Pecuária em Alta Edição 20 - Novembro/Dezembro 2018

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PALAVRA DO DIRETOR

Reta final. Chegamos à última edição de 2018 com o sentimento de dever cumprido. A cada edição, procuramos tratar de vários assuntos para você, que preza pela informação de qualidade. Não comercializamos apenas sêmen; nossa missão é ajudar nossos clientes a obter o melhor resultado em suas produções. A nossa capa é a prova disso. Chegamos ao segundo ano de resultados do Alta Cria, um programa exclusivo da Alta, que surgiu com objetivo de conhecer e gerenciar os principais dados zootécnicos na fase de cria na pecuária de leite. Com o levantamento feito pelo Alta Cria, fruto de questionários aplicados aos produtores colaboradores e pelo envio de dados, é possível definir estratégias, realizar benchmarkings, comparar resultados, além de alimentar um banco de dados valioso para o desenvolvimento de pesquisas no setor. Ao longo da reportagem, vocês vão perceber que o acesso à informação e a troca de experiências são os principais relatos dos colaboradores. Saber gerenciar os números da sua propriedade, com certeza, vai lhe ajudar a dar um passo enorme em direção aos seus objetivos. Independentemente do setor em que você trabalha na atividade pecuária, tenha em mente a importância de olhar da porteira para dentro, avaliar e estabelecer suas metas. Só com um planejamento consistente você vai conseguir um retorno financeiro favorável. Nesta edição, tratamos de vários outros assuntos, que vão lhe orientar a produzir cada vez mais com menos. Espero que gostem do que preparamos e que você tenha ainda mais sucesso na sua atividade. Conte conosco. Uma ótima leitura.

Heverardo Carvalho Diretor Alta Brasil

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ÍNDICE EXPEDIENTE Diretor Heverardo Rezende de Carvalho

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Gerente de Mercado Tiago Carrara - tcarrara@altagenetics.com

Colaboradores desta edição Ângelo Roberti, Bruna Quintana, Fábio Fogaça, Hilton do Carmo Diniz Neto, Luís Alfredo Deragon, Marcio Nunes Corrêa, Neimar Severo, Paula Tiveron, Rafael Azevedo, Rafael Oliveira, Rehagro, Rodrigo Longo, Rosana Klaus, Sandra Gesteira, Tiago Ferreira e Viviane Rohrig Rabassa.

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EM SINTONIA

ARTIGO PRODUTIVIDADE: QUAL É O FOCO DO SEU NEGÓCIO? Desenvolver lideranças é o caminho para fazendas produtivas

Marketing/Comercial comunicacao@altagenetics.com.br

Edição e revisão de texto Indiara Ferreira Assessoria de Comunicação indiara@indiaraassessoria.com.br

ALTA NEWS Fique por dentro de tudo que acontece na Alta

Diagramação e arte Ana Paula S. Alves - paula.alves@altagenetics.com

Fotos Francisco Martins - fjunior@altagenetics.com

CITOMETRIA DE FLUXO Tecnologia permite laboratório da Alta identificar um sêmen cada vez mais fértil

Coordenadora de Comunicação Camilla Lazak - camilla.rodrigues@altagenetics.com Jornalista Responsável Renata Paiva (MTB 12.340) renata.paiva@altagenetics.com

ESPECIAL

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LEITE RETENÇÃO DE PLACENTA Implantação de medidas direcionadas são fundamentais para combater a retenção de placenta

Tiragem: 5 mil exemplares Impressão: Gráfica 3 Pinti

Missão Construir relacionamentos de longo prazo, criar valor para nossos clientes, melhorar a lucratividade de cada rebanho e entregar genética de confiança, além de produtos e serviços de manejo com alta qualidade. Visão Tornar-se a marca global que seja a melhor escolha para produtores progressivos dos segmentos de leite e corte. Valores: Foco, pessoas e competências, coesão, dinamismo, relacionamento, comunicação e ética.

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CAPA ALTA CRIA: PROGRAMA REVOLUCIONA O SISTEMA NACIONAL DE CRIAÇÃO DE BEZERRAS LEITEIRAS Programa chega ao segundo ano de resultados


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PROGRAMAS E SERVIÇOS COMO MELHORAR A TAXA DE PRENHEZ DO REBANHO? Touros com elevada fertilidade são a chave para o aumento da produtividade

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GIRO NO CAMPO Nossos clientes e leitores destacam a qualidade dos filhos e filhas dos touros Alta distribuídos por todo o Brasil

EVENTOS

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GENÔMICA É DISCUTIDA NA 2ª EDIÇÃO DO FÓRUM DA PECUÁRIA EFICIENTE

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2º Fórum da pecuária eficiente

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COLOSTRAGEM EM BOVINOS DE CORTE: UM TEMA NEGLIGENCIADO

CONCEPT PLUS E ALTAGPS SÃO DESTAQUES NA AGROLEITE

Colostro em pó é uma realidade também para bezerros de corte

Alta conquista o Troféu Agroleite

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RAÇAS ALTA ID AUXILIA NA DETECÇÃO DO CIO DE VACAS LEITEIRAS Falha na detecção de cio provoca queda nos números reprodutivos de rebanhos leiteiros

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CRIAÇÃO DE BEZERROS

CASOS DE SUCESSO

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ESTAÇÃO RECRIAR É SOLUÇÃO PARA DESAFIOS DA ATIVIDADE LEITEIRA

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GRANJA BUFFON

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ENTREVISTA

CORTE BATERIA NELORE ALTA É A MAIS BEM AVALIADA NOS SUMÁRIOS DE MELHORAMENTO GENÉTICO DA RAÇA Alta mantém liderança nos principais sumários de avaliação das raças zebuínas de corte

MOACYR CORSI Um dos maiores nomes do país em pastagens fala sobre manejo e recuperação

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ESPECIAL

CITOMETRIA DE FLUXO SÓ A ALTA TEM NO BRASIL ESSA TÉCNICA DE AVALIAÇÃO ESPERMÁTICA, QUE POTENCIALIZA A PRECISÃO DAS ANÁLISES

por Equipe Técnica do Laboratório Alta Outubro de 2005 marca, para a Alta, o início da produção de sêmen no Brasil. Na época, o uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) dava seus primeiros passos no país. A técnica trouxe para a pecuária uma nova realidade: o diagnóstico precoce de prenhez. Por meio da ultrassonografia, cerca de 30 dias após a inseminação, já era possível confirmar se a vaca estava realmente gestante. Com esses dados concretos, os técnicos comparavam os resultados e, cada vez mais, exigiam melhor desempenho do sêmen congelado. Atenta às exigências do mercado, a Alta introduziu, em 2013, o Sistema Computadorizado de Análise de Sêmen (CASA), uma avaliação capaz de determinar a quantidade de espermatozoides vivos e mortos, além do tipo de movimentação deles. Historica-

mente, para a época, essa tecnologia foi um grande avanço, mas faltava ter a segurança de que os espermatozoides, além de apresentarem movimento, seriam viáveis e teriam condições de fertilizar o óvulo. Neste ano, com a mesma responsabilidade, a Alta implementou mais uma tecnologia objetiva: a Citometria de Fluxo. Essa tecnologia atendeu ao que faltava em termos de análise. Agora, é possível garantir, com segurança, que a dose de sêmen utilizada pelo cliente possui o número mínimo de espermatozoides com estrutura viável. As duas tecnologias juntas, CASA e Citometria de Fluxo, se complementam porque examinam características diferentes dos espermatozoides. Cada uma segue seu parâmetro mínimo para aprovação ou não do sêmen.

Movimento dos espermatozoides vivos registrados pelo Sistema CASA

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Para se ter uma ideia, as avaliações da qualidade seminal utilizadas pelos centros de coleta e processamento de sêmen geralmente incluem a cinética espermática (motilidade e vigor), a morfologia celular (patologia espermática) e a resistência ao estresse térmico (TTR). Todas essas técnicas se limitam ao exame de algumas centenas de espermatozoides, por amostra. Dentre as técnicas avançadas de avaliação e controle da qualidade final do sêmen congelado, a citometria de fluxo se caracteriza pela objetividade da análise das amostras. A leitura da viabilidade celular é realizada por equipamentos de última geração chamados citômetros de fluxo, em que a leitura é realizada em 10 segundos com até 10.000 células analisadas por amostra.

Espermatozoides corados, que serão quantificados pelo Citômetro de Fluxo, em viáveis (verdes) e não viáveis (laranja)


Como funciona Cada espermatozoide examinado pelo citômetro representa 2.500 células de uma palheta com a concentração de 25 milhões totais, enquanto que cada espermatozoide avaliado pelo CASA representa 50.000 células da mesma palheta com os mesmos 25 milhões de espermatozoides. A acurácia da análise do sêmen por citometria de fluxo é, muitas vezes, maior, quando comparada com outras técnicas que leem um número menor de células por amostras. Imagine um jogo de futebol. Normalmente, um time é composto por bons jogadores, mas poucos são craques, por isso devemos determinar com precisão quantos craques temos, para maximizar as chances de ganhar a taça. Embora a motilidade e o vigor do espermatozoide sejam muito práticas e úteis para a avaliação do sêmen, podem ser consideradas incompletas em relação ao objetivo de estimar o potencial de fertilidade de uma amostra. Além disso, milhares de células podem ser avaliadas em um curto período, fornecendo informações precisas sobre o parâmetro de interesse. Por isso, a viabilidade do espermatozoide, determinada pelo citômetro de fluxo, foi introduzido na prática de rotina para avaliação de sêmen no laboratório da Alta Genetics do Brasil, complementando o processo de controle de qualidade.

“Dentre as técnicas avançadas de avaliação e controle da qualidade final do sêmen congelado, a citometria de fluxo se caracteriza pela objetividade da análise das amostras” corantes específicos para ácido nucleico: o SYBR 14 e o iodeto de propídio. O SYBR 14 cora o núcleo de espermatozoides com membranas intactas, de verde brilhante; enquanto o iodeto de propídio cora os núcleos de espermatozoides que perderam a integridade da membrana, de vermelho. À medida que o espermatozoide progride, de vivo para moribundo, o SYBR14 é substitu-

ído pelo iodeto de propídio. A figura a seguir apresenta o gráfico de análise (dot-plot) de uma leitura do citômetro de fluxo, mostrando as três áreas de interesse: as células vivas coradas pelo SYBR 14 no quadrante 4, as células mortas coradas pelo iodeto de propídio no quadrante 1 e as células moribundas com a coloração intermediária dos corantes no quadrante 2. A expressão desta análise é dada em porcentagem de células coradas de acordo com o quadrante. A repetibilidade da citometria de fluxo nos ensaios de viabilidade revela que há uma boa concordância em alíquotas replicadas no mesmo laboratório pelo mesmo operador. Em testes realizados pela Alta, no Canadá, o coeficiente médio de variação para operador com boa experiência no uso do equipamento foi inferior a 3%. Também é importante ressaltar que a variação é pequena entre laboratórios.

