INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
PIBIC- Projeto de Iniciação Científica EDITAL PIBIC 2013/2014
RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES A CIRCULAÇÃO DE CONCEPÇÕES DE PLANEJAMENTO REGIONAL ENTRE BRASIL E ESTADOS UNIDOS EM PERIÓDICOS ESPECIALIZADOS NAS DÉCADAS DE 1940 E 1950
Aluna: Aline Ayami Kobayashi Orientadora: Dra. Elisângela de Almeida Chiquito
São Carlos 2014
1
SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO
2
2. INTRODUÇÃO
2
3. OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFICOS
7
4. METODOLOGIA
7
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
8
5.1. REUNIÕES PARA ORIENTAÇÃO
11
5.2. LEVANTAMENTO E SISTEMATIZAÇÃO DA BIBLIOGRAFIA
12
5.3.
LEVANTAMENTO
E
SISTEMATIZAÇÃO
DOS
ARTIGOS
DOS
PERIÓDICOS
13
5.3.1 SELEÇÃO DOS ARTIGOS
33
6. RESULTADOS OBTIDOS: ANÁLISE DOS ARTIGOS
35
7. CONCLUSÕES
92
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
96
2
1. APRESENTAÇÃO A presente pesquisa de iniciação científica orientada pela Dra. Elisângela de Almeida Chiquito se insere em um dos eixos da pesquisa de pós-doutorado intitulada “Planejamento regional e conservação de recursos naturais: circulação de ideias e de experiências entre Brasil e Estados Unidos”, desenvolvida pela orientadora (Processo FAPESP 2012/10611-4) junto ao Grupo de Pesquisa em História da Cidade, Arquitetura e Paisagem do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, e analisa a presença de referências norte-americanas de planejamento regional em artigos de periódicos nacionais e estrangeiros publicados no período compreendido entre as décadas de 1940 e 1950 e presentes em acervos públicos nacionais.
2. INTRODUÇÃO A questão da circulação internacional de ideias em urbanismo e planejamento é abordada por uma densa rede de pesquisadores brasileiros e constitui chave para a compreensão e para a produção historiográfica do planejamento e do urbanismo no Brasil. Nesta rede, destacamos autores como Leme (2004, 2009), Feldman (2009), Andrade (2010) e Chiquito (2012) que vem se dedicando a desvendar a formação do urbanismo e do planejamento urbano e regional no país a partir da circulação de ideias entre o Brasil e países da Europa e Estados Unidos. Os trabalhos de Leme (2004, 2009) procuram analisar a circulação das ideias entre Europa e Brasil e trazem referências importantes, entre elas: a influência de Eugene Hénard e Joseph Stuben; Plano de Avenidas para a cidade de São Paulo elaborado por Prestes Maia em 1930; Richard Barry Parker e a presença de suas ideias nas experiências de cidade jardim no Brasil; a ampla circulação do ideário modernista de Le Corbusier no Brasil; e a introdução e difusão do ideário vinculado ao movimento fran-
3
cês Economia e Humanismo de Louis Joseph Lebret trazido para o Brasil em 1947. De maneira abrangente, a autora traça uma linha de como a entrada de ideias e a troca de conhecimento se deu. Ao longo do século XX, a vinda de urbanistas estrangeiros para o Brasil se dá, primeiramente, através de conferências e, posteriormente, pela contratação de serviços. As comissões, departamentos e instituições que vão surgindo também foram um meio de interação desses profissionais além das publicações, da participação de profissionais brasileiros em congressos nacionais e da realização de cursos no exterior. Ao longo do tempo, percebe-se uma nova geração de urbanistas que não copiam as ideias vindas do exterior, mas as adaptam para o local em que será inserido, ou seja, com o passar do tempo, a troca de experiências se faz de modo mais crítico. (Leme, 2004; 2009) Nesta linha, a ampla gama de estudos realizados por Andrade (1991, 2001, 2010)
1
vem se dedicando a analisar a circulação do modelo de cidade-jardim entre Europa e Brasil. Segundo o autor, este modelo foi introduzido, principalmente, pelo arquiteto inglês Richard Barry Parker com sua vinda à cidade de São Paulo para trabalhar a serviço de uma companhia – City of San Paulo Improvements and Freehold Land Com-
pany Limited – traduzindo esse modelo em bairros jardins ou mesmo em projetos para novas cidades como Goiânia e Brasília.
1 Entre os trabalhos mais representativos publicados estão ANDRADE, C. R. M.. O plano de Saturnino de Brito para Santos e a construção da cidade moderna no Brasil. Espaço & Debates, v. 34, p. 55-63, 1991; ANDRADE, C. R. M.. Jardim América: a arquitetura do primeiro bairro-jardim de São Paulo. Espaço & Debates, São Paulo, v. 42, p. 113-118, 2001; ANDRADE, C. R. M.. A circulação transatlântica da idéia de cidade jardim: as referências teóricas dos urbanistas brasileiros na primeira metade do século XX. In: SALGADO, Ivone; BERTONI, Ângelo. (Org.). Da Construção do Território ao Planejamento das Cidades: competências técnicas e saberes profissionais na Europa e nas Américas (1850-1930). São Carlos: RiMa; FAPESP, 2010, v. , p. 27-33.
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Sobre a circulação de ideias e experiências em planejamento regional, o trabalho de Feldman (2009), publicado nos anais do Encontro Nacional da ANPUR, acredita que a década de 1950 teve grande importância para o planejamento regional no país por ser esse o momento em que paira uma confiança de que o poder público é capaz de renovar as grandes cidades, torná-las um lugar melhor para se viver e de que a organização do território é o começo da solução para superar as desigualdades das regiões brasileiras. Além disso, segundo a autora, nessa década a realidade das grandes cidades já está institucionalizada em diversos cursos - arquitetura, engenharia, sociologia, geografia – de modo que a multidisciplinaridade do planejamento, que desde 1930 exigia seu espaço, seja consolidada. Feldman (2009) aponta que no período de 1945 a 1964, observa-se uma disseminação de instituições sem vínculo com o poder público sejam elas autônomas como a SAGMACS em 1947 – Sociedade de Análise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Complexos Sociais – e, em 1952, o IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal –; sejam vinculadas às universidades como na FAUUSP em 1952 o CPEU – Centro de Pesquisas e Estudos Urbanísticos e, na UFPE em 1962, o CEPUR – Centro de Estudos de Planejamento Urbano e Regional, ou sejam elas supragovernamentais como a CIBPU – Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai – em 1952. Sendo que a SAGMACS junto com o Padre Luis Joseph Lebret que orientou um estudo da CIBPU desempenharam papel fundamental na retenção de conhecimento ao longo dos anos de 1950 e consequente transferência para o Brasil. (Feldman, 2009) Ainda nessa linha, Chiquito (2012) aborda a circulação das ideias no âmbito das instituições de planejamento regional, estudando especificamente a Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai (CIBPU), criada em 1951 por um processo liderado por Lucas Nogueira Garcez, governador do Estado de São Paulo na época, a partir de
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um convênio assinado por sete estados brasileiros que integravam a bacia - São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais contribuindo para o planejamento regional no país. A autora analisa a interferência das ideias norte-americanas e europeias no processo de criação da instituição e em sua trajetória. No que se refere à circulação das ideias na instituição a autora detecta a constituição de uma trama de referências europeias e norte-americanas. O referencial norte-americano foi difundido no Brasil, segundo a autora, através da Missão Cooke que veio para o país em 1941, coordenada por Moris Llewellyn Cooke e que tinha como objetivo analisar os potenciais de investimentos no país e para difundir o conhecimento do planejamento territorial americano visando o desenvolvimento de bacias hidrográficas, utilizando como referencial as experiências do Missis-
sippi Valley Committee e da Tennessee Valley Authority. As ideias europeias se referem especialmente ao referencial francês ligado ao movimento Economia e Humanismo, organizado pelo padre Louis Joseph Lebret na França. Nesse sentido, a difusão da ideia de bacia hidrográfica como região começa a ser introduzida em 1940 através da circulação de conhecimento, modificando o modo de pensar o território e caracterizando a escala regional. O trabalho de Chiquito (2012) verifica que a transferência de ideias entre Brasil e Estados Unidos e a trama de referências construídas acerca do planejamento regional teve suas origens em 1940, em paralelo à criação dos primeiros órgãos nacionais de planejamento regional a partir do Estado Novo, com o objetivo de pensar meios de aproveitar, explorar e conservar os recursos naturais impulsionados pelo financiamento internacional. Para a autora, a principal referência norte-america foi a experiência da
Tennessee Valley Authority (TVA) agência criada como parte da política do New Deal
6
do governo Roosevelt. A CIBPU é criada em 1951 e a Comissão do Vale do São Francisco em 1948 se utiliza desta referência. (Chiquito, 2012) Esta pesquisa de iniciação verificou, a partir da análise da bibliografia, que um dos agentes no intercâmbio desta trama de referências de ideias estrangeiras trazendo-as para o Brasil foi o engenheiro Anhaia Mello fundador e primeiro diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo lecionando estética, composição e urbanismo, além de ser prefeito da cidade de São Paulo por duas vezes. A partir desse intercâmbio, Anhaia Mello (1952) defende o urbanismo como um coletivo e não uma obra individual, sendo importante o equilíbrio com a Natureza e o respeito a ela. Enxerga o planejamento em escala regional, visualizando a cidade e seu entorno como dois elementos que deve ser pensado em conjunto. Assim, Anhaia Mello (1952) entende que o urbanismo necessita de uma ordenação do território, o que é possível através de um Plano Nacional. Cita dois exemplos bem sucedidos de planejamento regional, Tennessee Valley Authority (TVA) e Philadelphia Tri-State Dis-
trict Regional Plan, ambas as experiências dos Estados Unidos da América sendo, o primeiro, numa região que compreende o Vale do Rio Tennessee e oito Estados, e o segundo se situa em uma região que abrange três Estados. Destaca-se, para esta pesquisa, a experiência da TVA por estar presente nos periódicos analisados, como veremos ao longo deste relatório. Considerando que o intercâmbio das ideias norte-americanas sobre planejamento regional possuem suas origens nos anos de 1940 (Chiquito, 2012), essa pesquisa de iniciação científica procura detectar especificamente a presença deste referencial norte-americano em periódicos especializados nacionais e estrangeiros que estão presentes nos acervos públicos no Brasil, especialmente das revistas pertencentes ao
7
acervo das bibliotecas das duas escolas de arquitetura e urbanismo - EESC e FAU - da Universidade de São Paulo.
3. OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFICOS O objetivo geral da pesquisa é levantar e sistematizar os artigos de periódicos especializados, nacionais e estrangeiros, publicados nas décadas de 1940 e 1950 e que estão presentes nos acervos públicos de bibliotecas da Universidade de São Paulo. Da gama de textos levantados e sistematizados, serão selecionados os mais representativos para fichamento e análise da presença de referências norte-americanas em seu teor, procurando detectar como e em que medida as ideias, modelos e experiências de planejamento regional norte-americano estão presentes. Assim, o estudo predente criar, com os artigos levantados, um banco com o material digitalizado no Grupo de Pesquisa em História da Cidade, Arquitetura e Paisagem (URBIS).
4. METODOLOGIA O trabalho de pesquisa se desenvolveu da seguinte forma:
-
Levantamento dos periódicos através do site de busca do banco bibliográfico da Universidade de São Paulo – dedalus.usp.br - em que os critérios condizentes com a pesquisa foram utilizados sendo delimitado por assunto através de palavraschaves (planejamento, urbanismo e engenharia civil), data das publicações (1930 a 1960), e pelo tipo de material (seriado);
-
Primeira filtragem dos periódicos encontrados levando em consideração a origem deles dando prioridade para as brasileiras e norte-americanas sendo escolhidas uma ou outra europeia e sul-americana visando os conceitos nelas utilizados;
8
-
Segunda filtragem dos periódicos a partir da verificação das faculdades que possuíam as revistas selecionadas. Foram escolhidas duas bibliotecas que possuíam uma maior quantidade de periódicos escolhidos e a facilidade de acesso a elas, a Biblioteca Central da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e a Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU);
-
Digitalização dos sumários das revistas selecionadas no período estudado;
-
Seleção de artigos pertinentes em relação ao tema da pesquisa através do título do artigo e/ou autor;
-
Digitalização dos artigos selecionados;
-
Criação de banco de dados informatizado e organização dos textos por tema, ano e título das revistas servindo como referência aos interessados no assunto;
-
Seleção dos textos mais representativos para análise;
-
Análise dos artigos.
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS As atividades da pesquisa foram realizadas da seguinte forma: AGOSTO
-
Leitura da bibliografia;
-
Fichamento dos textos lidos;
-
Reunião sobre como começar o desenvolvimento da pesquisa;
-
Reunião sobre como realizar um primeiro levantamento dos periódicos pelo site dedalus.usp.br;
-
Levantamentos dos periódicos pelo site dedalus.usp.br;
9
-
Organização em tabela dos periódicos encontrados;
-
Reunião para primeira filtragem dos periódicos SETEMBRO
-
Leitura da bibliografia
-
Fichamento dos textos lidos
-
Reunião para segunda filtragem dos periódicos e orientação para começo do relatório do levantamento;
-
Registro fotográfico dos sumários dos periódicos pertencentes ao acervo da biblioteca da EESC
-
Reunião para escolha dos artigos dos periódicos da EESC
-
Viagem a São Paulo para registro fotográfico dos sumários dos periódicos pertencentes ao acervo da FAU OUTUBRO
-
Leitura da bibliografia
-
Fichamento dos textos lidos
-
Reunião para escolha dos artigos dos periódicos da FAU
-
Sistematização dos sumários em arquivos digitais
-
Registro fotográfico dos artigos selecionados da EESC
-
Reunião para discussão do material levantado até o momento
-
Viagem a São Paulo para registro fotográfico dos artigos selecionados da FAU NOVEMBRO
-
Leitura da bibliografia
10
-
Fichamento dos textos lidos
-
Reunião para orientação da redação do relatório intermediário
-
Sistematização dos artigos em arquivos digitais
-
Reunião para orientação da redação do relatório intermediário DEZEMBRO
-
Reunião para orientação do relatório intermediário
-
Redação do relatório intermediário
-
Reunião para orientação do relatório intermediário JANEIRO
-
Redação do relatório intermediário FEVEREIRO
-
Leitura da bibliografia
-
Fichamento dos textos lidos
-
Seleção dos artigos com base nos critérios definidos MARÇO
-
Leitura da bibliografia
-
Fichamento dos textos lidos
-
Reunião para selecionar os artigos
-
Seleção dos artigos com base nos critérios definidos ABRIL
-
Leitura da bibliografia
11
-
Fichamento dos textos lidos
-
Análise dos artigos selecionados
-
Reunião para orientação da análise dos artigos MAIO
-
Leitura da bibliografia
-
Fichamento dos textos lidos
-
Análise dos artigos selecionados
-
Reunião para orientação da análise dos artigos JUNHO
-
Análise dos artigos selecionados
-
Sistematização dos artigos selecionados
-
Reunião para orientação da redação do relatório final JULHO
-
Reunião para orientação da redação do relatório final
-
Redação do relatório final
-
Redação do artigo para participação no Simpósio Internacional de Iniciação Científica (SIICUSP)
5.1. REUNIÕES PARA ORIENTAÇÃO As reuniões realizadas pelo grupo de pesquisa no Instituto de Arquitetura e Urbanismo no campus da USP em São Carlos foram realizadas, em média, a cada quinze
12
dias com o objetivo de discutir o andamento do trabalho individual. As reuniões ocorreram no espaco do Grupo de Pesquisa URBIS.
5.2. LEVANTAMENTO E SISTEMATIZAÇÃO DA BIBLIOGRAFIA Foi realizada uma complementação do levantamento bibliográfico realizado para o projeto inicial para aumentar o repertório necessário para a análise dos artigos, sendo incorporados textos. Foram realizados fichamentos dos seguintes textos: ANDRADE, C. R. M.. A circulação transatlântica da ideia de cidade jardim: as referências teóricas dos urbanistas brasileiros na primeira metade do século XX. In: SALGADO, Ivone; BERTONI, Ângelo. (Org.). Da construção do território ao planejamento das cidades: competências técnicas e saberes profissionais na Europa e nas Américas (1850-1930). São Carlos: RiMa; FAPESP, 2010, v. , p. 27-33. ANHAIA MELLO, Luiz de. (1951) Urbanismo... êsse desconhecido. In: Revista Brasileira dos Municípios, ano V, nº 18, abril-junho de 1952. p. 177-190. CHIQUITO, Elisângela de Almeida. A criação da Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai: referencial norte-americano no planejamento regional brasileiro dos anos 1940-1950. In: revistafaac, v.2, n.1. p.69-78, abril/setembro 2012. FELDMAN, Sarah. 1950: a década de crença no planejamento regional no Brasil.
In: XIII Encontro da ANPUR. Florianópolis: ANPUR, 2009. LEME, M. C. S. . A circulação de ideias e práticas na formação do urbanismo no Brasil.. In: Pontual, V. e Loretto, R. P. (Org.). Cidade, Território e Urbanismo. Recife: Ceci, 2009, p. 73-92.
13
LEME, Maria Cristina da Silva. The transfers of urban ideas and models of foreign planners shaping the urbanism in São Paulo, Brazil at the beginning of the XX century.
In: Anais… 11th Conference of the International Planning History Society will take place in Barcelona between 14-17 July 2004.
5.3. LEVANTAMENTO E SISTEMATIZAÇÃO DOS ARTIGOS DOS PERIÓDICOS Após o levantamento no site os resultados dos periódicos foram separados pela palavra-chave sendo colocados em tabelas a partir do título em ordem alfabética contendo informações como a imprenta, periodicidade, assunto correspondente e os números disponíveis nos departamentos, institutos ou escola da Universidade de São Paulo sendo encontrados cento e cinco títulos. Da primeira filtragem, baseada na origem dos periódicos, resultou em vinte e quatro revistas e da segunda filtragem, baseada nas bibliotecas que contém os periódicos, resultou em quatorze revistas, dez na biblioteca da EESC e quatro na biblioteca da FAU, são elas: Biblioteca Escola de Engenharia de São Carlos: ACRÓPOLE: ARQUITETURA, URBANISMO, DECORAÇÃO. São Paulo: Técnicas Brasileiras, 1938-1971. Mensal. ARQUITETURA E URBANISMO. Rio de Janeiro: IAB, 1936 -. Bimestral. BEM ESTAR. São Paulo: Gustavo Neves da Rocha Filho, 1958-1960. Irregular. BOLETIM [DO] DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS. Recife: DNOCS, 1958-1969. Trimestral.
