espaço de cultura e vivência na cidade de taguatinga
contextualização 02
espaços destinados à cultura espaços culturais em brasília e a urbanidade da cidade cena e ocupações culturais em taguatinga, demandas da cidade acesso à espaços destinados à cultura por meio do espaço público o bom funcionamento do espaço público projetuais conceituais
referências 03
projeto 04
área de intervenção | terreno | bairro | análises diretrizes de projeto programa de necessidades partido
o espaço público 05
o edifício 06
bibliografia 07
sumário
01
apresentação
Esse caderno consiste no trabalho final de Graduação pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU-UnB) e apresenta a proposta de um projeto para valorizar o aspecto multidisciplinar dos espaços culturais e públicos, em uma cidade satélite de Brasília, a Região Administrativa de Taguatinga.
O projeto de um espaço cultural integrado a um espaço público multifuncional, que de forma convidativa tem o objetivo de proporcionar locais para viabilizar ao máximo o encontro do usuário com o acesso à informação, incentivo ao consumo, propagação e democratização da arte, cultura e diversidade, dando suporte a uma demanda existente na cidade, fomentando a interação entre os moradores e também o encontro e convivência de diferentes grupos sociais, e de diferentes RA ‘s do DF.
É do imaginário popular que há uma maior concentração de espaços destinados a manifestações culturais centralizadas no Plano Piloto de Brasília, porém pela dificuldade de acesso e muitas vezes de informação, eles atraem geralmente um público homogêneo, uma vez que devemos considerar que o interesse por museus, exposições e outros aspectos culturais, especialmente quando localizados no centro de Brasília está associado ao nível de formação e até classe social.
Além do que, a cidade satélite está distante do Plano Piloto, fazendo a mesma desenvolver suas próprias características e formas de consumir e propagar cultura, conforme o amadurecimento e crescimento da cidade. Por isso, a conquista de novos espaços públicos nas cidades satélites do DF é essencial para ampliar e democratizar o acesso à cultura, qualificar os locais públicos e proporcionar vivências de qualidade artístico-cultural fora do eixo do Plano-Piloto.
O trabalho propõe por meio da multifuncionalidade de um bom espaço público, que além de ser um local destinado a vivência, com atividades e interações convidativas, tem como seu maior objetivo conectar e aproximar ainda mais os moradores e frequentadores da área das manifestações culturais e trocas culturais presentes ali.
A ideia de trazer essa cena cultural por meio do espaço público surge da abordagem de tratar do acesso à cultura de forma diferente na cidade proposta, onde as pessoas têm uma cultura mais popular e urbana, a relação do terreno escolhido com o entorno, que está bem inserido no contexto urbano, possui usos próximos bem estabelecidos, e tem facilidade de acesso, tornando um local apropriado para trazer essa programação cultural “para as ruas”.
Por meio das referências trazidas e do método e processo de “Placemaking” estudado, o terreno localizado no contexto urbano de Taguatinga procura instigar o interesse ao bloco de apoio cultural inserido nesse sítio, para que haja o consumo e incentivo da cultura local de forma natural e espontânea, por meio de apresentações, exposições externas, mobiliários e caminhos convidativos por meio das praças e atividades presentes no espaço público.
| apresentação
contextualização
G P b h Ve o 0 5 5 3 G E u a n e s o 02
destinados à cultura
Espaços culturais vem de uma evolução ao longo da história, as civilizações humanas sempre reservaram áreas para trocar e armazenar ideias, museus, bibliotecas e teatros foram sempre conhecidos como Centros de Cultura. A ideia de centro cultural propriamente dita surge a partir do modelo estabelecido pela França, com o Centro Pompidou, em 1977, que serviu de modelo para o resto do mundo. A reunião desses programas em um só lugar tem por objetivo, instigar o interesse e curiosidade de obter mais informações, experiências e trocas, tanto artísticas e culturais, quanto intelectuais e pessoais.
Fornecer condições para atividades diversas e assim incentivar a participação da comunidade, desenvolver a capacidade criativa dos seus membros, permitindo o acesso simultâneo a diferentes formas de cultura e acesso a informação, de diferentes grupos sociais simultaneamente.
Um projeto de centro cultural faz parte de um elemento significante do desenho da própria cidade, bem como um pólo catalisador e revitalizador urbano, integrando espaços e modificando a vida urbana, bem como fazem as praças, parques, rampas, escadas, mobiliários urbanos, pátios, jardins, todos esses agregam a configuração de lugares proveitosos e de permanência na cidade, quando falamos de um programa ainda maior e mais complexo, que pode contar com várias das dessas configurações, espera-se uma mudança signifi-
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espaços
cativa para a vida da zona urbana onde está inserida.
Um exemplo disso foi a concepção do Centro Cultural São Paulo, que foi baseada em uma extensa pesquisa para entender o que significava o acesso à informação e a implantação de um espaço tão significativo para o desenho da cidade em um país como o Brasil. A intenção do centro cultural que nascia era a de agregar essa população heterogênea, promover, incentivar e documentar as criações culturais e artísticas, fornecendo um espaço e infraestrutura para que todos tivessem acesso aos mais variados gêneros culturais.
Por meio de uma visita da autora, nota-se que desde então esse uso do lugar e presença de pessoas de diferentes grupos permanece frequentando ali, por meio de uma pluralidade de funções que o projeto proporciona, para além dos usos programados que são as salas de estudo, anfiteatro e galerias, nota-se também um grande uso espontâneo das áreas livres onde os frequentadores usam para oficinas de dança, ensaios, rodas de conversas, tempo de relaxamento, leituras e etc.
No contexto brasileiro é importante ressaltar como os espaços e equipamentos culturais têm um especial potencial na democratização da arte e cultura, por meio da criação de ambientes agradáveis e convidativos, fazendo com que as pessoas se sintam bem de permanecer nas cidades, e que elas e os espaços públicos proporcionam encontros e tempo de qualidade na áreas em comum para seus habitantes e visitantes.
inevitável não associar a Urbanidade de Brasília com a forma que os equipamentos culturais estão distribuídos pela cidade, há uma maior concentração e um maior investimento da cultura próximo ao Plano Piloto.
