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The Portfolios _ Os Portefรณlios
M a r i o
G e r t h
[ Germany _ Alemanha ]
M a n u e l
M a d e i r a
[ Portugal ]
A s h r a f _ B a z n a n i [ Morocco _ Marrocos ]
M e s t r e
H o m e m
[ Portugal ]
H o r รก c i o
C a r d o s o
G r a รง a
[ Portugal ]
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All
or only some?
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When reading an excellent - and almost Stainless - thinking of Kurt Vonnegut * - that says “Embrace the arts. I’m not kidding. The arts are not a way to earn a living. Rather, they are a very human way of making life easier to bear. Produce art, for better or worse, is a form of our soul grow. Sing in the shower, dance to the sound of the radio, tell some stories. Let’s write a poem for a friend, even it’s really bad stuff. But create art the best you can. If we do, we will have a huge payoff: we will have_created_something.” So I have connected this premise to the photography – while the most accessible form of artistic expression today - and conclude that, in fact, art can and should be for everyone, and be available to those to want to practice, but and what about the fundamental issuel? I speak of the return, the recognition of the “ego stroking” supposedly_essential_for_all_artists. So that’s where my “Pirate add-on”, “stilling” Vonnegut’s tought: Let us take the ego out of the equation, and we have the full satisfaction (sometimes so painful) act of creating. Others that manage the burden of liking it or not. We_create...and_we_are_done! ......................................................................................................... * Kurt Vonnegut (1922- 2007) is the author of several novels, essays and plays, among which stand out Player Piano (Revolution in the Future), Cat’s Cradl, Slaughterhouse-Five (Slaughterhouse 5) of Breakfast of Champions (Coffee breakfasts Champions) and Galapagos. His last work was Look at the Birdie, posthumous book with a collection of short stories and essays.
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Todos ou só alguns?
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© Jorge Pinto Guedes
Ao ler um excelente - e quase inoxidável – pensamento de Kurt Vonnegut * – que diz: “Abracem as artes. Não estou a brincar. As artes não são um meio de ganhar a vida. São, antes, uma forma muito humana de tornar a vida mais fácil de suportar. Produzir arte, mal ou bem, é uma forma da nossa alma crescer. Cantemos no chuveiro, dancemos ao som da rádio, contemos estórias. Escrevamos um poema para um amigo, mesmo que seja rasca. Mas façamos arte o melhor que pudermos. Se o fizermos, iremos ter uma enorme recompensa: teremos criado algo”. Forçosamente ligo a fotografia a esta premissa – enquanto forma de expressão artística mais acessível da atualidade - e concluo que, de facto, a arte pode e deve ser para todos, e estar ao alcance de quantos a quiserem practicar, mas e aquilo que acaba por ser fundamental? Falo do retorno, do reconhecimento, do “afago no ego” supostamente imprescindível para os artistas. Então é aqui que entra o meu “acrescento- pirata” ao pensamento de Vonnegut: Tiremos o ego da equação, e temos a satisfação plena do, por vezes tão doloroso acto de criar. Os outros que fiquem com o ónus de gostar ou não do que criamos. Criemos e… já está! ......................................................................................................... *Kurt Vonnegut ( 1922- 2007) É autor de vários romances, ensaios e peças de teatro, entre os quais se destacam Player Piano (Revolução no Futuro), Cat’s Cradl, Slaughterhouse-Five (Matadouro 5) de, Breakfast of Champions (Café-da-Manhã dos Campeões) e Galápagos . A sua última obra foi Look at the Birdie, livro póstumo com uma coleção de contos e ensaios.
......................................................................................................... Jorge Pinto Guedes © Pedro Mesquita
D i r e c t o r j pg @li q u i di m a g e s .e u
Arte Fotográfica Internacional Year 6 | Issue 69 | September 2014 ........................................................................... Price € 15,00 (EU) | € 18,00 (Resto do Mundo) ........................................................................... Managment Society Mindaffair, lda | NIF 509 462 928 Avª de Itália, nº 375-A-1º 2765- 419 Monte Estoril • Portugal Tel/Fax + 351 214 647 358 | E-mail blueray.jg@gmail.com
capa _ cover Manuel Madeira título _ title sem titulo
General Manager: Maria Rosa Pinto Guedes mrosa.br@gmail.com | +351 969 990 442 Director: Jorge Pinto Guedes jorgeguedes.ip@gmail.com | +351 969 990 343 Skype: jorgepintoguedes Art & Design: Marcelo Vaz | +351 927744527
editorial by Jorge Pinto Guedes notes _ notas Tamron wins Prize Tamron ganha Prémio Fujifilm announces Deluxe X-T1 Graphite Silver Edition Fujifilm anuncia Deluxe X-T1 Grafite Silver Edition American photographer Arthur Meyerson returns to Portugal Fotógrafo americano Arthur Meyerson regressa a Portugal Liquidimages.eu Gallery _ Galeria Liquidimages.eu Image of the Month _ Imagem do Mês Photos of the Month _ Fotos do Mês The Portfolios _ Os Portfólios Mario Gerth Manuel Madeira Ashraf Baznani Mestre Homem Cardoso Horácio Graça
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IT Manager: Frédéric Bogaerts IT Consultant: Nuno Couto Technical Consultant: Carlos Vasconcellos e Sá Traduções: Pedro Sampaio | psv@mindaffair.net Digital Offset Printing: Snapbook through Xerox iGen4 /Fiery Publication: Monthly ERC Number 125381 Legal Deposite Number 273786/08 ........................................................................... Total or partial reproduction of images or texts pertaining to this or other issues of the magazine is prohibited without the express permission of the publisher. The opinions expressed in this magazine are solely those of their respective authors and do not have to reflect the views of the publisher.