14
CIVIL ENGINEERING (EASTON). Easton, PA: The Society, 1930 -. Mensal. DIRECTORY, AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS. New York, NY: The Society, 1954-. Desconhecida. EPUC, ENGENHARIA E ARQUITETURA. Rio de Janeiro, 1955-1961. JOURNAL [OF THE] BOARD OF DIRECTION. Ann Arbor: The Society, 1956-1957. JOURNAL [OF THE] SURVEYING AND MAPPING DIVISION. New York: American Society of Civil Engineers, 1956-1982. Irregular. JOURNAL OF PROFESSIONAL PRACTICE. Ann Arbor: The Society, 1958-1966. Irregular. JOURNAL OF THE HIGHWAY DIVISION. New York: American Society of Civil Engineers, 1956-1968. Irregular. JOURNAL OF THE WATERWAYS AND HARBORS DIVISION. New York: The Society, 1956-1970. Trimestral. Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo: JOURNAL OF THE AMERICAN INSTITUTE OF PLANNERS. Cambridge: The Institute, 1944-1978. Bimestral. PLANNING AND CIVIC COMMENT. Washington: [s.n.], 1935-. Trimestral. TOWN AND COUNTRY PLANNING. London: The Association, 1932 -. Mensal. URBAN AND RURAL PLANNING THOUGHT. New Delhi: The School, 1958-. Trimestral. Para realizar a digitalização dos sumários, devido a data dos periódicos, foi necessário, na biblioteca da EESC, realizar o preenchimento de um requerimento com informações sobre o material acessado –nome da revista, ano, volume, número e mês-
15
a ser entregue na biblioteca, onde foram separados por funcionário para acesso aos exemplares. Em virtude da quantidade de números das revistas não foi possível o acesso a elas em uma única vez tendo que requerer um número limitado de exemplares por vez. Dois periódicos não foram encontrados no acervo o Directory, American
Society of Civil Engineers e o Journal [of the] Board Direction American Society of Civil Engineers. Quanto aos periódicos que se encontram na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo foi necessário o deslocamento até a cidade de São Paulo onde está localizada a biblioteca para realização da digitalização dos sumários, porém como os periódicos estão disponíveis para acesso de qualquer usuário na biblioteca sem restrição de ano como na da EESC a digitalização foi feita sem maiores problemas. Os sumários foram separados segundo a faculdade que estão localizados e por ordem alfabética do título da revista em arquivo digital no formato JPEG. Algumas revistas foram descartadas por seu enfoque não corresponder ao da pesquisa ou mesmo por possuir poucos exemplares que não interessavam. Para a digitalização dos artigos, novamente, para a biblioteca da Escola de Engenharia, foi necessário o preenchimento do requerimento dos periódicos para o acesso e, para a biblioteca da FAU, o deslocamento até a cidade de São Paulo. Os artigos foram separados de acordo com a revista as quais pertencem e pela data de publicação da mesma em arquivo digital no formato JPEG. Abaixo, encontram-se as tabelas sistematizadas contendo a referência dos resultados de uma primeira seleção dos periódicos analisados divididos por biblioteca. As tabelas compreendem os artigos, que estão separados por revista em ordem alfabéti-
16
ca, sendo distinguidos por ano, volume e número da revista, constando o título do artigo, autor e página. Biblioteca EESC REVISTA: Acrópole Ano
Número
Artigo
Autor
Página
1950
144
O Arquiteto no Brasil
Eduardo Kneese de Mello
289-292
1950
145
Pacaembú em 1940-1950
Cia City
13
1951
154
Planejamento urbano e
Arq. Carlos Lodi
269-271
Autonomia do Município
Arq. Carlos A. Gomes Cardim
307-309
em face do urbanismo
Filho
planejamento regional 1951
1953
155
178
IV Congresso Interamericano de Municípios (Montevidéo) Urbanismo e Arquitetura
1954
185
Arq. José V. Vicari
Exposição do IV Centenário Arquitetos: Oscar Niemeyer,
349-350 209-217
Zenon Lotufo, Eduardo Kneese de Mello e Helio Uchôa 1954
191
Urbanismo – Agente de
Carlos A. Gomes Cardim Filho
Progresso
– Eng. Arquiteto
522-523
REVISTA: Arquitetura e Urbanismo Ano
Número
Artigo
1940
3-4
Origem e Finalidade dos Congressos Pan-
Autor
Página 66
Americanos de Arquitetos I Congresso Pan-Americano de Arquitetos Montevideo 1920
67-70
17
II Congresso Pan-Americano de Arquitetos
71-74
Santiago do Chile 1923 III Congresso Pan-Americano de Arquitetos
75-
Buenos-Aires 1927 IV Congresso Pan-Americano de Arquite-
81-84
tos Rio de Janeiro 1930 V Congresso Pan-Americano de Arquitetos
85-89
Montevideo 1940 O V Congresso Pan-Americano de Arquite-
Nestor E. De
tos
Figueiredo
Discurso do Presidente da Delegação Bra-
90
93
sileira Arquiteto Nestor E. Figueiredo, na Sessão Inaugural do Congresso Discurso Pronunciado em nome de todas
93-94
as delegações, pelo arquiteto Wladimir Alves de Souza, no banquete oferecido pelos arquitetos uruguaios Constituição das Comissões A Profissão de Arquiteto
95-96 Angelo A, Mur-
97-101
gel Concursos Públicos
Roberto Mag-
102
no de Carvalho Exposição Pan-Americana de Arquitetura e
106
Urbanismo Premio de Honra - Remodelação da Praça
Paulo Camar-
da Republica
go e Almeida
Premio de Honra - Urbanização da Cidade
108-111
112-
do Recife Premio de Honra - Conjunto de Residências (São Paulo)
114-115
18
Medalha de Ouro - Associação Brasileira
116-117
de Imprensa
REVISTA: EPUC Ano
Número
Artigo
Autor
Página
1957
4
Do Paraná a Amazônia luta-se pelo petró-
Jorge Alberto de Lima e
6-7
leo
Castro
O plano rodoviário nacional e as vias de
Eng. Luiz Carlos Martins
acesso a futura capital
Pinheiro
1959
12
REVISTA: Boletim do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca Ano
Número
Artigo
Autor
Página
1959
4
Planificação e principais realiza-
Eng. José Cândido
3-43
ções do DNOCS no polígono das
Castro Parente Pessoa
secas Canal São Francisco-
44-47
Jaguaribe
REVISTA: Journal of the Surveying and Mapping Division Ano
Número
Artigo
1956
March
Progress in Topographic
922-1 a
Mapping from 1946 to 1955
922-7
1957
November
Surveying and Mapping, St.
Autor
John D. Officer
Lawrence Power Project 1961
Julho
Página
1446-1 a 1446-9
Surveying and Mapping
Reporto f the Chairman,
Division 1926-1960
Executive Committee
29-36
78
19
REVISTA: Journal of the Waterways and Harbors Division Ano
Número
Artigo
Autor
Página
1956
December
The Apalachicola River Project
C. P. Lindner
1120-1 a 1120-18
1957
Maio
Mississippi River – Gulf Outlet
Evolution of the Mississippi
William H. Lewis
1240-1 a
and L. C. Brune
1240-16
John R. Hardin
1251-1 a
Valley Flood Control Plan Navigable Waterways and In-
1251-18 DeWitt L. Pyburn
dustriall Development 1958
Janeiro
The Columbia River Controlled
1252-1 a 1251-8
Louis H. Foote
1514-1 a 1514-20
Biblioteca FAU REVISTA: Journal of the American Institute of Planners Ano
Volume
Número
Artigo
Autor
Página
1940
6
2
Integration of a Regional
Arthur C. Cosey
29-32
Rexford G. Tu-
33-34
Plan Planning in New York City
gwell The Effect of Parks Upon
Frederic L.
Land and Real Estate Val-
Ackerman and
ues: Discussion
Ernest P.
53-56
Goodrich 1941
7
2
REVISTA INTEIRA
1942
8
2
REVISTA INTEIRA
1942
8
3
Evolutional of a Regional Development Plan
V. B. Stanbery
3-10
20
1942
8
4
Education for and in City
Committee on
and Regional Planning
Education and
4-12
Personnel Standards The Planners’ Contribution
Committee on
27-32
the War Efford 1943
9
1
A Second Reporto n Latin
Francis J. Violich
19-30
The Composite Profession
Russell VanNest
14-17
of Planning
Black
American Planning 1944
10
1
Postwar Planning in Puerto Lawrence M.
1945
11
2
Rico
Orton
Review of Britain’s Town
Gordon Stephen-
Planning and the Greater
son
29-31
11-16
London Plan, 1944 Two Decades of the New
C. Earl Morrow
25-30
H. Evert Kincaid
23-27
Time for Planning (Lorwin)
Arthur C. Comey
34-35
Freedon under Planning
Charles S. Ascher 41-42
York Regional Plan 1945
11
4
The Chicago Comprehensive City Plan
1946
12
1
(Wootton) 1946
12
4
Britain Plans
G. Holmes Per-
20-26
kins Report of the Headquarters Frederick P. Clark 35 Commission (General Assembly of the United Nations) City and Regional Planning Mary Hedges Papers (Bettman)
Black
37-38
21
1947
13
3-4
Western Hemisphere
E. G. Faludi
9-13
Western Hemisphere
Mario H. G. Tor-
14-18
Planning Progress
res
Planning Progress Canadá
Brasil 1948
14
1
The Content of Profession-
4-19
al Curricula in Planning International Planning
48
Congress 1948
14
3
The Dispersal of Cities as a Tracy B. Augur
29-35
Defense Measure 1949
15
2
New Regional Planning
43
Programa t Havard 1949
16
1
Regional Planning in pacif- P. Hetherton
28-34
ic Northwest 1950
16
2
Pan American Congresso f Anatole A. Solow
81-82
Architects 1950
16
4
Concentration and De-
Frederick P. Clark 172-178
scentralization in the New York Metropolitan Region Housing, City Planning,
Jacob L. Crane
186-188
John M. Gaus
3-12
and the “Point Four” Program 1951
17
1
Education for Regional Planning
1951
17
3
The Ecologicaal Pattern of
Francis L. Hauser 111-129
Four European Cities and Two Theories of Urban Exoansion 1952
18
2
What Type Regional Plan-
V. B. Stanbery
63-67
22
ning for the Bay Area 1954
20
2
Planning is a Profession
John T. Howard
58-59
1955
21
1
Planned Decentralization
Lloyd Rodwin
43-49
The Future of Staff Plan-
Willian L. Good-
24-29
ning
man
Planning in South America
Francis Violich
112-118
Francis Violich
119-125
and Regional Development 1956
22
1958
23
1
3
I. Status Planning in South America II. Education
REVISTA: Planning and Civic Comment Ano
NĂşmero Artigo
PĂĄgina
1950
1
Secretary Chapman on Conservation
1-6
Editorial Comment
10-14
New Yearbook on Park and Recreation Progress
32
State Park Notes
40-47
Planning and Conservation Education
48-50
The Washington Planning Conference
1-6
Water Resource Policy
14-19
John Muir
21-22
Conservation and Planning Education
29-30
State Park Notes
31-42
National Conference on State Parks
43
Purpose of State Parks
44-45
1950
2
23
1950
1950
1951
3
4
2
New Conservation Booklet
16
CIO Programo n Regional Development and Conservation
22-23
State Park Notes
41-46
Conservation and Planning Education
60-62
A Report on the National Conference on State Parks
46-53
State Park Notes
37-45
Planning and Conservation Education Notes
57
Planning and Conservation Education Notes
20-21
31st Annual Meeting of the National Conference on State
33
Prks, October 8-12, 1951 State Park Notes
34-40
1951
3
State Park Notes
49-55
1951
4
State Park Notes
41-48
The 31st Annual Meeting of the National Conference on State
49-50
Parks Relations of the National Park Service to State Parks
51-56
1952
1
State Park Notes
37-44
1952
2
National Citizens Conference on Planning and Resources
9-17
American Planning and Civic Association Reports
18-23
Planning Education
25-28
State Park Notes
34-44
Renaissance in American Cities
32
Planning, Conservation and Recreation Education
33-34
State Park Notes
35-43
Land Acquisition for National Parks
45-46
National Citizens Conference on Regional Planning
26
1952
1952
3
4
24
1953
1953
1953
1
2
3
State Park Notes
33-40
Resources fot the Future, Inc.
41-42
The National Park Service and Recreation Planning
1-9
Resources for the Future, Inc. Announces New Plans
41-42
Planning Education
42-44
State Park Notes
45-49
Planning Education
31-34
State Park Notes
39-44
American Planning and Civic Association: National Confer-
35-36
ence on State Parks, What We Do and Who We Are Planning Education
42-45
State Park Notes
54-60
National Conference on State Parks, Cordele, Georgia, Octo-
60
ber 12-17, 1953 1953
1954
1954
4
1
2
Planning Education
36-39
State Park Notes
49-53
Planning Education
35-37
State Park Notes
44-51
Thirty-Fourth Annual Meeting of the National Conference on
32
State Parks, State of Washington, September 13-16, 1954
1954
1954
3
4
State Park Notes
33-40
Planning Education
41-43
Planning Education
19-22
State Park Notes
23-30
A New View of Planning the Metropolis
1-5
Planning Education
33-35
25
1955
1955
1
2
National Watershed Congress
36
International Union for the Protection of Nature
39-41
State Park Notes
42-49
The Thirty-Fourth Annual Conference on State Parks
65-67
National Citizens Planning Conference
1-4
Charles Ascher on Planning Administration
21-22
Planning Education
22-24
State Park Notes
35-43
Is There Need for a Comprehensive Recreation Program in
1-9
the United States? Planning Education
10-13
State Park Notes
26-35
Highlights of the Washington Conference on Parks and Open
40-42
Spaces 1955
1955
3
4
The National Citizens Planning Conference
37-39
Planning Education
47-49
Digesto f Laws Relationg to State Parks
50
State Park Notes
51-57
10th Regional Planning Conference of the Regional Plan As-
16-20
sociation
1956
1956
1
2
Planning Education
21-23
Second National Watershed Congress
29
State Park Notes
40-47
Planning Education
55-57
State Park Notes
68-75
Planning Education
40-42
26
State Park Notes
43-50
36th Annual Meeting, National Conference on State Parks,
56-58
Jackson Lake Lodge, Wyoming 1956
1956
1957
1957
1957
1957
1958
1958
3
4
1
2
3
4
1
2
National Parks Issue of Town and Country Planning
26
State Park Notes
30-36
Planning Education
21-23
State Park Notes
29-35
A New Deal in Mount Rainier National Park
18-19
Planning and Conservation Education
24-25
State Park Notes
29-38
The Department of the Interior and its National Park Service
3-7
State Park Notes
19-26
Conservation and Planning Education
61-62
State Park Notes
17-23
Planning and Conservation Education
51-53
Planning Education
21
State Park Notes
41-45
State Park Notes
41-45
38th National Conference on State Parks
46
Planning Education
51
Wilderness in the National Parks
1-7
Education for Planning and Conservation
30-34
Regional Parks – The Role in the Future Patterno of Recrea-
35-38
tion The 38th Annual Meeting of the National Conference on State Parks
39-40
27
1958
1958
1959
1959
3
4
1
2
State Park Notes
41-45
Highlights of the 1958 National Citizens Planning Conference
1-4
The 85th Congress and Conservation
45-46
Planning and Conservation Education
51-53
State Park Notes
54-61
Sixth Watershed Congress
39-40
National Conference on State Parks 38th Annual Meeting
41-42
State Park Notes
43-54
National Citizens Planning Conference, Memphis, June 17-19
13-15
State Park Notes
36-40
The Engineer’s Contribution to City and Regional Planning
8-9
The Sixth Watershed Congress
30
State Park Notes
36-42
The 39th Annual Meeting of the National Conference on State
43
Parks
1959
3
New Northern Virginia Regional Park Authority
44
Governor Nelson Rockfeller on Outdoor Recreation in New
30-34
York
1959
1960
4
1
State Park Notes
43-48
Presevation of Open Spaces
18-19
Status of National Park Proposals
19
State Park Notes
22-25
The 39th Annual Meeting of NCSP
26-29
Editorial Comment
7-8
Descentralization
16-19
28
National Watershed Congress
19
United Nations Recognize INternational Significance of Plan-
30-32
ning and National Parks
1960
2
State Park Notes
38-46
Newbold Morris Succeeds Robet Moses as Park Commis-
17
sioner Seventh National Watershed Congress
22
State Park Notes
29-32
1960
3
State Park Notes
34-45
1960
4
Parks for America
1-3
Costitution and By-Laws of the National Conference on State
38-51
Parks Nature and the American
44
State Park Notes
45
REVISTA: Urban and Rural Planning Thought Ano
Volume
NĂşmero Artigo
Autor
PĂĄgina
1958
1
4
M. S. V. Rao
244-252
Aerial Surveying Techniques and their Application to Town and Country Planning
1959
2
3
Faridabad: A Critical Study of
L. R. Vagale, B. M. 84-108
the New Town
Bhuta & M. S. V. Rao
29
REVISTA: Town & Country Planning Ano
Volume NĂşmero
Artigo
Autor
PĂĄgina
1950
18
70
Dispersal and Defence
Tracy Augur
17-20
1950
18
75
TVA: Its Impacto n the Region William E. Cole
266270
1950
1950
18
18
77
78
How Should Our Cities
Paul Windels
362-
Grow?
