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Nei Oliveira de Mendonça

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& PONT VÍR ULA

& PONT VÍR ULA

Amor pela educação

Eu, Nei Oliveira de Mendonça, nasci num pedacinho do paraíso terrestre chamado Frutal, em Minas Gerais!

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Em Minas, cantada em versos e prosas, também nasceu minha esposa, Sandra Maria, uma artesã incrível.

Tivemos uma única filha, Maíra, nascida em Osasco/SP e hoje casada com Diego Tavares, pais de Fillipo, meu netinho, o melhor presente de toda minha vida!

Para Fillipo, o netinho que amo tanto, tanto, dediquei o poema “Amor além da vida”, que segue na página seguinte.

Esta é minha família, que me alimenta de amor e carinho. Estou no Céu, por eles.

Um pouco mais de mim...

Sou Geógrafo, Escritor e Professor. Licenciado em Geografia pela FIRB - Faculdades Integradas de Rui Barbosa, em Andradina/SP. Bacharelado em geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Três Lagoas/MS. Mestrado em Serviço Social pela Universidade Júlio de Mesquita Filho, em Franca/SP. Pós Graduação Lato sensu em Gestão da Educação, na Faculdade São Luís em Jaboticabal/ SP. Aposentado como Analista Sócio/Econômico da CESP/CPFL, onde atuei por mais de 23 anos e, posteriormente, como professor efetivo de Geografia, na Escola Estadual Otoniel Mota, atuando também na gestão. Fui também professor durante, aproximadamente, vinte anos, no Ensino Médio, em escolas particulares e outras públicas, bem como de nível superior, no Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto/ SP.

Em 2019 publiquei meu primeiro livro de poemas “Elucubrações Poéticas em Noites de Insônia” e em 2021 meu segundo “Meus Anseios e Devaneios Insurgentes”.

Sou membro da Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto, da União dos Escritores Independentes de Ribeirão Preto e membro correspondente da Academia Frutalense de Letras de Frutal.

Para entrar em contato com o escritor: neiolimendo@gmail.com

Amor além da vida

Nosso recanto

Liberdade está dentro de casa, desde há muito, quando casa.

O mundo lá fora fervilha, aqui dentro cerveja e cigarrilha...

A cabeça a serviço do etéreo, o corpo, orgânico, sempre um mistério.

O entorno envolvente, glamour solitário, amor ardente...

Misto de prazer e euforia, quase que uma alforria. Mil vezes esse recanto, que buscar sorrisos em pranto...

A primeira vez que o vi fiquei apaixonado, parecia um ursinho panda me olhando de banda. Foi um acontecimento já esperado, mas mesmo assim eu fiquei muito, deveras emocionado. Todo branquinho, aquele pacotinho, foi um presente dos deuses do olimpo, e daí em diante nunca mais me senti no limbo.

Cabeludo, ele já chegou com tudo, transformando todos do entorno em seus serviçais. O príncipe nos fez chorar de alegria, por demais. Passei por uma sensação, que nunca tinha sentindo até então, foi como uma flechada no meu coração. Meu âmago duro, ficou atordoado, de tanto amor reprimido, fui fatalmente atingido, inoculado pelo deus do amor, o verdadeiro cupido. Minhas pernas ficaram bambas, literalmente, meu coração bateu muito forte, intensamente, como se fosse sair pela boca de repente. Um leve toque, não, não estava sonhando, era real, e naquele momento percebi o que é o amor visceral.

Momentos indeléveis, o nascimento do meu netinho Filippo. Naquele dia percebemos todos, que nossas vidas jamais seriam as mesmas, pois fomos agraciados, para sempre, por uma sensação Divina, Superior, e que só pode ser, indubitavelmente, o verdadeiro Amor.

A vida na Terra

Por Maria Auxiliadora Nogueira Zeoti

Quero envelhecer como esta paineira, alta e majestosa, que, em abril e maio, fica cor-de-rosa.

Todos os olhares se voltam a ela, e é bem difícil deixar de pensar, o quanto viveu neste lugar.

Cercada de casas e prédios também, iguala a altura ao sexto andar.

Impõe o respeito e admiração, nos faz refletir e ver que, no tempo, existe um papel que a nós se revela: a simplicidade da vida na Terra.

Estação

Por Lara Nogueira Fischer

Você me amou como a primavera, mesmo eu sendo o outono. Me abraçou como o verão, na minha fase de inverno.

Quero que floresça entre a gente o melhor de cada estação. Que eu possa me desprender de todas as minhas folhas secas, e te fazer uma chuva de amor.

Quero o calor do nosso verão na neve de nossa pior estação, e quero que nós renasçamos como novas flores numa primavera. Juntos. ***

L ara Nogueira Fischer , tem 16 anos e cursa o 2° ano do Ensino Médio. Gosta muito de desenhar, escrever, pesquisar sobre assuntos aleatórios e colecionar pedras!

