ENCONTRO DA FAMILIA CAMPOS ARAÚJO - RELATOS DE VIDA DO PATRIARCA JOSÉ FERREIRA CAMPOS

Page 1

[1]


[2]


ENCONTRO DA FAMÍLIA CAMPOS ARAÚJO Relatos de Vida do Patriarca José Ferreira Campos

[3]


[4]


___________________________________________

ENCONTRO DA FAMÍLIA CAMPOS ARAÚJO ___________________________________________

Relatos de Vida do Patriarca José Ferreira Campos

LAGOA DA CONFUSÃO – TOCANTINS 2022 [5]


Título Original Encontro da Família Campos Araújo – Relatos de Vida do Patriarca José Ferreira Campos © Copyright by – José Ferreira Campos 2022 Relatos Biográficos: Manoel Messias Campos e José Ferreira Campos Versos: João Holanda Chaves Programação Visual: Alufa-Licuta Oxoronga Revisão: Alufa-Licuta Oxoronga Arte da Capa: Alufa-Licuta Oxoronga Redenção: 2022. 1. Literatura Brasileira – Traços Biográficos 1. Título

___________________________________________ Todos os direitos em língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem permissão por escrito do Autor.

Encontro da Família Campos Araújo Relatos de Vida do Patriarca José Ferreira Campos 28 p.; il. Traços Biográficos [6]


Um homem é feito de lembranças. É tudo o que nós somos. Momentos capturados, o cheiro de um lugar, cenas reproduzidas repetidamente em um pequeno palco. Nós somos lembranças amarradas em histórias – as histórias que nos contam sobre nós mesmos atravessando nossas vidas até o amanhã. Mark Lawrence

[7]


[8]


APRESENTAÇÃO Vivenciamos nossos constructos históricos em processos objetivos e subjetivos, tendo a memória enquanto leito e vazante, em registros orais ou escritos, em lições e signos extraídos de substratos de vidas em uma significativa tessitura de existir. Este livreto foi criado no intuito de trazer à tona, enquanto registro epistemológico, fragmentos históricos e biográficos de nossa Família Campos Araújo, cujo patriarca, José Ferreira Campos, construiu uma belíssima jornada de lutas e conquistas, composta de múltiplas narrativas e de intensas vivências, em uma próspera e longeva existência. Dessa forma, este livreto é um registro para as gerações mais novas, que compõem a Família Campos Araújo e que, possam não conhecer a exitosa história de luta, vida e sonhos do nosso Patriarca José Ferreira Campos, que construiu uma existencialidade bordada em meandros de suas resignação, amor, carinho, afeto e fé, pilares que possibilitaram a existência de cada membro da Família Campos Araújo. [9]


Muito embora a história do patriarca vem sendo contada e retratada em pequenos fragmentos nos nossos “Encontro da Família Campos Araújo”, muito ainda temos que aprender sobre o nosso patriarca. Por isso devemos ter estas impressões enquanto sedimento e chão em nossas existências de vida. Portanto, se faz necessário dizer que: O Encontro da Família Campos Araújo, desde a sua primeira edição, em Dezembro de 1997, ficou acordado que seria itinerante, buscando assim alcançar os remanescentes mais longínquos da Família Campos Araújo, onde quer que estivessem e, assim tem sido, tendo sido realizado em diversos lugares, como: Brasília, Goiânia, no Estado do Mato Grosso, do Pará e do Tocantins, este ano acontecerá na Lagoa da Confusão e que, diferente do nome do lugar, acontecerá em imensa paz familiar, recheada de alegria e festa, bordada com convivência, respeito e empatia, como sempre tem acontecido nos encontros anteriores. Albertino Fernandes diz uma verdade que pode muito bem casá-la com a vida exemplificada do patriarca José Ferreira Campos: “A teimosia transforma as grandes barreiras em pequenos obstáculos e constrói os [ 10 ]