370
President Truman Calls for
412
Dispersal Planning 1950
1950
18
18
79
80
Leading Article: Progress in
439-
the New Towns
440
Leading Article: Rural Depo-
485-
pulation
486 7-8
1951
19
81
Leading Article: New Towns
1951
19
84
New Towns and the Defence
1951
1952
19
20
89
93
R. G. Gosling
153-
Programme
155
Leading Article: Industrial
391-
Interests in Planning
392
Leading Article: Town Plan-
7-8
ning and Housing
1952
20
97
The New Towns
F. J. Osborn
9-11
How to Make Regional Plan-
Peter Self
212-
ing Effective 1952
1952
1953
20
20
21
99
102
110
Town Planning in Peru and
214 John Brown
335-
Brazil
337
Leading Article: Enthusiasm
449-
for Planning
450
Old Towns for New
Patrick Abercrom-
262-
bie
264
30
1954
23
120
Conservative Town Planning
F. J. Osborn
185187
1954
23
126
The Ideal and the Practical
Ebenezer Howard
515516
A Visit to Letchworth
Patrick Geddes
518519
Dispersal: a Resolution
Patrick Geddes
524
Michelangelo’s Aesthetics
Patrick Geddes
524
Carlyle on Smoke Abatement
Patrick Geddes
524
Suburbs as an Advance
Patrick Geddes
526
Size of Gardens
Ebenezer Howard
527529
Beauty of Towns
Raymond Unwin
527
A Premier on Deadly Towns
Raymond Unwin
529530
The Agricultural Belt
Ebenezer Howard
530
Town Planning in Parliament
Ebenezer Howard
531
The Garden City Principle
C. B. Purdom
532534
1954
1955
23
23
127
129
Leading Article: Civil Defence
Editor
559-
and Planning
560
New Towns in 1954: Notes
8-13
on Progress New Towns in the United
Carl Feiss
37-41
Objections to National Parks:
R. G. Salter, R. W.
90-97
A Symposium of Opnion
Dale, E. W. Hodge,
States 1955
23
130
and Sir George
31
Pepler
1955
23
132
National Parks in Canada
John Foster
186191
1955
23
138
Leading Article: First Princi-
Editor
ples of Planning 1955
23
139
Industrial Location and Land
454 J. Sykes
Use 1956
24
143
Leading Article: The Purpose
521523
Editor
of Land Use Planning Opinions on the New Towns
453-
147148
Lewis Mumford
161164
1956
24
145
A National Park Warden Ser-
John Foster
vice 1956
24
148
National Parks: Progress and
258262
Editor
Problems; Faint Heart and
374375
Fair City National Parks: The First Six
Lord Strang
Years The National Parks and Ac-
377380
A. E. Telling
cess to the Countryside Act
386287
1949: A Summary Wild Life in the National
R. S. R. Fitter
Parks The Great Parks of the USA
397400
Harlean James
444447
1957
1957
25
25
3
11
Planning and Pratical Reali-
R. W. Dale
122-
ties
124
Volta Redonda: A Steelworks
473-
Town
475
32
1958
26
12
Problems of a National Park
E. W. Hodge
488495
1959
27
6
The Metamorphosis of Con-
Roy Bridger
servation 1959
27
9-10
Leading Article: Sixty Years of
230234
Editor
289
Editor
5-6
Planning Thought 1960
28
1
Leading Article: New Towns and the Metropolitan Problem
1960
28
2
The Planners’ International
Editor
51-52
1960
28
2
National Parks – Tenth
Gerald
53-57
Birthday
Haythornthwaite
New York: Laboratory for
C. McKim Norton
1960
28
3
Metropolitan Problems 1960
28
10
City-Regions in the USA
102107
Wyndham Thomas 311319
1960
28
12
Leading Article: Star Case for Redevelopment
Editor
389390
A criação de um banco com os arquivos dos sumários e artigos digitalizados no site do Grupo de Pesquisa em História da Cidade, Arquitetura e Paisagem (URBIS) está em andamento, devido à necessidade de reunião com o coordenador do grupo e os trâmites envolvidos na disponibilização online.
33
5.3.1 SELEÇÃO DOS ARTIGOS Dentre os artigos escolhidos segundo os critérios já mencionados foi feita uma nova filtragem dos mesmos para serem analisados. Foram selecionados os periódicos mais representativos da questão:
-
Arquitetura e Urbanismo (brasileira)
-
Journal of the American Institute of Planners (norte-americana)
-
Acrópole (brasileira)
-
Town and Country Planning (britânica) Abaixo se encontra uma lista com os artigos selecionados para análise: Da revista Arquitetura e Urbanismo foram selecionados para análise: I Congresso Pan-Americano de Arquitetos Montevedeo 1920. Arquitetura e Ur-
banismo, São Paulo, n. 3-4, p. 67-70, 1940. II Congresso Pan-Americano de Arquitetos Santiago do Chile 1923. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 71-74, 1940. III Congresso Pan-Americano de Arquitetos Buenos-Aires 1927. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 75-, 1940. IV Congresso Pan-Americano de Arquitetos Rio de Janeiro 1930. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 81-84, 1940. V Congresso Pan-Americano de Arquitetos Montevedeo 1940. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 85-89, 1940. FIGUEIREDO, Nestor E. De. O V Congresso Pan-Americano de Arquitetos. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 90, 1940.
34
FIGUEIREDO, Nestor E. De. Discurso do Presidente da Delegação Brasileira Arquiteto Nestor E. Figueiredo, na Sessão Inaugural do Congresso. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 93, 1940. Do periódico Journal of the American Institute of Planners foram selecionados: The Philadelphia Planning Conference: Land Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 7, n. 2, p. 3-6, 1941. Industrial Locations. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 7, n. 2, p. 7-10, 1941. Regional Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 7, n. 2, p. 29-32, 1941. VIOLICH, Francis J.. A Second Repot in Latin American Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 9, n. 1, p. 19-30, 1943. TORRES, Mario H. G.. Western Hemisphere Planning Progress Brasil. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 13, n. 3-4, p. 14-18, 1947. AUGUR, Tracy B.. The Dispersal of Cities as a Defence Measure. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 14, n. 3, p. 29-35, 1948. VIOLICH, Francis J.. Planning in South America I. Status. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 23, n. 3, p. 112-118, 1958. VIOLICH, Francis J.. Planning in South America II. Education. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 23, n. 3, p. 119-125, 1958. Do periódico Town & Country Planning foi selecionado: COLE, William E.. TVA: Its Impact in the Region. Town & Country Planning, London, v. 18, n. 75, p. 266-270, 1950.
35
Da revista Acrópole foi selecionado: LODI, Carlos. Planejamento urbano e planejamento regional. Acrópole, São Paulo, n. 154, p. 269-271, 1951.
6. RESULTADOS OBTIDOS: ANÁLISE DOS ARTIGOS REVISTA ARQUITETURA E URBANISMO A revista Arquitetura e Urbanismo pertencia ao Instituto de Arquitetos do Brasil e teve sua primeira publicação na gestão de Augusto Vasconcellos - 1935-36 - com a direção de Cypriano Lemos. Ela foi editada de 1936 a 1938 numa tentativa de recuperar a memória do Instituto . Teve sua última publicação em 1938. 2
No período compeendido por esta pesquisa - décadas de 1940 e 1950 - o tema “planejamento regional” não foi abordado por nenhum dos artigos publicados pela revista Arquitetura e Urbanismo. Diante desta ausência, buscamos verificar em que medida os arquitetos e urbanistas estavam considerando esta temática na reflexão profissional a partir do fichamento e da análise das conclusões dos Congressos PanAmericanos de Arquitetos que aconteceram entre os anos de 1920 e 1940, publicados pela revista na edição nº3-4 de 1940. Este período (1920-1940) coincide com o período em que esta temática estava emergindo nos Estados Unidos a partir da atuação da Regional Planning Association of America. Portanto os artigos que contemplam do primeiro ao quinto Congresso PanAmericano foram escolhidos com a intenção de se verificar a presença da temática do planejamento regional nas conclusões dos congressos, nos vinte anos anteriores ao
2
FONTE: Disponível em <www.iabrj.org.br>, acesso em 24/07/2014, 18:00.
36
período estudado. Como mostraremos adiante, foi possível verificar que a temática do planejamento regional estava ausente nas discussões dos arquitetos e urbanistas no âmbito do pan-americanismo. Os resultados dos Congressos Pan-Americanos de Arquitetos realizados no período estudado compreendido por esta pesquisa não foram publicados pela revista nas décadas de 1940-50 e, consequentemente, não foram analisados. Artigos analisados: I Congresso Pan-Americano de Arquitetos Montevedeo 1920. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 67-70, 1940. II Congresso Pan-Americano de Arquitetos Santiago do Chile 1923. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 71-74, 1940. III Congresso Pan-Americano de Arquitetos Buenos-Aires 1927. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 75-, 1940. IV Congresso Pan-Americano de Arquitetos Rio de Janeiro 1930. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 81-84, 1940. V Congresso Pan-Americano de Arquitetos Montevedeo 1940. Arquitetura e Ur-
banismo, São Paulo, n. 3-4, p. 85-89, 1940. FIGUEIREDO, Nestor E. De. O V Congresso Pan-Americano de Arquitetos. Arqui-
tetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 90, 1940. FIGUEIREDO, Nestor E. De. Discurso Proferido na Sessão Inaugural do Congresso. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 93, 1940.
37
O número 3-4 de 1940 do periódico Arquitetura e Urbanismo trata dos congres3
sos pan-americanos que ocorreram em Montevideo 1920, Santiago do Chile 1923, Buenos-Aires 1927, Rio de Janeiro 1930 e Montevideo 1940, de modo a explicar que as realizações feitas e as conquistas chegadas tinham como base as conclusões que foram obtidas nos congressos, além dos benefícios que trouxeram para os próprios profissionais, para a cidade e para o Governo. De forma geral os artigos tratam de temas variados - desde problemas de crescimento das cidades, preocupações com o patrimônio, legislação, até a regulamentação da profissão de arquiteto e urbanista e do próprio ensino nas universidades de modo a unificar o título de arquiteto permitindo-o trabalhar em outros países da América -, sendo indicado o tema e apresentado as conclusões chegadas nos congressos. O I Congresso Pan-Americano de Arquitetos sediado em Montevidéu, no Uru4
guai, em 1920 tratou dos seguintes temas: “I Transformação, Desenvolvimento E Embelezamento Da Cidade De Tipo Predominante Na América. II Materiais De Construção Peculiares A Cada Paiz Da America - Meios Adequados Para Difundir O Conhecimento De Sua Natureza E Emprego Em Todo O Continente. III Convem Regulamentar O Exercicio Da Profissão Do Arquiteto? IV Casas Baratas Urbanas E Rurais Na America. V Meios De Obter Maior Cultura Artistica Do Público Para Uma Melhor Compreensão Da Obra Arquitetonica. VI Responsabilidade Profissional Do Arquiteto.
Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4, p. 71-74, 1940.
3
I Congresso Pan-Americano de Arquitetos Montevedeo 1920. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-4,
4
p. 67-70, 1940.
38
VII O Ensino Da Arquitetura Deve Fazer-Se Em Faculdades Especiais? VII Creação De Um Centro Pan-Americano De Aperfeiçoamento Para Os Arquitetos. IX Meios Praticos Para Estimular A Edificação”
De forma específica, no artigo que trata do Congresso em Montevideo em 1920, nos temas I e II é ressalta a importância do intercâmbio de ideias, de projetos e estudos entre as cidades americanas despertando o interesse na população e trazendo uma maior visibilidade para os problemas urbanísticos, sendo essa troca de experiências feita através dos próprios congressos, propagandas, publicações de artigos, estudos e da ida e vinda de profissionais. Já II Congresso Pan-Americano de Arquitetos realizado em Santiago no Chile em 5
1923 abordou os temas: “I Necessidade De Crear Por Lei A Obrigatoriedade De, Dentro De Um Prazo Razoavel Todas As Cidades Possuirem Estudados E Aprovados Seus Planos De Transformação, Desenvolvimento E Embelezamento II Conservação Dos Monumentos Que Tenham Valor Histórico, Arquitetonico Ou Arqueologico III Os Projetos Dos Edificios E Monumentos De Carater Público Devem Escolher-Se Por Concursos Públicos? IV Casas Baratas, Urbanas E Rurais Na America V Orientação Do Ensino Nas Escolas De Arquitetura VI Propriedade Artistica E Meios De Faze-La Respeitar VII Creação Pelo Estado De Museus De Materiais De Construção Nos Paises Da America
5
II Congresso Pan-Americano de Arquitetos Santiago do Chile 1923. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo,
n. 3-4, p. 71-74, 1940.
39
VIII Formação Do Operario Técnico Sob O Controle Do Arquiteto”
Nesse artigo também é mencionado o intercâmbio de ideias quanto as condições locais das edificações americanas de modo a baratear o custo das estruturas. O III Congresso Pan-Americano de Arquitetos em Buenos Aires na Argentina de 6
1927 tratou dos temas: “I Como Deve Ser Definido O Arquiteto Da America E Quais Devem Ser Suas Atividades No Exercicio Profissional II Plano De Estudo Minimo Do Arquiteto Nas Universidades Da America, Afim De Que Os Titulos Que Estas Espeçam Possam Habita-Lo Para O Exercicio Da Profissão Em Todos Os Paises Da America III Como Devem Agrupar-Se Os Arquitetos Para A Defesa De Sua Profissão E Quais Os Meios Mais Convenientes Para Esse Fim IV Orientação Espiritual Da Arquitetura Na America V Renovação Das Leis E Regulamentos Em Consonancia Com O Adiantamento Tecnico E As Exigencias Da Arquitetura Atual VI Forma E Orientação Para O Ensino Da Ciencia Da Construção Nas Faculdades De Arquitetura Da America VII O Urbanismo Em Suas Relações Com A Arquitetura VIII Concursos Públicos E Privados Nos Países Da America IX Problemas Sociais Que Devem Ser Considerados No Exercicio Da Profissão. Trabalho Do Arquiteto Perante A Legislação Moderna
6
III Congresso Pan-Americano de Arquitetos Buenos-Aires 1927. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n.
3-4, p. 75-, 1940.
40
X Edificação Economia XI Vivendas Rurais XII Regulamentação Da Profissão De Arquiteto XIII Parques Escolares XIV Fomento Da Edificação XV Contratos”
No Congresso sediado em Buenos Aires é importante ressaltar o Tema VII, visto que trata do crescimento das cidades e da necessidade do estudo do Urbanismo para se resolver os problemas gerados por ela, de modo a ter como uma recomendação a difusão do urbanismo pelos poderes públicos, para que sejam feitos planos reguladores para as cidades em crescimento. Além disso, recomendam também o intercâmbio de professores de escolas de arquitetura da América para realizarem conferências sobre seus conhecimentos e para mostrarem como é a legislação de seu país e a realização de exposições e conferências internacionais sobre habitação econômica com o intuito de trocar experiências de sobre o assunto e baratear a construção. Já o IV Congresso Pan-Americano de Arquitetos que aconteceu no Rio de Janei7
ro no Brasil em 1930 teve como temas: “I Regionalismo Ou Internacionalismo Na Arquitetura Contermporanea? - Orientação Espiritual Da Arquitetura Na America II O Ensino Da Arquitetura
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IV Congresso Pan-Americano de Arquitetos Rio de Janeiro 1930. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n.
3-4, p. 81-84, 1940.
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III O Arranha-Céu E Sua Conveniencia Sob Os Varios Aspéctos Higienico, Economicos, Social E Espético IV A Solução Economica Do Problema Residencial V Urbanismo E Arquitetura Paisagista VI Regulamentação Profissional E Direitos De Autor Do Arquiteto VII Defesa Do Patrimonio Artistico, Principalmente Arquitetonico Das Nações Americanadas VIII Organisação Dos Concursos Públicos E Particulares, Nacionais E Internacionais De Arquitetura IX Como Julgar As Tendencias Da Arquitetura Moderna, Decadencia Ou Re-Surgimento? X Parques Escolares, Universitarios, Atleticos E De Diversões”
Tal Congresso, assim como os anteriores, ressalta a importância do plano regulador para as cidades em crescimento e o urbanismo, seja como meio de resolver esse problema, seja como uma disciplina essencial para o aprendizado nas universidades de arquitetura. E, o V Congresso Pan-Americano de Arquitetos sediado novamente em Montevi8
déu no ano de 1940 tratou dos temas: “I Os Problemas Atuais Do Crecimento Das Cidades Americanas II A Vivenda Da Classe Media III Concursos Publicos IV Os Auxiliares Especialistas Em Obras De Arquitetura
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V Congresso Pan-Americano de Arquitetos Montevedeo 1940. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 3-
4, p. 85-89, 1940.
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V Estudos Complementares De Especialização Nas Escolas De Arquitetura VI Sistematisação Do Estudo Da Historia Da Arquitetura Americana”
Neste último artigo sobre o V Congresso foi recomendado novamente a questão do urbanismo como importante ferramenta para o problema do crescimento das cidades americanas, como o próprio título do tema I diz, além de recomendar o intercâmbio de profissionais para a troca de conhecimento no campo da história da arquitetura e história da arte americana. Pelas conclusões apresentadas nos artigos sobre os Congressos PanAmericanos pode-se notar que não é abordado o tema do planejamento regional. No entanto, o intercâmbio de ideias e profissionais é ressaltado como importante para o arquiteto, além do urbanismo como ferramenta para se resolver os problemas gerados pelo crescimento das cidades americanas. O artigo de autoria de Nestor Figueiredo , Presidente da Delegação Brasileira no 9
V Congresso Pan-Americano de Arquitetos, trata de um dos discursos proferido pelo mesmo sobre o Congresso. Nele, Figueiredo (1940) exalta o sucesso das reuniões que aconteceram no congresso e também a cidade de Montevidéu como exemplo, visto que, segundo o autor, os arquitetos possuem destaque na cidade e são reconhecidos. Figueiredo (1940) conta que a comissão a qual a delegação fazia parte era a relacionada aos problemas do urbanismo e que o ponto de vista da delegação brasileira sobre o Tema I, “Os problemas atuais do crescimento das cidades americanas”, não poderia ser respondido de imediato, mas que necessitava de uma análise de cada cidade, tanto demograficamente como economicamente.
9
FIGUEIREDO, Nestor E. De. O V Congresso Pan-Americano de Arquitetos. Arquitetura e Urbanismo, São
Paulo, n. 3-4, p. 90, 1940.
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Cita arquitetos como Eduardo Kneese de Melo e Marcelo Roberto como importantes nas discussões sobre habitação para classe média, Rafael Galvão e Paulo Candiota como arquitetos que compunham a comissão que estudava os colaboradores técnicos, Paulo Camargo e Almeida que era delegado da comissão que estudava o sistema de ensino da arquitetura, Wladimir Alves de Souza que estava na comissão que estudou as expressões tradicionais da arquitetura americana, Bruno Simões Magro delegado da comissão que discutia sobre os concursos públicos e Angelo Murgel, além de citar nomes de arquitetos e profissionais estrangeiros como Armando Acosta y Lara e Perez Montero - arquitetos uruguaios e Frederico Laas, Carlos E. Becker e Raul Fitte - arquitetos argentinos. Além disso, Figueiredo (1940) comenta também sobre a exposição que ocorreu paralelamente ao congresso, a qual mostrava as obras arquiteturais mais significativas de cada país. Por esse número da revista Arquitetura e Urbanismo, pode-se notar que, até a década de 1940, pelo o que foi publicado pelo periódico sobre os Congressos PanAmericanos, não possui a temática do planejamento regional dentro das discussões. No entanto, um foco importante dos Congressos é a cidade, o meio urbano e, principalmente, o problema do crescimento e expansão urbana, tendo em vista o urbanismo como ferramenta essencial para tais problemas. O intercâmbio de ideias, soluções e profissionais entre os países, no caso do Congresso, da América Latina, também é bem ressaltado. Outro fator considerável a ser apontado é o fato de que, provavelmente, os membros da Regional Planning Association of America não estavam presentes, justamente pelo fato de não serem mencionados na transcrição pelo periódico.
