Lance! - 09 de outubro de 2011

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Futebol local

Dinheiro não faltou

Apesar dos R$ 2 milhões investidos nos times amazonenses na Série D do Campeonato Brasileiro, o máximo que o Estado conseguiu foi chegar às oitavas de ﬁnal da competição ANDRÉ MOREIRA esportes@emtempo.com.br

Dinheiro não foi problema para Nacional e Penarol, representantes amazonenses na Série D do Campeonato Brasileiro deste ano. Mas o resultado dentro de campo não agradou o seu maior patrocinador na competição nacional, o governo do Estado. A administração estadual investiu cerca de R$ 2 milhões nos clubes, para realizar o sonho de ver um time local na elite do futebol brasileiro até 2014, ano em que o Brasil sedia a Copa do Mundo e Manaus é uma das subsedes. O governo estadual deu um ‘empurrãozinho’ e cada clube recebeu R$ 1 milhão de renúncia fiscal do Banco Bradesco e da empresa Coca-Cola. A primeira parcela foi concedida pelo Bradesco no valor de R$500 mil, antes do início do campeonato e, a Coca-Cola fez o repasse da verba, de mesmo valor, no início da segunda fase, final do mês de setembro. Porém, os times não conseguiram honrar o investimento governamental e a decepção foi maior do que o esperado. O Penarol foi o que chegou mais longe. Conseguiu passar para a segunda fase, mas foi eliminado pelo Independente do Pará. “Sem os investimentos do governo jamais conseguiríamos competir com igualdade com os times do país”, afirmou o presidente do leão da Velha Serpa, Daniel Macedo. Já o Nacional, que ganhou a vaga oriunda da Federação de Roraima, venceu do Fast/Ulbra nos tribunais para permanecer na competição, mas não conseguiu passar da primeira fase. Foi apenas o quarto colocado no Grupo A1, após segurar a lanterna do grupo por pelo menos seis rodadas. Apesar da campanha ruim, o vice-presidente do Nacional, Gilson Motta, afirmou que os tropeços dentro de uma competição nacional são normais e acontece com muitos times no país. “Sabemos da péssima campanha do Nacional no Brasileiro, mas isso faz parte do

futebol. Temos de aproveitar os erros para crescer proﬁssionalmente no futuro”, aﬁrmou. Para se ter ideia, os governos do Acre, Pará e do Mato Grosso não conseguiram chegar próximo do investimento que o governo do Amazonas fez com os clubes locais. O Plácido de Castro (AC) recebeu cerca de R$ 300 mil, o Cuiabá R$ 450 mil dos cofres públicos e, com o menor investimento do executivo estadual, o Independente do Pará, com apenas R$ 200 mil. Somados, os investimentos dos outros Estados chegam a R$ 950 mil, menos da m eta -

de que foi investido nos dois clubes locais: Nacional e Penarol. Investimentos futuros Mesmo com os tropeços das equipes amazonenses neste ano, o titular da Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), Júlio César Soares, aﬁrmou que o governo vai continuar investindo no futebol local, pois é um projeto do órgão executivo recolocar um clube do Amazonas rumo à elite do futebol até 2014. “A atenção que o governo deu ao futebol amazonense é um compromisso que vem sendo executado durante anos e, hoje, não é diferente,

uma vez que estamos embalados com o projeto da Copa e queremos ver um time do Amazonas pelo menos próximo da elite do futebol brasileiro”, disse. “Até porque muitos reclamam que vamos sediar um evento em uma cidade que não tem representatividade no futebol”, aﬁrmou. Apesar da garantia, Júlio César Soares avisou que não existe mais espaço para o futebol amador e que, com os investimentos do governo, cada clube tem de honrar as

empresas e a administração estadual. “Os presidentes dos clubes têm de trabalhar com competência e dedicação para levar o futebol local de volta as principais competições nacionais, pois os investimentos são feitos e o retorno quase não existe”, ressaltou, ao se referir aos investimentos que o governo realizou nos anos anteriores. Soares pediu ainda para que os cartolas começem a olhar para os proﬁssionais que são formados todos os anos nas bases dos times locais. Segundo ele, é o momento de acreditar nos jogadores amazonenses. “Já é hora de acreditar na prata da casa. Temos de parar de investir em jogadores de outros Estados e não conseguir resultados satisfatórios dentro de campo”, ﬁnalizou.

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