1 introdução AUTISMO E ARQUITETURA
sede para a associação Aquarela Pró Autista Erechim - RS
As sensações e percepções do ser humano estão diretamente relacionadas ao ambiente que o envolve, afetando seu comportamento. A interação comportamental do homem com o ambiente contextualiza as necessidades e a compreensão do uso dos espaços. (LAUREANO, 2017). Entendendo a importância na relação entre o meio e o indivíduo, na disciplina de TFG I foi elaborado o material teórico e gráfico a partir de estudos que buscam compreender as necessidades de um ambiente terapêutico voltado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a fim de ser utilizado como forma de proporcionar um trabalho funcional nas terapias, promovendo aspectos sensoriais e de percepção, como meio de auxiliar no desenvolvimento do autista a partir da interação do indivíduo com o meio em que se insere.
Assim, como continuidade, o TFG II retrata a materialização desses aspectos a partir do desenvolvimento do projeto arquitetônico para a Associação Aquarela Pró Autista, situada na cidade de Erechim-RS, conforme determinado como objetivo geral. E a partir dos objetivos específicos que buscou no TFG I, basicamente, compreender os aspectos de relação entre os indivíduos autistas e o meio, assim como compreender a relação da arquitetura com os aspectos sensoriais, como forma de assimilar como o ambiente pode auxiliar nas terapias de pessoas com TEA. A motivação para trabalhar com o autismo surgiu primeiramente pela vivência em relação ao tema e posteriormente, pela aproximação com a Associação Aquarela Pró Autista, a partir da participação como trabalho voluntário.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - ARQUITETURA E URBANISMO TFG II - aline garavelo
2 espectro transtorno do autista
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é a terminologia mais atual utilizada para definir o autismo. Se trata de um transtorno do neurodesenvolvimento, o qual apresenta um conjunto de síndromes com diferentes características concomitantes que, basicamente, influenciam na capacidade de comunicação, socialização e comportamento do indivíduo. Como a manifestação dessas características não ocorre uniformemente, os indivíduos com TEA apresentam inúmeras singularidades e complexidades, seja quanto a relação social, relação do indivíduo com seu meio ou aos aspectos sensoriais. A causa do autismo ainda não é comprovada cientificamente, mas há estudos que apontam a origem como relações multifatoriais que podem estar vinculadas a aspectos genéticos, bioquímicos e/ou ambientais. Segundo Russo (2017), a relação genética é referente aos estudos de gene e não ao código genético (DNA), que influenciam no desenvolvimento do cérebro e na produção de neurotransmissores, os fatores bioquímicos são relativos a alterações de compostos no neurotransmissor e os fatores ambientas diz respeito ao ambiente de convívio do indivíduo.
manifestação dos sentidos
O déficit que as pessoas com autismo possuem quanto a integração sensorial pode se manifestar de forma hipersensível ou hiposensível, ou seja, pelo excesso ou falta de estímulos. E isso vai acarretar comprometimento nas habilidades lúdicas e comportamentais.
características + grau de autismo
As características presentes no indivíduo autista, geralmente, estão relacionadas a socialização, comunicação, e aspectos sensoriais. Na linguagem, sendo verbal ou não verbal, se comunicando através de figuras e apontamentos. E mesmo aos que desenvolvem a linguagem verbal, é comum que apresentem ecolalia, ou seja, a repetição de palavras. Além disso, é comum a estereotipia, que se define pelo comportamento repetitivo; o distúrbio do sono e alimentar, resistência quanto a mudanças de rotina e a relação de percepção sensorial, sendo hiper ou hiposensível. O grau do autismo é baseado no nível de dependência do indivíduo, podendo ser: NÍVEL 1 - leve: necessitam de pouco suporte, pois geralmente possuem as habilidades bem desenvolvidas, mas com problemas de organização e planejamento. NÍVEL 2 - moderado: apresenta as mesmas condições anteriores, contudo em menor intensidade. NÍVEL 3 - severo: com grave déficit nas habilidades de comunicação, interação, comportamento e cognição reduzida.
manifestação de forma hiposensível
- Desconsidera pessoas ou objetos no ambiente; - Visualiza apenas contornos de objetos; - Gosta de cor brilhante ou luz solar intensa. - Não responde quando é chamado pelo nome; - Gosta de ruídos; - Gosta de fazer barulhos excessivos e altos.
visão
3
manifestação de forma hipersensível
recepção dos estímulos sensoriais de forma excessiva
autismo + arquitetura
+ ambiência
paladar
+
integração sensorial
vestibular
proprioceptivo
A integração sensorial busca propor justamente a organização das informações decorrentes de diferentes sentidos, relacionando-os, para isso, utiliza-se exercícios que buscam desenvolver habilidades como audição, compreensão, equilíbrio e coordenação. Nesse sentido, a psicologia ambiental tem como objetivo relacionar os fatores e elementos ambientais como forma de influenciar nos sentidos, percepções e consequentemente nas ações dos indivíduos em relação ao meio em que se insere, a partir da apropriação do espaço. Portanto a ambiência é um fenômeno que possibilita a materialização desses atributos, pois nela expressam os sentidos humanos por meio das texturas, iluminação, sons e cores relacionados a dimensão cultural.
psicologia ambiental
olfato
tato
o déficit na integração sensorial nos autistas faz com que os sentidos se manifestem de forma confusa
- Ingere objetos não comestíveis; - Busca cheiros fortes; - É isento a alguns aromas. - Utiliza o toque de forma excessiva e desnecessária; - Possui resistência quanto a dor; - Possui resistência a temperaturas extremas. - Movimenta-se de forma excessiva e desnecessária; - Fica entusiasmado com tarefas que envolvam movimentos; - Inconsciente quanto a posição do corpo no espaço; - Confundem diferentes sensações com a fome;
elementos de
estimulação sensorial multifuncionalidade
Espaços que promovam a atividade intelectual e incentive o relaxamento, com estimulações que possam ser controladas.
amplidão
Utilizar a amplidão possibilita a adaptabilidade do ambiente e permite o ajuste das distancias interpessoais.