REVISTA JOURNAL OF THE AMERICAN INSTITUTE OF PLANNERS
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Journal of the American Institute of Planners foi um periódico publicado de 1939 a 1978 que teve sua primeira edição em 1935 como Journal of the American Planning
Association e possui publicações até hoje. O American Institute of Planners foi criado, 10
inicialmente, focando as políticas públicas e a legislação em planejamento da cidade, sendo que suas opiniões influenciavam na legislação local, estadual e nacional. Atualmente, um componente da AIP, o American Institute of Certified Planners (AICP), é o que certifica os planejadores. Até o ano de 1940 o editor do periódico era Frederick J. 11
Adams e, em 1941, passou o cargo para Robert S. Russell. Foram selecionados artigos do periódico que tratam da temática do planejamento regional. Os artigos analisados adiante foram publicados entre os anos de 1941 e 1958. The Philadelphia Planning Conference: Land Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 7, n. 2, p. 3-6, 1941. Este artigo apresenta uma compilação de quatro textos que discorrem sobre, como o próprio título do artigo diz, a Conferência de Planejamento da Filadélfia cujos autores e títulos são: BEAN, Louis H. “Economic Trends and National Land Policy.” TORKELSON, M. W. “State Land Use Programs.” JOHNSON, V. Webster. “Land Use Zoning.” LEE, Alvin T. M. “The Rural-Urban Frange.”
10
FONTE: Disponível em <www.planning.org/japa/>, acesso em 24/07/2014, 19:30.
11 FONTE: Disponível em <world.std.com>, acesso em 25/07/2014, 22:30.
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Publicado no periódico norte-americano Journal of the American Institute of
Planners define, para propósito da conferência, que o conceito de planejamento territorial significa planejamento de terras rurais, trazendo como problema o fato de que muitos fazendeiros e suas famílias não conseguem manter o padrão de vida americano, como um segundo problema o fato de determinar um plano diretor de uso do solo rural que deve ser sujeito a controle de planejamento e orientação e, como outro tipo de problema, o que acontece nas divisas entre as áreas rurais e urbanas, colocando como problema tanto rural como urbano esse último e de difícil solução. Louis H. Bean - conselheiro do Escritório de Economia Agrícola do Departamen12
to da Agricultura dos Estados Unidos - enfatiza que, naquela época (1941), as áreas rurais já estavam superpovoadas e que a exportação dos produtos agrícolas norteamericanos estava diminuindo. Nesse sentido, o autor afirma que o Departamento de Agricultura estava trabalhando em um programa pós-guerra que consistia em garantir emprego e segurança para pessoas desprivilegiadas, de modo a colocar os desempregados para trabalharem nas áreas rurais na recuperação do solo empobrecido, das florestas e dos recursos hídricos. Sendo por ele questionados os recursos financeiros necessários para a realização de tal programa. M. W. Torkelson - oficial executivo do Conselho de Planejamento do Estado em 13
Madison, Wisconsin - fala sobre o programa de uso do solo do estado de Wisconsin nos Estados Unidos da América, enumerando como principais usos indevidos do solo os danos trazidos por incêndios florestais, o solo empobrecido das terras rurais e os problemas de erosão e voçoroca. O autor aponta como duas principais causas para o
12
LOUIS H. BEAN. “Economic Trends and National Land Policy.” Journal of the American Institute of
Planners, p.3-6, 1941. 13
M. W. Torkelson. “State Land Use Programs”. Journal of the American Institute of Planners, p.3-6, 1941.
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zoneamento urbano e rural os problemas particulares que aparecem em áreas definidas que demandam atenção especial, como as erosões, a ocupação indevida em áreas protegidas ou mesmo o desmatamento. A outra causa não é tão ligada ao uso do solo, mas aos problemas causados pela chegada de instrumentos públicos que demandam assistência pública e, consequentemente, despesas. V. Webster Johnson - Escritório de Economia Agrícola do Departamento da Agri14
cultura dos Estados Unidos - trata do decreto de zoneamento adotado para as áreas rurais, as quais foram agrupadas em três tipos preocupados com o uso do solo estabelecendo para isso propósitos estritamente rurais, com atenção para a locação de equipamentos na beira das estradas que passam pelas áreas rurais pensando na segurança e na estética e, incluindo para a compreensão do zoneamento, o zoneamento comercial e residencial suburbano e rural. Johnson menciona também a dificuldade de se conseguir que os mecanismos do planejamento rural sejam colocados em prática, de modo que o zoneamento tem sido prejudicado. Alvin T. M. Lee - Escritório de Economia Agrícola do Departamento da Agricultura 15
dos Estados Unidos - fala sobre terras abandonadas e a possibilidade de replanejamento de distritos que possuem grandes áreas de terras abandonadas pela aquisição de terras com impostos atrasados. Nos dois textos de discussão apresentados no artigo de L. A. Henry e James H. Marshall, o primeiro menciona que L. A. Henry - Diretor-Engenheiro do Conselho de Planejamento do Estado de Arkansas - estava preocupado com a população excedente nas áreas rurais com a intenção de mantê-las no lugar onde estavam ao invés de
14
V. WEBSTER JOHNSON. “Land Use Zoning”. Journal of the American Institute of Planners, p.3-6, 1941.
15
ALVIN T. M. LEE. “The Rural-Urban Fringe”. Journal of the American Institute of Planners, p.3-6, 1941.
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deslocá-las, ainda mais no ano em que foi publicado o artigo, 1941, período entre a Segunda Guerra Mundial. Henry comenta sobre as terras abandonadas e sobre as terras com dívidas relacionadas aos impostos, menciona especificamente sobre o Estado de Arkansas, sobre as políticas de terras e os usos. Também descreve brevemente sobre o Comitê de Uso da Terra, comentando sobre a quantidade de membros dos quais alguns são representantes em outros departamentos tanto federais como estaduais. O outro texto de autoria de James H. Marshall - do Escritório de Economia Agrícola do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos - comenta que é contra a utilização da área rural como meio para descansar ou desestressar dos problemas da cidade, afirmando também que a descentralização industrial é uma solução para o problema de desemprego rural. O que é importante ressaltar desse artigo é a preocupação dos agentes do Estado em não deslocar a população rural excedente, mas mantê-la nas áreas rurais visando uma ocupação de todo espaço territorial, tendo em vista o período de guerra em que o artigo foi escrito. Junto a isso, têm-se a proposta de levar as pessoas desempregadas para as áreas rurais, trabalhando na recuperação do solo e recursos naturais. Além disso, outro fator considerável é a descentralização industrial como solução para o desemprego rural, somado ao fato já mencionado de ocupação do território como forma de defesa.
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Industrial Locations. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 7, n. 2, p. 7-10, 1941. O artigo que tem como tema a locação industrial, publicado no periódico Journal
of the American Institute of Planners, também possui quatro textos cujos autores e títulos são: MCLAUGHLIN, Glenn E.. “Industrial Location and National Policy.” POPE, James P.. “Industrial Locations for War and Peace - TVA Experience.” COMER, Donald. “How the Business Man Locates Industry.” BESSEY, Roy F.. “Relation of Industrial Locations to Community Development.”
Essa compilação traz um consenso entre os locutores, sendo este o de que, na época em que foi redigido o artigo - 1941 -, estava acontecendo uma mudança no planejamento industrial em relação ao que estava sendo feito nos anos anteriores àquela época, introduzindo que os modelos de comunidades repercutem em escala regional e até nacional. É mostrada certa preocupação com a defesa do país, visto que este artigo está datado no período da Segunda Guerra Mundial, assim como o anterior. Ainda relacionado com o artigo analisado anteriormente, este também é a favor da descentralização industrial visando às regiões sul e sudoeste, pois possuem excesso de mão-de-obra e recursos naturais disponíveis para exploração.
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Na análise específica do texto “Industrial Location and National Land Policy” , o 16
autor Gleen E. McLaughlin - Chefe da Sessão de Locação Industrial do Conselho de Planejamento dos Recursos Nacionais - aponta para o fato de que o governo federal se tornará, na década de 40, um dos principais agentes na questão das locações industriais futuras. Nesse sentido, McLaughlin aponta algumas ponderações que podem ajudar à política governamental a ser uma influência como, por exemplo, analisar a estrutura econômica de cada região e comunica a não generalizá-la, sendo que, nesse texto também é comentado sobre a indústria de defesa. Já no texto “Industrial Locations for War and Peace - TVA Experience.” , James P. 17
Pope - Diretor da Tennessee Valley Authority - discorre mais especificamente sobre a experiência no Vale do Tennessee, afirmando ser essencial a distribuição das indústrias de defesa por todo o país em áreas que necessitam de indústrias, sendo aconselhado que tais cidades já possuam funcionários disponíveis para trabalhar, estabelecidos em residências e com outros serviços essenciais, além da área possuir recursos naturais que possam ser utilizados nas indústrias. Pope comenta que a distribuição dessas indústrias de defesa pelo país aumenta as chances delas virem a ser utilizadas quando a guerra acabasse. Também é afirmado que a TVA funcionou como um laboratório de práticas de planejamento. Ademais, o autor considera que as experiências para agilizar ou melhorar os processos das indústrias, como os métodos de refinação do alumínio, estão ligadas ao planejamento.
16
McLAUGHLIN, Gleen E.,“Industrial Location and National Policy”. Journal of the American Institute of
Planners, p.7-10, 1941. 17
POPE, James P.. “Industrial Locations for War and Peace - TVA Experience.”. Journal of the American
Institute of Planners, p.7-10, 1941.
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O próximo texto analisado nesse artigo de Donald Comer - Presidente do Conselho em Avondale Mills, uma empresa têxtil, em Birmingham, Alabama -, intitulado “How
the Business Man Locates Industry” fala sobre o problema da saída de jovens do es18
tado da Geórgia devido à falta de espaço na economia agrícola, tanto no serviço manual como no intelectual. Comenta sobre o gasto que esses jovens dão ao estado e que não só na Geórgia, mas que em outros estados, como o do Alabama, também aconteceu o mesmo fato. No entanto, o autor admite que se esses jovens ficassem no estado dariam mais gastos que o normal. O último texto analisado antes da parte das discussões, “Relation of Industrrial
Location to Community Development” de Bessey - Conselheiro Regional no Escritório 19
de Planejamento dos Recursos Nacionais -, afirma que a união da indústria com a comunidade traz benefícios para as duas, mesmo que a comunidade tenha que providenciar local para a instalação da indústria e outros equipamentos e que a essa mudança gera alguns problemas, sendo que quando enfrentados e encontrados soluções para eles, consequentemente é em benefício para a comunidade e para a população em si. O debate sobre os trabalhos apresentados foram realizados pelos interlocutores Ivan Block, Francis A. Pitkin e Harry D. Freeman. No debate iniciado por Block - chefe da Seção de Desenvolvimento de Mercado na Bonneville Power Administration, agência federal que faz parte do Departamento de Energia dos Estados Unidos da América - é colocado que além da preocupação com a energia, que é o foco principal da a-
18
COMER, Donald. “How the Business Man Locates Industry.”. Journal of the American Institute of Plan-
ners, p.7-10, 1941. 19
BESSEY, Roy F.. “Relation of Industrial Locations to Community Development.”. Journal of the American Institute of Planners, p.7-10, 1941.
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gência, o planejamento também é um fator a se considerar, visto que existe uma organização a ser pensada e, a partir disso, um programa de expansão foi criado com a participação de vários setores, desde grupos da comunidade local, do estado, da cidade até agências de planejamento regional. Pitkin - Diretor Executivo do Conselho de Planejamento do Estado da Pensilvânia - fala sobre o inventário da indústria na Pensilvânia que tem sido sustentada por um conselho e um departamento, de modo que isso traz vantagens no sentido de facilidades para a indústria e outros benefícios. Pitkin concorda com Bessey que o planejamento comunitário é essencial em conjunto com os esforços de defesa, e que, se a maquinaria não está devidamente encaminhada, então, medidas devem ser tomadas, mesmo que para isso o Estado tenha que ser acionado. O outro interlocutor, Harry D. Freeman - engenheiro de Portland em Oregon na Comissão de Planejamento - fala sobre o trabalho em conjunto que deve existir entre a indústria e a cidade, tal qual a indústria deveria auxiliar os serviços públicos, assim como a cidade deveria ser mais clara quanto aos seus recursos. Outro ponto destacado por Freeman é o fato de os planejadores se confrontarem com necessidade de terem mais controle sobre a locação da indústria, sendo que o mapa de zoneamento não é suficiente. Freeman afirma que as novas indústrias não deveriam ser jogadas na cidade sem nenhum guia, mas que deveriam ter um auxílio na questão do planejamento de modo a beneficiar a cidade e ela própria. De maneira geral o artigo publicado evidencia a mudança de visão que estava acontecendo no que tange o planejamento regional. Além disso, é falado sobre vários problemas com relação à indústria, porém é bem ressaltada a importância de se incorporar a indústria ao planejamento e de se trabalhar em conjunto, indústria e cidade. Também é ressaltada no artigo a descentralização industrial principalmente nas
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regiões sul e sudoeste por possuírem mão-de-obra excedente e recursos naturais que, assim como o artigo anterior, visa à defesa do país através da apropriação do solo.
Regional Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 7, n. 2, p. 29-32, 1941. Nesta outra compilação de textos sobre planejamento regional possui seis textos que são: GALLOWAY, George B.. “Some Economic and Social Aspects of Regional Development.” ODUM, Howard W.. “The Role of Regionalism and the Regional Council in National Planning.” KIZER, Ben H.. “The Columbia Power Authority.” MENHINICK, Howard K.. “The Tennessee Valley Authority.” MILLS, Earl O.. “Proposed Arkansas Region.” HENDRICKSON, Robert C.. “Regional Planning in the Delaware River Basin.”
O primeiro texto tratado nesse artigo é de autoria de Georde B. Galloway - repre20
sentante de campo da Associação de Planejamento Regional - e começa listando algumas funções cujo autor entende que deveriam ser providenciados por qualquer economia, dentre elas estão o emprego e investimento de capital. Quanto a isso, ele se questiona sobre quem deveria assumir as funções mencionadas por ele, como por exemplo, a distribuição de renda e a segurança social, o governo federal ou algum órgão mais regional. Galloway responde seu questionamento defendendo que as tro-
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GALLOWAY, George B.. “Some Economic and Social Aspects of Regional Development.”. Journal of the
American Institute of Planners, p.29-32, 1941.
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cas comerciais com países estrangeiros e preocupações monetárias deveriam ser responsabilidade do Governo Federal por terem mais contato com isso. No entanto, ele condiciona que essa responsabilidade depende da participação da região na administração. O autor também traz uma definição de região como sendo uma grande área que possua uma unidade geográfica, pessoas com herança comum e que apreciem um grau de autossuficiência econômica e social. Outro questionamento que Galloway traz é se os planejadores deveriam em seus planejamentos buscar um desenvolvimento balanceado de economias regionais com diversidade industrial ou se eles deveriam buscar que cada região se desenvolva com os recursos próprios. Assim, diante dessa questão o autor afirma que a maioria das pessoas relacionadas a esses questionamentos acreditam que a supressão das fronteiras entre os estados de modo a se formar grandes regiões não é nem positiva e nem negativa. Entretanto, ele afirma que modelos como a Tennessse Valley Authority (TVA) devem ser estabelecidos em grandes áreas dos Estados Unidos logo - naquele período, 1941 -. O segundo texto de Howard W. Odum - Diretor do Instituto para Pesquisa em Ciência Social da Universidade da Carolina do Norte - intitulado “The Role of Regiona-
lism and the Regional Council in National Planning” defende que um dos fatores mais 21
urgentes e necessários para o Planejamento Nacional é a definição das fronteiras regionais, para que assim conselhos sejam formados para cada área. É também afirmado que agências federais estavam trabalhando em diversas possibilidades de divisão
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ODUM, Howard W.. “The Role of Regionalism and the Regional Council in National Planning.”. Journal of
the American Institute of Planners, p.29-32, 1941.
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dessas regiões e o locutor expressa seu desejo de que tais regiões sejam seis ou, no máximo, oito.
“The Columbia Power Authority” é o terceiro texto que pertence à Ben H. Kizer 22
Presidente do Conselho de Planejamento do Estado de Washington -. Nele é comentado que Columbia Power Authority, conhecida também como Bonneville Power Ad-
ministration, tem como objetivo vender e transmitir a energia gerada pelo Rio Columbia. O texto afirma que existe uma limitação de poder nessa área devido a dois problemas, sendo um, que o padrão de vida nessa região ainda é alto e, dois, que mais de quarenta por cento da área está em poder público, sendo esse segundo não visto como problema, já que o poder público estava - na época em que foi redigido o artigo - trabalhando nessa região, sendo previsto planejamento, com a autorização para se realizar a experimentação de projetos na área. Para Kizer a proposta legislativa estabelecida pela CPA não é a melhor, visto que o controle da região estaria nas mãos de um departamento e que o grau de autonomia da região, talvez pudesse ser similar ao da TVA. O quarto texto, “The Tennessee Valley Authority.” , de Howard K. Menhinick - Di23
retor do Departamento de Estudos Regionais da Tennessee Valley Authority -, situa que a TVA possui dezenove departamentos de planejamento diferentes, cada qual desenvolvendo programas de planejamento em longo prazo em seu respectivo campo. Cada um dos departamentos administra e coordena os seus programas de planejamento. Menhinick afirma que existe um tempo para que agências de planejamento
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BEN H. KIZER. Chairman, Washington State Planning Council - “The Columbia Power Authority.”. Journal
of the American Institute of Planners, p.29-32, 1941. 23
MENHINICK, Howard K.. “The Tennessee Valley Authority.”. Journal of the American Institute of Plan-
ners, p.29-32, 1941.
