F otograf I A a verdadeira armA da liberdade ........................................................................ A Fotografia é, nos dias que correm e cada vez mais, a forma universal de partilhar arte e cultura e, simultaneamente, a forma mais efémera e porventura fútil de captar momentos e situações que a quase ninguém servem ou interessam, mas que enchem diariamente e aos milhões as várias redes sociais em voga quase como uma missão. Curiosamente é a mesma fotografia – na sua essência – que continua a alimentar uma indústria ainda há pouco quase moribunda mas que se reinventa e adapta aos novos tempos o melhor que pode e sabe. Refiro-me à indústria da fotografia profissional e especialmente aos seus intérpretes, quais dom quixotes do séc. XXI, perorando contra a inexorável revolução tecnológica que confere a todos a possibilidade e meios para num ápice se tornarem os Cartier Bressons da sua rua, blogue, site ou página de media social, consoante o nível que consigam alcançar. Há poucos dias um importante diário de Chicago, EUA despediu mais de vinte fotógrafos profissionais e instou os repórteres a frequentarem um curso rápido de fotografia feita em iPhone. A administração evocou redução de custos e sinais dos tempos... Portanto podemos talvez concluir que a fotografia é das actividades mais transversais e complexas à sociedade, já que hoje serve múltiplos propósitos. E, servindo-se da Internet, consegue ser o contributo visual da nova consciência global por excelência, levando a todos os cantos mensagens de todos os tipos, a toda a hora e momento. Os profissionais continuarão a ser a referência de todos os outros, e juntos têm em mãos a verdadeira arma da liberdade. Só há que a saber sabiamente, cada um por si e todos juntos pelo futuro da humanidade.
© António Homem Cardoso
Saúdo e dou as boas vindas ao People & Portraits Group, sediado no Facebook, que reina nesta edição. Um agradecimento especial ao Jaycee Crawford pelo seu excelente trabalho de selecção e coordenação.
Jorge Pinto Guedes Director jpg@liquidimages.eu
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004 DP ARTEFOTOGRÁFICA
www.liquidimages.eu/revista.php
DP - Arte Fotográfica | Ano 5 | Número 57 ........................................................................... Preço € 11,00 (UE) | € 15,00 (Resto do Mundo) ...........................................................................
capa Cecile Baldewyns título Lifeline
Sociedade Gestora da Revista Mindaffair, lda NIF 509 462 928 Avª de Itália, nº 375-A-1º 2765- 419 Monte Estoril • Portugal Tlf/Fax + 351 214 647 358 E-mail blueray.jg@gmail.com ........................................................................... Revista @ www.dphotographer.eu E-Mail dphotographer.eu@gmail.com Correio dos Leitores correio.dp@gmail.com ........................................................................... Direcção Jorge Pinto Guedes jorgeguedes.ip@gmail.com | +351 969 990 343 Direcção Adjunta Maria Rosa Pinto Guedes mrosa.br@gmail.com | +351 969 990 442
editorial
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breves Paulo Roberto lança livro de crónicas e imagens na SNBA A novaTamron SP 90 mm F/2,8 Di VC USD MACRO 1:1
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Galeria Liquidimages.eu | Imagem do Mês | Fotos do Mês
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Editorial People & Portraits Group
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........................................................................... Publicidade Jorge Pinto Guedes jorgeguedes.ip@gmail.com | +351 969 990 343 ...........................................................................
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Colaboração Celestino Santos . Paulo Roberto . António Camilo Marta Ferreira . Fátima Marques (Imagem com Palavras)
Opinião de António Camilo Aquela sessão de estúdio... Opinião de Paulo Roberto James Nachtwey, o fotógrafo de (não) guerra.
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Opinião de Celestino Santos Crise na Fotografia?
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Imagem com Palavras de Fátima Marques
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Coordenação Editorial Florindo Silva | florindosilva71@gmail.com Assistente de Redacção Matilde Pinto Guedes
Arte & Design Marcelo Vaz Peixoto | +351 927744527 IT Manager Frédéric Bogaerts Informática & Web Nuno Couto Consultor Técnico Tiago Cardoso Pinto ........................................................................... Impressão Offset Digital Snapbook em Xerox iGen4 /Fiery ........................................................................... Periodicidade: Mensal Registo ERC nº 125381 Depósito Legal n.º 273786/08
........................................................................... É proibida a reprodução total ou parcial de imagens ou textos inerentes a esta edição, sem a autorização expressa do Editor. As opiniões expressas nesta revista são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não têm que reflectir a opinião do editor. ...........................................................................