mobiliários
desenvolvimento de habilidades
Os indivíduos com TEA possuem uma diferenciação na forma de percepção sensorial, pois enquanto os neurotípicos conseguem perceber o espaço com base nos sentidos de forma coletiva, os autistas possuem essa percepção fragmentada. Segundo Gaines et al. (2016), a capacidade de perceber os sentidos, como olfato, visão, paladar, som, tato, movimentos (vestibular) e o senso do corpo no espaço (propriocepção) de forma conjunta é uma capacidade conhecida como integração sensorial e se torna um elemento essencial para alcançar a percepção de uma situação e saber como agir.
integração sensorial
A integração sensorial é a capacidade de conseguir perceber os sentidos de forma conjunta, sendo esta a habilidade em organizar, interpretar sensações e responder apropriadamente ao ambiente. As pessoas com TEA, possuem uma dificuldade em obter uma rápida mudança entre estímulos diferentes e isso pode gerar comportamentos repetitivos, compulsivos e até mesmo auto-lesivos. Sendo que essa disfunção na integração sensorial muitas vezes está relacionada aos atrasos na linguagem. Esses comportamentos podem ser resultados de uma tentativa do indivíduo de gerar uma experiência sensorial ou de manter o controle após uma sobrecarga sensorial.
percepção do espaço
visão
autistas
neurotípicos
os neurotípicos percebem as informações que constituem espaço de forma conjunta
os autista percebem essas informações relativas ao espaço de forma fragmentada
Os mobiliários contribuem, com a questão da ergonomia e podem ser utilizados como forma de promover nichos ou barreiras, destacando assim o espaço pessoal.
layout
O layout dos ambientes também estabelece um espaço seguro e funcional a partir da flexibilidade.
distâncias interpessoais
Gifford (1997 apud Barros et al. 2005) aborda esse conceito a partir das distancias adequadas para o contato ou não-contato.
identidade visual
Identidade visual e legibilidade são importantes elementos de composição do espaço para estimular a independência das pessoas com TEA.
audição
- Muito sensível a ruídos altos; - Identifica os sons antes das pessoas neurotipicas; - Não gosta de ruídos de fundo.
audição
- É sensível a certos tecidos; - Não se agrada com toques;
tato
vestibular
proprioceptivo
+
- Aparenta-se desiquilibrado; - Se incomoda quando os pés ficam fora do chão ou de cabeça para baixo. - Possuem postura corporal diferente e na maioria das vezes desconfortável; - Possuem dificuldade em manipular pequenos objetos.
elementos construtivos
espaços ao ar livre
conforto acústico
Espaços ao ar livre, por promoverem uma parte essencial da consciência ambiental do indivíduo.
Determinar a materialidade em relação a absorção de ruído, recursos e estratégias para promover qualidade acústica.
texturas
volumetria
As texturas e cores possibilitam um trabalho tátil e visual, desenvolvendo a consciência corporal e cognitiva do autista.
Volume arquitetônico constituído de forma livre, desde que não interfira na funcionalidade e acessibilidade do espaço.
iluminação
dinamicidade
A iluminação pode proporcionar uma interação física e lúdica das crianças, além de possibilitar atividades mais focadas ou descontraídas.
Espaços dinamicos estão associados a multifuncionalidade. As paredes curvas podem ser uma estratégia para auxiliar no deslocamento do edifício.
núcleo comercial brechó e café
vestibular
tato
proprioceptivo
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (2017), 1 a cada 160 crianças é diagnosticada com TEA. Já o Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC (2017), indica esse diagnostico em 1 a cada 68 crianças.
mundial
-Seletivo quanto a alimentos, só ingere a partir de texturas, cheiros ou temperatura que o agrade.
paladar
olfato
1 menina para cada 4 meninos é autista
- Se incomoda com cores brilhantes e luz solar intensa; - Se distrai facilmente com movimentos; - Olha fixamente para pessoas ou objetos.
visão
olfato
+ + + + + estatísticas paladar
percepção sensorial percepção sensorial hipersensível hiposensível audição
recepção dos estímulos sensoriais de forma amena e as vezes até nula
PERCEPÇÃO SENSORIAL
Segundo o estudo “Retratos do autismo no Brasil”, realizado em 2013, estima-se que a população com autismo no Brasil é de aproximadamente 2 milhões de pessoas.
nacional
Segundo o estudo “Retratos do autismo no Brasil”, a população com autismo na região Sul do Brasil é de 170.000.
regional
+
conforto ambiental
conforto lumínico
É importante permitir ampla incidencia de luz natural, pois atribui a concepção de visão nítida e direta do mundo.
cor
A utilização de cores pode estar associada a uma importante função no edifício, pois podem promover diferentes estímulos.
interno - externo Promover diferentes relações entre os ambientes interno e externo, auxiliando no desenvolvimento da consciência corporal e cognitiva.
conforto térmico
O conforto térmico é um fator para manter a qualidade interna do ambiente, proporcionando a renovação do ar.
materiais
Possibilitar diferentes texturas e percepções sensoriais, mas sem sobrecarregar o ambiente.
zoneamento Zoneamento baseado nas percepções sensoriais do usuário, ao invés de serem estipuladas por zonas funcionais generalizantes.
auditório núcleo receptivo
núcleo terapêutico
núcleo admnistrativo
praça pública
Fachada vista a partir da Rua Acre.
1|9
4
associação Aquarela pró autista
A Associação Aquarela Pró Autista surgiu em 2009, a partir de um grupo de pais dispostos a obter e divulgar mais conhecimento sobre o autismo. Assim, no ano seguinte, a associação foi oficialmente constituída, sendo que no primeiro momento foi responsável por partilhar conhecimento a partir de reuniões de estudos. No início de 2012 iniciou-se os atendimentos com objetivo de proporcionar assistência para as pessoas com autismo e também as famílias, buscando desenvolver o máximo a capacidade e o potencial dos autistas. Com a proposta de oferecer atendimento cognitivo e terapêutico multidisciplinar, a Aquarela Pró Autista utiliza de métodos como forma de auxiliar no desenvolvimento, como o PECS que se trata de um sistema de comunicação individual, através de imagens e o TEACCH que tem como objetivo melhorar a interação e organização do autista através do ensino estruturado, baseado no processamento visual. A entidade iniciou seu funcionamento atendendo 11 autistas, atualmente são 37 atendidos, além da fila de espera que conta com 25 pessoas. Além disso, a associação também é procurada por famílias com suspeita de diagnóstico para orientações, avaliações e encaminhamentos. A Aquarela se mantém financeiramente através de parcerias, convênios com os munícipios próximos, doações e ações como o pedágio e brechó solidário.
