Arte Fotográfica #71

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Os Portef贸lios

I s a b e l

G

[ Portugal ]

M i c h a e l

S i l v a

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[ Irlanda ]

M i g u e l

V

F i g u e i r e d o

[ Portugal ]

N i c o

O u b u r g

[ Holanda ]




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Fazer ou não fazer,

eis a questão

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Há muitos, muitos anos, quis ser fotógrafo profissional mas, por ser um miúdo – nessa altura sozinho e completamente perdido – dei voltas e voltas e não consegui esse sonho. Uns bons anos mais tarde, e depois de muitas cambalhotas, curvas e contracurvas, decidi que ia ser um editor/ produtor livre e independente e ainda sou. De recursos depauperados mas mantendo as ideias fixas, continuo a querer fazer coisas como se não houvesse amanhã e só não sai mais produção porque o raio do sono e a maldita necessidade de comer tiram-me umas horitas a cada dia que passa, o que é uma autêntica e vil contrariedade pois não há juiz Carlos Alexandre que me devolva esse tempo perdido. Muitos serão os que vêm no meu trabalho alguma superficialidade, pressa ou mesmo imperfeição grotesca (estes últimos são os que me odeiam). E eu aceito tudo, tal como vem e de onde venha porque o meu interesse é fazer e não o resultado final. Se pudesse (ai se eu pudesse) contratava o melhor editor, o melhor tradutor e o melhor revisor, o melhor marketeer e os melhores comerciais da praça e todos juntos faríamos as maiores loucuras que o mundo já viu! Mas não, caros leitores. Nada disso é real ou possível portanto, que raio, há que fazer tudo sozinho. Afiam-se as unhas, cospe-se para as mãos, junta-se a imaginação à intuição e auto aprovam-se revistas, livros, sites, comunicação digital, exposições e outras façanhas. De seguida dá-se forma e produz-se, dá-se-lhes vida própria. Uma das enormes vantagens desta actividade frenética é que não há tempo para olhar para trás (e para a frente não convém que seja para muito longe). Isso faz com que tudo o que é negativo tenha forçosamente que ser obliterado senão nunca aguentaria o lastro. Por outro lado dá o sentido necessário à minha vida, aquele que eu realmente quero e sempre desejei. Faz-se o melhor que se sabe e se pode e depois segue-se em frente em busca da próxima tarefa, do próximo desafio. Difícil, Impossível, Loucura, Inviável? São os preconceitos que mais gosto de derrubar a cada obra que produzo. © Jorge Pinto Guedes

Como não sou famoso, não tenho direito a pedras com que construa o meu castelo, mas com as bolitas de lama que por vezes me atiram construi uma espécie de toca onde me escondo e trabalho, o mais tranquila e rapidamente possível. É a minha querida toca onde, de” fracasso em fracasso”, vou ganhando o pão e a paz de espírito suficientes para, quando este “papel” que ora desempenho aqui em baixo acabar possa, enfim, descansar em paz para todo o sempre, ciente do dever cumprido. ......................................................................................................... Jorge Pinto Guedes D i r e c t o r j pg @li q u i di m a g e s .e u

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© Pedro Mesquita

P.S. – Uma das funções que vinha desempenhando nesta revista era a de tradutor. Ora sucede que, por causa de novos projectos e de uma enorme falta de jeito, auto despedi-me e, assim, ficámos sem tradutor pois não há verba para pagar a um capaz. Os nossos leitores anglófonos e afins que me perdoem mas vão ter que optar por uma de duas situações: ou aprendem português ou contentam-se em ver as imagens, que são o que realmente conta nesta nossa publicação.


Arte Fotográfica Internacional Ano 6 | Número 71 Novembro 2014

capa Michael Taylor título sem titulo

............................................................. Preço € 15,00 (UE) | € 18,00 (Resto do Mundo) .............................................................

editorial by Jorge Pinto Guedes

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notes _ notas DDiarte novamente em Lisboa Eyefi conecta a sua câmera digital à “Cloud”

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Liquidimages.eu Gallery _ Galeria Liquidimages.eu Image of the Month _ Imagem do Mês Photos of the Month _ Fotos do Mês

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The Portfolios _ Os Portfólios Isabel G Silva Michael Taylos Miguel Valle Figueiredo Nico Ouburg

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Opinião de Paulo Roberto Fotografar Glamour Erotic Fashion

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Opinião de Celestino Santos Palavras que ficaram de 2014

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Imagem com Palavras de Fátima Marques