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locais possam ser criadas, visto que é um trabalho difícil e demorado aconselhá-las a fazer seu próprio planejamento. Ou seja, ele defende que planejamento não possui um modelo definido, mas que deve estar baseado na realidade local e, nesse sentido, evitar os estereótipos de soluções modulares seria, para ele, uma multiplicação dos recursos da TVA. O quinto texto, “Proposed Arkansas Region” , de Earl O. Mills - Consultor de Pla24
nejamento em Saint Louis -, fala sobre a proposta de se criar uma Arkansas Valley Au-
thority, cujas propostas e termos seriam similares à TVA. Mills lista alguns pontos de vistas pessoais sobre tal proposta que indicam que ele era favorável a essa proposição como o fato da organização da National Resources Planning Board Water Resou-
rces Committees ter aprovado a junção de representantes estaduais e federais ou o fato do autor acreditar que esses comitês são qualificados e que podem preparar programas detalhados para os municípios abrangentes pela bacia, de modo que se tenha uma ligação nacional. O último texto deste artigo é de Robert C. Hendrickson - Senador do Estado de New Jersey e Vice-Presidente da Comissão Interestadual da Bacia do Rio Delaware - e é intitulado “Regional Planning in the Delaware River Basin” . Nele é falado sobre a 25
Comissão Interestadual da Bacia do Rio Delaware, agência formada pelos estados de Delaware, Pensilvânia, Nova York e Nova Jersey, que gerenciou de forma cooperativa e sem a interferência do Governo Federal. Além disso, ele destaca que entre os pontos positivos da gestão cooperativa têm-se o uso da arbitragem para a solução de pro-
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MILLS, Earl O.. “Proposed Arkansas Region.”. Journal of the American Institute of Planners, p.29-32,
1941. 25
HENDRICKSON, Robert C.. “Regional Planning in the Delaware River Basin.”. Journal of the American
Institute of Planners, p.29-32, 1941.
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blemas entre os estados membros. Destaca também a utilização do serviço como o da câmara de compensação - prestadoras de serviço de compensação e liquidação que realizam a compensação multilateral das obrigações entre os participantes -, por vários departamentos do estado, de modo que os três estados contemplados pela Comissão adotaram, por exemplo, como medida de diminuição da população uma legislatura comum que sugeria padrões para a qualidade da água. Começa-se a notar no texto uma introdução ao planejamento regional superando o pensamento planejador focado apenas na cidade. De forma geral, a TVA é destacada como referência no planejamento regional norte-americano e entre os autores é consenso à necessidade da divisão dos Estados Unidos em regiões para um melhor planejamento e, sobre rios e bacias hidrográficas sendo incorporados ao projeto.
VIOLICH, Francis J.. A Second Report in Latin American Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 9, n. 1, p. 19-30, 1943. O artigo de Francis Violich publicado no periódico Journal of the American Institu-
te of Planners, intitulado “A Second Report in Latin American Planning” do ano de 1943 trata sobre os países da América Latina, em especial quatro - Brasil, Chile, Argentina e Uruguai - que, segundo o autor, são os mais avançados dentre os países do sul vizinhos dos Estados Unidos. Tal fato mostra uma melhor preparação dos países para as mudanças que estavam ocorrendo devido a Segunda Guerra Mundial, visto que os países europeus não estavam mais enviando suplementos para a América então, o que restou para a América Latina foi aprimorar suas indústrias, seus recursos naturais , deslocamentos terrestres e aéreos e recursos energéticos de modo a desenvolver uma segurança econômica. Violich (1943) também discorre sobre um encontro entre
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os técnicos do campo de planejamento latinos e os norte-americanos, mostrando que esse contato pode ser proveitoso para os dois lados. Em seguida, Violich faz relatos sobre sua viagem à América do Sul durante os anos de 1941 e 1942 em especial sobre os quatro países mencionados. CHILE O autor conta que no Chile, em 1929, os planejadores tiveram sucesso em conseguir que uma lei exigindo que as cidades com mais de 20.000 habitantes fizessem um plano da cidade e em 1936 foi formado o Departamento de Urbanismo no Ministério do Desenvolvimento, cujo diretor era, no ano do artigo, Luis Muñoz-Maluschka. Tal departamento tinha o poder de fazer planos para cidades com mais de 8000 habitantes, sendo que até o ano do artigo o departamento tinha estudo de cinquenta e cinco cidades chilenas em andamento. Além disso, o departamento foi uma medida eficaz porque essas cidades menores não teriam condições de financiar especialistas para realizarem esses estudos e um plano para a cidade. É comentado também sobre alguns problemas que são consequência do espelhamento no planejamento europeu como as quadras de 360 pés - 110 metros, aproximadamente - de largura que trzem complicações para o loteamento e para o tráfego, porém trouxeram certas vantagens que as cidades norte-americanas não receberam, como as grandes avenidas que funcionam como cinturão verde e servem como vias artérias. Violich (1943) menciona que um dos contratempos que ajudaram o Chile na questão do desenvolvimento foi o terremoto de 1938 que atingiu a região sul de Santiago e que devastou praticamente tudo. Em razão dessa destruição duas corporações do governo foram estabelecidas para reconstruir a região, sendo elas Corporacion de
Reconstruccion y Auxilio e a Corporacion de Fomento de Produccion. A primeira tinha
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como objetivo fazer os planos, leis, e outras ferramentas que ajudassem a replanejar a área, com ênfase no saneamento e na saúde da população, além de prever a circulação, zoneamento e o uso da terra e a segunda corporação tinha como metas redesenvolver a indústria e a economia não só daquela região, mas do país todo. E, Violich (1943) destaca que a Corporacion de Fomento de Produccion foi a que chegou mais próxima de uma organização de planejamento nacional entre os países da América Latina. É relatado também que os recursos advindos da extração de cobre e nitrato no Chile não eram convertidos para investimentos em habitações de baixo custo, isso é um fato real nos países latino-americanos, mesmo no Brasil. Contudo, a Caja de Habi-
tacion Popular e a Caja de Seguro Obligatorio foram agências que construíram casas populares. Violich (1943) destaca que o planejamento no Chile tem posição mais avançada em relação aos países da América Latina e coloca que isso se deve ao fato de que os planejadores tiveram uma posição agressiva e que as escolas de arquitetura introduziram o planejamento no curso desde os anos de 1930, sendo que arquitetos e planejadores trabalharam juntos. No entanto, não houve a evolução do planejamento para uma escala mais abrangente, como uma escala nacional, e isso acarretou em complicações relacionadas à concentração das indústrias na capital Santiago e nos seus arredores e, consequentemente, uma grande parte da população também se concentrou nessas áreas gerando problemas de crescimento, falta de infraestrutura, ocupação desordenada do solo, etc. ARGENTINA Com relação à Buenos Aires, Violich (1943) define como sendo o centro urbano que lidera na América Latina, mas que possui as marcas das cidades norte-
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americanas, como uso indiscriminado do solo, construções em demasia, tráfego intenso, etc. Nesse sentido, o autor menciona que os planejamentos modernos não foram efetivos na cidade e que um planejamento só começou com o Centro de Ingenie-
ros e, além disso, para a cidade de Buenos Aires iria começar a ser organizado um planejamento regional sob a direção de Carlos della Paolera que também era diretor da agência Plan de Urbanizacion, cuja formação era européia. Diferente do Uruguai, na Argentina o planejamento de cidades menores foi um pouco limitado. Quanto à questão da habitação, o país possuía, na época em que o artigo foi escrito, a maior quantidade de população na classe média da América Latina, de modo que poucos não tinham uma base econômica, porém ainda existiam cortiços e casas precárias. Mesmo assim, a Argentina tinha uma grande vantagem quanto à construção de habitações públicas, sendo que dois dos melhores e mais antigos projetos de planejamento em toda a América foram construídos na década de 20 pela cidade de Buenos Aires, porém tais habitações só foram feitas nesta cidade. No entanto, o planejamento avançado existente na Argentina e as técnicas de construção de habitações de baixo custo não prosperam por causas políticas e não por falta de recursos econômicos, como é o caso do Chile. URUGUAI Violich (1943) descreve Montevidéu como uma cidade menos rica que Buenos Aires, porém mais acolhedora, com ar de ordem e disciplina cívica pela cidade toda e isso se dá por diversas razões. Uma delas é o fato de os uruguaios darem preferência a políticos especializados do que a políticos favoritos. Sendo dado exemplos como o ex-presidente do Uruguai, Alfredo Baldomir, que era um arquiteto, além do governador de Montevidéu da época ser arquiteto também.
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Outro fato essencial, era que o curso de urbanismo, desde a década de 20, era obrigatório para os alunos de arquitetura, sendo que a Facultad de Arquitectura era a melhor, na época do artigo, das faculdades na América do Sul e, então, visto que todos os arquitetos uruguaios passaram por essa faculdade havia se formado um grupo de planejadores e arquitetos renomados. Além desse grupo, criou-se o Instituto de Ur-
banismo que era apoiado pela Facultad de Arquitectura e pela cidade de Montevidéu, cujo intuito era de pesquisa e educação, tendo como um dos projetos estudados pelo Instituto, o plano regional para o Rio Negro e área ao redor. Violich (1943) exalta Mauricio Cravoto como um dos mais ilustres técnicos e estudiosos da América do Sul. E traz como uma agência o departamento de planejamento da cidade de Montevidéu que era constituído, em sua maioria, de estudantes da Facultad de Arquitectura, sendo que os estudos feitos no departamento era um dos mais completos da América Latina e que realmente definia o uso do solo, em regiões, com espaço para cinturões verdes e cidades satélites para futuras expansões. Esse escritório ou departamento tinha como projeto também o desenvolvimento de um plano para os recursos de lazer da cidade de Montevidéu, visto que o turismo na cidade no período do verão aumentava demasiadamente. Esse planejamento prévio com cuidado de controle de usos privados fez das praias de Montevidéu populares e rentáveis, trazendo o nome de Juan Scasso cujo desenho de todas as praias e parques a ele pertencem. Em relação à habitação popular, o autor informa que é praticamente limitada devido à baixa densidade populacional e a um padrão de vida alto. Todavia, a própria cidade possui um programa para a construção de habitação popular e ajuda financeira para quem quisesse construir sua própria casa, que estava sobre o comando do
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Instituto de Vivendas no Ministério de Trabalhos Públicos, além de outros projetos que foram construídos por algumas empresas semipúblicas. BRASIL Um dos efeitos da guerra no Brasil foi o aumento da extração de recursos naturais por todo o país, sendo o país que mais sentiu o impacto da Segunda Guerra Mundial. Esse fator deveria ser o propulsor para o planejamento dessas cidades em desenvolvimento, no entanto não foi isso que aconteceu. O governo federal não tinha um programa de planejamento nacional organizado, muito menos planejamentos para promover as cidades menores. Violich (1943) relata que o planejamento de cidades começou a ser pensado na década de 40, mas que a legislação sobre planejamento estava mal desenvolvida e os profissionais existentes no país não tinham bases seguras o suficiente para realizar projetos, aliado ao fato de que poucas faculdades de arquitetura tinham planejamento como curso disponível. Mesmo assim, o autor cita alguns técnicos de planejamento como Atilío Correa Lima , Abelardo Coimbra Bueno , Washington Azevedo e Lincoln 26
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Continentino . 29
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Atílio Corrêa Lima (1901-1943), arquiteto formado pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro
e urbanista pela Universidade de Paris. Projetou o plano urbanístico da cidade de Goiânia e um plano para a cidade de Recife que não foi efetivado. Lima também desenvolveu um plano regional para o Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro, além do Plano da Cidade Operária de Volta Redonda e o Plano da Cidade Operária da Fábrica Nacional de Motores. Em São Paulo, projeto conjuntos residenciais como o da Várzea do Carmo e Heliópolis. FONTE: Disponível em <www.itaucultural.org.br> acesso em 15/07/2014, 14:10. 27
Abelardo Coimbra Bueno é formado pela Escola Politécnica de Engenharia. Junto com seu irmão Jerô-
nimo abrem o Escritório Coimbra Bueno e Cia Ltda. de construção e urbanismo que dá continuidade ao plano para a cidade de Goiânia de Atílio Corrêa Lima, após a saída do mesmo, planejando o setor Sul da cidade. Fazem planos para cidade ao norte de Petrópolis, no Rio de Janeiro e para as cidades de Curitiba e Cuiabá. FONTE: Disponível em <www.urbanismobr.org>, acesso em 15/07/2014, 14:30. 28
Washington Azevedo (1904-1944) matriculou-se na Escola de Engenharia Mackenzie mas não comple-
tou o curso. Provavelmente estudou em Harvard por suas publicações. FONTE: FELDMAN, Sarah. Os Anos
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A cidade de São Paulo é citada pelo autor como o maior fenômeno urbano da América Latina devido ao seu rápido crescimento e mudança da economia agrícola para a de indústria de base. Violich (1943) comenta sobre as rápidas construções de residências na cidade e sobre os bairros planejados pela Company City, - “City of San
Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited” como já citada nos textos de referência de Andrade (2010) e Leme (2004) -. Prestes Maia é um nome enaltecido pelo autor, pelo seu Plano de Avenidas para a cidade de São Paulo - também mencionado nos textos de referência de Leme (2004 e 2009) -, que consistia de um anel viário que desafogaria o trânsito do centro da cidade e ruas radiais, além da recanalização do Rio Tietê, construção de novas pontes e de uma estação ferroviária no centro, além de outros trabalhos. Quanto ao Rio de Janeiro que, naquela época (1943), ainda era capital do Brasil, o autor fala que a cidade inicialmente, entre 1903 e 1960, foi planejada por Frontin e Passos, sendo concentrada ao redor da baía. Edison Passos irá influenciar o plano 30
para o Rio, que teve projetos de grandes avenidas, o desmonte de morros para o replanejamento dessas áreas, com a terra retirada sendo levada para a construção de um platô para o aeroporto de Santos Dumont e para alargar a área beira-mar do Parque do Flamengo.
30 e a Difusão do Urbanismo Americano no Brasil. In: Anais… Seminário de História da Cidade e do Urbanismo, v.6, n.1, 2000. Disponível em <www.anpur.org.br>, acesso em 15/07/2014, 15:00. 29
Lincoln de Campos Continentino foi um engenheiro que revisou o Plano de Belo Horizonte realizado
pela Comissão Construtora da Nova Capital. FONTE: Disponível em <www.urbanismobr.org.>, acesso em 15/07/2014, 15:50. 30
Edison Passos (1893-1954). Formado engenheiro pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Foi Secretá-
rio de Viação e Obras Públicas do então Distrito Federal, Rio de Janeiro, sendo o responsável pela obra urbanística da cidade e da abertura de diversas avenidas como a Avenida Getúlio Vargas e Avenida Brasil. FONTE: Disponível em <www.marcillio.com/rio/hiregpdf.html>, acesso em 15/07/2014, 09:20.
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Violich (1943) conclui que o Brasil é o país que tem uma aguda falta de planejamento, além da pobreza, da falta de moradia para a população e, o péssimo estado de conservação de habitações. Porém, o autor confia na administração de Vargas. Ele traça como principais problemas da habitação o alto grau de pobreza do país e a recusa do governo em entender que a habitação é um problema social e não de negócios. Afirma que um dos grandes auxílios para a questão da habitação é uma taxa pagada pelos empregados, empregadores e pelo próprio governo de 3% em cima do salário que ia para os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs) que eram divididos por categorias profissionais. O autor enfatiza que os jovens planejadores brasileiros que estão interessados nestes problemas são os que estão construindo edifícios como o Ministério da Educação e Saúde, pensando numa escala nacional e que tais jovens são os que, provavelmente, serão os planejadores do Brasil pós-guerra. O autor refere-se a Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão e Jorge Moreira que com a consultoria de Le Corbusier projetaram o edifício que foi construído entre 1936 e 1945. Como conclusão de sua viagem pela América Latina, Violich (1943) infere que os países latino-americanos não estavam sabendo aproveitar totalmente a oportunidade que a guerra estava oferecendo a eles, no sentido de desenvolver seu setor industrial e os seus recursos naturais, assim como, melhorar suas cidades realizando planejamentos, aperfeiçoando seus profissionais e dando valor a eles, mesmo assim o autor enfatiza que existem bons planejadores fazendo bons trabalhos na América Latina., como os exemplos citados acima. Também oferece uma troca, eles - norteamericanos - oferecendo assistência técnica e os latino-americanos oferecendo inspiração.
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Gorelik (2003) defende que a América Latina serviu como um laboratório de experiências na década de 1950, visto que, a partir dessa data, o rápido crescimento das cidades latino-americanas e da consequente expansão dos centros urbanos, a América Latina vira uma área propícia para experiências das teorias de modernização, da formulação da problemática urbana, da urbanização descontrola etc.
TORRES, Mario H. G.. Western Hemisphere Planning Progress Brasil. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 13, n. 3-4, p. 14-18, 1947. Mario Torres pretende em seu artigo mostrar como andava o planejamento no 31
Brasil no período em que o artigo foi escrito (1947), no entanto, para isso, ele diz que é necessário voltar no tempo e mostrar dois projetos de planejamento do início do Século XX. O autor fala que a história da construção das cidades brasileiras do Período Colonial até o século XX não tinha sido escrita no que tange os aspectos físicos e arquitetônicos e que uma das razões para tal fato era que os portugueses não sofreram influência dos esquemas das cidades ideais, de modo que com o terremoto de 1775, a construção da metrópole foi guiada pela construção de cidades coloniais, a qual serviu de padrão para os modelos de cidades americanas colonizadas pelos espanhóis. Porém, essa falta de orientação ocasionou nas cidades latino-americanas um crescimento desordenado.
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Mario H. G. Torres, entre 1940 e 1945, trabalhou para a Agência Brasileira de Assistência Social para o
Trabalho Industrial procurando locações e planejamentos para projetos de residências. Após isso, Torres fez pós-graduação no Brasil e depois foi para Escola de Artes da Univerdidade de Yale. FONTE: TORRES, Mario H. G.. Western Hemisphere Planning Progress Brasil. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 13, n. 3-4, p. 14-18, 1947.
