Colégio Santa Maria - Revista Caleidoscópio Ed. 77

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Revista

Nยบ 77

COLร GIO SANTA MARIA


EXPEDIENTE COLÉGIO SANTA MARIA Av. Sargento Geraldo Santana, 890/901 Jardim Marajoara – São Paulo/SP (11) 2198-0600 santamaria@colsantamaria.com.br www. colsantamaria.com.br

ACESSE AS MÍDIAS DO COLÉGIO /colsantamaria /colsantamariasp www.colsantamaria.com.br

CONSELHO EDITORIAL Irmã Diane Clay Cundiff Irmã Anne V. Horner Hoe Adriana P. da Silva B. de Freitas Adriana Tiziani Ana Cristina P. Imura Beth Costa Muriel Alves Silvio Soares Moreira Freire Sueli A. Gonçalves Gomes Vanini Andolfato Mesquita

EDITORA Suze Smaniotto

REVISÃO Rita de Cássia Cereser Sógi

COLABORADORES Adriana Pistori Luiz Carlos de Carvalho Maíra dos Santos Nascimento Alexandre Oliveira Maria Carolina V. Biscaia Ana Cristina Pereira Gil Aurea Maria Curti de Mello Maria Soledad Más Gandini Caroline Mieko Agata Moreira Pedro Moisés de Carvalho Cleber Teodoro Pereira da Silva Priscilla Rolim Regina Martins Edith Sonagere Nakao Gilberto Soares Ricardo Borducchi Gustavo de Almeida Robson V. Silva Fernando Reyes Roberta Edo Haroldo Bueno Sérgio Seixas Henrique Genereze Suzana Torres Lara Pécora Polazzo Tiago Fernandes Karine Ramos Wallace Marante Lucas Marquezin

Tiragem: 5.500 exemplares A Revista Caleidoscópio é uma publicação do Colégio Santa Maria. Não é permitida a publicação de seus textos sem a devida autorização.

DESENVOLVIMENTO Alpem Soluções e Comunicação Alameda Meyer Joseph Nigri, 513 Cidade Cruzeiro do Sul - 08673-170 - Suzano / SP


SUMÁRIO

CARTA

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Irmã Diane Clay Cundiff Diretora geral do Colégio Santa Maria

Os americanos usam a expressão “wish you were here” nos cartões postais enviados durante suas viagens. Foi esse desejo que tive durante vários momentos nas comemorações do meu jubileu, quando senti pena que nem todos estavam ali para curtir tanta energia e emoção. Afinal, apenas a missa, o auge das celebrações, foi para todos. E lendo os artigos desta revista, pensei a mesma coisa: oxalá, todos estivessem lá e visto isso... Alguns desses “lá” são eventos que levaram novas perspectivas aos alunos, como aqueles relacionados à Olimpíada do Rio. Mesma dinâmica promovida na atividade de tecnologia, que projeta o aluno a desenvolver os serviços de uma cidade, no lugar de um prefeito. Ele começa a observar mais profundamente sua realidade porque teve oportunidade de vivenciar esse desafio de planejar tudo voltado à comunidade. Nos projetos de voluntariado e estudo do meio, o aluno sai fisicamente, não apenas contempla a realidade, para conhecer outros “lá”, para se tornar uma pessoa com experiência e olhar mais amplo. E acontece o movimento inverso também: os ex-alunos voltam ao Colégio para compartilhar suas experiências de “lá”.

NESTA EDIÇÃO

O FUTURO JÁ CHEGOU AQUI

12 RADAR

As atividades diferenciadas do Ensino Médio também estão levando o aluno a experimentar outras formas de assimilar conteúdos acadêmicos. Quando vi os vários artigos sobre a reforma proposta pelo governo para esse segmento, entendi que a preocupação é de ampliar esse tipo de experiência, deixando o aluno mais horas na escola, porém me parece que esqueceram que é bem mais que o tempo de permanência que precisa ser repensado.

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Constantemente, os pais dos alunos do Santa Maria estão sendo envolvidos, dentro ou fora dos nossos muros, nesses novos modelos educacionais. Essa mudança agora está sendo desejada, entretanto a concretização exige bem mais do que um decreto. Oxalá todos nós estaremos lá, no futuro próximo, não só observando, mas fazendo parte.

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SEMANA PE. MOREAU

08 COTIDIANO ELEIÇÕES

Seja de dentro para fora ou de fora para dentro, essa troca permeia nossas atividades o tempo todo. Nos projetos relacionados às eleições, por exemplo, os olhares se voltam para o externo, um exercício de cidadania, usando os valores desenvolvidos para analisar os vários candidatos. O objetivo sempre é ampliar aquele que parece ser um ambiente tipicamente escolar.

Nesta revista, há muitos exemplos de professores que tiraram os muros do que é acadêmico para não apenas ter uma experiência diferente, mas principalmente para refletir sobre o que é diferente. Grande parte do que precisa acontecer é reflexão, não a atividade em si.

COTIDIANO

9 RAÍZES

MISSÃO INSPIRADORA

18 DEIXA COMIGO

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NOSSOS GIGANTES

ESPECIAL OLIMPÍADAS 20 ALÉM DOS MUROS

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NA REDE

22 INTERAÇÃO 23 MOSAICO


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COTIDIANO >>>

Santa Semana Legal Cem alunos do Pré ao 7º ano participaram da “Santa Semana Legal” durante as férias de julho. A programação organizada pela equipe dos Extracurriculares esteve recheada de atividades estrategicamente desenvolvidas, explorando os espaços do Colégio e a integração de todos. Caças ao tesouro, gincanas, atividades pré-desportivas, artesanato, brincando de “MasterChef”, musicalização, torta na cara, desfile de fantasias. Tudo isso das 9h às 17h com lanche de manhã e à tarde, além do almoço. Cada grupo fez uma saída: alunos até o 5º ano passaram o dia no Bichomania e os de 6º e

7º ano, no Rancho Ranieri. Encabeçados pelo Marcão, os auxiliares e instrutores dos cursos extracurriculares foram os responsáveis por desenvolver todas as propostas e Priscilla Rolim fotografou todos os momentos. A experiência proporcionou um novo olhar para este espaço do colégio, onde o brincar era o objetivo principal, aprendendo a correr solto, sem ter que voltar para a sala de aula, brincar sem ter hora para acabar, sem sinal, porém, cumprindo as regras que eram estabelecidas e combinadas. “Já ouvi, muitas vezes, as crianças dizerem que não queriam ir embora para casa, pois o dia na escola havia sido muito legal. Esta

semana também foi assim, com todos indo embora e pedindo para ficar mais”, revela Adriana Tiziani, coordenadora dos cursos extracurriculares. “O que ficou foi a sensação de alegria, de poder se reinventar a cada dia, de descobrir que depois de 28 anos aqui, ainda não fiz tudo, que tenho muito a aprender e que, a motivação, a criatividade, o amor mobilizam o nosso dia a dia. Uma semana emocionante, que me fez sorrir todos os dias ao ver o quanto as crianças, os jovens, instrutores e auxiliares estavam alegres”, conclui. Para ver todas as fotos, acesse www.colsantamaria.com.br/ santasemanalegal.