12 14 Arte Fotográfica Internacional Ano 6 | Número 69 | Setembro 2014
34 44 54 64 74
Opinion by Paulo Roberto _ Opinião de Paulo Roberto Photographing Lifestyle Fotografar Lifestyle
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Opinion by Celestino Santos _ Opinião de Celestino Santos Despair and a lack of moral and ethics Desespero e falta de moral ética
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Images with Words _ Imagem com Palavras de Fátima Marques
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........................................................................... Preço € 15,00 (UE) | € 18,00 (Resto do Mundo) ........................................................................... Sociedade Gestora Revista Mindaffair, lda | NIF 509 462 928 Avª de Itália, nº 375-A-1º 2765- 419 Monte Estoril • Portugal Tlf/Fax + 351 214 647 358 | E-mail blueray.jg@gmail.com Direcção Geral: Maria Rosa Pinto Guedes mrosa.br@gmail.com | +351 969 990 442 Director: Jorge Pinto Guedes jorgeguedes.ip@gmail.com | +351 969 990 343 Skype: jorgepintoguedes Arte & Design: Marcelo Vaz | +351 927744527 Gestor de TI: Frédéric Bogaerts Consultor de TI: Nuno Couto Consultor Técnico: Carlos Vasconcellos e Sá Translations: Pedro Sampaio | psv@mindaffair.net Impressão Offset Digital: Snapbook em Xerox iGen4 /Fiery Periodicidade: Mensal Registo ERC nº 125381 Depósito Legal n.º 273786/08 ...........................................................................
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É proibida a reprodução total ou parcial de imagens ou textos inerentes a esta edição, sem a autorização expressa do Editor. As opiniões expressas nesta revista são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não têm que reflectir a opinião do editor.
Tamron SP 150-600mm F5 / -6.3 Di VC USD wins EISA award “European Zomm DSLR Telephoto Lens 2014-2015
Tamron SP 150-600mm F5/-6.3 Di VC USD ganha o prémio EISA “European DSLR Telephoto Zomm Lens 2014-2015
It was with great pride that the Japanese brand welcomed one more prize by EISA, to be given during Photokina fair. The Tamron lens 150-600mm F / 5-6.3 Di VC USD lens is an innovative ultra zoom for full-frame DSLR and APS-C-format Canon, Nikon and Sony cameras. The stabilization of VC (Vibration Compensation) image ensures sharp images, by hand, at shutter speeds lower than was previously achievable, the high speed AF system (Ultrasonic Silent Drive) helps achieve accurate focus even for moving subjects, while eBand coating reduces unwanted light reflections. Wildlife, nature and sports photographers will appreciate the advantages of this tele photo lens ultra zoom with its excellent image quality and affordability.
Foi com enorme orgulho que a marca japonesa acolheu mais este prémio outorgado pela EISA e que será entregue durante a Photokina, a decorrer. A objetiva Tamron 150-600mm F/5-6.3 Di VC USD é uma objetiva ultra zoom inovadora para câmeras DSLR full-frame e APS-C-formato Canon, Nikon e Sony. A sua estabilização de imagem VC (compensação de vibração) garante imagens nítidas, à mão, em velocidades de obturador mais baixas do que o anteriormente era realizável, o sistema AF de alta velocidade (Drive ultra-sônico silencioso) ajuda a alcançar focos precisos mesmo para motivos em movimento, enquanto o revestimento eBand reduz os reflexos de luz indesejados. Fotógrafos da vida selvagem, natureza e desportos apreciarão as vantagens desta objetiva tele foto ultra zoom com a sua excelente qualidade de imagem e preço acessível.
The EISA (European Association of Image and Sound) garlanded with awards annually to products considered the best in their categories in terms of photographic, audio and video products. A panel of publishers with more than 50 leading journals in the Picture, Sound and Electronics Industry in over 20 European countries test and vote to determine the stars products market.
