EDIÇÃO ÚNICA
REVISTA
história atípica EXPERIÊNCIAS AFRO-INDÍGENAS NO CONHECIMENTO HISTÓRICO
VIAGEM Um roteiro histórico incrível pelo Parque Memorial Quilombo dos Palmares | 18
ENTREVISTA Racismo possível 10
na escola: é desconstruir?|
RECEITAS
PALAVRAS CRUZADAS
Duas iguarias nordestinas herdadas da cultura afro-indígena | 23
Sabia que é possível aprender se divertindo? | 26
COORDENADORA DO CURSO MARTA MARGARIDA DE ANDRADE LIMA
VICE-COORDENADORA PAULA BASTO LEVAY
COORDENADOR PEDAGÓGICO THIAGO NUNES SOARES
SECRETÁRIA JOSEMAR NEVES
REVISTA PRODUZIDA NA DISCIPLINA RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA - SEMESTRE 2020.1 PROFESSORA FORMADORA ALICE FERREIRA DO NASCIMENTO MACIEL TUTORA PRESENCIAL - POLO PALMARES EVELINE AMÉLIA RIBAS
ALUNOS ANA FRANCISCA DE LIMA ALVES EDVANIO LUIZ DA SILVA ELISABETH ROSA DA SILVA GUSTAVO HENRIQUE RIBEIRO TINÉ JOSÉ ROBERTO BEZERRA DE SANTANA MARIA EDILÂNEA DO REGO VILA WANCYLDA MAYLA DE MELO FERREIRA
OUTUBRO/2020
APRESENTAÇÃO
A Revista História Atípica foi produzida na disciplina Relações Étnico-Raciais e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, no semestre 2020.1, na turma do 7º período do polo Palmares. A temática étnico-racial ganhou grande notoriedade no ano de 2020. Se de um lado nos defrontamos com práticas racistas evidenciadas em todas as esferas da nossa sociedade, do outro vimos os povos indígenas enfrentando perdas consideráveis dos seus direitos. A nossa revista surgiu como contribuição da nossa turma para o debate atual sobre as relações étnico-raciais no Brasil, trazendo as reflexões e inquietações sobre o que estudamos e vivenciamos. Este material também fez parte da proposta pedagógica da disciplina tendo em vista que foi utilizado como ferramenta avaliativa para a 2ª Verificação de Aprendizagem. A disciplina foi dividida em dois blocos. No primeiro - o bloco teórico- nos debruçamos sobre os principais conceitos que guiam o estudo das relações étnico-raciais e como eles nos iluminam para compreensão da nossa realidade. No segundo bloco, chamado de "mão na massa", nos dedicamos à produção da revista. O Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA transformouse em um "escritório virtual de edição", no qual, a cada semana, decidíamos de forma colaborativa quais as matérias que comporiam a revista, quem seria responsável por cada seção, qual o nome da revista e a sua identidade visual. O produto final deste processo está sintetizado nas próximas páginas. Esperamos que a Revista Atípica alcance os estudantes da licenciatura em História, a comunidade acadêmica e a população em geral. Boa leitura! Alice Maciel Professora Formadora
Onde encontrar? 13 DEPOIMENTO
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A TEMÁTICA ÉTNICORACIAL NA ESCOLA
VOCÊ SABIA?
SEÇÃO DE CONHECIMENTO
16 DESABAFO
23 CULINÁRIA
CHEIROS, SABORES, CORES & BARULHOS DA MINHA INFÂNCIA E SABORES DO NORDESTE
ALGUÉM ME ACORDA DESTE PESADELO?!
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ENTREVISTA
A ESCOLA NA DESCONSTRUÇÃ O DO RACISMO
CRÔNICA DE VIAGEM
"PARQUE MEMORIAL QUILOMBO DOS PALMARES"- UM (RE)ENCONTRO COM A ANCESTRALIDADE AFRICANA
26 ENTRETENIMENTO
VAMOS JOGAR?
CONHECIMENTO
VOCÊ SABIA? Por Edvanio Luiz da Silva
De acordo com a historiografia brasileira, havia aproximadamente 3 milhões de indígenas em território brasileiro no ano de 1500. Dentre estes havia mil etnias diferentes. Com o passar dos anos e o avanço do imperialismo, nas condição de grandes latifundiários, houve uma grande diminuição de suas terras e muitos foram exterminados. Atualmente, de acordo com o último censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE, existe no Brasil cerca de 800 mil indígenas, muitos deles habitando a zona rural, mas em torno de 300 mil índios vivem nos grandes centros urbanos. Nas áreas urbanas o número de mulheres é maior, enquanto que na zona rural é maior a presença masculina. As taxas de fecundidade e mortalidade nas comunidades indígenas são consideradas altas, em contrapartida os indígenas que habitam fora de suas terras apresentam baixa taxa de fecundidade e mortalidade. Ainda segundo o último censo, houve uma melhora na taxa de alfabetização dos indígenas, porém as comunidades ainda apresentam nível educacional muito baixo e dificuldade de acesso à escola.