Sob o olhar dos alunos O curso de Métodos de Estudo do 9º ano do Fundamental II realizou uma atividade diferenciada, com a atuação de dois alunos monitores, sob orientação e supervisão dos professores, para atender os colegas durante a aula. O objetivo foi investigar de que forma eles conseguiriam efetivamente trabalhar suas habilidades e, mais importante, de que forma elas seriam aplicadas como uma prática de estudo permanente. Os monitores circu-

laram pelos grupos com um olhar de estudante e, no final da aula, elencaram as principais dificuldades e as principais facilidades percebidas. Além disso, escreveram um relatório sobre a atividade. Com o olhar captado, a equipe de professores traçou uma nova oficina para fortalecer a aplicação das habilidades trabalhadas a serviço dos estudos. Segue um trecho do relatório escrito pelo monitor João Lucas Marcota, do 9º E. “Logo no primeiro

exercício, de análise de mapa, reparamos uma dificuldade em entender que o mapa era monotemático (aquele que apresenta apenas um tema). Muitos questionavam se ele não seria politemático (apresentava as regiões e rios na representação cartográfica). Nós explicamos que o principal tema do mapa era tratar da divisão política-administrativa do Brasil, e que os rios eram praticamente um termo acessório na representação.”

Parlamento Jovem O projeto Parlamento Jovem do Santa Maria, parte da Área das Ciências Humanas com orientação de Geografia em parceria com História, depois de ter passado por duas etapas em maio e junho, chegou à sua conclusão. dividida em dois momentos. No primeiro, todos os alunos participaram de uma conversa com o vereador Ricardo Nunes, quando tiveram oportunidade de conhecer em detalhes a elabo-

ração de um projeto de lei, como são os trâmites legais até se transformar de fato em melhoria para a cidade. Também apresentaram suas propostas ao vereador, que opinou sobre cada um dos projetos apresentados e se disse impressionado com a qualidade de muitos deles. No segundo momento, um júri, formado pelos professores da série e da área de

Ciências Humanas, escolheu o projeto do aluno Matheus Aranha, do 8ºA, para representar o Colégio Santa Maria no Parlamento Jovem Paulistano 2016. A partir do dia 3 de outubro, a Câmara Municipal de São Paulo divulgará uma lista com 55 alunos, que em novembro ocuparão as bancadas dos vereadores para defender seus projetos. Boa sorte ao Matheus!


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Cultura Olímpica

Em ano olímpico no Brasil, o Santa Maria tem proporcionado aos alunos, por meio de desafios bimestrais, o contato com situações-problema e de raciocínio lógico, permitindo uma apropriação da linguagem utilizada nos exames externos de olimpíadas de Matemática e o estímulo ao gosto e ao aprofundamento pelo estudo deste componente. Assim, a cada ano, mais alunos sentem-se encorajados a participar das Olimpíada Paulista de Matemática (OPM). Neste ano, a primeira fase, realizada em agosto, contou com cerca de 250 alunos, motivados somente pelo desejo de superação. Pode-se dizer que se construiu uma cultura no Co-

légio sobre a participação na OPM; os alunos ficam ansiosos, na expectativa por este momento e percebeu-se uma evolução quanto à dedicação e

Alunos premiados na OBA Alegria. Essa palavra pode definir o sentimento estampado nos rostos dos alunos e professores após a divulgação dos ganhadores das medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. O Santa Maria participa da OBA desde 2005 e, a cada ano, vem obtendo cada vez mais participantes, além de um crescimento significativo no número de medalhas conquistadas pelos alunos.

dos conhecimentos adquiridos durante as aulas, de forma lúdica e cooperativa. Foram quase 800 mil alunos participando desta edição em todo o Brasil e poder prestigiá-los com o recebimento de 318 medalhas é motivo de muito orgulho para toda a comunidade Santa Maria.

A competição tem por objetivo fomentar o interesse dos jovens pela astronomia, astronáutica e ciências afins, através da promoção e difusão

Certamente, os alunos que participaram da OBA farão um esforço ainda maior diante de novos desafios. Essa experiência será um diferencial no desenvolvimento da autoconfiança e na valorização do empenho em situações de avaliação e competição.

Ensino Fundamental I

Ensino Fundamental II

2º ano 3º ano 4º ano

9 medalhas 36 medalhas 64 medalhas

6º ano 7º ano 8º ano

25 medalhas 17 medalhas 40 medalhas

5º ano

106 medalhas

9º ano

21 medalhas

também à qualidade da solução e dos registros dos problemas. Parabéns a todos os nossos atletas matemáticos do Fundamental II!


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SEMANA PE. MOREAU >>>

ATUAR E CELEBRAR Os princípios da educação proposta por Pe. Moreau, fundador da Congregação da Santa Cruz, orientam todo o projeto educativo do Colégio Santa Maria. O legado desse grande homem, baseado na ideia de preparar cidadãos completos, formar a pessoa por inteiro: de um modo humano e cristão, com corações e mentes abertos a cada dimensão da vida (musical, social, intelectual, cultural), é o ponto de partida para colocar as crianças e jovens em contato com as mais diversas formas de conhecimento e atuação frente à realidade que os cerca. Tradicionalmente, a Feira do Livro é o momento de celebrar com as famílias o resultado das aprendizagens adquiridas ao longo do ano e partilhar os efeitos dos projetos de inserção social sobre a comunidade. Em setembro de 2007, esse momento foi “batizado” como Semana Pe. Moreau, em virtude da sua beatificação. Não podia ser diferente. O evento tornou-se uma grande festa! Todos têm a oportunidade de apreciar e aprender. Este ano, a Educação Infantil preparou I Mostra de Projetos Investigativos, nomeada como Interpretações Poéticas do Mundinho - Histórias da Nossa Casa Comum. Nela foi possível revelar os saberes produzidos e o registro do fazer pedagógico de cada projeto. As famílias ainda participaram de oficinas e assistiram a um musical realizado pelas crianças. Tudo foi inspirado nos ensinamentos de Pe. Moreau: respeito, esperança, aprendizagem em família e educação de mentes e corações. Já o 1º ano apresentou-se no Auditório Sister Charlita materializando, por meio de poesias, músicas, dança e relatos, as virtudes exaltadas por Pe. Moreau em seu tempo: persistência, coragem, amor, fé e esperança. Músicas como “Oh happy day!”, “All you need is love” e “Dias melhores virão”, esta ensaiada com as famílias, irradiou alegria no ambiente. Como novidade, a apresentação de dança do Projeto Sol, criado pela Irmã Angela Mary: um trabalho com crianças e jovens em torno das Artes em Cidade Dutra. As turmas do 2º ano desenvolveram o tema “O legado do Pe.Moreau: Missões da Santa Cruz pelo Mundo”. Através de entrevistas e pesquisas, os alunos coletaram informações sobre a

