águas do poty plano de infraestrutura verde AUP5859 - Estúdio de Infraestrutura Verde docente Prof. Dr. Paulo Pellegrino equipe Amanda Lima Camila Bellaver Gustavo Zeoti Ryller Veríssimo Wagner Mazetto
apresentação A proposta “Águas do Poty: plano de infraestrutura verde” foi desenvolvida na disciplina AUP5859 Estúdio de Infraestrutura Verde da FAUUSP ao longo do semestre de 2021/2. A proposta parte do desejo de estudar possibilidades de aplicação da Infraestrutura Verde no contexto de Teresina/PI como forma de qualificar seus espaços públicos abertos dotando-os de elementos multifuncionais que tragam benefícios ambientais,
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paisagísticos e sociais. Destaca-se ainda a necessidade de enfrentamento local às mudanças climáticas, que já afetam fortemente o município e região. Como área de estudo, foi escolhido um recorte da planície fluvial do Rio Poty, o qual conta com características naturais e artificiais que se repetem em outras partes do município: áreas verdes preservadas e que sofrem pressão da expansão urbana, cheias e inundações, extensas superfícies impermeabilizadas, sistema viário mal
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caracterização diagnóstico proposta 9 10 11 13 19
objetivos e princípios vegetação masterplan diretrizes perfis viários
referências
dimensionado, baixa cobertura vegetal, microclima hostil, poluição de cursos e corpos d’água etc. Assim, o “plano de infraestrutura verde” para o trecho do Rio Poty pode ser irradiado para outras áreas da cidade para compor uma rede que proporcione mais resiliência, beleza e contato com a natureza em Teresina/PI.
caracterização
diagnóstico
proposta
levantamento do território
síntese das informações
proposta de infraestrutura verde
Tendo como base insumos teóricos e práticos sobre infraestrutura verde, o desenvolvimento da proposta contou com três etapas - caracterização, diagnóstico e proposta -, as quais serão apresentadas ao longo deste documento.
insumos teóricos e práticos
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caracterização
caracterização | localização A área de estudo está localizada em Teresina, capital do Piauí, na região nordeste do Brasil. O município está localizado próximo à linha do Equador, de modo que recebe intensa radiação solar. O clima local é tropical savânico de inverno seco com temperatura média anual de 27,6°C e precipitação média anual de 1.349 mm. O inverno seco ocorre de setembro a dezembro (“B-r-ó bró”) e é caracterizado como o período de calor mais intenso (máximas acima de 40°c) e menor umidade relativa (próxima a 20%). O município está localizado no bioma Cerrado, com vegetação de floresta estacional semidecidual mista de contato entre cerrado e mata dos cocais tropical; ou seja, a vegetação de Teresina é composta por espécies de Cerrado e de Mata de Cocais. O caneleiro é a árvore símbolo da cidade, e as palmeiras buriti, carnaúba e babaçu marcam a sua paisagem. Quanto a sua hidrografia, o município de Teresina é atravessado por dois rios, Parnaíba e Poty, e seus afluentes, com um total de 70 microbacias.
Fonte dos dados: IBGE
“Um dos principais desafios da cidade de Teresina é a tendência atual de aquecimento climático acima da média global. No último século, a temperatura da região onde está inserida aqueceu entre 2-4°C, enquanto o aquecimento médio da Terra esteve em todo de 1-2°C. A mudança do clima, para além de aumentar as temperaturas máximas e provocar maiores e mais frequentes ondas de calor em Teresina, exacerba fenômenos climáticos extremos, como as precipitações no inverno chuvoso. Isto pode potencializar a ocorrência das já frequentes inundações fluviais, pluviais e repentinas. Pode também exacerbar secas, fenômenos migratórios de população afetada em áreas de influência regional, e com isso provocar crises econômicas, conflitos urbanos e falhas na provisão de infraestrutura e serviços.” (CRGP, 2020)
Fonte: Amanda Lima
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caracterização | mapas temáticos A caracterização da área de estudo foi realizada por meio de revisão da literatura e confecção de
(1) área de estudo
(2) relevo
(3) área de risco
(4) áreas verdes
(5) transporte público
(6) sistema cicloviário
mapas temáticos em software de geoprocessamento. Os principais mapas produzidos dizem respeito a: (1)
Área de estudo: definição do recorte, com localização de corpos e cursos d’água, áreas verdes e edificadas;
(2)
Relevo: grande porção da área de estudo tem cotas abaixo de 70 metros acima do nível do mar (vermelho), correspondendo a planícies e terraços fluviais; as áreas com cotas acima de 70 metros (laranja) são superfície intensamente retrabalhada pela drenagem com morros residuais;
(3)
Áreas de risco: segundo mapeamentos do CPRM, a área de estudo conta com áreas com risco geológico (contorno preto) e áreas suscetíveis à inundação (vermelho);
(4)
Áreas verdes: na área de estudo há 3 parques, 14 praças e 2 hortas comunitárias;
(5)
Sistema cicloviário: há um trecho de ciclovia existente e trechos de ciclovias propostas;
(6)
Transporte Público: a área conta com rotas de ônibus e com ferrovia com transporte de passageiros (metrô).
