Saúde - 26 de abril de 2015

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Caderno F

MANAUS, DOMINGO, 26 DE ABRIL DE 2015

DIVULGAÇÃO

Saúde

e bem-estar

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(92) 3090-1017

Vacinação também é para adultos Páginas 3

Ansiedade: o mal do século

Relacionada com o mal-estar, insegurança, incertezas pessoais e profissionais, a doença atinge uma parcela considerável da população ALIK MENEZES ESPECIAL EM TEMPO

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coração bate mais acelerado, as mãos transpiram mais do que o normal, aquela sensação de aperto no peito, e até vontade de desaparecer. Esses são alguns dos sintomas que denunciam a possibilidade de você estar sofrendo com o que os especialistas chamam de o “grande mal do século”: o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Profissionais da psicologia afirmam que essa e uma doença mais comum do que se imagina, mas que, com tratamento adequado, é possível lidar e conviver com o TAG. Esse transtorno transformou a vida da universitária Alessandra Silva, 23. A jovem, que sempre teve muitos compromissos e fazia o possível para cumprir todos, há alguns anos sentia todos os sintomas descritos. “Eu sempre me comprometi com muitas coisas, muitas atividades, e eu até gostava de realiza-las. No entanto, quando sentia que a cobrança aumentava excessivamente, dei uma surtada. Me sentia muito ruim e não sabia direito o que era. E, além de tudo, ainda tinha muita vergonha de falar o que estava sentindo e medo de que as pessoas não me entendessem”, lembra. A gota d’água para Alessandra foi perceber que, por muitas vezes, não sentia nem vontade de sair de casa. Decidiu,

então, procurar ajuda profissional. “Eu percebi que algo não estava certo e que precisava de ajuda. Se eu não decidisse tomar uma atitude ainda seria refém dessa ansiedade”, conta. Ação e reação Segundo a psicóloga e professora universitária Iolete Ribeiro da Silva, a ansiedade é uma reação normal diante das situações do cotidiano que podem provocar medo, dúvida e expectativa como, por exemplo, o nascimento de um filho. “Situações como uma prova, uma entrevista de emprego, e uma cirurgia podem gerar ansiedade. Nessas situações, é importante que a pessoa se prepare para enfrentar esses momentos e conseguir se ajustar às circunstâncias novas. No entanto, podem ocorrer exageros nessa reação. Segundo o Manual de Diagnóstico de Doenças Mentais (DSM IV), o transtorno da ansiedade generalizada (TAG) é um distúrbio caracterizado pela ‘preocupação excessiva ou expectativa apreensiva’”, explicou. Apesar de a definição parecer simples, a ansiedade, completa Iolete, é persistente e de difícil controle. “Perdura por seis meses, no mínimo, e vem acompanhada por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono”, disse. As pessoas com TAG possuem um histórico de ansiedade ao longo da vida. A psicóloga Iolete Silva ressalta, ainda, que esse transtorno é multidimensional e envolve o sistema fisiológico, o cognitivo e o comportamental. “Por conta disso, os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas, geralmente, alguns sintomas podem ajudar a identificar o transtorno. Além dos que citei antes, pode haver palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão

arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito, e dores musculares”, destaca. O tratamento para o transtorno pode ser feito com medicação e terapia. “O tratamento do TAG pode incluir a prescrição médica de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, e a psicoterapia”, disse Iolete. A psicoterapia, completa a profissional, atua de forma a desenvolver estratégias efetivas para lidar com os sintomas da ansiedade. “As técnicas psicoterapias ajudam a mudar a interpretação das preocupações, ensinam a relaxar e ter autocontrole”, completa. Alternativas e bem-estar A ansiedade, transtornos e problemas emocionais estão associados muitas vezes com medo, mal-estar, insegurança, incertezas, desconforto, entre outros. A forma mais comum para cuidar desses distúrbios é mesmo o uso de medicamentos indicados pelo médico, além do acompanhamento de um especialista. Entretanto, incluir na rotina exercícios de respiração, técnicas de relaxamento como descansar a mente por alguns minutos durante o dia são fatores que influenciam consideravelmente no tratamento da doença. “Além de medicamentos a prática de atividade física é recomendada, pois os exercícios elevam a produção de serotonina”, ressalta o farmacêutico Marcos Dávida Júnior. Após o diagnóstico, a universitária Alessandra Silva seguiu as orientações do profissional e tomou medicação durante um mês. “Não gostava dos remédios, então decidi praticar atividades físicas. Quando todas aquelas sensações surgiam, eu ia para academia malhar, ou ia correr. Até natação comecei a fazer. Passados alguns meses, eu me sinto bem melhor hoje”, comemorou.


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João Bosco Botelho

DICAS DE SAÚDE

joaoboscobotelho@gmail.com / www.historiadamedicina.med.br

O sagrado na terra cultivada A transformação social também chamada de revolução agropastoril do Neolítico se processou como o produto final de combinações de circunstâncias que culminaram com técnicas para retirar da terra parte do sustento, sem dúvida, impondo profundas reconstruções no entendimento das doenças e da saúde. Fortes indícios arqueológicos apontam para a valorização de certos elementos sagrados em torno do entendimento da morte. Alguns continuaram acompanhando as muitas linguagens-culturas nas novas trajetórias de conquistas. O espaço dominante foi deslocado, efetivamen¬te, em direção das terras férteis próximas aos rios e lagos. O lago de Stellmoor, próximo de Hamburgo, na Alemanha, foi especialmente significativo. Muitos objetos, aparentemente sagrados, com datação de 8.000 anos, assegurada pelo carbono 14, foram encontrados enterrados próximos das margens. Um deles despertou muita atenção: a estaca de pinho com um crânio de rena na sua porção mais alta, por certo esculpida por caçadorescoletores, já sedentários, que valorizavam esse animal como fonte de sobrevivência. Em outra área de pesquisa arque-