Em termos técnicos Utilizamos uma técnica de coloração dupla que quantifica a viabilidade celular, através de dois PECUÁRIA EM ALTA

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ESPECIAL

Leitura do citômetro de fluxo

Na prática, no seu rebanho Ao avaliarmos um atributo particular e importante do espermatozoide do touro, como a viabilidade, em conjunto com parâmetros como a motilidade, o vigor celular e a morfologia espermática, melhoramos a precisão da avaliação da qualidade do sêmen congelado. Voltando ao time de futebol, com essa nova tecnologia, poderemos ter uma seleção que será composta praticamente de craques, por isso nossa chance de ganhar aumenta significativamente. Ou seja, em termos

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“Com essa nova tecnologia, poderemos ter uma seleção que será composta praticamente de craques, por isso nossa chance de ganhar aumenta significativamente”

práticos, podemos dizer que as chances de insucesso pelo “fator sêmen” são mínimas, quando se utiliza o sêmen da Alta. A Alta, mais uma vez, torna-se pioneira no mercado de inseminação artificial como a única empresa de coleta e processamento de sêmen bovino do país a utilizar a citometria de fluxo no controle de qualidade do sêmen congelado. Esta técnica de avaliação celular vem sendo utilizada por outras unidades de produção da empresa já há vários anos e, agora, também é implementada no Brasil.


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ALTA NEWS

BATERIA ALTA SE DESTACA NO PRÊMIO DIFUSÃO GENÉTICA NACIONAL O Prêmio Difusão Genética Nacional foi entregue na noite de 27 de agosto, durante a Expointer, em Esteio (RS). Na ocasião, também houve o Lançamento do Sumário Promebo. O criador Ângelo Bastos Tellechea recebeu o prêmio pelo touro Red Angus Umbu 1922. Ele foi o touro Angus Nacional com maior número de filhos registrados no Brasil, no ano de 2017. Umbu é um consagrado Concept Plus, originário da seleção Cabanha Umbu. Premiado nas principais exposições do país, também foi destaque no Sumário Promebo, em 2017, para ganho de peso, Conformação, Precocidade e Musculatura (CPM), à desmama e ao índice final. O criador Mário Ubirajara Rota Anselmi recebeu o prêmio pelo touro Lord, consagrado o Hereford Nacional com maior número de filhos registrados no Brasil, no ano de 2017 e líder de sumário. Lord é originário da Seleção Estância Mauá e tem excepcional conformação fenotípica, chamando atenção para seu comprimento.

Umbu 1922

Mauá Lord do Pontal 4077 (Lord)

Os criadores Mário Ubirajara Rota Anselmi e Ângelo Bastos Tellechea recebendo os prêmios

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ARTIGO

PRODUTIVIDADE QUAL É O FOCO DO SEU NEGÓCIO?

por Roberta Castelo Branco e Emerson Alvarenga Produtividade tem sido um tema muito discutido nos últimos tempos. Aperfeiçoar resultados e “fazer mais com menos” é um desafio na pecuária leiteira. Os resultados dependem dos processos, e os processos dependem das pessoas. A produtividade dos colaboradores reflete nas equipes e, consequentemente, na fazenda. Portanto, é importante entender que as pessoas são a chave para melhorar a produtividade. É importante também lembrar que cada indivíduo e propriedade são diferentes. Adaptar-se a essas diferenças é o gargalo para ser eficaz. Mas, por onde começar? Como melhorar a produtividade da equipe que já está na fazen-

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da? Os principais pontos para transformar equipes comuns em equipes de alta produtividade são: desenvolver uma liderança focada em pessoas, capacitar os colaboradores, melhorar a comunicação e colocar a pessoa certa no lugar certo. Para desenvolver a percepção e entender as necessidades dos colaboradores, os pontos fortes e os que precisam ser melhorados, de cada um, o líder precisa estar próximo à sua equipe. Quando o líder é presente e participa das atividades da fazenda junto com os colaboradores, vive o dia a dia dos processos, ele tem uma capacidade maior de identificar em que aquelas pessoas precisam ser desenvolvidas.

O gestor pode perceber, por exemplo, durante a rotina de ordenha, que sua equipe está com dificuldade em realizar os tratamentos de mastite. Nesse caso, é interessante reunir os colaboradores para conversar sobre o assunto e, juntos, chegar à conclusão de que um treinamento sobre tratamento de mastite é necessário. A participação dos colaboradores na decisão de promover um treinamento sobre o tratamento de mastite faz com que a equipe se sinta importante no processo, o que contribui para maior produtividade dessas pessoas e, consequentemente, acarretará melhores resultados. A comunicação é uma questão a ser trabalhada, pois falhas


“Empresas que investem em pessoas melhoram processos e entregam resultados desejados; consequentemente, conseguem negócios mais produtivos e eficazes”

nesse quesito podem causar erros e gerar prejuízos. Checar o que foi dito, independente de você ser o falante ou o ouvinte, evita que esses erros aconteçam. Após dar uma instrução, o falante pode perguntar ao ouvinte: “De tudo isso que eu falei, o que você entendeu?”. Dessa forma, poderá certificar-se de que o ouvinte entendeu o que ele disse. O ouvinte também pode checar, dizendo: “Vamos conferir o que entendi”, e dizer, com suas palavras, o que foi entendido. Checar é uma forma de evitar falhas de comunicação, e o líder

deve ser exemplo. Checando e assumindo erros, o líder ensina à equipe que esse é o melhor caminho a seguir. Outro ponto importante é entender os colaboradores, em sua individualidade. Cada pessoa tem habilidades e dificuldades. Essas habilidades podem ser compatíveis com determinadas atividades. Reconhecer isso é o caminho para que o líder coloque a pessoa certa no lugar certo. Pessoas organizadas e metódicas desempenham bem tarefas com detalhes e rotina; ao passo que pessoas ágeis e focadas em resolver problemas

podem não ter bom desempenho nessa mesma tarefa. Perceber essas diferenças possibilita ao líder dispor os colaboradores em cargos adequados às suas habilidades. Isso contribui para que eles realizem as atividades com melhor desempenho, e, também, melhor produtividade. Empresas que investem em pessoas melhoram processos e entregam resultados desejados; consequentemente, conseguem negócios mais produtivos e eficazes. Desenvolver lideranças com foco em pessoas é o caminho para fazendas produtivas. E você, quando vai começar?

Emerson Alvarenga, Médico veterinário

Roberta Castelo Branco, Médica veterinária

Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Ciência Animal na área de Clínica e Cirurgia Veterinária pela mesma instituição. É especialista em Gestão, com ênfase em Marketing, pela Fundação Dom Cabral e tem pós-graduação em Produção de Ruminantes, pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Possui especialização em Gestão de Pessoas, pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), Master Coach, e tornou-se professional & self coaching e business executive coaching, pelo mesmo instituto. Coordenador e professor do Rehagro, em Gestão do Esforço de Vendas e também em Gestão de Pessoas e Equipes.

Graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenadora e facilitadora de Gestão de Pessoas e Equipes da Rehagro.

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LEITE

RETENÇÃO DE PLACENTA FATORES DE RISCOS E IMPACTOS ASSOCIADOS

por Hilton do Carmo Diniz Neto e Sandra Gesteira Coelho A placenta deve permanecer aderida ao útero materno durante toda a gestação para permitir a troca de nutrientes, oxigênio e metabolitos entre a mãe e o feto, garantindo o crescimento e a sobrevivência da cria. Após o parto, a liberação da placenta está relacionada com a perda da adesão materno-fetal e ocorre somente após a maturação dos placentomas, que, sob condições normais, ocorre entre três e seis horas. Os processos que conduzem essa separação e a liberação começam antes do parto e são multifatoriais. 14

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“As primíparas apresentam maior chance de ocorrência de retenção de placenta em comparação com as multíparas” O que é retenção de placenta? A retenção de placenta caracteriza-se pela falha na eliminação das membranas fetais nas primeiras 12 horas pós-parto.

A eliminação placentária é mediada por inúmeros processos, dentre eles: migração de células de defesa do sistema imune para a região materno-fetal placentária; elevação das concentrações de cortisol fetal e estrógeno, e aumento da contração uterina. Falhas na ocorrência desses processos comprometem a eliminação da placenta. A incidência de retenção de placenta em vacas leiteiras varia de 2% a 39% na literatura científica mundial. Essa diferença se deve a diversos fatores, dentre eles: diagnóstico utilizado (momento em que se considera re-


tenção de placenta), ano, estação do ano, rebanhos e manejo. Fatores de riscos Em uma propriedade leiteira, inúmeros fatores de riscos estão relacionados com a ocorrência de retenção de placenta. O reconhecimento deles é fundamental para o estabelecimento de estratégias de prevenção e controle da afecção. Dentre eles pode-se ressaltar: Doenças Brucelose, leptospirose, campilobacteriose e BVD são afecções que acometem o trato reprodutivo dos animais. A ocorrência dessas doenças tem sido associada com a retenção de placenta. Manejo O escore corporal elevado ou muito baixo e doenças metabólicas como hipocalcemia e cetose aumentam o risco de retenção por reduzir a contratilidade uterina. Fatores estressantes (transporte, mudança de lote, isolamento do grupo, doenças, stress térmico) resultam no aumento das concentrações de corticosteroides, o que também aumenta o risco de retenção.

Mecânicos Parto distócico, tamanho do bezerro, partos gemelares, nascimento prematuro ou tardio, feto enfisematoso, natimortos e realização de cesárea são fatores que estão relacionados diretamente com a ocorrência de retenção.

“Vacas com retenção de placenta apresentam maior risco de ocorrência de cetose, deslocamento de abomaso, mastite e aborto na próxima gestação” Estação do ano A estação do ano influencia diretamente na ocorrência de retenção. Tem-se observado menor risco de incidência de retenção de placenta nos partos que

ocorrem no inverno, quando comparados a partos no verão, principalmente devido ao stress térmico que esses animais vivenciam durante esse período. Idade da vaca As primíparas apresentam maior chance de ocorrência de retenção de placenta em comparação com as multíparas, uma vez que não atingiram o desenvolvimento corporal em relação à idade adulta. O risco de retenção em primíparas aumenta ainda mais em casos de bezerros machos. Prejuízos Como consequência direta, a retenção de placenta leva ao atraso no processo de involução uterina e compromete o reinício da atividade cíclica pós-parto. Além disso, predispõe a ocorrência de infecções uterinas como endometrite e metrite, que prejudicam a fertilidade dos animais e os índices reprodutivos da fazenda.