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A EISA (Associação Europeia de Imagem e do Som) galardoa anualmente prémios para produtos considerados os melhores nas suas categorias em termos de produtos fotográficos, audiovisuais e vídeo. Um painel de editoras com mais de 50 revistas líderes na Indústria da Imagem, Som e Eletrônica em mais de 20 países europeus testam e votam para determinar os produtos estrelas do mercado.
FUJIFILM ANNOUNCES DELUXE X-T1 GRAPHITE SILVER EDITION
FUJIFILM ANUNCIA DELUXE X-T1 GRAFITE SILVER EDITION
New triple layer coating gives the X-T1 a sophisticated and durable finish; EVF updated with Natural Live View and electronic shutter speed increased up to 1/32000 second; X-T1 and XF18-135mmF3.5-5.6 R LM OIS WR black kit announced.
Novo revestimento de camada tripla dá a X-T1 um acabamento sofisticado e durável; EVF atualizado com Natural Live View e velocidade do obturador eletrónico aumentado até 1/32000 segundos; X-T1 e XF18-135mmF3.5-5.6 R LM OIS WR em kit preto anunciado.
FUJIFILM announced the new special edition FUJIFILM X-T1 Graphite Silver, a weather-resistant premium interchangeable lens camera with a large OLED electronic viewfinder (EVF) that delivers an instant image preview. The X-T1 Graphite Silver also includes the latest generation 16.3 Megapixel APS-C X-Trans CMOS II sensor and the segment’s fastest autofocus of 0.08 seconds*1 for professional photographers and enthusiasts who want the ultimate in image quality in all weather conditions. Triple layer coating for a remarkable Graphite Silver finish The new FUJIFILM X-T1 Graphite Silver edition uses a triple layer coating to give it a unique and durable fit and finish. Following an antioxidant treatment on the magnesium body, a matte black undercoat (primer) is applied to the X-T1 as a first coat. The black undercoat tightens the colors of the shadowed areas and makes the highlighted areas stand out. Then, the X-T1 body is rotated at a high speed while thin coats of ultra-fine paint particles are layered using a computer controlled “Thin-film Multilayer Coating Technology” for a smooth and luxurious Graphite Silver finish. Finally, the X-T1 is given a clear coat for extra durability and a deep gloss finish that subtly changes its appearance depending on how it is struck by the light. Natural Live View and increased shutter speed The FUJIFILM X-T1 Graphite Silver edition has been upgraded with a new Natural Live View in the EVF that displays images just as the naked eye sees them. With the X-T1 Graphite Silver edition, users can disable the Preview Picture effects from viewfinder image while shooting to display a truly natural image composition just as they would see with an optical viewfinder. The FUJIFILM X-T1 Graphite Silver edition is now equipped with a high-speed electronic shutter that has a maximum speed of 1/32000 second that can be set in 1/3 steps when using the FUJINON XF23mmF1.4 R, XF35mmF1.4 R, or the XF56mmF1.2 R lenses. Additionally, the mechanical shutter will not operate when any speed for the electronic shutter is selected for a completely silent shooting experience.
A FUJIFILM anunciou a nova edição especial FUJIFILM X-T1 Grafite Prata, uma câmara permium de lentes intermutáveis e resistente às intempéries com um grande visor eletrônico OLED (EVF) que proporciona uma visualização da imagem instantânea. A X-T1 Grafite Prata também inclui a última geração de sensores de 16,3 megapixels APS-C X-Trans CMOS II e o autofocus mais rápido do segmento de 0,08 segundos. Para fotógrafos profissionais e entusiastas que querem o máximo em qualidade de imagem em todas as condições meteorológicas. Revestimento de tripla camada para um acabamento prata e grafite notável. A nova edição FUJIFILM X-T1 Grafite Prata usa um revestimento de camada tripla para dar-lhe um ajuste único e durável e acabamento. No seguimento de um tratamento anti-oxidante no corpo de magnésio, um mate (iniciador) é aplicado aos eixos X-T1 como uma primeira camada. A sub capa une as cores das áreas sombreadas e faz com que as áreas destacadas sobressaiam. Em seguida, o corpo X-T1 é girado em alta velocidade, enquanto camadas finas de partículas de tinta ultra-finos são aplicadas usando um computador, conhecida como tecnologia “Thinfilm Multilayer Coating “ para um acabamento de grafite e prata suave e luxuoso. Por fim, à X-T1 é aplicada uma camada fina e clara para maior durabilidade e um acabamento de brilho profundo que subtilmente muda a sua aparência dependendo da incidência da luz. A edição FUJIFILM X-T1 Grafite e Prata foi atualizada com um novo Natural Live View no EVF que exibe imagens de alta qualidade mesmo a olho nu. Com a edição de X-T1 Grafite e Prata, os utilizadores podem desativar os efeitos de visualização de imagem do visor durante o disparo para apresentar uma composição de imagem verdadeiramente natural, assim como eles veriam com um visor óptico. A edição FUJIFILM X-T1 Grafite e Prata está agora equipada com um obturador eletrónico de alta velocidade de 1/32000 segundo que pode ser ajustado em 1/3 etapas ao usar a lente FUJINON XF23mmF1.4 R, R XF35mmF1.4 , ou as lentes XF56mmF1.2 R. Além disso, o obturador mecânico não irá funcionar quando qualquer velocidade for ajustada no obturador electrónico ,por forma a obter uma experiência fotográfica completamente silenciosa.