ológica neolítica, não muito distante da anterior, foi resgatado um tronco de salgueiro com mais de três metros de comprimento, grosseiramente esculpido evidenciando a cabeça e o pescoço de uma figura humana. O simbolismo expresso nos totens está claramente configurado na convivência de dois momentos distintos do universo mítico da préhistória: a divinização do bicho e a do próprio homem. Parece lógico pressupor não ser difícil a quem já tornou sagrado o circundante, tomar para si a sagração. As práticas médicas provavelmente inseridas como especialidade social, nessa fase do desenvolvimento social, sofreram influências das interpretações mágicas da natureza ligadas à terra cultivada: complexo sincretismo das crenças herdadas do nomadismo com as outras, mais recentes, do sedentarismo. As heranças das linguagens-culturas dos caçadores-coletores, ligandoos aos animais, simbolizadas na pintura rupestre do médico-feiticeiro, na gruta Trois Frères, situada na fronteira franco-espanhola, e na escultura da mulher grávida, em processo de parto, mostrando grande edema vulvar, sem conseguir parir, sob a rena de mamas túrgidas, deixaram traços definidos na nova adaptação às mudanças

provocadas pelo cultivo da terra e pelo pastoreio. A divisão de trabalho que se seguiu interferiu decididamente no tipo de doença do homem como conseqüência da aquisição de novos hábitos sociais e da maior intimidade com a terra cultivada, onde vivem a maior parte dos vermes que continuam parasitando humanos e animais. As relações míticas do homem com o animal que predominaram na pré-história foram modificadas com a terra cultivada. A ordem religiosa anterior foi substituída pela solidariedade mística com o vegetal. O osso e o sangue foram deslocados pela terra para o esperma. Ao mesmo tempo, ocorreu a ascensão da mulher no novo espaço social, porque passou a ser reconhecida, tal como a mãe-terra reproduzia o alimento indispensável à vida, como a reprodutora do homem no seu próprio corpo. O simbolismo sexual se tornou evidente nas muitas esculturas dos instrumentos para arar a terra em forma de falo e das figuras femininas obesas com enormes mamas, conhecidas como Vênus pré históricas. O pênis ao penetrar na mulher para fecundar passou a ser comparado ao arado rasgando a mãe-terra para germinar o alimento garantindo a sobrevivência do grupo.

João Bosco Botelho Membro Emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Fortes indícios arqueológicos apontam para a valorização de certos elementos sagrados em torno do entendimento da morte”

Chás para combater os perigos dos radicais livres

O chá ajuda a combater os radicais livres devido a grande quantidade de antioxidantes presentes em sua composição. Os radicais livres estão associados ao desenvolvimento de doenças com câncer, cardiovasculares, entre outros. Além disso, pesquisas associaram o consumo da bebida a uma maior resistência durante os exercícios físicos, principalmente devido ao antioxidante chamado catequina, encontrada no chá verde. Esta substância aumenta a capacidade do corpo em queimar gordura, atuando ainda como um “combustível” que causa maior capacidade muscular.

Humberto Figliuolo hfigliuolo@hotmail.com

Alterações na digestão No corre-corre da vida moderna, nosso sistema digestivo sofre um bocado. Comemos mal, digerimos mal e não adotamos hábitos de vida saudáveis. Gases, prisão de ventre, cólicas, empachamento, azia, disenteria estes sintomas estão entre as queixas mais frequentes. Como prevenir? O estilo de vida das cidades grandes, com muito stress, correria e má alimentação, têm muito a ver com distúrbios gastrointestinais. O estilo de vida que levamos, sobretudo na alimentação, favorece o aparecimento de diversos sintomas. De manhã cedo, por exemplo, mal engolimos alguma coisa e saímos apressados para o estudo ou trabalho, quando a refeição da manhã deveria ser mais substanciosa e mais tranquila, porque ficamos em jejum de sete a oito horas durante o sono e o estomago já se esvazia depois de duas ou três horas. Sem um bom café da manhã, o estômago ficará sozinho até o almoço, com suas próprias secreções algumas de natureza ácida. Isso pode causar gastrites, esofagites, doenças da moda justamente por causa disso. Quando aparece dor, distensão ou sensação de peso na barriga

logo após uma refeição, é natural que a pessoa acredite que tem algum problema no estomago. Essa pessoa pode pensar que tem uma inflamação, isto é, uma gastrite, palavra que significa inflamação neste órgão. O estomago pode ser descrito como uma bolsa muscular forte, recoberta, na sua face interna, por uma camada aveludada, rica em glândulas que, fabricam três produtos importantes: - pepsina, enzima que começa a digestão, isto é, o desmonte químico dos nutrientes presentes na refeição, - acido clorídrico, que também ataca as moléculas dos nutrientes estimula a ação da pepsina, muco, que forra à mucosa e a protege de uma autoagressão isto é impede que a associação cloridro – péptica força a digestão da própria parede. É muito grande a capacidade de recuperação do estomago e a maioria das agressões, mostra recuperação em poucos dias, geralmente se faz orientação apenas na orientação alimentar para evitar o agravamento das condições digestivas. Do mesmo modo que o excesso de gases, a constipação é muito bem resolvida com a mudança de alimentação. Existe hoje um tipo

de prisão de ventre, o das meninas magérrimas candidata a modelo e manequim, que praticamente não comem. E, se não comem, não evacuam. Com esse jejum, o intestino vai se alongando e agravando a constipação. Por isso, deve-se tratar o quanto antes. Também contra a prisão, as armas mais eficientes são as fibras de grãos e cereais integrais, que também podem ser encontrados em frutas e verduras, são uma espécie de vacina contra os males dos intestinos. A medicina não conhece nenhum outro remédio preventivo mais eficiente do que uma dieta rica em fibras. Mas, se o intestino fica sem funcionar mais do que dois dias, um laxante suave, de preferência natural, pode ser indicado. Na outra ponta do processo, as diarreias prolongadas também tem que ser investigadas, porque podem ser indícios de doenças graves. Embora a causa mais comum das diarreias sejam as infecções intestinais. Se você pode comer verduras, frutas, proteínas e carboidratos, indistintamente, você precisa comer um pouco de cada. É isso que se chama de refeição equilibrada.

