ProtagoZine

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Fanzine realizada pelos alunos de Design Grรกfico, da Universidade Federal do Paranรก, no ano de 2020




Texto por Ana C.

PREFÁCIO

Estamos em 2020, em tempos que provavelmente 2010 nem sonharia; vivendo uma pandemia mundial e nem ao certo sabemos se estamos no meio ou no fim desse problema. Paramos de ter aulas na segunda semana do início letivo na universidade Isso foi em março ou abril? O tempo parece extremamente confuso nesse momento - e sem aulas presenciais a quase meio ano, se em janeiro ou fevereiro desse mesmo ano alguém nos dissesse que isso tudo ia acontecer, provavelmente, no máximo, iriamos rir dessa piada de mau gosto. Vivemos em um momento extremamente caótico em tantos sentidos que é até difícil citar cada um, porque podemos acabar por esquecer de várias questões (Bem provável que é exatamente essa a esperança do governo atual para continuar no poder). Tão confuso que a própria universidade não sabe o que fazer - E era para sermos nós o exemplo para a sociedade, não? - e decidiram experimentar a organização de ciclos para retomada das aulas, uma experiência em ead. Isso pode soar irônico, sabemos disso, já que maioria das boas universidades considera a formação ead uma das causas para um nível superior cada vez mais desqualificado, mas agora o melhor ensino do país teve que recorrer a essa mesma solução, como um cachorrinho com um rabo entre as pernas, e se fazer possível através dessa era de conexão online. Nessa onda de experimentações pela universidade, uma das matérias de design gráfico decidiu se jogar de cabeça nessa

ideia a vanguard Protagonismo D possibilitou a cr professores; Ma ambos com exp bastante distint provocadores, n articular novas busca de proble Essa parece um verdade elas se interessante pa buscarmos só o mas se buscarm entender os pro provavelmente superficial. Além Emilia Sanches organização das fica aqui a ela o Aposto que a m ideia do que era é) protagonismo aliado ao pouqu matéria termino veredito dos pro As discussões n gerou um devid Talvez porque o normalmente nossa resposta nossa perspecti e amplo demais nossas consider contradições co


da, essa matéria foi Ensino e Discente (a ODTE2), ela que riação desse zine, através dois arcos Beccari e Carol Calomeno, periências de vida e repertórios tos entre si, eles foram os grandes nos fazendo questionar tudo e ideias. Um com foco mais na emas e o outro na de soluções. ma combinação difícil, mas na e complementam de forma muito ara o design (e talvez tudo): Se os problemas não faremos nada, mos só as soluções antes de oblemas com mais profundidade, teremos uma resposta m deles, tivemos a doutoranda como quem viabilizou a s aulas, fazendo tudo acontecer, o nosso enorme agradecimento. maior parte de nós não fazia a (e quem sabe ainda, o que o discente, talvez por isso, uíssimo número de aula, essa ou no último dia com um ofessores: ela foi um fracasso. não foram tão amplas e não do engajamento dos alunos. o resultado de algo em teste foge do nosso controle. Como ao veredito, entregamos aqui o iva, talvez incipiente, superficial s, mas honesto. Expondo aqui rações, reflexões e até mesmo om os nossos olhos desse

momento estranho atual. Nesse zine não existem limitações, pois acreditamos que esse é o momento de cada discente assumir sua voz como bem quiser. Acreditamos, porém, que sim: um fato é um fato, e não interessa quantas curtidas e compartilhamentos essa informação teve, não existem “fatos alternativos” como o Trump gosta de afirmar, e o nosso questionamento sobre o ensino não quer dizer “balbúrdia”, pois o pensamento científico se constrói através das experiências históricas do conhecimento, mas ao mesmo tempo, precisamos questionar para conseguir entender alguns pontos de forma mais profunda. Logo, não esperamos com esse zine solucionar nada, nem mostrar com profundidade os problemas atuais da sociedade, ou até mesmo da nossa universidade, que passa por momentos tenebrosos na eleição de reitor atual. No entanto, esperamos ao menos alcançar, por meio dessa publicação, um sentimento de coletividade em meio às diferenças reais que existem no âmbito da universidade sendo menos ambiciosos, pelo menos as diferenças entre nós, discentes que fizeram parte da turma - reconhecendo e aceitando a pluralidade de que fazemos parte. Assim, quem sabe, possamos nos desprender ao menos um pouco do individualismo que nos cerca para encontrar o outro, em confrontos naturais gerados pelas diferenças, sem embutir certo e errado, como o maniqueísmo superficial que hoje estamos cercados nas redes sociais, mas, acima disso, empatia e respeito pelo distinto.