Nutrição Deficiência de vitamina (A e E) e minerais (selênio e iodo) na dieta de vacas leiteiras compromete o sistema imunológico, que, além de predispor a ocorrência de retenção da placenta, aumenta a susceptibilidade dos animais a outras doenças. PECUÁRIA EM ALTA

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LEITE

Vacas com retenção de placenta apresentam maior risco de ocorrência de cetose, deslocamento de abomaso, mastite e aborto na próxima gestação. A recorrência da retenção pode vir a acontecer no próximo período pós-parto, o que aumenta a preocupação no controle da afecção. O impacto da retenção de placenta na produção de leite tem sido observado em curto prazo, sem comprometimento no pico de lactação e na produção de leite total dos animais. Porém, o descarte de leite de vacas em tratamento (retenção, metrite) eleva os prejuízos na propriedade. Trabalho conduzido em uma propriedade leiteira na região sudeste do Brasil com 900 vacas em lactação (3/4 a 31/32 Holandês-Zebu), criadas em sistema semi-intensivo, avaliou os prejuízos causados pela retenção de placenta. Nesse rebanho, a incidência de retenção foi de

“O conhecimento dos fatores de riscos para a ocorrência de retenção permite a implantação de medidas direcionadas e eficazes de prevenção e controle da afecção no rebanho, evitando os possíveis prejuízos associados” 12,8% no período avaliado. Os pesquisadores relataram custo de aproximadamente US$51,8 para primíparas e de US$70,6 para multíparas, no período

seco; já no período chuvoso, houve aumento para US$87,9. Esses custos são referentes a gastos com tratamento, mão de obra, redução na produção de leite, descarte de leite, impacto nos índices reprodutivos (período de serviço, doses de sêmen por gestação) e risco de descarte dos animais no rebanho. Durante o período de um ano, o impacto econômico total na propriedade avaliada apresentou valor de US$8.878,0. A utilização de critérios para definição dos casos de retenção de placenta e a anotação dos dados na propriedade são fundamentais para acompanhar a situação da afecção no rebanho e para o estabelecimento de metas. O conhecimento dos fatores de riscos para a ocorrência de retenção permite a implantação de medidas direcionadas e eficazes de prevenção e controle da afecção no rebanho, evitando os possíveis prejuízos associados.

Hilton do Carmo Diniz Neto, Zootecnista Mestrando em Zootecnia, na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Sandra Gesteira Coelho, Médica veterinária Médica veterinária, com doutorado em Ciência Animal pela UFMG e professora titular da Escola de Veterinária da UFMG

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* Touro: Hisquimo da Campo Belo

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CAPA

ALTA CRIA

PROGRAMA REVOLUCIONA O SISTEMA NACIONAL DE CRIAÇÃO DE BEZERRAS LEITEIRAS 20

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A criação de bezerras leiteiras é uma das fases mais importantes da pecuária leiteira, pois ela compreende a reposição genética, visando sempre animais cada vez mais produtivos e saudáveis no futuro do rebanho. Saber gerenciar os números e conhecer os principais índices zootécnicos é uma ferramenta de suma importância para alcançar os objetivos, traçar metas e estratégias que irão definir o sucesso da criação das bezerras leiteiras, bem como auxiliar na tomada de decisões de manejos e interferir nas pesquisas do setor. Sendo assim, a Alta Genetics do Brasil investiu em um programa inédito na área de criação de bezerras leiteiras. “Não comercializamos apenas sêmen. Nossa missão é ajudar os clientes a obter o melhor resultado em suas produções. É justamente neste sentido que o programa Alta CRIA foi criado. É uma importante ferramenta para tomada de decisão de manejo e para os rumos da ciência nacional”, ressalta o diretor da Alta Brasil, Heverardo Carvalho. O programa Alta CRIA surgiu

“É uma importante ferramenta para tomada de decisão de manejo e para os rumos da ciência nacional” com objetivo de conhecer e gerenciar os principais dados zootécnicos na fase de cria na pecuária de leite. Com o levantamento - fruto de questionários aplicados aos produtores e pelo envio de dados - é possível definir estratégias, realizar benchmarkings,

comparar resultados, além de ser um banco de dados valioso para o desenvolvimento de pesquisas no setor. “O projeto nasceu da necessidade de levantarmos um panorama de como estava a criação de bezerras leiteiras no país, em diferentes sistemas de produção. Hoje, os dados são coletados periodicamente em mais de 50 fazendas distribuídas em todo o país. A partir deles, podemos traçar parâmetros de produção e orientar o criador da melhor forma possível”, explica o conselheiro e coordenador do Alta CRIA, Rafael Azevedo.

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CAPA

Resultados Dentre as fazendas participantes e colaboradoras, estão as fazendas Colorado, Grupo Sekita, RAR, Santa Luzia, Agrindus, Frank’An-

na, MelkStad/Pereira, Figueiredo, dentre outras de destaque na pecuária nacional. Acesso à informação e troca de experiências são os principais relatos dos colaboradores.

“O Programa Alta CRIA tem oferecido a nós, produtores, a oportunidade de discutir problemas e buscar soluções para um dos pontos mais críticos de um sistema de produção de leite: a criação das bezerras. Muitos estudos modernos mostram a importância de olhar para as bezerras de uma forma mais ampla. Tudo começa muito antes do nascimento. Já na gestação, grande parte do manejo que a vaca recebe afetará positiva ou negativamente o desenvolvimento da bezerra e a sua produção futura de leite. Após o parto, cuidados com o recém-nascido, colostragem, cura de umbigo, conforto e nutrição são fundamentais para que se tenha uma bezerra de qualidade. Portanto, a oportunidade de aprendizado que temos tido no Alta Cria tem feito toda a diferença” Maurício Cabo Verde, Fazenda Santa Luzia

“Falar do programa Alta CRIA é muito bom, pois é uma excelente ferramenta para produtores e técnicos do setor de criação de bezerras! É de extrema importância a informação dos números zootécnicos que passamos para os conselheiros, a fim de que possam uniformizar todos os indicadores técnicos numa mesma base de cálculo. E, por meio do benchmarking, cada propriedade poderá saber onde pode melhorar e, também, trocar ideias com outras que estão bem em determinado ponto! Também acho muito importante passar dados das nossas propriedades para as entidades científicas, a fim de que possam pesquisar e realizar trabalhos com um número muito expressivo de propriedades e animais da nossa região e do Brasil. Hoje, nos baseamos muito em pesquisas do exterior, principalmente, dos Estados Unidos. Assim, podemos também contribuir com toda sociedade científica e produtora da atividade leiteira” Nelia Menarin, Fazenda Pereira, recria da Fazenda MelkStad

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Os conselheiros do Alta Cria O programa teve início em 2017 com um seleto grupo de conselheiros e de técnicos que discutem e trabalham os resultados e as inovações relacionadas a esta fase de criação, sendo composto por nomes importantes da área de criação de bezerras leiteiras: Alex Teixeira, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU); Carla Bittar, professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq); Lívia Maga-

lhães, consultora da BEA Consultoria e Treinamento; José Eduardo Santos, professor da Universidade da Flórida (EUA); Manuel Campos, Consultor SCCL; Polyana Rotta, Professora Universidade Federal de Viçosa (UFV); Rafael Azevedo, gerente de produto Alta Genetics; Rodrigo Meneses, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Sandra Gesteira, também professora da UFMG.

“Precisamos conhecer a nossa realidade. A Alta está de parabéns com esse programa. Está fazendo um trabalho muito importante para o nosso país”

“Trabalhamos o tempo todo com números americanos. Isso é muito ruim. Precisamos conhecer a nossa realidade. A Alta está de parabéns com esse programa e fazendo um trabalho muito importante para o nosso país. Com esses novos números em mãos, vamos poder traçar estratégias de pesquisa, trabalhar na extensão e descobrir em quais pontos devemos ter mais critérios. Esse programa trará uma contribuição enorme para a pecuária nacional” Sandra Gesteira, conselheira do Alta CRIA, professora da UFMG

Além disso, os resultados gerados pelo programa são constantemente contrastados com o Padrão de Criação Ouro (Gold Standards) - desenvolvido pela Associação de Bezerras e Novilhas de Leite dos Estados Unidos (DCHA) e têm o propósito de avaliar o desempenho das fazendas de leite no Brasil. Dentre os principais pontos trabalhados pelo programa, estão: manejo de pré-parto; cuidados com a recém-nascida; colostragem; manejo nutricional; taxa de crescimento das bezerras; saúde, e ambientes/instalações.

“O programa Alta Cria é uma excelente oportunidade para o produtor trocar experiências, já que vai poder comparar o seu rebanho com o dos demais participantes do programa” Carla Bittar, conselheira do Alta CRIA, professora da Esalq/USP

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CAPA

Benefícios Os participantes do Alta CRIA possuem acesso a um grupo de comunicação, via WhatsApp, por meio do qual são discutidos temas focados em pesquisa e manejos com bezerras leiteiras. “Conseguimos montar um grupo focado e comprometido com a área de criação de bezerras. O mais legal disso tudo é que nele estão presentes técnicos, professores, proprietários, gerentes e os colaboradores das fazendas, ou seja, todos têm acesso ao que se tem de mais novo no assunto”, relata Rafael Azevedo. Os participantes também possuem acesso privilegiado a materiais técnicos, a traduções mensais das principais pesquisas publicadas em renomados periódicos científicos, como o Journal of Dairy Science, a revista Hoard’s Dairyman e o site CalfNotes. “O grupo via WhatsApp tem discussões técnicas que ampliam nossos conhecimentos, pois conta com profissionais especialistas em bezerros e grandes fazendas. Nós,

da fazenda Figueiredo, estamos muito satisfeitos em fazer parte do programa Alta CRIA, pois ele nos auxilia nas tomadas de decisões dentro do bezerreiro. Hoje, pode-

“A cria de bezerras é a parte inicial de todo o sucesso ou insucesso de uma fazenda de leite. O Alta CRIA tem mostrado muitas informações, de maneira simples e objetiva, e projetos que várias fazendas estão implementando com sucesso.” mos comparar os números com outras fazendas, mostrando como temos que melhorar e quais são nossos pontos fortes. Outros indicadores, que não eram medidos, também foram levantados para

Como participar

Todas as fazendas que estão conscientes da importância da criação das bezerras e que buscam se tornar cada vez mais eficientes são bem-vindas. Basta enviar a coleta de dados (planilha em Excel do programa, consulta SQL do software Ideagri ou consulta do programa Alta Gestão) no mês de abril, agosto, outubro e dezembro (opcional); fazer o preenchimento obrigatório de um questionário no mês de setembro e a compra mínima de 30 unidades de colostro em pó dentro de um mês após a entrada e a compra de 50% de sêmen da Alta Genetics no ano. Para mais informações, procure um técnico ou um representante da Alta.