grandes vencedores”. Ele foi, acima de tudo, um obstinado e teimoso por natureza. De uma teimosia admirável que, apesar dos percalços inóspitos, das grossas nuvens no horizonte, das barreiras quase intransponíveis, ele conhecia os caminhos que deveria percorrer, de estreitos lugares aos largos passeios e, com a tenacidade dos nordestinos, em nada temia. Seguiu firme e forte sua longa caminhada, travando batalhas e alçando hercúleas vitórias, pois foi, como diria Euclides de Cunha, ‘antes de tudo, um forte’. Portanto, José Ferreira Campos cumpriu a sua longa jornada com exemplar retidão, fez a sua última travessia e hoje se encontra ao lado de alguns de seus filhos, vaqueirando suas estrelas de esperança, nas grandes e verdes pradarias celestiais do Aba Pai, com a certeza de sua ascendência ter deixado rastros de bondade, de fé, de esperança e de humanidade, de uma teimosia que suporta, atura, abranda e vende, para que os seus descendentes mirem, aprendam e se cristalizem em seus exemplos de luta e de fé, se redescobrindo, de forma mútua, novos amanhãs. (Família Campos Araújo)

[ 11 ]


Este encontro vai ser especial E juntos vamos sentir emoção Vendo esta grandiosa família Reunida em uma mesma união E, quando todos se encontram Bate forte, lá dentro, o coração. Alguns, há muito não se abraçam, Devido, da vida, a sua agitação, Uns, moram em Minas, no Pará, Outros, no Tocantins e Maranhão, Hoje, a festa dos Campos Araújo É na Cidade Lagoa da Confusão. Alguns, dos Campos Araújo Estão com Deus, em Santa Glória, Os demais, festejam nesta data Em um resgate de memória, Os feitos de José Ferreira Campos O Patriarca de nossa História. João Holanda Chaves

[ 12 ]


GERAÇÃO - GENEALOGIA (Filhos do ventre de Felisbela Campos de Araújo 

Euvaldo Campos de Araújo (Valdir)

Benoni Campos de Araújo

Aldo Campos de Araújo

Manoel Messias Campos de Araújo

Valdeci Campos de Araújo

Joaci Campos de Araújo

Luiz Campos de Araújo

(Filhos do ventre de Raimunda Coutinho de Abreu) 

João Campos de Abreu

Maria Campos de Abreu Araújo

(Filhos do ventre de Zilda Campos de Oliveira) 

Neurisvan Campos de Oliveira

Neurisvaldo Campos de Oliveira

Oneide Campos de Oliveira

Marineide Campos de Oliveira

Ivaneide Campos de Oliveira

Cleide Campos de Oliveira

Zuleide Campos de Oliveira

Neuraci Campos de Oliveira [ 13 ]


TRAÇOS HISTÓRICOS E BIOGRÁFICOS Sou José Ferreira Campos, neto de José Ferreira Campos e Felisbela Campos de Araújo. A história que vou narrar, em primeira pessoa, é contada a partir de muitos olhares e inúmeras vivências, de fatos e causos vivenciados por meu avô, José Ferreira Campos e seus filhos, em uma longa e próspera existencialidade humana. Meu avô, José Ferreira Campos, casouse com minha avó, Felisbela Campos de Araújo, que era três anos mais velha que ele, em meados do ano de 1933, em alguma localidade do antigo Goiás, hoje Tocantins. Tempos depois de casados, lá pelo ano de 1949, minha avó veio a falecer, deixando sete filhos para meu avô criar, sendo eles: Valdir, Benoni, Aldo, Joaci, Manoel Messias, Valdeci e Luiz, nascido em 1949, ano da morte de minha avó. Minha avó Felisbela era uma pessoa humilde, prestativa, caridosa e muito pacata. Já, o meu avô José Ferreira Campos, gostava de beber suas pingas, quando, algumas vezes, chegava em sua casa rosnando valentia, mas nada perturbava a vida de minha avó, ela continuava na dela, caladinha, cuidando dele, com toda a paciência que lhe cabia ao peito, [ 14 ]