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A cidade do Rio de Janeiro que, segundo o autor, triplicou seu número populacional de 112.000 em 1822 para, em 1876, 300.000 habitantes, teve seus problemas sanitários agravados. Somente após os problemas explodirem o governo montou uma comissão com três engenheiros que elaboraram um relatório com propostas eficazes que, no entanto, não foi posto em prática. Dentre os engenheiros estava Francisco Pereira Passos , nome importante para o planejamento da cidade do Rio de Janeiro, visto 32
que, para Torres (1947), o plano feito por ele para a cidade do Rio poderia ser comparado à grandeza do plano de Haussmann para Paris, além de ter sido influência para o país inteiro. A partir disso, segundo Torres (1947), a cidade do Rio de Janeiro virou um laboratório de experiências do planejamento brasileiro. Essa colocação retoma Gorelik (2003) que afirma que a América Latina serviu de laboratório para o planejamento. No período que abrange a gestão de Passos no Rio de Janeiro, o trabalho feito teve financiamento federal e do governo municipal. Passos mudou completamente o centro velho e direcionou o crescimento da cidade para o Sul e para a orla marítima. O Plano possuía quatro diretrizes, sendo elas: 1. “As melhorias urbanas ficariam a cargo de Passos e Paulo de Frontin; 2. O sanitarismo ficaria a cargo de Saturnino de Brito e Osvaldo Cruz; 3. Abastecimento de água ficaria, também, a cargo de Paulo Frontin e, 4. As novas instalações portuárias estariam a cargo de Francisco Bicalho.”
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Francisco Pereira Passos formou-se engenheiro pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro e também
estudou em Paris. Governou o Rio de Janeiro no período de 1902-1906 quando ainda era capital da República. FONTE: Disponível em: <www.dec.ufcg.edu.br/bibliografias>, acesso em 15/07/2014, 17:40.
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No entanto, nesse plano não foi previsto um zoneamento, mas a localização para as novas instalações portuárias e dos centros ferroviários foram bem escolhidos, de modo que serviram de base para a futura distribuição de usos do solo. Outro importante planejamento de cidade no Brasil foi o de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. A localização da cidade foi escolhida num planalto com temperatura seca no centro econômico do estado. Torres (1947) fala que o plano, feito pelo engenheiro Aarão Reis , criou abertura para críticas. O autor relata que foi feito um 33
plano com padrão geométrico, ruas radiais e anéis de conexão ao invés de uma grelha e, que ela é considerada uma representante de tipo Bela Cidade de planejamento no Brasil. Após esses dois planos, as atividades de planejamento de cidades foram concentradas no Rio de Janeiro, sucedendo o plano de Passos. Na gestão do governo de Carlos Sampaio (1920-1922), o autor fala sobre o desmonte do morro do Castelo - local onde a cidade foi fundada -, para ser construída a Exposição Internacional do Primeiro Centenário da Independência do Brasil, sendo que a terra retirada foi transferida para parte da orla marítima com o intuito de aumentar a área da cidade. O autor destaca o fato de que esses planos foram realizados apenas por engenheiros, com excessão de Osvaldo Cruz que era higienista e que nenhum arquiteto estava presente, isso devido ao fato de que os arquitetos daquela época estavam preocupados com as fachadas neo-barrocas que apareceram com a construção das novas avenidas. No entanto, também é destacado o fato de os trabalhos urbanos ganha-
33 Aarão Reis formou-se engenheiro pela Escola Central do Rio de Janeiro. É considerado o percursor do urbanismo no Brasil. FONTE: Disponível em: <portalpbh.pbh.gov.br>, acesso em 15/07/2014, 19:50.
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rem aparência e serem vistos, isso devido à utilização de árvores e folhagens nas avenidas. O Século XX marca outro ponto na história do planejamento brasileiro e a cidade do Rio de Janeiro continuou sendo o centro desse movimento, com um crescimento estrondoso. Em 1926 sua população girava em torno de 1.600.000 habitantes. O Plano de Passos previa um aumento na utilização de automóveis e separou vias locais de vias rápidas nas avenidas da orla marítima. No entanto, o crescimento da cidade superou o previsto e os problemas de tráfego de veículos, construção de edifícios de maneira desordenada e a locação de indústrias cresceram e evidenciaram os sérios problemas que a cidade estava enfrentando. Assim, na gestão de Antônio Prado Júnior (1926-1930), foi chamado o planejador francês Alfred Agache que realizou um Plano Diretor (1926-1930) para a cidade do Rio 34
de Janeiro - parte do primeiro Plano de Remodelação, Extensão e Embelezamento da Cidade, que tinha como objetivos a estética e o saneamento - com proposições legislativas e de zoneamento. Nesse ponto, o autor destaca que o livro intitulado Cidade do
Rio de Janeiro era encontrado na biblioteca de Harvard e que uma breve descrição do plano foi publicada no Journal of the Town Planning Institute of Canada. Enquanto Agache trabalha no Plano Diretor, segundo Torres, surge uma nova geração de arquitetos que não estão alheios a essa relação entre arquitetura e planejamento através da influência de Le Corbusier , Walter Gropius e do grupo do CIAM . 35
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34 Alfred Hubert Donat Agache urbanista francês formado pela Escola de Belas Artes de Paris. Remodelou diversas cidades na Europa, América do Sul e América do Norte. Foi consultor do escritório Coimbra Bueno e Cia Ltda. FONTE: Disponível em <www.urbanismo.br.org>, acesso em 14/07/2014, 15:00. 35 Le Corbusier (1887-1965) arquiteto, urbanista francês de origem suíça. Viajou pela Europa, Grécia e América. Participou do CIAM que estabeleceu os princípios do movimento moderno na arquitetura. Veio
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Em 1937, depois de mudanças administrativas uma Comissão do Plano da Cidade permanente foi organizada no Rio de Janeiro, a primeira do país, sendo que arquitetos participaram dessa comissão. O autor enfatiza também que os anos 30, antes do Brasil entrar na Segunda Guerra Mundial, foi o período em que o urbanismo se espalhou por toda a cidade. O autor fala sobre Attilio Correa Lima caracterizando-o como “the most energetic
young planners” (TORRES, 1947). Ele descreve que depois de se graduar, Lima viaja para a Europa onde, em Paris, faz um curso de planejamento cujo trabalho feito foi um plano para a cidade de Niterói, que na época era a capital do Estado do Rio de Janeiro. Quando voltou para o Brasil, no curto período que restou até a sua morte precoce em 1943, contribuiu muito para o planejamento do país. Torres (1947) destaca como obra mais importante de Lima o planejamento da cidade de Goiânia, capital do Estado de Goiás, que julga ser a primeira instância na história do urbanismo de uma nova cidade construída sem nenhuma ferrovia, rodovia, ou conexão via marítima, dependendo apenas do transporte aéreo. Torres (1947) pontua que outras cidades também tiveram planos, como a cidade de Porto Alegre - capital do Estado do Rio Grande do Sul -, Curitiba - capital do Estado
ao Brasil em 1929 e depois em 1936 para orientar o projeto do Ministério da Educação e Saúde. FONTE: Disponível em <www.biography.com>, acesso em 14/07/2014, 16:40. 36
Walter Gropius (1883-1969) estudou em Berlin e Munique. Foi fundador da Bauhaus, escola de design,
arquitetura e arte moderna. Foi diretor do curso de arquitetura da Universidade de Harvard. FONTE: Disponível em <educacao.uol.com.br/bibliografias>, acesso em 14/07/2014, 18:00. 37
Os CIAM - Congressos Internacionais da Arquitetura Moderna - foram uma organização que tinha como
objetivo discutir os rumos que a arquitetura moderna iria seguir nos diversos domínios da arquitetura. Da quarta conferência foi elaborada a Carta de Atenas escrita por Le Corbusier com base nas discussões realizadas. FONTE: Disponível em <en.wikipedia.org>, acesso em 14/07/2014, 19:00.
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do Paraná - e São Paulo - capital de São Paulo -, entretanto nenhuma dessas cidades possuiu uma comissão de planejamento da cidade. O plano realizado para a cidade de São Paulo pelo seu então prefeito Prestes Maia, segundo o autor, pode ser comparado ao que foi feito por Pereira Passos na cidade do Rio de Janeiro, que transformou o centro velho. Anhaia Mello criticou o Plano de Avenidas de Prestes Mais pela falta de um programa de investimentos em longo prazo bem estabelecido e por não fazer cumprir a Taxa de Indenização e Melhoria criada pelo Estado e pelas leis municipais em 1937. No Rio de Janeiro, a Comissão do Plano da Cidade reviu o Plano de Agache e em 1941 produziu um Plano Diretor para ser feito em três anos com melhoramentos públicos. No entanto, um ano após a aprovação do Plano, o Brasil entrou na Guerra, mesmo assim uma avenida com 80 metros de largura e com 2.500 quilômetros de extensão foi construída cortando todo o centro velho. No tempo correspondente à publicação do artigo (1947), o autor traz dois eventos no planejamento brasileiro que eram a Cidade dos Motores de Joseph Lluis Sert e Wiener de Nova York e o Plano Diretor de Salvador, capital do Estado da Bahia. Entretanto, apesar desses planos brilhantes, o autor mostra sua falta de confiança no que se refere à aplicação deles e que apesar das grandes cidades brasileiras apenas a capital (naquela época, Rio de Janeiro) é que tinha uma Comissão de Planejamento. Apesar de tudo, o autor é positivista no sentido de acreditar que o que se estava fazendo poderia influenciar no futuro, mas que o país necessitava de um programa educacional de planejamento, visto que, no Brasil (naquela data) existiam apenas uma ou duas escolas que ensinavam planejamento e que os planejadores brasileiros eram ou autodidata ou haviam estudado o planejamento na Europa ou nos Estados Unidos da América.
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Torres (1947) afirma que os dois projetos mais concretos no país naquela data são o desenvolvimento de hidroelétricas na região de São Paulo e o propósito da Fundação Brasil Central que era de desenvolver um reflorestamento para o planalto cen38
tral do país, sendo que esses projetos poderiam ajudar o Brasil a pensar um planejamento a nível nacional e não só municipal. É abordada também a questão da mudança da capital do Brasil para o centro do país. Torres (1947) expõe sua crença de que essa mudança possa ser benéfica para o Brasil no sentido de introduzir o urbanismo e de ser um ponto de partida para uma política de planejamento nacional e o desenvolvimento do interior do país. Esse artigo traça um panorama dos projetos relacionados ao planejamento que estavam sendo feitos no Brasil naquela época (1947), principalmente, na cidade do Rio de Janeiro que naquele período era a capital do país. Pelos projetos expostos percebe-se que não se pensa em região ainda, sendo notado que os planejamentos são na escala do urbano.
AUGUR, Tracy B.. The Dispersal of Cities as a Defence Measure. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 14, n. 3, p. 29-35, 1948. Esse artigo de Tracy Augur fala como o próprio título diz, sobre a dispersão das 39
cidades como medida de defesa. É ressaltado em nota de rodapé que tal artigo não
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A Fundação Brasil Central englobava a Marcha para o Oeste com o intuito de colonizar o interior do
país. Nomes de referência são os irmãos Villas-Bôas. FONTE: Disponível em <pt.wikipedia.org>, acesso em 16/07/2014, 09:30. 39
Tracy Augur foi assistente do diretor do Departamento de Estudos Regionais da Tennessee Valley Au-
thority e serviu de consultor de planejamento para muitas cidades norte-americanas. Foi membro e presi-
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reflete a visão de oficiais das organizações as quais o autor fazia parte, mas sim a visão do próprio Augur. O autor traz um dado de que os Estados Unidos, nos próximos anos a partir da publicação do artigo, iriam construir um milhão de habitações, além de estruturas e instituições que formam uma cidade. Augur (1948) afirma que se tudo der certo novas cidades serão construídas nos vinte e cinco anos seguintes da publicação e que seria possível realocar todas as pessoas e instituições que estavam locadas nas áreas urbanas e suburbanas. Afirma ainda que onde e como estas cidades forem construídas determinarão quão bem equipado estará os Estados Unidos da América com a ameaça de guerra. O artigo fala bastante sobre estratégias de defesa como a habilidade de repelir ou absorver ataques de inimigos e afirma que os EUA não estão preparados para receber outro ataque como o de Pearl Harbor, mas que possuem tempo para preparar um contraataque. Augur (1948) atesta que se as habilidades do país de manter sua economia durante o período de guerra mostrará para os países inimigos a força do país, e, provavelmente, os ataques cessarão. Se os ataques persistirem, as cidades serão capazes de se manterem e conseguirem se defender. No entanto, o contrário também é valido, se a estrutura urbana mostrar incapacidade de continuar a funcionar sob ataque, atrairá mais deles. Além disso, o autor fala sobre a estratégia de descentralização, visto que um ataque à meia dúzia de centros dos EUA naquela época desestruturaria o país, e que isso não se daria apenas porque esses centros possuem fábricas, indústrias e ferrovias,
dente da The American Institute of Planners. FONTE: AUGUR, Tracy B.. The Dispersal of Cities as a Defence Measure. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 14, n. 3, p. 29-35, 1948.
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mas porque possuem as pessoas que administram tudo isso. Ele compara isso à Pearl Harbor, que perdeu tudo visto devido à concentração de toda a habilidade de organização e experiência, além de ser um alvo fácil e que chama a atenção. O artigo mostra certa preocupação do autor em defender o país o que é justificável pela época em que se encontravam, visto que mesmo com o fim da Segunda Guerra Mundial, ainda pairava um ar de guerra com a emergência dos Estados Unidos da América e da União Soviética como grandes potências econômicas preparando o terreno para a Guerra Fria. Augur (1948) defende que a construção das novas cidades pode ser realizada para aumentar a força ou aumentar a fraqueza dependendo do modo que forem feitas. Adicionando habitações, escolas e indústrias nos grandes centros urbanos, aumentando assim o tamanho deles, os congestionamentos e confusões fazem-os menos eficientes e, assim, atraindo ataques ou então, ao invés disso, direcionar essas construções para locais que irão produzir um padrão disperso de pequenas cidades. O autor tem consciência da dificuldade de se mudar o que estava sendo feito - concentração nos grandes centros - e que essa descentralização iria custar caro, levaria tempo e seria difícil de executar, mas que um ataque nuclear poderia acabar com um centro administrativo num piscar de olhos. Além disso, é defendido no artigo que o mesmo argumento dessa organização urbana que fortalece para a guerra pode ser utilizado para fortalecer os tempos de paz. O autor evidencia que a disposição das cidades norte-americanas, o tamanho delas e a relação de uma com a outra com suas ruas e construções no século XIX funcionava. No entanto, no século XX com os novos tipos de comunicação, de transporte e produção, aquele tipo de cidade não era mais compatível.
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Segundo o autor, a chave para o redesenho das estruturas urbanas de modo a ser possível sua modificação num futuro é a criação de pequenas unidades básicas. Augur (1948) afirma que é possível redesenhar e reconstruir uma grande concentração urbana em pequenos aglomerados urbanos dispersos sem sacrificar as vantagens econômicas. O que é possível extrair desse artigo é que, diferente do que Violich (1943) relata em seu artigo , os Estados Unidos aproveitam a oportunidade proporcionada pela 40
guerra para estruturar o país e pensar em um planejamento nacional, divindo o país em regiões e ocupando-o por inteiro.
VIOLICH, Francis J.. Planning in South America I. Status. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 23, n. 3, p. 112-118, 1958. O seguinte artigo de Violich pretende reportar aos membros do American Institu-
te of Planners sua viagem de sete meses, em 1941-42, para a América Latina. Violich (1958) conta que o período da sua visita à campo foi um período em que o movimento do planejamento urbano estava em expressivo crescimento. Ele traz como um ponto importante o progresso do planejamento urbano nos Estados Unidos e na América Latina. Nos Estados Unidos, segundo o autor, o conceito de planejamento urbano foi incorporado como objetivos e técnicas, tornando-se um processo pelo qual o governo
40 VIOLICH, Francis J.. A Second Report in Latin American Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 9, n. 1, p. 19-30, 1943.
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municipal guia o crescimento físico das áreas sob sua jurisdição com o intuito de alcançarem benefícios funcionais, sociais e de organização, além de ser parte essencial do governo local. No entanto, o interesse promissor no planejamento urbano pela América Latina, detectado quinze anos antes por Violich através de sua viagem publicada em 1943 pela mesma revista , evoluiu minimamente para as práticas esperadas 41
pelo autor. Violich (1958) afirma que a tendência das cidades latino-americanas de crescerem com a população concentrada em uma grande cidade sem um plano urbanístico, detectada por ele no referido estudo, ainda é evidente. Com exceção da Colômbia e com menos intensidade na Venezuela e no Brasil, muitas cidades latino-americanas estavam, na época em que o artigo foi redigido, crescendo devido ao êxodo rural e à emigração vinda de cidades pequenas. Em quinze anos, as cidades visitadas por Violich cresceram absurdamente aumentando a impermeabilização do solo, a altura dos edifícios e a densidade populacional, com excessão da Colômbia que, por causa das cordilheiras e das suas bacias hidrográficas cresceu de modo descentralizado através de pequenas cidades. Violich (1958) afirma que o crescimento das cidades sem uma orientação e sem controle produz grandes problemas urbanos e regionais como a desordem no uso do solo, o que é perceptível nas próprias cidades brasileiras e latino-americanas. Grandes cidades como São Paulo e Buenos Aires concentraram e centralizaram os principais serviços, de modo que não houve um desenvolvimento dos sub-centros de negócios. Além disso, o aumento da densidade populacional causa, por exemplo, problemas de transporte devido à sobrecarga do sistema. Outro problema causado pelo crescimen-