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melhorar a avaliação”, pondera o representante da fazenda Figueiredo, Pedro Henrique. Além desses benefícios, cada participante tem a oportunidade de realizar uma análise de benchmarking e recebe quatro relatórios anuais com os índices da criação de bezerras leiteiras da própria fazenda, bem como tem acesso a promoções e a inscrição garantida no encontro anual. A Fazenda Boa Fé conheceu o Programa Alta Cria e, na hora, aderiu ao projeto. “Vimos que seria algo inédito dentro da pecuária leiteira, pelo fato de termos as informações e a realização de benchmarking, que seguiria de apoio e base para o nosso sistema de criação, auxiliando na tomada de decisões e nas orientações, que, anteriormente, não tinha de maneira tão aberta e clara, baseadas nas experiências dos produtores”, salienta o gestor da Fazenda Boa Fé, Jonadan Ma, evidenciando que o Alta Cria revolucionou a pecuária leiteira da Boa Fé e, com certeza, trará muitos benefícios para a pecuária leiteira do Brasil. Outro participante, o gerente da Fazenda Colorado, Sérgio Soriano, também defende que aqueles que deixam de criar bem as bezerras definitivamente terá prejuízos enormes para o seu negócio. “A cria de bezerras é a parte inicial de todo o sucesso ou insucesso de uma fazenda de leite. O Alta CRIA tem mostrado muitas informações, de maneira simples e objetiva, e projetos que várias fazendas estão implementando com sucesso. Assim, conseguimos nos atualizar sempre e melhorar a cada dia”, comenta Sérgio.


Benchmarking Um dos compromissos dos colaboradores perante o programa é o envio dos dados durante três coletas obrigatórias (abril, agosto e outubro) e uma coleta opcional (dezembro), além do preenchimento de questionário obrigatório, que ocorre no mês de setembro. Após o envio dos dados, eles são trabalhados e avaliados de forma confidencial, por códigos, sendo retornados ao grupo de fazendas. Hoje, o programa foca em dados relativos a nascimento (data, tipo de parto e grau de sangue), colostragem (tipo, quantidade, qualidade e proteína sérica), pesagens (nascimento, 30 dias, 60 dias e ao desaleitamento) e nas principais doenças (diarreia, pneumonia e tristeza parasitária), bem como na mortalidade.

Análise de benchmarking de eficiência de colostragem, referentes à coleta de agosto de 2018, de fazendas participantes do programa Alta Cria 2018

Análise de benchmarking de ganho de peso, de 0 a 30 dias, referente à coleta de agosto de 2018, de fazendas participantes do programa Alta CRIA 2018

Análise de benchmarking de ganho de peso do nascimento ao desaleitamento, referente à coleta de agosto de 2018, de fazendas participantes do programa Alta Cria 2018 PECUÁRIA EM ALTA

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PROGRAMAS E SERVIÇOS

COMO MELHORAR A TAXA DE PRENHEZ DO REBANHO? por Fábio Fogaça, Gerente de Produto Leite Importado da Alta Um grande volume de informações invade o agronegócio pela agricultura de precisão. A utilização de dados tem sido cada vez mais comum no campo, ajudando o setor produtivo a ser mais eficiente e acertivo nas tomadas de decisões. Assim, a agropecuária ganha mais exatidão, permitindo que se produza mais por menos. Na pecuária leiteira é possível utilizar essa análise de dados a favor da melhora na taxa de prenhez. Juntamos milhões de dados de diagnósticos de gestação e, por meio de ferramentas inovadoras, eficientes e precisas, é possível conquistar mais prenhezes e, consequentemente, mais dinheiro no bolso do produtor. A taxa de prenhez indica o percentual de vacas que está se tornando gestante em relação ao total de vacas aptas do rebanho, a cada 21 dias. Vacas aptas são aquelas que retornam à reprodução após o período de espera voluntário (PEV), em torno de 45 dias após o parto. Quanto maior a taxa de gestação de um rebanho, maior o retorno econômico para o sistema de produção. Digamos que o objetivo principal de uma determinada fazenda seja possibilitar o progresso

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genético mais rápido. Nesse caso, se o produtor optar por touros que ainda não tenham dados de fertilidade, é provável que ele tenha algum tipo de prejuízo.

“A Alta passa a entregar agora, separadamente, três avaliações de fertilidade, para poder adotar uma abordagem precisa na gestão da fertilidade em cada rebanho” Nas propriedades que adotam a inseminação artificial, as doses de sêmen devem ser provenientes de centrais idôneas e devem apresentar os resultados de testes de fertilidade. Por isso, acurácia nas informações sobre fertilidade são fundamentais. Para ter precisão, os dados devem ser constantes. Sabemos que existem diferenças na fertilidade dos touros, mesmo em curtos períodos de tempo; então é preciso adotar banco de dados que sejam confiáveis e atualizados.

Há quase 20 anos, a Alta desenvolve um programa de coleta e interpretação de dados que identifica os animais com melhor fertilidade no campo. O Concept Plus tem como objetivo apresentar respostas concretas das variações de fertilidade no campo, que não podem ser diagnosticadas apenas por testes laboratoriais. Para que possamos maximizar ainda mais a acurácia dos resultados serão obtidos em nossos testes de fertilidade, somos os únicos a levar em consideração a interferência do efeito do inseminador ou a maneira como foi obtido o cio na fertilidade de um touro em um determinado rebanho. Coletamos dados em rebanhos dos Estados Unidos e do Canadá, não nos limitando apenas a rebanhos americanos que estejam no programa de controle leiteiro oficial. Coletamos dados apenas de rebanhos progressivos, com milhares de vacas em produção, onde o manejo é consistente. Os grupos contemporâneos são grandes e atuam sob agressivos programas de reprodução. Sendo aplicado no Brasil há 17 anos, o programa agora trará ainda mais acurácia em seu


novo modelo de avaliação: Concept Plus terá seis avaliações por ano, levando informações com o maior nível de precisão aos produtores. O tradicional programa continuará avaliando sêmen convencional, sendo usado em vacas e também com sêmen convencional, mas no uso em novilhas. O 511 ConceptPlus será destinado a touros avaliados com base em resultados do diagnóstico de prenhezes em sêmen sexado usado em novilhas. Os dados mostram que o mesmo touro pode ter um bom desempenho em fertilidade com sêmen convencional, mas não com sêmen sexado, e vice-versa. Assim, a Alta passa a entregar agora, separadamente, três avaliações de fertilidade, para poder adotar uma abordagem precisa na gestão da fertilidade em cada rebanho. Dessa forma, cada touro tem

“O Concept Plus consegue – através da análise bioestatística – isolar a influência do touro na taxa de concepção obtida, dando maior precisão da participação do sêmen na prenhez” avaliação de sêmen convencional em vacas e novilha, bem como sêmen sexado em novilhas, para que o produtor tenha acesso às mais relevantes informações: progresso genético e conhecimento de alta fertilidade. Também é sabido que o inseminador é diretamente responsável pelos resultados das taxas de

serviço e concepção. Entre suas funções, podemos citar: a observação diária de cio, a execução correta de todas as etapas da técnica de inseminação, a inseminação no momento mais adequado, a deposição do sêmen no local certo, além da higiene pessoal, com os materiais e os animais. A conscientização desses profissionais sobre a importância das suas funções é fundamental para aumentar a taxa de prenhez. Apesar de inúmeros fatores alterarem e afetarem o sucesso gestacional, como por exemplo, o estado nutricional das fêmeas, a fazenda em que estão alojadas, o inseminador, a categoria animal, dentre outros, o Concept Plus consegue – através da análise bioestatistica – isolar a influência do touro na taxa de concepção obtida, dando maior precisão da participação do sêmen na prenhez. Com todos os dados em mãos, o pecuarista consegue tomar as melhores decisões de acordo com o perfil e o objetivo de cada propriedade. Vale lembrar que o bom desempenho reprodutivo é o primeiro passo para o aumento da produção e para o bom desempenho da atividade leiteira.

Fábio Fogaça, Gerente de Produto Leite Importado Zootecnista pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-graduado em Reprodução e Gerenciamento de Saúde de Rebanho, na International Livestock Management Schools no Canadá. Há 9 anos integra a equipe da Alta.

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GIRO NO CAMPO

Participe e envie sua foto para pecuariaemalta@altagenetics.com.br

Bezerrada da Fazenda Nelore Bomfim, em Juara (MT), com filhos dos touros Nero, Mercúrio, Polo e Brado

Roberto Pimentel de Mesquita e sua esposa, Gunilla Mesquita, da Fazenda Jacuba, em visita à central da Alta, acompanhados do gerente de Produto Leite Nacional, Guilherme Marquez 28

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Gerente Comercial da regional Alta, em Dom Pedrito (RS), João Vicente Zambrano Oliveira, em visita à Cia Azul, em Uruguaiana (RS)

Os amigos e clientes João Eduardo e Maria Teresa, em dia de visita ao touro Gir 2BR Sertanejo, na companhia do gerente técnico de Leite, Tiago Ferreira, e da técnica, Júlia Gazoni


@analuuizagalvao

@augustto_fasf

@calf_genetics

@ciclorural

@danillorodr

@fcofabiopires

@jugazoni

@lourencosena

@rodrigohgpe

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EVENTOS

GENÔMICA É DISCUTIDA NA 2ª EDIÇÃO DO FÓRUM DA PECUÁRIA EFICIENTE Um dos eventos mais esperados da ExpoGenética 2018 foi realizado na sede da Alta em Uberaba. A 2ª edição do Fórum da Pecuária Eficiente reuniu, na empresa, mais de 300 participantes. Todos em busca de conhecimento sobre um importante tema para o melhora30

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mento genético: a genômica. “A genômica é uma tecnologia que nos permite diminuir o grau de incerteza, ou seja, de errar menos e acertar mais na escolha e identificação de um animal superior”, afirma o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e um dos palestrantes

do evento, Fernando Baldi. Quem visitou a central teve a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas sobre a técnica. O Túnel da Genômica, uma iniciativa da Alta em parceria com a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) e com a Associação


Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), foi o primeiro ponto de parada para quem participou do fórum. “O túnel ficou fantástico. As informações ficaram, tanto tecnicamente quanto didaticamente, muito bem colocadas, com pessoas treinadas para apresentar, de forma simples, as principais questões hoje levantadas sobre a técnica. Com certeza, essa iniciativa vai motivar e ajudar muitos pecuaristas a entender mais sobre a genômica”, explica o presidente da ANCP, Raysildo Lôbo. Na programação do evento, houve premiações em reconhecimento aos reprodutores que mais vendem sêmen no Brasil, além de palestras sobre a evolução da genômica e os casos de sucesso de pecuaristas que utilizam a técnica. “É muito importante que o produtor rural tenha o conhecimento da técnica, mas que acredite na genômica. Assim, vamos, cada vez mais, utilizar touros jovens, diminuir o intervalo de gerações, aumentar a eficiência da pecuária e ter mais lucro”, afirma o proprietário da Tulipa Agropecuária e um dos pecuaristas a apresentar resultados no fórum, Rodrigo Brünner. A Alta agradece a todas as parcerias que tornaram uma realidade o Fórum da Pecuária Eficiente e o Túnel da Genômica. “A Alta acredita que a transferência de conhecimento é a maior forma de contribuição que ela pode levar para o campo. Produtores mais conscientes e tomando decisões mais acertadas conseguirão ter mais lucratividade”, finaliza o gerente de Mercado da Alta, Tiago Carrara.