atuação das Irmãs da Santa Cruz em países nos diferentes continentes. Focaram os trabalhos missionários realizados em hospitais, nas escolas e nas comunidades e escolheram Peru, Bangladesh, Brasil, França e Uganda como exemplos. Dramatizaram contos que caracterizam estes países, expuseram trabalhos sobre a cultura e os pontos turísticos e serviram comidas típicas para degustação. O 3º ano retratou a história dos diferentes povos que contribuíram para a formação do povo paulistano. Sendo ano de eleições, a importância do voto consciente e a São Paulo que sonhamos e podemos construir com nossas ações também foram o foco dos olhares atentos dos visitantes e dos alunos. As famílias participaram de oficinas que resgataram elementos da cultura indígena, africana e europeia, ainda cantaram, dançaram e refletiram sobre ações que podem contribuir para tornar a cidade melhor. Amar, cuidar e conviver em nossa casa-comum: uma mensagem para guardar na memória e nos corações, transformando em realidade cada ato praticado. Acreditando na possibilidade da “Construção de um mundo possível”, alunos e professores do 4º ano, inspirados nas noções ecossistêmicas do arquiteto e poeta Friedensreich Hundertwasser, organizaram oficinas e apresentações ressaltando a concepção de que há “cinco níveis de consciência e percepção da existência”, as chamadas cinco peles: a epiderme, a vestimenta, a casa, a identidade construída a partir das relações humanas e a natureza. Os eixos temáticos das oficinas foram estruturados a partir dessa compreensão sistêmica de corpo, sensibilizando as necessárias reflexões sobre identidade, espaço e sentido de lugar.


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Alunos e pais do 5º ano participaram ativamente da construção de jogos pedagógicos, envolvendo os diferentes temas das áreas curriculares trabalhados na série. Os princípios e ideias da educação da Santa Cruz nortearam todos os momentos da atividade, desde a acolhida fraterna das famílias e alunos até a preocupação com uma ação sustentável em relação ao uso dos recursos necessários para a montagem dos jogos: respeito, educar mentes e corações, família e esperança. O material produzido será doado à CCA Santa Clara São Francisco, entidade do projeto social da série. No 6º ano, os estudantes desenvolveram o projeto interdisciplinar “Criança Cidadã”, com foco no trabalho de autoconhecimento. As histórias de vidas foram desveladas na temática das “identidades”, envolvendo História, Língua Portuguesa, Inglês, Teatro e Artes, nas produções de autorretrato, linha do tempo, intertextualidade, máscaras e cartões. Os alunos se apropriaram do gênero história em quadrinhos para veicular a relação entre as civilizações na antiguidade e atualmente. A preocupação com o reaproveitamento de materiais esteve presente na construção de objetos. As condições de vida de crianças e jovens em diversos países, fez com que os alunos criassem partidos políticos que defendessem propostas de intervenção para os problemas identificados. Cultura, lazer e desenvolvimento da espiritualidade também foram abordados. A equipe do 7º ano convidou seus alunos para um encontro com uma proposta educacional inovadora, que supera os enunciados, fórmulas, artigos ou trabalhos, pois proporciona alguns instantes frente a frente com a Sabedoria (Pr 2, 6). Nesse intuito, foram formadas equipes interdisciplinares, para desenvolver a ideia de encontro, montando um espaço aconchegante, reflexivo e místico. As equipes foram assim definidas: Matemática, Ciências e História - encontro com as descobertas; Português, Inglês e Espanhol - encontro com a imaginação; Geografia e Ensino Religioso - encontro com a justiça e a ética.

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A adolescência é uma etapa na qual o indivíduo se descobre na sociedade e define sua personalidade. É uma fase de “crise” em busca da maturidade. O projeto “Cultura e Identidade: qual meu papel no mundo?”, do 8º ano, busca favorecer essa superação e promover a autodescoberta. Na exposição da série, foi possível perceber sínteses de aprendizagens, pareceres individuais e coletivos, protagonismo e atuação na transformação da realidade que os cerca. Já o 9º ano fez sua apresentação baseada no estudo do meio, que pesquisou profundamente a questão da habitação na cidade de São Paulo e reabilitação do centro histórico. Os alunos avaliaram a dificuldade para conseguir moradia na cidade, as dificuldades de locomoção dos bairros periféricos para o Centro, para o trabalho diário, as más condições de vida dos menos favorecidos, a falta de investimentos realizados pelo poder público até o presente momento, os projetos de administrações anteriores, que não foram concluídos ou foram abandonados. Enfim, foi uma constante aprendizagem, que os estimulará a exercer seus direitos e, principalmente, deveres como cidadãos paulistanos. A 31ª Feira de Livros teve como tema os “100 anos do escritor Roald Dahl”, um dos principais escritores da literatura infantojuvenil, famoso por obras como: “A fantástica fábrica de chocolate”, “Matilda”, “As bruxas”, “BGA - O bom gigante amigo”, entre outras. Nos primeiros dois dias, os professores de toda a Educação Infantil e Ensino Fundamental visitaram a Feira com os alunos, que puderam explorar os livros nos estandes, conhecer obras novas e escolher o livro que desejavam comprar. No sábado, a Feira foi aberta à visitação de pais e familiares dos alunos e contou com a presença de diversos convidados, como a autora e ex-aluna do Colégio Mariana Pacheco, a autora e mãe de aluno Ana Maria Martins, a neta do autor Luiz Carlos Sales, os ilustradores Aparecido Fernandes Norberto (Cidão) e José Wilson Magalhães, o caricaturista Eduardo Vetillo e Elaine Cristina com a Pintura de Rosto para crianças.


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COTIDIANO ELEIÇÕES >>>

VOTAR, FISCALIZAR E

AGIR ASSIM SE FORMA UM CIDADÃO!

Dentre muitos aspectos presentes na Constituição Federal, a educação da Santa Cruz historicamente tem valorizado seus três objetivos principais: o desenvolvimento pleno da pessoa, a preparação para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho. Embora estes elementos estejam integralmente presentes na escolaridade do estudante do Santa Maria, nos anos eleitorais a política assume papel mais marcante na realidade escolar. E não está sendo diferente agora, adiante das eleições municipais.

