ALLAN MACHADO | GRAU A | PROJETO EXPERIMENTAL: MÍDIAS DIGITAIS E URBANAS UNISINOS | 26.04.2017
O grafite surgiu nos anos 70 nos Estados Unidos como forma de protesto através da arte. A origem do termo Grafite vem do do italiano Grafitti, plural de Graffito e significa “marca ou inscrição feita por raspagem ou arranhão em uma parede”. O Grafite pode ser considerado uma intervenção artística e de acordo com Villaça (1999) os primeiros
VILLAÇA, Flávio. Uma contribuição para a história do
esboços deste estilo foram feitos nas paredes das
planejamento urbano no Brasil. In: DEÁK, Csaba;
cavernas na antiguidade.
SCHIFFER, Sueli Ramos (org.) O processo de urbanização no Brasil. São Paulo: EdUSP, 1999. p. 169 – 243.
LOCALIZAÇÃO DA MÍDIA Antes de mostrar a mídia analisada vamos raciocionar alguns pontos. Trago como reflexão para aprofundar um pouco mais a observação, o local o qual a mídia está e lembrando que o grafite na comunicação urbana tem um viés cultural e de acordo com Gary (1995), o Grafite é um código ou modalidade discursiva onde emissor e receptor realizam um diálogo extremamente particular. O local Grafitado é o Sesc um lugar totalmente voltado à cultura e à arte e que promove a diversidade. A arte está em uma parede do Sesc do centro de Gravataí.
Missão Promover ações para o bem-estar social dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e da sociedade nas áreas de Saúde, Educação, Cultura, Esporte e Lazer. Visão Até 2020, ser referência para a sociedade na promoção do bem-estar social. Princípios 1. Busca de harmonia | 2. Consciência em ação 3. Transparência | 4. Responsabilidade pelo todo 5. Pró-soluções | 6. Equilíbrio de interesses 7. Respeito à diversidade | 8. Sustentabilidade
A MÍDIA CONSUMIDA POR VÁRIOS ÂNGULOS
Para quem tem acesso à rua do local da mídia pela parte de cima, de longe, consegue perceber o grafite, porém, para quem está tendo o acesso por esse lado só consegue ter a percepção da mídia quando chega mais perto. O acesso por este local dificulta a perspectiva da mídia, e é o lugar onde a percepção é mais dificultosa, mas há de se interpretar que talvez o consumo dela por esta ótica não seja o foco visto que por este lado da rua, é contramão. Quem consome a arte por esta perspectiva são as pessoas que passam por alí a pé.
Demonstrativo do consumo da mĂdia pelo acesso comentado no slide anterior.
Para quem chega mais perto por este mesmo acesso.
Para quem tem acesso à mídia pela rua de baixo Para quem tem acesso à mídia pela rua de baixo tem uma percepção do todo, pois a mídia parece ter sido pensada melhor para este ângulo onde tem maior fluxo de carros.
Para quem tem acesso à mídia pela rua de baixo na contramão, a pé.
Neste lado o grafite tambÊm toma conta de quase todos os espaços.
A IMPRESSÃO QUE A MÍDIA CAUSA A mídia não tem como ser ignorada por vários motivos, o primeiro por se tratar de cores vibrantes e desenhos extremamente expressivos. Segundo, o local que foi escolhido para colocar esta mídia atrai olhares significativos das pessoas que por alí passam, de longe, mesmo que com alguns elementos urbanos tapando um pouco a visão, ela chama muito a atenção. Chegando um pouco mais perto, os olhares automaticamente são voltados para a parede grafitada, dá para notar todas as pessoas interagindo com a mídia de alguma forma. Foi possível identificar uma curiosidade das pessoas perante o local tentando decifrar cada elemento.
INTERATIVIDADE Devido aos diversos elementos que nela contém, além do tamanho, do Grafite muito bem feito e das cores chamativas, a interação se dá no momento em que o receptor interage com a arte urbana com o intuito de decifrá-la a partir de uma observação particular. A interatividade do Grafite é sustentada por Villaça (1999), o autor aborda que o grafite dialoga com a cidade de forma interativa. Basicamente, o grafite trouxe vida a este espaço, portanto, há de se considerar que após a pintura a sensorialidade das pessoas que interagiam com o local foi alterada, no próximo slide veremos como era esse espaço antes do grafite ser feito
GITAHY, Celso. O que é grafite. São Paulo: Editora Brasiliense, 1999.
REFLETINDO SOBRE O GRAFITE
outdoor, por exemplo, que também é uma mídia externa, mas que se difere do grafite pois, o grafitti é algo que, sempre fez parte do cotidiano dos seres humanos, Villaça (1999) ainda fala
NA
sobre isso, ele aborda que “desde a pré-história o homem come,
COMUNICAÇÃO
fala, dança e grafita” (apud GITAHY, 1999, p. 11).
ANDRADE (2006) nos fala que as dinâmicas de comunicação são dinâmicas da própria cultura, isso seria como saber usar os elementos corretos para que signifiquem e produzam determinado sentido em grupos sociais específicos. Neste caso, as paredes grafitadas são carregadas de significados, em suma, o grafite sempre traz consigo um viés cultural, social ou político, grafitar, no perímetro urbano traz uma determinada reflexão do receptor e diferente de outras mídias, como o
Conectando com o raciocínio de diferenciar o Grafite do outdoor, um outdoor é uma mídia - também externa - mas que pode conter qualquer estilo de criação, já o grafite sempre traz uma “carga” cultural com um carater de liberdade de expressão. Talvez esse seja o objetivo da empresa em questão (Sesc) em escolher o Grafite para fazer parte, de certa forma, da maneira pela qual se comunica com seu público. O mesmo estilo é adotado aos demais filiais em outras localidades, é mostrado no próximo slide.
S E S C PA S S O F U N D O
SESC CANOAS
SESC POA NAVEGANTES
LINK DE UM VÍDEO DO ARTISTA QUE FEZ ESTES GRAFITES www.youtube.com/ watch?v=pzMStIgET7k
ALLAN MACHADO | GRAU A | PROJETO EXPERIMENTAL: MÍDIAS DIGITAIS E URBANAS UNISINOS | 26.04.2017