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006 DP ARTEFOTOGRÁFICA
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Paulo Roberto lança livro de crónicas e imagens na SNBA
.......................................................................................... No passado dia 29 de Maio a Sociedade Nacional de Belas Artes recebeu fotógrafos, amantes de fotografia e amigos para o lançamento do livro “Crónicas na revista DP- Arte Fotográfica” de Paulo Roberto, professor de fotografia, fotógrafo e colaborador desta revista desde o seu início, ainda intitulada Digital Photographer (versão portuguesa). Com chancela da Mindaffair Media House a obra foi apresentada por António Homem Cardoso e Jorge Pinto Guedes. O livro encontra-se à venda em www.almalusa.org em impressão por encomenda. Fotos © Carlos_Mateo
Paulo Roberto autografando
Aspecto da sala
Aspecto da mesa de apresentação
Paulo Roberto, Homem Cardoso e Jorge Pinto Guedes
A filha e esposa de Paulo Roberto com convidados
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A nova Tamron SP 90 mm F/2,8 Di VC USD MACRO 1:1 .......................................................................................... A nova objectiva macro de 90 mm da Tamron proporciona uma qualidade de imagem superior e incorpora uma tecnologia óptica com estabilização de imagem inovadora. Esta nova objectiva Di (Design Digital Integrado) para câmaras SLR digitais com sensores Full Frame e sensores APS-C/APS-H. inclui para-sol e está disponível no nosso país para Canon , Nikon e Sony. A combinação de uma tecnologia óptica e de uma estabilização de imagem inovadora constituem uma nova obra de arte: a objectiva macro de 90 mm que proporciona imagens com uma nitidez impressionante realçadas com efeitos naturais de desfoque. A objectiva de 90 mm clássica da Tamron renasce para permitir-lhe tirar fotos ainda mais bonitas e requintadas. Compatível com câmaras Full Frame, esta nova objectiva macro de alta resolução permita ao fotografo capturar a atmosfera do momento. Esta lente confere alta resolução com efeitos lindíssimos de desfoque já que possui dois cristais XLD (Dispersão Extra Reduzida) fabricados a partir de um cristal especial de primeira qualidade combinado a um elemento LD (baixa dispersão)
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que em conjunto corrigem por completo as aberrações cromáticas. Além disso, o design recente da óptica e do diafragma arredondado proporcionam um efeito de desfoque excepcional. Esta objectiva macro conserva o foco nítido no alvo aliado a um desfoque natural suave nos primeiros planos e no fundo para obter uma sensação de cores mais vivas e de profundidade. A Tamron SP 90mm macro está equipada com um mecanismo de estabilização de imagem VC que oferece imagens nítidas e vivas no visor. Mesmo em situações de pouca luz, os efeitos de vibração da máquina são reduzidos para obter fotos sem ser tremidas tirando-as à mão.
A relação de ampliação máxima da nova objectiva macro de 90 mm é de 1:1, o que lhe permite reproduzir uma imagem no seu tamanho real do sujeito que seja do filme ou do sensor dessa imagem. Esta objectiva é adequada para fotografar primeiros planos de pequenos objetos e permite ao fotógrafo capturar o mundo miniatura que não se consegue capturar de outra forma. A objectiva incorpora ainda um sistema IF, que foca movendo somente o grupo de lentes internas. O comprimento total da objectiva não varia assim tanto ao focar, o que permite ter uma distância de trabalho confortável. O resultado é uma fotografia macro confortável. O motor silencioso USD de alto desempenho assegura uma resposta rápida e precisa do autofoco e simultaneamente permite ao fotógrafo ajustar manualmente o foco a qualquer momento mesmo estando em modo de autofoco. Mais info em: www.tamron.es/pt