O projeto relacionado às eleições no 2º ano do Fundamental I teve como objetivo compreender que a escolha de representantes e governantes interfere diretamente em nossas vidas. Os alunos fizeram um estudo de campo na Subprefeitura Cidade Ademar, responsável pela administração da região em que se encontra o Santa Maria. Conheceram os setores e foram recebidos pelo Subprefeito Francisco Lo Prete, que explicou sobre suas funções, as do prefeito e as dos vereadores, além de esclarecer sobre os serviços prestados por uma subprefeitura. A partir disso, puseram em prática ações cidadãs para transformar a nossa realidade. Acompanhados por suas famílias, os alunos saíram pelas ruas da redondeza para verificar o que podia ser feito para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ao final, escreveram uma carta aos cuidados do Departamento de Obras da Subprefeitura solicitando as melhorias. “Sabemos que nem todos os pedidos serão atendidos ao mesmo tempo, mas agimos como cidadãos”, declara a professora Lara Pécora Polazzo. No 3º ano, a proposta foi trabalhar Democracia em sala de aula. Os alunos vivenciaram o processo democrático através da eleição do representante de classe. Antes da candidatura, cada turma fez um levantamento das funções de um representante e de como exercê-las. Os interessados se candidataram ao cargo e organizaram campanhas com os colegas de sala com cartazes, adesivos e explanação oral das propostas. Fazendo uso de um programa organizado pelo NETi, votaram, elegendo democraticamente quem deverá defender os interesses do grupo até o final do ano.

No Ensino Fundamental II, as atividades são muitas: desde o Ciclo de Palestras, iniciado em agosto, pensado e organizado por professores e alunos para ampliar as discussões sobre a democracia na cidade para toda a comunidade interessada, palestras com temas voltados especificamente ao momento da escolaridade dos alunos, o trabalho com coletâneas de textos selecionados pela equipe de Ciências Humanas, as rotineiras rodas de conversa que ampliam o debate sobre o contexto político nacional, a participação no projeto Parlamento Jovem no 8º ano, exercícios de pesquisa, criação e elaboração de propaganda eleitoral e partidos políticos fictícios nos sextos anos, até, dentre muitas outras atividades, a tradicional simulação eleitoral.


MISSÃO INSPIRADORA >>>

Sonho dividido com muitos Ela merece! Ouvi esta afirmação várias vezes nas últimas semanas, ao longo da comemoração do meu jubileu de ouro, e me perguntei: “Mereço? Por quê?” A resposta é “não”, em parte, pois não considero que esteja fazendo algo em minha vida que mereça admiração apenas por completar 50 anos de atuação. Em contrapartida, acredito que seja “sim” justamente por ser um testemunho em uma sociedade atual com muita transitoriedade, em que poucas pessoas tomam uma decisão de vocação e profissão que dure tantos anos. Desde 1963, quando ingressei na Congregação das Irmãs da Santa Cruz, ser uma religiosa mudou de conotação muitas vezes. Naquele tempo, era uma opção para moças católicas que queriam uma profissão que ajudasse os necessitados em escolas, hospitais ou asilos. Na medida em que a mulher foi assumindo posições políticas e sociais, as religiosas - e eu me incluo aqui – passaram a interpretar esse papel como algo não só espiritual, mas político também, a favor dos direitos humanos, tão contestados nos Estados Unidos e depois na América Latina. As estruturas começaram a ser vistas e percebidas a partir da ótica dos pobres e excluídos da sociedade, inclusive das igrejas. Mais tarde, passei a entender minha vocação como educadora e portadora de esperança para gerações de professores e alunos que não encontram sentido frente aos sinais da morte e do consumo de coisas que não satisfazem a fome dos seus corações. Situação comum em uma sociedade que considera até mesmo pessoas descartáveis ou sem valor. A minha identidade é de contestar esses valores no meu dia a dia. Nesses tempos atuais, a minha vida religiosa é para dizer que cada pessoa merece ser cuidada e que cada um deve contribuir para cuidar do outro. E estou sempre apoiada por pessoas que partilham este sonho comigo.

Sister Diane, csc

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MISSÃO INSPIRADORA >>>

VALORES VIVIDOS NA prática A diretora geral do Santa Maria, nossa querida sister Diane, comemora em 2016 jubileu de ouro de seus votos religiosos. Uma vida diferenciada, voltada para o outro, precisa ser contada de uma maneira especial, por isso o Ensino Médio fez um paralelo entre esses 50 anos de atuação religiosa e fatos marcantes desse período no Brasil e no mundo. Parte desse rico conteúdo está aqui, mas todos estão convidados a assistir à íntegra do DVD no canal do Santa Maria no Youtube. Vale a pena, assim como cada dia dessa história! Diane Clay Cundiff nasceu no estado do Missouri, nos Estados Unidos, é a terceira filha de uma família com quatro irmãos. Formou-se em História pela Saint Mary’s College em Notre Dame em 1968. Em 1972, concluiu mestrado em Sociologia pela Valparaiso University, em Indiana. Ingressou na Congregação das Irmãs da Santa Cruz em 1963 e fez opção de viver sua vocação religiosa em São Paulo em 1973, quando chegou ao Santa Maria. Enquanto professora, o Colégio foi um centro educacional onde convivia com pessoas de diferentes realidades: alunas que acreditavam que as prisões na ditadura eram fábulas contadas pelos comunistas, e professores, alguns com medo de explicar por que não queriam comemorar o feriado cívico de

1951

Em 1984, o Brasil despertava para o movimento Diretas Já. Dois ídolos do esporte foram apresentados ao mundo: o americano Michael Jordan e o brasileiro Ayrton Senna. Milton Nascimento lançou a canção que mais tarde se tornaria o hino dos estudantes, “Coração de Estudante”. Coração de educadora, sister Diane começou uma obra vitoriosa à frente do Colégio Santa Maria. Logo surgiram as primeiras lutas e dificuldades. O país vivia um período de muita turbulência. O Plano Cruzado passou a vigorar em 1986. “Foi um período extremamente difícil, porquanto havia uma inflação que atingia mais de 1.000% ao ano e que acabava se espalhando para os vários grupos. Os pais tinham dificuldade de pagar os aumentos necessários à manutenção da escola, haja vista que eles também viviam o mesmo processo de degradação salarial”, lembra Elias Esaú,

31 de março. Ao mesmo tempo, com suas irmãs religiosas, oferecia abrigo e conversava com pessoas simples, foragidas, que tinham sido baleadas, torturadas e estavam evitando ser presas novamente. A ex-aluna Simone Zahran [estudou no Santa Maria de 1975 a 1982] declara: “Quando elas foram receber o título de cidadãs paulistanas, eu soube por que nós não podíamos ir à casa das freiras quando a gente era pequena. Porque as pessoas que eram perseguidas no regime militar, algumas ficavam no convento e elas falavam que a gente não podia subir simplesmente. Elas se arriscaram por pessoas em um país onde existia uma convulsão”. Sister Diane adquiriu assim uma nova visão de pátria-mãe: Estados Unidos e Brasil.

