EDITORES: BEATRIZ STEFANY INGRID CAMILLY AMANDA MAGALHÃES IMAGENS TODAS AS IMAGENS UTILIZADAS NAS MATÉRIAS DA REVISTA FORAM RETIRADAS DO SITE UNSPLASH (WWW.UNSPLASH. COM), E ESTÃO DISPONÍVEIS PARA USO PÚBLICO.
A revista “Bem-Te-Vegan” faz parte de um projeto do curso de Design Gráfico para a disciplina de Design Editorial. Dentro da proposta de fazer uma revista sobre Gastronomia, foi escolhido o tema Veganismo. O objetivo é mostrar que o veganismo vai muito além de uma simples forma de se alimentar, é uma filosofia e um estilo de vida. O movimento visa em não contribuir com o abuso de qualquer ser vivo.
Sumário 07
O que é veganismo?
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Segunda sem carne!
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Paraíba inaugura o seu Açougue Vegano Crescimento do Mercado de Produtos Veganos Nova pesquisa Ipec 2021 revela: brasileiros reduzem, por vontade própria, consumo de carne e impactam estabelecimentos
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Por que ser vegana não é tão difícil como muitos acreditam?
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A primeira escola vegana de ensino regular do Brasil nasceu na Paraíba de frente para o mar!
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Receitas incríveis para o fim do ano
O que é veganismo? O veganismo é um estilo de vida que tem como propósito não colaborar com a exploração, o confinamento e o abate de animais, valorizando seus direitos e bemestar. As pessoas adeptas do veganismo têm uma dieta vegetariana estrita, ou seja, além de não comer carnes, não consomem ovos, leite ou mel, também não usam roupa de origem animal, como couro ou pelos naturais e nem cremes que tenham ingredientes de origem animal ou que tenham sido testado em animais, por exemplo. Por se tratar de uma alimentação que pode ter redução na ingestão de alguns nutrientes encontrados mais facilmente em alimentos de origem animal, como vitamina B12, vitamina D e cálcio, é importante que o vegano seja acompanhado por um nutricionista para que seja feito um plano alimentar que atenda a todas as necessidades nutricionais. Qual a diferença entre vegano e vegetariano? Ser vegano é um dos tipos do vegetarianismo, quando a pessoa tem um estilo de vida em que não consome nenhum item de origem animal, sejam alimentos, vestuários ou produtos cosméticos, por exemplo.
Ser vegetariano significa que a pessoa pode ou não consumir leites e derivados ou ovos na alimentação, variando entre:
farto e aterosclerose, quando comparada às dietas não vegetarianas.
Ovolactovegetariano: é o vegetariano que não consome carnes, mas come ovos, leite e derivados. Entenda melhor o que é o ovolactovegetarianismo; Ovovegetariano: não comem carnes, leite e derivados. Só comem ovos; Lactovegetariano: não ingerem carnes e ovos, mas consomem leite e derivados; Vegetariano estrito: não come nenhum alimento de origem animal, como carnes, ovo, leite e derivados; Vegano: igual ao vegetariano estrito, mas também não usa qualquer produto que tenha origem ou tenha sido testado em animais, como lã, couro, seda ou produtos de cosmética . Estudos mostram que a dieta vegetariana, por ser rica e variada em frutas, vegetais, cereais e leguminosas, promove benefícios para a saúde como a prevenção de doenças como obesidade, câncer, in-
A dieta vegana normalmente é rica em leguminosas, vegetais, cereais e frutas, incluindo alimentos como: Grãos integrais: arroz, trigo, milho, quinoa, amaranto; Leguminosas: feijão, grão-debico, soja, ervilha, amendoim; Tubérculos e raízes: batata inglesa, batata baroa, batata doce, mandioca, inhame; Frutas: manga, laranja, limão, abacate, banana, mamão, maçã, pera; Vegetais: couve, tomate, acelga, brócolis, chuchu, espinafre; Sementes: chia, linhaça, gergelim, semente de abóbora e de girassol; Oleaginosas: castanhas, amêndoas, nozes, avelãs; Derivados de soja: tofu, tempeh, proteína de soja, miso, seitam, tahine,; Outros: leites vegetais, azeite de oliva, óleo de coco. Também é possível transformar receitas tradicionais em opções veganas, ou adquirir em supermercados ou
O que comer no veganismo?