Além disso, o desenho de Brasília, a dimensão dos espaços, o forte caráter monumental, as barreiras físicas criadas por isso e a distância entre as cidades satélites ao Plano Piloto, todos esses são fatores que influenciam a forma como as pessoas utilizam a cidade e os equipamentos públicos, com um desenho urbano que muitas vezes, limita lugares importantes à um grupo social, uma vez, que o acesso é dificultado pela falta de veículo particular, mobilidade urbana ou até mesmo conhecimento do mesmo.
Nas referências trazidas neste trabalho citamos Centros Culturais que estão muito inseridos na malha urbana, e nelas a arquitetura convida o mesmo a participar daquele espaço, de forma diferente do que acontece no CCBB Brasília, por exemplo.
Esses fatores sobre o desenho da cidade faz com que não aconteçam encontros espontâneos por ela, pela falta de conexão entre os espaços públicos da cidade, de forma que, os encontros e eventos devem ser programados e planejados pelo usuários, o que torna necessário o prévio conhecimento da existência do lugar/do evento para que haja o consumo cultural, muitas vezes a divulgação e conhecimento de certos eventos se mantém limitada a certos tipos de grupos, muitos moradores de cidades satélites
É
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espaços culturais em Brasília e a urbanidade da cidade
deixam de consumir e conhecer espaços, eventos culturais, exposições, sendo um grande fator para a contínua segregação social existente na cidade.
Outro fator levantado enquanto pesquisando acerca do tema de divulgação e promoção da cultura, é que pode haver também uma relação entre essa falta de conhecimento de eventos/movimentações culturais e consumo das áreas destinadas à cultura com o fato de que Brasília não é uma cidade turística, de forma que o setor de turismo de outras capitais do Brasil promovem muitas vezes a divulgação de certos eventos e espaços culturais. A abordagem utilizada e a promoção da cultura e dos espaços existentes destinados a isso no DF poderia ser feita de forma diferente, mais informativa e acessível.
Essa percepção e análise foi crucial para a decisão de se construir um equipamento integrado ao contexto urbano, para que o mesmo seja utilizado e encontrado de forma espontânea pela cidade, num âmbito de cidade satélite, a cidade de Taguatinga, que possibilita esses encontros pelo seu desenho urbano mais integrado e misto, e também pela descentralização dos espaços e pela conquista de novos equipamentos públicos nas satélites, aproximando e gerando interesse para os que têm pouco ou nenhum acesso aos espaços culturais que estão no centro.
taguatinga
plano piloto
As cidades periféricas do DF tem uma cena cultural forte, mas que geralmente são promovidas e fomentadas por ações da própria comunidade, alguns exemplos são a Casa do Cantador na Ceilândia, o Complexo Cultural da Samambaia, esses espaços tem um programa bastante utilizado, eventos importantes e uma forte cena cultural com grande participação da comunidade para mantê-los funcionando. Diferentemente do Plano Piloto, que tem o incentivo e infraestrutura advindo do próprio setor cultural oficial, as cidades satélites possuem um caráter de resistência e independência para manter a cultura e a cidade vida.
Em Taguatinga não é diferente, a cena cultural é promovida principalmente por artistas de rua e circenses, o Centro Cultural que existe na cidade não é utilizado há um tempo e funcionava praticamente apenas como um auditório e é localizado num lugar de difícil acesso.
Na verdade, os espaços culturais mais importantes em Taguatinga, que promovem os maiores movimentos e eventos culturais da cidade, são compostas e promovidos pelos responsáveis das ocupações culturais existentes na cidade, por meio de iniciativa dos próprios artistas, que ocuparam de forma independente lugares ociosos da cidade para se tornarem ponto de encontro e promoção de cultura, conquistando o direito por espaços não proporcionados na cidade, seguem dois exemplos de ocupações culturais em Taguatinga:
Uma delas é o Mercado Sul VIVE em Taguatinga Sul, trata-se de um coletivo que ocupou uma área que estava ociosa em um beco da cidade, tais como lojas abandonadas, além de criar um espaço criativo e alegre com grafite, hortas, feiras e comércios locais, trazendo vida e segurança para o lugar. Atualmente, a ocupação promove cultura livre, capoeira, cinema, economia solidária, comunicação livre, rádio livre, construção móveis e utilitários ecológicos, educação e cultura popular, além de eventos e apresentações culturais.
A segunda ocupação é o Centro Cultural RIA Taguatinga, segundo os integrantes do RIA, a ideia de ocupar o edifício surgiu da necessidade de um lugar para os artistas treinarem, bem como a falta de uma escola popular de artes na região. Os artistas ocuparam um antigo Batalhão da Polícia Militar, que estava abandonado há um tempo, e então começaram a reformar o espaço, preenchê-lo com grafites e hortas verticais. Hoje, o centro de cultura promove aulas, oficinas, grafite, permacultura, reciclagem, circo e eventos culturais.
Mercado Sul VIVE | fotografia: síndrome criativa
Centro Cultural RIA | fotografia: correio braziliense
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cena
e ocupações culturais em Taguatinga, demandas da cidade
A falta de equipamentos públicos, áreas adequadas existentes na cidade (destinados ou não à arte e cultura) e investimento público, fazem com que artistas levem seus teatros nos braços, podemos observar por esses exemplos acima que há uma grande demanda por espaços que sirvam de apoio à arte e cultura, com infraestrutura para que possam ensaiar, se apresentar, um lugar concedido à cidade para terem acesso às manifestações culturais.
Essa demanda por ambientes adequados não se trata apenas de equipamentos culturais, mas também espaços públicos básicos de qualidade, onde essas trocas culturais vão acontecer espontaneamente, bem como praças de qualidade, parques mais integrados, mobiliários em pontos de espera/encontros. Se os mesmos já existissem, provavelmente estariam sendo utilizados pelos artistas das ocupações citadas acima, ou não estariam ocupando e reformando espaços ociosos para tais fins.
Esses artistas também se queixam da falta de lugares para apresentações de seus espetáculos, dança de rua, apresentações musicais e performances circenses.
Após inserida em uma cidade satélite, para evitar as barreiras físicas do centro da cidade, é importante entender que a forma que se consomem espaços culturais nessa região é diferente de como consomem no Plano Piloto, por razões socioeconômicas, diferentes culturas e costumes.
