TOY Edição 1 - Abril/2014
tingindo a fofura do J-Pop com um toque de horror show
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KIDROBOT 300 QUEENS OF THE STONE AGE
editorial
Capa: Kyary Pamyu Pamyu
EDITORIAL É com muito prazer que estamos concluindo a primeira edição da revista TOY. Nós temos como objetivo levar a você várias noticias relacionadas a música, filmes, urban art, toy art, entre outros assuntos da pop culture. Nessa edição, contamos com uma matéria da princesa do j-pop Kyary Pamyu Pamyu, mostrando que nem só de uma carinha fofa e letras nonsense se faz uma popstar. Com suas letras sem sentido, mas com uma meta bem definida, ela pretende conquistar as terras ocidentais em breve. Além disso, temos também uma matéria sobre a empresa americana Kidrobot, que cria toys costumizáveis que tem sido febre entre vários artistas, tanto de rua quanto os mais aclamados, como Karl Lagerfeld, diretor criativo da gigante francesa Chanel. Esperamos que você se sinta em casa, como nós nos sentimos elaborando essa revista para você. Boa leitura!
Amanda Camin
editora-chefe
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A EQUIPE editora-chefe AMANDA CAMIN contribuidores PEDRO FERRACINI NEREU JACOB LAISE ASAINA GUSTAVO ROSSELINI capa KYARY PAMYU PAMYU
www.camiseteria.com
Ăndice
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11 300
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QUEENS OF THE STONE AGE
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NICHOLA FORMICHETTI
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THE VINES
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Kyary Kyary
J-Popsicodelia Rosto de boneca, visual de desenho e um quê de subversão são as palavras-chave de Kyary Pamyu Pamyu
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Kyary Kyary
“Se é bom, você não precisa entender” S
atisfeitas com o faturamento no bilionário mercado interno, as celebridades do pop japonês (J-Pop) nunca precisaram se preocupar com a glória além das fronteiras nacionais. Até que uma mocinha com um visual de desenho animado psicodélico resolveu tentar a conquista do planeta. Além de recordista de vendas em seu país, Kyary Pamyu Pamyu é hoje o mais famoso rosto internacional produzido pelo J-pop. Sua segunda turnê mundial, iniciada em fevereiro, atravessará EUA, Europa e Ásia, rompendo a barreira da língua: suas canções não fazem muito sentido nem sequer em japonês, mas o público parece não se importar. Com dois anos de carreira, ela vem sendo apontada como a voz de uma geração que prefere a doce fantasia de mangás, animês e cosplay à sensualidade bombada de astros do showbiz americano. No universo encantado de Kyary, coelho toca guitarra, urso-polar dança, vampiro é fashion, cebola fala e a vida tem tons pasteis. Seus clipes, virais, como PonPonPon, já inspiraram flashmobs até em Paris. Em sua primeira passagem por Nova York, em 2013, os ingressos se esgotaram. Em Los Angeles, encontrou milhares de fãs vestidos como ela, ou seja, como se fossem personagens de um delírio de Tim Burton.
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Na capa da revista britânica “Dazed & Confused”, a princesinha do pop japonês foi definida como “a estrela do amanhã”. Para a imprensa internacional, Kyary é “a Lady Gaga do Japão”. Os críticos elogiaram os dois álbuns de Kyary, “Pamyu Pamyu Revolution” e “Nanda collection”, lançados pela Warner do Japão. Os dois lideram a lista dos mais vendidos do Oricon, a versão nipônica do ranking da “Billboard”. A mistura de ritmos, do tecno ao jazz, e a vozinha infantil da cantora são empacotadas por clipes adequadamente descritos pelo site de música Pitchfork como “um hiperestímulo visual capaz de provocar um ataque de pânico nos mais sensíveis”. — Ela é, sem dúvidas, a maior chance que o J-pop tem de atingir o mercado internacional — afirma o crítico de música Patrick St. Michel, do jornal “The Japan Times”. Aos 20 anos, Kyary (o sobrenome artístico foi escolhido pela sonoridade) é a personificação do kawaii — mais uma mania nascida no Japão que se globaliza. É uma estética que transita entre o inocente e o grotesco, influenciando a moda, o design e a arte. O próprio governo japonês abraçou o conceito como produto de exportação, nomeando Kyary sua embaixadora.