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Você sabia que em Pernambuco temos etnias indígenas?
As etnias indígenas já identificadas pela FUNAI são: Atikum - pertencente ao grupo indígena Atikum-Umã, está localizado em uma região chamada de Serra das Crioulas e Umã, localizada nos limites do município de Carnaubeira da Penha; Fulni-ô - o próprio nome remete a seu grupo indígena, chamado Fulni-ô, está localizado na cidade de Águas Belas, na região Agreste do estado; Kambiwá – grupo indígena localizado entre os municípios de Ibimirim, Inajá, Floresta, no Sertão; Kapinawá – localizado entre as cidades de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim; Pankará – localizado no município de Carnaubeira da Penha; Pankararu – esta etnia se localiza nas cidades de Jatobá, Tacaratu e Petrolândia; Pipipã – os indígenas da etnia Pipipã vivem no município de Floresta; Truká – localizada na Ilha de Assunção, cidade de Cabrobó; Tuxá – na cidade de Inajá, no Sertão; Xucuru – o povo Xucuru está localizado no município de Pesqueira. 07
VOCÊ SABIA?
Que durante o período da colonização
brasileira, os africanos trazidos como escravos para o Brasil, e seus descendentes, influenciaram enormemente na formação cultural do nosso país? É impossível não identificar em nossa cultura elementos moldados pelas mãos e inteligência africana e afro-brasileira. Na religião, música, dança, alimentação e língua temos a influência negra, apesar da repressão que sofreram por suas manifestações culturais mais cotidianas. Um fato curioso sobre as principais características da cultura afrobrasileira é que não há homogeneidade cultural em todo território nacional, ou seja, elas se apresentam de diversas formas em territórios distintos. De origens diferentes, os africanos trazidos ao Brasil desenvolveram estratégias para assegurar que suas práticas e representações culturais sobrevivessem. Os dois grupos de maior destaque e influência no Brasil são: os Bantos, trazidos de Angola, Congo e Moçambique e os Sudaneses, oriundos da África ocidental, Sudão e da Costa da Guiné. Mas será que estudamos isto na escola? Depois de muitas reivindicações dos movimentos sociais, como o Movimento Negro (MN), como também de pesquisadores da área de Educação e Relações Étnico-Raciais por uma educação que não perpetuasse a discriminação racial no ambiente escolar, foram criados mecanismos legais para garantir o cumprimento de medidas que norteiam as Relações étnico-raciais e cultura olas brasileiras públicas e particulares. A lei 10.639/03 (09/01/2003), complementada em relação a seu conteúdo pela lei 11.645/08 (10/03/2008),
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afro-brasileira e indígena na educação. A Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena no ensino fundamental e médio, nas escTemos a Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena no ensino fundamental e médio, nas escolas brasileiras públicas e particulares. Esta lei inclusive alterou e complementou a lei que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (de 1996), no que se refere à inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura Afro- brasileira e Indígena.
Quer saber mais sobre estas temáticas?
Indicamos a leitura dos seguintes livros: “Lugar de Fala” de DJAMILA RIBEIRO, 2017; “O que é racismo recreativo?¨ de ADILSON MOREIRA, 2018; “Pequeno Manual Antirracista” também de DJAMILA RIBEIRO, 2019; “Ideias para adiar o fim do mundo”, 2019 e ¨O amanhã não está à venda¨, 2020, ambos de AILTON KRENAK.
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ENTREVISTA
A ESCOLA NA DESCONSTRUÇÃO DO RACISMO Por Wancylda Mayla de Melo Ferreira Entrevista realizada com a socióloga e educadora, Luciana Gonçalves, atuante em escola pública de ensino fundamental, tendo como tema “racismo nas escolas”, suas origens, causas e formas de enfrentamento: a quem cabe esse papel?