Comer fora de casa pode aumentar pressão Humberto Figliuolo farmacêutico

O estilo de vida das cidades grandes, com muito stress, correria e má alimentação, têm muito a ver com distúrbios gastrointestinais”

A pressão arterial elevada, ou hipertensão, é o principal fator de risco de morte associada à doença cardiovascular. Estudos têm mostrado que jovens adultos com pré-hipertensão, como é a chamada a condição de pressão arterial ligeiramente elevada, estão em risco muito elevado de desenvolver pressão alta. Comer fora de casa está associado a uma maior ingestão calórica, de gordura saturada e de sal, que os pesquisadores suspeitam serem o causador da pressão alta. O estudo foi feito por pesquisadores da Escola de Graduação em Medicina Duke-NUS, em Singapura, e publicado no periódico “American Journal of Hypertension”.

Expediente Editor Mellanie Hasimoto mellzis@gmail.com Repórter Alik Menezes

Revisão Dernando Monteiro

Diagramação Leonardo Cruz

www.emtempo.com.br


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Adultos também tomam vacina Não costuma ser comum e, muitas vezes, chega até a ser esquecido, mas é importante fazer a manutenção das vacinas ao longo da vida adulta ALIK MENEZES Especial EM TEMPO

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uitas pessoas acreditam que só as crianças necessitam tomar vacinas, por isso é bastante comum encontrar pais em salas de espera de postos de saúde acompanhando seus filhos para que os pequenos cumpram o calendário de vacinas necessárias durante a infância. Contudo, especialistas alertam que, com o passar dos anos, o organismo perde a resposta imunológica e, por isso, a necessidade ficar atento e tomar vacinas. O desinteresse pelas vacinas foi presente por muitos anos na vida da aposentada Maria Oliveira, 66, que não fazia questão de tomar a imunização contra a influenza (gripe). Mas nos últimos anos “saía de uma gripe e entrava em outra. Eu não sabia o

porquê, mas vivia gripada. Eu sempre me alimentei bem, pratico atividades físicas. Não fazia sentido”. A aposentada, então, procurou um médico para entender as causas da doença. “A explicação foi óbvia e eu não via. O médico disse que apesar de me cuidar, eu já estou em uma idade avançada, e ainda que nem eu mesma acredita na idade que tenho, meu organismo precisa de mais imunidade e, logo, das doses de vacina”, riu. “Agora eu não perco uma vacina. No dia marcado, eu estou lá. Tenho meu cartão e fico de olho. Eu amo viver, mas quero viver com saúde. De quê adianta estar viva cheia de doenças? Eu me cuido e não dou oportunidade para a doença”, completou Maria. Atenção De acordo com o infectologista Bernardino Albu-

A manutenção das vacinas ao longo da vida evita diversas doenças graves

querque, algumas vacinas precisam ser tomadas pelo resto da vida, mas por uma questão cultural as pessoas não levam muito em consideração. “O Sistema Único de Saúde disponibiliza muitas dessas vacinas, mas a população costuma procurar apenas quando está precisando”, lamenta. Entre as vacinas o médico destacou a contra influenza; febre amarela; antitetânica; sarampo/rubéola; hepatites A e B;

Recomendações a partir dos 20 A partir dos 20 anos, o Ministério da Saúde indica receber as vacinas contra Hepatite B, Dupla Bacteriana (dT), Tríplice Viral (SCR) e Tríplice Bacteriana Acelular (dTpa), respeitando a necessidade de repetição de doses de cada uma. A falta de controle por meio da carteira de vacinação é um dos fatores que dificultam o cumprimento

do calendário oficial dos mais velhos. Além disso, os maiores acabam dando atenção apenas a campanhas pontuais, como no caso de risco de epidemias por alguma doença imunoprevinível, como ocorreu em 2008 com a Rubéola, ou 2009 com o H1N1. Além de respeitar o recebimento das aplicações, os adultos precisam estar

atentos, também, às doses de cada vacina, para que o tratamento tenha continuidade e efeito. É necessário o reforço da vacina, ou seja, o recebimento das demais doses, quando necessário, para que o nível de anticorpos ideal à memória imunológica seja mantido, a fim de proteger efetivamente o individuo imunizado.