enchendo o esposo de carinho e mimo, o que a tornava uma pessoa singular, de caráter exemplar. Com a morte de minha avó, em 1949, a minha bisavó, chamada Eva, foi morar com meu avô, para cuidar das filharadas que estavam sem mãe e a minha tia Izabel, que era esposa do tio chamado Roxo, que residia próximo de meu avô, passou a cuidar de meu tio Luiz. É salutar dizer que, naquele tempo, era comum pessoas de uma família casarem com pessoas de outras famílias, formando uma grande família. Iam se casando uns com os outros e morando todo mundo perto uns dos outros. E isto fez o meu bisavô, Levergílio, foi casando os filhos e estes, fazendo suas casas próximos da casa dele. Uns para as bandas de cima, outros para as bandas de baixo e outros, dos lados. Todos os irmãos de meu avô: Roseno, Moises, Luiz e Rosiel, foram casando e morando próximo uns dos outros. Pouco tempo depois, ao enviuvar-se de minha avó, o esposo de minha Tia Izabel, irmã de meu avô, fez arranjos com uma irmã dele, chamada Raimunda Coutinho Abreu, que morava na localidade de Barreiros, para esta se casar com o meu avô. Casamento arranjado era uma prática corriqueira naqueles rincões de outrora. [ 15 ]


Casado novamente com Raimunda Coutinho Abreu, meu avô construiu uma nova casa na localidade chamada de Cercadinho, lá pelas beiras do um rio Chamado Rio Negro, onde passava dois córregos, de águas clarinhas e que se juntavam nos fundos da casa de vovô. Era um lugar lindo, paradisíaco, de um encanto prosaico e encantador. Meu avô cercou o lugar e passou a plantar mandioca, cana, banana, batata. Todo tipo de lavoura, uma fartura medonha. No começo da década de cinquenta, a maioria dos irmãos de meu avô haviam se mudado para a região da cidade de Paraiso, para um lugar chamado Serrote e, a irmã de meu avô, Tia Izabel, junto com o seu esposo, conhecido por Roxo, também tinham se mudado para aquela região, para a região de Cobertão, um lugar muito afamado, um povoado pequeno e que tinha dois pioneiros famosos, o senhor Bortcati e o senhor João Furtado, que era assim, como se fossem dono da região. Ao conhecer o lugar, em 1952, meu avô não titubeou logo resolveu se mudar para lá. Em meados de 1953 a mudança estava decidida. O meu avô, José Ferreira Campos, depois de ter preparado os mantimentos, arreou as tropas com caçuás, jacás, cangalhas, pôs as cargas nas mulas, ajuntou todo o gado curraleiro, gadinho pouquinho, pequenino, [ 16 ]


magrinho, acostumado com os capins dos serrados e empreendeu mudança, deixando algumas vacas para trás. Foram trinta dias de viagem, um sofrimento danado. Como dizem os antigos “quando gado não morre na viagem morre no maiador, de erva ou cobra”. Foram trinta dias de muitas dificuldades e sacrifícios. Era pessoas a pé, tocando a tropa e outros montados entre cargas, cangalhas, bacheiros e celins. Naquela época, dona Raimunda Coutinho de Abreu estava grávida de um filho que não sobreviveu, chamado Sandoval, mesmo assim, no estado em que estava, tinha que carregar outros meninos, escanchados no colo, montada nos arreios de banda, com as pernas para um mesmo lado. Sacrifício danado. Um dos filhos, Joaci, ia montado no meio da carga, outro filho, Valdeci, no meio de uma cangalha. Manoel, ainda pequeno, mas muito teimoso e corajoso, ia na maioria do tempo a pé, ajudando a tocar o gado e a tropa, ajudado por seu irmão Valdi. Chegando em Cobertão e demarcando o local da residência, construíram uma casa muito grande, arejada, feita de pau-a-pique, que deram o nome de “rancão”, edificada próximo a um lugar chamado ‘Bacabal’. Neste local, meu avô plantou cana, começou a fazer rapadura, montou um engenho e passou a fazer cachaça. [ 17 ]