5
a escolha do terreno
Como a Associação atualmente está estabelecida em um local alugado e o terreno não comporta as atividades já existentes, houve a necessidade de encontrar um novo local para a implantação da sede da Aquarela Pró Autista. Já que o bairro Santa Ctarina, onde se localiza atualmente a associação, não possui terrenos com área suficiente, foi necessário buscar em outros bairros de Erechim. Sendo assim, o critério utilizado para a definição do terreno, foi basicamente buscar manter algumas características existentes na área de atual localização, sendo que o principal aspecto considerado foi buscar uma área em que o entorno imediato se configurasse como residencial, mas estivesse próximo de locais com disponibilidade de comércio e serviço. Assim, o terreno escolhido se localiza no bairro Centro, mais especificamente no cruzamento entre a Rua Anita Garibaldi e a Rua Distrito Federal. O entorno imediato se configura por uma área predominantemente residencial, com ruas de baixo fluxo e sem grandes interferências sonoras. No entorno mais próximo do local é existente a Associação beneficiente Lar da Criança, além da escola de ensino fundamental Lourdes Galeazzi.
6
atividades
Localização da associação aquarela pró autista
ambientes
Os atendimentos são realizados de segunda a sexta-feira e divididos entre o período da manhã e tarde, sendo que o plano de atendimento é realizado individualmente e os atendimentos possuem cerca de 30 minutos para cada atividade. Há uma demanda de ampliação, pois além dos 37 atendidos atualmente, existe uma lista de espera com 25 pessoas. As atividades desenvolvidas são:
BAIRRO SANTA CATARINA
CENTRO
Figura 3: sala da psicóloga
informática arteterapia psicóloga pedagogia assistente social musicoterapia psicomotricidade cão terapia
Figura 6: cão terapia
Figura 5: sala da arteterapia
Figura 7: sala da psicomotricidade
Figura 2: Brechó Solidário
Figura 1: Pedágio Solidário
Figura 8: pátio externo
Fonte: Figura 3, 4, 5, 7 e 8: arquivo pessoal Figura 6: <http://aquarelaproautista.org.br/ > Acesso em: 23 abril.2018
Fonte: Figura 1 e 2: Disponível em: <http://aquarelaproautista.org.br/ > Acesso em: 23 abril.2018.
Av. JOSÉ OSCAR SALAZAR - eixo comercial ÁREA VERDE PRÓXIMA A ASSOCIAÇÃO ENTORNO IMEDIADO DE ÁREA RESIDENCIAL
A proximidade com o eixo comercial é positiva, pois são locais em que os responsáveis utilizam enquanto esperam os atendidos nas terapias. Além disso, o entorno imediato se caracterica por ser uma área residencial, próximo a uma área verde.
Figura 10: terreno e entorno imediato antena telefônica
rua alberto fehlauer
terreno rua acre
Figura 12: terreno e entorno imediato única edificação em altura do entorno
terreno entorno imediato somente residencial
ASSOCIAÇÃO BENEFICIENTE LAR DA CRIANÇA ESCOLA LOURDES GALEAZZI Av. 15 DE NOVEMBRO (Via de alto fluxo que interliga a região até a Praça da Bandeira e concentra estabelecimentos de comércio e serviços). Rua Espírito Santo(Via de fluxo médio que interliga até a Av. 7 de Setembro, com estabelecimentos de comércio e serviços).
mapa de bairros de Erechim sem escala
FONTE: Prefeitura Municipal de Erechim BAIRRO DE LOCALIZAÇÃO DO TERRENO ESCOLHIDO
sem escala FONTE: Imagem de satélite Mapbox
Figura 13: terreno e entorno imediato
Figura 14: terreno e entorno imediato escola e igreja
terreno terreno
rua distrito federal
ÁREA VERDE - PARQUE LOGINES MALINOWSKI ENTORNO IMEDIADO DE ÁREA RESIDENCIAL
rua distrito federal
rua anitta garibaldi
Fonte: Figura 9, 10, 11, 12, 13 e 14: arquivo pessoal.
visual a ser explorada
A visual a ser mais explorada, apresenta uma conexão visual com outras áreas da cidade, como é possível verificar nas imagens, o que representa um ponto importante para estabeler a relação interno-externo e possibilitar o desenvolvimento da consciência corporal e cognitiva dos autistas, proporcionando diferentes percepções entre o meio e o usuário.
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regime urbanístico: plano diretor do município de erechim
As vias presentes nas áreas adjacentes ao terreno apresentam fluxo inverno leve, por se tratar de uma área que abrange grande parte do uso residencial. Sendo que a única via que apresenta um fluxo considerado moderado, é referente aos horários da escola e da igreja, assim estabelecendo essa relação temporária que não prejudicaria os atendimentos da Aquarela quanto ao ruído viário.
A´
via de fluxo moderado, em horários específicos
usos
conforme
declive do terreno
VIA
TERRENO
permissível
habitação, saúde, educação e cultura, reunião, atividade física e esportes.
5 pavimentos, limite de 18,5 m
estacionamento
taxa de ocupação
índice de aproveitamento
80% subsolo, térreo e pav. intermediário e 70% demais pavimentos
1
recuos frente
Há um desnível entre o terreno e a rua
vento reinante
altura comércio e serviços, hospedagem, automotivos, atividades temporarias, diversão, indústrias e depósitos.
Subsolo ou qualquer pavimento observada a taxa de ocupação vigorante.