Fonte dos dados: IBGE, PMT, CRGP
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diagnóstico
diagnóstico Foram identificados como desafios a mitigação e adaptação dos
barreiras visuais
infraestrutura precária
impermeabilização do solo
rio poty
córregos
banhados
parque potycabana
parque fóssil
áreas de preservação
problemas existentes (listados a seguir) e como potencialidade a maximização das possibilidades de proteção, recreação e promoção de biodiversidade. Adotou-se ainda como ideal o planejamento integrado à escala do pedestre, com imersão de contato com o fenômeno. Foram identificados os seguintes problemas e potencialidades na área de estudo: Problemas: ● barreiras físicas/ visuais ● falta de sinalização ● falta de arborização urbana ● ocupações irregulares ● infraestrutura precária ou inexistente ● grandes áreas impermeáveis (estacionamento) ● falta de calçadas e ciclovias ● vegetação enclausurada Potencialidades: ● Rio Poty e demais cursos e corpos d’água (córregos e banhados) ● Parque Potycabana ● Parque Floresta fóssil ● Áreas de preservados ● Espaços públicos residuais
Fonte: Google Street View
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proposta
proposta | objetivos e princípios Objetivos Conservar, ampliar e criar componentes na rede de infraestrutura verde da cidade de Teresina/PI, consubstanciando importantes pautas presentes na Agenda 2030 da ONU e os Objetivos de Desenvolvimentos Sustentável.
Princípios ➔
água como elemento unificador
➔
abordagem da bacia hidrográfica LID: ◆ retardar (slow) ◆ espalhar (spread) ◆ encharcar (soak)
➔
bacia hidrográfica como unidade de planejamento e compreensão do fluxo das águas
➔
aproveitamento de espaços residuais para a implantação de diferentes tipologias de infraestrutura verde
➔
promoção da vegetação nativa ou aclimatada em Teresina
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proposta | espécies nativas e aclimatadas arbóreas
30m
20m
10m
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forrações
Turnera subulata (chanana) Fonte: Jardineiro
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1. Mauritia flexuosa (buriti) 2. Attalea speciosa (babaçu) 3.Peltophorum dubium (canafístula) 4. Handroanthus caraíba (ipê amarelo) 5. Sterculia striata (xixá) 6. Caesalpinia peltophoroides (sibipuruna) 7. Copernicia prunifer (carnaúba) 8. Cynophalla flexuosa (feijão bravo) 9. Pachira aquática (mamorana)
arbustivas
Mitracarpus baturitensis
Diodella teres
Calliandra macrocalyx (caliandra)
Allamanda puberula
Ipomoea incarnata 10
proposta | masterplan
N
diretrizes parques ambientais superfícies permeáveis espaços residuais espaços consolidados corredores verdes dimensão biodiversidade ciclo da água cobertura vegetal lazer e contemplação passeios pedonais ciclovias
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proposta | masterplan A proposta “Águas do Poty: plano de infraestrutura verde” consiste em um masterplan composto por uma série de diretrizes, em diferentes escalas de intervenção, voltadas à preservação do ambiente natural por meio da criação de parques ambientais (1), ao aumento das superfícies permeáveis em solo urbano (2), a qualificação dos espaços residuais (3), a implantação de dispositivos de infraestrutura verde em espaços consolidados como áreas verdes (4) e a proposição de
Fonte:Archdaily Qunli Stormwater Wetland Park Haerbin, China (1)
Fonte: Fallingwater Fallingwater and Bear Run Nature Reserve Mill Run, EUA (2)
Fonte: A Vida no Centro Bosque das Maritacas São Paulo, Brasil (3)
requalificação viária, criando corredores verdes e conectando diferentes funções e tipologias de infraestrutura verde (5).