CONFIRA O CALENDÁRIO OFICIAL DE VACINAÇÃO •

20 A 59 ANOS

60 ANOS OU MAIS

- Hepatite B: 3 doses – 0, 30 e 180 dias. - dT (diſteria e tétano, tipo adulto) em não vacinados: 3 doses – 0, 60 e 120 dias (e reforço a cada 10 anos). - Febre Amarela: 1 dose em não vacinados (um único reforço após 10 anos). - SRC (tríplice viral, MMR): 1 dose em não vacinados. - Hepatite B: 3 doses – 0, 30 e 180 dias. - dT (diſteria e tétano, tipo adulto) em não vacinados: 3 doses – 0, 60 e 120 dias (e reforço a cada 10 anos). - Febre Amarela: 1 dose em não vacinados (um único reforço após 10 anos). - SRC (tríplice viral, MMR): 1 doses em não vacinados. - Gripe Influenza: 1 dose anual. - Antipneumocócica 23 Valente Polissacarídica (6): dose única.

diſteria; coqueluche; caxumba; varicela; meningite e HPV. “Algumas dessas podem ser um composto como reforço para as aplicações anteriores, ou seja, elevam a imunidade desses adultos. Veja bem, a vacina da febre amarela tem validade por dez anos, o indivíduo toma e fica despreocupado. Enquanto que a da influenza é anual, por quê? Porque o vírus se renova, então esse cuidado tem que ser cons-

tante para que as pessoas tenham melhor qualidade de vida”, orientou. O médico disse, ainda, que não é costume, mas é muito importante que as pessoas guardem seus cartões de vacina para que o calendário de imunização seja seguido corretamente. “A maioria das pessoas joga fora esse cartão, mas é com ele que nós sabemos quando tomamos cada tipo de vacina. Olha, no caso da vacina da febre

amarela, vale por dez anos, mas como as pessoas perdem ou jogam seus cartões, quando precisam viajar para outro País elas tomam outra dose da vacina, muitas vezes sem a necessidade”. A partir dos 60 anos é necessário a imunização contra a hepatite B (três doses), contra febre amarela (validade por dez anos); influenza sazonal (dose anual) e a contra diſteria e tétano (uma dose a cada dez anos).


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Obesida mas exc Pesquisa do Ministério da Saúde alerta que 52,5% dos brasileiros estão acima do peso, mas também aponta que houve aumento sobre o interesse da população por hábitos mais saudáveis

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índice de obesidade está estável no país, mas o número de brasileiros acima do peso é cada vez maior. Pesquisa do Ministério da Saúde, Vigitel 2014, alerta que o excesso de peso já atinge 52,5% da população adulta do país. Essa taxa, nove anos atrás, era de 43% - o que representa um crescimento de 23% no período. Também preocupa a proporção de pessoas com mais de 18 anos com obesidade, 17,9%, embora este percentual não tenha sofrido alteração nos últimos anos. Os quilos a mais na balança são fatores de risco para doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% dos óbitos no Brasil. “O mais importante para o Brasil neste momento é deter o crescimento da obesidade. E nós conseguimos segurar esse aumento. Isso já é um grande ganho para a sociedade brasileira. Em relação ao sobrepeso, não temos o mesmo impacto da obesidade, de estabilização, mas também não temos nenhuma tendência de crescimento disparando”, destaca o ministro da Saúde, Arthur Chioro. “No Brasil não há tendência de disparos como nos outros países em que o crescimento da obesidade é avassalador. Em

comparação com nossos vizinhos conseguimos deter o crescimento, quando é essa a tendência”, reforça. O índice de obesidade do Brasil está abaixo, por exemplo, da Argentina (20,5%), Paraguai (22,8%) e Chile (25,1%). Excessos Entre os homens e as mulheres brasileiros, são eles que registram os maiores percentuais. O índice de excesso de peso na população masculina chega a 56,5% contra 49,1% entre elas, embora não exista uma diferença significativa entre os dois sexos quando o assunto é obesidade. Em relação à idade, os jovens (18 a 24 anos) são os que registram as melhores taxas, com 38% pesando acima do ideal, enquanto as pessoas de 45 a 64 anos ultrapassam 61%. A pesquisa demonstra ainda que as pessoas com menor escolaridade, 0 a 8 anos de estudo, registram a maior índice, 58,9%, enquanto 45% do grupo que estudou 12 anos ou mais está acima do peso. O impacto da escolaridade é ainda maior entre as mulheres, em que o índice estre os mais escolarizados é ainda menor, 36,1%. As mesmas diferenças se repetem com os dados de obesidade. O índice


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ade estabiliza no Brasil, cesso de peso aumenta é maior entre os que estudaram por até 8 anos (22,7%) e menor entre os que estudaram 12 anos ou mais (12,3%). O Vigitel 2014 entrevistou, por inquérito telefônico, entre fevereiro e dezembro de 2014, 40.853 pessoas com mais de 18 anos que vivem nas capitais de todos os estados do país e do Distrito Federal. Realizada desde 2006 pelo Ministério da Saúde, a pesquisa, ao medir a prevalência de fatores de risco e proteção para doenças não transmissíveis na população brasileira, serve para subsidiar as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. “O Brasil tem feito algo inédito no mundo, que é manter esse sistema de monitoramento durante tantos anos. Nós sabemos que a obesidade e o excesso de peso são problemas generalizados no mundo e por essa razão o Vigitel é importante para subsidiar as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças”, destacou a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta. Além do avanço do excesso de peso e da obesidade, outros indicadores levantados pelo Vigitel também apontam para o maior risco de doenças crônicas entre os brasileiros. Do total de entrevistados em todo o país, 20% disseram ter diagnóstico médico de colesterol alto. Nesse caso, são as mulheres que registram percentual acima da média nacional, de 22,2%, contra 17,6% entre os homens. Em ambos os sexos, a doença se torna mais comum com o avanço da idade e entre as pessoas de menor escolaridade. Entre os que têm mais de 55 anos o índice ultrapassa 35%.