Entendendo as demandas e especificidades dos moradores, o objetivo é fazer um programa interativo, convidativo e acessível, que seja facilmente reconhecido como um lugar público, que dê suporte à demanda de infraestrutura dos artistas e das pessoas que se interessam por arte.
Para isso, a pluralidade dos espaços é explorada neste trabalho, com essa abordagem e para que este equipamento cultural seja de fato utilizado e até mesmo notado pelos moradores da cidade, é pensado primeiramente como um espaço público aberto, multifuncional, com boas atividades e programas, convidativo e acessível, para que por meio dessa interação e vivência dos espaços proporcionados pelos equipamentos e atividades, as pessoas se aproximem das manifestações culturais e do bloco principal inserido naquele contexto.
A ideia é por meio dessa multifuncionalidade do lugar conectar e aproximar ainda mais os moradores à essa programação e experiência cultural.
Mercado Sul VIVE | fotografia: síndrome criativa
O objetivo desse espaço cultural é dar suporte e apoio ao artistas locais que, por falta de espaços existentes, constantemente ocupam áreas ociosas na cidade para promover cultura, ensaiar e se apresentarem, além de trazer um equipamento de apoio à biblioteca da cidade, trazendo um espaço de estudos, leitura e permanência, uma vez que há um grande volume de escolas e faculdades próximo ao sítio físico.
Aliar um espaço destinado à cultura a um espaço público bem sucedido é de extrema importância uma vez que o próprio urbanismo, as praças e atividades externas, convidaria as pessoas a usufruir e conhecer o edifício, é uma forma de democratizar e facilitar acesso e conhecimento do que se é promovido e de aumentar o interesse por lugares com esses potenciais.
No contexto da cidade de Taguatinga não se identificou uma necessidade que demandaria um programa arquitetônico tão amplo como o Centro Cultural São Paulo, por exemplo, ou com uma demanda específica de se abrigar o funcionamento das Corpos Artísticos do Teatro Municipal da cidade de São Paulo, como é o caso da Praça das Artes.
O programa de necessidades interno tem como objetivo de trazer um local de apoio aos artistas da cidade, proporcionando um lugar para ensaio, dança, áreas livres para oficinas, apresentações culturais, porém com um programa mais geral e que se adequa às mais diversas possibilidades, onde o uso vai vai acontecer de acordo com suas necessidades e demandas, tem também o objetivo de dar apoio e
infraestrutura para os vários usos institucionais nas proximidades, com espaços de leituras, estudos e permanência.
Além de todas as motivações que levaram à essa direção, identificou-se também uma grande potencialidade no local onde o projeto está inserido, percebido através de certos critérios urbanísticos, que são ideais para um sítio bem articulado para vivência na cidade, foram eles:
- intersecção do edifício/do lugar com a vida pública já existente
- boa infraestrutura próxima e usos determinados em seu espaço físico
- a quantidade de usos institucionais nas proximidades
- a maioria das fachadas com olhos pro edifício, os caminhos de entrada possuem vistas claras para outras saídas do espaço público
- a possibilidade de continuar os caminhos de pedestres através da uma praça com rotas diretas e lógicas
- o fato da topografia da área possuir uma ampla visão de todo o sítio físico.
| acesso à espaços destinados à cultura por meio do espaço público
do espaço público
Bons espaços públicos por todo o mundo, segundo estudiosos desse campo de pesquisa, tem sucesso quando combinam os seguintes requisitos básicos: são acessíveis, múltiplas atividades acontecem, é confortável, tem uma aparência agradável e é um lugar sociável. Um bom espaço público deve acomodar diferentes públicos de diferentes classes sociais e faixas etárias, por isso devem acomodar diferentes tipos de atividades e ser acessível a pedestres, cadeirantes, idosos, crianças, ciclistas e deve estar próximo a lugares acessíveis ao transporte público.
Segundo o método de Placemaking usado pela organização Project for Public Spaces podemos julgar a acessibilidade de um lugar por suas conexões com seu entorno, tanto visual quanto físico. Um espaço público de sucesso é fácil de chegar e passar, é visível tanto de longe como de perto.
Vários lugares que frequentamos como parques e praças permanecem ociosos e sem vida urbana por não apresentarem intersecção à vida pública já existente ou boa infraestrutura próxima, ou muitas vezes, resumem o uso do espaço a uma função limitada, não propondo múltiplas atividades para ele. As atividades presentes nos lugares são muitas vezes as razões pelas quais as pessoas o visitam em primeiro lugar, e por que continuam a retornar, quando não há nada para fazer em um lugar, ele fica vazio e sem uso (Project for Public Spaces, 2017)
Certas coisas são nítidas ao vivenciar um bom espaço público, primeiramente, há uma clara evidência de que ele é público, as pessoas não tem receio de entrar e não se confundem com um lugar privado e deduzem que é destinado a um público X. Não é um território, não tem um grupo dominante, as pessoas se sentem bem em permanecer mesmo não estando perto de pessoas conhecidas, é o que se chama copresença.
O lugar por si só, dá uma chance de interação com pessoas desconhecidas, para isso, a forma que o ambiente está organizado influencia, os mobiliários devem ser acomodados estrategicamente de forma que as pessoas estejam próximas o suficiente pra conseguir interagir mas não próximo o suficiente pra se sentir intimidado de sentar, devem ter lugares pra se ficar em grupo, sozinho, em dupla.
Em resumo, um bom espaço público reúne diferentes atividades, úteis ou não, ativas ou passivas, tem acessos contínuos e é legível, fácil de ser interpretado e utilizado, tem uma aparência segura e atrativa, além de ter diversas oportunidades de sentar e permanecer.
| o bom
funcionamento
fotografia: COURTESY FESTARCH LAB
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referências
referência projetual | centro cultural são paulo
Localização: São Paulo, Brasil
Arquitetos: Eurico Prado Lopes e Luiz Telles
1982 | 46.500 m²
O projeto possui uma proposta arquitetônica baseada na continuidade do espaço urbano, tratou as circulações internas como ruas e os pátios como praças. Tem uma volumetria discreta e baixa quando vista da rua integrando a paisagem de São Paulo e não se impondo visualmente. Constitui-se como passagem e ponto de encontro para uma variada gama de pessoas diariamente, de idades, classes sociais e interesses diversos. É um exemplo de urbanidade e diversidade, um espaço democrático e projeto cultural bem-sucedido. Abriga programas como: exposições, biblioteca interna e externa, espaços de ócio, salas multiusos, auditórios, etc.