Estudos de caso Para guiar a elaboração das
As diretrizes propostas possuem caráter multifuncional e atuam
diretrizes, utilizou-se como
sobre diferentes dimensões, dentre as quais destaca-se o
referência projetos já
aumento da biodiversidade, a manutenção do ciclo da água, o
executados em âmbito
aumento da cobertura vegetal, a provisão de espaços de lazer e contemplação para a comunidade, a qualificação dos passeios pedonais e a criação de espaços destinados à mobilidade cicloviária.
Fonte:Cardim Paisagismo Largo das Araucárias São Paulo, Brasil (4)
Fonte: Portland Oregon
nacional e internacional.
SW 12th Avenue Green Street Oregon, EUA (5)
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proposta | diretrizes A Diretriz 1 consiste em promover as áreas úmidas e demais áreas de preservação, assim como valorizar a vegetação nativa, recuperar os corpos e cursos d’água e implantar equipamentos públicos comunitários na região, a partir da criação de parques ambientais. Assim, propôs-se como protótipo dessa diretriz o Parque do Banhado, um parque ambiental localizado sobre a planície fluvial do Rio Poty, que ocupa o centro área de intervenção. O parque
interface banhado e av. dos ipês: antes Fonte: Google Street View
consiste em uma faixa de aproximação ao redor da área úmida em estrutura metálica suspensa - composta por passeios e espaços voltados para o lazer e contemplação, a fim de promover o reconhecimento do espaço em questão como um patrimônio ambiental da cidade. Dentre os dispositivos de infraestrutura utilizados no parque, destaca-se a recuperação do banhado (1), a implantação de jardins de chuva (2), a instalação de piso drenante (3) e a criação de biovaletas (4), responsáveis pelo manejo do escoamento superficial, o aumento da umidade do ar, a limpeza da poluição difusa, a melhoria da qualidade do ar, a criação de habitats para a fauna e flora e a atenuação do microclima local.
1 interface banhado e av. dos ipês: depois
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proposta | diretrizes A Diretriz 2 consiste em promover a permeabilidade do solo em grandes áreas pavimentadas por meio da implantação de estratégias de infraestrutura verde. Assim, propôs-se como protótipo dessa diretriz a intervenção no Estacionamento do Teresina Shopping, que representa uma das grande superfícies impermeáveis de grande extensão existente na área de intervenção. A intervenção consiste no aumento das áreas permeáveis, na modificação da topografia desses para armazenar o escoamento pluvial e na escolha de espécies nativas para a arborização. Dentre os dispositivos de infraestrutura utilizados no parque, destaca-se a implantação de jardins de chuva (1) e a instalação de piso drenante (2), responsáveis pelo manejo do escoamento superficial, o aumento da umidade do ar, a limpeza da poluição 1
difusa, a melhoria da qualidade do ar, a criação de habitats para
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a fauna e flora e a atenuação do microclima local. estacionamento teresina shopping: antes
estacionamento teresina shopping: depois
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proposta | diretrizes
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estacionamento teresina shopping: antes
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estacionamento teresina shopping: depois
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proposta | diretrizes A Diretriz 3 consiste em qualificar os espaços abertos públicos residuais por meio da criação de bosques urbanos e da implantação de estratégias de infraestrutura verde. Assim, propôs-se como protótipo dessa diretriz a criação do Bosque Urbano dos Cocais no espaço residual delimitado pela alça da Ponte Juscelino Kubitschek. O bosque urbano consiste em uma área de preservação composta por vegetação nativa, a fim de aumentar a permeabilidade do solo urbano e a cobertura
alça de acesso ponte j.k: antes Fonte: Google Street View
vegetal e criar sítios seguros para a permanência e migração de espécies animais. Dentre os dispositivos de infraestrutura utilizados nos espaços residuais, destaca-se a implantação de jardins de chuva e canteiros pluviais, responsáveis pelo manejo do escoamento superficial, o aumento da umidade do ar, a limpeza da poluição difusa, a melhoria da qualidade do ar, a criação de habitats para a fauna e flora.
