AUTISMO E ARQUITETURA - sede para a Associação Aquarela Pró Autista.

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AUTISMO E ARQUITETURA

sede para a associação Aquarela Pró Autista


Aline Garavelo Epifanio

AUTISMO E ARQUITETURA

sede para a associação Aquarela Pró Autista Erechim - RS

Trabalho final de graduação I, submetido como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade Federal da Fronteira Sul.

Orientadora: Melissa Laus Mattos

Erechim, 2018.

AGRADECIMENTOs: A minha família, agradeço por todo incentivo e apoio para chegar até aqui. Ao meu irmão Caio, agradeço e dedico este trabalho como forma de retribui-lo por me ensinar a ver o mundo de uma nova forma, mais azul e singelo. A associação Aquarela Pró Autista, que desde sempre me permitiu conhecer e participar das atividades, por isso sou extremamente grata por todo conhecimento e experiência que me proporcionaram. E também, aos meus professores (as) durante o curso, por todo conhecimento e aprendizagem, sobretudo a professora Melissa Mattos por me orientar na construção deste trabalho.


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SUMÁRIO

Introdução 1.1: Objetivo geral 1.2: Objetivos específicos

Autismo 2.1: Transtorno do espectro autista 2.2: Características + grau de autismo 2.3: Percepção sensorial 2.4: Histórico 2.5: Estatísticas Autismo + Arquitetura 3.1: Integração sensorial + psicologia ambiental + ambiência 3.2: Elementos de estimulação sensorial 3.3: Elementos construtivos 3.4: Conforto ambiental 3.5: Estudo de referências

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Associação Aquarela Pró Autista 4.1: Apresentação 4.2: Localização 4.4: Atividades + ambientes

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Localização da proposta 5.1: Escolha do terreno 5.2: Acessos 5.3: Análises da área de intervenção 5.4: Análises das condicionantes 5.5: Visuais do terreno

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Proposta para sede da Associação Aquarela Pró Autista 6.1: Demandas 6.2: Conceito 6.3: Diretrizes 6.4: Programa de necessidades + Pré-dimensionamento 6.5: Ambiências 6.6: Zoneamento 6.7: Partido arquitetônico Referências 7.1: Referências bibliográficas 7.2: Lista de figuras

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23 23 23 24

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introdução


1 INTRODUÇÃO

1.1 o

O presente trabalho visa compreender as necessidades de um ambiente terapêutico voltado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista que possa ser utilizado como forma de proporcionar um trabalho funcional nas terapias, promovendo aspectos sensoriais e de percepção, auxiliando assim no desenvolvimento do autista a partir da interação do indivíduo com o meio em que se insere. Como produto final, será elaborado o material de referencial teórico e gráfico, buscando entender essas relações para que possa ser desenvolvido o projeto arquitetônico para a Associação Aquarela Pró Autista, situada na cidade de Erechim-RS. A motivação para trabalhar com o autismo surgiu primeiramente pela vivência em relação ao tema e posteriormente, pela aproximação com a Associação Aquarela Pró Autista, a partir da participação como trabalho voluntário. Através dessa experiência, foi possível acompanhar o trabalho que é realizado na associação, assim como perceber suas demandas, sobretudo em relação ao espaço. As sensações e percepções do ser humano estão diretamente relacionadas ao ambiente que o envolve, afetando seu comportamento. A interação comportamental do homem com o ambiente contextualiza as necessidades e a compreensão do uso dos espaços (LAUREANO, 2017). Entendendo as relações entre o meio e o indivíduo, notou-se que geralmente as instituições de terapias para autistas funcionam em locais adaptados, sem considerar a concepção do ambiente. Além de identificar que a maior parte das pesquisas realizadas sobre o tema são associadas as questões psiquiátricas e pedagógicas. Portanto, a partir dessas problemáticas este trabalho tem como intenção contribuir na relação entre o indíviduo com TEA e o ambiente em que se insere.

ral e g o iv t e bj

Propor a sede da Associação Aquarela Pró Autista, na cidade de Erechim-RS, como forma de promover um espaço que proporcione um trabalho funcional nas terapias, estabelecendo aspectos sensoriais e perceptivos aos indiví- duos com autismo.

S ÍFICO PEC

1.2 OBJE TIVO SE

- Compreender os aspectos de relação dos indivíduos autista e o meio, a partir das características que apresentam; - Entender como a arquitetura pode estar associada aos aspectos sensoriais; - Utilizar referenciais teóricos que contribuam na concepção dos estímulos sensoriais que serão propostos para os ambientes; - Assimilar como os ambientes podem auxiliar nas terapias de pessoas com TEA, a partir de aspectos sensoriais e perceptivos.

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autismo


2.1 transtorno do espectro autista O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é a terminologia mais atual utilizada para definir o autismo. Se trata de um transtorno do neurodesenvolvimento, o qual apresenta um conjunto de síndromes com diferentes características concomitantes que, basicamente, influenciam na capacidade de comunicação, socialização e comportamento do indivíduo. Como a manifestação dessas características não ocorre uniformemente, os indivíduos com TEA apresentam inúmeras singularidades e complexidades, seja quanto a relação social, relação do indivíduo com seu meio ou aos aspectos sensoriais. A causa do autismo ainda não é comprovada cientificamente, mas há estudos que apontam a origem como relações multifatoriais que podem estar vinculadas a aspectos genéticos, bioquímicos e/ou ambientais. Segundo Russo (2017), a relação genética é referente aos estudos de gene e não ao código genético (DNA), que influenciam no desenvolvimento do cérebro e na produção de neurotransmissores, os fatores bioquímicos são relativos a alterações de compostos no neurotransmissor e os fatores ambientas diz respeito ao ambiente de convívio do indivíduo.

Somos todos diferente! Algumas diferenças são fáceis de ver, outras não. Meu cérebro está conectado de uma forma que afeta os sentidos, por isso tenho uma forma diferente de ver o mundo.

2.2 características + grau de autismo As características presentes no individuo autista, geralmente, estão relacionadas a socialização, comunicação, e aspectos sensoriais. A linguagem é uma característica bastante afetada, e apresenta prejuízo nas formas de comunicação, seja verbal ou não-verbal. Segundo Klim (2006), de 20 a 30% dos indivíduos autistas nunca desenvolvem a fala, portanto é comum que utilizem a comunicação não verbal, seja por meio de figuras ou apontamentos. Mesmo quando há o desenvolvimento da comunicação verbal, é recorrente que seja sem a intenção da comunicação, e com presença da ecolalia, ou seja, a repetição de palavras. A estereotipia (comportamento repetitivo) pode estar presente na fala, movimentos motores ou na utilização de objetos. Além disso, outras características que geralmente são presentes é o distúrbio do sono e alimentar, esse que pode envolver a aversão, seletividade e/ou compulsão alimentar. Há resistência quanto a mudanças ou inflexibilidade a rotina. Essas características não afetam os indivíduos com TEA igualmente, pois o autismo está associado a neurodiversidade, portanto a presença das características de forma singular em cada indivíduo está relacionada a complexidade do tema e busca ser especificado grupos comuns dentro do autismo, a partir da classificação do grau. Segundo Russo (2017), o grau do autismo é baseado no nível de dependência do indivíduo, podendo ser severo (nível 3) com grave déficit nas habilidades de comunicação, interação, comportamento e cognição reduzida. O grau moderado (nível 2), apresenta as mesmas condições anteriores, contudo em menor intensidade. E o grau leve (nível 1) é destinado a indivíduos que necessitam de pouco suporte, pois geralmente possuem as habilidades bem desenvolvidas, mas com problemas de organização e planejamento. Também são designados autistas leves (ou Aspeger) os indivíduos que possuem alto funcionamento e elevado índice intelectual.