Mais exercícios, menos tevê

Excesso de peso e obesidade são problemas importantes para o MS

A pesquisa apontou risco de doenças crônicas grande entre brasileiros

Apesar do avanço de fatores de risco como excesso de peso e colesterol alto, a população brasileira está mais atenta a hábitos saudáveis, com crescimento do número de pessoas que se exercitam regularmente e daquelas que mantém uma alimentação adequada, com maior presença de frutas e hortaliças e menos gordura. Segundo o Vigitel 2014, o brasileiro está se exercitando mais, com aumento de 18% nos últimos seis anos do percentual de pessoas que praticam atividade física no lazer. Este ano, 35,3% dos entrevistados disseram dedicar pelo menos 150 minutos do seu tempo livre na semana com exercícios, enquanto o índice de 2009 era de 29,9%. Os homens são mais ativos que as mulheres, 41,6% deles praticam o recomendado de atividade física contra 30% entre o público feminino. Os jovens, em ambos os sexos, são os que mais se exercitam, com índice de 50%. Mais uma vez, a escolaridade aparece como

um fator importante. Enquanto 47,8% das pessoas que tem 12 anos ou mais de estudo praticam exercícios no tempo livre, entre os de escolaridade menor (até oito anos de estudo) o índice é 22,9%. Embora o número de pessoas que disseram praticar atividade física

ESCOLARIDADE

Enquanto 47,8% das pessoas que tem 12 anos ou mais de estudo praticam exercícios no tempo livre, entre os de escolaridade menor (até oito anos de estudo) o índice é 22,9%

é maior que aqueles que não se exercitam, ainda é alto o índice da população fisicamente inativa, ou seja, que afirmam não ter feito nenhuma atividade nos últimos três meses: 15,4% dos entrevistados. Os mais inativos são os idosos com 65 anos ou mais (38,2%), mas 12% dos jovens de 18 a 24 anos disseram também não

ter feito esforços físicos. Apesar disso, o hábito de ver televisão cai: o índice de pessoas que passam mais de três horas de frente para a telinha passou de 31% para 25,3% em nove anos. O sedentarismo está relacionado ao aparecimento de doenças crônicas, como câncer, hipertensão, diabetes e obesidade. No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde, 31% dos adultos com 15 anos ou mais não são suficientemente ativos. Esse índice no Brasil, segundo o Vigitel 2014, que soma apenas as pessoas com mais de 18 anos, é de 48,7%. O desafio assumido pelo Ministério da Saúde é reduzir esse percentual a 10% até 2025. Segundo a OMS, 3,2 milhões de mortes todo ano são atribuídas à atividade física insuficiente e o sedentarismo é o quarto maior fator de risco de mortalidade global, responsável por pelo menos 21% dos casos de tumores malignos na mama e no cólon, assim como 27% dos registros de diabetes e 30% das queixas de doenças cardíacas.

Alimentação saudável sxsx sxsx sxsx sxsx sxsx sxsx sxsx sxsx sxsx sxsx sxsx

Outro hábito positivo para a saúde do brasileiro é que as frutas e hortaliças estão presentes na rotina da população. Do total de entrevistados, 36,5% disseram consumir esses alimentos cinco ou mais dias da semana. Mas o índice cai para 24,1%, equivalente a um quarto da população, quando se considera a quantidade recomendada pela OMS – cinco ou mais porções diárias, 400 g. As mulheres são as que mais diversificam seus pratos. O consumo recomendado de frutas e hortaliças entre elas sobe para 28,2% enquanto entre os homens cai para 19,3%. Já o consumo de carnes com excesso de gordura caiu. Entre 2007 e 2014, o percentual de entrevistados que disseram consumir esses alimentos passou de 32,3% para 29,4%. Nesse caso, os homens consomem duas vezes mais, com 38,4%, enquanto entre as mulheres o índice é de 21,7%. Apesar da busca por carnes mais magras, o sal continua bem presente no prato do brasileiro. A frequência de adultos que consideram seu consumo de sal muito alto ou alto foi de 15,6%, sendo maior entre os homens (17,4%).

Esse percentual cai com a idade, mas aumenta com os anos de escolaridade. Segundo o Vigitel 2014, a percepção da população ainda é baixa em relação ao consumo de sal em excesso. O percentual deve ser ainda maior, uma vez que o estudo da POF/IBGE de 2008 mostrou que, naquela época, o consumo de sódio do brasileiro excedia em mais de duas vezes o limite máximo recomendado pela OMS, cinco gramas por dia. A média nacional é de 12 gramas. O consumo de refrigerantes e doces também está caindo. Dados de 2014 apontam que 20,8% da população toma refrigerante cinco vezes ou mais na semana, menor que o índice de 2007 (30,9%). Já os alimentos doces estão na rotina cinco ou mais dias da semana de 18,1% da população, sendo mais presentes nas refeições das mulheres (20,3%) que dos homens (15,8%). A pesquisa mostrou ainda mudanças na alimentação relacionadas às rotinas mais modernas das famílias. Do total, 16,2% da população substitui o almoço ou a janta por lanche sete ou mais vezes na semana. Mesmo assim o consumo do feijão, tão popular no prato do brasileiro, permanece alto: 66% dos adultos consomem feijão cinco ou mais dias na semana.