lojas naturais, produtos prontos como, salsichas de soja, leite vegetal, hambúrguer de grão de bico, de feijão ou de lentilha, por exemplo. É importante lembrar que os leite vegetais devem ser enriquecidos com cálcio, para garantir a ingestão adequada deste mineral por quem segue uma dieta vegana. Algumas dicas para quem quer ser vegano
Para quem come carne e gostaria de ser vegano, mas tem dificuldade em mudar o consumo alimentar, uma dica é ir reduzindo gradativamente a quantidade de proteína animal e aumentar a ingestão de leguminosas, que são ricas em proteínas, como grão de bico, soja ou feijão. Saiba quais são os alimentos ricos em proteína vegetal. Outra boa opção para diminuir o consumo de proteína animal é adotar o “Segunda Sem Carne”, que é um programa mundial que incentiva o não consumo de proteína animal durante todo o dia e acontece sempre às segundas-feiras. Quando é necessário usar suplementação? A suplementação em veganos só deve ser indicada após avaliação do consumo alimentar e de um exame de sangue, solicitado pelo médico ou nutricionista, para confirmar se, de fato, existe deficiência de vitaminas ou minerais. Embora a alimentação vegana normalmente seja variada e rica em fibras, vita-
minas C, A, E e do complexo B, minerais, como o magnésio e proteínas vegetais, é fundamental ter o acompanhamento de um nutricionista, pois neste tipo de dieta pode haver defi ciência de alguns nutrientes encontrados em maior quantidade nos alimentos de origem animal, como a vitamina B12, a vitamina D, o cálcio e as proteínas de alta qualidade. Para manter o consumo adequado de proteínas e evitar deficiência deste nutriente, é importante priorizar alimentos como, tofu, grão de bico, feijão e castanhas ao longo do dia. Para evitar deficiência de cálcio, pode-se optar por alimentos como leites vegetais, enriquecidos com este mineral. Já a deficiência da Vitamina D pode ser evitada ao consumir alimentos enriquecidos com a vitamina, como os leites vegetais, ou exposição regular e equilibrada ao sol. Para suprir ou prevenir possíveis carências nutricionais, o nutricionista pode optar por recomendar suplementos como o óleo de linhaça como fonte de ômega-3, suplementos de vitamina B12, cálcio, proteínas vegetais e vitamina D.
mortadela, peito de peru, salame; Gorduras de origem animal, como manteiga e banha; Mel e produtos com mel, própolis; Fermentos com organismos vivos, como fermento fresco (de padeiro); Gelatina e produtos feitos com colágeno. Além disso, os veganos também não costumam consumir outros produtos que tenham sido testados em animais, como xampus, sabonetes, maquiagem, hidratantes, ou produtos que utilizam partes de animais em sua produção, como roupas de seda ou couro, por exemplo.
O que evitar comer Na dieta vegana deve-se evitar todos os alimentos de origem animal, como: Carnes em geral, como frango, ovos, peixes e frutos do mar; Leite e derivados, como queijos, iogurte, requeijão e manteiga; Embutidos como salsicha, linguiça, presunto,
Tatiana Zanin, Nutricionista Tua Saúde
Segunda sem carne! Segunda-feira sem carne ou simplesmente segunda sem carne, é uma campanha internacional que incentiva as pessoas a não comerem carne nas segundas-feiras para melhorar sua saúde e a saúde do planeta. Segunda-feira é mundialmente conhecido como o dia para mudanças, dia para tomarmos decisões, começarmos transformações e novidades. Que tal tentar algo que trará um enorme benefício para todos?! A Campanha Segunda Sem Carne se propõe a conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal* para alimentação tem sobre os animais, a sociedade, a saúde humana e o planeta, convidando-as a descobrir novos sabores ao substituir a proteína animal pela vegetal pelo menos uma vez por semana.
Existente em mais de 40 países, como nos Estados Unidos e no Reino Unido (onde é encabeçada pelo ex-Beatle Paul McCartney) e apoiada por inúmeros líderes internacionais, a campanha foi lançada no Brasil em outubro de 2009 e hoje conta com o apoio de governos, personalidades e empresas. Um dos desdobramentos da adesão ao movimento é a implementação da Alimentação Escolar Vegetariana presente desde 2011 nas escolas municipais de São Paulo, escolas os alunos da rede pública do município de São Paulo têm acesso à refeições 100% livres de produtos animais,
trazendo grande impacto positivo. A fim de facilitar a adoção deste hábito, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) fornece em suas redes receitas saborosas, dicas de nutrição, notícias e informações qualificadas a respeito das razões éticas, ambientais e de saúde para passar essa ideia adiante.