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DP ARTEFOTOGRÁFICA 009
The bride Š Sofia Carvalho _
sem titulo ツゥ Daniel Palos | A oficina ツゥ Antテウnio Carreira
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A hole in the sky © Olavo Azevedo | Trilhos © João Santos [aka ijpphoto]
Finding Your Way In The Dark © João Paca | Historias escondidas © João Carlos Madeira
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Alone © Nico Ouburg | The fencer © Hugo Borges
Quando os olhos falam ツゥ Sofia Azevedo | Sea Cloud II ツゥ Carlos Carvalho
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2642 Reflexos De Um Deus Maior_Fatima 15MAR13 © Eduardo Nunes Emeteesse | At The Top © Marco Raposo
Salt Flats © Sílvia Dias | Anônimo do Pere Lachaise II © Rubens de Olivei Rubão
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sem titulo © Telmo Keim | I love trees © Fátima Condeço
Santa Cruz ツゥ Paula Mendes | Mourisca ツゥ Arnaldo Oliveira
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The Famous Rock © Carlos Silva [aka Avlisilva] | Prima Vera © Mónica Carreira
sem titulo ツゥ Luciano Magno | Margem da Lagoa ツゥ Carlos Carvalho
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Latifundio © Gilberto Grosso | Conversas de calçada © Pedro Pargana
Todos caminhamos para algum lugar ツゥ Joテ」o Carlos Madeira | Sem Titulo ツゥ Alexandre Mimoso
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Tripulação de memórias © Pedro Mesquita | sem titulo © Telmo Keim
A vida humana através da lente de uma câmera Nós, os seres humanos, somos por natureza altamente sociáveis. Temos por costume agrupar-nos, entrelaçados no prazer da companhia e faze-mo-lo para crescer e nos desenvolver-mos, para procriar e o por várias razões psicológicas que têm a ver com a segurança e necessidade. Através das nossas longas e duráveis relações, intercambiamos os nossos medos e expectativas, as nossas alegrias e tristezas, as nossas conquistas e os nossos humildes defeitos. E, agindo assim, acrescentamos e retiramos simultaneamente algo ao infinito mar que é a consciência global, ganhando perspectiva e conhecimento do ser que somos, a nível individual e plural, para além da miríade de similitudes e diferenças que distiguem e caracterizam as pessoas, independentemente das suas culturas ou nações.
Com grande parte da sociedade agora “armada” com uma camera moderna, estamos agora aptos a captar e partilhar quase instantaneamente nos nossos cada vez mais vastos círculos, todos os aspectos da existência humana numa inovadora forma de semi permanência digital. A vida humana vista através da lente de uma camera leva a um conjunto de significados porventura mais profundos, complexos e inéditos que desenham claramente evidências individuais ou gerais e as elevam do espectro do mundano para o nível da singularidade épica. Com cada momento da vida agora ao nosso alcance para poder ser capturado, editado e publicado para posterior contemplação e desconstrução visual, a infinita variedade de princípios da natureza humana está, finalmente, em completo alinhamento e harmonia. Jaycee Crawford People & Portraits Group
Bird Man1 © Neil Kremer
Desde muito novos que nos habituámos a ver o mundo com um olhar abrangente – observando, esperando, escutando, pensando – para compreender e calcular as razões, causas e efeitos que fazem mover a ordem natural da sociedade e o mundo em geral. Observamos à distância necessária os nossos familiares e amigos, os nossos colegas de trabalho, os nossos vizinhos, nós próprios e milhares de estranhos e desconhecidos com quem partilhamos transportes, passeios, lojas ou ruas – os nossos semelhantes com quem povoamos a “Cidade Global”.