Kyary Kyary
“ A moça é um produto das ruas de Harajuku, o bairro mais criativo de Tóquio, onde guarda-roupa montado é religião. “ Dona de um lindo rosto de boneca, ela se fantasia como tal. Mas seu circo tem um quê de subversão, satirizando a fofura. Olhos catapultados das órbitas, esqueletos e bichos de pelúcia aterrorizantes compõem seus cenários. “Desculpa se não posso ser obediente e não tenho como atingir suas expectativas”, ela canta no single “Otona na kodomo” (“Criança adulta”). Quando subiu aos palcos, Kyary já era uma celebridade. A moça é um produto das ruas de Harajuku, o bairro mais criativo de Tóquio, onde guarda-roupa montado é religião. Ela circulava pelo território fashion chamando a atenção dos fotógrafos por embaralhar peças, penteados e maquiagem de maneira performática. A mãe da menina achava seu closet medonho e jogava as roupas no lixo. Mas ela virou modelo e empresária bem-sucedida (criou uma marca de cílios postiços, item básico na cesta das garotas de Harajuku), ajudando a espalhar o estilo kawaii. Faltava apenas uma música para embalar o culto. — Ao contrário de outros movimentos, como o gótico e o punk, o kawaii não tinha uma trilha sonora que correspondesse à sua imagem. Kyary sintetizou o espírito de Harajuku — explica a escritora Manami Okazaki, autora do livro “Kawaii, the culture of cute” (“Kawaii, a cultura do bonitinho”). Kyary se tornou onipresente na publicidade japonesa, aparecendo em anúncios para Adidas, Coca-Cola, a KFC, Panasonic, Suzuki, e inúmeros outros. Essas empresas utilizam a cantora fofinha como um prisma ideal para atrair as classes jovens. Ao abraçar seu lado estranho, as empresas fizeram anúncios verdadeiramente bizarros, como a série “Fashion Monster”, que ela fez para a marca de roupas g.u., em que Kyary aparece mordendo pescoços e ostentando um penteado de metros de altura, parecida com um morcego vampiro voador. Em uma entrevista dada a revista The Fader, de Nova York, Kyary conta como passou de garota bizarra e com um estilo estranho para simbolo da cultura kawaii nos países ocidentais. “Eu não recebia reconhecimento nenhum. Eu tendia a ter uma má reputação. Eu estreei com um nome estranho e um senso fashion esquisito, cantando músicas que não faziam sentido, as pessoas não gostavam de mim.
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Foi bem frustrante. Eu achava que as pessoas eram bregas e não entendiam qual era meu objetivo. Se é bom, você não precisa entender! Mas, ultimamente, as pessoas que me odiavam começaram a entender meu estilo. Isso mudou muito nos últimos dois anos. Eu era a garota bizarra, agora eles me dizem que sou fofa e moderna”. Ela também conta mais sobre como foi a mudança após a fama: “As pessoas começaram a falar comigo na rua. Especialmente quando estou em um novo comercial de televisão, todos na cidade, incluindo pessoas que não são meus fãs, param pra me dizer: "Eu vi você!". E quando comecei a fotografar para revistas de moda, meu fã clube consistia principalmente de meninas. Depois de passar para a TV e essas coisas, meu fã clube mudou. Se você visse a fila pro meu show, ficaria espantado! Há desde crianças até jovens empresários e idosos. É bem divertido”. Não ache que Kyary Pamyu Pamyu é outro fantoche bonitinho do J-Pop, Embora seria mais fácil deixar que se tornasse um produto de gestão, marketing de massa e estilo, Kyary tem sido não só responsável por moldar sua própria identidade, mas ainda escreve suas letras. “Se você ver meus vídeos, vai achar que eu sou maluca, mas quando eu começo a falar, eu sou bastante normal. Tenho os dois pés no chão, então quando apareço na televisão, as pessoas comentam coisas tipo ”Nossa! Ela sabe falar bem!”.