Pontos em destaque como referência: Usos espontâneos pelo edifício, a forma como a organização espacial colaboram para a vivência e experiência homogênea pelo seu programa bastante plural, pela visita consegui enxergar grupos utilizando o espaço de formas completamente diferentes, especialmente os espaços de transição. A forma discreta em meio a paisagem da cidade e sua localização muito inserida no contexto urbano.
fotografia: autoral
referência projetual | sesc pompeia
Localização: São Paulo
Arquiteta: Lina Bo Bardi | 1986 | 22.000m²
O diferencial desse projeto foi a concepção de um espaço de cultura, interação e lazer a partir da manutenção do espaço original industrial. Lina preservou a estrutura dos dois prédios existentes em concreto armado, os rebocos foram retirados e as paredes receberam a aplicação de jatos de areia. Os dois blocos de concreto aparente são interligados por quatro níveis de passarelas que levam aos quatro ginásios poliesportivos. O estilo industrial transparece em cada ambiente: os tijolos não são revestidos; as tubulações que percorrem as paredes são aparentes, assim como os detalhes em ferro, todos pintados de vermelho; e não existe forro, deixando o telhado da antiga fábrica visível. Tem usos como: oficinas de arte, teatro, sala multiuso, 3 ginásios poliesportivos, vestiários, áreas para leitura, choperia, piscina coberta, solário, café/ lanchonete, consultórios odontológicos, espaços de arte e tecnologia entre outros. Já abrigou diversas exposições e shows memoráveis. O Sesc Pompeia parte do princípio de ser um lugar totalmente popular, e a arquiteta buscou amplificar este movimento, possui grandes espaços abertos, permitindo a entrada de luz natural e a ventilação cruzada, evitando o uso de ar-condicionado.
Pontos em destaque como referência: sua adaptação e forte presença das características do uso original do espaço, seus espaços de convivência bem amplos e aconchegantes.
referência projetual | revitalização perth cultural center
Localização: Perth, Austrália
Organização: Project for Public Spaces | 2011
Antes da sua notável revitalização, o Centro Cultural Perth (PCC) era um modelo da arquitetura brutalista que define muitos edifícios da década de 1960 e 1970. Sem atividade pública em sua área circundante, o espaço era cinzento e pouco convidativo - uma coleção de estruturas maciças e imponentes feitas de concreto e tijolos expostos. A má condição do espaço público ao redor destes edifícios invalidam o fato de tinham grandes instituições culturais e educacionais do país, incluindo a Biblioteca e Escritório de Registros do Estado, o Instituto de Cinema e Televisão, o Museu da Austrália Ocidental, o Instituto Perth de Arte Contemporânea, a Galeria de Arte da Austrália Ocidental e o renomado Teatro Sala Azul. Mas sem uma presença externa real, a praça permaneceu um deserto cultural, que mesmo localizada em uma rota principal do trânsito público para o centro da cidade, as pessoas evitaram a área, optando por rotas mais longas mas muito mais seguras para o centro de Perth. Em 2009 o setor de desenvolvimento da cidade junto com o grupo de PlaceMaking e intervenções urbanas Project Public Spaces (PPS) começou a transformar esta praça degradada no que agora é o coração da cidade, por meio pintura dos degraus e dos caminhos da praça, móveis multifuncionais, atividades ao ar livre e quiosques.
Pontos em destaque como referência: Perceber como uma intervenção urbana tem potencial de modificar o uso de edifícios existentes, a vida urbana e segurança da cidade, essa intervenção foi a referência para decisão de trazer o espaço público como catalisador e aproximação da cultura por meio dele, por esse impacto transformador de trazer a programação cultural “para as ruas” presente nesse exemplo e em outros projetos do PPS.
referências projetuais urbanas |
mobiliário externo . áreas expositivas . quiosques de alimentação . espaços lúdicos e convidativos lugar confortáveis para ficar . eventos . apresentações. arte urbana . atividades. jardins . praças . escadaria . skatepark
G P b h Ve o 0 5 5 3 G E u a n e s o 04 projeto
Taguatinga é uma Região Administrativa do DF, aproximadamente 25km do plano piloto, e possui 17 mil habitantes. Um dos principais pontos da cidade é a praça do Relógio, onde fica a estação de metrô, administração regional, biblioteca pública, suas vias principais são a avenida Samdu, avenida Comercial, avenida Pistão e o Elmo Serejo, e a cidade é dividida entre Taguatinga Norte e Taguatinga Sul. Desde que surgiu a ideia de implantar o espaço cultural optou-se pela procura de uma terreno mais inserido no meio urbano, portanto, um terreno próximo às avenidas principais, com pontos de ônibus, usos mistos e movimento urbano já existente próximo a ele.
taguatinga |
taguatinga plano piloto
A área de intervenção é um lote destinado ao uso institucional com 26.000m² segundo a Lei de Uso e Ocupação do solo (LUOS), localizado na QNC lote 01 em Taguatinga Norte, 3.000m² do terreno é ocupado pelo anexo de radiografia do hospital regional de Taguatinga, porém, o mesmo não inviabiliza o uso do espaço por estar inserido no canto, o restante do lote é praticamente ocioso, possui um espaço amplo e com boa declividade. Como se encontra vazio há alguns anos, é utilizado por moradores para jogar futebol aos domingos embora não tenha nenhuma infraestrutura de campo, possui um anexo onde os jogadores guardam as roupas. Além disso, há uma academia ao ar livre quase inutilizada, uma vez que está inserida num espaço vazio e sem calçadas que levam até os equipamentos. terreno escolhido
escala 1:10000
| terreno
avenida pistão avenida comercial avenida samdu
escala 1:20000 praça do relógio/metrô | pontos
taguapark biblioteca pública área=26.000m² 200m 120m mapa | vista aérea |
importantes da cidade
A escolha da implantação de um espaço público e cultural neste sítio, se deu pelo contexto urbano, o lote está muito próximo de várias escolas, fa culdades, em frente ao Senai, próximo ao Sesc de Taguatinga Norte, ao lado do hospital regional de Taguatinga, de um hospital privado e de diversas clínicas, além de usos mistos e comerciais, uma região muito utilizada por adolescentes, jovens adultos alunos de curso técnico, pacientes que se consultam ali perto e funcionários dessa gama de usos institucionais e comerciais localizado ali.