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2.3

percepção sensorial

Os indivíduos com TEA possuem uma diferenciação na forma de percepção sensorial, pois enquanto os neurotípicos conseguem perceber o espaço com base nos sentidos de forma coletiva, os autistas possuem essa percepção fragmentada. Segundo Gaines et al. (2016), a capacidade de perceber os sentidos, como olfato, visão, paladar, som, tato, movimentos (vestibular) e o senso do corpo no espaço (propriocepção) de forma conjunta é uma capacidade conhecida como integração sensorial e se torna um elemento essencial para alcançar a percepção de uma situação e saber como agir.

percepção do espaço

os autista percebem essas informações relativas ao espaço de forma fragmentada

os neurotípicos percebem as informações que constituem espaço de forma conjunta

percepção dos sentidos

visão

+ + + + + + audição

olfato

tato

paladar

integração sensorial

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vestibular

Conseguir perceber os sentidos de forma conjunta está ligado a Integração Sensorial, sendo esta a habilidade em organizar, interpretar sensações e responder apropriadamente ao ambiente.

proprioceptivo


O déficit que as pessoas com autismo possuem quanto a integração sensorial pode se manifestar de forma hipersensível ou hiposensível, ou seja, pelo excesso ou falta de estímulos. E isso vai acarretar comprometimento nas habilidades lúdicas e comportamentais. Ainda de acordo com Gaines at al. (2016), as crianças hiposensiveis criam ou geram experiências sensoriais próprias por prazer ou como forma de bloquear estímulos desagradáveis. Já as hipersensíveis, podem ser facilmente sobrecarregadas por informações sensoriais recebidas. Os indivíduos possuem uma dificuldade em obter uma rápida mudança entre estímulos diferentes e isso pode gerar comportamentos repetitivos, compulsivos e até mesmo auto-lesivos. Sendo que essa disfunção na integração sensorial muitas vezes está relacionada aos atrasos na linguagem. Esses comportamentos podem ser resultados de uma tentativa do indivíduo de gerar uma experiência sensorial ou de manter o controle após uma sobrecarga sensorial.

o Déficit na integração sensorial nos autistas faz com que os sentidos se manifestem de forma confusa

manifestação de forma hipersensível: recepção dos estímulos sensoriais de forma excessiva

manifestação de forma hiposensível: recepção dos estímulos sensoriais de forma amena e as vezes até nula 4


percepção sensorial quanto a hipo ou hipersensíbilidade sentidos

visão

audição

olfato

hiposensível

hipersensível

- Desconsidera pessoas ou objetos no - Se incomoda com cores brilhantes e luz ambiente; solar intensa; - Visualiza apenas contornos de objetos; - Se distrai facilmente com movimentos; - Gosta de cor brilhante ou luz solar - Olha fixamente para pessoas ou intensa. objetos. - Não responde quando é chamado pelo nome; - Gosta de ruídos; - Gosta de fazer barulhos excessivos e altos.

- Muito sensível a ruídos altos; - Identifica os sons antes das pessoas neurotipicas; - Não gosta de ruídos de fundo.

- Ingere objetos não comestíveis; - Busca cheiros fortes; - É isento a alguns aromas.

-Seletivo quanto a alimentos, só ingere a partir de texturas, cheiros ou temperatura que o agrade.

- Utiliza o toque de forma excessiva e desnecessária (a pessoas e objetos); - Possui resistência quanto a dor; - Possui resistência a temperaturas extremas.

- É sensível a certos tecidos; - Não se agrada com toques; - Não gosta de ficar molhado ou descalço.

- Movimenta-se de forma excessiva e desnecessária; - Fica entusiasmado com tarefas que envolvam movimentos;

- Aparenta-se desiquilibrado; - Se incomoda quando os pés ficam fora do chão ou de cabeça para baixo.

- Inconsciente quanto a posição do corpo no espaço; - Confundem diferentes sensações com a fome;

- Possuem postura corporal diferente e na maioria das vezes desconfortável; - Possuem dificuldade em manipular pequenos objetos.

paladar

tato

vestibular

proprioceptivo

Fonte: GAINES, Kristi et al. Desingning for autism spectrum disorders. Routledge, New York. p.1-205,2016. Tradução livre realizada pela autora.

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Foi utilizado a primeira vez o termo autismo pelo pesquisador Eugene Bleuler para indicar a falta de contato entre indivíduo e a realidade, contudo os sintomas eram associados a esquizofrenia adulta.

2.4

1908

histórico Hans Asperger, também psiquiatra, estudava essas limitações, contudo, em indivíduos com desenvolvimento cognitivo e assim, surgiu a Síndrome de Asperger, sendo uma condição de autismo leve.

1944

1943 O psiquiatra Leo Kanner remeteu esta nomenclatura como autismo infantil e embora analisasse os mesmos sinais que Bleuler, ele associava a uma deficiência presente desde o nascimento.

2.5

mundial

Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (2017), 1 a cada 160 crianças é diagnosticada com TEA. Já o Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC (2017), indica esse diagnostico em 1 a cada 68 crianças. 1 menina para cada 4 meninos é autista

Nesse intervalo de tempo, muitas pesquisas foram realizadas, buscando a causa, caracteristicas, métodos de tratamento e de diágnostico.

(...)

2013

O conceito de autismo foi denominado Transtorno do Espectro Autista (TEA) pelo Manual do Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) que define uma única desordem do espectro, não havendo subcategorizações

Estatísticas

nacional

No Brasil, não há um censo oficial que informe dados estatísticos sobre o autismo. Segundo o estudo “Retratos do autismo no Brasil”, realizado em 2013, estima-se que a população com autismo no Brasil é de aproximadamente 2 milhões de pessoas.

regional

Segundo o estudo “Retratos do autismo no Brasil”, a população com autismo na região Sul do Brasil é de 170.000. Além disso, Beck (2017), coletou dados de 20 municípios, de um total 497, do estado do Rio Grande do Sul que resultou em 449 casos diagnosticados com TEA.

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3

+

autismo arquitetura


3.1 Integração sensorial + psicologia ambiental + ambiência Devido a disponibilidade limitada de referências bibliográficas que abrange a relação da arquitetura com o autismo, os tópicos deste capítulo foram baseados, sobretudo, em Claudia Braz Laureano e Christopher Beaver .Os indivíduos com TEA possuem a capacidade de interação, contudo sua qualidade é comprometida em comparação com um indivíduo neurotípico, já que pode haver um déficit no mecanismo que é responsável por unir os pensamentos e as ações. Segundo Ayres (1979 apud Ludens 2015) a integração sensorial busca propor justamente a organização das informações decorrentes de diferentes sentidos, relacionando-os. Para isso, utiliza-se exercícios que buscam desenvolver habilidades como audição, compreensão, equilíbrio e coordenação. De acordo com Skinner (2006, p.23 apud Laureano 2017, p. 49), esse desenvolvimento se baseia no estimulo do sistema introspectivo (órgãos internos e vasos sanguíneos), sistema proprioceptivo (órgãos envolvendo postura e movimentos corporais) e sistema exteroceptivo (envolvendo os sentidos e a percepção do corpo). Nesse sentido, a psicologia ambiental tem como objetivo relacionar os fatores e elementos ambientais como forma de influenciar nos sentidos, percepções e consequentemente nas ações dos indivíduos em relação ao meio em que se insere. Segundo Bins Ely (1997), a abordagem da relação entre pessoa e ambiente significa para psicologia ambiental a forma de apropriação do espaço, nos níveis subjetivo e objetivo, com o primeiro relacionado aos fatores interpessoais e o segundo as condições de conforto e qualidade do ambiente. Assim, a ambiência se torna um fenômeno importante para relacionar esses atributos, pois de acordo com Villela (2017), nela expressam os sentidos humanos por meio das texturas, iluminação, sons e cores relacionados a dimensão cultural. Sendo a percepção um fator fundamental para a teoria da ambiência, que acaba por se firmar a partir de controles do ambiente, suporte social e estímulos multissensoriais associado a capacidade de dar significado ao ambiente. Portanto, a ambiência é composta por elementos que interagem e afetam o comportamento humano e os ambientes terapêuticos sensoriais são capazes de proporcionar ao indivíduo o estimulo e/ou equilíbrio da integração sensorial. Além disso, os estímulos através do ambiente é uma forma de acionar a expressão e comunicação entre o indivíduo e o espaço.

psicologia ambiental

+

integração sensorial

+ ambiência

desenvolvimento de habilidades

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3.2 elementos de estimulação sensorial multifuncionalidade

Laureano (2017) aborda o conceito de multifuncionalidade aos ambientes internos, a partir de espaços que promovam a atividade intelectual e incentive o relaxamento. Para isso, é importante que as estimulações possam ser controladas, despertando as potencialidades de cada indivíduo, através de um atendimento individualizado.

mobiliários

texturas

iluminação

As texturas e cores possibilitam um trabalho tátil e visual, podendo desenvolver a consciência corporal e cognitiva do autista. Podem estar associados a identidade visual, espacializados a partir de criação de caminhos evidentes, códigos de cores, formas simples e identificações a partir de figuras ou imagens. (Khare & Mullick 2009 apud Beaver 2006).