Wancylda Mayla - O que é racismo para você? Luciana Gonçalves - É uma forma de pensar e julgar-se superior, vindas dos nossos antepassados e que enraízam-se geração após geração, direcionado à pessoas de cor de pele diferente, negra, inferiorizando e minimizando por meio de atos preconceituosos as descendências e costumes de um povo, desvalorizando suas matrizes africanas, ao negar, oprimir e podar sua origem, importância em todo um contexto sócio-histórico-cultural, propagando uma cultura de invisibilidade de nossa ancestralidade; anulando a auto representação de um povo, de uma nação e de uma identidade negra. Daí surge a prática do racismo, pela falta de conhecimento e aceitação da história, dos valores étnicoraciais, uma prática cruel de se
sobrepor e subjugar a negritude como algo negativo. WM - O racismo começa onde? Em casa? LG - Para mim é muito difícil dizer onde começa, pois ele está intrincado nas estruturas de nossas interações sociais e as vezes se manifesta de forma camuflada e sútil. O racismo perpassa os diferentes âmbitos da vida coletiva, estando presente em casa, na escola, comprometendo o convívio, interferindo nas relações e na vida democrática dos estudantes, refletindo no aprendizado. O racismo dentro da escola não se resume ao bullying, mas aparece também nas decisões pedagógicas, nas formas de convívio entre os estudantes, nas organizações de rotina e do espaço, nos encaminhamentos das disciplinas, entre outras situações
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em que não é respeitado a condição étnica, racial, religiosa, sócio econômica, de gênero, etc. WM - Você acha que nossa sociedade é racista? LG - Sim, com certeza. Compreendo que racismo como socialmente construídas, podendo assim serem desconstruídas, sendo a escola um importante espaço promotor de transformação social, mas para isso ela precisa estar transformada. WM – O que é racismo na escola? LG - O racismo percebido nas escolas de ensino fundamental, bem como nas outras modalidades é o próprio racismo institucional, o que não deveria em hipótese acontecer, visto que, a escola como espaço responsável pela produção de práticas educativas, solidárias e inclusivas, que contribui na formação de indivíduos como cidadãos/ãs, não deve agir nem permitir o racismo em seu ambiente. É seu dever promover a desconstrução das ideias racistas, incentivando o sentimento de pertencimento e respeito às diferenças. WM - Qual seria uma ação antirracista possível na sua realidade? O que poderia fazer? LG - Uma ação antirracista está no centro da mudança das relações sociais que prezam pelo respeito e pela inclusão, pois na ação antirracista buscamos desconstruir heranças culturais nocivas à convivência entre as pessoas. É preciso que compreendamos que no Brasil o racismo existe, ele mata cotidianamente, homens, mulheres, pelo simples fato de serem
negros/as. É sempre muito difícil debater sobre o racismo, principalmente quando nos damos conta da negação que existe acerca do mesmo, mas é preciso descontruir o colonizador que existe dentro de nós para que seja possível, um dia, descolonizar o mundo lá fora. WM - A sua escola aplica a Lei 10.639/03, uma consequência da luta negra? LG – Essa é uma pergunta que dá margem para controvérsias. Se digo que aplica, preciso salientar que não há, na íntegra, o cumprimento da Lei. Os motivos são os mais diversos, falta de recursos da instituição para capacitar seus profissionais, falta de comprometimento dos profissionais nesse sentido. WM - Para você, como profissional da educação, os projetos educativos de valorização da cultura afro-brasileira são eficazes? LG - Os projetos educativos que valorizam a cultura afro-brasileira, assim como a indígena, são muito importantes, mas que sejam desenvolvidos e implementados como algo sempre presente e constante, não apenas como uma exaltação em datas específicas, mas que trate de sua importância social e cultural para o povo brasileiro, no intuito de promover à reflexão sobre a inclusão, fortalecendo as relações de respeito, justiça e solidariedade, bem como o sentimento de que todos são iguais, no processo de interação social. WM - Qual o papel da escola? No sentido de se posicionar para lidar 11
com a diversidade cultural e racial de nossos alunos? LG - A escola tem o papel fundamental de desconstruir ideias racistas e escravocratas que maltrataram e mataram no passado e continuam a fazer no presente, ideias essas que alimentam e animam as práticas racistas. A escola como um instrumento do Estado, onde pessoas expressam seus valores, assim como seus preconceitos, também precisa ser descolonizada e abrir-se para novos processos que permitam a valorização dos sujeitos em todos os seus saberes e vivências. WM - Qual (quais) tem sido a(s) atitude(s) dos professores frente ao racismo na escola? Cite alguma prática que você considera como racista, que ocorreu ou ocorre no cotidiano da sua prática escolar profissional.
LG – Sim, a escola promove. No entanto, considero que de forma muito ocasional, se utilizando de datas marcantes, como “O Dia da Consciência Negra”. Considero de fundamental importância que se debata sobre o tema e principalmente que se promova entre todos o conhecimento sobre nossa história, marcada por muito sofrimento na luta por liberdade e igualdade, uma vez que no Brasil, fomos um povo escravizado, tivemos nossa cultura negada, em tudo de bom que nossos ancestrais trouxeram da África e que é de merecimento que fosse abordado como temática dos debates promovidos pela escola com maior frequência.