Entre 1953 e 1956, o casal tinha gerado outros filhos, sendo uma filha, por nome Maria e outros dois, que não sobreviveram. Após o nascimento de João, dona Raimunda chamou meu avô para uma conversa, em que expôs seu desejo em separar-se dele, tendo por argumento, a quantidade de filhos. Com tantos filhos para criar, Dona Raimunda se desanimou e chamou meu avô para se separarem. Era boca demais para alimentar e panos demais para vestir tanto menino. Meu avô tinha sete filhos e plantou no ventre de Raimunda mais dois. Ela não aguentou. Era gente demais na casa. Ciúmes que não dava conta, dos irmãos velhos em relação aos irmãos mais novos. Briga todo santo dia. Com esta decisão de Raimunda, meu avô se entristeceu, ficou desgostoso e, se sentido envergonhado, chamou um de seus filhos, Benoni e disse: “Você, junto com o Valdir e o Aldo, vão assumir a propriedade, vocês vão fazer as rapaduras e as cachaças e eu vou sair por aí, não sei para onde, talvez lá pelas bandas onde mora meu compadre João Potêncio, porque estou muito triste, decepcionado e envergonhado, já que Raimunda se separou de mim e eu não posso mais criar os meus filhos”. [ 18 ]


Passados quatro meses, meu avô retornou e encontrou o lugar todo desorganizado, desestruturado, já que os filhos não tinham adquirido experiência suficiente para tocar o lugar. Benoni, Manoel, Valdeci e Aldo permaneceram no lugar, Valdir que já se encaminhava à lida de boiadeiro, andava carregando gado mundo afora e o Luiz, o caçula, foi encaminhado para a casa de tia Maria Campos, junto com outra filha. Meu avô, meditando sobre as dificuldades dos filhos em administrar o lugar, chamou Benoni e Aldo e disse: “Meus filhos, vim para cá somente para ver vocês e dizer que a propriedade é de vocês, não vou voltar a residir por aqui nunca mais”. Dizendo isto, passados poucos dias, arreou o cavalo e foi embora para um lugar conhecido por ‘Barro Branco’, na beira de um rio por nome Santo Antônio, perto da região do Cariri, levando consigo Manoel Messias. Neste local, observando a fértil terra, começou a plantar cana, construiu um engenho de madeira e começou a fazer rapadura. Sendo a terra fértil, produziu muita cana e, em seguida, adquiriu um alambique e começou a produzir cachaça, o que garantiu a subsistência familiar por longos anos. [ 19 ]


Residindo neste lugar, meu avô começou a gostar de uma formosa senhora por nome Zilda Campos de Oliveira, vindo a casório no ano de 1959, no lugar chamado ‘Peixe Canguçu’, mas, como alegria de pobre dura pouco, neste interim, a propriedade do casal foi perdida para uma fazenda e tiveram que se localizar um outro local, perto da antiga morada, onde começaram um novo roçado. Passando-se um tempo, meu avô foi acometido de uma doença que o fez pensar em morte, tendo os seus filhos se mobilizados em conseguir um tratamento imediato a ele. Como nada era fácil, naqueles tempos, resolveram manda-lo para a cidade de Porangatu, acompanhado por Aldo. Após longo tratamento e ter recebido alta hospitalar, meu avô retornou para a casa do Engenho, na localidade de Bacabal, tendo construído nova residência na beira do “Cachoeiro”, onde moraram até a mudança para o Pará. Nestes recortes de tempo, enquanto meu tio Valdeci já estava casado e o tio Manoel Messias trabalhando na profissão de peão em São Miguel do Araguaia, o tio Benoni vendeu a propriedade e se mudou para São Miguel do Araguaia, levando consigo o tio Aldo. Passados um tempo, o tio Manoel Messias foi morar com ele também. [ 20 ]


No ano de 1971, meu tio Manoel Messias casou, construiu sua casa e o tio Aldo continuou morando com tio Benoni. No ano de 1975, o tio Manoel Messias mudou para Redenção, estado do Pará, com a mudança, os que ficaram começaram a se interessar pela região e, em 1978 todos já residiam no Pará. Nesse interim, o meu pai casou com minha mãe e foram residir no estado do Mato Grosso, depois de um tempo ela veio a óbito, em decorrência de uma fulminante descarga elétrica ocasionada por um corisco. Com a morte de mamãe, papai foi morar em Goiânia e, em 1976, meu tio Manoel Messias foi convidado para o casório da filha de um amigo, na cidade de São Miguel do Araguaia, para onde também papai se dirigiu. Depois de uma longa conversa, meu tio Manoel Messias convenceu meu pai a se mudar para Redenção. Chegando no Pará, papai adquiriu um pequeno pedaço de terra e plantou uma roça, onde colheu bastante arroz. Na segunda roça que começou a plantar, um pedaço de pau caiu por sobre a sua perna, rompendo o seu fêmur. Na impossibilidade de trabalhar, papai pegou todo as suas economias, que tinha conseguido com a venda do arroz colhido na primeira roça, e comprou uma casa em Redenção, em um bairro que estava começando a surgir, chamado [ 21 ]