A iluminação pode proporcionar uma interação física e lúdica das crianças, além de possibilitar atividades mais focadas ou descontraídas, a partir da configuração da luz. Além da iluminação cenica, é possivel utiliza-la através de elementos, como sistema óptico de fibras, com a proposta de oferecer estímulos que despertam e liberam as percepções sensoriais.

layout

amplidão

Os mobiliários contribuem, com a questão da ergonomia, mas também é importante que tenha a possibilidade de dificultar o acesso de alguns equipamentos para os usuários.. Além disso, podem ser utilizados como forma de promover nichos ou barreiras, destacando assim o espaço pessoal, seja ele individual ou coletivo.

O layout dos ambientes também estabelece um espaço seguro e funcional a partir da flexibilidade, Laureano (2017) destaca alguns elementos, como painéis e divisórias moveis que proporcionem a possibilidade de usos de diferentes formas, podendo se moldar a partir da necessidade de uso individual ou coletivo por diferentes profissionais.

Utilizar a amplidão possibilita a adaptabilidade do ambiente e permite o ajuste das distancias interpessoais. A flexibilidade está relacionada com esse fator, que pode ser promovido a partir dos elementos de estimulação sensorial (iluminação, materiais, diferenciação de pés-direitos etc).

distâncias interpessoais

identidade visual

espaços ao ar livre

Gifford (1997 apud Barros et al. 2005) aborda esse conceito a partir das distancias adequadas para o contato ou não-contato, pois distâncias muito próximas podem gerar sensação de invasão do espaço pessoal e se muito afastada, sensação de frieza.

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Identidade visual e legibilidade são importantes elementos de composição do espaço para estimular a independência das pessoas com TEA, pois como possuem uma ótima memória visual promover essas informações visuais concretas se tornam um importante estimulo a autonomia.

Beaver (2006) enfatiza a questão dos espaços ao ar livre, por promoverem uma parte essencial da consciência ambiental do indivíduo, podendo proporcionar a sensação de independência. Além disso, paisagens naturais, com a utilização de vegetação, proporcionam relações sensoriais, seja ela de forma visual ou apropriativa.


3.3

Elementos construtivos

dinamicidade

interno - externo

Espaços dinamicos podem estar associados a multifuncionalidade, como nas circulações, que podem agregar funções, como áreas de estar. Utilizar paredes curvas além de proporcionar um espaço dinâmico, pode ser uma estratégia para auxiliar os autistas no deslocamento do edifício, pois eles procuram evitar esquinas repentinas.

Promover diferentes relações entre os ambientes interno e externo, a partir da paisagem urbana do entorno e da criação de paisagens naturais através do paisagismo, auxiliando no desenvolvimento da consciencia corporal, cognitiva e proporcionando diferentes percepções e relações entre o meio e o usuário.

volumetria

cor

Laureano (2017) aborda que o volume arquitetônico pode ser constituído de forma livre, desde que não interfira na funcionalidade e acessibilidade do espaço, sendo importante sempre buscar estimular a autonomia dos autistas, seja objetiva ou subjetivamente.

3.4 conforto acústico

Laureano (2017) aborda a importância da qualidade acústica nos ambientes terapêuticos, tanto em relação ao som produzido no interior quanto ao que provém do exterior do ambiente. Portanto, é importante que determinar a materialidade em relação a absorção de ruído, recursos e estratégias para promover qualidade acústica, além de estipular essas relações no zoneamento do projeto.

A utilização de cores pode estar associada a uma importante função no edifício, se utilizadas de forma coerente com os estímulos que se pretende, pois existem cores neutras, calmantes, perturbadoras, estimulantes, entre outras.

zoneamento

Troncoso e Cavalcante (2017) afirmam a importância de estabelecer um zoneamento baseado nas percepções sensoriais do usuário, ao invés de serem estipuladas por zonas funcionais generalizantes. Baver (2006) aborda que o zoneamento seja simples e de fácil compreensão, proporcionando maior autonomia aos usúarios.

materiais

Laureano (2017) atribui a utilização de superfícies lisas e resistentes Contudo, é importante explorar a materialidade de forma harmonica, possibilitando diferentes texturas e percepções sensoriais, mas sem sobrecarregar o ambiente.

conforto ambiental conforto lumínico

É importante permitir ampla incidencia de luz natural, pois além do efeito luminoso ainda atribui a concepção de visão nítida e direta do mundo para os autistas. Quanto a iluminação artificial, é necessário evitar um único ponto de luz no ambiente, exceto para iluminação localizada que é interessante próximas as áreas de atividades para delimitar o foco que pretende ser estipulado ao atendido.

conforto térmico

O conforto térmico é um fator para manter a qualidade interna do ambiente, por isso de acordo com Laureano (2017), deve-se estabelecer a ventilação natural proporcionando a renovação do ar, sobretudo de forma cruzada. E quando necessário a utilização de ventilação artificial, atentar-se para escolher o modelo dos equipamentos mais silenciosos possível.

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figura 1

figura 2

figura 3

Iluminação natural, amplidão e relação interno/externo.

Objeto pendurado no teto e identidicação por cor.

Relação entre o interno e externo, com paisagens naturais.

figura 4

figura 5

Relação entre interno e externo e paredes curvas.

Identidade visual, cores, texturas, materias, mobiliários, dinamicidade. figura 6

figura 7

Relação entre o interno e externo, com presença dos ambientes ao ar livre

Ampla iluminação natural. Iluminação artificial distribuída, diferentes níveis de teto e materiais que absorvem o som figura 8

Paisagem natural, diferentes percepções através dos elementos do jardim

Ambiente neutro, promovendo sensações a partir dos equipamentos. figura 10

Iluminação artificial distribuída de forma a estabelecer caminhos.

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figura 11

Cores, layout, flexibilidade, distãncias interpessoais, dinamicidade, amplidão, iluminação.

figura 9

Espaço de circulação com proposta de estimulação sonora.


figura 13

figura 12

Volumetria: cantos suavizados evitando quinas.

Relação entre o interno e externo, paisagem natural, espaço ao ar livre, materiais, volumetria, texturas. figura 14

figura16

figura 15

Paisagem natural, materiais, texturas.

Layout, identidade visual, iluminação, dinamicidade, cor, multifuncionalidade. figura 17

Iluminação, dinamicidade, cor, multifuncionalidade.

figura 18

Cor, textura, iluminação, dinamicidade, materiais, multifuncionalidade, identidade visual. figura 20

figura 19

Identidade visual, iluminação, dinamicidade, cor.

Iluminação, conforto ambiental, texturas, amplidão, dinamicidade, interno-externo. figura 21

Instalação de experiencia sensorial sonora, utilizando elementos de cor, volume, texturas.

Cor, textura, iluminação, materiais. figura 22

Utilização da água como elemento de composição.