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Sociedade Gestora Revista Mindaffair, lda NIF 509 462 928 Morada Avª de Itália, nº 375-A-1º 2765- 419 Monte Estoril • Portugal Tlf/Fax + 351 214 647 358 E-mail blueray.jg@gmail.com Direcção Geral Maria Rosa Pinto Guedes mrosa.br@gmail.com +351 969 990 442 Director Jorge Pinto Guedes jorgeguedes.ip@gmail.com +351 969 990 343 Skype: jorgepintoguedes Arte & Design Marcelo Vaz +351 927744527 Gestor de TI Frédéric Bogaerts Consultor de TI Nuno Couto Consultor Técnico Carlos Vasconcellos e Sá Translations Pedro Sampaio | psv@mindaffair.net Impressão Offset Digital Snapbook em Xerox iGen4 /Fiery Periodicidade: Mensal Registo ERC nº 125381 Depósito Legal n.º 273786/08 ............................................................. É proibida a reprodução total ou parcial de imagens ou textos inerentes a esta edição, sem a autorização expressa do Editor. As opiniões expressas nesta revista são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não têm

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que reflectir a opinião do editor.


Distância focal: 14mm · Exposição: F/7.1 , 1/320 seg · ISO 200

Introdução da Primeira objetiva para sistemas Micro Four Thirds: Zoom ultra potente tudo num só corpo

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DDiarte novamente em Lisboa (12 de Dez a 21 Jan) A dupla de Artistas Madeirenses DDiArte regressa a Lisboa para exposição Individual na Galeria de Arte AFK, com Inauguração no dia 12 de Dezembro de 2014. A “Irrealidade” das imagens DDiArte consagrada e premiada nos principais eventos internacionais de Fotografia, os últimos no Qatar. (Medalha de Ouro -“Al Thani Award of Photography”, 2014), e nos Estados Unidos (Medalha de Ouro - “World Photography Cup”, 2014), tornou-se uma obra neo barroca incontornável na Pós Modernidade. Com reminiscências do Kitsch, do “Camp”, do Surrealismo e da Pop Art, a génese e noção “indicial” da fotografia (Pierce), é transfigurado num imaginário que recorre à alegoria, ao sarcasmo, à paráfrase, à ironia, à paródia e ao humor em recriações da literatura e da história da arte.

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Estas reinterpretações simbólicas, em virtuosas barrocas composições são a consumação de signos, da exaltação do corpo e do erotismo. Recriações envoltas em realidades bizarras que encenando / “estetizando” a acção do “instante” num prólogo e epílogo da Arte Pós Moderna, nos surpreendem nos seus irónicos “encontros” contemporâneos..

Galeria de Arte A F K Rua Professor Fernando Fonseca, 1600-616 21ª, Lisboa / 351 919046376 www.arteafk.com


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Eyefi conecta a sua câmera digital à “Cloud” A EyeFi, líder em cartões de memória SD, introduz a Eyefi Mobi e Eyeficloud no Mercado português. O cartão SD Wi-Fi e o fotoserviço centralizado numa “Cloud” oferecem uma completa infraestrutura com base hard - e software que adicionam a portabilidade e a conectividade dos dispositivos móveis para a fotografia digital de alta qualidade. Mais de 500 milhões de proprietários de câmeras digitais em todo o mundo podem, neste momento, combinar a qualidade da câmera e portabilidade móvel com o poder da nuvem. O cartão Eyefi Mobi transfere automaticamente fotos de uma câmera digital para a app num desktop, dispositivo iOS ou dispositivo Android, de onde pode optar por enviá-las para a nuvem Eyefi cloud. A nuvem EyeFi cloud, por sua vez, organiza, sincroniza e armazena inteligentemente as imagens, em alta resolução. O cartão Eyefi Mobi inlcui uma assinatura de três meses gratuitos para a nuvem Eyefi que oferece armazenamento para um número ilimitado de fotos. Eyefi Cloud EyeFi cloud sincroniza cada foto tirada nos outros dispositivos, para que os utilizadores possam desfrutar das suas fotos em qualquer lugar, online e offline. Qualquer dispositivo com a App Eyefi ou com um navegador web pode ser usado para visualizar, partilhar e organizar a toda a coleção de fotografia. ´ “Os amantes de fotografia sabem que os momentos mais importantes da vida são captados utilizando uma câmera digital, mas é difícil ter acesso à visualização dessas fotos rapidamente depois de serem tiradas” disse Matt DiMaria, chief executive officer da Eyefi. “Eyefi Mobi trabalha com cloud Eyefi a fim de tornar disponível o acesso às fotografias tiradas de maior qualidade, para que desta forma, os fotógrafos possam desfrutar imediatamente das imagens de qualidade nos seus smartphones, tablets, desktop, laptop ou smart TV”.