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The well-known American photographer Arthur Meyerson returns to Portugal
O conhecido fotógrafo americano Arthur Meyerson regressa a Portugal
Lecture and book signing
Palestra e sessão de autógrafos
// Library of the National Society of Fine Arts, Lisbon 2 October 2014 - 18:30
// Biblioteca da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa Dia 2 de Outubro 2014 – 18.30h
We can already announce the completion of the lecture by Arthur Meyerson in Portugal, followed by an autograph session at the Library of the National Society of Fine Arts in Lisbon.
Desde já podemos anunciar a realização da palestra de Arthur Meyerson em Portugal, seguida de uma sessão de autógrafos na Biblioteca da Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa.
Once in 2000, 2005 and 2010, the American photographer known to have led several workshops and photo tours, the Portuguese fans will now have the opportunity to attend this conference with one of the most respected and award-winning photographers on the international scene. Participants will learn about the work of this great photographer through the magnificent presentation and excellent communication skills AM.
Depois de em 2000, 2005 e 2010, o conhecido fotógrafo norte-americano ter liderado vários workshops e passeios fotográficos, os aficionados portugueses terão agora a possibilidade de assistir a esta conferência com um dos mais conceituados e premiados fotógrafos do panorama internacional. Os participantes poderão conhecer o trabalho deste grande fotógrafo através da magnífica apresentação e excelente capacidade de comunicação de AM.
To view a video interview of Arthur: http: //www.youtube. com/watch?v=sZWNwqkat4o Site of American Photographer: www.arthurmeyerson.com This lecture we’ll count with arte Fotográfica magazine and Liquidimages.eu sponsoring.
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Para ver um vídeo-entrevista de Arthur: http: //www.youtube.com/watch?v=sZWNwqkat4o Site do Fotógrafo norte-americano: www.arthurmeyerson.com Esta palestra tem o apoio da revista Arte Fotográfica e Liquidimages.eu.
sem titulo © Nico Ouburg
Contemplação para olhares © João Santos
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O Homem do Leme © Vitor Bastos
O Moliceiro © Horácio Graça
sem titulo © José Alpedrinha
e tudo corre tanto © Lilyge
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O céu sobre rodas, 1920 © António Carreira
sem titulo Š Carlos Silva
Vai e Vem Š Monique Silsan
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Água de rosa © Lilyge
Olhando para o desconhecido © Hugo Só
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sem titulo © Vitor Santos
O teu recanto © Carlos Figueiredo
Os Guerreiros do meu dia a dia... © Carlos Figueiredo
sem titulo © João Paulo Lapa
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sem titulo © Marco Raposo 01
Adamastor © José Magalhães
sem titulo © Francisco Freitas Diniz
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Acesso ao Mar © José Melim
Paradise © Carlos Carvalho
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Comboio © Pedro Mota
LightBus © Luciano Shimomoto
Interior Mosteiro da Batalha © João Santos
sem titulo © Horácio Graça
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sem titulo © Luis Mascarenhas
é o Alho © Hugo Só
sem titulo © Nuno Dias
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sem titulo Š Marco Raposo 02
M ario
`Sons and daughters of Wind’ Nomads of Africa photographed by Mario Gerth 50 months adventure through Africa’s remotest regions, led the German photographer Mario Gerth from the third millennium out into a different world - a graceful world where nature has inherited dignity and elegance in the faces of her people. To portray the naturalness of the nomadic peoples and their environment, the journalist and photographer spent years traveling through Africa, last 24 months by bicycle from Cape Town to Cairo. Hundreds of miles on foot, using donkeys and riding horses, by boat or jeep, in all four directions, alone or in the company of his friends on the quest for the Africa of his young imagination.
