Boletim Ver. Amanda Gurgel | Na Copa vai ter luta!

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E CHEGA DE DINHEIRO PARA A COPA OS AS GRANDES EMPRESAS, QUEREM ÃO, CAÇ EDU DE, DINHEIRO PARA A SAÚ O MORADIA E TRANSPORTE PÚBLIC

PARTIDO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES UNIFICADO

SEDE RN: R. Letícia Cerqueira, 23 - Cd. Alta (Travessa da Deodoro da Fonseca, entre cursos Cade e CDF)

MANDATO AMANDA GURGEL (84) 3232.9430

FILIE-SE WWW.PSTU.ORG.BR

NA COPA VAI TER LUTA!

“Tem dinheiro pra Copa, mas não tem pra saúde e educação”. A frase foi repetida por milhões em 2013. Também não faltaram cartazes exigindo hospitais e escolas “padrão Fifa” ou faixas que diziam: “quando seu filho ficar doente, leve-o a um estádio”. Em 2014, vamos voltar às ruas!

Gastos com as obras batem recorde

Dos R$ 27,4 bilhões previstos, cerca de R$ 20 bilhões virão dos cofres públicos Os protestos em 2013 ocorreram porque os gastos da Copa são revoltantes. Eles chegaram a R$ 27,4 bilhões, segundo estudo divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Os números são superiores ao que foi gasto na Copa na África do Sul, em 2010, que consumiu R$ 17,2 bilhões e na Alemanha, em 2006, que custou R$ 12,9 bilhões. De março de 2013 até hoje, os gastos no Rio Grande do Norte quase dobraram foram de R$ 1 bilhão para R$ 1,7 bilhão. Dos R$ 27,4 bilhões, cerca de 20 bilhões vêm dos cofres públicos. Tudo financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que dá dinheiro público as empreiteiras com generosos juros de 5% ao ano e um prazo de 15 anos para pagar. Enquanto mi­ lhares de trabalhadores pagam até 150% de juros ao ano.

COPA NO BRASIL SERÁ A MAIS CARA 2006 2010 ALEMANHA ÁFRICA DO SUL

2014 BRASIL

R$ 27,4 R$ 12,9 bilhões

R$ 17,2

bilhões

bilhões

O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, pegou empréstimo de R$ 70 milhões, para obras de mobilidade urbana da Copa. O Arena das Dunas, orçado em mais de R$ 400 milhões, receberá somente quatro jogos. Ou seja, 100 milhões por jogo. Entre construção do estádio e obras acessórias ao complexo, o governo confirma gastos de mais de R$ 2 bilhões. No fim das contas, os governos aca-

bam bancando as obras para que a Fifa, as grandes empresas patrocinadoras e as emissoras de TV saiam lucrando. ROUBALHEIRA GERAL Além de gastos monstruosos a roubalheira foi geral. Seis cidades que vão receber jogos foram reprovadas em um estudo que avaliou o grau de transparência dos gastos públicos nas obras de preparação para o torneio. Natal e Salvador tiveram as piores notas. Falta principalmente justificativa para alterações de valores e prazos nos contratos assinados para tocar as obras, mas também au­sência de dados sobre isenções fiscais e dificuldade para encontrar o orçamento de cada intervenção. De todas as cidades, Natal foi considerada a de maior retrocesso em fornecimento de informações.


SEM DINHEIRO PARA SAÚDE E EDUCAÇÃO 41,5 milhões de crianças e jovens estão fora da escola O gasto com a Copa poderia construir 570 mil moradias do programa “Minha Casa, Minha vida”, cujo custo médio, para cada habitação, é de R$ 40 mil. O valor investido na Copa é 71% de todo o Orçamento destinado a educação durante um ano. A educação brasileira vive

um verdadeiro apartheid. Hoje, temos no Brasil 14 milhões de analfabetos, segundo o IBGE. E 30 milhões de analfabetos funcionais. E 41,5 milhões de crian­ças e jovens de 0 a 24 anos fora da escola. A saúde pública agoniza. Os governos desprezam a população trabalhadora que precisa do Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento precário, longa espera, falta de leitos e pacientes jogados em enfermarias improvisadas em corredores.