A área é bastante movimentada em dia de sema na e como falamos anteriormente sobre usos es pontâneos, o objetivo da escolha desse terreno é justamente inserir esse espaço público num con texto urbano, com usos bem definidos e vida ur bana já estabelecida, para que se torne um lugar de vivência e permanência para as pessoas que já frequentam as proximidades.
A partir de uma análise dos usos, dos fluxos e dos comércios próximos à área, notou-se uma rua com vários quiosques entre os dois hospitais, onde os funcionários dos usos próximos compram almoço/ lanches, porém os quiosques possuem pouca in fraestrutura de permanência, também não existe um equipamento público/mobiliário urbano pró ximo para que possam fazer refeições. Também notou que alguns estudantes do centro de ensino médio em frente ao terreno muitas vezes após e antes do horário da aula ficam espalhados esperando em frente à escola, ou nos comércios em
em frente a avenida samdu, aglomerando e esperando em qualquer lugar que achem lugar para sentar e permanecer como escadas, calçadas, meio fio e etc.
Nos finais de semana a área fica menos movimentada devido ao não funcionamento da maioria dos usos próximos, porém a área possui usos comerciais, hospitais e clínicas que funcionam todos os dias, além das áreas residenciais, esses fatores fazem com que mesmo com menos movimento não fique uma área perigosa e totalmente sem movimento, como áreas que são destinados a um uso só. Com o espaço público uma vez implantado, trazendo diversas atividades e os eventos proporcionados pelo edifício cultural, é uma potencial melhoria da vida urbana do lugar aos finais de semana.
O terreno se encontra em frente ao Senai de Taguatinga, devido a esse equipamento há um estacionamento público já existente, que foi observado pela autora não ser muito utilizado na semana, pois o equipamento citado possui um estacionamento privado reservado aos funcionários, e é praticamente inutilizado aos finais de semana. Dessa forma e salientando o conceito de que o espaço a ser projetado tem o objetivo de ser um apoio à vida urbana já existente, dispensa a necessidade de um estacionamento extra de apoio ao projeto, tornando necessário apenas uma área e um trajeto de carga e descarga, aproveitando a entrada do próprio estacionamento existente.
| bairro
|
estacionamento
| análises | bioclimática | ruídos
residencial ou comercial (CSIIR 1 NO)
residencial ou comercial (RO 1)
residencial ou comercial (RO 2)
residencial ou comercial (CSIIR 2)
institucional | mapa sistema viário N
EP
escala
escala 1:5000 loteinstitucional | mapa de usos
comercial ou misto (CSII 2) institucional 1:5000
via local via coletora via arterial
O terreno tem uma maior incidência solar na fachada norte direcionada à via principal, essa via tem um intenso fluxo de carros então a maior parte dos ruídos vem dessa direção, a fachada sul é mais silenciosa e está em frente à uma via coletora com pouco fluxo de carro, essas análises foram impor tantes para direcionamento e setorização dos espaços da intervenção. A fachada norte está em frente aos lotes destinados a usos residenciais sendo alguns deles comércios variados como lava-jato, papelaria, quiosques de xerox, mecânica, etc. Todos esses lotes em direção a fachada norte têm olhos para o terreno, à fachada oeste fica o Senai e o estacionamento público que também têm olhos para o terreno, a fachada sul fica a lateral do fórum com um muro permeável permitindo a visão do edifício, o único muro e barreira das 4 laterais é a fachada leste onde está o centro de ensino médio. O fato de ter fachadas com menos muros e mais olhos e permeabilidade para a edificação é um ponto positivo para o bom funcionamento do espaço público implantado.
CALÇADA DA FACHADA NORTE
área de maior incidência solar.
ESTACIONAMENTO EXISTENTE como nota-se na imagem o estacionamento existente permanece ocioso aos finais de semana.
ÁREA DE FLUXO
caminho percorrido por pedestres que querem fazer um percurso menor, usado como partido de projeto
| visuais do terreno
A observação é um dos métodos de percepção de como o espaço existente realmente funciona, mesmo que vazio, a observação pode registrar o comportamento dos usuários e suas experiências pessoais, dando um bom partido do que é necessário como intervenção e nortear de que ponto partir.
Dessa forma, por meio da observação a autora notou um fluxo de pedestre e alguns ciclistas cortando caminho por dentro do terreno (fazen do o caminho da seta mais grossa indicada na imagem) para não ter que dar uma volta no ter reno todo, mesmo sem estrutura, sem calçada, sem rampa e com terra/barro, alguns usuários preferem fazer esse trajeto do que dar uma volta maior.
Outro ponto de partida para as setorizações ex ternas foram as análises bioclimáticas e ruídos sonoros do local, essas condições fizeram com que os usos mais silenciosos, tanto internamente quanto externamente, estejam localizados na fachada sul, bem como o parque, praça de alimentação. Na fachada norte há uma alta incidência solar durante a tarde, por isso é importante trabalhar mais a arborização e uma maior proteção da fachada, além disso, foram alocados os usos que serão mais utilizados durante a noite e que não precisam ser tão silenciosos, como o skatepark, a escadaria que irá acomodar apresentações culturais e mostras de filmes ao ar livre.
fluxos
| partido
análise bioclimática ruídos
caminho informal feito por pedestres e ciclistas
o espaço público
05
Baseado nesse fluxo existente citado acima traçou-se o eixo principal com uma praça orgânica que quebra a linearidade e horizontalidade do edifício, e se adequa às curvas de nível do terreno, se atentando para o edifício não se tornar uma barreira física entre essa passagem. Dessa forma é feito um pilotis em uma ponta e uma área livre para passagem na outra, ambos possuem exposições e mobiliários para a permanência e para o melhor conhecimento do que se é promovido ali, já que são áreas que tendem a ter mais passagem de pessoas.