G erth
`Filhos e filhas do vento ‘ Nomadas de África fotografados por Mario Gerth Cinquenta meses de aventura através de regiões remotas da África, levaram o fotógrafo alemão Mario Gerth a partir do terceiro milênio para um mundo diferente - um mundo onde a natureza graciosa herdou dignidade e elegância no rosto do seu povo. Para retratar a naturalidade dos povos nómadas e o seu meio ambiente, o jornalista e fotógrafo passou anos viajando por África, os últimos 24 meses de bicicleta da Cidade do Cabo ao Cairo. Centenas de quilómetros a pé, usando burros e cavalos de equitação, de barco ou de jipe, em todas as quatro direções, sozinho ou na companhia de amigos na busca da África do seu imaginário juvenil.
Bio
Bio Mario Gerth’s travels as cycling nomad (www.abgefahren2004. de ), journalist or photographer have taken him it in more than 77 countries on five continents. He has witness civil war, poverty, dictatorship and violence - but more often he was a guest in a world that is characterized by graceful beauty and much prefer to visit with people whose cultural grandeur and Fortitude have adopted unique features. Gerth’s photographs have been shown in international exhibitions and published in countless magazines. Today he works as a banker - part-time - in Germany and as a photographer / journalist in Africa. The magazine “Die Zeit” describes him as “The world changer”. He is 38 years and married.
www.mario-gerth.de
As viagens de Mario Gerth como ciclista nómada (www.abgefahren2004.de), jornalista ou fotógrafo levaram-no a mais de 77 países nos cinco continentes. Ele testemunhou a guerra civil, a pobreza, a ditadura e a violência - mas mais frequentemente tornou-se convidado num mundo que se caracteriza pela beleza graciosa e prefere visitar pessoas cuja grandeza cultural e força interior adotaram características únicas. As fotografias de Gerth foram mostradas em exposições internacionais e publicados em inúmeras revistas. Hoje ele trabalha como banqueiro em part-time na Alemanha e como fotógrafo / jornalista em África. A revista “Die Zeit”, descreve-o como “O transformador do mundo”. Gerth tem 38 anos e é casado.
www.mario-gerth.de
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M ario
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M anuel
Manuel Madeira is a kind of wizard and photography runs in his blood. He photographs since he was seventeen. Altough sometimes he embraced temporarily photography or even the cameraman profession it never was his main subsistence. He is comfortable in any situation or focal distance but the silhouettes are his passion, mainly because of all the immense ways of representation. Many people consider Madeira a Master because of his unique way of teaching photography and his work can be seen easily online. It’s usual to ear someone saying that has learned more with him in one session than in many hours of useless talk. This porfolio was chosen by him at our request with a promise that the first volume of his book will be published soon.
M adeira
Manuel Madeira é uma espécie de mago e tem a fotografia no sangue. Pratica-a desde os seus 17 anos. Embora por diversas ocasiões tenha desempenhado a profissão – como cameraman ou fotógrafo de reportagem, revistas, etc – a mesma nunca foi o seu principal sustento. Sente-se confortável em qualquer temática ou distância focal mas são as silhuetas, e as mil e uma maneiras de as representar, que o fascinam verdadeiramente. Por muitos considerado um mestre o seu trabalho pode ser visto online com facilidade. É frequente ministrar workshops que geralmente esgotam pois os seus métodos são quase tão famosos como as suas imagens e muitos são os que garantem aprender mais com ele numa sessão que em muitas horas de um qualquer curso. Esta selecção foi feita pelo próprio a nosso pedido e contém a promessa da publicação do primeiro volume do seu livro para breve.
www.facebook.com/manuel.madeira.7 www.facebook.com/manuel.madeira.7
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A shraf
Moroccan photographer and filmmaker Achraf Baznani carries on the traditions of Surrealism with his wild, imaginative, and wholly impractical imagery. Among his inventive scenarios, small human figures -often the artist himself- appear trapped within glass jars or the size of a camera lens; in other works, Baznani more or less dissects his body, as for example, in one, he cleanly removes his brain from his cranium, or in another, twists off his hand, much as if it were a light bulb. Imparted throughout such works are strong senses of humor and wonder, and as such, Baznani’s art offers a Surrealistic take on life experience in the digital age. A self-taught artist, Baznani has no formal photography education. He lives and works in Morocco.
B aznani
Fotógrafo e cineasta marroquino Achraf Baznani carrega consigo as tradições do Surrealismo através da sua selvagem, imaginativa e mesmo improvável imagética. Entre os seus cenários inventivos, de pequenas figuras humanas - muitas vezes ele mesmo- aparecem presos dentro de frascos de vidro ou do tamanho de uma lente fotográfica; noutros trabalhos, Baznani mais ou menos disseca o seu corpo, como por exemplo, num em que ele retira o cérebro do seu crânio, ou em outro, eme que lhe torce a mão, como se de uma lâmpada se tratasse. A sensação transmitida pelas suas obras toca fortemente os sentidos, especialmente através do humor e do espanto. Em simultâneo a arte de Baznani oferece uma visão surrealista sobre a experiência da vida na era digital. Baznani é um auto didata e continua a residir no seu Marrocos natal.
