Caderno F
Saúde MANAUS, DOMINGO, 3 DE MAIO DE 2015
e bem-estar
saudeebemestar@emtempo.com.br
(92) 3090-1017
Saúde no trabalho É preciso ficar atento às enfermidades relacionadas ao trabalho, que prejudicam a vida e matam mais de 2 milhões de trabalhadores no mundo ALIK MENEZES Especial EM TEMPO
P
ode até não parecer, mas qualquer atividade desempenhada no ambiente de trabalho pode causar riscos à saúde dos trabalhadores. Por esse motivo, é cada vez mais crescente a presença de um médico nas empresas. A atuação desse profissional vai além de exames para contratação e demissão, mas é fundamental para a qualidade de vida do empregado. O industriário Igor Rodrigues, 22, adquiriu LER (Lesão por Esforço Repetitivo) em uma das mãos. Por conta disso, ele destaca a importância de um profissional na empresa em que trabalhou. Quando começou a sentir dores, achava que era apenas o cansaço do dia a dia. “Um dia precisei ir ao médico e, como ele era muito observador e atencioso, percebeu algo estranho na minha mão. Foi aí que disse que sentia dores”, lembrou. De acordo com Rodrigues, o médico o encaminhou para fazer exames e foi constatada a lesão. Caso não tivesse sido diagnostica há tempo as consequências poderiam ser mais sérias. “Eu fui afastado por uns dias do trabalho para cuidar da LER. E, depois disso, quando voltei para a empresa, o médico continuou me acompanhando e orientan-
do”, relembrou o operário. Outra trabalhadora também vítima de esforço repetitivo é a costureira Marina de Carvalho, 40. Ela conta que trabalhou por muitos anos em uma grande empresa que não disponibilizava um profissional para atender as queixas dos empregados. E, o pior: se alguém reclamasse, corria o risco de ser demitido. “Não tinha médico lá, então era bem difícil para o trabalhador. Comecei a sentir dores no meu punho, e aguentei isso por uns dois anos. Teve épocas que eu nem conseguia segurar a tesoura. Foi nessa época que eu corri atrás de uma consulta”. A costureira ficou afastada do trabalho por mais de um ano para fazer o tratamento adequado e segue à risca as orientações médicas. “Hoje eu me cuido mais, e quando percebo algo diferente corro logo atrás de atendimento. Eu não quero viver tudo aquilo outra vez”. O trabalho do médico Profissionais da área destacam a importância de um médico no ambiente de trabalho e explicam os porquês. De acordo com o clínico geral James Marinho, o médico tem função multidisciplinar porque além de ser responsável por orientar os trabalhadores sobre as possíveis lesões por conta do trabalho e tratá-las, esse espe-
cialista também orienta em outros aspectos que influenciam a qualidade de vida. “Nós não nos preocupamos apenas com as lesões e traumas diretos, mas também com assuntos que dizem respeito a higiene do trabalhador”. O médico destacou, ainda, que uma das preocupações constantes é identificar funcionários que estejam com LER, que é a lesão mais comum entre trabalhadores do Amazonas, principalmente, entre operários das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). É dever dele, também, encaminhá-los para o tratamento. “Essa lesão ocorre porque há muito esforço repetitivo e, na indústria, isso é mais comum porque se trabalha com produção em massa”. Acidentes Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, a cada 15 segundos um trabalhador morre de acidentes ou de doenças relacionadas ao trabalho, no mundo. Os acidentes de trabalho matam 321 mil pessoas por ano e as doenças adquiridas no ambiente matam mais de 2 milhões de trabalha dores. O Brasil é o quarto lugar no ranking mundial quando o assunto é acidente com morte. Diante disso, foi instituído o dia 28 de abril como o Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho.