de Campo do Zé Pinto, hoje Serrinha, onde continua residindo. Acompanhando a prosperidade da cidade, papai montou um pequeno comercio, um armarinho sortido de tudo o que existia, de cereais a cordas, em um cômodo de sua casa, onde prosperou. Passando-se um tempo, conheceu a senhora Luzinete e se casaram, cuja união gerou dois filhos: Valdemir e Luzilene. Naquele tempo, meu tio Benoni havia comprado uma terra no Pará, onde passou a residir, onde terminou por enviuvar-se. Tempos depois, já estabelecido, com alguns imóveis adquiridos na cidade de Palmas, contraiu o Mal de Parkinson, tendo o mesmo gasto todas as suas economias, suas reservas financeiras com esta doença. Nestas condições em que se encontrava, viúvo, doente, ficou desorientado, pegou gado de outros e começou novo gado, novamente se casou, com uma senhora por nome Rosa, cujo casório não prosperou, durou muito pouco e, separando-se de Rosa, vendeu a propriedade e todos resolveram se mudar para Goiânia. Neste espaço de tempo, meu primo João Campos, filho de meu tio Manoel Messias prestou vestibular em uma universidade na cidade de Uberlândia e passou, depois, voltou a estudar em Goiânia, onde se formou em Direito. [ 22 ]


Assim, quando o tio Benoni voltou para Goiânia, meu primo João Campos já era Deputado naquele Estado, onde até hoje mantem o seu mandato de Deputado com exímio prestígio. Como meu pai e meus tios eram todos casados, ficaram só a tia Edna, a tia Ednalva e o tio Aldo morando com o tio Benoni, que já estava muito doente, tempos depois vindo a óbito. Depois disto, meu tio Aldo passou a morar com a tia Edna, no entanto, foi infectado pelo vírus da Covid-19 e também veio a óbito. Esta é a longa geração iniciada por meu avô José Ferreira Campos, que construiu uma família composta de 17 filhos, sendo 7 de minha avó, Felisbela, 2 de Dona Raimunda e 8 da Dona Zilda, além de outros que, como diz a expressão popular “não se criaram”. Dos que se criaram, uma longa e profícua ração, Deus já chamou três para a sua eternidade: O tio Benoni, o tio Aldo e a tia Marineide. Dos que ainda vivem, uns estão em Redenção, outros em Paraiso, alguns em Palmas, uma em Figueirópolis. Tio Neurisvan mora em Minas Gerais e o tio Luiz em Goiânia. Com a separação de meu avô com a dona Zilda Campos de Oliveira, foi oferecido ao meu tio Manoel Messias a chácara, para liberar os valores correspondentes à dona Zilda. A [ 23 ]


separação foi amigável, ficando meu avô com dois filhos e a dona Zilda com duas filhas. Diante da separação, meu tio Manoel Messias comprou a chácara e meu avô foi morar com ele. Tempos depois, meu avô adoeceu, meu tio levou ele para Goiânia e nunca mais conseguiu se recuperar. No começo dos anos oitenta veio a falecer. Nessa época, a tia Zuleica já estava casada, o tio Neurisvan ficou morando com o tio Manoel Messias. Já adulto, foi morar em Paraiso e hoje reside em Minas Gerais. Essa é a história da Família Campos Araújo, que tem por patriarca meu avô, José Ferreira Campos, homem que se casou três vezes, teve 17 filhos e deu conta de sua belíssima trajetória sem nunca se esmorecer da vida.

[ 24 ]


Todo avião tem bom piloto Navio, comandante e marujo, O carro, um bom motorista Que sabe do ronco, o estrujo, Esta é a verdadeira história Da Família Campos Araújo. João Holanda Chaves

[ 25 ]


[ 26 ]


[ 27 ]


[ 28 ]


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.