Edificações de 1 a 2 pav. não comprometendo a visual do terreno
condicionantes ventos dominante
INDÚSTRIA AURORA ALIMENTOS
Figura 11: terreno e entorno imediato
fluxos viário
via de fluxo leve
terreno
rua acre
TERRENO CEMITÉRIO MUNICIPAL PIO XII
LEGENDA:
LEGENDA:
INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (IFRS)
melhor visual do terreno
CENTRO
As edificações presentes no entorno são, em maioria, de 1 pavimento, caracterizando assim a área em questão como de baixo gabarito, com prevalência de construções mais horizontalizadas. Assim é possivel explorar as visuais, estabelecendo uma relação harmoniosa com o entorno, sem descaracteriza-lo. É possivel identificar que o entorno imediato apresenta um predominio de uso residencial, sendo propicio para os requisitos de instalação da associação. Além disso, os poucos usos que se diferem, que estão mais próximos ao terreno, não apresentam grandes interferências quanto a geração de ruídos constante.
Edificações 3 pavimentos e uso residencial
Na região do Alto Uruguai há algumas APAEs, mas somente a Aquarela como entidade caracterizada por prestar atendimento somente ao autismo, estabelecendo assim importancia regional. Assim, a associação se localiza em Erechim, no bairro Santa Catarina e dentre os atendidos há pessoas dos municípios de Erebango, Ipiranga do Sul, Campinas do Sul, Gaurama e Getúlio Vargas.
FONTE: Imagem de satélite Mapbox
ASSOCIAÇÃO AQUARELA PRÓ AUTISTA
Figura 9: terreno e entorno imediato
usos e gabaritos
Edifício de 4 pavimentos e uso residencial Igreja
sem escala
FONTE: Prefeitura Municipal de Erechim
VISUAIS
O cemitério é um ponto de referência que se localiza próximo ao terreno, assim como o Parque Logines Malinowski, configurando a caractéristica de área verde que também é presente próximo a atual localização da associação. Além disso, a proximidade com a Av. 15 de novembro possibilita um acesso mais fácil ao centro comercial de Erechim, além de ser uma via que já possui muitos estabelecimentos de comércio e serviço, sendo que a Rua Espirito Santo apresenta esta mesma configuração e estabelece o acesso direto a Av. 7 de Setembro. Essa relação de proximidade com áreas de comércio mais estruturado possibilita que os pais possam frequentar durante o atendimento do autista.
análises da área de intervenção + condicionantes
Edificações de 1 e 2 pavimentos e uso residencial
mapa de bairros de Erechim sem escala
BAIRRO DE LOCALIZAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO AQUARELA PRÓ AUTISTA
atividade realizada pela ong super patas
auxilia nas interações cognitivas e sensoriomotoras
TRÊS VENDAS
Figura 4: sala da pedagogia
VIA
CORTE AA’ esc: 1:1000
lateral
com aberturas: H/15 + 1,40m e nunca inferior a 2,00m. sem aberturas: H/23 + 1,10m e nunca inferior a 2,00m.
2 metros
fundos H/20 + 2,50m e nunca inferior a 1/10 da profundidade do lote.
núcleo comercial brechó e café
auditório núcleo admnistrativo
núcleo terapêutico núcleo dinâmico e artístico
pátio interno
núcleo cozinha e apoio
Fachada vista a partir da rua Distrito Federal.
2|9
demandas A demanda atual para atendimento dos autistas resulta em cerca de 70 pessoas, considerando os horários de atendimento da Associação Aquarela Pró Autista, pode-se considerar dentro desta demanda o atendimento de 14 pessoas por dia. Além disso, não há uma restrição quanto a idade, sendo que as terapias acontecem a partir do plano de atendimento de cada um que é baseado no nível de desenvolvimento.
37 usuários + 25 15
1
acesso
atendimentos
atendidos
na lista de espera
profissionais
estacionamento. acesso confortavél para pedestres, com calçadas adequadas.
2
comercial
5 dias da semana
4
acesso
auxiliar a associação no arrecadamento da renda.
auditório
5
receptivo
3
6
receptivo
recepção para controle e direcionamento de acesso, ambiente aconchegante e receptivo.
terapêutico
artistíco
administrativo
administração, assistência social, sala dos profissionais, sala de reuniões , copa e sanitários .
administrativo
área de espera dos responsáveis
manhã e tarde média de 14 atendidos por dia média de 30min de duração de cada terapia
auditório
pequeno auditório que possibilite local adequado para eventuais reuniões, palestras ou apresentações.
comercial
brechó + café: área de comércio para
programa de necessidades dinâmico
gia, psicologia, sala sensorial, informática e
área livre
sanitário: terapias que necessitam de maior possibilidade de controle de estimulos.
10 cozinha
artístico
arteterapia e musicoterapia:
ambiência mais lúdica e dinâmica, com recursos que estimulem a criatividade, como cores, volumes, texturas.
cozinha
8 dinâmico
psicomotricidade e fisioterapia:
área livre
horta + pomar, percurso sensorial, playground e pátio interno: espaços que explorem diferentes texturas e ambientes e maior interação com a vegetação.
refeitório, cozinha e depósito de alimentos:
ambiente que estabeleça diferentes relações, com o preparo do alimento e com as visuais presentes interna ou externamente.
11
apoio
ambiente de caráter mais estimulante e dinâmico, estratégias projetuais que favoreçam e estimulem atividades mais ativas.
9
terapêutico
terapia ocupacional, fonoaudiologia, pedago-
7
praça pública
apoio lavanderia depósito sanitário
12
praça pública
espaços de estar que possibilite a integração do espaço da associação com o público, sendo uma segunda possibilidade de acesso e de espaço de espera para os responsáveis.
diretrizes A
relação entre as partes e o todo
B
buscar a materialização das relações entre as partes e o todo do edifício.
D
G
F
conforto ambiental
utilizar a forma/volume, cores, texturas, materiais etc para promover uma linguagem legível.
H
ambiências
promover relações entre ambiente interno e externo, principalmente associado a áreas vegetadas.
legibilidade e identidade visual
espaços dinâmicos, a fim de proporcionar aspectos sensoriais e interação do invíduo com o meio.
relação interno-externo
possibilitar a multifuncionalidade dos espaços, a partir de recursos flexíveis.
integração dos ambientes a partir de divisórias moveis
E
espaços interativos/dinâmicos
C
ESPAÇOS multifuncionais
explorar soluções para iluminação e ventilação natural, eficiência energética e conforto térmico.