Tuberculose: preconceito é barreira Página 6
F2
Saúde
e bem-estar MANAUS, DOMINGO, 3 DE MAIO DE 2015
João Bosco Botelho
DICAS DE SAÚDE
joaoboscobotelho@gmail.com / www.historiadamedicina.med.br
Construções da saúde no Egito No Egito dos faraós, uma das mais extraordinárias reconstruções das linguagens-cuturas após o sedentarismo, os ventos eram responsáveis pela saúde e doença: “Quanto ao ar que penetra no nariz, ele penetra dentro do coração e nos pulmões e são eles que o distribui para todo o corpo”. Como entre os assírio-mesopotâmicos, contudo, a importância do sangue também estava presente no panteão egípcio. O “Livro dos Mortos” conta como os deuses Hu e Lia surgiram do sangue que corria do pênis de Ra, o do deus-sol, quando ele se mutilou. As múmias mais importantes eram pintadas de vermelho para lhes conferir a força do sangue e amuletos de pedras vermelhas, representando o sangue de Isis, eram usados pela mesma razão. O exame físico dos doentes valorizava a inspeção e a palpação, notadamente, do pulso periférico associado às batidas do coração: “O começo do segredo dos médicos: conhecer os segredos da marcha do coração e conhecimento do coração. Existem vasos que se dirigem para todos os membros. Quanto a isso que todos os médicos ou todos os sacerdotes de Sekhmet ou todos os mágicos, quando colocam os dedos, na cabeça
ou na nuca, ou sob as mãos ou no coração ou sob os dois braços ou sob as duas pernas ou em qualquer parte, ele sente qualquer coisa do coração pelos vasos que vão a cada um dos membros, é de lá que ele fala dentro dos vasos de cada membro (Papiro de Ebers 854 a).” Um aspecto fascinante nos primeiros registros das práticas médicas, no sedentarismo, é a complexa relação entre as idéias e crenças religiosas e a medicina. Mesmo com a forte presença e deuses e deusas curadoras, a semiologia baseada na inspeção, palpação e ausculta valorizava sinais e sintomas até hoje valorizados: a dor, nível da consciência após o trauma, coloração da pele, hematomas, paralisias e o aspecto da urina e fezes. Entre os principais grupos de doenças descritas é possível distinguir: - Cardio-vasculares, relatos precisos da palpitação e da insuficiência cardíaca com edema pulmonar e aumento do volume do fígado; - Pulmonares, agrupadas sob a designação de tosse; no papiro de Ebers, números 326 a 335, consta um quadro clínico semelhante à asma sob o nome gehoul; - Anais e perianais, a maior parte da população no Egito antigo habitava áreas de pântanos e várzeas, junto com animais de
pastoreio, com infestação de parasitas intestinais; Apesar das dúvidas quanto aos motivos, a circuncisão era praticada, no Egito, desde as primeiras dinastias. As provas evidentes desse fato podem ser encontradas nas pinturas ou esculturas onde o pênis é representado sem prepúcio. Intimamente relacionada à crença do renascimento, a mumificação alcançou extraordinário desenvolvimento. Imediatamente após a morte, o cadáver era entregue aos especialistas que procediam ao embalsamamento, resultando em extraordinário conjunto de ações com os objetivos de conservar, separadamente, o corpo e as vísceras. O rito compreendia: extração do cérebro liquefeito pelo nariz com a ajuda de instrumentos pontiagudos, retirada dos órgãos do abdome e tórax por meio de incisão no flanco direito. As vísceras eram tratadas e depositadas em vasos funerários que variavam segundo as posses da família do morto. Nessa condição, o corpo era submergido em banho de natrão (carbonato de sódio natural), por setenta dias. O corpo desidratado era cuidadosamente envolto, em vários planos, com tiras estreitas de panos impregnados com resina.
João Bosco Botelho Membro Emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
As múmias mais importantes eram pintadas de vermelho para lhes conferir a força do sangue e amuletos de pedras vermelhas”
Tapioca: solução para quem quer tirar o pão da dieta O alimento é natural e um perfeito substituto do pão e do glúten, um dos principais vilões para quem pretende perder peso e substância que está presente em um dos principais alimentos da mesa dos brasileiros, o pão. Sem abrir mão do sabor, a pessoa que escolhe fazer a troca do pão pela tapioca, ainda encontra outras vantagens, como explica a nutricionista do Hapvida Saúde, Gabriela Silva, “A tapioca substitui o carboidrato do pão, sem o glúten, com a quantidade de calorias reduzida e com mais nutrientes. Enquanto o pão tem cerca de 130 calorias, a tapioca tem em média 80”, diz.