As demais atividades externas são formadas por ramificações desse traçado principal, a disposição de todas atividades tem objetivo de levar os usuários até o bloco cultural, para atrair pessoas para pontos específicos do espaço usou-se uma diferença de cor no piso, por exemplo na área expositiva que leva até os mobiliários de suporte os quiosques de comida, esse desenho de piso conduz sutilmente as entradas do prédio.
O conceito de adequar a praça às curvas de nível do terreno foi muito presente nas laterais do sítio, que utiliza de rampas sutis que te levam a percorrer a praça, tornando esse sítio acessível a cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção, as curvas de nível também foram norteadoras na adequação da escadaria localizada na esquina nordeste do sítio, os degraus orgânicos e mobiliários trazem ao espaço mais uma área de diversas possibilidades como filmes ao ar livre, apresentações, saraus, batalhas de rap e etc, além de ser um ponto chamativo e atrativo de pessoas.
GSP s V 8 5 6 3 GSE c o e o 4 0 3 0 6 0 1 3 0 150 6 5 6 5 20 30 200 A B B 50 N 20 10 10 10 | layout Esca a 1 750 | disposição dos espaços
50 N 20 10 10 10 ESTAC ONAMENTO PÚBL CO EXISTENTE 2 1 3 4 5 6 7 10 9 8
pilotis do edifício
área expositiva externa
bicicletário
skatepark
palco/cinema ao ar livre
área de descanso
parquinho infantil
praça de alimentação
jardim
área de carga e descarga
escadaria/arquibancada
GSP s V 8 5 6 3 GSE c o e o 50 N 20 10 10 10 ANEXO EX STENTE ESTACIONAMENTO PÚBL CO EXISTENTE 7 2 5 6 9 10 2 1 3 4 5 6 7 10 9 8 9 11 4 3 1 1 8 | setorização Esca a 1 750
11 | programa de necessidades
Com a intenção de ser um espaço bastante permeável e com a possibilidade de manter os usos nos olhos dos usuários, foi feita uma praça continua sem barreiras físicas nas entradas e priorizando o fluxo de pedestre já existente, como solução das diferenças de níveis foram utilizadas rampas com inclinação ideal para pessoas com dificuldade de locomoção, possui também uma ciclovia levando de um lado ao outro e um bicicletário. Todas as entradas e fachadas o pedestre possui uma boa visão da área pública, fazendo com que o espaço transmita mais segurança e permeabilidade.
SP e V n 8 6 3 SE c o V 50 N 20 10 10 10 acesso de pedestre via rampa ANEXO
ESTAC ONAMENTO PÚBL
e n t r a d a e s t a c i o n a m e n t o e x i s t e n t e acesso v a
o ex stente acesso carga e descarga n c i n a ç ã o 7 % inclinação4% n c i n a ç ã o 4 % CALÇADA CALÇADA C A L Ç A D A VIA ARTERIAL VIA COLETORA acesso de pedestre v a escadaria acesso de pedestre via rampa acesso de pedestre acesso c clistas acesso cic istas V I A C O L E T O R A | ruas e acessos Esca a 1:750
EXISTENTE
CO EX STENTE
estacionamen
| acessos
| cortes
0 00 5 N E D R A 0 38 1 00 0 8014 N VEL DA RUA 0,00 fachada sul fachada norte m % % 0 00 6,00 0,00 -0 6951 -1 00 - 9 -4,00 estac onamento existente acesso por rampa v a estacionamento acesso pela escadar a fachada este fachada oeste nc nação 4% corte urbano A Esca a 1 500 corte urbano B Esca a 1:500
do espaço público
06 o edifício
Apesar de todos os usos e atividades presentes nesse espaço externo, o principal objetivo dessa intervenção urbana é aproximar o usuário das atividades presentes e promovidas pelo bloco principal, que tem sua maior função dar apoio à cena cultural, concedendo locais para ensaios, reuniões, palestras, apresentações, workshops, exposições, área de estudo e permanência.
Por isso foram fornecidas salas multiuso de apoio, salas de ensaio, um auditório que acomoda 300 espectadores, um café/bar, área expositiva, área de leitura/estudos/permanência e como ponto principal, uma escadaria que propõe um acervo em sua lateral e em seu percurso, criando áreas de estar na mesma. Sua forma se dá pelo objetivo de fazer das fachadas laterais, um elemento de destaque do projeto, com pilares coloridos que dão um aspecto dinâmico, o edifício incorpora uma horizontalidade e possui um pilotis livre em uma parte de sua forma e uma área de passagem na outra, fazendo com que mesmo sendo tão longo se torne permeável e não uma barreira para a praça, sua estrutura é majoritariamente metálica, com uma parede auto portante em concreto, que tem o objetivo de conceder a cidade um espaço de manifestação artística, um grande muro a ser preenchido de arte, graffite e expressões diversas dos seus usuários.
| o edifício
GS d V
G P b h e o 1 9 8 G E u a V n
Pela fachada podemos notar um ritmo onde se dá a modulação da estrutura, os pilares principais estão dispostos de 10 em 10 metros, totalizando 100 metros de comprimento e 30 metros de largura. A estrutura metálica foi escolhida por se adequar bem os vãos necessários de serem vencidos internamente no edifício, como no auditório e no espaço da escadaria, além de se adaptar bem as treliças utilizadas acima do pilotis, que veremos em breve com mais destaque, as mesmas estão conectadas por vigas metálicas seguindo a modulação transversal de 5 metros, 10 metros e 10 metros, com um balanço de 2,5m em cada uma das laterais. Além da estrutura metálica foi usado madeira laminada colada para a escadas internas, no auditório e na grande escadaria em sua área principal possibilitando um acabamento mais refinado, e o uso de poucos pilares intermediários nos ambientes internos que foram criados embaixo dessas estruturas, com algumas salas.
G P s e n 0 3 G E c a V o
| a estrutura
o sistema de treliças planas foi proposto a fim de evitar o uso de pilares na área do pilotis, dessa forma o pavimento acima do pilotis possui 4 treliças dispostas a cada 10 metros, essa treliças planas ocupam o pé direito do pavimento e tem seus esforços descarregados nos pilares laterais.