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EVENTOS

CONCEPT PLUS E ALTA GPS SÃO DESTAQUES NA AGROLEITE A Alta participou de mais uma edição da Agroleite, na cidade de Castro (PR), reconhecida como Capital do Leite. O evento técnico, voltado a todas as fases da cadeia do leite, é promovido pela Cooperativa Castrolanda, sendo uma das principais vitrines tecnológicas do setor.

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Na feira, realizada de 14 a 18 de agosto, a Alta apresentou os principais touros das raças Holandesa e Jersey. O destaque foi o aprimoramento do programa Concept Plus, que agora trará também informações sobre avaliação de desempenho reprodutivo, testada a campo, e usando

sêmen sexado e convencional em novilhas. O gerente de Produto Leite Importado da Alta, Fábio Fogaça, explica que, com essa inovadora pesquisa coordenada pela equipe Peak, agora, é possível ajudar os clientes a implementarem uma gestão da fertilidade com mais exatidão. “Nós aprendemos que os touros apresentam desempenhos diferentes, nas mais variadas situações. Avaliando os animais um a um, percebemos que o desempenho no uso de sêmen convencional em vacas, não necessariamente apresenta o mesmo resultado que o sêmen sexado usado em novilhas, por isso sentimos a necessidade de adaptar o programa”, acrescenta. Outro destaque da feira foi a divulgação do programa Alta GPS (Estratégias & Plano Genético). Nele, os produtores contam com planejamento completo por meio da construção de um plano genético e da criação de um índice específico e personalizado para cada rebanho. A análise personalizada oferece uma solução integrada para garantir a melhor rentabilidade do negócio. “Ao estabelecer metas de melhoramento e escolher a genética de acordo com um índice personalizado, o Alta GPS


ajuda a criar o plano genético, do início ao fim. O programa faz a seleção dos touros, o ranking genético das fêmeas (de acordo com as necessidades e os objetivos específicos de cada rebanho)

e também mostra o valor agregado do investimento. O Alta GPS une isso tudo com as melhores recomendações de acasalamento para o rebanho, de acordo com o Retorno sobre In-

vestimento (ROI) e com o Plano Genético, além de poder fazer uso de dados de testes genômicos ou se basear em pedigree e/ ou avaliações lineares”, finaliza Fogaça.

Alta conquista o Troféu Agroleite pela nona vez O ponto alto da feira foi a entrega do Troféu Agroleite. A Alta foi, mais uma vez, reconhecida como a melhor empresa do mercado na categoria Genética. Esta é a nona vez que a empresa recebe o prêmio. “Esse reconhecimento é motivo de muita satisfação. Essa premiação é considerada uma das mais importantes e cobiçadas do setor leiteiro. A Alta trabalha diariamente para melhorar os processos e os resultados, que já consideramos bons. Temos esse espírito de que é sempre possível fazer melhor para ajudar o produtor rural”, afirma o diretor da Alta Brasil, Heverardo Carvalho. O Troféu Agroleite foi criado em 2002, com o objetivo de homenagear os maiores e os melhores do segmento ligado à cadeia do leite, em todas as etapas e atividades desenvolvidas dentro e fora da porteira. A premiação é gerida pelo Núcleo Organizacional do Agroleite, responsável por oito meses de pesquisa até chegar aos vencedores.

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RAÇAS

ALTA ID AUXILIA NA DETECÇÃO DO CIO DE VACAS LEITEIRAS

por Tiago Ferreira, Gerente Técnico de Leite da Alta A falha na detecção de cio é hoje um dos principais problemas para a queda dos números reprodutivos de rebanhos leiteiros. Vários trabalhos mostram que vacas leiteiras de alta produção manifestam cio principalmente durante o período da noite. Com isso, fica difícil visualizar esse estro para inseminar na manhã seguinte. Pensando nessa dificuldade, a Alta criou o programa Alta ID, que disponibiliza ferramentas para auxiliar o aumento de observação de cio

dos animais do rebanho. Há seis anos, a Fazenda Nossa Senhora de Fátima, localizada no município de Delta (MG), percebeu que uma das principais falhas reprodutivas na propriedade estava na Taxa de Serviço, ou seja, o número de vacas inseminadas, dentre as que estavam aptas à reprodução, não era satisfatório. O problema é que a fazenda não estava identificando corretamente as vacas que entravam no cio. Dentre as ações implemen-

tadas para ajudar a mudar essa realidade, uma delas faz parte do programa Alta ID. A fazenda adotou como protocolo a utilização de um adesivo nas novilhas. O mecanismo funciona quando outro animal monta e a base do peito raspa o adesivo. A tinta prata é removida, deixando a cor fluorescente aparente. É um sinal de que o animal aceitou monta e, portanto, está no cio. Com a ajuda da ferramenta, a fazenda saltou de 12% para a taxa de prenhez para mais de

Formas de utilização No caso específico do ESTROTEC - que é utilizado em mais de 50 países e 25 milhões de unidades são usadas no mundo - poderá ser aplicado uma vez por ciclo reprodutivo de 18 a 24 dias. Existem três estratégias de utilização do adesivo: No cio de retorno. Hoje, cerca de 80% das inseminações são por Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF). Com isso, por volta do dia 15 pós IATF, o inseminador pode colocar o adesivo nas vacas que foram inseminadas para

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auxílio da observação do cio de retorno. Segurança. Em alguns protocolos de IATF, o veterinário gosta de ter a segurança de saber se a vaca manifestou estro ou não, porque essa condição está ligada à fertilidade da fêmea sincronizada. Então, o inseminador pode colar o adesivo na vaca no dia da retirada do implante. Limite. As fazendas que fazem um bom período de transição, do ponto de vis-

ta de alimentação e conforto térmico, podem aplicar o adesivo alguns dias antes de terminar o período de espera voluntário (PEV), do parto até a liberação para reprodução. Por exemplo, se o PEV de uma propriedade é 40 dias, no dia 35 pós-parto aplica-se o adesivo e haverá até 20 dias para observar o cio desse animal ou até fazer uso de prostaglandina nesse período. Mas, é importante determinar um dia limite, que se a vaca não for inseminada, entre no protocolo de IATF.


20%. “Além do aumento dos nossos índices reprodutivos, o adesivo possibilitou a utilização, com mais certeza, do sêmen sexado. Antes, tínhamos uma proporção de 50% de machos e 50% de fêmeas nascidas. Com o adesivo, já estamos com 65% de fêmeas nascidas”, afirma o proprietário da fazenda, Guilherme Garcia Ferreira. É importante lembrar que o adesivo é uma ferramenta de auxílio, por isso é importante associá-lo com sinal secundário de estro para tomar a decisão de inseminar ou não. Sinais secundários são: inquietação, urina frequente, edema de vulva, berrar mais, muco, queda na produção, dentre outras mudanças de comportamento.

COMO APLICAR DETECTORES DE CIO

• Posição de aplicação: deve ser colocado entre o quadril e a extremidade superior do rabo da vaca, em um ângulo de 90 graus (perpendicular) à coluna vertebral. • Preparação da área: pegue um pano ou escova e limpe o excesso de sujeira e umidade na área onde o adesivo será aplicado. Pentear os pelos soltos também ajudará na adesão dos auxílios de detecção. • A aplicação do adesivo: A cola funciona melhor à temperatura ambiente. Quando se trabalha em condições de frio, você pode conseguir uma melhor aderência aquecendo os adesivos um pouco antes de aplicá-los. Basta retirar a camada removível na parte inferior do adesivo.Pressionar firmemente sobre o adesivo de modo que a cola possa penetrar no pelo e grudar na pele da vaca. Cuidado para não danificar a camada de raspar durante a aplicação. • Verificação de resultados: funcionam como cartões de raspar. Quando as vacas montam nas vacas no cio, elas irão apagar a camada prateada do cartão de raspar.

Como fixar o adesivo O adesivo é colado na base da garupa, de forma perpendicular à coluna vertebral. Antes de colar, é necessário limpar o local com uma escovinha, para a retirada de pelos morto.

Tiago Ferreira, Gerente Técnico de Leite Médico Veterinário pela Universidade de Uberaba (Uniube), especialista em Reprodução de vacas leiteiras pela Newton Paiva e Rehagro, Especialista em Nutrição de vacas de leite Faculdades Integradas de Uberaba (FAZU) e Rehagro, jurado oficial da Girolando e presidente do CDT da raça Girolando.