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3.4

ESTUDO DE REFERÊNCIAS

SALA SNOEZELEN FOR BRAIN

figura 23

LISBOA, PORTUGAL

Snoezelen parte do conceito de cheirar e abraçar que foi definido por dois terapeutas holandeses na década de 70 a partir de respostas obtidas por seus pacientes com deficiências mentais ao serem inseridos em um ambiente sensorial. Assim, surgiu o conceito da Sala Snoezelen que se trata de um ambiente equipado para proporcionar estimulação sensorial, com efeito de luz, sons, cores, texturas e aromas, com objetos interativos. O espaço sensorial For Brain que aborda o conceito Snoezelen é aberto ao público e não obtém faixa etária ou alguma deficiência em específico para tratamento. O principal objetivo é proporcionar estimulação visual, tátil, auditiva, olfativa, propioceptiva, vestibular e cinestésica. Além de proporcionar formas de comunicação e expressão, seja por meio de atendimentos coletivos ou individuais.

figura 24

Experiência sensorial para idosos a apartir de apresentações figura26

figura 25

Elementos interativos - fibra óptica

figura 27

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Terapia com criança Sindrome de Down

Apresentações públicas - teatro e dança - utilizando a iluminação como cenário

Estímulo propioceptivo - equilibrio e o corpo no espaço

Além dos atendimentos coletivos e individuais, ocorrem apresentações de teatro aberdas ao público, com a utilização dos elementos sensoriais como forma de composição do cenário. Os equipamentos da sala são associados a iluminação, possibilitando o uso de diferentes cenas, projeções e fibra óptica. Há algumas terapias voltadas diretamente para o autismo, a fala, relaxamento, educação especial, tratamente de AVC, entre outros.


casa das crianças

figura 28

Espoo, Finlândia

O edifício corresponde a uma creche com o conceito foi inspirado no livro infantil “Mato Matala”, um livro infantil de Richard Scarry, abordando um aspecto lúdico nos espaços em comum e diversas áreas sensoriais. O jardim de jogos é composto por elementos que estimulam os sentidos, através das formas, cores e iluminação, além da composição de elementos paisagisticos. As áreas da creche se abrem para o jardim, estabelecendo a relação entre o interno e o externo. A composição entre os materiais utilizados são realizadas de forma harmoniosa, mas estabelecendo diferentes texturas com alvenaria e madeira. A estrutura principal do edifício é feita de concreto, com esquadrias de madeira e as claraboiasque se are possuem diferentes imagens lúdicas.

figura 31

Relação entre interno e externo e materialidade imagem 33

Jardim de jogos com elementos sensoriais figura 2912 imagem

Clarabóias com desenhos lúdicos

figura 30

Ambientes sensoriais

figura 32

Ambientes sensoriais, com textura e cor diferente

Os ambientes internos além de estabele-cerem a relação entre o interno e externo, ainda possuem vasta iluminação natural, seja elas grandes aberturas ou clarabóias que adotam aspectos lúdicos com desenhos infantis. A iluminação artificial é realizada a partir de vários pontos distribuidos no ambiente. Além disso, há ambiente sensoriais nos corredores, com paredes curvas queconformam espaços de estar como identificação por cor e textura.

Salas com grandes aberturas e ambientes multifuncionais com divisórias móveis

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4

associação

aquarela pró autista


4.1

apresentação

S PEC

T

Em 2009 surgiu um movimento em prol do autismo em Erechim, por um grupo de pais e pessoas da comunidade que viam a importância e a necessidade de obter e divulgar mais conhecimentos e informações sobre a causa. Assim, no ano seguinte, a Associação foi oficialmente constituída, sendo que no primeiro momento foi responsável por partilhar conhecimento a partir de reuniões de estudos, leituras e discussões sobre o tema com a comunidade e principalmente, com pais de autistas. No início de 2012 iniciou-se os atendimentos com objetivo de proporcionar assistência para as pessoas com autismo e também as famílias, buscando desenvolver o máximo a capacidade e o potencial dos autistas. Com a proposta de oferecer atendimento cognitivo e terapêutico multidisciplinar, a Aquarela Pró Autista utiliza de métodos como forma de auxiliar no desenvolvimento, como o PECS e o TEACCH.

O método do PECS, foi desenvolvido em 1985, para incentivar as trocas comunicativas para pessoas com TEA. Se trata de um sistema de comunicação individualizado que busca auxiliar na comunicação, através de imagens.

AE CCH O método TEEACCH ,

tem o objetivo de melhorar a interação e organização do autista, além de desenvolver a autonomia. Se trata de um programa que se baseia em um ensino estruturado, baseado no processamento visual, memorização de rotinas e interesses especiais.

A entidade iniciou seu funcionamento atendendo 11 autistas, atualmente são 37 atendidos, além da fila de espera que conta com 25 pessoas. Além disso, a associação também é procurada por famílias com suspeita de diagnóstico e outras em que já possui o diagnóstico e é encaminhada à associação pelas escolas, CRAS e outros setores para orientações, avaliações e encaminhamentos. A Aquarela se mantém financeiramente através de parcerias, convênios com os munícipios próximos, doações e ações como o pedágio e brechó solidário.

Figura 34: Atividade multidisciplinar

Figura 35: Cão Terapia

Figura 36: Oficina para mães dos autistas

Figura 37: Pedágio Solidário

Figura 38: Brechó Solidário

Figura 39: Exposição das obras realizadas na arteterapia

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4.2 localização A associação Aquarela Pró Autista possui uma importância regional, visto que ao analisar as associações com atendimento terapêutico para autistas na região do Alto Uruguai temos a presença da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que tem como objetivo promover a atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e múltipla, em alguns municípios, mas somente a Aquarela como entidade que se caracteriza por prestar atendimento direcionado somente ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mapa de entidades com atendimento terapêutico à pessoas com TEA na região do Alto Uruguai

ITATIBA DO SUL MARIANO MORO

ERVAL GRANDE

FAXINALZINHO

ARATIBA

BARRA DO RIO AZUL

SEVERIANO DE ALMEIDA

BENJAMIN CONSTANT DO SUL ENTRE RIOS DO SUL

TRÊS ARROIOS MARCELINO RAMOS

BARÃO DE COTEGIPE

SÃO VALENTIM

GAURAMA CRUZALTENSE

PONTE PRETA

VIADUTOS

ERECHIM

PAULO BENTO

CARLOS GOMES

AUREA

CAMPINAS DO SUL

CENTENÁRIO

JACUTINGA EREBANGO

QUATRO IRMÃOS

LEGENDA APAE

FLORIANO PEIXOTO

ESTAÇÃO CHARRUA

SERTÃO

AQUARELA PRÓ AUTISTA

ERECHIM

15

IPIRANGA DO SUL

GETÚLIO VARGAS

esc: 1/500 000 FONTE: Base cartográfica IBGE, com dados levantados a partir de pesquisas nos sites das instituições.

A cidade de Erechim, pertencente a região do Alto Uruguai, se destaca por ser o municipio mais populoso da região, com cerca de 100 mil habitantes. Na cidade, há uma unidade da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e a sede da Associação Aquarela Pró Autista. Como a associação Aquarela Pró Autista é a única entidade presente na região do Alto Uruguai que presta atendimento terapêutico direcionado somente ao autismo, as pessoas se deslocam até Erechim para o atendimento, sendo que entre os 37 atendidos atualmente, há pessoas, além da cidade de Erechim, que se locomovem de Erebango, Ipiranga do Sul, Campinas do Sul, Gaurama, Getúlio Vargas.


Mapa dos bairros de Erechim

10 11 12

PAIOL GRANDE

COLÉGIO AGRÍCOLA

6

7

8

JOSÉ BONIFÁCIO

CENTRO

LINHO

ESPIRITO SANTO

TRÊS VENDAS PRES. VARGAS

9

KOLLER

BOA VISTA

4

FÁTIMA

AEROPORTO

5

NOVO ATLÂNTICO

ATLÂNTICO

BELA VISTA

INDUSTRIAL

CERAMICA

FRINAPE

COPAS VERDE

2

1 3

esc: 1/200 000 Fonte de dados e mapa base: Prefeitura Municipal de Erechim,

1 PRES. CASTELO BRANCO 2 PROGRESSO 3 CRISTO REI 4 SÃO CRISTOVÃO 5 FLORESTINHA 6 ESPERANÇA 7 MORRO DA CEGONHA 8 SÃO CAETANO 9 IPIRANGA 10 DAL MOLIN 11 TRIÂNGULO 12 SANTA CATARINA BAIRRO DE LOCALIZAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO AQUARELA PRÓ AUTISTA PROXIMIDADE COM O BAIRRO CENTRO E TRÊS VENDAS