1963

diretor do Supletivo, que atuou por muitos anos no Santa Maria. Foram muitas as mudanças vividas nesse período, e o Santa mudou também. “O Colégio sofreu transformações enormes desde o momento em que sister Diane começou a dirigi-lo”, afirma o ex-diretor. “Graças ao espírito empreendedor da sister Diane e da colaboração das outras irmãs, das poucas que ficaram por aqui, essa pequena escola se transformou no núcleo educacional que é hoje. Do teatro, do ginásio, das quadras cobertas, dos prédios São José e Santa Teresinha, existiam só o sonho”, explica Maria Helena Varella, professora de 1971 a 1987. Mas há algo que está muito acima das edificações: No coração de sister Diane, as pessoas são mais importantes.


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Quando era jovem, quando pensei em me tornar uma religiosa, minha motivação era, naquela época, a de tornar o mundo um lugar melhor, mudar as coisas, fazer a diferença. Lembro-me de ouvir meus amigos dizendo: Mas você nunca poderá ser uma freira, você não tem nada a ver com uma freira. Eu concordei, dizendo: ‘Nunca encontrei uma freira da qual tivesse gostado...Não gosto de freiras, tenho medo delas. Serei uma freira diferente’.

Sempre fomos uma família com hábito de ir à missa aos domingos e eu diria que meu pai sempre se preocupou com o planeta, em tornar o mundo um lugar melhor. Minha mãe era bibliotecária, lia muito, então ela conhecia diferentes religiões, respeitava as diferenças. Meu pai trabalhou no Irã durante três anos, ele gostava de ser um cidadão do mundo e posso dizer que as crenças religiosas deles os colocaram em contato com o mundo, e isso foi importante para eles.

1976

1968 Os jovens têm que ler jornais e tomar partido... O valor tem que ser vivido.

Há uma outra pessoa que também viveu nos anos 60 e morreu em 2016, Daniel Berrigan, um ativista que foi preso muitas vezes. Ele dizia: ‘O importante é estar presente. Quando alguma coisa acontece, você precisa estar lá, precisa aparecer, precisa dar apoio, colocando seu corpo lá, não importam os sacrifícios que ‘estar lá’ represente’.

Minha mãe sempre dizia que tínhamos dinheiro para tudo o que queríamos, desde que fossem coisas de valor. Então, todas as vezes que eu pedia alguma coisa, minha mãe dizia: Oh, Diane, isso não possui valor nenhum a longo prazo, por isso não vamos comprar.

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RADAR >>>

Alunos, funcionários e o corpo docente homenageiam sister Diane em seu jubileu de ouro ao longo do mês de agosto e em missa no dia 14 de setembro, ápice das celebrações Em comemoração aos 50 anos de vida religiosa da sister Diane, as crianças da Educação Infantil conheceram a história da diretora geral, aprendendo muito com seu exemplo de fé, amor, carinho, alegria e doação. Prepararam álbum de fotos, teatro e colcha de retalhos para representar gratidão, respeito e admiração. O 1º ano do Fundamental I fez um quadro com fotos coloridas da diretora e modelagem em massinha retratando as orquídeas do Colégio, suas flores preferidas. Em agosto, os alunos cantaram em inglês e recitaram um poema composto com seu nome, além de rezarem uma oração escrita pelas professoras da série. Na missa, apresentaram o canto final com duas músicas em inglês. As meninas usaram um pequeno véu azul, assim como sister Diane quando entrou para a congregação das Irmãs da Santa Cruz. Já os alunos do 2º ano do Fundamental I fizeram um livro ilustrado respondendo as questões propostas pela diretora. O presente foi baseado no livro “Querido Papa Francisco”, em que o pontífice responde perguntas de crianças de todo o mundo. Na entrega da obra, os alunos finalizaram a homenagem cantando as canções Era uma vez e Maria, Maria. A Rede Vida registrou o momento, e o vídeo está disponível no canal do Santa Maria no YouTube. O 3º ano elaborou o poema “Que Deus ilumine o seu Jubileu” para celebrar a dedicação, entrega e amor a Deus e ao próximo da querida diretora. Os alunos o recitaram e entregaram uma caixa de madeira, com mensagens escritas por eles. Os alunos do 4º ano fizeram um oratório com imagens de 50 mulheres que se tornaram santas. Assim como essas mulheres, sister Diane dedica sua vida à luta pela defesa de valores e princípios humanos essenciais. Os alunos também dedicaram poemas e mensagens que ficaram registrados num álbum com a assinatura de todos. Na celebração do Jubileu, a série preparou o ofertório apresentando as características que marcam a personalidade de sister Diane: garra, bom-humor, justiça, dedicação, fé, perseverança, disposição, fidelidade e generosidade.


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A diretora foi convidada pelas turmas do 5º ano para um encontro com o passado. Os alunos produziram um documentário sobre sua vida. Eles pesquisaram o assunto, criaram o roteiro, fizeram as entrevistas e inseriram as músicas preferidas por ela. Já as turmas do 6º ano elaboraram um momento mais reflexivo e intimista para a comemoração, que permitisse à diretora rever sua própria história em diferentes fases e campos de atuação religiosa. Nove alunas, das diferentes turmas, interpretaram sister Diane procurando traduzir sua essência em textos sensíveis vinculados a obras de diversos artistas, em uma de suas paixões, a Arte.

Madalena, Santa Clara, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Jesus e Santa Terezinha de Lisieux.

No 7º ano, a homenagem explorou as características de sister Diane. Foram lembradas as vidas de algumas religiosas que inspiraram e ensinaram muito a nossa diretora: Nossa Senhora, Maria

A comemoração do 9º ano ressaltou a intelectualidade da diretora com apresentações variadas: música pop em viola e violões, declamação de música e de poema em inglês, voz e piano e sarau com

A homenagem prestada pelo 8º ano trouxe como mote o bom-humor, característica marcante da sister Diane. Os alunos elaboraram retratos da diretora em Pop Art e montaram, orientados pela professora Adriana, a exposição “Diane Pop”. Em setembro, a homenageada foi convidada à apreciação da exposição e teve um contato com os alunos, que apresentaram textos humorísticos e fizeram uma rodada de contação de anedotas, bastante divertida.

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violino. E teve ainda caixa de presente com mensagens de felicitações. Parafraseando o programa “Roda Viva”, da TV Cultura, oito alunos do Ensino Médio fizeram uma entrevista com sister Diane. No cenário, havia cinco banners com marcos de sua trajetória relacionados a momentos históricos, como o ano em que fez seus primeiros votos, a mudança para o Brasil e quando assumiu a Direção Geral do Santa Maria. As perguntas não se restringiram a temas pessoais, passaram por questões como Martin Luther King e a luta pelos direitos civis na década de 60, repressão na Ditadura Militar no Brasil e a resistência das irmãs da Santa Cruz. O resultado pode ser conferido no DVD “Celebrando em Conversa”, lançado durante a Semana de Pe. Moreau – um genuíno passeio pelas histórias de sister Diane.