Eyelashes ツゥ Aimee Richmond
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Claudia_Armenia Š Jaycee Crawford
FamilyPortrait ツゥ SharonWish
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You Can Not Save Me Š Tamara Pruessner
Blossom in the Wind ツゥ Daniele Frison
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Food for Thought Š Cho Tang
ツゥ Nelson Aguilar
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Between Two © Rudy Boyer
Hope ツゥ Michael Ken
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Poolside Š Jay R. Houghton
Girl With Horse ツゥ Eleanor Pregger
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Š Kelli Seeger Kim
Girl and her Horse ツゥ Monica Delport
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Spider Š Pau Storch
The Dreamland Follies ツゥ Russel Haydn
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Portrait of Kelly Š Shuwen Lisa Wu
Question Everything ツゥ AmyMedina [ DangRabbitPhotography ]
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Washed Ashore Š AmyMedina [ DangRabbitPhotography ]
Fading into Darkness ツゥ Edward Khutoretskiy
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A Room With A View Š Cecile Baldewyns
Portrait ツゥ Danile Sjテカstrテカm
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Drummer Girl Š Dani M Anderson
Portrait & People ツゥ Oji Blackwhite
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Make A Wish Š JenniferEden
Day 93_Prayer ツゥ Michael Young
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Il Ritrattista Š Nick Moore
Shoot the Breeze ツゥ Peggy Richardson
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Š Moon River
ツゥ Robert Dietrich
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Chess Players Š Peter J. Ansara
BusyBreakfast ツゥ RogerioBussad
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My Aeroplane Š Sossa Bachtiar
Madoline ツゥ Peter Aikins
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How Many Days ‘Til Christmas © Simos Xenakis
ツゥ Robert Rivet
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Lollipop Š Paula Layton
Napoli 2013 ツゥ David Kaplan
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Waiting Š Joe hamel
Play ツゥ June Penn
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Dinner Prep Š Edward Harding
Sunny Day ツゥ Keith Dixon
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SmokeyOldMan Š Rina Bredie
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Lifeline © Cécile Baldewyns
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She Draws A Line © Manuel Mendoza
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Heaven & Hell © Matthew Jones
z ue ig dr Ro k ar M t© en em El re Self Portrait © Jeff E Smith
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Blue Steel © Lisa Provencher
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l le pe ap Ch en ch et Gr © irl tg Ba it ra rt Po Frightened I Tear Alone © JasonJakober
Tim at Cafe Ipe Lounge Š Alexander S Kunz
The Look © Elena García
Andy_Premonition Š Jaycee Crawford
Connection Š MylahNazario
Mysteriously Sensual Š Orly Danieli
Grasping Life Š Sarah Fitzgerald Jones
The Clue Š Jonathan Hamel
Driven By Hate Consumed By Fear Š JasonJakober
My Grandparents Š Angelo di Tommaso
Platinum Joshua Š Ray Still
Grey Š Paul van de Loo
Self Portrait with Gun Š Tom Sparks
Portrait of Tara Š Magda Coulter
Ishika Š Mystik Monk
Janet at the Old Freight Station Š Christopher Protz
A DP - Arte Fotográfica é a 1ª revista de fotografia impressa em Offset Digital pela
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Os meus colaboradores tinham-me marcado uma sessão de estúdio para as 17h daquele dia frio e chuvoso. Disseram-me que era um homem perto dos 60 anos que queria um portefólio pessoal. Depois de ter preparado o estúdio e limpo máquina e objectivas fui beber um café. Quando voltei ao estúdio avisaram-me que o senhor já tinha descido. Quando olho mais em pormenor para o rosto dos meus colaboradores reparo que tinham um ar trocista e de gozo. Quando começo a descer as escadas em direcção ao estúdio começo ouvir risos meio abafados, eram os meus colaboradores! Quando me deparei com o tal senhor que ia ser fotografado percebi imediatamente a razão dos ares de gozo e dos risos abafados. À minha frente estava um homem com ar acabado, muito velho, mas completamente transfigurado. No piso de cima e através das câmeras de vigilância os meus colaboradores seguiam o que se passava e tentavam conter-se mas eu ouvia-os perfeitamente. O meu modelo estava seminu, com lingerie vermelha feminina e com umas mamas postiças. Muito sinceramente não esperava aquele “quadro”. Não sei se fiz algum tipo de expressão demasiado “expressiva” perdoem-me o pleonasmo. Encaixei e adaptei-me o mais rápido possível pois ao fim e ao cabo sou um profissional. Depois de tentar perceber a ideia da pessoa para aquela sessão lá a realizei.