Humberto Figliuolo hfigliuolo@hotmail.com
A busca incessante No afã de amenizar a vida e suprimir desconfortos e dores, o homem descobriu substâncias eficazes, mas que, infelizmente, num uso desvirtuado, podem escravizar física e emotivamente os indivíduos. Pessoas de todas as classes sociais têm usado tais drogas, destes tempos imemoriais. Não há provas de que haja algum grupo étnico imune à toxicomania. A busca incessante ao mundo dos tóxicos é preocupante. De que maneira chegou à adolescência? Alguns adolescentes com personalidades instáveis, desgostosos, céticos e desanimados, são formados em lares cheios de atritos e discordâncias e, se tornam facilmente sugestionáveis e influenciáveis às amizades nocivas que abrem as portas para o uso das drogas. Assistimos impassíveis a uma modificação irreversível que idêntica a erva de passarinho vai envolvendo essa incauta juventude. Os jovens tornaram-se um grupo social: têm modos próprios de vestir, de falar, de se expressar. Tem gostos e modos que a converteram num mercado consumidor amplamente explorado. Têm um lugar à parte na opinião pública, mas não conseguiu o seu próprio lugar, isto é, desencontrada e perdida, vive à mercê dos seus
“invisíveis” exploradores. Um dia sem desconfiar de nada, é abordado por alguém que lhe oferece uma passagem grátis para o tal mundo fantástico. Do cigarro à bebida alcoólica. Da “bolinha” (anfetamina) para o cigarro de maconha o caminho oferece mil perigosos atalhos, onde a diversidade das drogas se torna mais evidente. De principio o ingênuo candidato ao vício, nada percebe e nada sente, a não ser uma tosse impertinente. Quando menos ele nota já está levando os cigarros de maconha para casa. Torna-se arredio, trancase em seu quarto e coloca música muito alta e ali permanece horas e horas. Os pais começam a desconfiar da mudança de comportamento do filho, mais nada fazem devido a agressividade do filho. As peças de valores começam a desaparecer. Os pais aflitos procuram ajuda para o filho, mas os resultados são pífios. Ao final, normalmente o filho sai de casa e vai envolver-se com outros dependentes que, atinge mais de um milhão de brasileiros. A droga não só acaba com a vida deles: ela é devoradora para as famílias. A dependência química é catalogada pela OMS como doença fatal e primária, ou seja, não é decorrente
de nenhuma outra e, ao contrário desencadeia outras moléstias. Dados da mesma fonte mostram que a dependência química é a oitava causa para solicitação de internação hospitalar, sendo ainda responsável por 64% dos homicídios, 39% dos estupros, 80% dos suicídios, 60% dos casos de agressão a crianças, de 35% a 64% dos acidentes de trânsito, além do afastamento do trabalho. Se as medidas de controle, fiscalização e repressão são oportunas e necessárias, bem como a difícil tarefa de reabilitar os dependentes em drogas, a nossa esperança maior está na prevenção. Prevenção é educação. Se conseguirmos avançar um passo, significará importante vitória na luta do homem frente à dramática realidade das drogas, mesmo porque, só os governos não reconhecem que a maioria esmagadora da população brasileira está privada dos direitos à saúde, educação, segurança, transporte e trabalho. Como sempre o clientelismo e o fisiologismo, falam mais alto. O futuro está mais que ameaçado. “Dois terços da humanidade não comem e um terço não dorme com medo da revolta daqueles que não comem” Josué de Castro.
Alerta para o consumo de bebidas light, zero ou diet Humberto Figliuolo farmacêutico
Prevenção é educação. Se conseguirmos avançar um passo, significará importante vitória na luta do homem frente à dramática realidade das drogas”
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) publicou uma pesquisa que 53 bebidas que utilizam edulcorantes (adoçantes), entre refrigerantes, chás, refrescos em pó e bebidas à base de soja. O órgão constatou que a quantidade utilizada está dentro do limite estipulado pela legislação, mas isso não significa que o consumo não deva ser moderado. O consumo exagerado pode ser extremamente prejudicial à saúde. Isso porque alguns adoçantes estão relacionados também a doenças crônicas, pois aumentam a intolerância à glicose e alteram os microrganismos do intestino, influenciando, assim, na absorção de nutrientes.
Expediente Editor Mellanie Hasimoto mellzis@gmail.com Repórter Alik Menezes
Revisão Dernando Monteiro
Diagramação Leonardo Cruz
www.emtempo.com.br
e bem-estar
F3 DIVULGAÇÃO
Saúde
MANAUS, DOMINGO, 3 DE MAIO DE 2015
Dietas com baixa ingestão de carboidratos Circula entre os praticantes de atividade física o mito de que fazer os exercícios em jejum garante uma perda rápida da gordura corporal
C