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NOSSOS GIGANTES >>>

Corpo em movimento No Santa Maria, movimentar o corpo é uma tarefa diária através de vários e diferentes estímulos nas aulas de Educação Física da Educação Infantil . “Fazer com que nossas crianças se reconheçam e se relacionem com o espaço é de suma importância para o crescimento e o desenvolvimento cognitivo, motor e emocional”, diz Karine Ramos, orientadora da Educação Infantil. O espaço é o meio pelo qual o corpo pode mover-se. O corpo é o ponto em torno do qual se organiza o espaço. Nessa fase, as crianças se relacionam com esse espaço o tempo todo. As vivências e experiências permitem o desenvolvimento espacial, que consiste na consciência do corpo, de espaço, de direção, na percepção temporal, rítmica e sequencial deste corpo em movimento que, no brincar, correr e pular, coloca-se em relação com o mundo, consigo mesmo e com os outros. As brincadeiras corporais, acompanhadas de músicas e sequências, são muitas, como Boneca de lata, Sai, sai Piaba, Pisa no chiclete, Siga o mestre e Mãe da rua. Muitas realizadas no próprio Colégio e outras são externas. Em todas elas, as crianças aprendem brincando e de diferentes formas a importância do corpo, dos limites e da relação deste com o mundo sensível e concreto.

Rápida evolução Nas férias de julho, os alunos do 1º ano do Fundamental I fizeram como lição um diário para exercitar a escrita, em fase de aquisição nesse momento. Na volta às aulas, depois de lerem em classe, partilharam uns com os outros seus textos para que fossem lidos em casa, pelo colega, que escreveu uma apreciação, expressando o que achou interessante. Alguns já ensaiam a letra cursiva!

Jogo do rouba espaço

Caberemos todos?

Museu Catavento


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POR QUE A EDUCAÇÃO INFANTIL DO

Colégio Santa Maria? O diferencial da Educação Infantil do Colégio Santa Maria está baseado no valor moral e ideológico do nosso trabalho. Nosso currículo está pautado no compromisso concreto com a vida, a identidade, o respeito, a dignidade humana, a justiça social, a natureza, a consciência das nossas ações e escolhas para a construção de uma sociedade melhor. Cada criança é pensada como única e especial, envolvida de relações e cuidada em um ambiente acolhedor, aconchegante, afetuoso, seguro e estimulante, aprendendo a cuidar de si, do outro e do seu mundo, construindo uma relação de promoção à saúde, de bem-estar e de aprendizagem significativa. Somos comprometidos com a alegria, com a felicidade de estar junto, de aprender a aprender, ser, fazer, conviver e crescer em um ambiente fundamentado pela cultura da paz, da alteridade e da solidariedade.

Aprender brincando Aprender pesquisando Descobrir o mundo encantado dos livros Conhecer amigos Arte e produção de cultura infantil Corpo que brinca e aprende Teatro e fantasia Espaço que instiga a curiosidade


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ESPECIAL OLIMPÍADAS >>>

OLIMPÍADA criação e discussão No mês de agosto, as aulas de Educação Física no Fundamental ll tiveram como pano de fundo o maior evento esportivo do mundo, os jogos olímpicos Rio 2016. Os alunos foram envolvidos em um projeto que previa discussões acerca dos acontecimentos do evento, desde questões políticas e orçamentárias até a criação de um jogo que contemplasse habilidades de três modalidades olímpicas. Na primeira frente, os professores buscaram extrapolar as barreiras do esporte com um boletim que tratou da farta quantidade de informações lançadas na mídia, em discussões no início de cada aula, abordando temas como condições brasileiras para sediar um evento dessa magnitude, gestão de recursos, legado olímpico, resultados e potências esportivas, hegemonia olímpica e condição socioeconômica das nações, biotipo dos atletas nas diferentes modalidades, espírito olímpico, doping e gênero.

Vida de Atleta Gabriela Martins de Grandi, do 4º A, é atleta infantil do Nado Sincronizado, modalidade olímpica que vem crescendo no Brasil e conquistando destaque com premiadas atletas profissionais do Rio e de São Paulo. A aluna concilia sua rotina de estudos com os treinos diários no Centro de Excelência Esportiva no Ginásio do Ibirapuera. Ela já teve como técnica a medalhista olímpica Nayara Figueira (hoje no Cirque du Soleil), dividiu piscina várias vezes e foi instruída pela atual capitã da equipe brasileira de Nado Sincronizado, Lara Teixeira.

Num segundo momento, os alunos foram divididos em grupos dentro da própria aula para criarem um jogo que contemplasse três modalidades esportivas olímpicas e três habilidades diferentes. Eles usaram e abusaram da criatividade e do poder inventivo nas suas apresentações para a turma que, depois de praticar os esportes criados, elegeu os dois mais interessantes diante dos critérios pré-estabelecidos. Foi uma oportunidade muito significativa para os alunos ampliarem os conhecimentos acerca do universo esportivo e também de criarem um esporte olímpico a partir da análise das modalidades existentes, ou seja, experiência que perpassou o pensamento, a reflexão, a criação e, claro, o movimento!


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DIA OLÍMPICO: Uma experiência marcante O 3º ano do Ensino Fundamental I teve oportunidade de participar de conversas e discussões sobre os ideais e valores olímpicos, como respeito aos adversários, entendimento dos conceitos relacionados à cultura esportiva, curiosidades sobre esportes de competição, relação amigável entre pessoas de diferentes países e promoção do espírito esportivo. Os alunos assistiram a alguns vídeos sobre o surgimento dos jogos na antiguidade, seu fundador, os principais atletas da história, curiosidades olímpicas e mascotes. Além disso, visitaram uma exposição no prédio São José que tinha como título “Que esporte é esse?” e que mostrava todas as modalidades dos jogos olímpicos deste ano, com suas regras, fundamentos, participação do Brasil em cada um deles, entre outras curiosidades. Para finalizar essa imersão olímpica, nada mais significativo do que viver

na prática o espírito dos jogos. Sendo assim, as turmas participaram do Dia Olímpico, em que cada classe representou um país que é considerado uma potência esportiva. Cada um pôde escolher uma modalidade para participar e competir, utilizando-se de suas habilidades corporais e relacionando com as novas aprendizagens sobre o olimpismo. Durante a premiação, foram entregues medalhas que simbolizam ouro, prata e bronze. Ganhar ou perder faz parte das alegrias e frustrações, tanto no esporte como na vida. A atividade produziu aprendizagens significativas e marcantes em todos.