alça de acesso ponte j.k: depois
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proposta | diretrizes A Diretriz 4 consiste em qualificar os espaços abertos públicos já consolidados, como praças e parques, por meio da implantação de estratégias de infraestrutura verde. Assim, propôs-se como protótipo dessa diretriz a requalificação urbana da Praça Bernardinho Viana, praça existente na área de intervenção que conta com equipamentos comunitários de lazer e convivência social. A requalificação consiste no aproveitamento de espaços ociosos, no aumento da cobertura vegetal e da
praça bernardinho viana: antes Fonte: Google Street View
permeabilidade do solo, a fim de criar espaços mais confortáveis para a permanência dos usuários e de promover a educação ambiental na comunidade. Dentre os dispositivos de infraestrutura utilizados no parque, destaca-se a implantação de jardins de chuva (1), a instalação de piso drenante (2) , responsáveis pelo manejo do escoamento superficial, o aumento da umidade do ar, a limpeza da poluição difusa, a melhoria da qualidade do ar, a criação de habitats para a fauna e flora e a atenuação do microclima local.
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praça bernardinho viana: depois
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proposta | diretrizes A Diretriz 5 consiste em requalificar o sistema viário existente a partir da implementação de estratégias de infraestruturas verdes e mobilidade ativa. Visa-se à formação de uma rede de corredores verdes multifuncionais que promova um ambiente urbano mais resiliente e sustentável em cenário de mudanças climáticas. Assim, como protótipo dessa diretriz, é proposta a requalificação de vias existentes representativas na área de recorte, sendo três arteriais, uma coletora e uma local.
av. dos ipês
av. pe. humberto pietrogrande:
av. raul lopes
Dentre as infraestruturas verdes utilizadas nas vias, destacam-se: corredores verdes conectados em rede, jardins de chuva, biovaletas e canteiros pluviais – todos com vegetação nativa ou aclimatada localmente –, além de pavimentos drenantes em calçadas. Em favor da mobilidade ativa, destacam-se vias com passeios acessíveis e ciclovias bidirecionais. Em trechos específicos, as calçadas contemplam
r. cel. belisário da cunha
r. remanso
mobiliário de lazer e se associam a espaços verdes. Em conjunto, podem propiciar conexão de espaços verdes e aumento da conectividade na paisagem, aumento da cobertura verde, criação de habitats, manejo do escoamento superficial e melhoria na qualidade das águas, melhoria na qualidade do ar e atenuação do microclima local, melhoria na qualidade de vida da população etc.
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proposta | via arterial
avenida dos ipês: antes
avenida dos ipês: depois
Fonte: Google Street View
A Avenida dos Ipês, com ~23m de largura, foi implantada em paralelo a uma via férrea e transversalmente a uma área úmida associada ao Rio Poty. Forma-se um aterro sobre a planície aluvial do rio, resultando numa via com cota máxima de ~3m em relação à superfície natural. Junto com a via férrea, fragmenta-se a grande área úmida. Em termos de drenagem, não há galerias subterrâneas: a partir de um eixo no canteiro central, o escoamento das águas é feito diretamente para as extremidades, ou seja, para as áreas úmidas. Quanto à mobilidade, pedestres e ciclistas compartilham uma ciclovia, em um lado da via (parte Norte, lado direito na figura). Entre ciclovia e área úmida, há uma grande barreira murada. A proposta prioriza a formação de um corredor verde associado às áreas úmidas (ao proposto Parque do Banhado) e a detenção, infiltração e melhoria da qualidade das águas escoadas para essas áreas úmidas. Medidas: remoção do muro e criação de um espaço (deck em balanço, dentro dos limites do aterro) para circulação e lazer, com jardins de chuva com herbáceas e árvores; remoção da capa asfáltica existente sobre o pavimento drenante original da ciclovia; do lado oposto, criação de calçada acessível com pavimento drenante, restauração da vegetação na faixa de domínio ferroviária, enrocamentos para detenção ao longo da vala existente; e, ao centro, criação de canteiro pluvial com herbáceas e árvores.