I
cores, texturas e materiais
compor ambiências coerentes com as funções do espaço, enfatizando as relações sensitivas.
zoneamento
composições harmonicas a partir de cores, texturas e materiais, sem sobrecarregar os ambientes.
conceito PERCEPÇÃO
zoneamento baseado nas percepções sensoriais, além de zonas funcionais, possibilitando maior legibilidade no edifício.
partido
O conceito de percepção remete a forma de aprender a perceber o espaço por meio dos sentidos, a partir da proposta de que os estímulos estejam presentes na composição dos ambientes, seja objetiva ou subjetivamente. Assim, buscando o propósito de que o espaço seja uma forma de auxiliar no desenvolvimento sensorial das pessoas com Transtorno do Espectro Autista, em conjunto com as terapias. Dessa forma, a relação entre o indivíduo e o ambiente é fundamentada, principalmente, na percepção e consequentemente na estimulação dos sentidos, o que vai refletir em todo o projeto, buscando respeitar as características dos autistas. Por isso, a lógica de composição se da primeiramente a partir do entendimento das partes, para que em segundo plano seja possível uma compreensão do todo, visando constituir a integração sensorial respeitando as limitações dos usuários, estimulando o sensorial de forma legível.
1
1
Núcleos definidos através de um zoneamento baseado nos estímulos sensoriais. Proporcionando clareza em relação as partes.
2
Todos os núcleos consolidando o todo, sendo este a unidade da associação aquarela pro autista.
3 2
Circulações de simples compreensão que que promovam clareza na relação entre as partes (núcleos) e garantam maior autonomia aos autistas.
volumetria
volumes mais horizontais
3
visual a ser explorada
1
COMPREENDER AS PARTES possibilitar a compreensão das partes a partir dos estímulos sensoriais, com a composição do ambiente de forma legível.
2
COMPREENDER o todo
as partes compreendidas em conjunto possibilitará um entendimento do todo e uma integração na forma de perceber e responder aos estímulos.
adaptação ao terreno
3 meio e indivíduo
a partir dessas compreensões estimular o desenvolvimento da habilidade de organizar e interpretar as sensações,respondendo apropriadamente ao ambiente.
volumes mais horizontais
explorar visual
recortes a partir de identificação dos núcleos
acessos claros e valorização das visuais
cantos arredondados, evitando quinas repentinas e auxiliando no deslocamento do indivíduo com TEA.
3|9
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ZONEAMENTO
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zoneamento sem escala
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NÚCLEO COZINHA
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O zoneamento foi pensado para que as áreas sejam agrupadas não apenas conforme suas funções, mas também em relação aos aspectos sensoriais que cada ambiente remete. Assim, não foram estipuladas zonas funcionais generalizantes, e sim considerado, principalmente, as percepções sensoriais dos usuários. Considerando também a relação conceitual que o projeto procura trabalhar a partir da percepção, respeitando o entendimento das partes e a compreensão do todo, como forma de gerar a relação entre o meio e o indíviduo, buscando estimular o desenvolvimento da habilidade de organizar e interpretar as sensações, respondendo apropriadamente ao ambiente. Dessa forma, gerar os núcleos a partir dos aspectos sensoriais e zonea-los partindo desse principio é determinante para proporcionar a percepção sensorial. Assim, os ambientes foram agrupados, em núcleos, como por exemplo o núcleo terâpeutico que aborda terapias que necessitam de um ambiente mais calmo e tranquilo para acontecerem, já que são atividades que exigem de mais foco e concentração, por isso foram agrupadas e alocadas no zoneamento em um local do terreno que não possui grandes interferencias de ruídos. Em contraponto, os núcleos artístico e dinâmico estabelecem atividades mais ativas, dinâmicas e que vão explorar a criatividade, portanto estão agrupadas e no zoneamento próximas de áreas que vão favorecer o uso e contribuir na relação dos sentidos. Além disso, foi pensado em um zoneamento que possibilite a gradação entre as áreas públicas e privadas.
LV BE
N
7 8 9 + 10
1 acesso 2 comercial 3 receptivo 4 + 11 4 auditório 5 administrativo 6 terapêutico 6+5 7 artístico 8 dinâmico 9 área livre 10 cozinha 3 11 apoio 12 praça pública 1 + 12 2
auditório e núcleo de apoio mais próximo as vias como forma de facilitar o acesso. núcleo terapêutico e administrativo, situados em uma área mais tranquila do terreno, com presença de barreiras (praça ública e auditório) em relação as ruas, garantindo espaços com menor inteferencia sonora. Demarcados como núcleos diferentes a partir de espaços de transição e com a possibilidade de explorar a visual, garantindo maior relação interno-externo. acesso principal, configurando uma área pública, mas com recepção para direcionamentos, área em que é possível explorar a visual como primeiro plano. área mais pública, conformando os acessos, estacionamento e praça pública e o núcleo comercial, próximo a área de acesso e a via, buscando maior visibilidade.
NÚCLEO DINÂMICO
NÚCLEO ARTISTICO
ÁREA LIVRE (PÁTIO INTERNO)
núcleo artístico, dinâmico, cozinha e área livre, configurando espaços interativos entre si, seja visual ou fisicamente, explorando a relação dos espaços ao ar livre, estabelecendo conexão entre interno-externo e uma forma mais dinâmica que promova a maior interatividade e criatividade, já que são elementos que as terapias disponiveis nesses núcleos abordam.