41 Artigo analisado, apresentado na página 56.
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to populacional é a habitação. O autor cita as favelas, que são formas encontradas pelos emigrantes e por parte da população que não tem acesso à moradia, observando para o aumento desse tipo de habitação em locais, normalmente, de risco. Isso acaba evidenciando, segundo o autor, que a população aumenta, mas os serviços urbanos não acompanham o crescimento. O que gera um problema de utilidade pública - água, esgoto e energia, por exemplo -, evidenciados pela falta de conhecimento de prática e técnicas para organizar e coordenar as cidades em crescimento. Além disso, o autor relata que parques estavam sendo substituídos por estacionamentos para suprir a demanda que o aumento do uso do automóvel estava gerando. Um dado trazido pelo autor é o de que, na época em que foi publicado o artigo, entre os dez países da América do Sul, apenas quatro deles possuíam programas nacionais de urbanismo: Venezuela, Equador, Peru e Chile. Violich (1958) aponta também para o fato de que as organizações municipais dessas cidades são impróprias para a escala dos problemas municipais e das necessidades deles. Além disso, o autor mostra que a dispersão dos departamentos municipais pela cidade é um empecilho, visto que tende a dispersar as decisões tomadas e isolar importantes e relacionadas funções municipais. Isso se deve ao fato de que as cidades em questão não possuem uma legislação que incorpore o urbanismo e nem pessoas especializadas em administrar o crescimento das cidades, sendo esse período correspondente ao que os Estados Unidos da América passaram por volta da década de 1930, segundo o autor. No entanto, mesmo com todos esses problemas e falta de pessoas qualificadas para defender o urbanismo ou mesmo o planejamento regional, Violich (1958) traz alguns projetos que ele considera que estava incorporando o planejamento regional,
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sendo eles: Cauca Valley Authority na Colômbia; Southern Peru Project, the Plan Chilli-
an no Chile; além do projeto de planejamento interestadual da Comissão da Bacia do Paraná-Uruguai no Brasil. O autor discorre que a maioria das cidades por ele visitadas tinham de alguma forma, um plano urbano geral. Sendo que em alguns casos, os planos haviam sido feitos há muito tempo atrás e não haviam sido revisados ou foram corrigidos alguns pontos do plano da cidade, outros casos são vários fragmentos de planos de desenvolvimento locais para melhorias necessárias, como rotas de circulação. Violich (1958) faz um comparativo entre as cidades latino-americanas e as norteamericanas que, diferente das cidades européias, tem em comum um rápido crescimento urbano, mudanças básicas no caráter de terras urbanas e a complexidades dos usos da terra, de modo que esse tipo de crescimento demanda um planejamento de longo prazo e um controle dos fatores envolvidos como a densidade populacional e o tamanho da cidade. O autor aponta também para o fato de que na América Latina, tem-se uma tendência de os arquitetos e engenheiros dominarem o espaço do planejamento urbano deixando de lado a contribuição de outras áreas importantes como sociologista urbano, economista de terras, geógrafo, administrador público, entre outros. Além de que as decisões tomadas sobre o plano urbanístico tendem a ser baseadas em considerações de design - do desenho e da estética - ao invés de serem baseadas num estudo sistemático da economia e análise das necessidades reais da população. Outro ponto importante destacado pelo autor é a diferença entre plano e programa. Enquanto nos Estados Unidos da América, desde 1945, desenvolveu-se uma diferenciação entre plano geral urbano - representado por políticas públicas -, do pro-
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grama de execução que envolve questões legais e financeiras, na América Latina há um conflito entre os dois termos. No que se refere ao design urbano, o autor afirma que as cidades latinoamericanas, coloniais e planejadas no século XIX evidenciam um design urbano marcante, entretanto, com o rápido crescimento urbano descontrolado isso foi deixado de lado. Violich (1958) relata que, dentre as vinte cidades visitadas por ele, poucas se destacam como Caracas, Lima e Rio de Janeiro. Quanto ao futuro, o autor relata que cabe aos profissionais do planejamento e aos administradores públicos em melhorar o campo para que o reconhecimento dos planos urbanos seja ferramenta importante no desenvolvimento das cidades. VIolich (1958) afirma também que a união dos países da América Latina é importante para o desenvolvimento do continente como um todo. Organizações coletivas feitas pelos profissionais assim como a Inter-American Planning Society em Porto Rico; programas de assistência técnica; estreitamento dos laços universitários e aumentando a colaboração entre os profissionais, assim como o American Institute of Planners ou a Ameri-
can Society of Planning Officials nos EUA, podem ajudar na comunicação e num avanço no campo do planejamento urbano.
VIOLICH, Francis J.. Planning in South America II. Education. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 23, n. 3, p. 119-125, 1958. Violich neste artigo, que é uma continuação do artigo analisado anteriormente, fala sobre a educação para planejamento regional e urbano na América Latina. O autor relata que um movimento maior em direção a entender o problema e visualizar possíveis soluções ocorreu na Conference on Planning Education que aconteceu em
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Porto Rico em março de 1956, em conjunto com a Universidade de Porto Rico, as Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos. Violich (1958) destaca que as informações foram coletadas como parte de um Estudo de Planejamento Urbano em Relação com a Urbanização na América Latina que aconteceu no ano de 1956 e que foi financiada pela Fundação Rockefeller para a Universidade da Califórnia. O autor comenta que a pedido das Nações Unidas foi feito um memorando sobre educação em planejamento e que o material básico para o artigo foi retirado de lá. Informa também que das trinta principais instituições de educação que ensinavam sobre planejamento urbano ou regional, todas foram contactadas nos nove países da América do Sul, sendo que vinte foram visitadas. O autor lista itens que fazem parte de um formulário padronizado o qual ele utiliza nas visitas técnicas. “Base legislativa e organizacional para o programa; Tamanho do corpo docente e do corpo discente; Âmbito e conteúdo do curriculum e os cursos específicos oferecidos; Relação do programa para projetar e campos de ciência social; Espaço físico ou edifício; Instalações da biblioteca, livros usados para textos; Planos de expansão ou para novos programas; Natureza do trabalho do aluno; Pesquisa ou programas de serviços comunitários.”
Violich (1958) discorre que a visita a essas escolas e a conversa com os seus líderes provou que existe uma alta experiência produtiva e isso é devido ao alto interes-
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se e a cooperação entre a faculdade e os estudantes. Nesse ponto, o autor mostra otimismo em relação ao futuro do planejamento urbano na América Latina. É informado pelo autor que algumas limitações relacionadas ao tempo e falta de documentação não permitiu uma análise detalhada de cada tópico proposto, sendo oito os principais que são: “Formação no Planejamento para Arquitetos e Engenheiros. Programas Atuais Designados a Treinar Profissionais de Planejamento Urbano e Regional. Programas Novos ou Propostos na Educação de Planejamento Especializada. Abrangência e Qualidade do Ensino. Relação com os Estudos Sociais. Falta de Instalações e Recursos. Pesquisa e Serviços Municipais. Potencialidades para a Melhoria da Educação no Planejamento Urbano.”
Dentro do primeiro tópico - Formação no Planejamento para Arquitetos e Engenheiros. - , o autor relata que desde que o urbanismo foi considerado como parte da Arquitetura, as escolas de arquitetura começaram a oferecer cursos obrigatórios em planejamento urbano. Na Venezuela, os cursos de arquitetura e engenharia possuem um ano de urbanismo. Na Colômbia, do primeiro ao quarto ano é oferecida essa disciplina, sendo que três das quatro escolas de Bogotá a arquitetura ensinada baseia-se no planejamento urbano. No Peru e no Chile, uma maior ênfase é dada no currículo de arquitetura. Em Buenos Aires, devido ao número de estudantes de arquitetura, a introdução ao planejamento não foi possível de ser realizada, mas tem sido uma política da escola. Quanto ao Brasil, o autor fala que o urbanismo é dado nas quatro principais
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universidades brasileiras - Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, além de em cursos menores como em Recife e na Bahia -, no entanto, é um curso relativamente informal e que não condiz com a realidade do país. Violich (1958) discorre também que adicionado a isso se tem o fato de que os estudantes latino-americanos são treinados a pensar na relação do edifício com a comunidade, num senso mais amplo que os planejadores norte-americanos. E que alguns arquitetos ou engenheiros estão se dedicando exclusivamente ao urbanismo só que, no entanto, como o campo do planejamento urbano não está desenvolvido, esses alunos não são convencidos de serem especialistas de verdade. O autor declara que um curso de pós-graduação pode ser favorável no sentido de fortalecer um grupo de profissionais que sejam capazes de colaborar com especialistas em planejamento urbano. No segundo tópico - Programas Atuais Designados a Treinar Profissionais de Planejamento Urbano e Regional. -, o autor fala que apesar da educação no planejamento estar ligado ao curso de arquitetura, estava surgindo programas educacionais estabelecidos por uma legislação acadêmica com o intuito de treinar pessoas para se especializarem em planejamento urbano, sendo que muitos dos cursos exigiam o bacharel em arquitetura ou engenharia, outros consistiam em um aumento da grade horário do curso de arquitetura para seis anos. No entanto, esses programas, ainda assim, não supriam a necessidade de especialistas em planejamento regional e urbano que era demandada. Isso acontecia porque o urbanismo é um campo que, naquela época, havia sido reconhecido recentemente. Nos programas apenas dez foram identificados, sendo localizados no Panamá, Peru, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.
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Na Universidade do Panamá, o autor conta que apesar de não oferecer uma capacitação especializada em planejamento urbano, a universidade oferece instruções de alta qualidade como parte do currículo de arquiteto. No Peru, o Instituto de Urbanismo foi, inicialmente, proposto como um grupo com a intenção de promover o planejamento urbano, mas foi incorporado à Universidade Nacional de Engenharia como uma instituição educacional com um currículo de pós-graduação de dois anos. O Chile, segundo o autor, possui dois programas consideráveis , porém tais programas são uma opção de um sexto ano no currículo de arquitetura. Um dos programas está na Universidade do Chile, no Instituto de Habitação, Urbanismo e Planejamento estabelecido em 1950 como parte da Faculdade de Arquitetura e possui seu próprio alojamento. O outro programa é do Instituto de Planejamento, Urbanismo e Habitação da Universidade Católica, estabelecido em 1953. Na Argentina, a Universidade de Buenos Aires estabeleceu em 1948 o Instituto Superior de Urbanismo como um centro avançado de educação e pesquisa que também possui seu próprio alojamento. O Uruguai possui o Instituto de Teoria de Arquitetura e Urbanismo desde 1939, sendo o centro mais antigo da América Latina para o estudo de planejamento urbano, no entanto, Violich (1958) atenta para o fato de que o instituto visa mais o governo local do que o aperfeiçoamento de profissionais planejadores. O Brasil, segundo o autor, o maior país da América Latina tanto em população como em tamanho e com os piores problemas relacionados ao crescimento urbano é o que menos tem programas de educação em planejamento urbano. Entretanto, o autor mostra que o país possui quatro escolas de pós-graduação focadas no assunto, estabelecidas desde 1950, com dois anos de programa e que são atreladas a escolas de arquitetura. Uma delas foi estabelecida na Universidade de Porto Alegre em 1954; a
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Universidade de São Paulo que estabeleceu, por legislação, um Curso de Urbanismo em 1955 mas que, naquela data, ainda não havia sido constituído; no Rio de Janeiro a Universidade do Brasil ou Universidade Federal do Rio de Janeiro que estabeleceu o curso em 1953 entretanto, apenas em 1955 entrou em vigor como um programa de extensão superficial para arquitetos planejadores; e, em Belo Horizonte foi estabelecido o primeiro programa em 1950 na Faculdade de Arquitetura. Violich (1958) expõe que nos últimos dois a três anos, a partir da data em que foi redigido o artigo, em torno de 15 a 20 pessoas eram treinadas anualmente em planejamento urbano na América do Sul, o que não supria a demanda das milhares de cidades que cresciam rapidamente sem organização e administração, além dos novos centros urbanos que estavam se formando na América do Sul sem planos e sem ordenação. Além disso, o autor enfatiza que pouco é oferecido pelas universidades aos profissionais, mas que apesar disso algumas excessões são encontradas que são uma colaboração entre as autoridades brasileiras e o programa Point IV e as Nações Uni42
das. Um deles foi estabelecido em Salvador, na Bahia, no Instituto de Economia e Finanças (IEFB) da Faculdade de Ciências Econômicas que começou em 1956 com seminários para estudantes e outras pessoas interessadas. Em Belém, em 1957, também foi introduzido seminários através da assistência do Point IV. Fortaleza recebeu dois cursos de quatro meses em desenvolvimento econômico regional através das Nações Unidas. Outra referência citada pelo autor foi o Centro Pan-Americano para
42 O Point IV foi um programa de assistência técnica para países em desenvolvimento anunciado pelos Estados Unidos da América na gestão do Presidente Harry Truman em 1949. FONTE: Disponível em <global.britannica.com>, acesso em 13/07/2014, 13:30.
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Avaliação dos Recursos Naturais feito pelo Project 29 do Programa de Cooperação Técnica da Organização dos Estados Americanos no Rio de Janeiro. O terceiro tópico - Programas Novos ou Propostos na Educação de Planejamento Especializada. - expressa a esperança do autor apesar do cenário desencorajador, visto que muitas cidades que não possuíam nenhum tipo de programa relacionado ao planejamento urbano estavam em processo de estabelecimento e, as cidades que já possuíam um programa estavam aperfeiçoando eles e expandindo. Violich (1958) discorre sobre a escola de arquitetura da Venezula contando que em 1953 ela foi reorganizada de forma independente da escola de engenharia e que foram determinados dois departamentos separados sendo um de arquitetura e outro de urbanismo. Na Colômbia, apesar das sete escolas de arquitetura terem ênfase nos estudos urbanos, segundo o autor, não houve avanços. Porém em 1956, as principais universidades de Bogotá trouxeram uma proposta de transferir os recursos da escola que, naquele momento, estavam sendo direcionados em cursos em planejamento urbano para formar um programa de pós-graduação de educação e pesquisa em planejamento regional e urbano na forma de um Instituto Nacional de Urbanismo. Na Universidade de Porto Rico, o autor conta sobre a implantação de um curso de pós-graduação de dois anos em Cidade e Planejamento Regional. Na Argentina, as Universidade de Rosário e Córdoba haviam instituído programas de planejamento. No Brasil, o autor cita a Universidade de São Paulo como o exemplo mais concreto, mas que a Escola de Sociologia e Política de São Paulo, fundada em 1933, é uma das mais significantes na questão do desenvolvimento, visto que contribuiu para a orientação do desenvolvimento social do país. Cita também Donald Pierson, um sociologista norte-americano que foi o principal membro do corpo docente. O autor relata que a escola estava expandindo seus cursos oferecendo administração municipal e
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ênfase em problemas urbanos. Outra escola significativa para Violich (1958) foi a escola de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro que trabalhava em conjunto com o Instituto Brasileiro de Administração Municipal. No próximo tópico - Abrangência e Qualidade do Ensino. - o autor relata que apesar dos avanços descritos nos tópicos anteriores, não foram suficientes para produzir profissionais qualificados para entender a gravidade dos problemas e propor soluções adequadas. Todavia, o autor manifesta esperanças novamente afirmando que existe potencial para ser encontrado nesses países. Violich (1958) expõe alguns planos que visam o urbano e não o local como um plano feito por estudantes para o Panamá em que uniram textos e mapas do plano diretor para pequenas cidades panamenhas; a Universidade do Vale em Cali na Colômbia que realizou vários planos para áreas urbanas inteiras, muitas das quais foram utilizadas pelas próprias cidades; estudos de escolas de planejamento do Peru; dois programas no Chile que são os que mais se equivalem aos dos EUA em termos de complexidade de problemas para os estudantes. Programas similares são encontrados na Universidade de Buenos Aires, porém com uma orientação mais britânica, visto que seus docentes foram formados na Inglaterra. No Uruguai, segundo o autor, possui a maior quantidade de atividades acadêmicas relacionadas ao ensino do planejamento urbano através de pesquisas e educação pública. O quinto tópico - Relação com os Estudos Sociais. - é relatado sobre a lacuna que existe no assunto das ciências sociais e que, nos locais em que os cursos que abordam esse tema existem, tais cursos não englobam os programas de planejamento urbano. Violich (1958) afirma que a Carta de Atenas do CIAM foi um fator importante em segurar a evolução natural dos conceitos de planejamento e na manutenção da ênfase arquitetural monopolista, de modo que colocou o arquiteto numa posição de
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“super planejador” que segue apenas suas regras. No entanto, o autor fala que uma equipe com cientistas sociais com conhecimento em crescimento urbano trabalha junto com arquitetos que foram orientados a ver seu papel como parte do todo, de um trabalho coletivo a ser feito em conjunto, o que para ele era visto como excessão e não com regra nos países da América Latina. O tópico seguinte - Falta de Instalações e Recursos. - relata a falta de recursos que as instituições e escolas possuem e que prejudicam na realização de programas de ensino sobre o planejamento urbano, além de outras atividades como pesquisa e educação pública. Outro ponto chave são as bibliotecas que, na maioria das vezes, não são adequadas para comportar os materiais essenciais para o estudo dos assuntos, além disso, elas não são usadas como deveriam ser. Isso se deve ao fato de que, segundo o autor, nas universidades latino-americanas não é estimulado o uso da biblioteca como meio de consulta a materiais de pesquisa, além da falta de investimentos na compra de livros. O penúltimo tópico - Pesquisa e Serviços Municipais. - aborda que as pesquisas sobre os problemas de planejamento urbanos fazem parte de um campo fértil e que uma legislação acadêmica é necessária para aumentar essa atividade. Ademais, o autor afirma que com a falta de um mercado de serviços de consultoria de planejamento privado, as universidades deveriam, junto com os institutos, começar a criar esse mercado, visto que isso poderia aumentar as oportunidades desse serviço e angariar fundos para a fase de ensino dos programas, aumentando também a experiência prática tanto de alunos como de professores. No oitavo e último tópico - Potencialidades para a Melhoria da Educação no Planejamento Urbano. - o autor lista pontos necessários para que haja uma interação nas Américas do Sul e Norte no campo do planejamento que são:
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“1. Estimular um contato mais próximo entre escolas de planejamento dos EUA e aquelas da América Latina com interesse no intercâmbio mútuo e benéfico. 2. Aumentar as oportunidades para graduandos latino-americanos nas escolas de planejamento dos EUA, seja individual ou em grupos, através de agências governamentais, fundações e universidades. 3. Desenvolver programas de trocas de docentes entre as escolas de planejamento latino-americanas e norte-americanas. 4. Estabelecer facilidades através de agências internacionais ou de fundações para treinamento de professores nos EUA para escolas de planejamento urbano na América Latina. 5. Traduzir textos de planejamento norte-americanos e britânicos para o português e espanhol para serem usados em bibliotecas de escolas de planejamento urbano. 6. Procurar ajuda financeira direta as escolas latino-americanas existentes do recurso nacional ou através de agências internacionais. 7. Aumentar os programas de assistência técnica por agências internacionais na expansão de instalações existentes ou novos centros para instrução em planejamento urbano. 8. Toma medidas para ampliar os programas atuais em planejamento urbano para abraçar a lei, administração pública, sociologia, economia e fortalecer os campos de ciência social neles mesmos com o intuito de tornar possível colaborações próximas. 9. Introduzir programas de recursos e ordenamento do território geográfico para aqueles programas de planejamento urbano equipados para expandir. 10. Preparar para conferências adicionais em educação no planejamento na sua função Inter-Americana para propostas de discussões mais aprofundadas de potenciais ações inter-americanas.”
Violich (1958) manifesta seu otimismo no que diz respeito a essa relação entre as Américas, expressando que se fosse possível visualizar o programa dali a alguns anos,
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em 1965, o número de 15 a 20 profissionais graduados em planejamento aumentaria para 75 a 100. E que esse número permitiria a criação de um mercado para o planejamento urbano e mais apoio para os futuros programas, além de criar uma nova profissão na América Latina.