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Casos de infarto atingem 30% de mulheres, diz OMS Doenças no coração crescem entre o sexo feminino; rotina estressante no trabalho é uma das principais causas sa estatística. Atualmente, cerca de 30% dos casos de infarto têm mulheres como vítimas. Estudos constatam que elas têm uma chance maior de morte depois de instalado o infarto. No Brasil, mais de 200 mulheres morrem por dia vítimas de infarto, sendo as cardio e cerebrovasculares a principal causa de morte entre elas, chegando a matar seis vezes mais que o câncer de mama, onde temos campanhas já bem estabelecidas. “O tabagismo, a falta de atividade física regrada, a bebida e alimentos não saudáveis com altos índices de colesterol e gordura, contribuem no entupimento das artérias coronárias. É o cenário perfeito para um infarto ou um derrame”, esclarece Piegas. O fato das mulheres possuírem artérias menos calibrosas e, geralmente, desenvolverem a doença coronariana em idades mais avançadas dificul-

vasculares periféricas, como varizes, tromboses e até o AVC (acidente vascular cerebral), conhecido como derrame”, explica o especialista do HCor.

tam o tratamento; e, além disso, os sintomas às vezes são mais insidiosos e, portanto, de difícil identificação e diagnóstico. A associação da pílula anticoncepcional com o cigarro representa uma das maiores causas de infarto em mulheres jovens, em idade fértil,

aumentando o risco delas em até cinco vezes. “A combinação do estrogênio semissintético com o cigarro pode levar a formação de coágulos nas artérias e veias, interrompendo a irrigação do músculo cardíaco e levando-o ao infarto. Também cresce a chance de doenças

Personal Fitness Club

CRISTIANE BURGOS NOGUEIRA NUTRICIONISTA E PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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Exercícios físicos durante a gravidez Ainda existem muitas dúvidas a respeito dos benefícios e riscos da prática de exercícios durante a gestação. Um estudo que teve como objetivo responder algumas das questões por meio de um levantamento científico sobre os aspectos fisiológicos da gravidez e adaptações que a mulher grávida apresenta ao exercício físico, além de fornecer orientação para as gestantes sobre benefícios para mãe e para o bebê da manutenção dos exercícios nessa fase, cuidados necessários e pontos de alerta para uma prática de atividade física segura na gestação. As mulheres em especial se beneficiam com a prática sistemática de exercícios. Mulheres ativas têm menos riscos de se tornarem obesas, apresentam melhor aptidão musculoesquelética e cardiorrespiratória, menor propensão de desenvolver doenças cardiovasculares, estão mais satisfeitas e apresentam melhor autoestima quando comparados com sedentárias. As atividades de impacto contribuem como tratamento coadjuvante para osteopenia ou osteoporose, muito comuns

no sexo feminino devido à influência hormonal. Além disso, o exercício regular é capaz de diminuir os riscos de desenvolver diversos cânceres entre eles os de colo de útero e mama. Nos dias atuais existe um crescimento consciente das mulheres sobre a importância da prática regular de exercícios para prevenir doenças crônico-degenerativas, para retardar o declínio físico do processo de envelhecimento e como garantia de saúde mental e psíquica. Para que o treinamento traga de fato benefícios é fundamental que esse seja realizado de forma contínua, freqüente e ao longo dos anos. Assim é esperado que a prática de exercícios se estenda durante a fase fértil da mulher sendo freqüentemente encontradas mulheres grávidas ou com planos de engravidar que querem manter seu programa de exercícios. Entretanto, ao mesmo tempo em que existe a preocupação com uma gravidez saudável e ativa também é fato que ainda existem muitas dúvidas a respeito de qual é a atividade segura para a mulher nesse período.

É possível manter a prática de exercício durante a gestação? Que tipo de atividade é indicada? Qual a freqüência e intensidade adequada para que não exista riscos para a mãe e para o feto? É possível a mulher manter o mesmo condicionamento físico durante a gravidez? Quais os cuidados necessários a serem tomados? O exercício também pode ser recomendado como prevenção e até como parte do tratamento do diabetes gestacional. As inúmeras vantagens são a menor incidência de depressão pós-parto; menor tempo do trabalho de parto; menor incidência de parto cesáreo; menor tempo de hospitalização; menor desconforto físico durante a gestação (dor lombar); menor ganho de peso; melhora do condicionamento físico. Apesar das inúmeras vantagens que a prática de exercícios traz para as mulheres gestantes, existem patologias específicas que são contra indicações. Dentre as contra indicações absolutas estão cardiopatia com repercussão hemodinâmica grave; doença pulmonar restritiva; insuficiên-

Menopausa As mulheres costumam sofrer mais risco de terem problemas cardíacos na maturidade, a partir dos 40 anos, mas principalmente após os 50, quando chegam à menopausa. A partir desse período, diminui a produção do estrogênio, um protetor da saúde feminina. Fabricados pelo próprio corpo da mulher, produzido pelos ovários, são grandes aliados do coração, porque estimulam a dilatação dos vasos, facilitando o fluxo sanguíneo. Após a menopausa, a proteção hormonal oferecida pelo estrogênio começa a cessar, aumentando as chances de doenças cardiovasculares. Cuidados fundamentais que garantem a saúde e o bem-

estar estão, além de evitar o cigarro, realizar avaliações médicas periódicas para detecção de fatores de risco cardiovasculares como a pressão alta, o diabetes e as alterações do colesterol, a partir dos 30 anos de idade pelo menos. “O controle da alimentação, aumentando o consumo de frutas, legumes e verduras, melhora a saúde e ajuda a controlar o peso. Estes hábitos devem ser multiplicados aos filhos, para que eles cresçam de maneira saudável”, orienta Piegas. Para o especialista do HCor, o consumo excessivo de sal e bebidas também deve ser evitado e fazer exercícios é fundamental. Uma caminhada diária de 30 minutos, por exemplo, é ótima, ajuda no condicionamento, na queima das calorias, na redução da pressão arterial e dos níveis de glicose e colesterol no sangue, diminuindo assim o risco de um futuro infarto do miocárdio ou derrame cerebral.

cia cardíaca congestiva; gestação múltipla com risco de trabalho de parto prematuro; sangramento uterino; placenta prévia após 26 semanas de gestação; trabalho de parto prematuro; hipertensão induzida pela gravidez. Existem alguns sintomas que são sinal de alerta para a prática segura de atividade física. Se durante ou após o exercício, alguns desses sintomas ocorrer é necessário interrupção imediata e encaminhamento para avaliação médica: sangramento vaginal; dispnéia; tontura; cefaléia; dor torácica; fraqueza muscular; dor ou edema de panturrilhas (possibilidade de tromboflebite); diminuição da movimentação fetal; perda de líquido amniótico. Em relação à freqüência da atividade física, recomenda-se que mulheres grávidas sem complicações obstétricas se exercitem 30 minutos por dia na maioria, se não em todos os dias da semana. Mulheres com alto condicionamento físico antes da gravidez podem manter o treinamento com orientação adequada, mas diminuindo a intensidade com a progressão da gravidez.