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Para os fotógrafos com mais do que uma câmera, a nuvem Eyefi junta automaticamente as suas fotos numa coleção única e bem organizada, onde podem ser apreciadas e onde podem ser melhor organizadas mais tarde. Toda a coleção estará disponível nos dispositivos do usuário. Eyefi Desktop Transfer Os clientes que não queiram transferir as imagens através da internet, podem utilizar a aplicação Eyefi Desktop Transfer para platafomas Mac e PC. Eyefi Desktop Transfer transfere diretamente as imagens de uma câmera equipada com um cartão de memória SD Eyefi Mobi para um Mac ou PC sem a necessidade de ter um cabo. As imagens transferidas podem ser armazenadas no Mac ou PC do utilizador numa pasta escolhida por si onde possa desfrutar, editar ou arquivar.



sem titulo 漏 Hugo S贸



sem titulo Š Pedro Mesquita

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sem titulo Š NIco Ouburg

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sem titulo © José Alpedrinha

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sem titulo © José Alpedrinha

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Queimadas Š Lina Gomes

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sem titulo Š NIco Ouburg



sem titulo © João Nuno Dias

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sem titulo Š Carlos Cardoso

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Viajar! Perder países! Ser outro constantemente, Por a alma nao ter raizes De viver de ver somente (....) Viajar assim é viagem. Mas faço-o sem ter de meu Mais que o sonho da passagem. O resto é so terra e céu.

Fernando Pessoa 20-9-1993

Bio Isabel Gomes da Silva nasceu em Lisboa no ano de 1953. Licenciada em Química pela Faculdade de Ciências de Lisboa exerceu a actividade de professora no ensino secundário. Desde muito nova esteve ligada a actividades artísticas e a fotografia foi sempre um dos seus principais hobbies. Devido ao desenvolvimento da tecnologia, dedicou-se ao estudo da edição fotográfica projectando nas suas fotografias conhecimentos de pintura e as suas telas reflectem influências da arte fotográfica. Ganhou o primeiro prémio num concurso de fotografia nacional e vários outros galardões noutros concursos. Participou em exposições colectivas. Tem fotografias publicadas em revistas nacionais e internacionais e algumas são capas de livros. Para além da fotografia viajar é outra paixão da autora e claro que a sua máquina fotográfica é a companhia inseparável.. A adrenalina de fotografar locais inesperados, com tempo diminuto para o fazer, procurando o melhor enquadramento e luz sem que tenha sido possível um estudo prévio e mesmo assim conseguir fotos interessantes, são experiências inesquecíveis. Neste livro são apresentadas fotografias de locais magnificos, dos muitos visitados,e dos quais é feita uma pequena descrição.

Para encomendar o livro: www.almalusa.org



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“The Helios Project” Michael Taylor vive em Belfast, Irlanda do Norte, onde é fotógrafo profissional. A luz sempre o fascinou e as suas primeiras experiências foram através da utilização de filme colocado em máquinas feitas de caixas. Aos 15 anos recebeu de presente de seus pais uma Praktica. Disparou um rolo de 35mm inteiro e ficou “apanhado “ pela fotografia para o resto da vida. Poucos anos depois construiu a sua própria câmara escura no sótão de casa dos pais onde se deleitou com a aparição das imagens perante os seus olhos. Essa experiência nunca irá esquecer e ainda tem a câmara escura em pleno estado de funcionamento. Durante a sua licenciatura em Ciências, Michael fotografou bastante, especialmente Fotografia Abstracta. Curiosamente acabou por trocar uma carreira na área das ciências por uma nova licenciatura no Art College que lhe abriu as portas da fotografia profissional.