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CORTE

BATERIA NELORE ALTA É A MAIS BEM AVALIADA NOS SUMÁRIOS DE MELHORAMENTO GENÉTICO DA RAÇA

Um dos principais eventos do ano para quem busca a evolução genética da raça Nelore é a ExpoGenética. A feira, tradicionalmente realizada no mês de agosto, em Uberaba (MG), foca no melhoramento genético e nas tecnologias desenvolvidas em busca da máxima eficiência produtiva. 36

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Os programas de melhoramento genético lançam seus sumários com os resultados dos animais avaliados ao longo do ano. “Esse momento é muito importante, pois marca o reconhecimento do investimento que a Alta faz em touros jovens para ter os líderes de sumários,

selecionando indivíduos de alta consistência genética, oriundos de trabalhos sérios de seleção e respaldados por um programa de avaliação genética”, afirma o gerente de Produto Corte Zebu da Alta, Rafael Oliveira. No Sumário da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), a Alta se mostrou soberana. Possui, ao todo, 11 touros, dentre os 15 melhores da consulta pública. Destaque para REM Formoso, REM Danut e REM Forro, os três melhores touros do sumário, respectivamente. Todos possuem régua de Diferenças Esperadas na Progênie (DEP’s) extremamente equilibrada e são considerados coringas para qualquer projeto de pecuária de corte. “Um ponto que vale a pena ressaltar é a questão da precocidade sexual. Este ano, trouxemos vários touros com andrológico precoce e que figuram entre os melhores do sumário, como Doutor Terra Brava, REM Formoso, REM Futuro e REM Fuscão. Todos congelaram sêmen antes de 14 meses de idade e estão entre os


“A Alta investe e continuará investindo em touros jovens e bem avaliados”

15 melhores dos touros da ANCP. Isso nos mostra que a seleção para precocidade realmente funciona na prática”, reforça o gerente. A ExpoGenética apresentou ao mercado o sumário de touros da parceria da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Apesar de cada entidade continuar com seu índice final independente, a primeira edição do projeto, desenvolvido de forma integrada pelas duas instituições, teve o objetivo de fundir os dados para gerar DEP’s unificadas, potencializadas com a genômica. Com isso, no sumário do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), a Alta mostrou toda sua força. Dentre os 15 melhores touros do programa, 11 pertencem à bateria da Alta. Destaque para REM Embaixador, filho de REM Armador, que foi destaque de vendas da estação passada e saiu com uma avaliação muito equilibrada. É destaque para todas as características de importância econômica dentro de um projeto de corte. Outro grande destaque do Sumário foi REM Dheef, que possui uma avaliação extremamente consistente e já tem filhos avaliados. “Dheef é um modelo de touro a ser buscado, pois alia raça, biótipo moderno e avaliação extremamente consistente, estando muito bem posicionado em todos os sumários que participa”, salienta Rafael. No sumário do Geneplus, seis entre os 10 melhores fazem parte da bateria Nelore Alta. Destaque para REM Embaixador, REM Dheef e REM Caballero. Caballero é considerado um dos importantes touros da atualidade. É pai de vários touros de central, como REM Futuro, REM Faixa Preta, REM Fort e Patrono FVC. “A Alta investe e continuará investindo em touros jovens e bem avaliados. Pensar uma pecuária de ciclo curto e eficiente é buscar, constantemente, touros melhoradores. Temos que estar preparados para continuar oferecendo a melhor genética para nossos clientes”, finaliza.

Touros destaque

REM Dheef

REM Embaixador

REM Formoso

Operário COL

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CORTE

Alta é líder no mercado CEIP Atualmente, o rebanho comercial do Brasil conta com mais de 220 milhões de cabeças de gado e é responsável pela produção de alimento para uma população de mais de 207 milhões de brasileiros. Os programas de melhoramento genético de rebanhos comerciais visam identificar, por meio da avaliação genética, os reprodutores e as matrizes mais eficientes para serem multiplicadores dessa genética, com maior eficiência na produção de carne, ou seja, produzindo mais quilos de carne, em menor tempo e área. O mercado valoriza, cada dia mais, o Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP). Significa que os pecuaristas enxergam a necessidade de buscar tecnologias que os ajudem e ser mais assertivos em suas decisões, tornando-os cada vez mais produtivos, com valor agregado em seus produtos e obtendo maior lucro. Há dois anos, a Alta investe em sua bateria de touros Nelore CEIP, com renovação de touros, contratação de touros jovens e parceria com grandes criatórios inseridos nos principais programas de melhoramento genético, como Deltagen (com Tulipa Agropecuária e Agropecuária Jacarezinho) e Nelore de Produção (com as fazendas Bálsamo e Novo Horizonte). No ano de 2017, foram contratados 10 novos touros e, esse ano, já tem mais quatro reforços. O fruto deste trabalho e empenho já começou a ser colhido, com o lançamento do Sumário Aliança 2018. O líder é Matupá Tul e, em terceiro lugar, está Xamã Bal. Matupá é destaque para precocidade à desmama e musculosidade nas diferentes idades. O reprodutor produz progênie padronizada e imprime, aos seus filhos, carcaça comprida, precoce e com muita

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musculatura. Na avaliação genética, é o melhor touro para musculosidade à desmama. Já Xamã Bal produz animais compridos e musculosos. É o líder do sumário para peso ao sobreano, altamente indicado para a produção de animais para abate com alto peso de carcaça, além de produzir excelentes matrizes. Outros destaques da bateria são o reprodutor Aboré Bal (classificado entre os 10 primeiros touros do sumário, que apresenta boas DEP’s para precocidade e perímetro escrotal), Professor da Bálsamo, Latin EGA e Beatles Aj.

Touros destaque

Matupá Tul

Xamã Bal


Foto: Wellington Valeriano

PECUÁRIA SE FAZ COM RESULTADOS

A TERRA BRAVA AGROPECUÁRIA É UMA EMPRESA QUE HÁ 42 ANOS VEM CRIANDO, SELECIONANDO E IDENTIFICANDO ANIMAIS MELHORADORES DA RAÇA NELORE. Sem deixar de lado as outras características, tem como foco principal a maximização do ganho genético a pasto, para as características econômicas, que realmente impactam no resultado financeiro do pecuarista: - PRECOCIDADE SEXUAL E FERTILIDADE. - GANHO DE PESO E DESENVOLVIMENTO. - QUALIDADE DE CARCAÇA. • Touros classificados no PNAT 2015 e 2016. • Prêmio Matriz Cláudio Sabino, ExpoGenética 2017. • Líder dos Sumários do PMGZ da ABCZ (2016 e 2017). • Produziu o touro Doutor, atual 4º lugar geral na consulta pública de touros da ANCP, com MGTe de 27,68

e atual 1º lugar geral da ANCP para a característica PE365 (perímetro escrotal ao ano), P210 (peso à desmama) e P365 (peso ao ano), sendo o touro mais jovem da história a entrar em uma central e a congelar sêmen aos 12 meses. • Touro Mistério, atual 5º lugar geral no Sumário Geneplus/Embrapa. • 15 touros colocados em central, dentre eles, 4 touros TOP 0,1% na ANCP, 3 touros TOP 0,1% no PMGZ e 5 touros TOP 0,1% no Geneplus/Embrapa.

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CRIAÇÃO DE BEZERROS

COLOSTRAGEM EM BOVINOS DE CORTE: UM TEMA NEGLIGENCIADO por Rosana Klaus, Viviane Rohrig Rabassa e Marcio Nunes Corrêa Na pecuária de corte existe a necessidade de se expandir os conhecimentos em relação à imunização no período neonatal e, consequentemente, dar maior atenção para esse tema, pois a Falha na Transferência da Imunidade Passiva (FTIP) é um dos principais fatores que contribuem para a ocorrência de doenças, afetando o desempenho produtivo de um rebanho. A mortalidade de bezerros nos primeiros meses de vida está diretamente associada à FTIP, pois, na espécie bovina, os neonatos

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necessitam adquirir anticorpos através do colostro materno, em decorrência do tipo de placenta da fêmea bovina, que não permite a passagem desses anticorpos da mãe para o feto. O colostro contém, além dos anticorpos, diversos outros nutrientes, como carboidratos - especialmente lactose, ácidos graxos e lipídeos - aminoácidos e proteínas, minerais e vitaminas. Também possui, em sua composição, alta quantidade de células de defesa, substâncias bioativas, como hormônios, fa-

tores de crescimento e citocinas. E, ainda, a lactoferrina presente no colostro aumenta a biodisponibilidade do ferro, tem ação antimicrobiana e, também, ação anti-oxidativa e anti-inflamatória. Além desses componentes, estão presentes no colostro outras enzimas (lactoperoxidase e lisozima), com ação contra microrganismos patogênicos. Em bezerros de leite, a FTIP é mais frequente quando comparada a bezerros de corte, devido à diluição dos anticorpos em vacas leiteiras de alta produção, dentre outros fatores. De acordo com estudos comparativos que avaliaram o efeito da raça na qualidade do colostro, os resultados demonstraram que raças com aptidão para corte produziram colostro com maior concentração de anticorpos, possuindo, assim, menores taxas de FTIP. Entretanto, é importante ressaltar que bezerros de corte apresentam um período maior de vulnerabilidade às doenças infecciosas do que bezerros leiteiros, devido à produção ativa de anticorpos ter início somente próximo aos 60 dias de idade, como foi demonstrado em um estudo com bezerros da raça Nelore. Isto se soma ao fato de que, ge-


ralmente, a ingestão de colostro não é controlada em bovinos de corte, e, por esse motivo, essa categoria se torna altamente suscetível. Estudos demonstram que a ocorrência de FTIP ocorre entre 10% e 22% em bezerros de corte, semelhante às taxas de mortalidade de bezerros, o que demonstra a estreita relação entre esses dois índices. Outra categoria ainda mais crítica em relação à falha na imunidade é a de bezerros de corte obtidos de fertilização in vitro e clonagem, pois são ainda mais suscetíveis e merecem especial atenção em relação à colostragem. Esses bezerros tendem a nascer com peso acima da média, consequentemente gerando alta ocorrência de partos distócicos. Também apresentam, com grande frequência, baixo reflexo de sucção e demoram mais a mamar espontaneamente, o que requer maior atenção. O sucesso na transferência

“O colostro contém, além dos anticorpos, diversos outros nutrientes, como carboidratos especialmente lactose, ácidos graxos e lipídeos - aminoácidos e proteínas, minerais e vitaminas” de anticorpos do colostro para o bezerro depende de fatores relacionados à vitalidade do recém-nascido, à qualidade e ao volume do colostro, bem como do tempo entre o nascimento e a ingestão. O fornecimento do colostro até seis horas de vida é considerado ideal, pois, nessas primeiras horas, além de ocorrer melhor absorção das imunoglo-

bulinas pelo epitélio intestinal, o abomaso ainda apresenta atividade digestória reduzida. Passadas seis horas após o nascimento ocorre linearmente o declínio da absorção de anticorpos. Outro fator importante no sucesso da imunização é o volume de colostro fornecido, em que se recomenda utilizar 10% do peso vivo. No entanto, há trabalhos que demonstram melhores resultados quando fornecido o equivalente a 15% do peso vivo ao nascimento. Além desses fatores, a forma de ingestão do colostro também tem influência no sucesso da transferência da imunidade passiva. Algumas pesquisas demonstram significativas diferenças entre o aleitamento natural do bezerro, ou seja, mamada natural na própria mãe, e o que é feito por meio de mamadeiras ou de sonda esofágica. Em ambas as formas existem vantagens e desvantagens. No aleitamento natural existe a economia de