Confesso que teve momentos únicos. Jamais imaginei fotografar algo parecido. O tal senhor estava extremamente maquilhado. Uns lábios esborratados de vermelho vivo e berrante. Os olhos anarquicamente pintados. Até uma pinta preta na face para simular um sinal. Se a pessoa fosse uma Drag Queen ou um travesti eu entenderia mas aquilo era aberrante. Então quando se começou a apalpar e a mordiscar os mamilos das mamas postiças foi o fim da picada! Acabada a sessão indagou-me se poderia repetir aquele tipo de sessão mas acompanhado, respondi muito profissionalmente que aquela não era bem a minha área e que o meu estúdio não estava vocacionado para aquele tipo de trabalho. Quando subimos e já depois de a pessoa sair os meus colaboradores Paula e Alberto quase rebentaram a rir. Jurei-lhes que me iria “vingar”, na brincadeira claro. António Camilo
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DP ARTEFOTOGRÁFICA 093
James Nachtwey, o fotógrafo de (não) guerra. “I used to call myself a war photographer. Now I consider myself as antiwar photographer. “ Como pessoa James Nachtwey é o oposto de tudo o que viveu enquanto fotógrafo. Encontramos uma pessoa afável nos seus modos, de voz suave e olhar intenso. Parece que nada o afetou, que nenhuma das atrocidades horríveis que presenciou, fotografou e mostrou ao mundo, o marcaram. Tive o prazer de conhecer Nachtwey em Lisboa quando o fotógrafo esteve presente na cerimónia de entrega do prémio Visão. Já antes tinha trocado correspondência com ele a propósito de uma possível vinda de Nachtwey ao nosso país para dirigir um workshop. James Nachtwey é um dos fotógrafos de guerra que mais admiro, não só pela sua extrema coragem, mas também pela forma como fotografa. A fotografia de guerra e o fotojornalismo devem reproduzir “realidades”. Nachtwey não se escusa a mostrar essa realidade: ele fá-lo com a crueza que a mesma implica, mas bem. O que quero dizer é que muitas vezes os fotojornalistas deixam para segundo plano o “como fazer” para elegerem o primado do “o que fazer”. É discutível se uma fotografia de conflito pode ser, ao mesmo tempo, uma “peça” com estética ou grafismo. A questão, quanto a mim, não está na estética, mas na VERDADE. E aí, Nachtwey não nos engana. Ele não mente, não “doura a pílula”, não suaviza a realidade. Só que nos mostra essa vida (ou morte) de forma magistral. Algumas das suas fotos ficarão para sempre no nosso imaginário colectivo. A conhecida imagem do 11 de Setembro em que no meio dos destroços do World Trade Centre se vê um bombeiro é quase “bíblica”, se assim se pode chamar; ou a tão conhecida foto do rapaz sobrevivente de um campo de morte no Rwanda, registada em 1994; ou a do menino da guerra da Chechnya em 1996, entre as ruinas de Grozny. Mas Nachtwey não se evidenciou exclusivamente com um trabalho sobre os conflitos de guerra, a fome ou as ditaduras. Ele oferece-nos um trabalho fabuloso com a sua colaboração na National Geographic. As suas imagens dos rituais iniciáticos adolescentes Xhosa, na Africa do Sul, são prova disso. A cor substitui o monocromático preto e branco, como se Nachtwey nos quisesse dizer que, apesar de tudo, há “outro mundo”, melhor do que aquele que nos mostrou durante 20 anos. Não é fácil escrever sobre tão enorme obra, nem tão pouco sobre este homem que nos deixa tanto. Nachtwey é, ele próprio, “um mundo”. Os vídeos que mostram o fotógrafo em acção – dos quais se destaca o famoso War Photographer, são um testemunho fantástico. James Nachtwey tem dedicado muito seu tempo à denuncia dos conflitos, mas também dos caminhos que os media levam nas ultimas décadas: a não denuncia da miséria, desigualdades, fome e guerra, são substituídos por entretenimento, fama e glamour.. Nachtwey é comparado a Robert Capa, segundo a Wikipedia. E nós concordamos. «Fui uma testemunha e as minhas fotos são o meu legado. Os acontecimentos que fotografei não devem ser esquecidos e nunca mais se deverão repetir», James Nachtwey War Photographer – o filme http://www.watchdocumentary.tv/war-photographer-documentary/ Em 2001 Christian Frei realizou um documentário em que utilizou micro-câmeras especiais acopladas à máquina fotográfica de James Nachtwey. O documentário foi nomeado para o Oscar da Academia, na categoria de Melhor Documentário. As filmagens decorreram durante os conflitos de Kosovo, Palestina e Indonésia, num período de 2 anos. A vida James Nachtwey nasceu em Syracuse (New York State) e foi criado em Massachusetts. Estudou História da Arte e Ciências Políticas (1966-70), no Dartmouth College, onde se licenciou. Trabalhou a bordo de na marinha mercante e foi camionista.