Para ver mais do seu vasto trabalho: www.michaeltaylorphoto.com



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“As aventuras de MVF y su iPhone amestrado” Deixar fotógrafos a sério com smartphones à solta em Lisboa pode ter resultados tão insólitos como fantásticos. Este caso é um bom exemplo disso pois o iPhone 6 Super GTO Biturbo dourado mate com capa anti- choque verde e prata com o semblante de um leão amuado, propriedade de Miguel Valle de Figueiredo terá – alegadamente – ganho vida própria. Consta que o referido aparelho terá herdado genes do piano de Tom Waits que, como se sabe e o Tom disso fez canção famosa, era quem apanhava as gigantescas besuntas de caixão à cova que tanto ajudaram à fama e glória das melodias do dono. Faz sentido, por isso, dar total crédito a quem jura ter visto MVF seguindo o seu iPhone amestrado em passo de corrida enquanto este procura freneticamente imagens e perspectivas para o dono babado captar, numa real e profícua parceria fotográfica luso- americana. Fonte anónima mas de extrema confiança garantiu-nos ter assistido a uma cena em plenas “Escadinhas da Praia”, a Santos, quando, numa quarta-feira de manhãzinha, seriam umas sete e meia oito e tal, um estranho objecto dourado apareceu do nada, a flutuar, para depois parar e se por a tocar uma melodia alusiva aos “Magriços”, como que chamando alguém. Logo a seguir aparece MVF, o próprio, um pouco ofegante e que, afagando levemente o aparelho, tratou de pulsar o seu ecrã e produzir um seco mas decidido “click”. Já não queremos reproduzir a parte final do testemunho, em que a nossa fonte jura por tudo o que é sagrado e profano ter ouvido MVF a segredar ao iPhone um carinhoso e aveludado “My precious”. Acrescenta o nosso “boca de charroco” que, logo depois, e em três vigorosos saltos, MVF terá atravessado a rua e apanhado o 28 em andamento rumo à Estrela, conduzido por uma estonteante de sexy guarda freios feminina da nova geração (ela também, coincidência?) que, rodando o manípulo com firmeza acelerou o eléctrico rua acima. Foi nessa altura que MVF, de iPhone amestrado a sair do bolso da camisa verde seco de algodão penteado da Índia e croissant misto já sem celofane na outra, terá, entre duas vigorosas trincas, feito o “gesto do dedo” ao nosso chibo, o que acabou por originar a revelação deste episódio, meio por vingança, meio por inveja. Miguel Valle de Figueiredo (MVF) é fotógrafo profissional desde 1986.Depois de alguns anos como free-lancer, foi co-fundador e Director de Fotografia da Revista “Volta ao Mundo” desde o lançamento, em 1994 até Outubro de 2004. Entre 1999 e 2002, foi responsável pela renovação e implementação do projecto fotográfico da Revista “Evasões”. Na actualidade MVF está ligado a diversos projectos na área da fotografia sendo que este livro foi mais um desafio lançado após a visualização de diversas imagens por ele publicadas online e que deram nome a esta série. Este é um projecto “on going” e novas acções estão previstas, tais como uma exposição e o segundo volume com novas aventuras desta endiabrada dupla. Nas páginas seguintes apresentamos uma selecção da 1ª “tranche” de imagens que nos chegaram, em rigoroso exclusivo. (só temos a concorrência do Facebook, o que, para nós, é “peaners”, o MVF que nos desculpe o benfiquismo em tons de azul e branco). JPG

P.S. - Fazendo jus à honra e maneiras irrepreensíveis de MVF voltámos ao local onde nos encontrámos com o nosso homem para pedir explicações cabais quanto ao alegado gesto obsceno que MVF lhe terá dirigido, mas foi-nos dito que o fulano já não voltaria aquela esquina da Av. do Brasil… os seus colegas que ali cravam cigarros juram tê-lo visto ser abduzido por uma nave espacial em forma de maçã raineta com cores alariladas e a bandeira dos “camones” na cauda.

Para encomendar o livro: www.almalusa.org ou administracao@almalusa.org



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Nico Ouburg: Para quem tudo gira à volta da vida Nico Ouburg é um dos mais profícuos autores representados no Liquidimages.eu, o site de fotografia fine art cá da casa. De origem holandesa, Nico dedica-se, há muitos anos, à fotografia de rua, mais conhecida por Street Photography. E fá-lo com tal dedicação e qualidade que é difícil ficar indiferente. Vencedor de múltiplas “Imagens do Dia” no “Liquid” (petit nom do nosso site) e outras tantas vezes publicado na Galeria com o mesmo nome desta revista, chegou agora a vez da publicação retrospectiva do seu melhor trabalho onde fica bem patente a forma não só como capta mas também os motivos e cenas que mais lhe chamam a atenção. Na minha perspectiva Nico Ouburg é um verdadeiro fotógrafo norte- europeu, bem diferente em muitos aspectos dos fotógrafos do sul, não só no estilo bem vincado como em algo inexplicável mas que é transversal a muitos fotógrafos dos países baixos, belgas, suecos, etc… e que os identificam facilmente. Nico viaja bastante, sempre acompanhado do seu “gear”, e das vezes que esteve em Lisboa deixou marca indelével (de resto a imagem ao lado diz bem da sua sensibilidade). Vale bem a pena adquirir o livro, “It’s all about life” onde a profusão de sentimentos humanos é avassaladora e onde cada imagem conta uma estória de vida.