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CRIAÇÃO DE BEZERROS

mão de obra e utensílios, porém não existe controle da qualidade e do volume de colostro ingerido, sendo esta a técnica mais comumente usada em bovinos de corte. Já no aleitamento artificial é possível realizar o controle da qualidade e do volume de colostro e da redução da carga patogênica. As menores taxas de mortalidade foram observadas na forma artificial de aleitamento, quando comparadas com animais que ingeriram colostro de forma natural. Os anticorpos, quando em níveis adequados, 1000 mg/dL no soro de neonatos que ingeriram o colostro, garantem o sucesso da transferência da imunidade passiva. Dessa forma, permite a esses animais modularem respostas frente aos agentes patogênicos, aos quais são expostos diariamente, bem como influenciar no desempenho produtivo deles quando na idade adulta. Estes níveis adequados de anticorpos no soro do neonato podem ser medidos indiretamente por meio da determinação dos níveis de proteínas plasmáticas totais (PPT), sendo desejável um nível maior que 5,5 g/dL entre 24 e 48 horas após o nascimento, cuja avaliação é extremamen-

“O sucesso na transferência de anticorpos do colostro para o bezerro depende de fatores relacionados à vitalidade do recém-nascido, à qualidade e ao volume do colostro, bem como do tempo entre o nascimento e a ingestão”

te barata e facilmente realizada a campo. E ainda: o aumento dos níveis sanguíneos da enzima gama glutariltransferase (GGT) no neonato - uma enzima hepática presente no colostro e absorvida pelas células intestinais dos bezerros - pode ser usada para medir indiretamente os níveis de anticorpos. Porém, essas técnicas, que são bem difundidas na bovinocultura de leite, são pouco usadas em bovinos de corte, limitando o diagnóstico da FTIP e

fazendo com que esta seja detectada somente pela alta incidência de doenças nas primeiras semanas de vida. Assim, para que sejam obtidos altos índices de produtividade na bovinocultura de corte, com especial atenção para categorias suscetíveis à FTIP, torna-se de grande importância dar a devida atenção à colostragem. Para isso, deve-se avaliar o colostro da mãe e fornecer formas alternativas de suplementação deste, quando ele for insuficiente. E, sempre que possível, deve ser avaliada, direta ou indiretamente, a absorção de anticorpos pelo neonato, de forma que medidas corretivas possam ser realizadas o mais rápido possível, garantindo a maior resistência do neonato a patógenos, e, consequentemente, menor ocorrência de doenças.

Marcio Nunes Corrêa Professor titular da Faculdade de Veterinária e também compõe o NUPEEC da UFPel.

Viviane Rohrig Rabassa Professora adjunta da Faculdade de Veterinária e também integra o NUPEEC da UFPel.

Rosana Klaus Residente em Clínica Médica de Ruminantes, no Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (NUPEEC), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

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CASOS DE SUCESSO

GENÉTICA DE SUCESSO ESTAÇÃO RECRIAR É SOLUÇÃO PARA DESAFIOS DA ATIVIDADE LEITEIRA PROJETO SUSTENTÁVEL DA COOPATOS AUXILIA NA RECRIA DE ANIMAIS

A alta taxa de mortalidade, o baixo ganho de peso médio e o atraso na reprodução do gado leiteiro consistem em alguns dos maiores desafios enfrentados pelos produtores rurais durante a lida diária em suas propriedades. A Estação Recriar, idealizada pela Cooperativa Mista Agropecuária de Patos de Minas (Coopatos), tem o objetivo de auxiliar os cooperados no processo de criação de bezerras e de novilhas leiteiras, dos 15 dias aos 22 meses de vida, mantendo-as em plenas condições de manejo nutricional, sanitário e reprodutivo, com custos competitivos. 44

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O projeto é resultado de um trabalho contínuo que a Coopatos desenvolve ao longo dos seus 61 anos de existência, atuando nos segmentos Agropecuário, de Nutrição Animal e de Posto de Combustíveis, com o intuito de chegar ao melhor resultado para os mais de 2.500 associados. O gerente do Departamento de Relacionamento com o Cooperado (DRC), Antônio Villaça, explica que investir em manejo é uma forma de levar mais leite para a fazenda e, assim, mais leite para a indústria. “A Estação Recriar surgiu de uma parceria

entre a Coopatos e a Universidade Federal de Viçosa, em que nos dedicamos a um projeto que utilizaria a água de efluentes para irrigação numa área de três hectares. Assim, decidimos aproveitar o espaço, de modo a levar tecnologia de melhoria genética por meio do acompanhamento das categorias mais difíceis de trabalhar dentro de uma propriedade: a bezerra recém-nascida até a fase novilha”, explica. Para a conclusão do trabalho, foram necessárias diversas parcerias e o empenho de toda a equipe Coopatos. Uma infraestrutura sustentável garante a recuperação de 100% da água empregada na irrigação. A Estação Recriar também conta com placas fotovoltaicas, efluentes tratados e dispõe de pastejo rotacionado (vaqueiro), arraçoamento (Ração Coopatos), bezerreiro tropical e curralama (contenção e balança). Alta contribui com o projeto No melhoramento genético, a parceria do projeto é com a Alta. São utilizados excelentes touros, buscando o máximo progresso genético. A Coopatos investe na inseminação artificial e subsidia parte do curso para seus cooperados. “A Coopatos está saindo na frente. Eles sabem que vão colher os frutos do


“Decidimos levar tecnologia de melhoria genética, por meio do acompanhamento da bezerra recémnascida até à fase novilha”

melhoramento genético e que estão colaborando com a maior lucratividade dos seus cooperados”, afirma o gerente distrital da Alta, Rodrigo Longo. Iniciado em dezembro de 2016, o projeto recebeu os primeiros animais em março do ano seguinte e, desde então, todas as novilhas têm respondido de forma positiva. Para o cooperado Valdemar José da Cunha, da Fazenda Contenhas, de Patos de Minas, o projeto vai ajudar bastante no processo de recria. “Confiei na Coopatos para recria das minhas bezerras e fiquei muito satisfeito quando recebi as primeiras novilhas, já prenhes, próximas da cria e com o tamanho ideal. Pude notar uma resposta no leite, já nos primeiros dias”, conta Valdemar.

Touros destaque

AltaJAKE

AltaFOUNDER

Sobre a regional A Regional Patos de Minas é parceira da Alta desde a sua chegada ao Brasil. Conhecida como Geplan, a regional conta com um escritório, situado no coração de Patos de Minas, e com corpo técnico altamente qualificado, realizando prestação de serviços aos produtores de leite e de corte. São realizados, mensalmente, cursos de Inseminação Artificial, no Centro de Treinamento Geplan, e abastecimento de botijões das fazendas. O telefone de contato da Geplan é (34) 3821-0779.

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CASOS DE SUCESSO

GRANJA BUFFON CADA VEZ MAIS EFICIENTE E LUCRATIVA

Localizada em Santa Catarina, no município de Iomerê, a Granja Buffon iniciou na atividade leiteira, em 1998, com Darci Buffon. Hoje, é administrada pelo filho dele, Lucimar Buffon. Pouco mais de 30 hectares abrigam 75 vacas em lactação, instaladas em um barracão free stall, com média de produtividade de 37 Kg, em três ordenhas diárias. O free-stall da Buffon tem capacidade para 80 vacas. Com um plano de crescimento, os proprietários pretendem chegar a 120 vacas, em cinco anos, possivelmente com uma ordenha robotizada, que está em fase de estudo de viabilidade econômica, pela família. “A ideia da ordenha robotizada vem do fato de quase todo o nosso trabalho é realizado por nós mesmos. E, com a dificuldade de se encontrar mão de obra de qualidade na região, esse tipo de ordenha se torna uma excelente opção para conseguir46

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mos o crescimento desejado”, explica Lucimar.

“A grande diferença é a assistência que recebo da equipe Alta e que nunca havia recebido de nenhuma empresa” Há sete anos, a Granja Buffon conta com a Alta para traçar o plano genético da propriedade. Nos primeiros anos, o foco foi conformação, já que possuíam um rebanho muito heterogêneo e com deficiências em úbere. Atualmente, o foco é em produção e saúde. Hoje, quase 100% do rebanho vêm da genética oferecida pela empresa.

“Minhas vacas são muito melhores do que antes de usar touros da Alta. São melhores em produção e muito melhores em úbere. Tenho a segurança de usar os touros indicados porque sei que são as melhores opções no meu plano genético. Mas a grande diferença é a assistência que recebo da equipe Alta e que nunca havia recebido de nenhuma empresa”, afirma. Assim que o plano genético é definido, a propriedade utiliza o Alta GPS. O programa exclusivo da Alta apresenta um Ranking Genético dos animais, de acordo com suas necessidades e objetivos. Além disso, o Alta GPS mostra ao criador o valor agregado ao investimento, bem como calcula o retorno sobre o investimento. “O Alta GPS tem sido fundamental pra nós. Além de indicar os acasalamentos para as vacas, mostra a evolução genética do rebanho e a projeção de como será a próxima geração de animais”, salienta. No último ano, a propriedade passou a usar também o Alta Gestão para controlar melhor os índices reprodutivos. “Logo no início, percebemos que havia várias áreas de oportunidade para melhorar, como a taxa de concepção que oscilava demais durante o ano, mostrando que as vacas estavam sofrendo com o stress calórico no verão”, explica técnico de Leite da Alta, Angelo Roberti. Outra oportunidade detectada foi na taxa de serviço. Ante-


“O Alta Gestão trouxe, para a propriedade, um controle dos índices reprodutivos que, antes, eu não tinha” riormente, a visita do veterinário ocorria uma vez ao mês e o diagnóstico era feito por toque, a partir de 45 dias após a inseminação. Hoje, o diagnóstico é realizado por ultrassom, duas vezes ao mês. A medida elevou a taxa de serviço. “O Alta Gestão trouxe, para a propriedade, um controle dos índices reprodutivos que, antes, eu não tinha. Eu não tinha ideia dos meus índices e nem do impacto econômico que eles podem trazer para a minha atividade. O programa me mostra onde preciso melhorar para ser mais eficiente e tornar minha propriedade mais lucrativa”, finaliza Lucimar.

