produzimos mais ou menos lixo que no passado? Qual a implicação disso para a questão da destinação do lixo que produzimos? Escolha ou sorteie um apresentador e transforme a apresentação dos resultados em um debate, com discussões sobre as mudanças observadas e sobre quais as consequências dessas mudanças em relação à produção de lixo. Aproveite para inserir no debate questões ou explicações sobre o tema consumo consciente: necessidade da redução na produção de lixo, necessidade da reciclagem ou outros aspectos relacionados com o tema.
Referências e sites úteis SEMPMA - Secretaria Municipal De Proteção Ao Meio Ambiente De Maceió www.maceio.al.gov.br/sempma/ SLUM - Superintendência De Limpeza Urbana De Maceió www.maceio.al.gov.br/slum/
Agenda 21 www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18 Compostagem www.mma.gov.br/agua/item/7594-compostagem Compromisso Empresarial para a Reciclagem www.cempre.org.br Conselho Nacional de Defesa Ambiental www.cnda.org.br Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=20 E-lixo, Reciclagem de Resíduos Eletrônicos www.elixo.org.br/ Entenda a Política Nacional de Resíduos Sólidos www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28492-entenda-a-politicanacional-de-residuos-solidos Fundação SOS Mata Atlântica www.sosma.org.br Glossário Ambiental ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/glossario_ambiental.html Greenpeace www.greenpeace.org.br
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama www.ibama.gov.br Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE www.ibge.gov.br Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio www.icmbio.gov.br Instituto Akatu para o Consumo Consciente www.akatu.org.br Instituto Ecoar www.ecoar.org.br Lei de resíduos sólidos não foi cumprida. E agora? www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/lei-de-residuos-solidosnao-foi-cumprida-e-agora-2697.html Lixo.com.br www.lixo.com.br Ministério do Meio Ambiente www.mma.gov.br Museu do Lixo portal.pmf.sc.gov.br/entidades/comcap/index. php?cms=museu+do+lixo&menu=0 Planeta Sustentável, Lixo planetasustentavel.abril.com.br/lixo/
Política Nacional de Resíduos Sólidos www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduoss%C3%B3lidos Programa das Nações Unidas para o meio Ambiente www.pnuma.org.br Rota da Reciclagem www.rotadareciclagem.com.br/index.html?c=oquee Tipos de lixo www.ib.usp.br/coletaseletiva/saudecoletiva/tiposdelixo.htm Universidade Livre do meio Ambiente – Unilivre www.unilivre.org.br UsinaVerde www.usinaverde.com.br/ Vocabulário Básico de Recursos Naturais e Meio Ambiente, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/vocabulario.pdf Wikipédia, a Enciclopédia Digital pt.wikipedia.org
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