Você percebe que eu sou uma pessoa com força de vontade e que tenho feito coisas com significados claros. As pessoas costumavam pensar que eu era um fantoche em uma corda, um personagem criado por adultos, e que eu estava apenas seguindo o que me diziam para fazer. Mas as entrevistas mostram minha opinião, e quando as pessoas veem isso, elas pensam diferente. E então finalmente decidiram que sou boa!”. FOTOGRAFIA: Charlie Engmann TEXTO: Duncan Cooper & Claudia Sarmento ENTREVISTA: Satoru Teshima
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YOUTUBE.COM/THEWARNERSOUND
Kidrobot
MEET THE KID CONHEÇA A KIDROBOT, EMPRESA QUE REVOLUCIONOU O MERCADO MUNDIAL DE TOYS LIMITADOS
Loja da Kidrobot, em Nova York
K
idrobot é uma empresa criada em 2002 pelo americano Paul Budnitz, reconhecida mundialmente pela criação e distribuição de toys em edição limitada, além de vestuário e acessórios. Com uma proposta inovadora do cruzamento entre escultura e arte conceitual, Kidrobot não só oferece um meio poderoso para artistas de todo mundo, como estilistas, designers, ilustradores e artistas do graffiti, mas também serve como uma tela de criação para novos trends da pop culture. A empresa nasceu na garagem de Budnitz, então com 35 anos, que após conhecer os toys que começavam a surgir no Japão e China, viu aí a oportunidade de conciliar as coisas que ele mais gostava: cartoons, graffiti, histórias em quadrinhos, música e arte moderna. “Quando comecei essa empresa era bem difícil explicar para as pessoas o que eu estava fazendo. As pessoas perguntavam ‘eles são arte ou são brinquedos? ’. E eu respondia, ‘Ambos, e vendê-los faz parte do a obra de arte também’. Essa pergunta sempre me deixava meio nervoso. Hoje em dia, os brinquedos estão em museus e também estão a venda nas lojas!” diz o diretor. Em 2006, Paul Budnitz criou grande parte da aclamada linha de roupas da Kidrobot, também em edição limitada, com peças de vestuário que variam de $175 a $3000 dólares. A Kidrobot já fez parcerias com vários artistas aclamados do mundo todo. Uma pequena lista inclui os artistas e ilustradores Frank Kozik, Dalek, Doze Green, Tara McPherson, Gary Baseman, Huck Gee, Tristan Eaton, David Horvath, Shepard Fairy, Eboy, Tilt, Mist, Joe Ledbetter e Paul Pope; designers aclamados como Jil Sander, Dries Van Noten, Marc Jacobs, Visionaire e Paul Smith, além de bandas e marcas como Nike, Lacoste e CAPCOM, responsável pela franquia Street Fighter. A Kidrobot mantém uma loja online e lojas físicas em Nova York, Los Angeles, São Francisco, Miami e Londres.
CHAINSAW PANDA DUNNY, POR KEVIN GOSSELIN X PAUSE 11 TOY
de abril na
review /// filme
this is not sparta! Ainda que seja bastante competente
em emular a estética do primeiro 300, em especial o alto contraste e as câmeras lentas estilosas, assinatura de Zack Snyder, 300 - A Ascensão do Império (300 - Rise of an Empire) não chega nem perto da bravata machona do longa de 2007. Se o original cativou o público com ação e frases de efeito tão cortantes quanto os golpes de Leônidas, falta bravata e sobram discursos professorais à sequência.
Stapleton, que já não tinha o charme de Gerard Butler (o Leônidas, que só aparece em uma breve cena), é prejudicado pelo roteiro, que insiste em transformar discursos pré-batalha em palestras de auto-ajuda. Temístocles explica suas estratégias o tempo todo, fazendo a ligação com os eventos de 300 de maneira quase vexaminosa. O grego não perde uma oportunidade de lembrar seu plano-mestre para a união da Grécia.
Entre erros e diversas tentativas de repetir sequências do primeiro, ao final, fica a certeza de que as diferenças entre a continuação e o primeiro filme são tão gritantes quanto atenienses e espartanos. É como se o original, em que os guerreiros de Leônidas caçoam dos vizinhos, já profetizasse o que sairia de uma continuação tendo justamente esses "filósofos e amantes de meninos" (LEÔNIDAS, Rei 2007) como protagonistas.
O australiano Sullivan Stapleton vive o general Temístocles, uma lenda entre os atenienses ao liderar os exércitos gregos contra as tropas do imperador persa Dario. O filme o acompanha desde o primeiro confronto com os conquistadores do Oriente Médio até os eventos que aconteceram simultaneamente à defesa das Termópilas (a de 300) e alguns meses além. Assim, A Ascensão do Império conta uma história paralela, que começa antes e termina depois do longa original. ENTRE ERROS E DIVERSAS TENTATIVAS DE REPETIR SEQUÊNCIAS DO PRIMEIRO, AO FINAL, FICA A CERTEZA DE QUE AS DIFERENÇAS ENTRE A CONTINUAÇÃO E O PRIMEIRO FILME SÃO TÃO GRITANTES QUANTO ATENIENSES E ESPARTANOS.