LG - Eu trabalho nesta mesma escola há quase 12 anos, já testemunhei muitas ações racistas como proteção por parte de funcionários, de aluno branco que insultou aluno negro; prioridade de lugar em refeitório, piadas sobre o desempenho de alunos negros em determinadas atividades, dentre uma série de outras. O que mais me incomoda é o fato de não haverem outros professores ou agentes administrativos negros/as na instituição, eu sou a única. Mas toda equipe terceirizada para serviços de limpeza, refeitório, portaria, é composta por negros/as. WM - Sua escola promove debates sobre o tema com seus alunos, famílias e toda a comunidade escolar?
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DEPOIMENTO
A TEMÁTICA ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA Por Maria Edilânea do Rego Vila
Meu nome é Maria Edilânea, sou estudante do curso de Licenciatura em História e atualmente atuo como professora do 1º ano do Ensino Fundamental (alfabetização). Através da experiência como discente na construção do processo de ensino e aprendizagem, como também das minhas experiências cotidianas venho trazer um relato de minha experiência trabalhando com a temática étnico-racial em sala de aula. As escolas têm a missão de reverter a ideia de preconceito e discriminação em relação ao etnocentrismo, trazer o conhecimento e esclarecer sobre a importância de discutir a respeito das relações étnico-raciais e sociais nos processos de ensino e aprendizagem.
[...] a escola e seus professores não podem improvisar. Têm que desfazer mentalidade racista e discriminadora secular, superando o etnocentrismo europeu, reestruturando relações étnico-raciais e sociais, desalienando processos pedagógicos[...]
(BRASIL, 2013, p. 501)
A sala de aula é um desafio que vivenciamos diariamente. Percebemos ao longo do curso, através de relatos de experiências que compartilhamos como discentes e aquelas que são construídas no decorrer das atividades da graduação, que o ensino de História contempla vária áreas que antes eram
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desconhecidas. A disciplina de Relações Étnico-Raciais e Cultura Afro-Brasileira e Indígena tem grande relevância para a construção e formação do ser humano. Há muitos paradigmas a serem rompidos e ideias formadas a serem desconstruídas e é a partir do ensino que se pode vivenciar diversas práticas e ações que precisam ser analisadas. Como depoimento, pretendo expor situações do meu cotidiano, onde contarei sobre minhas experiências de trabalhar com crianças de seis anos do Ensino Fundamental I. Atualmente trabalho em uma escola de rede privada, numa turma de alfabetização, e ensinar história é muito interessante. Como se trata de uma disciplina que traz uma abordagem de diálogo e interação, sempre que possível, procuro conversar com as crianças, formar círculos na sala de aula para discutirmos um assunto específico. Como o primeiro ano do Ensino Fundamental já conta para o currículo da criança, o ensino da disciplina de História é obrigatório. Uma das coisas que ainda vejo como desafio é o modo como os conteúdos são apresentados: uma metodologia tradicional, que remete a conceitos que tivemos como base em nossa formação, os quais já desconstruídos mas ainda estão presentes no cotidiano escolar. Posso citar, por exemplo, as ideias de tradicionalismo em se comemorar algumas datas comemorativas no espaço escolar, como o dia do índio, comemorado no dia 19 de abril. Muitas escolas se preocupam em confecções de “cocar”, pintar as crianças ou até mesmo colocar algum adereço remetendo a cultura indígena para tirar fotos. Não vejo como algo fora da realidade, pois o lúdico, as cores, sempre atraem no momento do ensino, principalmente no que tange o processo de ensino e aprendizagem das crianças. No entanto, essa ideia de reproduzir tais atividades se repetem há anos! Acredito que esta prática esteja relacionada a escolhas da gestão escolar, mas também observo que muitas vezes é pela ausência de capacitação profissional dos professores nesta temática. Há um déficit na formação superior dos professores quanto ao desenvolvimento de competências e habilidades voltadas ao campo étnico-racial, fazendo com que os profissionais tendam a reproduzir práticas preconceituosas e discriminatórias ao trabalharem com a temática. 14
Percebo que ensinar História vai além de repassar conteúdos para os estudantes. Acredito que é possível trabalhar com os educandos, por exemplo, o modo de vida dos indígenas, sua cultura, suas tradições e que o aluno perceba e construa o respeito e os valores necessários para com estes povos e a diversidade de cultural que convivemos em sociedade. Podemos construir aprendizagens a partir de experiências vivenciadas em sala de aula com a temática indígena, mostrar as diferenças entre as etnias do passado e da atualidade. Mostrar aos alunos do 1º ano Ensino Fundamental I que as mudanças ao longo do tempo, não apagam a cultura indígena e mesmo os índios tendo costumes diferentes do que seus ancestrais tinham no passado, eles continuam sendo índios. As crianças precisam descobrir esses valores e formar suas próprias ideias sobre nossa história. Precisamos formar crianças pensantes e só com o diálogo que essa construção será possível. A criança precisa perceber seu lugar na História, assim como, nós professores precisamos mediar os conteúdos de forma clara, simples e assertiva, a fim de estimular o pensamento crítico das crianças. Os educandos precisam sentir gosto pela educação, compreender a importância da História e do pensar. A partir do curso de Licenciatura em História, pude perceber a grandeza e importância de se trabalhar o ensino da História com um olhar atento às complexidades e dinâmicas presentes em nossa sociedade. Durante a disciplina de Relações Étnico-Raciais e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, ministrada pela Profa. Alice Maciel, percebi que podemos trabalhar em sala de aula com as crianças sobre cultura indígena e afro-brasileira de modo que haja uma aproximação com a realidade dos alunos e da nossa sociedade atual. O aprendizado na disciplina possibilitou meu crescimento pessoal como discente e reforçou meu compromisso profissional no papel de docente.