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DEIXA COMIGO >>>

Transcender Sempre preocupado em romper com práticas pedagógicas tradicionais instaladas e arraigadas em nossa sociedade e propiciar a aprendizagem sistêmica, o Ensino Médio do Santa Maria promove atividades diferenciadas no que concerne a metodologias e objetivos. “Acreditamos que a busca pela aprendizagem sistêmica nos desafia a substituir a compartimentação por integração, compreende o sujeito como um ser indiviso, que constrói conhecimento usando as sensações, as emoções, os sentimentos, a razão e a intuição. E, principalmente, admite a teia e o imbricamento entre múltiplos aspectos deste sujeito”, afirma Roberta Edo, orientadora da 1ª série. Com esta intenção, cada vez mais emergente, são organizados momentos únicos, em que se arrisca e se inova na tentativa de florescer sensações e emoções nos estudantes para que transcendam e percebam-se como seres em comunhão com o coletivo e com o universo. O educador, de forma única, pode organizar uma atividade a partir da intencionalidade pedagógica, apoiada pela sua história de vida e em seu modo de estar no mundo. As Danças Circulares noturnas, o Pátio em Prosa, o Sarau, a Intervenção Artística, o momento Astronomia e Poesia, o Happy Hour Astronômico e o Cinemis, atividades propostas no 1º semestre, tocaram os alunos de forma profunda e irreversível, como se percebe nos relatos abaixo:

As danças circulares nos ajudam a confraternizar os sentimentos coletivamente, porque flui uma energia boa entre todos ali. Fornece sustentação para o trabalho mais racional e propicia uma abertura para o novo.” Pedro Falcone, 3ª série D

“Me senti renovada, os momentos produziram sentimento de pertença no coletivo. A arte renova as energias. A dança criou uma conexão transcendente inexplicável. Na intervenção artística me senti tocada nos pontos mais frágeis, e o coletivo e a arte em si ajudam a olhar de outro jeito para isso.” Ana Carolina Mieko Costa, 2ª série D

“As atividades desta semana fizeram com que eu me sentisse totalmente em paz comigo mesma e sorrindo quase o tempo todo, coisa que não faço muito. Os infinitos gestos de carinho, as conexões criadas na dança circular entre todo mundo, as discussões no pátio em prosa, as músicas cantadas no sarau e as intervenções em silêncio nos desenhos dos outros fizeram com que eu tivesse a certeza de que a arte é capaz de salvar qualquer um.” Gabriela Poltronieri, 2ª série C


#Ficaadica O Projeto Dica – “Diálogos e Carreiras no Colégio Santa Maria”, realizado em 25 de junho, vem se consagrando como atividade permanente da 3ª série do Ensino Médio. Nasceu do desafio de possibilitar ao aluno momentos de reflexão sobre o futuro pós-Santa, diante de tantas demandas e incertezas: vestibular, ENEM, carreiras, formatura.

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Além disso, o clima de descontração e o elo que os aproxima, afinal, todos são do “Santa”, favorecem o diálogo sincero sobre faculdades, mercado de trabalho, percalços da vida universitária, enfim, dicas preciosas para quem está na reta final da Educação Básica.

Nem sempre a iniciativa de se trazer um especialista em recursos humanos ou com quaisquer outras formações acadêmicas é bem sucedida, seja pela formalidade que o distancia da realidade desses jovens, seja pelo receio de questionamentos inadequados. “A ideia de montarmos oficinas com ex-alunos de diferentes áreas transformou-se em múltiplas satisfações. Primeiro, deparamo-nos com a ‘prata da casa’ e, inevitavelmente, ressurgem nesses encontros sentimentos e sensações que são premissas no CSM: o apreço pela democracia, a cidadania insurgente, o incômodo com as desigualdades, a formação humanística, sem contar o carinho e respeito pelos professores e orientação”, comenta Adriana Freitas, orientadora da 3ª série.

Que venha o ENEM! Faltando poucas semanas para as provas do ENEM, em 5 e 6 de novembro, cresce a preocupação dos alunos concluintes do Ensino Médio com o exame. O ENEM avalia a formação global do estudante. Sendo assim, estudar intensiva e desesperadamente pouco antes da prova é completamente ineficaz, além de desgastante, especialmente para os alunos da 3ª série que pouco tempo depois enfrentarão uma maratona de provas finais e exames vestibulares. O sucesso no ENEM não depende de empenho na reta final, mas de dedicação e regularidade ao longo de toda a Educação Básica. Para ajudar os candidatos a se preparar para este momento, o Ensino Médio oferece aos alunos interessados da 3ª série, já desde o primeiro bimestre, uma série de oficinas dos componentes curriculares das áreas de Ciências da Natureza, Matemática, Linguagens e Códigos e Ciências Humanas. “A proposta não é ensinar conteúdos, já que consideramos que um aluno que realizou um percurso escolar com compromisso e qualidade estará naturalmente preparado para este e outros exames ex-

ternos. Pretende-se aproveitar estes encontros, que acontecem periodicamente aos sábados, para revisar assuntos, aprofundar algumas temáticas e apresentar dicas de estratégias para o estudo, além da resolução comentada de questões, destacando as habilidades que serão objeto dessa avaliação. Ao resolver estas questões, as dúvidas que surgem ajudam os estudantes a identificar aspectos que requerem maior dedicação”, explica Maria Soledad Más Gandini, coordenadora da área de Ciências da Natureza e Matemática. O ENEM é uma empreitada que exige que corpo e mente estejam preparados para o esforço. E essas jornadas de 5 a 6 horas de trabalho intensivo e focado também contribuem para o preparo físico e mental dos candidatos. É esse preparo que caracteriza o candidato excelente: ele tem fôlego, ritmo, concentração e, obviamente, uma base ampla e consistente de habilidades e conceitos em todas as áreas. Todos têm condições de estar preparados até lá. Então, com competência e segurança, poderão dizer: “Que venham as provas!”


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ALÉM DOS MUROS >>>

CIDADANIA NA

PRÁTICA Desde sua fundação, o Santa Maria atua na sua comunidade de diversas maneiras e, para isso, conta com o engajamento de muitos de seus alunos. No Ensino Médio, esses voluntários estão em três situações bastante diversas entre si e do seu ambiente familiar: na ONG Gotas de Flor com Amor (que atende crianças e adolescentes de baixa renda), na Ala Infantil do Hospital Regional Sul e no Centro de Acolhida Especial para Idosos do Jardim Umuarama. “Observamos que esse trabalho não apenas comove os alunos com a situação das pessoas que vivem em situação de exclusão social, mas também mostra que eles compreendem o contexto social e político dessa realidade”, comenta Henrique Genereze, coordenador do Núcleo de Inserção Social do Ensino Médio. Outro extrato dessa atuação se apresenta no cotidiano escolar. “Notamos que alunos que se destacam no trabalho voluntário também se mostram sensíveis às fragilidades de seus colegas, solidários às suas dificuldades e críticos às exclusões, precon-

ceitos e violências que por vezes surgem no ambiente escolar”, revela o professor. Resultados muito bem-vindos em uma instituição que não aceita a neutralidade diante de injustiças, ataques à cidadania e aos direitos humanos, seja dentro ou além dos muros da escola.