REVISTA TOWN AND COUNTRY PLANNING O periódico Town & Country Planning pertence ao Town & Country Planning As-
sociation que foi fundado em 1899 por Ebenezer Howard com o intuito de difundir a ideia da Cidade Jardim. O jornal, ainda hoje, continua com suas publicações com o intuito de provocar debates e discussões com base nos artigos publicados no periódico por profissionais, acadêmicos e tomadores de decisões. No ano em que o artigo 43
analisado foi publicado o editor do jornal era Frederic J. Osborn. Embora Town & Country Planning seja um periódico europeu, selecionamos o artigo de Cole (1950) por tratar da Tennessee Valley Authority (TVA), que é uma experiência norte-americana com grande repercussão no mundo no período do segundo pós-guerra e, especialmente, no Brasil. COLE, William E.. TVA: Its Impact in the Region. Town & Country Planning, London, v. 18, n. 75, p. 266-270, 1950. O artigo de autoria de William Cole é sobre a Tennessee Valley Authority - TVA, cujo intuito é mostrar para a Conferência Científica das Nações Unidas em Conservação e Utilização dos Recursos que a TVA estimulou o desenvolvimento de toda uma
43 FONTE: Disponível em <www.tcpa.org.uk>, acesso em 23/07/2014, 17:30.
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região através de agências locais, públicas ou privadas. O autor conta que a TVA foi criada em 1933 como uma corporação do governo para desenvolver os recursos do Vale Tennessee, cuja área, na década de 30, era considerada depreciada, com solo empobrecido, o rio associado a inundações, recursos naturais destruídos, etc. A TVA foi criada pelo Congresso Federal através de uma recomendação do então Presidente Roosevelt. A TVA possuía menos de doze funcionários trabalhando em Washington, os outros funcionários estavam distribuídos pela região abrangida pela TVA de modo que as decisões tomadas eram feitas por pessoas que sabiam dos problemas e necessidades da região, sendo que um deles, além dos outros já citados, era a relação entre produto e consumidor, homem e terra. Cole (1950) afirma que um elemento importante do vale é o Rio Tennessee e seus tributários e que a TVA conseguiu reavivar ele, incorporando-o ao planejamento, através de obras de melhorias como o controle de enchentes, o fato de terem transformado o rio para ser navegável e terem criado lagos que servem como ponto turístico da região. A energia elétrica produzida pelas barragens construídas no Rio Tennessee, segundo o autor, eram distribuídas para as residências, fábricas, escolas, etc, por organizações locais. Nos centros urbanos a energia era vendida para o governo que repassava para os cidadãos e nas áreas rurais a energia era distribuída por cooperativas. Essa mesma barragem que proporciona energia elétrica para a região também permitiu o transporte marítimo através de um canal de aproximadamente 3 metros de profundidade e 1000 quilômetros ao longo do Rio Tennessee, sendo que a navegação seria um propulsor do desenvolvimento da região, segundo Cole (1950). Além disso, essa construção trouxe uma qualidade de vida melhor para a população local, visto
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que antes não existiam parques ou locais para recreação na região do Vale e, após o projeto da TVA foram construídos trinta parques públicos ao longo das margens do rio. O autor mostra também que através dessas melhorias a própria população começou a investir nas margens do rio construindo locais para acampamentos e casas de verão. Ademais todos esses benefícios, a população de peixes cresceu sendo revogado o período em que era proibido pescar. Quanto às florestas, o autor fala que mais da metade da área do Vale é arborizada e ele comenta as vantagens do plantio e manutenção dessas árvores, dentre elas a proteção contra as erosões e as encostas íngremes, e na economia que esse manejo pode gerar. Além disso, Cole (1950) aborda a questão dos incêndios. Ele diz que, como um conselho dado pela TVA para a população é a demonstração real do que uma queimada pode gerar, sendo que eles queimam uma parte da floresta para mostrar para a população a diferença entre uma área queimada e outra com vegetação, além de organizar brigadas contra incêndios que possam acontecer. Outro fator importante para a região, segundo Cole (1950), é a agricultura. Ele traz um dado que de cada três famílias do Vale, duas moram em áreas rurais. No entanto, um problema que havia era o do esgotamento do solo e a erosão que foram resolvidos com educação sobre a utilização de fertilizante à base de fosfato. Também foram feitos demonstrações de testes nas fazendas com o intuito de testar a efetividade dos fertilizantes desenvolvidos pela TVA, mostrar o uso apropriado de cada fertilizante para cada tipo de solo e como plantar diferentes cultivos sem prejudicar o solo. Cole (1950) afirma que a TVA é um exemplo concreto de que planejamento é compatível com o governo existente, que os recursos do vale podem ser desenvolvidos e aproveitados sem se destruir tudo. Ele mostra que a TVA trabalhou principalmente com cooperativas a também com universidades e agências estaduais, munici-
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pais e locais. Além disso, o autor sustenta que o que fez o sucesso da TVA foi o sentimento de pertencimento da região, que as pessoas que lá habitavam queriam fazer parte daquele desenvolvimento e tinham a consciência de cooperação. O artigo analisado traz informações sobre o programa da Tennessee Valley Au-
thority, mostrando-se como um instrumento na difusão da experiência realizada. O autor do artigo, na época em que foi escrito, era o chefe do Departamento de Sociologia da Universidade do Tennessee que escreveu o texto para ser encaminhado à Conferência Científica das Nações Unidas em Conservação e Utilização dos Recursos.
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REVISTA ACRÓPOLE A revista Acrópole foi fundada por Roberto A. Corrêa de Brito em 1938, sendo vendida para Max M. Gruenwald em 1953 e teve suas atividades encerradas em 1971. Dentre seus temas o principal era projetos de arquitetura. Por esse motivo, foi seleci45
onado apenas um artigo desse periódico. Além disso, foi o primeiro artigo encontrado nos periódicos nacionais, no período estudado, que trata da temática do planejamento regional. LODI, Carlos. Planejamento urbano e planejamento regional. Acrópole, São Paulo, n. 154, p. 269-271, 1951.
44 FONTE: COLE, William E.. TVA: Its Impact in the Region. Town & Country Planning, London, v. 18, n. 75, p. 266-270, 1950. 45 FONTE: Disponível em <www.urbanismobr.org>, acesso em 23/07/2014, 17:40.
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O artigo selecionado da revista paulista Acrópole intitulado Planejamento urba46
no e planejamento regional, de autoria de Carlos Lodi é uma síntese das palestras realizadas por ele no Centro de Estudos e Debates sobre Urbanismo. Diplomado engenheiro-arquiteto pela Escola Politécnica, Lodi sempre foi ligado a Prefeitura, trabalhou na gestão de Prestes Maia e foi um dos fundadores do Centro de Estudos e Debates Sobre Urbanismo. No artigo é destacada a importância de um consenso sobre as terminologias e a necessidade de se criar uma consciência comum sobre o planejamento, mas com o cuidado de não se generalizar, visto que cada cidade possui seus problemas e, segundo o autor, não é possível criar uma solução comum para todas elas. Além disso, é afirmada a importância da transferência de ideias entre os agentes que atuam na área urbanística, de modo que Lodi acredita que o urbanismo não é feito individualmente, mas coletivamente, unindo diversas áreas do conhecimento, assim como Anhaia Melo em seu texto Urbanismo… êsse desconhecido que cita Pierre Vago - urbanista de 47
formação francesa - como referência que afirma o urbanismo ser uma tarefa coletiva. Lodi (1940) acreditava também que o planejamento regional era o conceito básico do urbanismo na época em que escreveu o artigo, embora não se aprofunde na análise de cada experiência cita como exemplos de planos bem sucedidos o plano de Londres de Patrick Abercrombie, o plano de Paris de Haussmann e outros da Europa e América, destacando o plano da Tennessee Valley Authority. Traz também o plano de Hartlepools, na Inglaterra que tem como base o plano de South Wales, escrito pelo
46 LODI, Carlos. Planejamento urbano e planejamento regional. Acrópole, São Paulo, n. 154, p. 269-271, 1951. 47 ANHAIA MELLO, Luiz de. (1951) Urbanismo... êsse desconhecido. Revista Brasileira dos Municípios, ano V, no 18, abril-junho de 1952. p. 177-190.
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Ministry of Town and Country Planning e o planejamento da cidade de Milão que aborda o caráter social do urbanismo numa escala regional.
7. CONCLUSÕES A partir dos artigos analisados, no que diz respeito à América Latina, têm-se, pelas conclusões dos Congressos Pan-Americanos, que a temática do planejamento regional não é tratada neles até o último transcrito, que corresponde ao V Congresso realizado em Montevidéu em 1940. Entretanto, apesar da ausência da temática do planejamento regional, é notória a presença do termo urbanismo, compreendido pelo documento como uma ferramenta para solucionar os problemas causados pelo rápido crescimento das cidades latino-americanas. Urbanismo, e não planejamento regional estava sendo tratado pelos Congressos Pan-Americanos, sendo apresentado nas conclusões de mais de um congresso dentre as cinco transcritas pela revista. A problemática do crescimento das cidades no contexto da América Latina é objeto de estudo de Francis Violich. Violich realiza uma viagem no período de 1941-42 a alguns países latino-americanos - Chile, Argentina, Uruguai e Brasil - com o intuito de verificar os métodos de planejamento aplicados além dos problemas urbanos causados pelo rápido crescimento das cidades latino-americanas. Essa viagem é descrita num artigo redigido por ele que foi publicado no periódico norte-americano Journal of 48
the American Institute of Planners, o que evidencia sua atuação como agente no intercâmbio de ideias e a disseminação do que estava acontecendo na América Latina para os Estados Unidos através da circulação do periódico. Violich (1943) mostra que
48 VIOLICH, Francis J.. A Second Report in Latin American Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 9, n. 1, p. 19-30, 1943.
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dentre os quatro países visitados o Brasil é o que menos trabalha com planejamento. Segundo ele, é apenas a partir dos anos 1940 que se começa a pensar em planejamento no Brasil, na escala urbana, contemplando apenas as capitais e grandes cidades. Conforme o exposto por Chiquito (2012), o planejamento na escala regional também se inicia no Brasil nos anos 1940, a partir da difusão da ideia de bacia hidrográfica como região, com matriz norte-americana. Neste sentido, a partir destes autores Violich (1943) e Chiquito (2012) - e das análises das conclusões dos cinco primeiros Congressos Pan-Americanos, verificamos que nos artigos analisados o termo planejamento, tanto na escala urbana como regional, substitui o termo urbanismo, para tratar da temática urbana e regional. Almandoz (2009) defende, também, que, na América Latina, houve uma mudança na utilização do termo “urbanismo” para o termo “planejamento” no período após a Segunda Guerra Mundial, sendo que isso se deve, segundo o autor, a mudança de referencial da Europa para os Estados Unidos, local onde florescia a modernidade e os instrumentos relacionados ao planejamento que proporcionaram a alteração de escala da cidade para a região. Outro fator que ajudou, no caso do Brasil, nessa modificação da escala foi a vinda do padre francês Louis-Joseph Lebret, segundo o autor, através da introdução de princípios do planejamento nos seus projetos realizados para a cidade de São Paulo. No outro artigo também de autoria de Violich (1958) que relata sobre a viagem 49
por ele realizada em 1941-42 é mostrado que o planejamento evoluiu minimamente
49 VIOLICH, Francis J.. Planning in South America I. Status. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 23, n. 3, p. 112-118, 1958. VIOLICH, Francis J.. Planning in South America II. Education. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 23, n. 3, p. 119-125, 1958.
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em relação ao que poderia ter evoluído durante os quinze anos que haviam passado. Neste artigo é destacada por Violich (1958) a diferença que foi desenvolvida nos EUA entre plano e programa, diferente da América Latina que não havia realizado tal diferenciação ainda, tendo os dois termos de maneira confusa. Além disso, outro ponto destacado pelo autor é a realização de planos urbanos com profissionais de variados campos do conhecimento - geógrafos, cientistas sociais, arquitetos, etc. -, cujo mesmo pensamento é visto em Feldman (2009), que afirma que a multidisciplinaridade do planejamento se consolida no Brasil, na década de 1950, embora viesse sendo construído desde 1930. A necessidade de uma abordagem multidisciplinar no planejamento urbano e regional também é verificada em outras referências já mencionadas como Lodi e Anhaia Mello . É importante salientar também que Violich (1958) cita o plane50
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jamento da Comissão Interestadual da Bacia do Paraná-Uruguai (CIBPU) no seu artigo, de maneira que ele, compreendido como um agente estava difundindo as experiências realizadas no Brasil para os Estados Unidos. Outra conexão importante a ser evidenciada é a afirmação de Carlos Lodi de 52
que não existe uma solução de planejamento fixa, já que cada cidade possui suas peculiaridades e seus problemas, o que é falado também por Menhenick cuja alega53
ção é a mesma de Lodi, de que o planejamento não possui um modelo definido e préestabelecido.
50 LODI, Carlos. Planejamento urbano e planejamento regional. Acrópole, São Paulo, n. 154, p. 269-271, 1951. 51 ANHAIA MELLO, Luiz de. (1951) Urbanismo... êsse desconhecido. Revista Brasileira dos Municípios, ano V, no 18, abril-junho de 1952. p. 177-190. 52 LODI, Carlos. Planejamento urbano e planejamento regional. Acrópole, São Paulo, n. 154, p. 269-271, 1951.
53 MENHINICK, Howard K.. “The Tennessee Valley Authority.”. In: Regional Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 7, n. 2, p. 29-32, 1941.
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Com relação aos Estados Unidos da América, os artigos analisados mostravam que na década de 1940 o país já tratava do planejamento regional, uma vez que é evidente a necessidade mostrada de separação dos EUA em regiões (Odum 1941). Além 54
disso, conhecida a data dos artigos publicados - período da Segunda Guerra Mundial , é visível a preocupação com a defesa do país e nessa questão entram estratégias de planejamento visando à proteção, dentre as quais se pretende manter a população rural nas áreas rurais e não fazê-las se deslocarem para os centros urbanos, uma vez que tal movimento esvaziaria parte do território. Juntamente a isso, outro fator é a descentralização industrial que visa a não concentração de serviços e equipamentos nas grandes cidades e capitais de modo a, também, dispersar a população por todo o território, além da criação de empregos no meio rural, para acolher os desempregados, com o propósito de recuperar o solo degradado e dos recursos naturais (Bean 1941). 55
A referência mais comentada nos artigos como sendo a mais importante é a experiência da Tennessee Valley Authority (TVA) que, além de ser citada no próprio periódico norte-americano Journal of the American Institute of Planners, possui um artigo que trata exclusivamente dela no periódico britânico Town and Country Planning. No Brasil, segundo Chiquito (2012) a experiência da TVA foi trazida para o país através da Missão Cooke e aparece no artigo de Carlos Lodi como um exemplo de plano bem 56
sucedido sendo difundido pelo país através desse periódico.
54 ODUM, Howard W.. “The Role of Regionalism and the Regional Council in National Planning.”. In: Regional Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 7, n. 2, p. 29-32, 1941. 55 BEAN, Louis H. “Economic Trends and National Land Policy.”. In: The Philadelphia Planning Conference: Land Planning. Journal of the American Institute of Planners, Cambridge, v. 7, n. 2, p. 3-6, 1941. 56 LODI, Carlos. Planejamento urbano e planejamento regional. Acrópole, São Paulo, n. 154, p. 269-271, 1951.
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Neste sentido, a partir da pesquisa empreendida buscamos realizar uma pequena contribuição, em nível de iniciação científica, para a verificação da circulação das ideias a partir dos periódicos e dos artigos analisados, além de uma compreensão da historiografia do urbanismo e do planejamento regional do Brasil.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMANDOZ, Arturo. Mudanças políticas e institucionais para o plnajemaneot latino-americano do segundo ós-guerra. In: GOMES, MAAF., org. Urbanismo na América do Sul: circulação de ideias e constituição do campo, 1920-1960 [online]. Salvador: EDUFBA, 2009. 298 p. ISBN 978-85-232-0612-3. Disponível em SciELO Books <http://books.scielo.org>. ANDRADE, C. R. M. . A circulação transatlântica da ideia de cidade jardim: as referências teóricas dos urbanistas brasileiros na primeira metade do século XX. In: SALGADO, Ivone; BERTONI, Ângelo. (Org.). Da construção do território ao planejamento das cidades: competências técnicas e saberes profissionais na Europa e nas Américas (1850-1930). São Carlos: RiMa; FAPESP, 2010, v. , p. 27-33. ANHAIA MELLO, Luiz de. (1951) Urbanismo... êsse desconhecido. In: Revista Brasileira dos Municípios, ano V, nº 18, abril-junho de 1952. p. 177-190. CHIQUITO, Elisângela de A. A Comissão Interestadual da Bacia ParanáUruguai: do planejamento de vale aos polos de desenvolvimento. São Carlos: Doctorate thesis, University of São Paulo, 2012. CHIQUITO, Elisângela de Almeida. A criação da Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai: referencial norte-americano no planejamento regional brasileiro dos anos 1940-1950. In: revistafaac, v.2, n.1. p.69-78, abril/setembro 2012.
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CHIQUITO, Elisângela de Almeida; PERES, Renata Bovo. Ordenamento Territorial, Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Novas Questões, Possíveis Articulações.
In: Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais. ANPUR. V.14, N.2. Novembro 2012. FELDMAN, Sarah. 1950: a década de crença no planejamento regional no Brasil.
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Revista Bem Estar Revista Boletim do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca Revista Civil Engineering Revista Engenharia e Arquitetura Revista Journal of Urban and Rural Planning Thought Revista Journal of the American Institute of Planners Revista Journal of the Highway Division Revista Journal of the Professional Practice Revista Journal of the Surveying and Mapping Division Revista Journal of the Waterways Division Revista Planning and Civic Comment Revista Town & Country Planning
PARECER DA ORIENTADORA Trata-se do relatório final referente à bolsa de iniciação científica da aluna Aline A. Kobayashi, intitulado “A circulação de concepções de planejamento regional entre Brasil e Estados Unidos em periódicos especializados nas décadas de 1940 e 1950”. A aluna compriu integralmente as atividades previstas pelo projeto, atingindo os objetivos de pesquisa, e o relatório encontra-se bem redigido, satisfatório para o nível de iniciação científica. Os resultados estão apresentados de forma clara e objetiva, e as suas conclusões são coerentes aos resultados obtidos. Pela temática trabalhada e pelos resultados conseguidos, a pesquisa trouxe contribuição para a área historiografia do planejamento urbano e regional.