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DESABAFO
Alguém
me
acorda
deste
pesadelo?! Por José Roberto Bezerra de Santana
“E assim a gente vai passando com a boiada” Foi isso mesmo que eu ouvi ou estou delirando? Isso está me atormentando! De vez em quando consigo escutar os mugidos do gado, nitidamente... O que significa esta fala? Estão destruindo a Amazônia com fogo, desmatamento e extração irregular de minérios, causando danos irreparáveis ao bioma e a população nativa, principalmente os indígenas. Para variar, o fogo lá no Pantanal ainda não deu trégua. Animais torrados encontrados no solo quente, muita fumaça, muita poluição. E o que falar das pessoas que vivem nesses espaços? Quem são essas pessoas? As populações que vivem nestas áreas sofrem! Os povos das florestas estão sendo mais uma vez afugentados de seus territórios tradicionais. Estão virando cinzas! Queimam, na fauna: Macaco aranha-da-cara-branca, Caititu, Onça Pintada, Coró-coró, Sucuri, Mariposa, Irara, Ariranha. Na flora: Buriti, Visgueiro, Piquiá, Cajá-mirim, Cedro, Garapa, Paineira, Jatobá, Paricá, Parapará. As queimadas também danificaram espaços do Parque Indígena Araguaia, Pimentel Barbosa, Parabubure, Mundurucu, Kayapó, Xingu, Flona do Jamanxim, Flona de Altamira, Pés do Mirador, Pés do Guajará-mirim.
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Agora fico a imaginar que quando todo o continente americano, em cada pedaço seu, existiam grupos diferentes. Cada um com sua língua, seus deuses, sua cultura, seu jeito de ver o mundo. O fogo de hoje não é o mesmo de antes. Estes povos originários conviviam também com o fogo, mas esse fogo tinha outro significado. E assim esses povos existiam! Lembro a entrevista do líder indígena Ailton Krenak, ambientalista e escritor brasileiro, quando disse “Desde que os europeus chegaram aqui na América, que os indígenas lutam, todos os dias até hoje”. E eu digo mais, fogo à parte, agora mesmo há indígenas lutando contra garimpeiros, fazendeiros, entre outros. Podemos dizer que esse povo trava uma luta milenar, incessante. Pois é, meus queridos leitores, desde do dia que os portugueses colocaram os seus “malditos pezinhos” aqui, não existe mais sossego para os povos indígenas. “Arcos sombrios e flechas justas em festas enfeitam as lutas tupi-guaranis.” É de cortar o coração as imagens que estamos vendo nas mídias. A eliminação de grande parte da nossa biodiversidade, e da nossa diversidade étnica, com a exterminação de muitos indígenas. Repito o clamor, com muita dor, da professora Betty Rocha: “Amazônia em chamas... Pantanal em chamas... Chapada dos Guimarães em chamas... Tangará da Serra em chamas... Minha alma em chamas...”
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CRÔNICA DE VIAGEM
“Parque Memorial Quilombo dos Palmares – um (re) encontro com a ancestralidade africana” Por Gustavo Henrique Ribeiro Tiné
Fotos: acervo pessoal das alunas Ana Lima e Maria Edilânea
V
isitamos recentemente no Estado de Alagoas, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, município de União dos Palmares. Uma visita de cunho técnico científico, mas que logo adquiriu um viés afetivo e de consciência social para com a importância daquele local e de todas as pessoas que contribuíram para sua consolidação e permanência.