EXPERIÊNCIAS DE CONHECIMENTO O estudo do meio está presente desde as primeiras séries do Ensino Fundamental no Santa Maria, expondo os alunos às contradições entre o que é falado e o que é vivido, significando os conteúdos curriculares e enriquecendo o debate. Em sala de aula, sempre há um profundo levantamento de dados e preparação para o trabalho em campo. Após a saída, são gerados trabalhos que sintetizam o conhecimento adquirido no processo. Dentro dessa dinâmica, todas as séries do Fundamental II realizaram estudos externos ao longo do ano. Com o tema inspirado na campanha da fraternidade, “Construindo Nossa Casa Comum”, o 7º ano visitou diferentes propriedades rurais da região de Campinas. A compilação dessa experiência resultou em uma reportagem digital, articulando conceitos de Geografia, História, Ciências e Ensino Religioso. Já os alunos do 8º ano, a partir do projeto da série, “Adolescência, qual é o meu papel no mundo?”, tiveram como ponto de partida o livro “Brás, Bixiga e Barra Funda”, de Antônio Alcântara Machado. Por meio de um aplicativo construído pelos professores, investigaram e refletiram sobre os diversos processos migratórios que contribuem para a formação da identidade cultural da cidade. Visitaram lugares como o Museu da Imigração,

Igreja da Achiropita, Vila Itororó e Memorial da América Latina. O material produzido pelos alunos foi reunido em um aplicativo criado por eles mesmos. “Constituir-se como cidadão no resgate da dignidade humana” foi o mote do estudo do meio realizado pelos alunos do 9º ano, que percorreu alguns dos pontos mais emblemáticos do centro velho da capital paulista e visitou prédios ocupados por movimentos que lutam por moradia. Como resultado do estudo, elaboraram textos autorais e seminários sobre a questão da moradia, direito constitucional de qualquer cidadão brasileiro.


NA REDE >>>

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VOCÊ É O

PREFEITO

“Você será o(a) prefeito(a) de uma cidade!”. Foi com esta proposta que iniciamos o projeto de tecnologia junto às crianças do 3º ano do Fundamental I neste semestre. Uma mescla de empolgação e apreensão tomou conta da aula. Afinal, os alunos tinham pela frente o desafio de atender às demandas da população para que a cidade se desenvolvesse. Nessa faixa etária, as crianças estão começando a entender o real papel dos governantes. A melhor forma para ajudar nessa aprendizagem é a simulação, uma maneira lúdica de aproximar o educando da realidade estudada. Durante as aulas, com o aplicativo Simcity Buildit instalado nos tablets, é preciso elaborar um planejamento urbano, estabelecer prioridades e ficar atento às necessidades da população. Ao longo do projeto, inúmeras

situações-problemas aparecem fazendo com que a proposta integre-se ainda mais aos conteúdos curriculares. Seja nas questões relacionadas aos setores da indústria para a produção dos materiais, na escolha da fonte de energia, nos cálculos e gráficos para o orçamento, ou, então, nas reflexões levantadas sobre o que fazer com o lixo acumulado. Mais do que obtê-las, na simulação o aluno trabalha com as informações na tomada de decisões para o jogo. Na metodologia aplicada, optamos por uma gestão compartilhada das cidades. Sendo assim, cada dupla tem o direito (e o dever) de gerir aquela cidade por uma aula, sendo que no próximo encontro deverá assumir outra metrópole. Ali, são levantados questionamentos como: O prefeito é dono da cidade? Ou recebe

uma licença para administrá-la em período determinado? Quais as dificuldades enfrentadas por esta “descontinuidade”? A partir daí, é preciso assumir uma atitude responsável, em especial quanto aos recursos financeiros coletados com impostos para que o próximo gestor tenha como trabalhar ainda melhor. Atividades como esta colocam a tecnologia como forte aliada educacional, já que, sem ela, seria difícil uma simulação tão detalhada. Ainda assim, o fechamento do projeto culminará com as atividades de Estudo do Meio, onde cada criança deverá registrar suas impressões sobre os serviços públicos em seu bairro. É o uso de um divertido jogo, mas que, contextualizado, tem auxiliado na ampliação da visão de nossas crianças sobre a sociedade da qual são parte.


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RAÍZES >>>

Do lado esquerdo

DO PEITO

EX-ALUNOS FORMADOS HÁ 20 ANOS MANTÊM AMIZADE ATÉ HOJE

Levante a mão quem não guarda com carinho as lembranças dos amigos dos tempos de escola. Os laços criados na infância e adolescência são fortes e duradouros. Se ficamos anos sem encontrar um ex-colega do colégio, bastam poucos minutos para voltar a sintonia mágica, aquela sensação de familiaridade e cumplicidade típica de quem conviveu em tempos felizes. Quando temos a sorte de manter contato frequente, é uma amizade concreta, do tipo “sei que posso contar com ele”.

Bruno Fracassi, Bruno S. Carvalho, Fabiana A. Matos , Luciano Rocha e Marina V. Frezza, Márcio S. Policicio. Para se ter uma ideia, Ana Cláudia, Bruno Silveira e Luciano foram padrinhos de casamento do Márcio, que também teve esse papel no enlace dos mesmos amigos. O tempo foi passando e os laços se estenderam aos novos integrantes, frutos das famílias geradas por eles. Márcio e Raquel, sua esposa, são padrinhos da Maria Luiza, filha primogênita da Ana Cláudia, que hoje mora na Irlanda.

Esse privilégio é vivido por um grupo de ex-alunos do Santa Maria, que completa 20 anos de formatura em 2016. É a turma do 3º B de 1996.

E agora está se formando um novo núcleo dentro do Santa Maria. Antes mesmo de ter um filho, Márcio decidiu que ele estudaria no seu querido Colégio, e assim aconteceu: Matheus foi matriculado no Jardim I e este ano está no Pré E. Por coincidência, na mesma sala da Júlia, filha da Marina. Que essa amizade verdadeira avance por muitas gerações!

Daquele grande grupo, alguns seguiram unidos na fase adulta: Ana Cláudia C. Frederico, Andrea P. Mariano, Bianca Alcântara, 01

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1 – Ana Cláudia e Andrea na festa junina de 1986 2 – Bianca, Ana Claudia, Bruno Silveira e Andrea em 1994 3 – Formatura em 1996 4 – Festa do pijama na última semana de aula da turma de 1996 5 – Marina e Márcio com os respectivos filhos, Júlia e Matheus, alunos do Pré E 6 – Márcio com a esposa Raquel e o filho Matheus na sua primeira festa junina no Santa Maria 7 – Ana Claúdia e Bianca com as filhas Maria Luísa e Beatriz 8 – Bruno Fracassi, Luciano, William, marido da Ana Cláudia, Bruno Silveira e Márcio em um dos muitos encontros que fazem com frequência


Semana Pe. Moreau

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