A Associação Aquarela Pró Autista localiza-se atualmente no bairro Santa Catarina, mais precisamente na Rua Antonio Burin, sendo o local uma edificação alugada que anteriormente se tratava de uma residência unifamiliar e foi adaptada para atender as necessidades da associação. A proximidade entre o bairro centro e o bairro três vendas é relevante, pois a entidade se localiza próxima a instituições de comércios e serviços que são concentrados principalmente na Avenida José Oscar Salazar. A proximidade desses pontos é positiva, pois os pais que acompanham os filhos nas terapias, sobretudo os que são de outros municípios, geralmente aproveitam o tempo de atendimento para frequentar esses locais. Apesar da proximidade dos estabelecimentos comersem escala ciais, da via de alto fluxo e de equipamentos de grande porte, FONTE: Imagem de satélite Mapbox como o IFRS e a indústria Aurora, o local em que se insere a ASSOCIAÇÃO AQUARELA PRÓ AUTISTA associação é calmo, sem grandes pertubações sonoras, pois o INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (IFRS) entorno imediato é constituido por residências, o que é um INDÚSTRIA AURORA ALIMENTOS Av. JOSÉ OSCAR SALAZAR (Via de alto fluxo que interliga o ponto de suma importancia para garantir a qualidade nos bairro três vendas com o centro e concentra estabelecimenatendimentos. Além disso, há uma área verde presente próxitoS de comércio e serviços). mo ao local. ÁREA VERDE PRÓXIMA A ASSOCIAÇÃO ENTORNO IMEDIADO DE ÁREA RESIDENCIAL PONTO DE ÔNIBUS

Figura 40: Fachada Aquarela Pró Autista

Figura 41: Vizinhança da associação

Figura 42: Vizinhança da associação

16


4.3 atividades + ambientes A Associação Aquarela atua com atividades multidisciplinar, com o objetivo de oferecer atendimento cognitivo e terapêutico, desenvolvida por profissinais capacitados e em constante atualização na área do autismo. Os atendimentos são realizados de segunda a sexta-feira e divididos entre o período da manhã e tarde. Há uma demanda de ampliação, pois além dos 37 atendidos atualmente, existe uma lista de espera com 25 pessoas. As atividades desenvolvidas são:

psicóloga atendimento aos autistas e pais.

pedagogia

informática

psicomotricidade

auxilia nas interações cognitivas e sensoriomotoras musicoterapia

arteterapia assistente cão terapia social

atividade realizada pela ong super patas

O atendimento da associação ocontece durante a semana, no período da manhã e tarde. As profissionais criam um plano de atendimento para cada pessoa, de acordo com o nível de autismo e as necessidades de desenvolvimento. Assim, o atendimento é realizado multidisciplinarmente, sendo cerca de 30 minutos para cada atividade.

Figura 43: sala da psicóloga

Figura 44: sala da pedagogia

Figura 46: cão terapia

Figura 47: sala da psicomotricidade

Figura 49: sala dos professores

17

Figura 50: cozinha

Figura 45: sala da arteterapia

Figura 48: pátio externo

Figura 51: refeitório


5

LOCALIZAÇÃO DA PROPOSTA erechim - rs


5.1 ESCOLHA DO TERRENO PAIOL PAIOL GRANDE GRANDE TRÊS VENDAS

10

10

11 12

7 6 6 9 8 8 7 9

JOSÉ

JOSÉ BONIFÁCIO BONIFÁCIO LINHO LINHO

CENTRO

ESPIRITO SANTO

KOLLER

PRES. VARGAS

4

BOA CERAMICA BOA VISTA COLÉGIOVISTA COLÉGIO AEROPORTO AGRÍCOLA AEROPORTO AGRÍCOLA FRINAPE FRINAPE

BELA VISTA

FÁTIMA

2

2

1 3

1

COPAS COPAS VERDE VERDE

5

5

NOVO NOVO ATLÂNTICO ATLÂNTICO

ATLÂNTICO ATLÂNTICO INDUSTRIAL INDUSTRIAL

3

Mapa dos bairros de Erechim sem escala FONTE: Prefeitura Municipal de Erechim, 2018.

1 PRES. CASTELO BRANCO 2 PROGRESSO 3 CRISTO REI 4 SÃO CRISTOVÃO 5 FLORESTINHA 6 ESPERANÇA 7 MORRO DA CEGONHA 8 SÃO CAETANO 9 IPIRANGA 10 DAL MOLIN 11 TRIÂNGULO 12 SANTA CATARINA BAIRRO DE LOCALIZAÇÃO DO TERRENO

Como a Associação atualmente está estabelecida em um local alugado e o terreno não comporta as atividades já existentes, houve a necessidade de encontrar um novo local para a implantação da sede da Aquarela Pró Autista. O critério utilizado para a definição do terreno, foi basicamente buscar manter algumas características existentes na área de atual localização, sendo que o principal aspecto considerado foi buscar uma área em que o entorno imediato se configurasse como residencial, mas estivesse próximo de locais com disponibilidade de comércio e serviço. Assim, o terreno escolhido se localiza no bairro Centro, mais especificamente no cruzamento entre a Rua Anita Garibaldi e a Rua Distrito Federal. O entorno imediato se configura por uma área predominantemente residencial, com ruas de baixo fluxo e sem grandes interferências sonoras. No entorno mais próximo do local é existente a Associação beneficiente Lar da Criança, além da escola de ensino fundamental Lourdes Galeazzi. O cemitério é um ponto de sem escala referência que se localiza próximo ao terreno, assim como o FONTE: Imagem de satélite Mapbox Parque Logines Malinowski, configurando a caractéristica de TERRENO área verde que também é presente próximo a atual localizaCEMITÉRIO MUNICIPAL PIO XII ção da associação. ASSOCIAÇÃO BENEFICIENTE LAR DA CRIANÇA Além disso, a proximidade com a Av. 15 de novembro ESCOLA LOURDES GALEAZZI possibilita um acesso mais fácil ao centro comercial de Av. 15 DE NOVEMBRO (Via de alto fluxo que interliga a região até a Praça da Bandeira e concentra estabelecimentos de Erechim, além de ser uma via que já possui muitos estabelecicomércio e serviços). mentos de comércio e serviço, sendo que a Rua Espirito Santo Rua Espírito Santo(Via de fluxo médio que interliga até a Av. 7 apresenta esta mesma configuração e estabelece o acesso de Setembro, com estabelecimentos de comércio e serviços). direto a Av. 7 de Setembro. Essa relação de proximidade com ÁREA VERDE - PARQUE LOGINES MALINOWSKI áreas de comércio mais estruturado possibilita que os pais ENTORNO IMEDIADO DE ÁREA RESIDENCIAL possam frequentar durante o atendimento do autista.

TERRENO TERRENO

Figura 52: Terreno e entorno imediato

18

Figura 53: Terreno e entorno imediato

Figura 54: Entorno imediato do terreno


5.2 acessos

CONC

ÓRDIA

SC

A partir da importancia da associação Aquarela Pró Autista para os municipios da região do Alto Uruguai, foi analisado o percurso necessário para acesso do terreno das pessoas que se deslocam de outros municipios, sendo que atualmente são de Campinas do Sul, Gaurama, Erebango, Ipiranga do Sul e Getúlio Vargas. Assim, é possivel notar que o acesso se torna fácil tanto para os que chegam pela RS 331 quanto pela RS 111 e BR 153, por se tratar de uma área central. TIBA ARA

01

Faixa não edificante

ni o Faixa de domí

nio Faixa de domí

Acesso

ao Vaccaro

RUA "A"

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São Marcos>

RS

420

AÇÚDE

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APP

APP

ÁREA VERDE

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da ProlongamentoDal Molin Rua Antonio

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A. V.

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x

x

x

- 211

RUA

B

Mapa viário

RUA "O"

esc: 1:50.000 FONTE: Prefeitura Municipal de Erechim, 2018. 15 16

RGE

LOTE 17 e LOTE 19

53 B R - 1

477

25

R. F

.F

.S

.A

ÁUREA

27

RS

Acesso das cidades da região do Alto Uruguai que possuem atendidos da Aquarela atualmente: BR 153 - acesso de Erebango, RS 211 - acesso de Campinas do Sul Ipiranga do Sul e Getúlio Vargas RS 331 - acesso de Gaurama Terreno

RS - 135 GETULIO VARGAS

rede de transmissão

B R - 15 3

RS

RUA PERNAMBUCO

Linha 52 - Bairro Três Vendas/ Bairro Copas Verdes-N. Horizonte Linha 26 - Terminal Central/ Bairro Copas Verdes-N. Horizonte Linha 14- Terminal Central/ Bairro Progresso Linha 46- Terminal Central/ Bairro Linho Linha 28- Terminal Central/ Bairro Zimmer

300m 300m

300m

no terre

pontos de ônibus sem escala FONTE: Imagem de satélite Mapbox

av. 15 de novembro

Linha 11- Terminal Central/ Bairro Atlântico Linha 16- Terminal Central/ Bairro Parque Lívia Linha 6 - Bairro Três Vendas/ Bairro Copas Verdes-São Vicente de Paula pontos de ônibus menor distância percorrida até o terreno

19


5.3 análises da área de intervenção

mapa cheios e vazios esc: 1/5000 terreno cemitério

área não construida área construida

ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS No mapa de cheios e vazios, é possivel identificar que os grãos de área construida apresentam certa regularidade quanto ao tamanho, sendo grãos menores, o que abrange uma caracteristica de área residencial. Além disso, percebe-se a abrangencia de áreas não construidas, como a área do terreno e áreas que configuram meio de quadras.

terreno curvas de nível associação lar da criança

cemitério residencial igreja

escola uso misto comercial

mapa de uso e ocupação do solo esc: 1/5000

ANÁLISE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO É possivel identificar que o entorno imediato apresenta um predominio de uso residencial, sendo propicio para os requisitos de instalação da associação. Além disso, os poucos usos que se diferem, que estão mais próximos ao terreno, não apresentam grandes interferências quanto a geração de ruídos constante.