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o mundo mais de 17 milhões de pessoas morrem por ano vítimas de doenças cardiovasculares. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que relata ainda que esses problemas representem a maior causa de mortes no Brasil, com cerca de 360 mil casos anuais. De acordo com o cardiologista Leopoldo Piegas, as mulheres estão a cada ano mais expostas ao risco, pois cerca de 40% apresentam aumento da cintura abdominal, mais de 20% fumam, 18% são ex-fumantes, 23% têm seus níveis de pressão arterial acima do preconizado e 21% possuem alteração dos níveis de colesterol, além de estarem cada vez mais inseridas no mercado de trabalho e, portanto, acumulam o estresse do trabalho com o dos cuidados da família, comprometendo em muito a qualidade de vida. As mulheres ganham cada vez mais espaço dentro des-


Encontrada potencial causa do Alzheimer Pesquisadores da Universidade Duke, nos EUA, observaram o consumo da arginina na formação de “placas” no cérebro. Com isso, o número de pessoas no mundo que vivem com algum tipo de demência pode chegar a 135 milhões em 2050

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esquisadores da Universidade Duke, na Carolina do Norte, nos EUA, abriram um caminho de novas e promissoras perspectivas na busca por uma cura para o mal de Alzheimer. Eles descobriram uma potencial causa da doença, que poderia ser contornada com tratamento. As revelações, descritas num estudo publicado pela “Journal of Neuroscience”, estão sendo alardeadas pela imprensa internacional como um grande passo rumo a uma terapia eficiente para a doença que afeta milhões de pessoas pelo mundo. Os estudos do grupo sobre o Alzheimer em camundongos evidenciaram um novo processo que contribui para o desenvolvimento da doença. Eles observaram que, numa pessoa com a enfermidade, células do sistema imunológico que normalmente protegem o cérebro acabam consumindo um nutriente essencial chamado arginina. Ao bloquear este processo com um remédio, eles foram capazes de impedir a formação de “placas” no cérebro que são características do Alzheimer, e também interromperam a perda de memória nos ratos. A professora de neurologia da Universidade Duke e principal autora do novo estudo, Carol Colton, disse que a pesquisa de Alzheimer havia sido dominada por uma tentativa de compreender o papel da amiloide - a proteína que se acumula no cérebro para formar placas -, mas que o foco em arginina e no sistema imunológico poderia render novas descobertas. “Vemos este estudo como um que está abrindo as portas para pensar sobre a doença de Alzheimer de uma maneira completamente diferente, para quebrar o impasse de ideias”, disse ela. Para entender A arginina é um aminoácido e um nutriente essencial para vários processos corporais, incluindo a divisão celular, a cicatrização e as respostas imunitárias. Ela pode ser encontrada nos alimentos, incluindo produtos lácteos, carne, nozes e grão de bico. No entanto, não adianta sair esvaziando as prateleiras de supermercados: a equipe da Duke explicou que seu estudo não sugere que ingerir mais arginina teria um impacto sobre o risco de Alzheimer. A barreira sangue-cérebro regula a quantidade do aminoácido que pode entrar no cérebro, e a resposta imune que decompõe a arginina permaneceria a mesma, mesmo se confrontada com níveis mais elevados do nutriente. Embora nenhuma técnica que é testada em um animal possa garantir o funcionamento da mesma forma em humanos, as descobertas são particularmente encorajadoras, porque, até agora, o papel exato do sistema imunológico e da arginina na doença de Alzheimer era completamente desconhecido. A droga que era utilizada para bloquear a resposta imunitária do corpo à arginina - conhecida como difluorometilornitina (DFMO) - já está sendo investigada em ensaios de droga para certos tipos de câncer e pode ser adequada para o teste como uma potencial terapia de Alzheimer.

Saúde

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MANAUS, DOMINGO, 26 DE ABRIL DE 2015


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Psicologia no divã

MANAUS, DOMINGO, 26 DE ABRIL DE 2015

Fabíolla Fonseca

fafafonseca_05@hotmail.com

der que você deve reservar o trabalho ao expediente. O erro de muitas pessoas viciadas em trabalho, é que elas não sabem deixar as tarefas do escritório no escritório e acabam trabalhando em todos os lugares: em casa, no shopping e até mesmo no happyhour. Por isso, quando der o horário de ir embora, desconecte-se do trabalho. Ao se desconectar, você vai descobrir que terá tempo para fazer muitas coisas que você esqueceu que gostava. Aproveite o tempo livre para se cuidar, se proporcionar algo prazeroso ou fazer qualquer outra atividade que ajude a sua mente a descansar e se preparar para o próximo dia de trabalho. Fazer intervalos durante o expediente também é uma forma de desconectar você do trabalho compulsivo gradativamente. Lembre-se de que o seu cérebro não consegue se concentrar por longos períodos, portanto pausas de 5 a 10 minutos, podem ajudar você a ser mais produtivo e deixar de sentir como se tivesse que trabalhar o tempo todo. Esses hábitos vão fazer de você um profissional melhor e mais saudável. O workaholic é uma pessoa que tem desequilíbrios em outras áreas da vida. Então, ela usa o trabalho para buscar