Sociedade Vegatariana Brasileira Campanha Segunda sem carne
Paraíba inaugura seu Açougue Vegano Um açougue sem carne. Esta é a alma do Açougue Vegano, um nome curioso para os leigos e encantador quem não consome alimentos – nem derivados – de origem animal. Criada por dois amigos e chefs, Celso Fortes e Michelle Rodriguez. É isso mesmo: um açougue… sem carne! A proposta é exatamente oferecer aos adeptos do estilo de vida vegano a oportunidade de frequentar tranquilamente ambientes que até então eram “hostis” para aqueles que não consomem alimentos de origem animal. E o que tem no cardápio de um açougue vegano afinal? Coxinha de jaca, kafta de shitake, almôndegas de cogumelo, salsicha de grão de bico, linguiça calabresa de soja
e mais uma porção de itens desenvolvidos pelos chefs de cozinha Michele Rodrigues e Celso Fortes, que são também os proprietários do Açougue Vegano. As iguarias podem ser consumidas no local ou, ainda, compradas na versão congelada para serem apreciadas em casa. O primeiro restaurante da marca nasceu no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca. O sucesso foi tanto que ela expandiu para outras regiões
fluminenses, inaugurou lojas nas cidades de São Paulo e Campinas e agora chega ao Nordeste, em João Pessoa. O Açougue Vegano em João Pessoa está localizado no Manaíra Shopping, segundo piso.
Débora Spitzcovsky, Jornalista The Greenest Post
Crescimento do Mercado de Produtos Veganos Conforme as pautas voltadas aos direitos dos animais ganham força no país e no mundo, o mercado vegano também segue o mesmo destino. Cada vez mais o número de adeptos dessa prática cresce em todo o mundo, seja por seu viés protetor em relação à vida animal e ao meio ambiente ou pela perspectiva de levar uma vida mais saudável. Mais do que isso, o recente surto da pandemia do novo coronavírus reacendeu a desconfiança de muitos cidadãos a respeito da fragilidade das dietas baseadas em proteína animal. De acordo com David Yeung, fundador da Green Monday (fabricante chinesa de substitutos veganos para carnes brancas e vermelhas), a ameaça do novo coronavírus e de outros desafios para a saúde pública
como a última gripe suína africana, expõem a vulnerabilidade da cadeia de suprimentos da proteína animal. Situação do Brasil Voltando as atenções ao mercado brasileiro, tais padrões tendem a se repetir. De acordo com uma pesquisa conduzida pela Mintel, em apenas quatro anos, a oferta de produtos veganos cresceu 677% no Brasil.Porém, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) alerta que mesmo com tal crescimento substancial, a oferta de
produtos veganos no Brasil ainda não atende às demandas dos consumidores, uma vez que a população esbarra nos altos preços cobrados por esses produtos. Para apoiar essa afirmação, uma pesquisa foi realizada pelo Ibope e revelou que 60% dos entrevistados consumiriam mais produtos veganos se os preços fossem similares aos produtos de origem animal. Segmentos que disponibilizam produtos veganos Ao contrário do que muitos possam imaginar, a área de abrangência de mercadorias veganas não se restringe somente a produtos alimentícios. Com o passar dos anos, cada vez mais diferentes setores voltam sua atenção a esse pungente mercado. Entre eles, podem ser destacados os seguintes:
Cosméticos Sendo um mercado que possui a prática de testar seus produtos em animais, os fabricantes de produtos da área estética e cosmética vêm buscando eliminar tal prática, aliando a isso a substituição de ingredientes de origem animal contidos em suas mercadorias a fim de agradar seus consumidores e conquistar uma parcela maior da população.
Gastronomia Talvez o campo mais tradicional em relação ao veganismo, a gastronomia é o setor que mais busca se adaptar aos anseios do veganismo. A prática de disponibilizar algumas opções livres de ingredientes de origem animal é seguida por boa parte das grandes redes de restaurante e Fast-Food do mundo. Mais do que isso, o surgimento de franquias de restaurante especializadas nessa área cresce todos os anos.
animal em seus processos de confecção, como couro, lã, seda e marfim. Embora essa prática seja mais adotada por produtores artesanais, a tendência é que as grandes cadeias de produção do ramo também adotem o mesmo pensamento.
Calçados, acessórios, vestimenta e decoração Por fim, o setor de moda e decoração também está buscando se adaptar às condições do veganismo, eliminando materiais de origem
Gustavo Rocha. Empresário. Inter Jr
Nova pesquisa Ipec 2021 revela: brasileiros reduzem, por vontade própria, consumo de carne e impactam estabelecimentos Um terço das pessoas já escolhe opções veganas em restaurantes e outros estabelecimentos - e quase metade opta por não comer carne um ou mais dias por semana.