Ele afirma no repetidamente que forma as imagens da guerra do Vietname – principalmente a conhecida foto de Nick Ut, com a menina vietnamita nua e queimada pelo Napalm, após um bombardeamento da aviação americana - que mais o influenciaram na decisão de se tornar fotógrafo. “Foi uma poderosa denúncia de guerra, da crueldade e da injustiça. Decidi seguir esta tradição”. Em 1976 fotografou para jornais do Novo México e, em 1980, muda-se para Nova Iorque. Começa então a fotografar para várias revistas. Em 1981 realiza o seu primeiro trabalho internacional, quando é enviado para a Irlanda do Norte para documentar os movimentos civis associados às greves de fome de membros do IRA. Fotografou em inúmeros países como El Salvador, Nicarágua, Guatemala, Líbano, Gaza, Afeganistão, Filipinas, Somália, Sudão, Ruanda, África do Sul, Bósnia Herzegovina, Chechênia e Kosovo, só para citar alguns. James Nachtwey é fotógrafo da Revista Time desde 1984. Foi membro da agência Magnum de 1986 a 2001. Em 2001, fundou juntamente com outros fotógrafos a agência VII. Expôs no International Center of Photography em Nova Iorque, na Bibliothèque Nationale de France em Paris, no Massachusetts College of Art em Boston, só para citar as mais importantes. Em 2003, ao trabalhar para a Time em Bagdad, foi gravemente ferido por uma granada, ao acompanhar uma patrulha dos Marines. Recuperou após alguns dias inconsciente. Recebeu diversos prémios tais como o Robert Capa Gold Medal (cinco vezes), o World Press Photo Award (duas vezes), Magazine Photographer of the Year (sete vezes), o International Center of Photography Infinity Award (três vezes), o Leica Award (duas vezes), e o W. Eugene Smith Memorial Grant para Humanistic Photography. Em 2007 foi galardoado com o TED Award (uma organização sem fins lucrativos). Da sua palestra http://www.ted.com/talks/james_nachtwey_s_searing_pictures_of_war.html fica-nos essa ideia magistral: James Nachtwey é daqueles que deu ao mundo muito mais do que recebeu. Paulo Roberto Junho 2013
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DP ARTEFOTOGRÁFICA 095
Crise na Fotografia? Existe uma enorme confusão na interpretação da crise fotográfica. Quem ler “crise na fotografia”sem aprofundar as consequências ou a realidade verdadeira, está a enganar-se. Porque concretamente, nunca a fotografia esteve tão diversificada, rica e valorizada em termos quantitativos, variados e tecnológicos como nos dias que correm. Nunca a tecnologia foi tão elevada e também, benefício disso nunca o “consumista” de fotografia teve tantos poderes autónomos ao seu alcance. ...................................................................................................................................................... Usei atrás o termo “consumista” por, na realidade, a nobreza com que os amantes da Arte Fotográfica usavam até há uns anos atrás o registo fotográfico, a forma como guardavam momentos irrepetíves e a delicadeza como mostravam e expunham valores como esta Arte, me trás hoje algum saudosismo e motiva-me a reflexão apreensiva... Quantos gostam da Fotografia como eu não terão dificuldade em sentir e apreciar a forma desastrosa como ela hoje é usada e interpretada. Está ao alcance de todos, desde as crianças aos adultos. Nunca se fizeram tantas fotografias, pelas mais variadas formas e por vezes piores processos e nunca o amador fotográfico teve ascesso a tanta tecnologia de registo fotográfico, nem nunca no tempo da fotografia analógica surgiram tantas vendas de maquinas Reflex, de modo a proporcionar que, mesmo sem grandes conhecimentos, todo um vasto automatismo ao dispor torne todos em potenciais fotógrafos dos mais variados eventos. Democraticamente e, esse é um direito inaleanável, todos podem fotografar sem limites. Porém a desabrida forma como se faz o “click” e se “apaga” e a forma como alguns concorrem no mercado com profissionais legalizados, aí sim, deixa-me muito por entender!..Estando em vias de entrar a níveis superiores o debate bem estruturado, e alargado a várias autoridades e agentes representativos. É verdade, que eu andarei de candeias às avessas com tantas virtualidades e manipulações actuais. Não “entendo” facilmente, porque também não quero entender, certas coisas que nos servem formatadas conforme as conveniências dos intervenientes e daí talvez a minha perplexidade. Recentemente no meu Blog, “poe-teapauseculoxxi”, me interroguei e, interroguei a propósito de uma gravação para uma série televisiva, que está a ser captada na zona Oeste de