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proposta | via arterial
avenida dos ipês: antes parque do banhado
avenida dos ipês: depois
vala de detenção corredor verde
pav, drenante
canteiro pluvial corredor verde
floreira pav. drenante
jardim de chuva
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proposta | via arterial
avenida pe. humberto pietrogrande: antes
avenida pe. humberto pietrogrande: depois
Fonte: Google Street View
A Avenida Padre Humberto Pietrogrande, com ~43m de largura, foi implantada em paralelo ao Rio Poty, sobre área úmida associada a este rio. Diferentemente da Avenida dos Ipês, a movimentação de terra se limita à regularização do terreno para formação da base da via. Também se dá a fragmentação da área úmida. Em termos de drenagem, não há galerias: a partir de um eixo no canteiro central, o escoamento das águas é feito diretamente para as extremidades (áreas úmidas antropizadas). Na parte Oeste (lado esquerdo na figura), há uma calçada de 6m de largura e uma ciclofaixa; na parte Leste, há trechos com calçada de 2m. Não há dispositivos para cruzamento seguro da via. A arborização é escassa. A proposta prioriza a formação de um corredor verde associado às áreas naturais e a detenção e melhoria da qualidade das águas escoadas para essas áreas úmidas. Medidas: ao centro, criação de canteiro pluvial com vegetação com fisionomia das paisagens naturais, com destaque para os estratos emergentes com palmeiras; a Oeste, diminuição da largura da pista de rolamento e alteração de ciclofaixa para ciclovia, criação de um espaço para circulação ativa e lazer, com biovaletas e jardins de chuva com herbáceas e árvores; do lado oposto, diminuição da largura da pista e criação de passeio acessível com piso drenante, além de jardins de chuva com herbáceas e árvores.
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proposta | via arterial
av pe. humberto pietrogrande: antes
área natural
pav. drenante
jardim de chuva
biovaleta
canteiro pluvial corredor verde
jardim de chuva
pav. drenante
av pe. humberto pietrogrande: depois
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proposta | via arterial
avenida raul lopes: antes
avenida raul lopes: depois
Fonte: Google Street View
A Avenida Raul Lopes, com ~23m de largura, foi implantada em paralelo ao Rio Poty, em área úmida associada a este rio, numa região com urbanização consolidada. A movimentação de terra se limita à regularização do terreno para formação da base da via. Em termos de drenagem, ALTERAR TEXTO Aa caracterização da no área de estudo foi realizada por meio revisão da diretamente literatura e confecção não há galerias: partir de um eixo canteiro central, o escoamento das de águas é feito para as extremidades (a Oeste, diretamente paramapas as áreas úmidas).emNasoftware parte Oeste (lado esquerdo na figura), junto aomapas Parqueproduzidos Floresta Fóssil, há respeito uma calçada de temáticos de geoprocessamento. Os principais dizem a: A de 2m de largura. Não há ciclovia ou ciclofaixa. Na parte Leste, em sua maior parte junto a um Shopping, o passeio não é acessível. A arborização é escassa. caracterização da área de estudo foi realizada por meio de revisão da literatura e confecção de mapas temáticos software de geoprocessamento. principais mapasúmidas, produzidos dizem respeito a: existentes, A A proposta em prioriza a formação de um corredor verdeOsassociado às áreas mormente parques urbanos e a detenção e melhoria da qualidade dasdaáguas essas áreas. Oeste, diminuição da elargura da pista rolamento e implantação de ciclovia, caracterização área escoadas de estudopara foi realizada porMedidas: meio dea revisão da literatura confecção de de mapas pavimentação drenante no passeio e criação de biovaleta; do lado oposto, diminuição da largura da pista e criação de passeio acessível com piso temáticos em software de geoprocessamento. Os principais mapas produzidos dizem respeito a: drenante, além de jardins de chuva/biovaletas com herbáceas e árvores; ao centro, criação de canteiro pluvial com herbáceas e árvores.