www.baznani.com www.fb.com/abphotographe
The underwater world
www.baznani.com www.fb.com/abphotographe
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Special taste
A shraf
Coffee cup
B aznani
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Ready to fly
A shraf
The aviator
B aznani
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The kid inside of me
A shraf
Money is power
B aznani
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Under the cup
A shraf
Noisiness
B aznani
M estre
H omem
C ardoso
“PASSEIOS POR ESSA LISBOA” Detalhes de uma cidade amada
Strolling by a certain Lisbon Details of a beloved city
To publish a book of Master Homem Cardoso was more than an award for me, it was a dream which I never even dared to dream. He also gave me the honor of spending several evenings in front of a giant folder named Lisbon, with hundreds of images captured in their most recent tours of this city he loves.
Publicar um livro de fotografia de Mestre Homem Cardoso é, mais que um prémio para mim, um sonho que nunca me atrevi sequer a sonhar. E, para que não julgasse que dormia, o Mestre deu-me a honra de passar várias tardes em frente a uma gigantesca pasta de nome Lisboa, com centenas de imagens capturadas nos seus mais recentes passeios por esta cidade que ele tanto ama.
Since he is Ambassador of the X Series by Fuji cameras Master Man Cardoso is dedicated to braving Lisbon freely and spontaneously. As if that the city still received the boy and gave him for so many years there earning his life, wandering away by the need to contemplate and capture the light aspects, the moments, the people and sights of our capital who gave him sanctuary and fame and that now he registers with the necessary dose of contemplation and tranquility.
Desde que é Embaixador Fuji Serie X que Mestre Homem Cardoso se dedica a calcorrear Lisboa de forma livre e espontânea. Como se isso devesse à cidade que o recebeu ainda garoto e tantos anos lhe deu para aí ganhar a vida de máquina em riste, longe do vagar necessário para contemplar e registar a luz, os aspetos, os momentos, as gentes e vistas da nossa capital, que lhe deu morada e fama e que, agora, regista com a necessária dose de contemplação e tranquilidade.
Now there is time and wander for new projects - this series is one of Lisbon - Master Cardoso embraces them with the enthusiasm of a little kid, the joy of a good man and the wisdom of a master.
Agora, que há tempo e vagar para novos projetos – esta série sobre Lisboa é um deles – Mestre Homem Cardoso abraça-os com o entusiasmo de um miúdo pequeno, a alegria de um bom homem e a sabedoria de um mestre.
Jorge Pinto Guedes Jorge Pinto Guedes
www.almalusa.org www.almalusa.org
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H orácio
G ra ç a
PATEIRA – ENTRE SILÊNCIOS E MELODIAS PATEIRA – Between silences and melodies This portfolio is a selection of 9 images with texts from the author, recently published by our house, on a book about Pateira de Fermentelos, Portugal, an enchanted and unique place that Horácio knowns better than anyone.
Este portefólio é uma selecção de 9 imagens com textos de Horácio Graça sobre a Pateira de Fermentelos, um local como que encantado, e que ele conhece como ninguém e que foram recentemente publicados no livro com o mesmo título, com chancela da nossa editora.
Bio
Bio Horácio Graça, 56, was born in Águeda, Portugal and is a pottery technician. The world of photography came up in 2006 by the hand of a dear friend (Miriam Galdino). Horácio is a self-taught photographer, as and will have Pateira like the main source of inspiration, by far his favorite place to capture the idyllic and romantic scenes he offers. It´s certain that landscape is Horácio Graças’s favorite discipline although he also likes Macro and Sport photography.
Horácio Graça, 56 anos, natural e residente numa freguesia do concelho de Águeda (Aguada de Baixo) 12º ano de escolaridade, profissional de cerâmica. O mundo da fotografia, surgiu em 2006, por influência de uma amiga (Miriam Galdino) a quem está eternamente agradecido. Autodidacta por convicção, teve e tem a Pateira como fonte de inspiração, e que é, inquestionavelmente, o seu lugar de eleição. Sendo certo que paisagem é o seu tema favorito, gosta também muito de macro e desporto.