Em fevereiro, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), encomendou uma pesquisa a ser feita pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria — o antigo Ibope Inteligência aqui no Brasil), que pode ser acessada aqui. Constatou-se que em todas as regiões brasileiras e independente da faixa etária, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne, por vontade própria, pelo menos uma vez na semana. Entendo que seja um sinal claro da mudança de comportamento do brasileiro em relação ao consumo de carne, além de também revelar que existe uma oportunidade gigantesca para as marcas de alimentação que tiverem bons produtos veganos nos seus cardápios e portfólios. Com isso, a oferta de restaurantes e lanchonetes com opções veganas tem aumentado rapidamente nos últimos anos buscando atender essa parcela significativa da população — de acordo com o Ipec, um terço dos brasileiros do Brasil todo busca opções veganas nos cardápios. Visando facilitar o acesso de todos que buscam por uma mudança alimentar, a SVB criou um mapa com milhares de endereços de estabelecimentos (www.ondetemopcaovegana.com.br), que é atualizado com novos locais diariamente. Especialmente pensando na futura retomada dos restaurantes ao fim da pandemia de COVID, é muito importante que haja uma evolução de cardápios com uma maior variedade de produtos plant-
based. Todos têm a ganhar com essa mudança, já que não apenas os restaurantes vão atrair essa enorme base de clientes evidenciada pelas pesquisas, mas também reduzir seus custos com alguns dos insumos mais caros, como carnes e queijos. Ao contrário do que muitos podem pensar, para incluir pratos veganos no cardápio, os restaurantes não precisam fazer investimentos, comprar novos equipamentos ou aplicar novas técnicas. Podem optar por combinações simples e tradicionais, utilizando ingredientes facilmente disponíveis no restaurante. Dessa forma, é possível atender ao consumidor, que está cada vez mais consciente e ávido por algo que seja saboroso, faça bem ao planeta e seja acessível. E os estabelecimentos interessados em atender a essa demanda em crescimento podem contar, ainda, com a consultoria gratuita da equipe especializada da SVB: opcaovegana.svb.org. br. Já podemos observar que o aumento do apetite do mercado por proteínas vegetais tem mobilizado os setores produtivos. O Brasil, que já produz anualmente 250 milhões de toneladas de grãos, tem transformado uma parte desses grãos em “carnes feitas à base de plantas”, convertendo o grão em produto final a uma alta efi ciência, sem a onerosa taxa de conversão alimentar usualmente implicada quando se usa os grãos para alimentar animais de produção. Hoje, algumas das empresas mais atuantes
no mercado global de carnes vegetais estão justamente aqui. Além da proteína de soja, já amplamente utilizada como fonte de proteína vegetal em produtos análogos à carne, outras leguminosas vêm sendo exploradas — especialmente em outros países — como a ervilha e o tremoço. No Brasil, há um gargalo em relação a isso — uma lacuna, e também grande oportunidade de negócios — porque a diversificação da fonte de proteína (para além de apenas a soja) esbarra em importação e preços mais altos, como no caso da proteína de ervilha usada para fabricar as “carnes 2.0”. Alguns dos lançamentos mais recentes têm, inclusive, procurado usar a proteína de feijão dentro do blend que gera um nugget, um pedaço de “frango” ou um hambúrguer à base de plantas. Mas esse mercado, baseado na exploração comercial do brasileiríssimo feijão como fonte de proteína texturizada para foodtechs, está apenas começando. O resultado dessa pesquisa do Ipec realizada agora em 2021 impressiona, mas em já 2018 a SVB havia encomendado desse mesmo instituto outra pesquisa que, na época, apontava que 14% dos brasileiros se consideravam vegetarianos, e que a maioria da população do país já estava disposta a escolher mais produtos veganos. O que acontece é que, além da parcela vegetariana da população, cresce muito rapidamente a parcela que
procura reduzir o seu consumo de carnes e derivados. Em um, dois, três ou vários dias por semana, os brasileiros têm optado por fazer refeições vegetarianas ou veganas — e pelos mais diversos motivos, como melhor qualidade de vida, consciência ambiental ou mesmo respeito aos animais. Uma parte desse universo (de 46% da população geral, independente da idade, segundo o Ipec) são os milhões de adeptos da “Segunda Sem Carne”, campanha mundialmente conhecida pelo seu embaixador Paul McCartney, mas com maior repercussão no Brasil. A proposta do movimento é convidar as pessoas a trocar, pelo menos uma vez por se-
mana, a proteína animal pela proteína vegetal e a SVB já ajudou a levá-la a refeitórios corporativos, escolas particulares e públicas, restaurantes e outras organizações. Desde seu lançamento, em 2009, a organização já ajudou a servir mais de 300 milhões de refeições com fontes vegetais de proteína. A ideia principal da campanha não é tirar algo do prato, mas, sim, acrescentar. Existe uma grande variedade de gêneros alimentícios produzidos pela agricultura familiar brasileira que ainda não estão sendo aproveitados por grande parte da população, e todos que começam a fazer a Segunda Sem Carne ou outro movimento semelhante ficam
surpresos com as descobertas de novos sabores e novas combinações. O arroz e feijão perderam espaço no centro do prato do brasileiro ao longo dos últimos vinte anos, mas a valorização dos vegetais felizmente tem trazido uma retomada desse protagonismo.