om a busca pelo corpo perfeito, sempre presente no desejo de homens e mulheres, as dietas com baixa ou nenhuma ingestão de carboidratos ganharam fama entre os praticantes de exercícios físicos. Mas, de acordo com a bioquímica Carolina Ynterian, atuais estudos científicos confirmam que realizar qualquer atividade física em jejum, pode causar sérios problemas de saúde. Além de não ser recomendado, gera sobrecarga cardíaca por elevar mais rápido a adrenalina, e pode levar a hipoglicemia, causando resistência à insulina, entre outros. “São as chamadas dietas cetônicas, em que o consumo de carboidratos é limitado ou zero, buscando a perda de peso. Uma dieta em que a ingestão de carboidratos não passe de 100g pode ser classificada como cetônica”, diz Carolina Ynterian. O princípio dessa dieta, completa a especialista, é simples: na falta da glicose de carboidratos, o organismo queima a gordura como fonte de energia. “Todas as dietas que visam à metabolização de gordura como fonte primária de energia, independentemente de suas variações, o fazem ativando o sistema de cetogênese do corpo. Isto pode ser feito durante algum tempo e deve ser monitorado para que o corpo não corra riscos, como a cetoacidose”, ressalta. Isto resulta na produção de corpos cetônicos pelo fígado, posteriormente secretados na urina, causando cetonúria. O corpo somente utiliza esta fonte alternativa de obtenção de energia em caso de falta de glicose. No caso de diabetes isto ocorre, pois a glicose tem dificuldade de ser internalizada nas células. No caso de uma dieta com grandes restrições de carboidratos ou em jejum muito prolongado isto ocorre pela falta de glicose. Muitas das dietas utilizadas hoje em dia induzem propositalmente o corpo a
metabolizar as gorduras pelo controle rígido na ingestão de carboidratos. “Isto pode ser feito desde que recomendado por um médico e intensamente monitorado por exames laboratoriais ou autotestes, mas jamais realizar exercícios físicos em jejum absoluto”, alerta. Sem restrições Sempre há algum vilão que protagoniza os regimes alimentares: já foi o chocolate, o ovo e desde 2013 o carboidrato. Dietas que restringem este nutriente da alimentação e prometem resultados milagrosos em pouco tempo têm conquistado muitos adeptos. “Esses modismos que defendem a restrição de um ou outro tipo de alimento podem acarretar em carências nutricionais importantes e precisam ser olhadas com muito cuidado”, explica a nutricionista Alessandra Godoy. O endocrinologista Bruno Halpern afirmou que reduzir os carboidratos simplesmente não é uma estratégia efetiva se não houver restrição calórica. “Não há evidências suficientes para recomendações a favor ou contra o uso dessas dietas. Dentre os estudos já publicados, a perda de peso em indivíduos submetidos a estas práticas estava associada à menor ingestão calórica e mudança nos hábitos para a prática de atividades físicas.”, explica Halpern. O carboidrato é a nossa principal fonte de energia, que garante o funcionamento do metabolismo de forma eficiente e, em falta, resulta em cansaço, fadiga muscular, alteração do sono, câimbras e perda de massa muscular. Por isto a importância da oferta adequada dos carboidratos como arroz, trigo, milho e seus derivados – massas, pães, bolos e biscoitos, que também são fontes de proteínas vegetais, vitaminas e sais minerais.
A recomendação indiscriminada para restrição de carboidratos não tem respaldo na ciência da nutrição
DIVULGAÇÃO
ALIMENTAÇÃO
Café da manhã mais equilibrado Você já deve ter ouvido falar que o café da manhã é uma das refeições mais importantes do dia, certo? Mas você sabe por quê? Durante o sono, o organismo continua trabalhando para manter as funções básicas como a respiração, os batimentos cardíacos e a circulação do sangue. Por isso, o café da manhã é fundamental para repor as energias do corpo e da mente e funciona como um combustível, necessário para pensar, trabalhar e realizar todas as atividades com mais disposição ao longo do dia. Com a rotina mais corrida, esta refeição acaba sendo substituída por alguns minutinhos a mais de sono ou por algum compromisso, o que pode prejudicar a saúde e comprometer a produtividade do dia. Segundo a nutricionista Laís
Aliberti, “incluir alimentos de todos os grupos alimentares é essencial. Opte por alimentos que contenham carboidratos e fibras (como pães integrais, aveia e mix de cereais), vitaminas e minerais (abundantes nas frutas), proteína e cálcio (presentes nos leites e derivados, ou alimentos vegetais, como à base de soja, por exemplo) além de alimentos fontes de gorduras “boas” como castanhas, sementes e creme vegetal”. A profissional diz, ainda, que uma alimentação variada é indispensável para fornecer a energia adequada e também nutrientes importantes, como ômegas 3 e 6, cálcio, ferro, fibra, vitamina D, vitaminas do complexo B, ácido fólico, magnésio, e zinco. “Além disso, estudos indicam que aqueles que fazem o café da manhã tendem a
consumir menos gorduras saturadas e maior quantidade de fibras, o que é favorável para a redução do risco para doenças crônicas, como as cardiovasculares, por exemplo”, explicou. Estudos mostram que quem toma café da manhã, independente da idade, tende a participar de atividades físicas regulares, escolher alimentos mais saudáveis e não fumar. Ainda, indicam uma ligação benéfica com a saúde, incluindo a melhora no desempenho cognitivo e a redução do risco de doenças crônicas, como a diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares. Tanto os adultos como as crianças que consomem refeição matinal regularmente tendem a ter um peso corporal mais saudável, o que é fundamental para manter a saúde do coração.