www.almalusa.org www.almalusa.org
Só, entre as paredes do quarto… Que aperta quanto liberta, Já nem esboço protesto, A esse exterior que detesto Por ter a certeza tão certa, Só, entre as paredes do quarto… Tenho o silêncio enfim, Pra ter diálogos profundos, Levando-me a outros mundos Que existem dentro de mim. Só, entre as paredes do quarto… Liberto-me da tal liberdade Que oprime e é asquerosa, Tornando-se mais dolorosa Por nada ter de verdade. Só, entre as paredes do quarto… Entre esperanças perdidas, Não vejo, não ouço, nem digo, Vagueio apenas comigo Em sensações desmedidas. Só, entre as paredes do quarto… Contente por ficar triste, Procuro o pouco que existe, Na vida, grande auto-estrada, Que é tudo…por não ser nada!!! Horácio Graça, 30/05/2013
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H orรกcio
G ra รง a
Quero voar, não mais parar, ir sem destino... Ter alma de ave, que nunca sabe o que é divino... Por entre cores, não sentir dores cantar meu hino... E ir voando, não mais parando sempre gritando... Sou pequenino!!! Horácio Graça, Abril de 2014
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H orรกcio
G ra รง a
Que esta luz forte e irresistível que me fascina, nunca apague ou ofusque, a minúscula combustão que vai acontecendo no mais profundo do meu ser, algures, num espaço ambíguo e não identificável, que todos conhecemos como alma!!! Horácio Graça, Junho de 2014
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H orรกcio
G ra รง a
De pais para filhos “Sim, parece-me consensual dizer, que os laços surgem nos primeiros momentos de vida, mas, o que os torna verdadeiramente indestrutíveis e inabaláveis, perdurando até num espaço de tempo sem tempo, é posteriormente, a confiança e a cumplicidade ” Horácio Graça, Maio de 2013
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H orรกcio
G ra รง a
Deixei lá distante Algures escondido Um eu meu amigo. E agora perdido, Em luta constante Sozinho e comigo De tão escaldante Sou só o restante Dum grande castigo! Solidão imensa! Que sofre e que pensa Na guerra dos eus, Sem sonhos dos teus, Reparo e entendo Que nunca pretendo Que os teus sejam meus. Com os eus e a alma, Que os une e acalma Vou vendo o abismo, Não penso nem cismo, Não paro, não quero! Nem quero saber Se aquilo que espero É fruto do querer Ou se é do meu ser. Horácio Graça, Janeiro de 2013
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H orรกcio
G ra รง a
Não entendo… Que pretendo? O que sou… Pra onde vou? Donde vim… Para que fim? Será certo… Estarei perto? Ou me afasto… Do nefasto? Ninguém sabe… O que me invade? E onde cabe Tanta verdade? Muita ilusão.... Pouca paixão!!!... Nada mais triste, Se é que existe… Coisa perdida, Que dizem vida!!! Horácio Graça, 04/03/2013
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H orรกcio
G ra รง a
E o dia nascia... A calma imperava A ave voava E eu tudo via É o êxtase da vida É simples magia É renúncia perdida Em nova alegria E a ave voava... E o dia nascia Liberdade almejava Nos voos que via! Horácio Graça, Fevereiro 2013
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Melodia em silêncios‌
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Vendavais de silêncios… Lucidez Lancinante, Desespero Que urge Na verdade Que surge, Fica imenso O instante. Vendavais de silêncios… Loucura Tão lucida, Mentiras Trucidas, Verdades Refinas… Por momentos Dominas. Vendavais de silêncios… Tempestade Sem vento, Quietude Inquieta, Revolta Serena Que de enorme É pequena. Horácio Graça, 08/07/2013
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Fotografar Lifestyle Lifestyle Photograhy significa «estilo de retratos ou fotografia de pessoas que tem como objetivo capturar e documentar de uma forma artística, os eventos da vida real, situações ou padrões do cotidiano,» in Wikipedia.
Este é um dos estilos de fotografia que mais criatividade “oferece” ao fotógrafo. Fotografar as situações do quotidiano para publicidade, por exemplo, é um desafio muito interessante pois tendo o fotógrafo um guião pré-determinado, permite-lhe por outro lado, usar uma liberdade fotográfica muito grande. Há dias realizei uma campanha de publicidade para uma empresa nacional da área da climatização. Um dos temas incluía fotografar os modelos num espaço aberto (jardim). O conceito era simples: passar uma ideia de casal, segurança, conforto associado a bem-estar material e pessoal. No fundo, teria que recriar esse conceito de uma forma visual e graficamente interessante, utilizando uma “atmosfera” o mais natural possível. Desta forma, desde o make-up até à produção, passando pelo controle dos aspectos fotográficos mais específicos (temperatura de cor, efeito contraluz, isenção de flash, uso moderado de refletores, etc.) tudo teve uma marca plausível de lifestyle. A direção de modelos é aqui de enorme importância, embora o “estilo” aparente precisamente a não existência da mesma. O fotógrafo terá que fazer com que os modelos não pareçam modelos mas antes pessoas comuns. É essa a “beleza” do lifestyle: fazer parecer natural uma ambiência em que tudo foi planeado e estudado. Paulo Roberto
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Despair and a lack of moral and ethics Since always, Professional Photographers and other people who “takes pictures”, are not aware of the Copy Rigths and the Rights of Image. For convenience or sheer ingenuity, it is true that what goes around looking to give the idea that the laws are not in place ...