Foram usados 2 tipos de treliça que são ilustradas nos esquemas como t1 e t2, t3, t4. A diferença entre elas é que um tipo não tem nenhuma parte exposta e foi vedada com placa cimentícia, possibilitando uma triangulação com nós mais próximos de 1 em 1 metro, e a outra possui uma parte vedada nos primeiros 10 metros, onde fica a divisória dos ambientes internos, os outros 15 metros estão localizados numa grande área expositiva que permitiu essa dinamicidade e o conceito de ter a estrutura exposta, se tornando uma parte importante do projeto. Essa área expositiva incorporou a treliça como apoio pras artes e quadros. As treliças também estão conectadas ao restante da estrutura metálica longitudinalmente por vigas seguindo a modulação do edifício.
G G t1 t2 t3 t4
| as treliças t2 | t3 | t4 t1 t1
área interna
1 | pilotis | área de exposições/uso espontâneo dos usuários
2 | área de vivência e estudos
3 | escadaria com acervo
4 | vestiários
5 | sala livre para ensaios 6 | camarim 7 | recepção/guarda volumes
| administração
GS u h Ve o 0 0 GS d a n V n a c e s s o 0 1 a c e s s o 0 2 acesso 03 acesso unc onár os Zona-006 01 11 12 05 05 04 04 04 04 02 01 09 10 08 07 08 03 02 06 11 13 14 11 14 15 14 17 03 12 20 08 09 21 18 16 19 19 19 10 setorização | térreo Esca a 1 350 setorização | 1º pavimento Esca a: 1 350 20 10 5 1 N 1 1 1 1 | programa
de necessidades
8
9
copa 10
depósito 11
banheiros 12 | elevadores 13
bebedouros 14
café/bar/foyer 15
auditório
16
antecamara 17
área expositiva 18
sala multiuso 50m2 19
sala
20
área
21
|
|
|
|
|
|
pra 300 pessoas
|
|
|
|
multiuso 100m2
|
técnica
| caixa d’água
G P b e e s o 0 5 0 8 G E u a V n Zona-006 2 5 0 1 0 0 0 1 0 0 0 5 0 0 2 5 0 10,00 10,00 10 00 10 00 10 00 10 00 10,00 10,00 10 00 10 00 100,00 3 0 0 0 ±0 00 ±0 00 p o eção pav men o uper or p o e ão cobe ura p o eção pav men o uper or p o e ão cobe ura p o eção cobe u a p o eção cobe u a p r o e ç ã o m e z a n n o B B A A fachada sul fachada norte E E C C F F D D f a c h a d a o e s t e f a c h a d a l e s t e B E 05 11 D ±0 00 ±0 00 ±0 00 02 A C F 01 04 03 06 08 07 10 09 planta térreo Escala: 1 250 20 10 5 1 1 1 1 1 N | planta térreo
G P b e e s o 0 5 0 8 G E u a V n 10 00 10 00 10,00 10,00 10 00 10 00 10 00 10 00 10,00 10,00 2 5 0 1 0 0 0 1 0 0 0 5 0 0 2 5 0 3 0 0 0 100,00 +7 00 +7 00 0 00 B B A A fachada sul fachada norte E E C C F F D D f a c h a d a o e s t e f a c h a d a l e s t e p o eção cobe u a p o eção cobe u a B E 05 11 D 02 A C F 01 04 03 06 08 07 10 09 +7 00 planta 1º pavimento Escala: 1 250 20 10 5 1 1 1 1 1 N | primeiro pavimento
es e ra metá ica como acabamento tubo de queda d água Ø 10cm conec ado aos ubos a e a s
ha 30x30cm
e ha metá ca para manu enção da área da ca xa d água
ubo de queda d água Ø 10cm na mesma cor dos p a es n erca ados
l zada
tes e a metá ca como acabamento per metá co es ru u ando tes e ra
tubo de queda d água Ø 10cm na mesma cor dos p a es, n erca ados
GS u h V 0 5 5 GS d a n e s o i n c l i n a ç ã o m í n i m a 1 % i n c l i n a ç ã o m í n i m a 1 % 5 % 3 0 , 0 0 2 , 5 0 5 , 0 0 1 0 , 0 0 1 0 , 0 0 2 , 5 0 10 00 10 00 10 00 10 00 10,00 10,00 10 00 10 00 10 00 10,00 100 00 20 00 20 00 20,00 20 00 20 00 12,40 calha 30x30cm
a e mpermeab
B E 05 11 D 02 A C F 01 04 03 06 08 07 10 09 ca
ca
ha 30x30cm
planta de cobertura Esca a 1 250 20 10 5 1 1 1 1 1 N
| planta de cobertura
| cortes
or o 1 pav men o or o é eo
sa a mu uso com po as po amarão que pe m e uma abe u a comp e a azendo uma ma o n eg ação om espaço expos vo poss b ando uma p u a dade de u os pa a o mesmo
a amen o de o o e parede do aud ó o pa a me ho unc onamen o a ús co
achada cega em pa ede es u u a de conc e o azendo um espaço pa a man es ação a s a poss b ando gra s e desenhos de a as oca com ob e vo de a o za um aspec o cu u a p esen e na dade
en ada aud ó o
0 00 0 00
escada a mac ça em MLC com amb en e n e nos pa a me ho ap ove amen o do espaço que e ão apo ados em p a es n e med á o po as po cama ão man endo homogene dade de ma e a
ubo de queda d água Ø 10cm evando a água ao so o p o s v e pa a expos ões ap esen ações e ou as man es açõe cu u a s p o s re pa a expo ções ap esen ações e ou as man e ações cu u a s
corte A
GS u h
o 0 9 GS d a n V
Ve
n
7
sa da aud ó o sa da acesso espe a aud ó o 12,40
00
0,00
ga menore para a us en ação da a e ee deck
Esca a: 1 200
espaço expo vo com p o agon mo da re ça apa en e se o nando um e emen o de apo o pa a expos çõe sa as mu uso em a vena a vedando pa e da e ça
12 40 5
4
pav men o compos o po e a p ana que desca ega seus e or os nos p a es a e a
1 4
7 00 6 5
ca ha 30x30cm
c ç %
es e ra me á ca como acabamen o
a e mpe meab zada com nc nação de 1% ca ha 30x30cm
estei a me á ca como acabamen o
pe f me á co es ruturando este ra v ga de susten ação do s ee deck
or o de gesso acar onado viga me á ca 50x25cm
p a es metá cos Ø 40cm
c e o
mp m a a e
m mp m a o me m o g u e ã e 0 00