Quem toma café da manhã tem tendência a fazer escolhas mais saudáveis, como náo fumar
F4
Saúde
e bem-estar
Cosméticos também podem oferecer perigos à Alergias podem aparecer e não há como prever; é importante ter atenção quanto à validade e composição dos produtos que você tem em casa
A
pele é o maior órgão do corpo humano e um dos mais complexos. Exerce a função principal de revestimento, protegendo o corpo contra agressões do meio ambiente e funções sensoriais, além de ter o seu importante papel na regulação térmica, defesa orgânica e controle do fluxo sanguíneo. Entretanto, seus vilões, por vezes inevitáveis, são silenciosos, e podem estar escondidos onde menos imaginamos: em produtos de beleza. O uso de cosméticos que já perderam a validade, por exemplo, pode trazer riscos à saúde, sim. Segundo a dermatologista Danielle de Brito Silva, do Hapvida Saúde, quando a validade de um produto — sejam produtos de cabelo, cremes para a pele ou maquiagens — vence, significa que os ativos da fórmula e os conservantes adicionados a ela perderam a função. “Não só o produto deixa de fazer efeito, mas também a chance de contaminação fica muito maior. Cosméticos, por si só, já são um ótimo meio de cultura para fungos e bactérias. Os conservantes são colocados na fórmula para evitar isso, por isso é importante respeitar a validade”, diz a médica. Atenção A validade tem que ser levada a sério, embora exista uma margem de segurança de duas semanas, em média, para o seu desuso. Um cosmético já vencido, seja creme ou maquiagem, não oferece garantia da eficácia dos ingredientes empregados. Ele pode sofrer oxidação, o que acarretaria problemas como alergias, coceiras, vermelhidão, inchaço, descamações e até bolhas e queimaduras. No couro cabeludo e nos cabelos, podem ocorrer irritações, piora da caspa, aumento da oleosidade e ressecamento dos fios. No caso de produtos usados nos olhos, como rímel e lápis de olho, o perigo é ainda maior: existe risco de conjuntivite e até infecção na córnea. Se não houver cuidado, a alergia pode evoluir para algo mais sério, infecionando a lesão e necessitando de tratamento com antibióticos. Além disso, a empresa fabricante não dará garantia ou suporte caso haja alguma reação. O contato com o oxigênio do ar, a temperatura e a luminosidade são fatores degradantes que se intensificam com o passar do tempo. Se o produto em
saúde
questão estiver sendo utilizado em algum tratamento, como cremes clareadores de manchas, ao invés de ajudar, pode agravar a condição clínica (escurecendo a pele, por exemplo), devido à sensibilização dermatológica. “A recomendação é sempre procurar um médico, e a partir daí se descobrirá o porquê da irritação para poder tratar”, salienta Danielle. É preciso prestar atenção ainda, que mesmo cosméticos dentro da validade podem estragar. Isso ocorre porque, às vezes, a embalagem não é bem fechada, é guardada em lugar inadequado ou ainda porque houve a contaminação por bactérias que passam das mãos para o produto. Por isso, é importante ficar atento à aparência, consistência, cor e cheiro. Sinais Com uma oferta cada vez maior desses produtos, aumenta também o número de substâncias diferentes em contato com a pele e, consequentemente, a possibilidade de alguma alergia ser desencadeada. A estudante Ingrid Andressa sofria com descamações, coceira e vermelhidão nos dedos das mãos e demorou para descobrir a causa. “Depois de muito tempo com o acompanhamento de dermatologistas e um alergista, recentemente descobri a que tinha alergia através de um teste de
contato. Era à substância thimerosal. Para as reações alérgicas sumirem, tenho que passar pelo menos três meses sem pegar nela, que está presente em muita coisa, de cosméticos a medicamentos. Estou aprendendo maneiras de como evitar o seu uso ou substituir os produtos que eu antes utilizava”, conta. Raramente alguém descobre uma alergia antes, o comum é que descubram no momento do contato. No entanto, é possível se prevenir. A orientação é que ao utilizar um produto novo, deve-se colocar uma pequena quantidade no antebraço e aguardar por algumas horas. Repita por mais dois dias e, se não aparecer nenhum sinal de irritação, é sinal de que se pode usá-lo normalmente.
MANAUS, DOMINGO, 3 DE MAIO DE 2015
F5
Quando ocorrer uma crise alérgica, observe como se dá a irritação, quando ocorre e após qual cosmético ela começou
Sensibilidade A alergia pode ocorrer com cremes, xampus, maquiagens, desodorantes, perfumes, e até a esmaltes de unhas. A boa notícia é que existem marcas que possuem produtos na versão antialérgica. A notícia ruim é que não há tratamento. “Uma vez alérgico ou intolerante a algo, sempre alérgico. O que existem são formas de evitar ou acalmar as crises, com a substituição de produtos por outros ou o uso de antialérgicos e cremes com cortisona”, explica Danielle. “Pode-se também não ter alergia a determinada substância e em determinado momento desencadear uma hipersensibilidade. Não somente no uso externo, mas como oral também. Isso acontece porque o organismo começa a estranhar determinado conteúdo, reconhecendo-o como um corpo estranho, e inicia um processo alérgico,
o que não é tão raro. As vezes num primeiro contato, o organismo não reconhece, e a medida que você vai expondo-lhe àquela substância, um contato mais frequente pode fazer com que organismo reconheça aquilo como estranho ou não”, complementa. Testes Fabricantes procuram abolir de suas fórmulas cerca de 100 substâncias já conhecidamente irritantes. Seus produtos são testados para garantir um baixo índice de reações alérgicas. Todos os testes e resultados são submetidos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorização da comercialização. Os rótulos de produtos hipoalergênicos deverão apresentar, obrigatoriamente, a expressão “este produto foi formulado de maneira a minimizar possível surgimento de alergia”. Cuidado, também, com pincéis, esponjas e aplicadores que, se não estiverem limpos, podem causar alergia devido à presença de fungos e bactérias. Evite maquiagens sem descrição da composição no rótulo.