20

via de sentido duplo e fluxo moderado em horários específicos de entrada/saída da escolae e igreja.

mapa de fluxos viário esc: 1/5000

vias de sentido duplo e fluxo leve. vias de acesso restrito e não pavimentada. terreno

ANÁLISE DE FLUXO VIÁRIO

As vias presentes nas áreas adjacentes ao terreno apresentam fluxo leve, por se tratar de uma área que abrange grande parte do uso residencial. Sendo que a única via que apresenta um fluxo considerado moderado, é referente aos horários da escola e da igreja, assim estabelecendo essa relação temporária que não prejudicaria os atendimentos da Aquarela.

mapa de gabaritos esc: 1/5000 terreno 1 pavimento 2 pavimentos

3 pavimentos 4 pavimentos

ANÁLISE DE GABARITOS

As edificações presentes no entorno são, em maioria, de 1 pavimento, caracterizando assim a área em questão como de baixo gabarito, com prevalência de construções mais horizontalizadas. Assim é possivel explorar as visuais, estabelecendo uma relação harmoniosa com o entorno, sem descaracteriza-lo.


5.4 análises das condicionantes B

O

IT R T S

I AD

RU

L

A ER

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1 2 3

4 5

o ern inv

6

rão ve

T ANI AG

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RU

7

A’

ER

RUA

B’

R

Dentre as condicionantes, é possivel destacar a ausencia de vegetação na área. A declividade do terreno possibilita a exploração da melhor visual. ÁREA TOTAL: 5995 m²

DI

A

LAU EH OF RT LBE AA RU

10

melhor visual do terreno caimento da topografia

vento reinante vento dominante

solstício de inverno mapa das condicionantes ambientais solstício de verão esc: 1:1000

Edificações de 1 a 2 pav. não comprometendo a visual do terreno

VIA

TERRENO

VIA

CORTE AA’ esc: 1:1000

Edificações de 1 a 2 pav. não comprometendo a visual do terreno Há um desnível entre o terreno e a rua

VIA

VIA

TERRENO

CORTE BB’ esc: 1:1000

regime urbanístico: PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE ERECHIM usos conforme

permissível

habitação, saúde, educação e cultura, reunião, atividade física e esportes. comércio e serviços, hospedagem, automotivos, atividades temporarias, diversão, indústrias e depósitos.

taxa de ocupação

estacionamento

80% subsolo, térreo e pav. intermediário 70% demais pavimentos

Subsolo ou qualquer pavimento observada a taxa de ocupação vigorante.

índice de aproveitamento

altura

1

5 pavimentos, limite de 18,5 m

recuos frente

2 metros

lateral

com aberturas: H/15 + 1,40m e nunca inferior a 2,00m. sem aberturas: H/23 + 1,10m e nunca inferior a 2,00m. H/20 + 2,50m e nunca inferior

fundos a 1/10 da profundidade do lote.

21


5.5 visuais DO TERRENO 5

2

8

1 4

3

7

Figura 55: Igreja

6

visuais externas

1

visuais internas

mapa identificação das visuais sem escala

figura 56: Escola Lourdes Galeazzi

As relações visuais do terreno com seu entorno é de suma importância, sobretudo pelas caracterizações estabelecidades, pois pela configuração do terreno, há fachadas com relação direta ao entorno pelos quatro lados. A partir das imagens é possível identificar as potencialidades da paisagem e as relações existentes, sobretudo geradas pela topografia da área e os gabaritos das edificações que são em maioria conformados por um ou dois pavimentos, sendo que algumas edificações isoladas se destoam na paisagem pela altura, não interferindo para que a visual seja barrada.

visual mais interessante do terreno, com conexão a outras áreas da cidade

figura 57

2

4

igreja e escola ao fundo

figura 58

3

edificação em altura se destaca na paisagem

figura 59 antena de telefonia

possibilidade de acesso figura 60

5

antena de telefonia se destaca na paisagem

6 via mais ingreme em relação as demais do entorno

figura 61

7

figura 63

22

desnível entre o terreno e a rua destaque da paisagem

figura 62

8

via do entorno mais arborizada

figura 64


6

Asedeproposta para associação

aquarela pró autista


6.1 demandas A demanda para atendimento dos autistas resulta em cerca de 70 pessoas, considerando os horários de atendimento da Associação Aquarela Pró Autista, pode-se considerar dentro desta demanda o atendimento de 14 pessoas por dia. Além disso, não há uma restrição quanto a idade, sendo que as terapias acontecem a partir do plano de atendimento de cada um que é baseado no nível de desenvolvimento.

PERCEPÇÃO

37 + 25 15

atendidos

profissionais

6.2 conceito 1

2

2

COMPREENDER o todo

6.3 diretrizes

as partes compreendidas em conjunto possibilitará um entendimento do todo e uma integração na forma de perceber e responder aos estímulos.

ESPAÇOS B MULTIFUNCIONAIS

integração dos ambientes a partir de divisórias moveis

possibilitar a multifuncionalidade dos espaços, a partir de recursos flexíveis.

3

meio e indivíduo

a partir dessas compreensões estimular o desenvolvimento da habilidade de organizar e interpretar as sensações,respondendo apropriadamente ao ambiente.

relação C interno-externo

promover relações entre ambiente interno e externo, principalmente associado a áreas vegetadas.

espaços D interativos/dinâmicos

legibilidade e E identidade visual

F conforto ambiental

G ambiências

H cores, texturas

I zoneamento

espaços dinâmicos, a fim de proporcionar aspectos sensoriais e interação do invíduo com o meio.

compor ambiências coerentes com as funções do espaço, enfatizando as relações sensitivas.

23

manhã e tarde média de 14 atendidos por dia média de 30min de duração de cada terapia

na lista de espera

1

buscar a materialização das relações entre as partes e o todo do edifício.

5 dias da semana

usuários

O conceito de percepção remete a forma de aprender a perceber o espaço por meio dos sentidos, a partir da proposta de que os estímulos estejam presentes na composição dos ambientes, seja objetiva ou subjetivamente. Assim, buscando o propósito de que o espaço seja uma forma de auxiliar no desenvolvimento senso3 rial das pessoas com Transtorno do Espectro Autista, em conjunto com as terapias. Dessa forma, a relação entre o indivíduo e o ambiente é fundamentada, principalmente, na percepção e consequentemente na estimulação dos sentidos, o que vai refletir em todo o projeto, buscando respeitar as COMPREENDER AS PARTES possibilitar características dos autistas. a compreensão das Por isso, a lógica de composição se da primeiramente partes a partir dos a partir do entendimento das partes, para que em segundo plano seja possível um compreender o todo, estímulos sensoriais, com a composição do visando constituir a integração sensorial respeitando ambiente de forma as limitações dos usuários, estimulando o sensorial de legível. forma legível.

entre as A relação partes e o todo

atendimentos

utilizar a forma/volume, cores, texturas, materiais etc para promover uma linguagem legível.

e materiais

composições harmonicas a partir de cores, texturas e materiais, sem sobrecarregar os ambientes.

explorar soluções para iluminação e ventilação natural, eficiência energética e conforto térmico.

zoneamento baseado nas percepções sensoriais, além de zonas funcionais, possibilitando maior legibilidade no edifício.