Ricardo Laurino Sociedade Vegatariana Brasileira
Por que ser vegana não é tão difícil como muitos acreditam? Ser vegana é mais fácil do que os leigos acreditam – saiba como superar as possíveis dificuldades iniciais
Praticar o veganismo é algo descomplicado porque as pessoas tendem a se iniciar nele carregando alguns preconceitos e temendo dificuldades que, na maioria das vezes, acontecem entre a transição e os meses iniciais. Essa é uma fase de aprendizagem. Nela o indivíduo, pouco a pouco, deixa de acreditar que vai ter muitas privações em seu consumo, que é difícil entender os Direitos Animais, que será obrigado a recorrer a alimentos caros e/ou nutricionalmente fracos, que empresas que não testam em animais nem patrocinam eventos especistas são raras e só vendem para os endinheirados de cidades grandes etc. Com a devida paciência, o desejo de continuar aprendendo sempre e a persistência e consciência de quem está promovendo uma mudança na própria vida em prol de uma causa maior, essas crenças vão dando lugar a um amplo conhecimento real. Ele vai aprendendo quais empresas são veganas ou (verdadeiramente) vegan-
friendly, onde comprar seus produtos, como falar de veganismo para quem ainda não o compreende, como responder antiveganos, como preparar refeições totalmente vegetarianas sem precisar de componentes caros, como se nutrir bem sem ingerir nada de origem animal, como ser vegano para além do hábito de consumo etc. E com essa sabedoria, a pessoa percebe que ser vegana é muito mais fácil do que parecia ser no começo.
Que dificuldades (iniciais) levam muitos a crer que virar ou ser vegana é difícil? Ser vegana pode ser complicado na fase de transição e nos primeiros meses de veganismo, mas as dificuldades podem ser superadas sem grandes esforços. Nas etapas transicional e inicial para o veganismo, muitas pessoas passam por dificuldades como: Relutar em assimilar o posicionamento de que os animais não humanos deveriam ser tratados como moral-
mente iguais pelos seres humanos; Passar muito tempo numa fase protovegetariana, substituindo carnes por laticínios e ovos e tendo dificuldade de se desapegar do sabor desses alimentos; Não saber como preparar pratos veganos, depois de anos ou décadas acostumadas com pratos centrados em alimentos de origem animal; Ter pouco conhecimento sobre fontes não animais de nutrientes e seguir crenças como as de que só produtos animais fornecem proteína, ferro, cálcio, zinco e vitaminas suficientemente e que as refeições veganas são centradas em saladas sem graça ou ultraprocessados à base de plantas que imitam carnes e laticínios; Enfrentar a preconceituosa oposição de parentes, amigos, colegas e outras pessoas do seu círculo social e não saber como responder os argumentos antiveganos deles; Ter muito contato com conteúdo “pró-vegano” que na verdade é puro bem-es-
tarismo e/ou nada mais que dieta ou hábito de consumo seletivo – e, com isso, ter uma noção inicial equivocada sobre a ética vegana; Não saber quais empresas realmente são veganas ou aptas para veganos; Estarem suscetíveis a serem enganadas pelos “selos veganos” em produtos de empresas envolvidas com testes em animais e/ou patrocínios especistas; G a sta r d e m a is co m produtos (real ou falsamente) veganos caros ou continuar consumindo alguns não veganos, por acreditar que as alternativas livres de exploração animal aos alimentos e demais produtos do seu dia-adia sempre têm preços altos e não conhecer as opções localmente disponíveis com valor módico. Como superar essas dificuldades e ter uma transição descomplicada para o veganismo?
