AMANDA FAHUR
transposição
Janela em concreto acrĂlica sobre concreto 20 x 20 x 5 cm 2016
3 |
TRANSPOSIÇÃO
AMANDA FAHUR E SEUS PRINCÍPIOS
I. Transposição
II. Sistemática
Amanda Fahur anuncia-se no campo dos artistas que se dedicam à pintura. Sua primeira exposição individual é nomeada Transposição numa referência direta ao procedimento de transferir para o campo pictórico as fotografias de seu inventário de janelas. Talvez seja do estudo de Arquitetura ou dos domínios de seu próprio ateliê que Amanda atribua valor às janelas. Qual seja a origem, faz-se objeto instigante para seus princípios visto ser elemento que perpassa o ofício do pintor em diversas épocas: presente em alguns retratos, sugerida pela luminosidade da cena ou por delinear o que de fora incide.
Diante da grande tela de dois metros ainda disposta na parede de seu ateliê, Amanda comenta os horizontes para o título de seu novo trabalho: “sistema sem função”, “ofício de artista”, “eletroencefalograma”. Tornou-se um “Sem título” de grandes proporções, monocromático e seguindo a paleta dos vermelhos e seus desvios. De seu repertório imagético não lhe foge a trajetória de outros artistas e se coloca nas leituras de seu tempo elaborando uma aparente engrenagem em moto-contínuo, sem início ou fim.
No arranjo desta exposição, a obra Janela em concreto (2016) traz um aspecto monolítico não somente por ser um de seus primeiros trabalhos ou pela escolha dos materiais, mas pela transposição de uma imagem fotográfica a partir do seu verbete de estudo num gesto quase mimético entre linguagens. A fotografia atinge sua pintura. Na série seguinte, Janela em janela, a artista estabelece uma desconstrução do objeto valendo-se de fragmentações e sobreposições que se ritmam de modo a destituir rastros da figuração e buscar novas geometrias e perspectivas. Não se trata de uma operação circunscrita a decompor janelas, mas de uma esfera compositiva que resvala no sentido da synopsis em Platão “um golpe de vista que abarca a multiplicidade do conjunto”, de formulação de ângulos e da autonomia da linha na tensão com o bidimensional do espaço pictórico. As transposições que nos apresenta são calculadas como um projeto ao passo que o afastamento com a imitação cria aproximações com a pintura como objetivo em si. Amanda passa a estruturar um pensamento de outra ordem e a operar na incidência da luz e materialidade da cor. Aprofunda-se na expressão plástica, faz pintura, inaugura mundos.
Engana os que assimilam sua execução ao gesto controlado ou calculado na noção de projeto. Executa com fluidez as formas ameboides (que já adentravam em suas Janelas), o duplo cabo que trama conexões e os pistões de seu circuito. Amanda incorpora ao sistema uma perspectiva atmosférica no jogo tonal que aprofunda a imagem dos elementos dispostos. O que confere nome ao segundo núcleo desta exposição é a aquarela de grandes dimensões dada nas junções de papéis. Sistemática estrutura sua composição na repetição de elementos que flutuam em terra incógnita: não há fundo posto ao papel. A pureza dos materiais segue proposta em sua Peça 1 feita em ferro e condensando o aspecto tridimensional de seus trabalhos.
Rafaela Tasca Dezembro de 2019
Janela em Janela acrĂlica sobre tela 50 x 70 cm 2016
5 |
TRANSPOSIÇÃO
Janela em Janela 2 acrílica sobre tela 50 x 70 cm 2016
Janela em Janela 3 acrĂlica sobre tela 50 x 70 cm 2016
7 |
TRANSPOSIÇÃO
Janela em Janela 4 acrílica sobre tela 50 x 70 cm 2016
Janela em Janela 6 acrĂlica sobre tela 50 x 70 cm 2018
9 |
TRANSPOSIÇÃO
Janela em Janela 5 acrílica sobre tela 100 x 100 cm 2017
Janela em Janela 7 acrĂlica sobre tela 100 x 100 cm 2018
11 |
TRANSPOSIÇÃO
Sem Título acrílica sobre tela 70 x 140 cm 2019
Peรงa 1 ferro soldado 60 x 30 x 15 cm 2018
13 |
TRANSPOSIÇÃO
Sem Título acrílica sobre tela 90 x 205 cm 2019
Sistemรกtica aquarela e lรกpis de cor sobre papel 89 x 84 cm 2019
15 |
TRANSPOSIÇÃO Artista: Amanda Fahur Coordenação de projeto e produção: Amanda Fahur Expografia e identidade visual: Amanda Fahur, Nilton Ribeiro Texto e curadoria: Rafaela Tasca Fotografia: Bulla Jr.
TRANSPOSIÇÃO
Abertura: 17 de janeiro de 2020 Período de visitação: 17/01 a 10/02 Local: Museu de História e Arte Hélenton Borba Côrtes Teatro Regional Calil Haddad Maringá - Paraná Entrada Gratuita Oficinas: 25/01 15h00 às 17h00 01/02 15h00 às 17h00 05/02 19h00 às 21h00 Visitação Segunda a sexta, das 8h às 21h Fins de semana e feriados, das 8h às 20h
Coordenação de ações educativas: Amanda Fahur Monitores nas ações educativas: Everton Siqueira, Laura Ridolfi, Nilton Ribeiro Agradecimentos: Secretaria Municipal de Cultura (SEMUC) pela viabilização deste projeto a partir do Prêmio Aniceto Matti.
CLASSIFICAÇÃO LIVRE
Projeto produzido com verba de incentivo à Cultura. LeI Municipal nº 9160/2012 - Prêmio Aniceto Matti.
Amanda Fahur nasceu em Maringá, Paraná, em 1998. Ingressou no curso de Arquitetura e Urbanismo em 2017. Nesse mesmo ano passou a frequentar as aulas e exposições do Coletivo Tabaetê, coordenado pela artista Cristina Agostinho. Foi selecionada para a 33ª Exposição do Concurso do Cartaz do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. Transposição é sua primeira exposição individual a qual foi contemplada com o Prêmio Aniceto Matti por meio da Lei de incentivo à Cultura de Maringá.