b ise com angu o de nc inação 30° pa a pro eção da achada nor e, em po carbona o a veo ar sus en ado por pe f metá co apo ado nas v gas
esquad a em a um n o com v dro nco o persiana em ro o screen como segunda camada de p o eção so ar da área expos t va poss b ando a ex b idade de uso do amb en e
p a es que recebem os es o ços da re ça
v gas que compõe o res an e da es ru u a ixando re ça
corte
r angu ação com vãos ma o es, nteg ando espaço expos t vo
t angu ação com vãos meno es, uma vez que es a vedada por a vena a t azendo ma s es s ênc a pa a a t e ça
p o s v e pa a expos ções ap esen ações e ou as man es a ões cu u a s corte
B (treliça)
Esca a 1 50
D 01 30 °
DET 01 Escala: 1 25
| cortes GSP e V n 8 5 3 GSE c o V
15 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 5 5 5 10
pe de on enção do s ee deck per me á co e ru u ando es e a ubo de queda d água a é o so o Ø 10 m
Esca a: 1 200 B
ampliado
corte B
Escala: 1 200
e ha me á ca pa a manu enção da área da ca xa d água v gas ma s esbe as pos b ando ence vãos ma o es
espaço ecundá o do ba ca é ex s en e om s a pa a a á ea p nc pa do me mo apro mando espon aneamen e os usuá o da área e pos va ex s en e o ro 1 pav men o o ro é eo
en ada pe o p o s sa da aud ó o 0 00 0 00
sa as mu u o com po as po cama ão que pe m e uma abe ura comp e a azendo uma ma o n eg ação com espa o e pos vo poss b ando uma p u a dade de uso para o mesmo sa as v es p a ensa os com edação em po ca bona o en e e as poss b ando me ho um nação amb en e com a e em MLC mesmo ma e a da escada a mac ça do aud ó o apo ada em p a es n e med á os escada a mac ça em MLC
ace vo de v os e ecepção gua da vo umes na a e a da escada a
es adar a mac ça em MLC compos a po ace vo de ro e espaço de es a como pu es e as en os
móve p a á e podendo d m nu a sa a de amanho de aco do com necess dade
p o s v e pa a expos ções ap esen ações e ou as man es açõe cu u a s
corte C
Esca a: 1 200
GSP s V 0 5 5 3 GSE a n e o
7 00 12,40
| cortes
gua da co po de v d o
o o 1 pav men o o o é reo es adar a mac ça em MLC ompos a po ace vo de v os e espaço de es a como pu es e a sen os
12,40
7 00
en ada 01 en rada 02
e ha me á ca pa a manu enção da á ea da ca a d água
d d o 0 00
amb en es aba o escada a pa a me ho apro e amen o do espa o que es ão apo ados em p a es n ermed ár os espaço de a er o e e ar na e cada a
corte D
Esca a 1:200
e ha metá ca para manu enção da área da ca xa d água a se co ocada poste o men e a nsta ação das ca xas
es e ra me á ca como acabamen o
ca ha metá ca 25x30cm
ubo de queda d água Ø 10cm conec ado ao ubo de queda a e a
ubo de queda d água Ø 10cm
vedação pa a so amento de u dos en re a área écn ca e o aud ó io
a amen o do o ro om pa né s acú cos pa a ma o con o o sono o do aud ó o
pa ede ma s e pessa em made a pa a me ho desempenho acú co de odo o aud ó o pa né s d uso es onoro em made a
aje ecn ca
á ea de manu enção e supor e da a e
9 20
7 00
12 40 7 00
02 0 00
pa o mac ço pa a ap esen ações eves do em nó eo
escada a mac a em MLC re es da em ã de v dro apo ada em p a es n e med á os
DET 02 caixa d'agua
Esca a 1:50
sa as v es p a ensa os com veda ão em po ca bona o en e e as poss b ando me ho um nação amb en e om a e em MLC mesmo ma e a da escada a ma ça do aud ó o apo ada em p are n e med á os
corte E
Esca a 1:200
G P b h e o 3 8 8 G E u a V n
DET
5% 2 0 0
| cortes
parede est u u a em conc e o
e ha me á ca para manu enção da á ea da ca xa d água
por as em esquadr as de a um n o com v dro ave me hado para ma cação da en ada pe a fachada
esquad a em a um n o com pol ca bona o a veo a b anco e oso mposs b ando v s b dade
tes e a me á ca como acabamen o
br se f xo com nc nação de 30° para pro eção da fachada nor e em po carbonato alveo ar susten ada por per me á co apo ado nas v gas
esquadr a em a umin o com v d o inco or
p ares me á cos Ø 40cm
pe f s metá cos com unção de cont aven amen o dos p ares pr nc pa s Ø 20 cm
tubo de queda d água Ø 10cm
po tas em esquadr as de alumín o com v dro averme hado para marcação da en rada pe a achada
esquadr a em alumín o com v d o nco or
e ha me á ca para manu enção da á ea da ca xa d água
tes e a me á ca como acabamento
pa ede es rutura em concreto
tubo de queda d água Ø 10cm
p a es metá cos Ø 40cm
esquadr a em alumín o com po ca bonato a veo a branco e oso, mposs b ando v s b dade
per s me á cos com função de con raventamen o dos p a es p nc pa s Ø 20 cm
G P b e e s o 0 5 0 8 G E u a V n
11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01
11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01 fachada norte Escala: 1 250 fachada sul Esca a: 1 250 | fachadas
escadaria sala abaixo da escadaria
| isométricas
auditório vista lateral auditório mostrando o tratamento de forro
S u e e o 8 5 9 8 S d c o a V s o | isométricas
G P b e e s o 4 5 9 8 G E u a V n S b S u a Ve | isométricas
área expositiva área de estudos e mobiliário