F6
Saúde
e bem-estar MANAUS, DOMINGO, 3 DE MAIO DE 2015
Tuberculose tem
cura
Preconceito é o maior obstáculo ao tratamento. Médicos alertam que é preciso fazer o tratamento até o final ALIK MENEZES Especial EM TEMPO
E
DIVULGAÇÃO
xistem muitos tipos de doenças e algumas delas, infelizmente, ainda não têm cura. Muitas outras têm, mas por preconceito e falta de informação, são tratadas por parte da população como enfermidades incuráveis. A tuberculose é uma delas, e a ignorância com relação à doença pode dificultar e até prejudicar tratamento que, se seguido corretamente, dura no máximo seis meses. A secretária executiva M.S.G, 30, sentiu na pele o preconceito das pessoas e dela mesma. A jovem identificou que algo estava errado quando percebeu que estava Estima-se que mais ou menos 30% da população mundial esteja infectada, embora nem todos venham a desenvolver a doença
há mais de três semanas tossindo bastante. “Quando pensei em três semanas de tosse, logo associei a doença e me desesperei”, lembrou a secretária. De acordo com M.S.G, o momento inicial foi de muito sofrimento. Ela imaginou que a doença não tinha cura e que também seria contagiosa. Diante disso, ela optou por não contar aos familiares e amigos, e até evitou procurar atendimento médico especializado. “Eu não sabia o que fazer. Eu só pensava que se contasse para minha família, eu seria evitada. Criei coragem e fui ao médico, quando foi diagnosticada com a doença”. Ela foi orientada pelo profissional que a doença possui cura e que seu tratamento é de seis meses. Mas que precisa de cuidados específicos. “O médico foi muito atencioso.
NÚMEROS
A tuberculose, transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch, é provavelmente a doença infecto-contagiosa que mais mortes ocasiona no Brasil Tirou todas as minhas dúvidas, me encorajou a iniciar o tratamento e não desistir. Além de, também, me incentivar a contar para minha família, que me apoiou e me ajudou”, relembrou. Transmissão De acordo com a infectologista e diretora do Centro de Referência em Pneumologia Sanitária Cardoso Fontes, Irineide Antunes, a falta de informação dificulta o tratamento. “Tuberculose tem cura, mas também mata se não for tratada”, afirmou. A tuberculose é uma doença causada pela bactéria chamada de bacilo de Koch, transmitida de uma pessoa para outras, por meio da tosse, espirro e fala. “Esse vírus se instala no organismo pelo oxigênio que é respirado, ou seja, se uma pessoa que está com tuberculose, que não esta fazendo o tratamento, tosse e outras respiram essa bactéria serão infectadas.
Personal Fitness Club www.personalfitnessclub.com.br
Ela se instala, principalmente, nos pulmões, mas pode se alojar em outros órgãos do corpo”, explicou. De acordo com Irineide, tosse por mais de três semanas pode indicar que o individuo está infectado. Além de febre no fim da tarde e falta de apetite. A tosse pode vir com secreção, pode ser seca e até com sangue. “Sem duvida a tosse é o primeiro indicativo. Ao identificar, é preciso ir ao posto médico mais próximo para fazer o exame. Se lá não fizerem, irão indicar o local especializado”. A médica alertou, ainda, que ambientes fechados com grande número de pessoas, como presídios, o risco de contaminação é maior. “Esses ambientes fechados são propícios para que haja contaminação se houver algum infectado lá e que não esteja passando por tratamento”. Informação Para a especialista o preconceito em torno dessa enfermidade pode prejudicar a cura, já que muitas pessoas ainda acham que a doença é incurável e, por isso, quando descobrem que estão doentes a tendência é esconder dos parentes e amigos. “É uma doença contagiosa, sim. Mas, quando alguém identificar que está contaminado, ele precisa contar para outras pessoas. Os indivíduos mais próximos como parentes precisam se submeter ao exame porque podem estar doentes também”, orientou. Segundo Irineide, o Amazonas é o primeiro Estado brasileiro em incidência de tuberculose. Ela afirmou que a maior dificuldade é a logística, muitas pessoas não tem como vir a Manaus e manter o tratamento. Em outros casos, em municípios que têm unidades de saúde, muitas pessoas desistem do tratamento. O índice de cura no Estado é de 70%, enquanto que o Ministério da Saúde afirma que o ideal seria 85% de cura. “A capital é onde tem a maior número de casos: cerca de 70% dos contaminados do Estado estão em Manaus, onde existem muitas unidades de saúde para fazer o tratamento. Mas muitas pessoas desistem do tratamento porque é longo”, lamenta.