INTRODU

“No ambiente de ensin e discentes é muito im outro. Com vocês, a vo

Nosso PROTAGOZINE surge como de conclusão da disciplina: “ODTE — Ensino e protagonismo discent Design”, mediada pelos professor Carolina Calomeno Machado, Mar Beccari e pala aluna de doutorado Christie Picelli Sanches​do depart de Design Gráfico da Universidad do Paraná. Ofertada através de pr do ERE - Ensino Remoto Emergen mais conhecido como “Período E a disciplina foi elaborada a partir atividades no âmbito virtual, visa prática temporária para o contex

pandemia da Covid-19.


UÇÃO

no, estabelecer um diálogo entre docentes mportante. O primeiro passo é saber ouvir o oz dos alunos.” - Emília

o projeto E2 te no res rcos N. o Emília tamento de Federal ráticas ncial, Especial”, de ando uma

xto de


“Governo esse que en redes afetivas e comu em risco sua continui

A disciplina trouxe como pro intuito de fornecer subsídios a reflexão crítica sobre o ens e fomentar o protagonismo d O ser aluno, professor, servid ou terceirizado de uma Instit Educacional no Brasil é uma mínimo desafiadora. É ter qu com a precarização, a falta d e valorização dos profissiona dificuldades de acesso e per e com os recorrentes ataque de diversos lados, como já fo no passado e se repete pelo do atual governo. Governo e entende que um povo inform de gerir redes afetivas e com e com autonomia social, col sua continuidade. Esse desm Educação não é de hoje, e pr elencar que a rede pública d que mais sofre, aquela, com de atender pessoas com frag sociais e econômicas, sendo


ntende que um povo informado, capaz de gerir unicacionais e com autonomia social, coloca idade”

oposta o s teóricos para sino de design discente. dor, técnico tuição a tarefa no ue lidar de estrutura ais, as rmanência, es vindos oi realizado discurso esse que mado, capaz municacionais loca em risco monte na recisamos de ensino é m possibilidade gilidades o por meio da

educação básica ou da graduação, que é do espaço que hoje falamos. O objetivo inicial das discussões propostas pela disciplina começou voltado para o ensino de Design, porém, durante os encontros online ficou evidente que a estrutura que permite o diálogo ou não dentro do ambiente educacional, é algo que tanto os discentes quanto os docentes vivenciaram no decorrer do Ensino Básico. Portanto, é necessário repensarmos toda essa estrutura. Com a subjetividade, relato e vivência de cada aluno, expressamos por meio desse Fanzine trabalhos que refletem esses olhares críticos para repensar o PROTAGONISMO ESTUDANTIL, sua importância para a construção de uma Educação horizontal e cada vez mais acessível, a Pandemia do Corona vírus e a sociedade Brasileira como um todo. Alunos do Curso de Design Gráfico, - UFPR, Curitiba, Brasil, 2020.


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Amanda Falcon W.


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Ilustração: Sofia Witzler Texto: Victória Carabajal Diagramação: Helen sippel Ideação e composição feita colaborativamente por: Hellen Sippel, Victória Carabajal e Sofia Witzler.


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Faixa produzida pelos alunos do Design durante os protestos de 2019 contra os cortes na educação. “ciencia não é balburdia, é progresso”


Registros de manifestantes durante os protesto de 2019.

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PROTAGONISMO?