6.4 programa de necessidades + pré-dimensionamento setor ambientes 1 acesso

1. Estacionamento 2. Acesso de pedestres

2 loja

1. Espaço comercial 1. Recepção

2. Administração 3 receptivo

3. Área de espera dos responsáveis

1. Assistência social 4 2. Sala dos profissionais profissionais 3. Copa 4. Reuniões 1. Terapia Ocupacional 2. Fonoaudiologia 3. Pedagogia

descrição

Previsão de estacionamento para 10 vagas. Área de chegada para pedestres com proposta de calçadas mais largas para maior conforto dos pedestres e espaço público para estar. Área de comércio para auxiliar a associação no arrecadamento da renda, já que eles organizam brechó solidário que ocorre em locais alugados ou cedidos. Área de recepção, com controle de acesso das pessoas. Área administrativa, possibilidade de funcionamento em conjunto com a recepção . Espaço de espera para os responsáveis que acompanham os atendidos. Próximo ao acesso, possibilitando maior autonomia dos autistas para ir até os locais de atendimento sem depender dos acompanhantes. Sala de atendimento da assistente social. Local de reuniões e planejamento das atividades.

área

100 m² 150 m² 20 m² 10 m² 15 m² 10 m² 10 m² 20 m²

10 m² Espaço de apoio para os profissionais. 15 m² Sala para reuniões/recepções de pessoas externas da associação. Ambientes que tenham possibilidade de integração, promovam espaço de 15 m² relaxamento e de atividades, com identidade visual. Mobiliarios que permi- 15 m² 15 m² tam atendimento em grupos ou individuais. Relação interno-externo. Maior conforto acústico, para não interferir no atendimento. Utilização de 5 4. Psicologia 15 m² texturas diferentes, mas sem sobrecarregar o ambiente. terapêutico Maior controle de luz natural, pois são atividades de estimulação sensorial 5. Sala sensorial 10 m² promovidas com a utilização de projeções, fibra óptica etc. Iluminação e ventilação natural, iluminação artificial distribuída. Espaço com 15 m² 6. Informática computadores individuais. Identificação visual. Iluminação natural. Relações entre interno e externo, com áreas vegetadas. 1. Arteterapia 30 m² Possibilidade de local para trabalho em grupos e individuais. 6 Espaços multifuncionais, com a possibilidade de integração das salas. 30 m² 2. Musicoterapia artístico 3. Teatro/Dança Utilizar diferentes texturas, sobretudo a partir de materiais que possibilitem 30 m² melhor qualidade acústica. Mobiliários multifuncionais que permitam um 4. Apresentação 30 m² layout flexível. 1. Psicomotricidade Espaços com possibilidade de integração. Iluminação e ventilação natural, 60 m² 7 com a possibilidade de controle. Espaços amplos, com elementos dinâmicos dinâmico 2. Fisioterapia 60 m² para as atividades. 1. Cozinha Espaço que possibilite a reprodução de atividades diárias estabelecidas em 20 m² 8 2. Refeitório casa pelos autistas e oficinas esporádicas. Além de ser um espaço de 30 m² cozinha 3. Depósito de integração e convivência. 10 m² alimentos 10 m² / 1. Sanitários e 15m² vestiários Ambientes a serem distribuidos conforme o zoneamento, a partir da localiza2. Lavanderia 10 m² ção e quantidade necessária para atender todo o edíficio de forma eficiente 9 10 m² 3. Depósito de limpeza 4. Depósito de materiais 10 m² Pátios que proporcionem diferentes relações e percepções, seja a partir da 5. Pátio aberto e fechado interação físical ou visual, possibilitando diferentes áreas de vegetação, --com integração visual entre as outras áreas da edificação.

apoio

24


6.5 AMBIÊNCIAS acesso

1

loja

2

3

receptivo

6

artístico

Ambiência mais aconchegante e recepAmbiência que estabelece conforto ao Espaço com ambiência que seja mais tiva, com cores mais neutras e textuusuário, priorizando os pedestres com convidativa, a partir de estratégias ras/materiais que transmitam sensação calçadas mais largas, vegetação. projetuais que estimulem o consumo. de conforto, como tijolo aparente, madeira.

profissionais

4

5 terapêutico

Ambiente de composição mais neutro, com utilização pontual de cores e texturas que remetam um espaço mais alegre e de maior bem-estar aos funcionários.

7

Ambiência adequada a autistas hiper ou hiposensível, a partir da utilização de cores e texturas de forma harmonica, sem sobrecarregar o ambiente, além de promover sensação de tranquilidade e concentração, de acordo com as atividades.

dinâmico

8

cozinha

Ambiência mais lúdica, com recursos que estimulem a criatividade, como cores, volumes, texturas. Além de maior relação com a natureza.

apoio

9

Ambiente que tenha um caráter mais Ambiente que estabeleça diferentes estimulante, estratégias projetuais que relações, com o preparo do alimento e favoreçam e estimulem atividades com as visuais presentesn interna ou externamente. mais ativas.

Ambiência que explore as relações visuais, proporcionando diferentes percepções sensoriais, seja através dos elementos, equipamentos, identidade visual etc.

O zoneamento foi pensado para que as áreas sejam agrupadas não só conforme suas funções, mas também em relação aos aspectos sensoriais que cada ambiente remete. Além disso, é pensado em um zoneamento que possibilite a gradação entre as áreas públicas e privadas.

DINÂMICO, ARTÍSTICO E COZINHA

6.6 ZONEAMENTO ACESSO

5

LBE

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DIS

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4

FEH

2

ER

TA

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3

LAU

RUA GAR LDI

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25

ELV B A RU das áreas esquema de relação

AA

O RIT

AL

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1

RE

E ED

ÁREA LIVRE

TERAPÊUTICO E PROFISSIONAIS

RU

A RU

LOJA E RECEPTIVO

RE

RU

C AA

1 2 3 4 5

legenda

acesso + espaço público receptivo + loja terapêutico + profissionais artístico + dinâmico + cozinha área livre

Zoneamento esc: 1/1000


6.7 partido arquitetônico espacialização

partes que se conectam e formam o todo

A partir do zoneamento, buscando integrar os espaços por suas funções e relações sensítivas, a espacialização da proposta busca relacionar ao conceito de percepção no sentido de entender as partes em primeiro plano para o compreendimento do todo. Assim as edificações são independentes e interligadas a partir de uma cobertura que encaminha o autista aos locais, proporcionando maior autonomia. Dessa forma, conformando partes que se conectam e formam o todo. Cada parte em si aborda uma relação entre o interno e o externo, de acordo com as relações pretendidas.

8 5 9

6 7

3

2

4

10

1

Implantação esc: 1/1000

volumes com altura maior que a cobertura de acesso, mas de forma modeada, para que não sobressaia na paisagem, já que está situada na parte mais elevada do terreno.

cobertura de acesso, com menor pé direito para maior sensação de conforto.

volume com maior pé-direito, para que se sobressaia visualmente, mesmo estando na área mais baixa do terreno, sendo que as atividades propostas no local são favorecidas em espaços com pé-direito elevado.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

croqui

espaço de apresentação

legenda

estacionamento cobertura de acesso terapêutico + profissionais receptivo + loja artístico + dinâmico cozinha + refeitório espaço de apresentações horta/pomar pátio aberto espaço público acesso principal