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O Quilombo dos Palmares, liderado por Ganga Zumba e Zumbi, entre outras lideranças, reunia uma confederação de povoados, compostos por escravizados fugidos dos engenhos de açúcar e das cidades próximas. Era um local de resistência e alternativa à vida cruel de exploração do trabalho compulsório, naquele Brasil de século XVII, ainda uma colônia, fincada no cultivo de cana de açúcar e outros gêneros agrícolas, na grande propriedade e na exploração do trabalho do negro escravizado, trazido de África. O caminho até a chegada do que seria a sede administrativa do quilombo nos dá pistas de como foi bem pensada a escolha. Uma serra íngreme, de vegetação densa e cortante, o que dificultaria a chegada de inimigos na busca pelo “resgate” de seus homens e mulheres, bem como da intervenção policial local, para destruir o local da resistência negra. Nossa guia de visita nos falou da importância da memória de Zumbi, mas também citou importantes mulheres guerreiras como Aqualtune e Andalaquituche, e a própria Dandara, companheira do Zumbi, estrategista experiente que também liderou a resistência palmarina. A cada caminhada, explicação, fotografias, momentos de reflexão naquele ambiente que expira resistência, liberdade, força e equilíbrio. Tínhamos a sensação de estar lado a lado a cada mulher e cada homem que ali estiveram, séculos atrás, lutando por uma causa nobre, trabalhando na terra para se tirar o que comer, traçando caminhos que os levassem a outros mocambos, pensando estratégias. Quantos sonhos foram ali realizados? Quantas histórias foram escritas? Quantas batalhas travadas? São perguntas que podemos responder a nós mesmos, com muita reflexão e admiração por nossos antepassados negros, que para cá foram contrabandeados, trazidos como mercadoria, tiveram suas crenças e culturas extirpados, sendo forçados ao trabalho duro na lavoura açucareira. Somos hoje, o segundo país com maior população preta em números absolutos, o primeiro fora de África. Mais da metade dos brasileiros se declaram pretos e pardos, uma superioridade que não dialoga com os números sócio econômicos, com a qualidade de vida, enfim, com o direito à cidadania que todos, como brasileiros, deveriam ter. Em nossa visita momentos de reflexão, para além do aprendizado foram constantemente colocados em prática. A caminhada pelos locais do quilombo, respirar aquela atmosfera, ler as placas informativas, foram exercícios de compreensão do mundo quilombola.
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Fotos: acervo pessoal das alunas Ana Lima e Maria Edilânea
Ainda em relação aos problemas de desigualdade em nosso país, quando colocamos um recorte de cor nesta análise, notamos uma profunda diferença refletida em problemas precários de acesso à saúde e moradia, também a violência, enfim acesso à cidadania garantida por lei a todos os brasileiros, independentemente de cor, gênero ou religião. Nas grandes cidades, mas também pelo interior do Brasil, não é raro perceber que a grande maioria da população em situação de vulnerabilidade social é negra. Poucos são os negros e negras a ocuparem cargos de gerência e direção em grandes empresas nacionais e estrangeiras. Não se pode falar em meritocracia em um país que explorou a população afrodescendente por mais de 300 anos, que aboliu o regime escravista, mas que se quer indenizou as famílias escravizadas, com um pedaço de terra para que pudessem recomeçar a vida. São pequenos exemplos que afirmam uma grande desigualdade de raça em nosso Brasil. As comunidades quilombolas, remanescentes dos quilombos, também enfrentam grandes problemas de acesso a saneamento básico, por exemplo, o que reflete da qualidade da saúde de seu povo.
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A resistência africana no Brasil é o gérmen de um movimento negro forte no século XX, que busca por garantias fundamentais aos negros e negras que aqui vivem e que são maioria na população, como já comentado. As reivindicações existem, a participação política é cada vez maior, assim como o engajamento dos jovens em se informar e fortalecer esta luta que é de todos. É preciso reconhecer o erro histórico, a brutalidade e crueldade cometida contra toda uma população, ao retirar sua liberdade e transformar o ser em produto, propriedade de um dono, utilizado ao extremo, nas situações de exploração do trabalho. Uma sociedade justa e democrática só será constituída a partir desta visão de atraso a que estamos colocados, para que se viabilizem políticas públicas urgentes, compensatórias e benéficas aos brasileiros afrodescendentes que em muito contribuíram com a construção cultural, econômica e social deste país. Ao finalizarmos nossa visita a sensação é poder ter sentido de perto, enxergando uma história viva, linda, fundamental, que precisa estar presente nas escolas, no debate político, nas televisões e redes sociais, mostrando que o Brasil tem não apenas um ou uma, mas vários heróis e heroínas negros e negras, fortes, inteligentes, ricos em sabedoria e cultura, que devem ser estudados como tais. Protagonistas de suas histórias, herdeiros de um patrimônio incalculável, disponível para visita e conhecimentos de todos que visitarem o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Vamos lá?