Psicóloga contato pelo fone: 991610218

compensação e se sentir gratificada. O problema, em geral, leva à ansiedade, angústia e até depressão. Entre as principais consequências físicas, estão: tensão muscular; dor de cabeça, nos ombros e nas costas, além de doenças gastrointestinais, respiratórias, obesidade, já que o viciado em trabalho costuma se alimentar mal, sem sair da mesa do expediente e nem se exercitar, para não perder tempo. Viciados em trabalho é diferente dos que amam trabalhar, porque esses trabalham muito, mas conseguem relaxar de diversas formas possíveis e se desligar do trabalho

OSSOS

Fratura em crianças pode ser sinal de osteoporose precoce A osteoporose é uma doença conhecida por afetar pessoas mais velhas, especialmente as mulheres, mas as crianças também estão sujeitas a este problema. Um dos sinais de osteoporose infantil é uma possível fratura que uma criança pode sofrer por meio de um simples trauma. De acordo com o endocrinologista pediátrico Luiz Castro, membro da Comissão Cientifica da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), é muito comum crianças caírem, mas quando elas sofrem uma queda da própria altura e fraturam os ossos é preciso ficar atento. “Neste caso, quando o trauma não é forte o suficiente para justificar a fratura pode ser um sinal de osteoporose”, explica Castro. A osteoporose em crianças pode ser diagnosticada nas primeiras semanas de vida, como acontece na osteogênese imperfeita, ou ser causada por outras doenças, como artrite reumatoide juvenil, deficiência do hormônio do crescimento, síndrome de cushing, o lúpus – doença inflamatória que também pode atingir os ossos – e doenças inflamatórias gastrointestinais que comprometem a absorção dos nutrientes, como a doença celíaca. Remédios usados no tratamento destas enfermidades, como o corticoide e drogas para controle de crises de convulsão, também podem comprometer a massa óssea. Exames A densitometria óssea é um exame importante na investigação de problemas na qualidade da massa óssea, porém o exame só pode ser feito a partir dos cinco anos. Antes desta idade é preciso

ficar atento a fraturas de baixo impacto ou incomuns, que podem indicar o problema. O tratamento para as crianças varia de acordo com a causa da osteoporose. Na maioria dos casos, o tratamento combina medicamentos e adoção de estilo de vida saudável. Recomendações É importante que o pediatra, durante a consulta, conscientize os responsáveis da criança sobre as doenças osteometabólicas. “Quando a criança é acompanhada por um pediatra esclarecido, as chances dela construir ossos saudáveis e fortes na fase infantil é alta e consequentemente também de mantê-los assim nas outras etapas da vida”, esclarece o médico. A genética é a principal determinante da qualidade da massa óssea de cada pessoa, entretanto uma alimentação balanceada e rica em cálcio, uma adequada exposição ao sol, e a prática de atividades físicas regulares são elementos fundamentais para uma boa saúde óssea. “Durante a fase de crescimento o osso precisa sofrer impactos, por meio de exercícios físicos, para que ele se desenvolva de maneira forte e saudável”, finaliza Castro.

realmente. E os primeiros, não conseguem se divertir nem relaxar, e principalmente tem dificuldade de se relacionar com as pessoas. O estágio mais grave do workaholismo é o karoshi, que em japonês significa “morte por excesso de trabalho”. Nesses casos, o organismo entra em falência por uma série de excessos, como trabalhar horas e horas sem dormir. O que geralmente ocasiona esse comportamento é além da tecnologia e do atual modelo de gestão das empresas, as práticas adotadas por pais na educação dos filhos que contribui para que mais pes-

soas se viciem em trabalho. As crianças modernas estão sempre em alguma aula, se preparando para uma vida de ocupação. Os pais estão ensinando que o lazer não é importante. Em geral, a mudança de atitudes só ocorre quando a pessoa adoece. Contudo, já é hora de as empresas entrarem em ação para mostrar aos funcionários que quem está equilibrado produz melhor. Se fosse divertido, ninguém receberia para trabalhar. Valorize mais o que realmente vai deixar você feliz e diminua o ritmo. Sua mente, corpo e espírito agradecerão.

Aproveite o tempo livre para se cuidar, se proporcionar algo prazeroso ou fazer qualquer outra atividade que ajude a sua mente a descansar e se preparar para o próximo dia de trabalho”

Quando o trauma não é forte o suficiente para justificar a fratura pode ser um sinal de osteoporose

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Se todos em sua volta vivem lhe chamando assim, com a mais absoluta certeza você necessita de ajuda especializada. O workaholic é aquela pessoa viciada em trabalho. Porém, como acontece com outros vícios, o individuo, desconhece e nem se sente como um compulsivo por trabalho. Sei de profissionais que trabalham freneticamente num ritmo tão intenso, que além de passar o dia todo trabalhando ainda leva trabalho para casa e ficam até tarde no escritório sem perceber que, na verdade, estão fazendo com que o seu corpo se sinta sobrecarregado e que as pessoas próximas, amigos e familiares sintam como se eles nunca estivessem presente e que o mundo não gira só em torno de trabalho. Se esse é o seu caso, não se desespere. É possível reverter essa situação. Estar disponível para o trabalho a qualquer hora, fazer horas extras voluntariamente e checar periodicamente o e-mail corporativo em casa, podem até parecer atitudes de um funcionário exemplar. No entanto, quando se dedicar à profissão se torna mais prazeroso do que relaxar e estar com a família, é hora de acender o sinal vermelho. Cada vez mais trabalhadores se transformam em workaholics. O primeiro passo é enten-

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Workaholics


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