texturas a serem utilizadas

concreto vista da rua Acre

vidro

transparência

madeira

maior sensação de conforto

croqui

espaço de chegada

pedras

superfície mais áspera

vista da rua Distrito Federal

26


7

REFERÊNCIAS


7.1 rEFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, Raquel R. M. Paula et al. Conforto e psicologia ambiental: a questão do espaço pessoal no projeto arquitetônico. In: ENCONTRO NACIONAL E LATINO-AMERICANO DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 5., 2005, Maceió. Anais... . Campinas: Depto. de Arquitetura e Construção - Fec - Unicamp, 2005. p. 135 - 144. Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:WlsjT-MyExUJ:www.infohab.org.br/encac/files/2005/ENCAC05_0135_144.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 07 abr. 2018. BECK, Roberto Gaspari. ESTIMATIVA DO NÚMERO DE CASOS DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO SUL DO BRASIL. 2017. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciências da Saúde, Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2017. Disponível em: <https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/3659/DISSERTAÇÃO ROBERTO GASPARI BECK VERSÃO FINAL REPOSITÓRIO UNISUL.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 22 mar. 2018. BINS ELY, Vera Helena Moro. Avaliação de fatores determinantes no posicionamento de usuários em abrigos de ônibus a partir do Método da Grade de Atributos. 1997. 207 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1997. BEAVER, C. Designing Environventals for Children ans Adults with ASD. Autism Safari 2006: 2nd World Autism Congress & Exhibition Autism Spectrum Disprder, 2006. 7. CASA das Crianças em Saunalahti. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-146307/casa-das-criancas-em-saunalahti-slash-jkmm-architects>. Acesso em: 20 abril. 2018. GAINES, Kristi et al. Desingning for autism spectrum disorders. Routledge, New York. p.1-205,2016. Disponível em: <https://www.crcpress.com/rsc/downloads/9780415725279_chapter_1.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018. Klin A. [Autism and Asperger syndrome: an overview]. Rev Bras Psiquiatr. 2006;28 Suppl 1:S3-11. LAUREANO, Claudia de Jesus Braz. Recomendações projetuais para ambientes com atendimento de terapia sensorial direcionados a crianças com autismo. 2017. 190 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/180532/348920.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 19 mar. 2018. LUDENS. Integração sensorial de Ayres: história e teoria. Disponível em: < http://integracaosensorial.com.br/clinicaludens/blog-ludens/?s=integra%C3%A7%C3%A3o+sensorial >. Acesso em: 17 abril. 2018. MELLO, Ana Maria S. Ros de; Andrade, Maria América; Ho, Helena; Souza Dias, Inês de; Retratos do autismo no Brasil, 1ª ed. São Paulo: AMA. Disponivel em: https://pt.scribd.com/document/219870836/Livro-Retratos-Do-Autismo-No-Brasil. Acesso em: 22 mar.2018 PREVENTION, Centers For Disease Control And. Autism Spectrum Disorder (ASD): data and statistics. 2017. Disponível em: <https://www.cdc.gov/ncbddd/autism/data.html>. Acesso em: 22 mar. 2017. RUSSO, Fabiele. O que é autismo? 2017. Disponível em: <http://neuroconecta.com.br/o-que-e-autismo/>. Acesso em: 22 mar. 2018. RUSSO, Fabiele. Comportamento sensorial no autismo: como trabalhar. 2017. Disponível em: <http://neuroconecta.com.br/comportamento-sensorial/>. Acesso em: 22 mar. 2018. RUSSO, Fabiele. Graus de autismo: importante saber. 2017. Disponível em: <http://neuroconecta.com.br/graus-de-autismo-importante-saber/>. Acesso em: 22 mar. 2018. RUSSO, Fabiele. Genética e autismo: compreenda a ligação entre a genética e o transtorno do espectro autista. 2017. Disponível em: <http://neuroconecta.com.br/genetica-e-autismo-compreenda-a-ligacao-entre-genetica-e-o-transtorno-do-espectro-do-autismo/>. Acesso em: 22 mar. 2018. SNOEZELEN Room For Brain. 2018. Disponível em: <http://www.forbrain.pt/sala-snoezelen/descricao/>. Acesso em: 20 abril.2018. Troncoso, Marcia; Cavalcante, Neusa; "AUTISMO e CONFORTO AMBIENTAL", p. 1425-1434.In: .São Paulo: Blucher, 2017. Disponível em: < http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/designproceedings/16ergodesign/0141.pdf> Acesso em: 07 abril.2018. UNIDAS, Organização das Nações. Autism spectrum disorders. 2017. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/autism-spectrum-disorders/en/>. Acesso em: 22 mar. 2018. VILLELA, Mariana Silva. A ambiência nas práticas integrativas e complementares: estímulos ao bem-estar do usuário. 2017. 420 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017.

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7.2 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Galeria de Edifício Richard Ivey. Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/500181102344320149/> Acesso em: 02 abril.2018.

Figura 14. Flat Logs Edging. Disponível em:< https://diygarden.co.uk/landscaping/garden-edging-ideas/ > Acesso em: 09 jun.2018.

Figura 2. Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/270427152608984563/> Acesso em: 02 abril.2018.

Figura 15. Hospital Sarah em Brasília. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.064/423> Acesso em: 09 jun.2018.

Figura 3. Centro de Tratamento de Câncer / Foster + Partners. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/786620/centro-de-tratamento-de-cancer-manchester-foster-plus-partners> Acesso em: 02 abril.2018. Figura 4. Escritório do Google na Rússia. Disponível em: < http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI277287-16937,00-OS+ESCRITORIOS+DO+GOOGLE+NA+RUSSI A.html > Acesso em: 02 abril.2018. Figura 5. Disponível em: < https://br.pinterest.com/pin/AYYncvTfkXsTkjQPdY7tE-3Of3CdqqB4wTMaR0_Tz0weVyBCW75TQxI/> Acesso em: 02 abril.2018. Figura 6. Espaços lúdicos. Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/23010648075709758/ > Acesso em: 02 abril.2018. Figura 7. Gallery of Mokumoku Kindergarten/ 16A Inc. Disponível em: < https://www.pinterest.pt/pin/78531587226276210/ > Acesso em: 03 abril.2018. Figura 8. Jardim de Inhotim. Disponível em: < http://www.souecologico.com/noticia.php?id=3126 > Acesso em: 03 abril.2018. Figura 9. Espacios Cool para niños – Guardería em Alemania. Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/390757705153146156/> Acesso em: 02 abril.2018. Figura 10. Disponível em: < https://www.pinterest.pt/pin/213076626095526829/> Acesso em: 02 abril.2018.

Figura 16. A luz se dobra/ WY-TO Architects. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/891978/a-luz-se-dobra-wy-to-architects> Acesso em: 09 jun.2018. Figura 17. Galeria de biblioteca e centro cultural – Primus Architects. Disponível em: < https://www.pinterest.pt/pin/511862313880128570/> Acesso em: 02 abril.2018. Figura 18. Disponível em: < https://br.pinterest.com/pin/321655598366708296/> Acesso em: 02 abril.2018. Figura 19. Escola quase invisível – ABLM arquitectos. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/891494/escola-quase-invisivel-ablm-arquitectos > Acesso em: 02 abril.2018. Figura 20. Mike Ayres Design Sensory ROOMS. Disponível em: < http://www.sensoryone.com/MikeAyresDesignSensoryRooms.html> Acesso em: 02 abril.2018. Figura 21. Origlia! Moradavaga. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/888533/origlia-moradavaga> Acesso em: 02 abril.2018. Figura 22. Clássicos da Arquitetura – Sesc Pompéia, Lina Bo Bardi. Disponível em: < https://www.pinterest.pt/pin/346495765053465580/ > Acesso em: 09 jun.2018. Figuras 23, 24, 25, 26, 27. Sala Snoezelen For Brain. Disponível em: < http://www.forbrain.pt/sala-snoezelen/galeria-de-imagens/> Acesso em: 20 abril.2018.

Figura 11. Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/800374164996663687/> Acesso em: 02 abril.2018.

Figuras 28,29,30,31,32,33. Casa das Crianças em Saunalahti / JKMM Architects. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/01-146307/casa-das-criancas-em-saunalahti-slash-jkmm-architects> Acesso em: 20 abril.2018.

Figura 12. Colégio Ekiraya – Alejandro Uribe Cala. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/892482/colegio-ekiraya-alejandro-uribe-cala> Acesso em: 09 jun.2018.

Figuras 34,35,36,37,38,39,46. Atividades da Associação Aquarela Pró Autista. Disponível em: <http://aquarelaproautista.org.br/ > Acesso em: 23 abril.2018.

Figura 13. Clínica Ruukki / alt Architects + Karsikas. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/774722/clinica-ruukki-alt-architects-plus-karsikas> Acesso em: 03 abril.2018.

Figuras 40,41,42,43,44,45,47,48,49,50,51. Ambientes Associação Aquarela Pró Autista. Arquivo da autora.

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Figuras 52,53,54,55,56,57,58,59,60,61,62,63,64. Terreno. Arquivo da autora.


Os desenhos utilizados neste trabalho foram feitos pelo meu irmão Caio, autista e atualmente com 8 anos de idade. Ele não se comunica verbalmente e o desenho é uma forma utilizada de expressão e comunicação.



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