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5.50
5.50
NÚCLEO TERAPÊUTICO
NÚCLEO RECEPTIVO
NÚCLEO COMERCIAL
área livre
estacionamento
apoio
NÚCLEO ADMINISTRATIVO
NÚCLEO AUDITÓRIO zoneamento núcleos - segundo pavimento sem escala
zoneamento núcleos - primeiro pavimento sem escala
administrativo praça terapêutico pública acesso comercial auditório vista 2
administrativo
laje i=2%
comercial pátio área livre interno refeitório
An Rua
auditório
laje i=2%
dinâmico e artístico
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terapêutico
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implantação escala: 1/500
N
vista 2
4|9
Rua Distrito Federal C
B
parque piso: emborrachado
percurso sensorial
tanque de areia
parque piso: terra pátio externo piso: concreto polido
laje i=2%
parque piso: grama
pomar
horta
laje i=2%
área descanço piso: emborrachado
gás sala terapia ocupacional a: 26m²
elevador
acesso serviço
sala fonoaudióloga a: 26m²
circulação
recepção
wc
5.50
sala sensorial a: 23m²
brechó a: 84m²
sala psicóloga a: 15m²
coxia
palco
circulação circulação/ transição sala de reuniões a: 32m²
sala informática a: 23m²
wc
i=20%
copa a: 17m²
bwc a:5,2m²
sala dos profissionais a: 17m² projeção da
bwc a:5,2m²
wc a: 13m²
A auditório a: 165m²
i=9%
café a: 48m²
sala pedagogia a: 26m²
wc a: 13m²
i=9%
acesso veículos
cozinha a: 49m²
2.00
sala assistência social a: 22m²
secretaria a: 27m²
pátio interno
varanda café
área de apresentações externas
projeção da cobertura
Rua Adalberto Fehlauer
Rua Anita Garibaldi
laje i=2%
A
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cobertura
foyer
praça pública
estacionamento
3% i=8,3
i=8,33
%
praça pública acesso principal piso: concreto polido acesso veículos
5.50
acesso veículos
B
C
Rua Acre
planta baixa - primeiro pavimento escala: 1/200
Rua Distrito Federal C
B
parque piso: emborrachado
percurso sensoria
l
projeção da cobertura
tanque de areia
parque piso: terra pátio externo piso: concreto polido
bwc a: 5m² circulação/ transição
parque piso: grama
pomar
horta
cisterna
pátio interno a: 140m²
cozinha a: 23m²
depósito de alimentos a: 20m² acesso
circulação
bwc a: 5,6m²
A
elevador
projeção do primeiro pavim ento
i=20%
varanda acessada a partir do café, buscando estabelecer uma relação visual indireta com outras áreas da associação.
12.00
segundo o dimensionamento realizado a partir da NBR 5626, é necessário reservatório para 4.000L de água, com reserva para até 2 dias. O projeto conta com 6.000L.
3.000L
8.90
5.50
2.00
circulação
área de apresentações externas
circulação
B
via
bwc a: 5,2m²
Rua Adalberto Fehlauer
Rua Anita Garibaldi
acesso serviço
acesso veículos
circulação/ a: bwc 5,2m² transição
refeitório a: 61m²
lavanderia a: 10m²
A
sala psicomotricidade a: 53m²
bwc a: 5,2m²
sala arteterapia a: 48m²
depósito a: 14m²
gás
sala fisioterapia a: 67m²
sala musicoterapia a: 47m²
horta
área descanço piso: emborrachado
N
cozinha
C Rua Acre
claraboias de iluminação direta, proporcionando a relação de percepção quanto a iluminação natural, sendo que como as terapias locadas no primeiro pavimento necessitam de maior possibilidade de controle de estímulos, as clarabóiais estão localizadas nas áreas de circulação.
painés de vidro, buscando explorar a visual existe como plano de fundo na área receptiva.
3.000L
café
sala de terapia ocupacional
recepção
calçada acesso serviço
bwc
circulação
auditório com capacidade para 70 pessoas, configurando o volume mais vertical, assim como o núcleo comercial, localizado mais próximo a via, facilitando o acesso.
planta baixa - segundo pavimento escala: 1/200
projeção da escada
projeção da arquibancada
elevador
sala de circulação informática
circulação/ transição
sala de reuniões 5.50
sala dos profissionais
wc
wc
auditório
calçada
corte AA escala: 1/200
via
5|9
claraboias Além da sua principal função de possibilitar a entrada de luz natural, as claraboias foram utilizadas também como forma de estabelecer uma interação com o edifício. Assim, foi trabalhado com duas formas diferentes, sendo a primeira responsável por receber iluminação de forma indireta e pode ser apropriada como banco e a segunda, responsável pela recepção de luz direta que possui uma volumetria diferente e busca despertar curiosidade e o interesse quanto a forma, além de proporcionar diferentes relações e percepções a partir da observação dos ambientes de um ângulo diferente. Por isso, a cobertura sendo acessível, além de explorar a relação interno-externo e todo o contexto visual do entorno, promovendo a consciência corporal, cognitiva e ambiental dos autistas ainda estabelece a relação entre o indivíduo e o meio, a partir da interação com o próprio edifício.
claraboia iluminação indireta
conexão visual, promovendo a relação interno-externo que auxília no desenvolvimento da consciência corporal e ambiental, explorando,a partir do desnível, a visual existente para outras áreas da cidade.
as claraboias localizada no segundo pavimento são para iluminação direta e indireta, já que são salas mais amplas e atividades mais dinâmicas que podem obter mais estímulos sensoriais. Assim, buscou-se explorar diferentes formas de relação com a luz natural, a partir de elementos que pudessem ser interativos.
claraboia iluminação direta
claraboia de iluminação indireta, buscando estabelecer um ambiente bem iluminado a partir da luz natural e configurando um volume diferente na área de acesso.
15.00
8.90
acesso principal
5.50
2.00 1.00
tanque de areia
via
área livre
via
pátio
calçada
a praça pública busca explorar espaços de estar, com contato com a natureza, estabelecendo maior relação com o público externo, além de configurar um segundo acesso que direciona ao auditório.
corte BB escala: 1/200
auditório com capacidade para 70 pessoas, respeitando a curva de visibilidade e os ângulos para as placas de reflexão, garantindo qualidade acústica.
auditório com possibilidade de abertura do palco para apresentções ao ar livre e área livre garantindo um espaço para asistir as apresentações, buscando maior interatividade e relação entre o indivíduo e o meio.