Como superar esses obstáculos? Respectivamente à lista acima, trago as seguintes dicas e recomendações: Conheça melhor os impactos da crença oposta a essa igualdade moral, ou seja, do especismo, tanto para os animais não humanos como para o meio ambiente e os próprios seres humanos. Assista a documentários, alguns deles com cenas fortes, outros com conteúdo mais leve; leia livros que abordam a exploração animal, como os meus dois primeiros e outros disponíveis na minilivraria do Veganagente (afiliada à Ama-
zon); leia também o conteúdo conscientizador de sites como o Veganagente e assista a canais do YouTube que abordam a ética vegana libertacionista, como o Vegano Vitor. No final das contas, você perceberá que o verdadeiro absurdo não é acreditar que os animais não humanos merecem tanto respeito quanto nós, mas sim os contrários (o especismo e as convicções do tipo “prefiro bicho a gente”); Caso tenha dificuldade de largar o leite, o queijo, o iogurte etc., aprenda receitas caseiras de suas versões vegetais, que são quase sempre fáceis e podem ser feitas a partir das mais diversas sementes, cereais e leguminosas, como soja, aveia, arroz, amendoim, castanha, amêndoas e sementes de girassol. Caso queira comprar leite vegetal pronto no mercado, saiba identificar aqueles que são vegan-friendly. No caso dos ovos, uma sugestão de prato é o tofu mexido com sal negro, que tem um sabor muito parecido com o ovo mexido. Busque aprender também como substituir o leite animal e os ovos em receitas; Conheça canais do YouTube, sites e livros que divulgam receitas veganas. Alguns canais que eu recomendo são a Vegana Bacana, o Pensando ao Contrário, o Presunto Vegetariano, o veganandcolors de Ana Cristina e o VegTube, existindo dezenas de outros exemplos. Quanto aos sites, eu indico o Pensando ao Contrário, o Presunto Vegetariano, o Cantinho Vegetariano, a Vegana Prática, o Papacapim (que também traz muito con-
teúdo sobre veganismo popular), a Chubby Vegan, a Veganana etc. Em alguns casos, o canal ou site já não tem mais novas postagens há algum tempo, mas ainda assim continua tendo muita utilidade pelo seu acervo. E disponibilizo diversos livros de culinária vegana à venda na minilivraria do Veganagente. Obs.: Evite canais e sites vegetarianos que fazem propaganda de produtos “veganos” de marcas envolvidas com testes em animais e patrocínios especistas, por violarem a ética antiespecista e, por causa disso, parte de suas receitas serem falsamente veganas; Consulte-se, se tiver condições (ou sorte, caso dependa exclusivamente do SUS), com um(a) nutricionista que saiba atender bem o público vegano e vegetariano. Ele(a) orientará você sobre as melhores fontes não animais (de origem vegetal, algas, fungos comestíveis, luz solar e suplementos) de nutrientes diversos que muita gente ainda crê só existirem suficientemente em alimentos de origem animal. Complementarmente – ou enquanto você não tiver pleno acesso a tal profissional -, acesse materiais de nutricionistas e nutrólogos como Eric Slywitch (canal no YouTube e livro Alimentação sem carne [link afi liado]) e o Comitê de Médicos pela Medicina Responsável (em inglês); Leia ou assista a conteúdo que ensina como responder argumentos antiveganos, derrubar a eventual relutância de seus familiares e amigos
e colocar os preconceituosos no seu devido lugar. Recomendo vários dos artigos de dicas veganas do Veganagente, o Guia de Falácias Antiveganas deste blog, o livro Manual de sobrevivência para veganos e vegetarianos e a playlist 30 Argumentos Contra o Veganismo do canal Vegano Vitor; Acesse conteúdo que fala do veganismo sob uma ótica libertacionista antiespecista – e popular interseccional -, entre eles o acervo do Veganagente, o canal Vegano Vitor, o blog Papacapim e os perfis do Instagram que promovem o veganismo popular; Saiba de quais empresas você precisa evitar comprar e quais são realmente veganfriendly ou veganas no site Ari Vegan e nos perfis @ariveganbeauty e @vegetarianos.online no Instagram. Listas como as da PETA, Leaping Bunny e PEA não são confiáveis, por considerarem “cruelty-free” (livres de testes em animais) produtos de marcas cujas empresas-mãe, por exemplo, comercializam na China, onde testes em animais ainda são obrigatórios, ou patrocinam rodeios; Não se deixe enganar por “selos veganos” e produtos com “vegan” no rótulo. Muitas vezes eles foram obtidos e inseridos em parte dos produtos por empresas que nunca abandonaram a política corporativa de testar matériasprimas usadas por outras de suas marcas em animais e/ou patrocinar eventos especistas. Consulte as listas da Ari Vegan e do @vegetarianos. online para saber quais produ-
tos realmente são veganos ou aptos para veganos; Estes mesmos sites e perfis também orientam você sobre a faixa de preço dos produtos veganos e aptos, lhe permitindo saber quais são os mais compatíveis com o seu poder aquisitivo. Além disso, frequente os super, mini e hipermercados, farmácias e mercearias de onde você mora e procure por esses produtos nas prateleiras. Se você acreditou que ser vegana é algo difícil e caro, foi por ainda não conhecer as melhores maneiras de viver esse modo de vida e de superar os obstáculos iniciais que atrapalham a sua transição e os primeiros meses de veganismo. Neste artigo, você viu que, para todo problema, existe solução. Nada há de tão complicado na vida vegana que a torne inviável para você. Se você agora se convenceu de que o modo de vida
vegano é mais fácil do que parecia, agora provavelmente tem plenas condições de seguir adiante, com a devida força de vontade, na sua introdução a esse posicionamento ético e político e ajudar a libertar os animais da exploração e da inferiorização moral.Desde já, eu desejo a você boas vindas ao veganismo e feliz vida vegana!