Para encomendar o livro: www.almalusa.org ou administracao@almalusa.org



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Fotografar Glamour Erotic Fashion Parece um palavrão, mas trata-se de uma das mais fascinantes disciplinas da fotografia de moda. Peter Lindbergh celebrizou este estilo ao fotografar as suas modelos meio desmaquilhadas e em poses provocativas. Para mim, o erotismo está aqui.

A moda e a fotografia de moda é, em si, interessante pela encenação que podemos recriar nalguns projectos mais arrojados. Um guarda-roupa fantástico e uma boa produção podem fazer toda a diferença. No filme documentário “Life Trough A Lens”, Annie Leibovitz, uma das mais conceituadas fotografas do mundo, mostra-nos como é fascinante “criar” quadros quando temos ao nosso dispor esses meios. Numa das passagens do filme ela fotografa cenas do filme Marie Antoinette, rodado em 2006 e realizado por Sofia Coppola. Só por si, os sets são maravilhosos e fantásticos, de tal forma que nos esquecemos por momentos que estamos em 2006… Ora, o Glamour Erotic Fashion é algo mais “terreno”, por assim dizer. A carga erótica está presente na forma como o fotógrafo dirige os modelos, na luz, no enquadramento, ou seja, é a visão do fotógrafo que vai marcar as fotos, e não os cenários ou a produção (que até podem ser “pobres”). É fundamental que o fotógrafo interaja com os modelos, que passe essa intencionalidade cúmplice, para que estes mergulhem na acção a 100%. Claro que a personalidade dos modelos (e a sua entrega) é tão importante como tudo o que dissemos anteriormente. Para que o erotismo passe para as imagens tem que se sentir dessa forma. Nesta sessão usei a luz disponível no meu estúdio. Não precisei de iluminação adicional, pois pretendi dar uma ideia de intimidade e de “não estúdio”. Fotografei a 3200 ISO, e usei uma 80mm a f:1,8. Como sempre, fotografei directamente em Jpeg, e a preto e branco. Para mim, o erotismo está aqui. Paulo Roberto

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Palavras que ficaram de 2014 A D. Inércia, acompanhou o pensamento dos responsáveis governantes de várias áreas no seio da classe fotográfica. Para trás, ficaram mais uma vez, esperanças, promessas e algumas tentativas/iniciativas vãs de, finalmente, legalizar profissionais, ante “atiradores de clichés” a custos consoante a fisionomia dos interessados.

São os legais dos nossos tempos...coletados nas finanças podem usufruir todas as artimanhas deixando-nos as obrigações...Mas que fizeram os registados Profissionais da Imagem para inverter este ciclo? Nada! Porque nada, concluí..., é o que podemos fazer, sem conjuntamente fazermos nada!...Ante a passividade de quem pode manda e acarinha o ilegalismo descarado e da conveniência de outros, que podendo lhes convém esta situação sem cura aparente. Ficaram-nos, muitas e muitas outras palavras, acusadoras e definidas do estado em que todos estamos metidos, enquanto tivermos tutano... Entre estas e, por serem, históricas as da D.Troika! Esta fez um trabalho meritório, neste país de sábios golpistas e oportunistas. Deixaram-nos com tudo mais! Mais pobres, mais ricos, mais crianças a passar fome e sem direito à saúde e educação, mais emigração e famílias desfeitas, mais desempregados, mais impostos, mais “fotógrafos” etc, etc..! Enfim, apenas um desabafo em final de ano, registado neste projeto que cumpre mês após mês! Porque até as palavras são mais caras e cada vez mais controladas e deixaram de ter sentido. Lembro-me disto de algum tempo... Mas tivemos uma saída limpa à portuguesa! Limpas as carteiras, e cheios os banqueiros! Fico grato pela “irrevogável” situação e falta de dignidade que estes garotos tiveram com o povo. No meu caso, pelos Profissionais da Imagem. Finalmente, ainda sinto a felicidade, em fazer as Fotografias que são a chama de quem ama o que faz, e esses não sabem fazer nem ver por manifesta deficiência mental!

Celestino N. F. Santos Novembro de 2014 Fotógrafo profissional




Research and Coordination _ Pesquisa e Coordenação Fátima Marques Photography _ Fotografia © Jorge Pinto Guedes

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência! Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade! Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio! Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza! Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto e circunstância! Solidão é muito mais do que isto... SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

Francisco Buarque de Holanda Poeta, compositor e cantor

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A DP-Arte Fotográfica Arte Fotográfica International é a 1ª revista de fotografia is the first photography magazine impressa em Offset Digital pela to be printed in Digital Offset by

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