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proposta | via arterial
av, raul lopes: antes parque floresta fóssil
pav. drenante
biovaleta
canteiro pluvial corredor verde
jardim de chuva/ biovaleta
av, raul lopes: depois
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proposta | via coletora Nos casos representativos de vias coletoras, assumiu-se a largura média de via de 11,5m, em regiões com urbanização consolidada, em sua maior parte ocupações informais. Em termos de drenagem, não há galerias: a partir de um eixo na pista de rolamento, o escoamento das águas é feito diretamente para as sarjetas e meio-fios e daí para os corpos de água. As calçadas são normalmente impermeáveis, não acessíveis transversal e longitudinalmente, com largura de até ~1,50m (aqui foram consideradas as larguras de 1m e 1,5m). Comumente se dá o alteamento do passeio no lado do meio-fio, avança-se a ocupação dos lotes em direção a eles, formam-se degraus consideráveis longitudinalmente. Não há ciclovia ou ciclofaixa. A arborização é muito escassa. A proposta prioriza a formação de corredores verdes e a detenção e melhoria da qualidade das águas escoadas para os corpos de água. Propõe-se a diminuição da pista de rolamento em favor da implantação de calçadas acessíveis (largura mínima de 1,50m) com pavimento drenante. Num dos lados da via, de modo distribuído e respeitando rampas para acesso de veículos motorizados às garagens dos lotes, são propostos jardins de chuva com vegetação herbácea e arbórea associados a mobiliário de permanência, além de canteiros para árvores e vagas de estacionamento com pavimento drenante. A via resultante permanece com duas faixas para a circulação motorizada.
25 r. cel. belisário da cunha: antes
r. cel. belisário da cunha: depois
proposta | via coletora
rua coronel belisário da cunha- antes
r. cel. belisário da cunha: antes
r. cel. belisário da cunha: depois
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proposta | via local Nos casos representativos de vias locais, assumiu-se a largura média de via de 8,5m, em regiões com urbanização consolidada, em sua maior parte ocupações informais. Em termos de drenagem, não há galerias: a partir de um eixo na pista de rolamento, o escoamento das águas é feito diretamente para as sarjetas e meio-fios e daí para os corpos de água. As calçadas são normalmente impermeáveis, não acessíveis transversal e longitudinalmente, com largura de menos de 1m (aqui foi considerada a largura de 0,80m). Comumente se dá o alteamento do passeio no lado do meio-fio e formam-se degraus consideráveis longitudinalmente. Não há ciclovia ou ciclofaixa. A arborização é muito escassa. A proposta prioriza a formação de corredores verdes e a detenção e melhoria da qualidade das águas escoadas para os corpos de água. Propõe-se a diminuição da pista de rolamento em favor da implantação de passeios acessíveis (largura mínima de 1,50m) com pavimento drenante. Num dos lados da via, de modo distribuído e respeitando rampas para acesso de veículos motorizados às garagens dos lotes, são propostos jardins de chuva com vegetação herbácea e arbórea associados a mobiliário de permanência, além de canteiros para árvores e vagas de estacionamento com pavimento drenante. A via resultante passa a ter uma faixa para a circulação motorizada.
27 r. remanso: antes
r. remanso: depois
proposta | via local
r. remanso: antes
r. remanso: depois
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agradecimentos Em primeiro lugar, agradecemos ao Prof. Dr. Paulo Pellegrino pela orientação e pelo conhecimento construído ao longo da disciplina, assim como aos colegas de classe. Em busca de um objetivo comum de planejar e projetar cidades mais sustentáveis, resilientes e em harmonia com a Natureza. Em seguida, agradecemos também aos palestrantes Aléxis Vásquez, André Graziano, Giuliano Locosselli, Jack Ahern, Júlio Pastore, Kevin Perry, Laura Ceneviva, Magda Lombardo, Priscilla Cerqueira, Silvio Motta e Simone Mangili, pelas experiências compartilhadas e contribuições oferecidas à proposta, em tão breve contato.
referências BENEDICT, M. Green infrastructure: linking landscapes and communities. Washington D.C.:Island Press, 2006. BONZI, R. S. Andar sobre Água Preta: a aplicação da infraestrutura verde em áreas densamente urbanizadas. 2015. Dissertação (Mestrado em Paisagem e Ambiente) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. DOI 10.11606/D.16.2015.tde-29102015-111924. Acesso em: 15 abr. 2021. CORMIER, N; PELLEGRINO,P. Infra-estrutura verde: uma estratégia paisagística para a água urbana. Paisagem e Ambiente, São Paulo: FAUUSP, 2008. CRGP. Diagnóstico da Resiliência Urbana: Teresina. 2020. UNIVERSITY OF ARKANSAS COMMUNITY DESIGN CENTER. Low impact development: a design manual for urban areas. Fayetteville: University of Arkansas Press, 2010 29