Anne Rosely Silva Otani
Musculação para crianças e adolescentes Tem sido crescente a adesão deste público nas academias , e vale ressaltar que isso é bem satisfatório acerca das capacidades e benefícios desenvolvidos com a prática desta modalidade . Entretanto, devese levar em consideração que esses indivíduos estão ainda em fase de cresci-
mento e todo trabalho deve ser bem orientado por um profissional registrado pelo Conselho Regional de Educação Física. Outro ponto importante é adaptar o treinamento às condições individuais da criança e do adolescente, voltando sempre a atenção para a técnica correta de
execução das atividades, quantidade de peso e a sua motivação para a execução dos exercícios. Temos, na musculação, total controle sobre a carga utilizada, tempo de descanso e intensidade do treinamento, com foco no objetivo da pessoa que a pratica. Além de não haver grande
impacto sobre as articulações quando praticada de forma correta, a musculação para os mais jovens pode gerar os ganhos desejados sem riscos à integridade do praticante.Sendo assim, a prática para este público é bastante benéfica, desde que haja um bom acompanhamento especializado.
Pós-graduada em Reabilitação cardíaca e grupos especiais
Saúde
MANAUS, DOMINGO, 3 DE MAIO DE 2015
e bem-estar
F7
Disfunção erétil já atinge 15 milhões de brasileiros Devido ao impacto da vida profissional na qualidade de vida, muitos estão desenvolvendo a disfunção
J
á chega a 37,3% o número de famílias chefiadas por mulheres, de acordo com o Censo 2010. Com o papel da mulher redefinido na sociedade, nada mais justo que dividir as responsabilidades domésticas com os homens, que também acumulam funções. E, com esse novo contexto familiar, onde a agenda está sempre cheia, o homem precisa estar atento para não negligenciar a saúde física e psicológica. Principalmente os
mais de 35 milhões de brasileiros que têm acima de 40 anos, época em que problemas de saúde relacionados à idade começam a aparecer, entre eles a disfunção erétil (DE). De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a DE afetará cerca de 322 milhões de homens até 2025 em todo mundo. No Brasil, a doença já atinge cerca de 30% da população
masculina economicamente ativa, o que representa cerca de 15 milhões de homens. “Há diversas causas para a disfunção erétil. Na de causa orgânica é diagnosticada uma debilidade física, normalmente atrelada ao estilo de vida do paciente com alguns fatores de risco como pressão alta, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo e tabagismo.
Das causas psicológicas, uma delas está relacionada ao acúmulo de tarefas masculinas e ao novo papel do homem na sociedade”, alerta o urologista Eduardo Bertero, urologista. A dica para ambos os casos é a prática de atividade física, adoção de alimentação saudável, moderação no consumo de be-
bidas alcoólicas e fim do tabagismo. “Se o problema persistir, o ideal é consultar um urologista, que irá indicar o tratamento adequado para cada caso. É possível
também o encaminhamento para um profissional da área de saúde mental, como um psicólogo ou um psiquiatra, por exemplo”, completa. Uma pesquisa recentemente divulgada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), realizada em vários estados do país com homens entre 40 e 69 anos, mostrou que 59% deles já tiveram ou têm algum problema de ereção durante o ato sexual. Quanto às parceiras, 54% admite que já passaram pela experiência do companheiro não conseguir ter ereção.
DIVULGAÇÃO
As causas da disfunção erétil podem ser orgânicas ou psicológicas
DIVULGAÇÃO
VISÃO
Sensibilidade pode indicar doença ocular, mas lentes fotossensíveis minimizam sintomas
Fotofobia: alerta para sintomas A fotofobia é um problema bastante comum. Tratase de um desconforto visual gerado quando as pessoas olham diretamente para a luz ou se deslocam e permanecem em um ambiente de maior claridade. Essa sensibilidade à luz está normalmente associada a fatores que vão desde pequenas irritações momentâneas até doenças oculares mais graves, como catarata. A médica oſtalmologista e diretora da Sociedade de Oſtalmologia Pediátrica Latino-América Marcia Beatriz Tartarella alerta para a importância das pessoas procurarem um médico, sempre que notarem sintomas de fotofobia. “Qualquer alteração nos olhos deve ser investigada,
pois o ser humano utiliza a visão em cerca de 80% de suas atividades diárias”, aconselha a médica. Sensibilidade a luz O grau de fotofobia, segundo a especialista, varia individualmente de acordo com a quantidade de luminosidade tolerável a cada um. Quem possui albinismo ou olhos claros, por exemplo, é mais propenso em virtude da quantidade menor de pigmento na íris, o qual ajuda a proteger no momento de enxergar em espaços de iluminação mais intensa. Outros, porém, podem começar a apresentar a sensibilidade a partir de uma situação específica, como uma poeira ou cisco que
gera uma inflamação, uma conjuntivite, uma úlcera na córnea causada pelo uso incorreto de lentes de contato e a ceratite, que é o ressecamento da córnea ocasionado, principalmente após longa exposição em frente à tela de computadores ou equipamentos eletrônicos. “Uma boa maneira de prevenir a fotofobia é utilizar lentes fotossensíveis, já que elas ajudam a ajustar a incidência da luminosidade nos olhos ao se adaptarem com a quantidade de luz do ambiente”, afirma Marcia Beatriz Tartarella. “Além disso, as lentes fotossensíveis são uma proteção para os olhos a longo prazo por bloquearem os raios UVA e UVB”, completa.