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A guerreira consegue ser mais machona que Temístocles e sua cenas são as mais interessantes do filme - bem como a personagem em si, cujas motivações e reações são devidamente desenvolvidas. Pena que sua cena de sexo tenha uma pausa para entrada de alívio-cômico, como se para não constranger o público, que merece apenas os rios de sangue digital que fluem da tela.
Enquanto conta a história de Temístocles, o longa também narra os acontecimentos no front persa. Rodrigo Santoro começa humano como Xerxes, o filho de Dario, e sua transformação em Deus-Rei é revelada. O brasileiro interage quase que exclusivamente com Artemísia (Eva Green), a comandante das frotas persas e o melhor elemento do novo 300.
TOY AVALIA:
review /// música
REVI
EW//
/MÚ
SICA
As
canções de Josh Homme têm uma característica peculiar. Ao escutá-las pela primeira vez, elas soam confusas, estranhas, até mesmo poluídas por acordes distorcidos e barulho. Mas, depois de ouví-las por tempo suficiente para que seu cérebro se acostume aos riffs e ritmos pouco convencionais, é revelada uma quantidade e qualidade incrível de detalhes e nuances. Apesar de todo o amor de Homme por músicas repletas de camadas, tudo sempre foi mais simples em seu projeto principal, o Queens of the Stone Age. Não dessa vez. Em ...Like Clockwork, novo álbum da banda, a banda abre as portas à complexidade. O disco, que chega às lojas em 4 de junho, é o primeiro de inéditas desde 2007. Para Homme, o intervalo de quase seis anos foi marcado por pontos altos, como o Them Crooked Vultures (o supergrupo formado por ele, Dave Grohl e o ex-Led Zeppelin John Paul Jones). Entretanto, para o Queens, o período foi conturbado, culminando com a saída do baterista Joey Castillo. O sentimento de conflito é bem retratado no trabalho, que mistura a introspecção de Lullabies to Paralyze com a pegada suja de Era Vulgaris, os dois últimos discos do QOTSA. As músicas da banda sempre tiveram quê de sombrio e caótico, mas poucas vezes esses lados estiveram tão presentes.
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O disco parece uma viagem pela mente de uma pessoa que está a beira de perder sua sanidade. Na faixa-título "...Like Clockwork", na euforia dos sintetizadores da belíssima "Kalopsia" e no grito de desespero de "I Appear Missing". “Me dê um choque acordado/me rasgue em pedaços/fixado como uma nota dentro de uma roupa de hospital”, diz a letra desta última. Com quase metade do álbum voltado a músicas lentas, ...Like Clockwork é econômico nos riffs te baterias nervosas que fizeram a fama do QOTSA. "My God is the Sun" (que estreou no show do Lollapalooza do ano passado) e "Smooth Sailing" são as músicas mais pesadas do álbum. A primeira lembra a pegada stoner dos clássicos do grupo e a segunda, com linhas robóticas de guitarra, relembra o lado freak de faixas como "I’m Designer", de Era Vulgaris.
“O DISCO PARECE UMA VIAGEM PELA MENTE DE UMA PESSOA QUE ESTÁ A BEIRA DE PERDER SUA SANIDADE”
Como já é de costume, o QOTSA é acompanhado por músicos famosos toda vez que entra no estúdio. A lista de colaboradores é a mais estrelada da discografia: Alex Turner (Arctic Monkeys), Jake Shears (Scissor Sisters), Trent Reznor (Nine Inch Nails), Nick Oliveri (ex-baixista do Queens), Dave Grohl (reeditando a parceria do cultuado Songs for the Deaf) e até mesmo Elton John participaram do álbum - isso, claro, sem contar figuras carimbadas como o guitarrista e baixista Alain Johannes e o vocalista Mark Lanegan. Eles se integram tão bem as faixas que chega a ser difícil reconhecê-los por debaixo das inúmeras camadas sonoras. Nas pirações vocais de "Fairweather Friends" se encontram o maior número de participantes: lá estão John, Reznor, Oliveri, Lanegan e até a própria esposa de Homme, Brody Dalle (The Distillers e Spinerette). Like Clockwork não é um álbum fácil de se gostar, mas o tempo e a paciência fazem suas canções se desabrocharem na qualidade e competência que se espera de um dos maiores nomes do rock na atualidade.
5-6 de abril de 2014 - Autódromo de Interlagos, São Paulo
MUSE
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ARCADE FIRE
IMAGINE DRAGONS NEW ORDER
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SOUNDGARDEN
PIXIES
DISCLOSURE
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PHOENIX
AXWELL
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NINE INCH NAILS
VAMPIRE WEEKEND
JULIAN CASABLANCAS
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