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Tá, mas o que é esse t é o que tentamos leva com todas as artes, m em palavras é tomar p Nascemos e vivemos e fundada há muito tem lá quem, onde já ditar mudaram elas e reedi por esse “dom” racion humano tem da escol tomamos consciência que existe, do sistema que vivemos é que ba realista de que não ex além dessa, óbvio que mas também deveríam realidade é multipla, p sempre será. Então nu visão, só uma opção.

Pensando em protago a multiplicidade de ap idealizado desde o pré vezes ser encarado co


tal protagonismo? ar você a refletir mas colocando para si a escolha. em uma sociedade mpo por um sei ram as regras, itaram, justamente nal que o ser lha. Quando a de toda injustiça a político-econômico ate uma depressão xiste outra realidade e isso é verdade, mos pesar que essa plural, sempre foi e unca existe só uma

onismo estudantil prendizado é é 1, o que pode às omo insubordinação

ou desrespeito, também podem ser formas diferenciadas de aprender ou pelo menos fugir dessas amarras. As vezes temos a visão embasada pela padronização que estamos inseridos e as coisas não fazem tanto sentido quanto desistir, mas é daí, desse sentimento de insatisfação, de que algo está errado, de estar gastando tempo da sua vida aprendendo coisas que não são úteis para a sua realidade, desses sentimentos que você deve tirar força todo dia para exercer o seu protagonismo, sua capacidade de escolha. Sentir um desafeto muito grande com tudo que vivemos é normal, o que é diferenciado ou anormal é fazer algo com esse sentimento. Exercer o protagonismo diário e principalmente estudantil não é fácil nem confortável, mas é o que gera mudança.Fugir do funil das provas e burocracias da vida é quase impossível, muito mais fácil é passar por ele sem realmente ser moldado por sua ideologia Fazendo o jogo deles - para de dentro para fora essa mudança ocorrer. Fotografias e texto - Isabelle Borowski.

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A EQUIPE Amanda Falcon Wiederkehr amnd.falcon@gmail.com @amndfalcon

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Eduardo @dustoc

Isabelle Borowski isaboro55@hotmail.com @boro_arte


o Stocco zabloski ccox

Ana Carolina S Costa carolacsc@hotmail.com be: carolacsc539c

Helen Sippel helenpesippel@gmail.com @holysipp 41


Victรณria Carabajal @_carabajal

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Gabriela Tacla @gabriela_tacla @reflexoes.poeticas


Caroline Goulart @carollgoulartt

Sofia Barrozo Witzler @sofiawitzler

A EQUIPE

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OBRAS Afinal o que é protagonismo discente? | pág.13, 14, 15 - Eduardo Stocco. Novo professor | pág.16,17 - Amanda Falcon. Ainda é possível aprender? | pág.18,19 - Ana C. Volta às aulas | pág. 20, 21 - Amanda Falcon. Maternidade durante a faculdade + Pandemia | pág. 22, 23 - Caroline Goulart. Desilusões pós Almeida-Santos | pág. 24, 25 - Isabelle Borowski. 46

A crise da Educação no Brasil não é uma crise: É um projeto | pág. 26, 27, 28, 29 - Gabriela Tacla. Novo normal | pág. 30 - Isabelle Borowski. O novo rei do mundo | pág. 31 - Ana C. Fato | pág. 32 - Ana C. Educação e Emancipação | pág. 33 - Amanda Falcon. 50 Maneiras de se queimar um livro | pág. 34, 35 - Helen Sippel, Sofia Witzler e Victória Carabajal. Protagonismo? | pág. 36, 37, 38, 39 - Isabelle Borowski.


REALIZAÇÃO Amanda Falcon Ana C. Costa Caroline Goulart Eduardo Stocco Gabriela Tacla

Helen Sippel Isabelle Borowski Sofia Witzler Victória Carabajal

TEXTOS DE PREFÁCIO E INTRODUÇÃO Amanda Falcon, Ana C. Costa PROPOSTA DE CAPA Ana C. Costa PROPOSTA DE DIAGRAMAÇÃO Amanda Falcon, Helen Sippel



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