F8
Saúde
e bem-estar
MANAUS, DOMINGO, 3 DE MAIO DE 2015
Riscos de AVC durante a prática de esportes Médico neurologista orienta atletas amadores e profissionais sobre a importância de exames preventivos para evitar acidentes vasculares cerebrais
Q
ue esporte e saúde são aliados, todos sabem. Mas há casos em que a prática esportiva pode até ser fatal. Segundo o neurocirurgião e professor de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Feres Chaddad Neto, não é incomum a ocorrência de AVCs, sigla para Acidente Vascular Cerebral, durante partidas e exercícios físicos. A boa notícia é que esse risco pode ser evitado. Cerca de 5% da população têm aneurisma, ou seja, uma malformação nas artérias cerebrais. “A maioria das pessoas vai viver com ele sem nenhum problema, mas, caso ele se rompa, pode ser fatal ou deixar sequelas”, explica.
Uma das causas do rompimento de aneurismas cerebrais é justamente a hipertensão arterial. “Durante a prática esportiva, há picos de pressão. Caso a pessoa tenha um aneurisma, correrá mais chances de que ele se rompa, gerando uma hemorragia cerebral, conhecida popularmente como derrame”, completa Chaddad Neto. Foi esse o caso do lutador de MMA Leandro Caetano de Souza, o Leandro Feijão, que morreu vítima de um aneurisma aos 26 anos, em 2013, na véspera de entrar no ringue. Segundo Chaddad Neto, há ainda os AVCs isquêmicos, que é a falta de sangue no cérebro, causados por um trombo (coagulação do sangue dentro de um vaso sanguíneo). Foi o que aconteceu com a jogadora da Seleção Brasileira de Handebol, Daniela Piedade, em 2012, durante o aquecimento para uma partida. Cuidados essenciais Para o neurocirurgião, é fundamental que profissionais do esporte, treinadores, diretores e presidentes de clube, bem como qualquer pessoa que pratique esporte, realizem exames preventivos. “Da mesma maneira que se faz exames para ver a situação cardíaca antes de se praticar esporte, é importante também ver como está a saúde do cérebro”. Para o especialista, “um clube de futebol de elite deveria proporcionar a angiotomografia de todos os jogadores. Dessa maneira, seria possível diagnosticar a existência de aneurisma antes de seu rompimento, que poderá ser corrigido via cirurgia”, reitera Feres. No caso de atletas amadores, a recomendação é particularmente válida quando há casos de aneurisma na família, pois há mais risco de sua incidência. Risco para os jovens O risco de acidentes vasculares cerebrais em jovens é bastante grande, pois, diferentemente de pessoas mais velhas, ainda não desenvolveram plenamente a circulação colateral. Um atleta tem um bom fluxo sanguíneo, uma circulação adequada, mas pode não ter uma circulação colateral desenvolvida, que são vias alternativas para a chegada do sangue ao cérebro. “Assim como um rio vai criando caminhos quando encontra barreiras, também no ser humano o sistema circulatório vai buscando canais opcionais de fluxo sanguíneo quando há obstrução por placas de gordura, por exemplo. Nas pessoas mais velhas, há a circulação colateral, que ainda não foi desenvolvida no jovem, mesmo que este pratique esportes”, diz o médico. O neurocirurgião, contudo, destaca a importância da prática esportiva regular para uma saúde melhor, inclusive para se evitar AVCs. “A atividade física traz inúmeros benefícios: aumenta os níveis de HDL (lipoproteína de alta densidade, o “bom colesterol”); regula o açúcar no sangue, reduzindo o risco de diabetes; melhora a capacidade mental, como reflexos mais rápidos, maior nível de concentração e memória mais apurada; fortalece os músculos e a manutenção da massa óssea, fundamentais para retardar o envelhecimento; alivia o estresse e a ansiedade; melhora a qualidade do sono, além de ajudar na autoestima”, reforça Feres Chaddad Neto. “Portanto, para usufruir de todos esses benefícios sem riscos, antes de iniciar uma atividade desportiva, convém incluir o exame vascular do cérebro como quesito da avaliação física.”