Robson Fernando de Souza Veganagente
A primeira escola vegana de ensino regular do Brasil nasceu na Paraíba de frente para o mar! A Nativa nasceu em 2018 no bairro Jardim Oceania, João Pessoa, e em 2019 passou a funcionar no bairro do Aerocluble. O projeto surgiu da necessidade identificada por um grupo de educadoras e ativistas na causa animal em construir uma instituição educacional que enxergasse os seres humanos e a natureza de forma integrada. A equipe é formada por educadores e educadores das mais diversas áreas (pedagogia, educação física, educação artística, serviço social, fonoaudiologia, engenharia ambiental, relações internacionais), cada um com sua esperiência de vida única. A filosofia da instituição tem raízes no veganismo e na integração com a natureza. A escola possui uma postura antiespecista, ou seja, acreditam que todos os animais (independentemente de sua espécie) possuem a liberdade para desfrutar de uma vida plena e sem sofrimento. E não menos importante, a escola busca combater outros tipos de opressão - racismo, machismo, homofobia, capacitismo, etc - pois acreditam que a sociedade precisa ser justa para todos.
Educação Nativa A Nativa é uma escola construtivista e sociointeracionista, com ênfase na pedagogia Freinet. O trabalho é feito com turmas multisseriadas e com a metodologia de projetos.
As tumas multisseriadas permitem que as crianças possam aprender com colegas de idade diferentes e também possam progredir em seu processo de aprendizado segundo seu próprio rítimo. Ao invés de seguir uma cartilha rígida de conteúdos, na Metodologia de Projetos as educandas e os educandos escolhem temas se seu próprio interesse para trabalhar durante o ano letivo, sendo tutorados pelas educadoras e educadores para perpassar assim o currículo escolar. Os temas - que podem ser trazidos pelas educadoras e educadores, pelas famílias, ou surgir durante o ano letivo por parte das próprias educandas e educandos - envolvem questões de raça, gênero, ecologia, inclusão, entre outros.
Conheça mais sobre a Escola Nativa: Instagram: escolanativa
Receitas incríveis para o fim do ano
Pizza de Forno Vegana INSTRUÇÕES
INGREDIENTES REQUEIJÃO DE INHAME 1 unidade inhame médio 500 ml água 2 colheres (sopa) polvilho azedo 2 colheres (sopa) polvilho doce
REQUEIJÃO DE INHAME
1 dente alho ½ limão
1. Cozinhe o inhame em pedaços até ficar bem macio.
sal
2. Em um liquidificador, coloque o inhame cozido, água, alho, limão, polvilhos (doce e azedo) e bata até ficar homogêneo.
PIZZA
3. Leve essa mistura a uma panela e mexa bem até engrossar.
1 pacote pão de forma
4. Coloque o forno para pré aquecer, a 200 graus.
300 ml molho de tomate 1 unidade cebola
PIZZA
2 unidades tomate 1 unidade alho-poró
1. Coloque o forno para pré aquecer, a 200 graus.
8 azeitonas
2. Em uma forma grande, passe azeite e distribua os pães de forma
manjericão
um ao lado do outro, cobrindo todo o fundo.
azeite de oliva
3. Por cima, adicione uma camada de molho de tomate, distribua a cebola, tomates e alho poró, e depois metade do requeijão de inhame com uma pitada de orégano. 4. Faça mais uma camada de pão por cima, despeje o resto do requeijão, regue com azeite e leve ao forno até dourar. 5. Quando estiver pronto, finalize com azeitonas picadas e folhinhas de manjericão. Essa e outras receitas estão disponíveis no site “Vegana na Prática“. Escaneie o QR Code com o celular para ser redirecionado!
Croquete de Mandioca INSTRUÇÕES
INGREDIENTES
1. Cozinhe a mandioca na água até ficar macia e retire os “fios” mais
500 gramas mandioca
duros. Leve ao processador ou liquidificador e bata bem.
1½ xícara farinha de trigo
2. Adicione a farinha, sal, cebola picada, suco de meio limão,
½ xícara farinha de rosca
salsinha e açafrão, e mexer com uma espátula para incorporar tudo.
½ unidade cebola
3. Finalize com pimenta e o fermento em pó, mexendo delicada-
1 colher (chá) fermento em pó
mente. Leve ao freezer p0r 10 minutos.
sal e azeite
4. Em um prato, coloque a farinha da sua preferência e tempere com sal. 5. Unte as mãos com um pouco de óleo, forme os croquetes e passe na farinha, empanando-os. 6. Leve os croquetes a uma forma e besunte com azeite de oliva. 7. Pré aqueça o forno a 200 graus e leve os croquetes para assar por cerca de 30 minutos ou até dourarem. Prontinho! Essa e outras receitas estão disponíveis no site “Vegana na Prática“. Escaneie o QR Code com o celular para ser redirecionado!
Almôndega Vegana Fácil INSTRUÇÕES
INGREDIENTES
01. Comece aquecendo azeite em uma frigideira e refogando a ce-
2 xícaras grão-de-bico cozido
bola e o alho.
200 gramas batata doce cozida
02. Tempere com páprica defumada, cominho e mais um pouco de
½ cebola picada
azeite para unir o tempero ao refogado. Ajuste de sal.