15.70 15.00 8.90 calçada 5.50
praça pública auditório
3.00 2.00 1.00
área livre calçada
materiais Os materiais são meios importantes de explorar as percepções sensoriais. Segundo Laureano (2017), é interessante a utilização de superfícies lisas e resistentes como forma de garantir maior conforto aos autistas, por isso a prioridade de trabalhar com materiais com essas características. Assim, foi utilizado sistema estrutural de alvenaria convencional - pilar e viga - revestida com argamassa, para obter superfície mais lisa, além da cor branca como base neutra do edifício. Além disso, a maior parte do piso foi trabalhada com o concreto polido, possibilitando diferente textura e aspecto visual, a partir do princípio de superfícies lisas e resistentes. Diferentes texturas são de suma importância para explorar as percepções sensoriais a partir da materialidade, por isso embora o edifício possua em primeiro plano uma base mais neutra, como mencionado anteriormente, foi utilizada cores e texturas diferentes para propiciar diferentes relações, como o piso de madeira nas salas do núcleo terapêutico, garantindo maior sensação de conforto, as cores com a intenção de provocar estímulos referentes as atividades do ambiente, como os tons de azul e verde no núcleo terapêutico buscando estimular a calma, paciência, foco e consciência ambiental e tons de vermelho, laranja e amarelo nos núcleos artístico e dinâmico, estimulando a dinâmica, energia, criatividade.
via
corte CC escala: 1/200
concreto
superfície lisa e resistente
vidro
terra
proporcionar transparência, relação visual, interno - externo e consciência ambiental.
Na área livre, foi trabalhado com diferentes materiais como a grama, areia e terra, já que muitos autistas possuem restrição quanto a essas texturas. Assim, utilizadas em locais de uso mais divertido, como o parque, é uma alternativa de estimular maior contato com esses elementos.
areia madeira
maior sensação de conforto
cores
como forma de promover estímulos adequados para cada ambiente.
grama
6|9
PRIMEIRO PAVIMENTO NÚCLEO RECEPTIVO 5.10
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5.50
NÚCLEO RECEPTIVO
O núcleo receptivo busca proporcionar relações interessantes com o indivíduo na área de acesso, com uma área aberta e ampla a relação entre interno-externo é bem presente, com uma cobertura que avança além dos edifícios criando um espaço convidativo, além de estabelecer uma relação visual com a paisagem existente, através dos painéis de vidro. Há também a relação visual com a praça pública que estabelece um espaço ao ar livre com áreas mais vegetadas. O volume se evidencia com os cantos arredondados, evitando assim as quinas repentinas e auxiliando os autistas quanto o deslocamento no edifício, já que se tem um maior direcionamento. A claraboia de iluminação indireta, além de proporcionar um ambiente mais iluminado, configura um volume diferente na área de acesso, buscando causar a curiosidade e despertar diferentes sensações e percepções através do olhar por outros ângulos.
conforto lumínico texturas espaços ao ar livre cor amplidão
interno - externo
volumetria dinamicidade
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5.50
NÚCLEO TERAPÊUTICO
O núcleo terapêutico possui as terapias que necessitam de maior concentração e foco nas atividades, por isso foi utilizado cores que remetam a essas características, no interior e exterior do núcleo. A parte externa, possui a visual direcionada para uma área mais vegetada (praça pública), estabelecendo essa relação interno-externo. A fachada foi pensada como forma de diferencia-la, evidenciando um uso diferente, por isso busca remeter um caráter mais lúdico com os elementos verticais coloridos que proporcionam uma dinamicidade e interatividade com o edifício e podem estabelecer um estímulo visual, tátil e sonoro.
ambientes internos terapia ocupacional | fonoaudiologia | pedagogia Intro
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7 8
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A 1
Control Bloq
NÚCLEO TERAPÊUTICO
Os ambientes internos estabelecem a mesma relação da área externa quanto as cores, a partir de conceitos da psicologia das cores. Há uma dinamicidade nos ambientes, a partir da multifuncionalidade sendo salas que possuem a possibilidade de integração entre elas, já que são divididas por painéis móveis, promovendo um atendimento multidisciplinar, quando necessário, já que são atividades correlacionadas. As salas possuem um layout que permite atividades no chão ou em mesas que podem ser dispostas para grupos ou individuais, já que são módulos que se encaixam de diferentes formas. Para garantir melhor produtividade nas terapias, é necessário que o ambiente seja adaptável as demandas do autista quanto aos estímulos, por isso foi trabalhado com brises móveis, possibilitando o controle da luz natural, também é possível obter diferentes cenas de iluminação artificial, através dos rasgos criado no forro. Além disso, é um núcleo que possui isolamento acústico com lã de PET.
multifuncionalidade mobiliários
identidade visual layout iluminação texturas
conforto acústico
cor
conforto lumínico
mobiliários
Os mobiliários respeitam a questão da ergonomia, com mobiliários adequados para crianças e adultos. As mesas são módulos que podem ser configuradas de diferentes formas, seja coletiva ou individualmente. Os cantos arredondados foram utilizados para compor o espaço de relaxamento, com um mobiliário mais confortável e despojado e a delimitação do espaço com cor, proporcionando uma identidade visual quanto ao uso.
armário alto para uso mais restrito
início meio
mesa - módulo individual
fim
mobiliário para uso individual, com altura para criança e adulto, baseado no método TEACHH que determina a indicação de início, meio e fim para as atividades.
mesa - combinação de módulos diferentes alturas
7|9
SEGUNDO PAVIMENTO pátio interno| arteterapia| refeitório 2
NÚCLEO COZINHA
1
3
ÁREA LIVRE (PÁTIO INTERNO)
4
NÚCLEO ARTISTICO
circulação
sala de arteterapia
pátio interno refeitório
projeção primeiro pav.
conexão visual
Os ambientes estabelecem conexão visual entre si e entre a área externa, explorando as visuais como forma de buscar estimular a relação entre o indivíduo e o meio. As cores utilizadas no segundo pavimento são cores mais vibrantes e que segundo os conceitos da psicologia ambiental buscam estimular atividades mais dinâmicas e a criatividade. A iluminação natural foi amplamente explorada, através das esquadrias e claraboias que aparecem nos ambiente de buscando captar a iluminação direta e indireta, trazendo diferentes percepções.
conforto lumínico
cor
interno - externo
1
pátio interno
O pátio interno configura um ambiente amplo e multifuncional, que pode se adaptar para diversas atividades. Se localiza entre o refeitório e a sala de arteterapia, por isso estabelece uma conexão visual direta entre esses ambientes e uma relação entre interno-externo.
mobiliários texturas amplidão multifuncionalidade distâncias interpessoais interno - externo dinamicidade
Os mobiliários presentes na área do pátio interno buscam fortalecer a questão da dinamicidade e multifuncionalidade do espaço, podendo se configurar de diferentes formas. Além disso, promove aos usuários a questão da distância interpessoal, proporcionando distâncias adequadas para o contato ou não-contato com a possibilidade de apropriação do espaço de diferentes formas, seja individual ou coletivamente.