Portugal onde resido, e prometi então, que desenvolveria o tema com mais detalhe, para que possa enquanto fotógrafo que intervém com a fotografia, elucidar e difundir com ela e com as palavras o meio que me circunda e atestar também o poder das imagens e a sua ineficácia quando adulteradas. É um registo na DP Arte Fotográfica, que fica como minha opinião. Quem tem o privilégio de filmar determinadas zonas e maravilhas do nosso País usufrui, de facto, de um poder que não está ao alcance de todos e muito menos dos que apenas conhecem e acreditam no que se lhes mostra. Sempre assim foi, já estivemos melhor, mas vivemos acima das possibilidades! E vamos ter que voltar à “santa ignorância”? Vendo e aprendendo com o que as “mágicas” caixas televisivas” nos forem fazendo chegar, determinadas pelas suas edições mais ou menos convenientes para cada situação!? A série que refiro, honra-me muito que aqui seja rodada, enquanto habitante desta zona do país. Há envolvimento. Há contacto com os actores e criam-se expectativas de que se mostre aquilo que temos subtilmente desta forma. Porém, os objectivos em tempos de manipulação, são fácilmente deturpados. Assim, quero registar aqui no escrito e forma de registo para memória futura, que “Beirais” é uma localidade do concelho de
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096 DP ARTEFOTOGRÁFICA
Valongo, do Distrito do Porto. Ou seja; A pitoresca aldeia do Carvalhal, do Concelho do Bombarral, do Disrtito de Leiria, que abre a série da RTP1, de 2ª a 6ª feira, com “Bem vindos a Beirais”, é localizada a pouco mais de meia hora de Lisboa, a escassos 2 quilómetros da A8, cheia de riqueza arquitetónica, património natural e de belezas raras, circundada por vinhedos e pomares de pêra rocha, rota do vinho, produtos de eleição
que muito nos orgulha nesta região do País e, que esperamos trazer até nós para reconhecimento o mais alargado numero de visitantes! O Carvalhal (agora titulado de Beirais?!) do Bombarral, fica ainda rodeado pelo santuário do Senhor Jesus do Carvalhal, a Quinta dos Loridos, Jardim Oriental Buddha Edén parque temático, e muito próximo das praias da Consolação, Peniche, Baleal, Foz do Arelho, S.Martinho do Porto e Nazaré. Este magnifico roteiro, que vem desde o santuário da nossa Senhora de Fátima, uma das salas capitais de turismo de Portugal, e onde há tanta vida e estrangeiros todos os dias de visita, a linda vila de Óbidos! Aparentemente quanto aqui menciono, só terá importância para mim que não gosto muito de “comer coelho por lebre” mas, se pensarmos bem, não será de mau gosto quando escolhermos os locais, e gostarmos das suas potencialidades e tradições, é bom não lhes tirarmos a identidade, ainda que tal obrigue a alguma mudança de estratégia e acima de tudo referências e contrapartidas acrescidas. Algumas opiniões contrárias, ao que eu penso, também não me atormentam, porque continuarei a pugnar por um bairrismo genuino
e do “seu a seu dono”, deixando sempre o tal espaço para poderem aproveitar para divulgarem, que é coisa que não tenho lido, nem visto fazer!... Pouco me interessa a forma como induzimos as coisas, mas sim as formas como as manipulam. As belezas que estão a vêr na série “Bem vindos a Beirais” situam-se, na sua maioria, na freguesia do Carvalhal, do Concelho do Bombarra! Mal divulgadas?! Talvez!... Mas esta é a verdade. Aqui fica um convite Nacional, a que visitem o País e as suas estruturas e belezas, mas, se fôr possivel, sem fazermos busca de uma coisa e depois irmos parar a outra por falta de rigor informativo, ou explicativo! Benvindos a toda a Zona Oeste! Não termino, como tinha alinhado o pensamento ao titulo, mas falo-ei nas próximas crónicas, onde abordarei a questão da fotografia profissional. E aí sim, vivemos na maior crise dos fotógrafos profissionais. Abordarei “a importância do associativismo”. “Fotografia na escola e fotografias escolares”. “Reportagens de casamentos divididas por tres fases!” E “Congresso de Fotógrafos Profissionais Portugueses, já em embrião”. Temas quentes, em tempo de verão, que tarda em chegar. (Anexo 2 fotos com lindos “Beirais!”. A torre da Igreja de S. Savador do Mundo no Bombarral e uma fujida “com noivos” numa rua de Óbidos!) .................................. ..... Bombarral _ 5 de junho de 2013
“A beleza da alma é a única coisa preciosa na vida. É difícil encontrá-la, mas quem consegue descobre tudo.” Charles Chaplin ..................................................... Pesquisa e Coordenação Fátima Marques Foto Jorge Pinto Guedes