2 dentes alho picado
03. Em um processador, coloque o grão-de-bico cozido, a batata
1 limão
doce, suco de meio limão e bater bem. Vá desgrudando das bordas
2 colheres (sopa) salsinha
com uma faca, e batendo até ficar homogêneo.
picada
04. Ajuste de sal, coloque o coentro (opcional) e bata mais.
1 colher (chá) páprica defu-
05. Unte uma forma com azeite e modele as almôndegas.
mada
06. Leve ao forno pré aquecido a 200 graus, por 40 minutos virando
½ colher (chá) cominho em pó
na metade do tempo.
sal a gosto
07. Por cima, pode colocar salsinha e ralar uma castanha da sua preferência, que fica delicioso. Essa e outras receitas estão disponíveis no site “Vegana na Prática“. Escaneie o QR Code com o celular para ser redirecionado!
Spaghe i Alla Putanesca INSTRUÇÕES
INGREDIENTES
1. Comece picando a berinjela em cubos e colocando em uma pe-
1 cebola picada
neira com bastante sal, para tirar o amargor. Deixe descansando e
4 dentes alho picado
depois lave bem para tirar todo o sal.
1 lata tomates pelados
2. Enquanto isso, em uma panela refogue a cebola e o alho em
½ berinjela
azeite de oliva. Adicione a berinjela já lavada. Deixe dourar.
10 azeitonas
3. Em outra panela, ferva a água e cozinhe o macarrão.
1 colher (sopa) alcaparras
4. Quando estiver a berinjela dourar, coloque os tomates pelados
1 colher (sopa) açúcar
e vá amassando os pedaços com a colher. Se ficar muito grosso,
1/3 pacote macarrão
adicionar um pouco de água.
salsinha
5. Tempere com sal, e um pouco de açúcar para tirar o amargo.
raspas de castanha do Pará
6. Quando ferver, adicione o macarrão cozido e misture bem com
sal
o molho para pegar o gosto. 7. Finalize com salsinha picada e raspas de castanha do Pará. Essa e outras receitas estão disponíveis no site “Vegana na Prática“. Escaneie o QR Code com o celular para ser redirecionado!
Referências O que é Veganismo? ZANIN, Tatiana. Veganismo: O que é ser vegano (e como começar). Tua Saúde, 2021. Disponível em: < https://www.tuasaude.com/veganismo/>. Acesso em 05 de dezembro de 2021. Segunda sem carne! Sociedade Vegetariana Brasileira. Segunda sem carne. Disponível em: < http://segundasemcarne. com.br/ >. Acesso em 04 de dezembro de 2021. Paraíba inaugura seu Açougue Vegano SPITZCOVSKY, Débora. Paraíba inaugura seu primeiro açougue vegano. The Greenest Post, 2021. Disponível em: < https://thegreenestpost.com/paraiba-inaugura-seu-primeiro-acougue-vegano/ >. Acesso em 05 de dezembro de 2021. Crescimento do Mercado de Produtos Veganos. Disponível em: < http://interijr.com/blog/crescimento-do-mercado-de-produtos-veganos/?gclid=C jwKCAiAwKyNBhBfEiwA_mrUMueLW1gVwFn28cYcIL0qu9dLSNs-9tolQltf2mxfruKnfbnSR8-tuxoCDP4QAvD_BwE>. Acesso em 05 de dezembro de 2021. Nova pesquisa Ipec 2021 revela: brasileiros reduzem, por vontade própria, consumo de carne e impactam estabelecimentos LAURINO, Ricardo. Nova pesquisa Ipec 2021 revela: brasileiros reduzem, por vontade própria, consumo de carne e impactam estabelecimentos. SVB, 2021. Disponível em: < https://www.svb.org. br/2649-nova-pesquisa-ipec-2021-revela >. Acesso em 05 de dezembro de 2021. Por que ser vegana não é tão difícil como muitos acreditam? SOUZA, Robson Fernando de.Ser vegana é mais fácil do que os leigos acreditam – saiba como superar as possíveis dificuldades iniciais. Veganagente, 2021. Disponível em: < https://veganagente. com.br/ser-vegana-e-facil/ >. Acesso em: 05 de dezembro de 2021. Escola Nativa https://www.instagram.com/escolanativa/ Primeira escola vegana do Brasil começa a funcionar em João Pessoa-PB e já tem 2 turmas CHAVES, Fábio. Primeira escola vegana do Brasil começa a funcionar em João Pessoa-PB e já tem 2 turmas . Disponível em: < https://www.vista-se.com.br/primeira-escola-vegana-do-brasil-comecaa-funcionar-em-joao-pessoa-pb-e-ja-tem-2-turmas/ >. Acesso em: 05 de setembro de 2021.