Touros destaque

AltaROBLE

AltaHIDALGO

Sobre a regional A Regional Santa Catarina é sediada em Chapecó. Ao todo são 16 profissionais envolvidos, entre Médicos veterinários e Zootecnistas, que prestam serviço de venda de sêmen e assessoria agropecuária completa em todo o estado. O telefone de contato é (41) 9 9644-7220

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ENTREVISTA

MOACYR CORSI

UM DOUTOR EM PASTAGEM SEMPRE EM BUSCA DO MELHOR RESULTADO

Foto: Leônidas Badaró

Moacyr Corsi possui formação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/ USP), mestrado em Agronomia pela Universidade Estadual de Ohio e doutorado em Ciência Animal e Pastagens também pela Esalq/USP. Ele tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Fisiologia de Plantas Forrageiras e Produção Animal em Pastagens, atuando principalmente com pastagens intensivas, manejo, adubação, conservação, bovinocultura de leite e corte. O diferencial da produção 48

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de carne brasileira é o baixo custo, graças às pastagens. Como podemos otimizar ainda mais essa produtividade sem aumentar os custos? A melhor maneira de melhorar a produtividade e, consequentemente, a lucratividade, sem aumento de custos, é aplicar a tecnologia correta no momento certo. Observemos esse exemplo: se iniciarmos a adubação de pastagens com 30 dias de atraso, podemos deixar de produzir mais de três arrobas no período total das águas. Difícil acreditar em tamanha perda quando a base de produ-

tividade que se tem é a média anual do Brasil de cinco arrobas/hectare/ano. Façamos as contas: se a adubação for feita para suportar três unidades animal/hectare ou 4,5 cabeças de 300 quilos de peso vivo, e esses animais ganharem 0,75 quilos/ cabeça/dia no início das águas, teríamos, em 30 dias, uma produtividade de 101 quilos ou 3,4 arrobas/hectare. Assim como as lavouras, que precisam ter todos os insumos e o terreno preparados antes da janela ideal de plantio, as pastagens devem ter seus resíduos pós pastejo adequados, por manejo ou roçada, para permitir que a adubação comece logo com o início das chuvas. Se esse resíduo estiver muito baixo (pastagens rapadas) ou muito alto (macega alta), a rebota será atrasada por volta de 30 dias ou mais, o que equivale a 17% do período total de 180 dias de chuvas. As pastagens brasileiras enfrentam muitos problemas com plantas invasoras e degradação. Quais são as principais medidas para controlar esses problemas? A presença de plantas invasoras em pastagens é um dos sinais de início de degradação. Diversos fatores podem levar a essa condição, sendo o manejo inadequado o principal deles. Esse é, sem dúvida, o maior responsável pela degradação de pastagens, que ocorre quando a


vegetação clímax é dominada. Não é tão raro conhecermos pastagens com dezenas de anos de uso sem estarem degradadas. Esses casos são áreas de baixa produtividade, porém estáveis em relação aos anos de exploração. O “milagre” acontece por conta da adequação do manejo do pastejo. Certamente, em alguns ambientes, o controle da vegetação clímax é mais difícil, como em áreas de cerrado e de mata. Em casos como esses, o manejo das plantas invasoras tem maior sucesso com o uso do controle integrado. Para isso, podem ser usadas associações entre métodos, como o mecânico (roçada, trilho, trapizonga, correntão etc), o químico (herbicidas) e, principalmente, o correto manejo das plantas forrageiras, para que tomem, através de perfilhamento ou ressemeio, áreas anteriormente sombreadas pela planta invasora. A associação ou escolha de métodos de controle depende de custo, execução, recursos humanos, equipamentos e hora correta da aplicação de cada um. Aplicações de herbicidas na base do tronco ou no toco têm maior amplitude de tempo para serem executadas. Já métodos mecânicos, como a roçada, apresentam melhores resultados quando aplicados no início das chuvas, para que possam favorecer o vigor da rebrota das plantas forrageiras. O que falta aos pecuaristas para cuidarem das pastagens como cultura ou lavoura? Certamente falta coleta, análise e, principalmente, interpre-

“Muitos pecuaristas já entenderam e exploram a pecuária de modo tão ou mais lucrativo que a agricultura quando devotam a mesma disciplina nas execuções de tarefas e empenham a determinação presente nos agricultores” tação de dados. Sem a interpretação dos dados não é possível identificar problemas e apresentar soluções, ou seja, a gestão é feita pela intuição, no “acho que é assim”, quando deveria ser baseada em razão de dados coletados. Muitos não sabem o custo da arroba produzida, a produtividade de bezerros/ hectare/ano, o ganho de peso de animais e até, em alguns casos, o número exato de animais nas pastagens. Como saber da produtividade na pecuária de recria/engorda quando menos de 10% das propriedades não têm e/ou não usam a balança para gestão de sua atividade? Com esse comportamento, estão perdendo oportunidades de ouro para intensificar seus sistemas de produção. Por outro lado, muitos pecuaristas já

entenderam e exploram a pecuária de modo tão ou mais lucrativo que a agricultura quando devotam a mesma disciplina nas execuções de tarefas e empenham a determinação presente nos agricultores. Existe uma melhor época do ano para realizar a reforma das pastagens? Qual a indicação? A formação de pastagens solteiras é mais bem-sucedida quando semeada no início das chuvas. Se o solo for preparado e a semeadura feita a lanço, recomenda-se compactar a semente logo após a semeadura. O grau de compactação deve ser semelhante ao produzido pelas rodas traseiras do trator. Se a reforma for executada pelo sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), diversas alternativas são apresentadas, como mostram os sistemas Santa Fé, São Mateus etc. Eles consistem em semear a gramínea forrageira junto com o plantio da lavoura ou quando se está próximo de completar seu ciclo vegetativo. Caso o produtor decida reformar apenas pasto, em decorrência do custo, quais categorias animais devem ser trabalhadas? Normalmente, o pecuarista usa essas pastagens para os animais que podem proporcionar retorno econômico no menor espaço de tempo. Seriam animais em engorda se o objetivo for terminação; vacas e novilhas, se a estação de monta está se iniciando; ou, ainda, bezerPECUÁRIA EM ALTA

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ENTREVISTA

ros em crescimento, se a proposta for de recria para o confinamento, que se iniciará no começo do período de escassez de forragem das pastagens. Todos os anos, novos cultivares são lançados. Como orientar o pecuarista a não cair no modismo e identificar a melhor pastagem para a sua realidade? As escolhas são baseadas, normalmente, nas informações prestadas pelas empresas que fazem os lançamentos. O produtor escolhe as plantas forrageiras com base nas variáveis mais limitantes ao seu sistema, como ataque de pragas, a exemplo de cigarrinhas das pastagens e lagartas, principalmente. Também consideram fatores edáficos, como fertilidade do solo, encharcamento, tolerância ao déficit hídrico ou ainda facilidade no manejo do pastejo etc. Acredito que o pecuarista deveria dar mais importância, quando da escolha da planta forrageira, à melhor eficiência desta na resposta à adubação. A evolução da pecuária busca maior eficiência de pastejo e, consequentemente, maior atenção aos níveis de adubação e de resposta da planta a esse insumo. As áreas de lavoura estão “apertando” a pecuária. Quais as indicações para produzir mais em menor área e permanecer na atividade? Nos projetos nos quais temos trabalhado em Mato Grosso, São Paulo, Pará, Acre, Tocantins, dentre outros estados, o princípio básico para o sucesso 50

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“A evolução da pecuária busca maior eficiência de pastejo e, consequentemente, maior atenção aos níveis de adubação e de resposta da planta a esse insumo” é começar em uma área pequena, que, na média, representa cerca de 10% das pastagens da propriedade. Nessa área, chamada de “piloto”, aplica-se a tecnologia de pastejo rotacionado intensificado. Ela vai irradiar a tecnologia para o restante da área da fazenda. Com a aplicação da tecnologia correta, no tempo certo, com coleta de dados e auxílio na interpretação desses resultados, o pecuarista se convence, em um ou dois anos, que pode, por meio da pecuária, ter rentabilidade semelhante ou melhor que a agricultura. Trabalhamos com propriedades em áreas inóspitas devido à pedregosidade e topografia acidentada, que proporcionam retorno maior que o encontrado na agricultura, onde essa atividade não seria exequível. Qual o segredo desse inesperado resultado? Os trabalhos mostram que, na pecuária, ainda estamos usando conceitos que deveriam ser revistos. Um deles seria o nível de adubação em pastagens. Nas áreas mais intensificadas, nos diferentes projetos de recria/

engorda, constatou-se que os maiores retornos econômicos ocorrem após o uso de corretivos de solo e níveis de adubação superiores a 200 quilos de nitrogênio/hectare (equivalente em fertilizantes formulados). Esses resultados apontam melhores margens econômicas para níveis superiores a 300kg nitrogênio/hectare, o que indica que ainda não exploramos o potencial produtivo e econômico das gramíneas forrageiras tropicais. A pecuária tem muito a evoluir, se igualar e até superar a agricultura, mas, para isso, é preciso mudar a maneira de pensar do pecuarista. Não vai demorar muito para que aqueles que têm baixas produções e, consequentemente, lucratividade, saiam ou migrem da pecuária. Sorte daqueles que acreditam na atividade e investem em tecnologias. A atividade pecuária no Brasil representa um paradoxo. Pecuaristas que exploram grandes extensões de áreas ainda não aplicam tecnologia porque estão em zona de conforto e satisfeitos com a renda, suficiente - embora com baixa produtividade - para manter o padrão de vida da família. Os que exploram áreas menores justificam o pouco interesse em tecnificar alegando falta de recurso econômico, porém, o problema está em aprender a usar recursos escassos fazendo pouco, mas bem feito, na área piloto. Essa atitude, em ambos os casos da pecuária, representa oportunidade de investimento quando se reconhece o potencial inexplorado dessa atividade nas condições tropicais.


A ESTRADA DO SUCESSO NÃO É LONGA. É INFINITA. TERRAVIVA: VENCEDOR DO PRÊMIO LIDE AGRONEGÓCIOS 2017 NA CATEGORIA COMUNICAÇÃO.

Nós, do Canal Terraviva, acreditamos no agronegócio. Por isso, desde o primeiro dia, investimos numa estrutura de TV de verdade. E nunca mais paramos. Só nos últimos dois anos, criamos uma plataforma de eventos, ampliamos a nossa cobertura, renovamos o site e acabamos de inaugurar uma estrutura completa no Rio Grande do Sul. Afinal, a gente sabe que, quando o país precisa ampliar horizontes, plantar é ainda mais importante que colher.

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