2
cozinha e refeitório
A cozinha e o refeitório são ambientes visualmente integrados entre si e com a área externa, promovendo a relação com o preparo do alimento e com as visuais presentes. A interação com esse tipo de atividade é importante, uma vez que estimula o aprendizado de tarefas cotidianas. Os mobiliários apresentam a questão ergonômica, sendo adequado a crianças e adultos e buscam remeter a um ambiente mais alegre com a utilização das cores, para que seja um espaço convidativo, já que é comum que os autistas apresentam restrição alimentar é importante que o ambiente seja agradável e estimulante.
mobiliários
interno - externo
mesa para adultos
cor
texturas
mesa para crianças
3
sala de arteterapia
A sala de arteterapia busca estimular a criatividade, por isso foi trabalhada a partir de um aspecto lúdico, através das cores e elementos presentes. As esquadrias funcionam como um painel pivotante e proporciona diferentes configurações para entrada de luz natural, causando assim diferentes aspectos e percepções no ambiente, além de remeter a um caráter dinâmico ao espaço com a interatividade do meio e usuário. A proposta para o espaço é que seja bem iluminado, portanto além da iluminação artificial, são presentes as claraboias de iluminação direta e indireta, promovendo diferentes percepções.
mobiliários
cor interno - externo iluminação conforto lumínico
dinamicidade
mobiliários compostos a partir de módulos, sendo acessivel para diferentes alturas.
4
circulação/transição
No projeto, há corredores que além da função básica de espaço de circulação se configura também como um espaço de transição deum núcleo para outro. Para enfatizar essa relação e estabelecer um conforto maior eles foram trabalhados com uma dimensão um pouco mais ampla e que possa ser utilizado para outras funções também. Na imagem, o espaço de circulação faz também a transição entre o núcleo dinâmico e os sanitários, além de possuir o guarda-volumes. Assim como em todo projeto, foi trabalhado com a iluminação natural através das claraboias. Como a as atividades da associação buscam desenvolver atividades cotidianas, os sanitários foram projetados individualmente, com chuveiros, para que possa ser associado as atividades em casa, além de promover a autonomia. A identidade visual esta presente nas portas, buscando retratar um ambiente mais lúdico ao mesmo tempo de facilitar a informação por meio do visual.
identidade visual
mobiliários
cor
multifuncionalidade
8|9
ÁREASCOBERTURA EXTERNAS
A cobertura acessível proporciona diferentes relações entre o usuário e o meio, sendo primeiramente a relação entre o interno e o externo, como forma de contemplar a paisagem existente e estabelecer relações sensoriais, assim como o desenvolvimento da consciência corporal, cognitivo e ambiental, favorecendo assim para o estímulo da integração sensorial, no sentido de perceber os estímulos sensoriais e saber assimilar e responder adequadamente aos estímulos. Além disso, há uma relação visual com o próprio edifício, sendo que a área externa ao café possui uma conexão visual com o pátio interno e a sala de arteterapia, possibilitando que os pais ou a comunidade externa observe as atividades que estão sendo desenvolvidas de forma indireta, sem que atrapalhe o rendimento das terapias. As claraboias presentes na cobertura, além de garantir a função de iluminação natural aos ambientes, proporciona uma interatividade e dinamicidade entre o usuário e o meio, provocando diferentes percepções com a possibilidade de observar o interior do edifício a partir de outra perspectiva.
Praça pública A praça pública estabelece vários aspectos para a associação, sendo que proporciona a relação com uma área livre vegetada, com árvores de pequeno porte e arbustos, além de plantas aromáticas nos canteiros, estimulando o sensorial olfativo. O espaço promove maior integração com a comunidade externa, por configurar ambientes de estar, sendo também uma área de apoio a vizinhança que é constituída majoritariamente por edifícios residenciais. Além disso, também é um espaço de apoio aos acompanhantes dos atendidos da Aquarela, sendo mais uma possibilidade de ambiente de espera. A praça também é uma opção de acesso secundário, sendo que direciona diretamente ao auditório, como um espaço de chegada.
A área posterior do auditório é voltada para a área livre, com o palco apresentando a possibilidade de se abrir para uma área de apresentação ao ar livre.
área livre ÁRVORES FRUTÍFERAS
HORTA
BRINQUEDOS DE ESTÍMULO SENSORIAL AUDITIVO
A área livre promove a interação com áreas mais vegetadas, com árvores frutíferas e plantas aromáticas, além de diferentes texturas, como a terra, areia e grama nas áreas do parque como forma de estimular o contato com os materiais, já que muitos autistas possuem restrições com essas texturas. Os brinquedos do parque buscam estimular vários sentidos, sobretudo o de propriocepção (senso do corpo no espaço), com elementos de escalada, pular e balançar, auxiliando no desenvolvimento do equilíbrio, coordenação e postura corporal. Há também brinquedos que estimulam o sentido auditivo, com a emissão de sons. Ainda com a intenção de explorar as texturas, foi criado um percurso sensorial, com diferentes texturas, como areia, pedra, grama, madeira que pode ser utilizado como meio de brincadeiras para ajudar a processar os sentidos e a coordenação motora de forma lúdica.
PERCURSO SENSORIAL PLANTAS AROMÁTICAS
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