Foto: acervo pessoal das alunas Ana Lima e Maria Edilânea
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CULINÁRIA
Cheiros, sabores, cores & barulhos da minha infância Por Ana Francisca de Lima Alves
A Alimentação é algo tão importante para o ser humano que é capaz de marcar as várias fases das nossas vidas
Dessa maneira posso dizer que a minha infância tem o cheiro dos bolos de coco que fazia nas tardes de sábado com a bisavó Chica. Lembro que as minhas pernas ainda eram curtas para alcançar os ingredientes que ficavam em cima da mesa, por isso subia em uma das cadeiras do móvel e era amparada pela vó, a qual me sustentava com carinho e passava um por um dos ingredientes para que eu colocasse em uma bacia e mexesse com o auxílio de uma colher de madeira. Depois de pronta a massa era colocava por minha avó no forno de um fogão de lenha e como em um passe de mágica surgia um bolo delicioso e bem fofinho - o nosso lanche especial do domingo. A nossa cozinha era bem simples e a nossa casa situava-se em um engenho da área rural intitulado como “Saboroso”, nome bem sugestivo não acha?! Os ovos utilizados nas nossas receitas eram das galinhas que criávamos e o coco era fresco, retirado do nosso próprio pomar. É... A Alimentação pode significar afeto, saudades e lembranças. Ah, a minha infância também tem gosto de macaxeira assada na brasa e beijus quentinhos feitos na casa de farinha. Recordo-me que quando um morador do engenho fazia farinha, a festa era muito grande, pois todos do local se reuniam na casa de farinha para ajudá-lo de alguma forma. As mulheres raspavam a mandioca e preparavam beijus e tapiocas, enquanto
os homens eram os responsáveis pelos demais procedimentos, como prensar a massa e mexer a farinha no forno. Ao final, cada um que colaborou ganhava um pouquinho da farinha que acabara de sair do fogo. É... A Alimentação também pode significar partilha, harmonia e sociabilidade. A minha infância ainda guarda as cores do nosso pomar que era bastante farto, colorido e bem cuidado. Plantávamos de tudo um pouco, tínhamos pés de caju, azeitona, manga, goiaba, carambola, jaca, jambo, acerola, laranja e graviola. Como era prazeroso ir ao pé da fruta, colher a mais bonita, apetitosa e ingeri-la ali mesmo, na sombra da própria árvore, em meio aos cantos dos passarinhos que pareciam reclamar por estarmos consumindo o seu alimento. Que sensação gostosa era a de pegar a fruta no quintal e fazer sucos, doces, cocadas, sorvetes, dudus e muitas outras receitas! A Alimentação ainda pode significar felicidade, contentamento e satisfação. Não posso esquecer-me de dizer que a minha infância conservou os barulhos de quando a família se reunia em torno de uma mesa bastante repleta e saborosa, cenário comum nas épocas de quaresma, São João, Natal, aniversários e outros domingos festivos. Era sempre uma festança com muitas comidas e bebidas. A Alimentação também pode significar vínculo, amor e amizade. Entre aromas, sabores, cores e barulhos aprendi a adorar a Alimentação e tudo o que ela pode significar, apaixonei-me pelas comidas e tornei-me uma pesquisadora da área alimentar, da História da Alimentação.
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Sabores do Nordeste A cozinha nordestina enquanto produto de ligações étnicas afro-indígenas
A
comida do Brasil é um dos aspectos que mais evidencia a miscigenação que deu origem a nossa pátria. Se tratando da culinária típica que caracteriza a Região Nordeste é possível observar que a cozinha nordestina foi constituída por intermédio da contribuição de colonizadores europeus, indígenas e africanos. A relação que foi estabelecida no passado, de modo forçado ou espontâneo, se reflete hoje nos utensílios culinários utilizados, nos ingredientes manuseados, nos modos de preparo observáveis e nas receitas existentes, algumas consumidas ao longo do dia a dia e outras em ocasiões especiais. A referida localidade é nacionalmente conhecida, sobretudo devido à diversidade dos seus sabores, aromas e cores.