We are now, more than ever, violated by all the various ways and means of collecting data and images, and seems to want to pass-the idea that anything goes, until we get to the ridiculous. Especially in social networks, which highlights Facebook, are deposited millions of images of works contracted to professionals who do not respect any moral ethics. Each photographer is free to work his way and gives to what he does, as a mere gesture of beautiful enjoyment or personal vanity. No wonder, therefore, that we are all mixed in “bathed” the lack of respect and abuse of the right to privacy of individuals. Who is exposed and contacts the public is confronted every day with many complaining about that trivialization. The desperation of some leads them to “trends”, nothing relyable for the good name of those who surrender to the profession, defending values and causes. Publish criteria without charge, children sessions as ornate dolls, pregnant without light and contours... I deeply regreat the chaotic situation that plunge us because we ended up not enjoy technological possibilities put at our disposal and which will discredit the fault of so much informative and formative falsehood. We run the risk of trivializing and also indifference. Who does not publish today, more than outdated, is considered late. But it gives me immense pleasure to see my colleagues and others who do not know to work with and learn which hold potential stakeholders. This should be the general path to follow, to dream about the return of the lovers of photographic art in our studios now populated by flies. If we are serious and true professionals we are still in time to differentiate ourselves just as much commercial imagination.
Desespero e falta de moral ética Desde sempre, o Fotógrafo profissional e demais pessoas que “tiram fotografias”, maioritariamente não conhecem os direitos de Autor e Direito à imagem. Por conveniência ou pura ingenuidade, certo é que o que se vai vendo por aí até dá a ideia que as leis não estão em vigor...
Somos hoje, mais que nunca, violados em tudo pelos mais variados meios e formas de recolha de dados e de imagens, e parece querer-se fazer passar a ideia que vale tudo, até chegarmos ao ridículo. Especialmente nas redes sociais, onde se destaca o Facebook, são depositadas milhões de imagens de trabalhos contratualizados a profissionais, que não respeitam qualquer ética moral. Cada um é fotógrafo à sua moda e dá uso ao que faz, como sendo apenas um mero gesto de belo gozo ou vaidade pessoal. Não admira, por isso, que estejamos todos misturados na “banhada” da falta do respeito e do abuso do direito à privacidade das pessoas. Quem se expõe e contacta o público é todos dias confrontado com tantos queixumes que inquieta tanta banalização. O desespero de alguns leva-os a “modas”, nada abonatórias do bom nome de quem se entrega à profissão, defendendo valores e causas. Publicam sem critérios responsáveis, sessões de crianças como bonecos ornamentados, grávidas sem luz e contornos, reportagens ao despique, para “picar” quem o não faz, ou não publica. Lamento a caótica situação em que nos mergulham, porque acabamos por não usufruir de possibilidades tecnológicas postas ao nosso dispor e que se vão desacreditando por culpa de tanta falsidade informativa e formativa. Corremos o risco da banalização e também da indiferença. Quem não publica hoje, mais que desatualizado, é considerado atrasado. Mas dá-me um imenso prazer ver colegas meus e outros que não conheço com trabalhos com os quais aprendemos e prendemos potenciais interessados. Essa devia ser a conduta geral a seguir, para sonharmos com o retorno dos amantes da Arte fotográfica nos nossos Estúdios hoje povoados pelas moscas, fruto das nossas doentias espertezas saloias!... Se formos sérios e profissionais verdadeiros ainda estamos a tempo de nos diferenciarmos de tanta imaginação apenas comercial. ......................... Celestino N.F. Santos
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Research and Coordination _ Pesquisa e Coordenação Fátima Marques Photography _ Fotografia © Beatriz Pinto Guedes
You ask me how I became crazy. It happened thus: One day, long before many gods were born, I woke from a deep sleep and noticed that all my masks were stolen - the seven masks I had made and used in seven lives - I ran mask less through the streets full of people shouting, “thieves, thieves, the cursed thieves”. Men and women laughed at me and some ran to their houses, afraid of me. And when I got to the market square, a boy climbed on the roof of a house shouted, “It’s a mad man”. I looked up to see him. The first sun kissed my own naked face. For the first time the sun kissed my own naked face and my soul was inflamed with love for the sun, and not wished more of my masks. And, as if in a trance, I cried: “Blessed, blessed are the thieves who stole my masks” So I became crazy. And I found both freedom and safety in my madness: the freedom of loneliness and the safety of not being understood, for he who understands us always enslave something in us. Gibran Kalil Gibran
Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim: Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!” Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez a minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava a minha face nua, e a minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais as minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram as minhas máscaras!” Assim me tornei louco. E encontrei tanto de liberdade como de segurança na minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza sempre alguma coisa em nós. Gibran Kalil Gibran
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