Dos 431 mil leitos contabilizados em 2009, 65% estão na rede privada e 35% na rede pública, segundo o IBGE. O Brasil perdeu 11,2 mil leitos hospita­ lares entre 2005 e 2009, segundo o mesmo instituto. No RN, Rosalba separou dinheiro para a Copa e a promoção de seu governo, mas deixou os sistemas de Saúde, Segurança Pública e Educação na miséria, em um caos que é vergonha nacional.

UM ATAQUE À SOBERANIA NACIONAL

Com a Lei da Copa, Brasil isentou a Fifa de todos os impostos e vai proibir protestos O País acabou cedendo a sua soberania quando aprovou a chamada “Lei da Copa”, um conjunto de leis de exceção que passa por cima das leis nacio­ nais para proporcionar o máxi­ mo de lucro para a Fifa e os pa­ tro­cinadores. Um exemplo é o fim do direito à meia-entrada dos estudantes. Por isso, tem ra­ zão a população que diz que “é preciso chutar o traseiro da Fifa”. A Fifa obteve isenções de impostos através da lei nº 12.350, e não precisará recolher taxas e impostos como IPI, Cofins sobre bens e serviços importados, PIS-Pasep e Condecine. Até mesmo encargos trabalhistas e o Imposto de Renda ficam isentos. Esta isenção de impostos é escandalosa por si só e se soma aos exorbitantes gastos públicos que estão sendo realizados para a realização da Copa.

O futebol é do povo e dos que ergueram os estádios Vereadora Amanda Gurgel

um verdadeiro Estado de Sítio nas áreas próximas aos jogos. A repressão é indiscriminada, atingindo idosos e crianças.

O POVO VAI PROTESTAR NA RUA

A Lei Geral da Copa pretende garantir o controle completo da Fifa, impedindo até mesmo bares, ambulantes e baianas.

REPRESSÃO E ESTADO DE SÍTIO

Em função disso, há uma absurda e brutal repressão contra qualquer contestação ao evento. Os governos esta­duais, a pre­ si­denta Dilma e a Fifa mobilizam a tropa de choque e a Força Nacional para impor O futebol é um elemento muito importante da nossa cultura. É patrimônio de todos os brasileiros, assim como a beleza das nossas festas, nossa música, nossa arte... O problema é que os principais cam­peo­ natos são controlados por emissoras de TV e pela CBF, que transformaram o futebol em uma verdadeira máquina de fazer dinheiro. Dinheiro que passa muito longe daqueles que amam seus times e a seleção brasileira. Basta refletir que, sem o trabalho dos op­ erários que construíram as famosas Arenas, a copa não aconteceria. E que recompensa re­ ceberam? Salários de fome, superexploração, acidentes e até morte! Foram sete mortos por acidentes ou pelo ritmo frenético. Os operári­ os recebiam salá­rios de menos de mil reais e chegaram a fazer greve por direitos mínimos. Já os torcedores ficaram decepcionados

Se os governos pretendem fazer da Copa uma festa, o tiro vai sair pela culatra. O povo deve apro­ veitar o evento interna­ cional para ir às ruas lutar contra a maracutaia da Copa, exigir saúde e educação e celebrar as vitórias que conquistam com sua mobilização. O recado é claro: o povo precisa de sistemas de saúde, educação e transporte públicos, gratuitos e de qualidade, precisa ter direito à moradia, e da Copa do Mundo pode até abrir mão. com os preços dos ingressos, muito altos para quem ganha pouco mais de um ou dois sa­ lários mínimos. Só os ricos, a chamada “classe média-alta”, ou quem economizou desde a última Copa, terão acesso aos estádios. Enquanto isso, além dos benefícios recebi­ dos pela FIFA e da dívida que vai levar muito do nosso dinheiro para os bancos, ainda se prepara um forte esquema midiático, policial e judiciário para ga­rantir a “segurança” na festa da Fifa, da Globo e dos governos. Para o povo, não sobrou nem o direito de reclamar. Mas nada pode mascarar o caráter anti­ popular da Copa no Brasil. Nada impedirá que os indignados com tanta injustiça se manifestem. Para nós, não resta outra alter­ nativa a não ser voltar às ruas em 2014. Em defesa de saúde, educação, transporte, e con­ tra os verdadeiros problemas desta Copa.


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