Ao realizar uma viagem nas proximidades de Perito Moreno na Argentina, conheci um senhor que mantinha fácil e simples comunicação com todos aqueles que visitavam aquela galáxia - uma das mais belas do mundo. Perguntei se não poderia me revelar uma frase para que pudesse levar para o Brasil. Respondeu afirmativamente, declamando: “Se os homens parassem de atirar pedras eu gostaria de ser pássaro, mas, se os homens parassem de atirar pedras eu gostaria de ser homem”.

A frase transmite uma reflexão não apenas binária, mas especialmente universal, ou seja, “os homens não apenas atiram pedras nos pássaros, mas também em outros homens”. Assim não basta desejar que pedras não sejam atiradas apenas contra pássaros, mas, também contra outros homens, para que haja paz. O tema autoriza concluir que há homens que atiram pedras e quase sempre contra outros homens. E seguramente esta é a ideia conclusiva que encontro no discurso sintético feito pelo meu amigo que vive no meio das geleiras de Perito Moreno.

Ampliando minha viagem pelos caminhos platinados, acabei adquirindo as Obras Completas do extraordinário autor argentino Jorge Luís Borges que, sobre ser cego, era a principal autoridade da Biblioteca de Buenos Aires, segundo se retira das publicações autorizadas. O livro, muito extenso, é composto tanto por poemas, como por reflexões muitas delas filosóficas. Ali se encontra “Uma nova refutação do tempo” que frequentemente ressuscita em minha memória.

Jorge Luís Borges, já pelo título, transmite o que muito outros autores, antes dele, negaram a existência do tempo, levados por caminhos tão diversos que são identificados pelas suas patentes diferenças. Talvez porque o tempo deve ter tantas e inúmeras faces que impede ser identificado através de qualquer uma delas!

Suponho que tenho compreendido a reflexão de Borges para dela extrair que podemos- ou até devemos – negar a existência do tempo que passa sob a nossa caminhada. Mas não podemos jamais negar a existência da “memória” onde depositamos pedaços dos tempos que ou encantaram a nossa vida ou a mergulharam em dores inesquecíveis. A “memória” é o arquivo do “tempo” que desaparece ao trilhar as voltas que damos ao caminhar.

Neste sentido dizia o grande poeta espanhol Antônio Alberto: “caminante, no hay camino, se hace el camino al andar, al andar se hace el camino, y al volverla vista atrás, se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar”.

Retorno a Borges na sua refutação do tempo. Registra o grande literato que, muito embora cego, ao passar por determinada esquina de Buenos Aires, sente bater no seu peito a dor resultante da perda de um grande amor. Mas se sente ainda a perda de um grande amor, como negar a existência do tempo?

O tempo não existe porque o caminhar esfumaça a sua concretude.

Portanto, a perda ou a conquista de um grande amor no passado permanecem presente na memória e não mais no tempo que já evaporou. Insinua o grande mestre que nem o amor e nem o desespero permanecem no tempo, mas sim na memória de cada um. Marca a sua obra concluindo que “nunca se perde aquilo que um dia se teve”. O tempo não mata o amor ou o sofrimento que permanecerão para sempre na memória do caminhante especialmente daquele que não mais joga pedras nem nos pássaros e nem nos homens.

***

sérgio roxo da FoNseca

Procurador de Justiça, professor universitário da UNESP (aposentado) e membro da Academia Ribeirãopretana de Letras.

Para Manuela Por Antônio Carlos Augusto Gama

Treze anos atrás, eu tinha treze anos a menos, mas era um sujeito caminhando célere para a velhice.

Mais do que a velhice física, a velhice d’alma, filhas criadas, carreira comprida e cumprida, o tédio, a melancolia, a nostalgia, companheiras mais próximas a cada dia.

Trabalhava (como ainda trabalho), mais para não ficar à toa na vida, vendo a banda passar, o tempo passar na janela.

Então nasceu ela, Manuela!

E tudo se coloriu, o mundo refloriu, a vida reviveu.

Hoje ela faz treze anos.

Eu, o seu “Babu”, também.

O poeminha que escrevi para ela, aos dois meses, depois da invenção desse mundo, continua a valer. Sempre.

Soneto Manuelino

Dizem-me que dois meses atrás tudo já existia, O firmamento, as estrelas da Láctea Via, Nosso pequeno planeta azul a girar bêbedo Em torno de si mesmo e do irradiante Sol.

A primavera que desarrolha o verão, Entardece no outono e se estiola no inverno. Rios, mares e oceanos, ventos e marés, Planuras e montanhas, chuvas e securas.

As luas nova, crescente, cheia e minguante, Gentes e bichos, plantas e pedras, O deserto e a solidão, a doutrina e a cidadela.

Jamais fui incréu, olho o céu, piso o chão

E lhes dou razão: já tudo havia, mas faltava ela, Manuela, que a tudo isso veio dar razão.

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