Comidas e bebidas típicas do nordeste brasileiro A princípio é importante destacar o patrimônio alimentício deixado pelos verdadeiros donos das terras brasileiras: os indígenas. O que comemos na atualidade é uma saborosa herança deixada pelas sociedades que primeiro habitaram as nossas regiões, para exemplificar tomemos como caso o feijão, semente que faz parte das nossas refeições, comumente encontra-se presente em nossas mesas em seus variados formatos, gostos e colorações. Ainda tem o milho, cereal que se tornou o condimento de
tantas iguarias que se tornaria intenso e cansativo mencioná-las paulatinamente, mas é relevante acrescentar que no Nordeste brasileiro o milho é bastante valorizado pelas pessoas devido ao fato de ser o principal ingrediente do cuscuz. Além disso, ele compõe variadas receitas que são muito populares durante as festas juninas realizadas ao longo do mês de junho de cada ano. O milho ainda está presente na canjica e no xerém, no angu e na pamonha, no bolo e no mungunzá, ingerido de maneira assada ou cozida. O feijão, o milho, a abóbora, a mandioca, a batata, e outros, são alguns exemplos, entre tantos, de alimentos consumidos no primórdio pelos indígenas e nos dias atuais por nós. Foram os indígenas que nos ensinaram a fazer o proveito de instrumentos como à urupemba, a cuia, o pilão, etc., e a conhecer comidas por expressões como beiju, tapioca, moqueca, mingau, e muitas outras palavras que usamos hoje. Com os povos africanos, entre outros ensinamentos culinários, aprendemos a enriquecer as receitas por meio da utilização do azeite de dendê e do leite de coco, deixando para nós como herança o acarajé, o vatapá, e outros pratos. Não podemos esquecer-nos dos colonizadores europeus, em razão de que junto ao seu desejo de explorar o território vieram na bagagem os seus hábitos alimentares que foram adaptados a realidade local levando em consideração os recursos naturais dos biomas brasileiros existentes. Na cozinha nordestina os grupos étnicos conseguiram dialogar e trocar muitos conhecimentos entre si, receitas de origem europeia foram feitas pelas mãos de escravizadas africanas por meio dos instrumentos e ingredientes produzidos e consumidos entre os indígenas. Assim, podemos afirmar que a cozinha nordestina, como uma cozinha típica brasileira, é um produto de muitas mãos, por resultado ela é muito rica e diversificada em opções de pratos. Como uma maneira de demonstrar a riqueza da culinária nordestina representamos as receitas de Tapioca Nordestina e Cuscuz Nordestino, a primeira de origem indígena e a segunda de origem africana.
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Tapioca Nordestina Ingredientes: 1 Litro de goma 2 Cocos fresco ralados Sal a gosto Utensílio culinário: 1 Frigideira. Modo de preparo: 1. Coloque sal a gosto na goma. 2. Ponha a frigideira em fogo baixo. 3. Bote porções da goma na frigideira e espalhe bem. 4. Acomode o coco ralado sobre a goma na frigideira. 5. Deixe cerca de 1 minuto ou 1 minuto e meio. 6. Vire o lado, igual se prepara panqueca. 7. Deixe cerca de 1 minuto ou 1 minuto e meio. 8. Retire da frigideira e assente em um prato. 9. Dobre ao meio e experimente.
Tapiocas com recheio de coco
Tempo de preparo: Aproximadamente 1 hora. Rendimento: 10 Tapiocas.
Tapioca com recheio de coco
Cuscuz Nordestino Ingredientes: 2 Xícaras (chá) de farinha de milho flocada 1 Xícara (chá) de água Sal a gosto Utensílio culinário: 1 Cuscuzeira com metade da parte inferior contendo água. Modo de preparo: 1. Coloque a farinha de milho em uma vasilha. 2. Adicione a água e o sal. 3. Misture e deixe descansar por 10 minutos. 4. Passe a mistura para uma cuscuzeira, sem amassar. 5. Tampe e leve ao fogo baixo por 10 minutos. 6. Desligue o fogo, espere 3 minutos e desenforme. 7. Sirva-o com manteiga, queijo, calabresa, leite, banana-comprida, carne, galinha, charque, etc.
Cuscuz com carne de bode
Tempo de preparo: Aproximadamente 30 minutos. Rendimento: 8 Porções. Bom apetite!!!
Cuscuz com galinha caipira
ENTRETENIMENTO
Vamos jogar? Por Elisabeth Rosa da Silva
Olá Pessoal! Diversidade... Sim! Sim, a sociedade está imersa em diversidade étnica. E a partir desse pluralismo étnico, a construção da identidade brasileira está se desenvolvendo, enveredando nos conhecimentos e na aprendizagem dos aspectos culturais das etnias que contribuíram e protagonizaram a história do Brasil. Esses elementos culturais estão entrelaçados e se apresentam no dia a dia sem percebermos. Indígenas, africanos… Quanto sabemos sobre eles? Sabemos que contribuíram na construção da língua brasileira, na culinária, nas danças, religião. Entretanto, esses aspectos culturais que representam a brasilidade não impedem o racismo, o preconceito e a intolerância sobre as diferentes etnias que compõem - e ainda sobrevivem - as várias regiões do Brasil. Foi necessária a criação das leis 10.639/2003 e a 11.645/2008, para que as
discussões
se
iniciassem
nas
escolas,
desenvolvendo
o
reconhecimento e o respeito à diversidade racial, promovendo também o conhecimento sobre a história dos povos indígenas e africanos. É no diálogo que envolve escola, família e a sociedade em geral que o sentimento de pertencimento racial é desenvolvido e assume uma postura de respeito e valorização ao que se apresenta diferente. Então vamos refletir um pouco sobre isso? Teste seus conhecimentos nesse Jogo de Palavras Cruzadas. Vamos começar?
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