Saúde - 26 de abril de 2015

Page 1

Caderno F

MANAUS, DOMINGO, 26 DE ABRIL DE 2015

DIVULGAÇÃO

Saúde

e bem-estar

saudeebemestar@emtempo.com.br

(92) 3090-1017

Vacinação também é para adultos Páginas 3

Ansiedade: o mal do século

Relacionada com o mal-estar, insegurança, incertezas pessoais e profissionais, a doença atinge uma parcela considerável da população ALIK MENEZES ESPECIAL EM TEMPO

O

coração bate mais acelerado, as mãos transpiram mais do que o normal, aquela sensação de aperto no peito, e até vontade de desaparecer. Esses são alguns dos sintomas que denunciam a possibilidade de você estar sofrendo com o que os especialistas chamam de o “grande mal do século”: o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Profissionais da psicologia afirmam que essa e uma doença mais comum do que se imagina, mas que, com tratamento adequado, é possível lidar e conviver com o TAG. Esse transtorno transformou a vida da universitária Alessandra Silva, 23. A jovem, que sempre teve muitos compromissos e fazia o possível para cumprir todos, há alguns anos sentia todos os sintomas descritos. “Eu sempre me comprometi com muitas coisas, muitas atividades, e eu até gostava de realiza-las. No entanto, quando sentia que a cobrança aumentava excessivamente, dei uma surtada. Me sentia muito ruim e não sabia direito o que era. E, além de tudo, ainda tinha muita vergonha de falar o que estava sentindo e medo de que as pessoas não me entendessem”, lembra. A gota d’água para Alessandra foi perceber que, por muitas vezes, não sentia nem vontade de sair de casa. Decidiu,

então, procurar ajuda profissional. “Eu percebi que algo não estava certo e que precisava de ajuda. Se eu não decidisse tomar uma atitude ainda seria refém dessa ansiedade”, conta. Ação e reação Segundo a psicóloga e professora universitária Iolete Ribeiro da Silva, a ansiedade é uma reação normal diante das situações do cotidiano que podem provocar medo, dúvida e expectativa como, por exemplo, o nascimento de um filho. “Situações como uma prova, uma entrevista de emprego, e uma cirurgia podem gerar ansiedade. Nessas situações, é importante que a pessoa se prepare para enfrentar esses momentos e conseguir se ajustar às circunstâncias novas. No entanto, podem ocorrer exageros nessa reação. Segundo o Manual de Diagnóstico de Doenças Mentais (DSM IV), o transtorno da ansiedade generalizada (TAG) é um distúrbio caracterizado pela ‘preocupação excessiva ou expectativa apreensiva’”, explicou. Apesar de a definição parecer simples, a ansiedade, completa Iolete, é persistente e de difícil controle. “Perdura por seis meses, no mínimo, e vem acompanhada por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono”, disse. As pessoas com TAG possuem um histórico de ansiedade ao longo da vida. A psicóloga Iolete Silva ressalta, ainda, que esse transtorno é multidimensional e envolve o sistema fisiológico, o cognitivo e o comportamental. “Por conta disso, os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas, geralmente, alguns sintomas podem ajudar a identificar o transtorno. Além dos que citei antes, pode haver palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão

arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito, e dores musculares”, destaca. O tratamento para o transtorno pode ser feito com medicação e terapia. “O tratamento do TAG pode incluir a prescrição médica de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, e a psicoterapia”, disse Iolete. A psicoterapia, completa a profissional, atua de forma a desenvolver estratégias efetivas para lidar com os sintomas da ansiedade. “As técnicas psicoterapias ajudam a mudar a interpretação das preocupações, ensinam a relaxar e ter autocontrole”, completa. Alternativas e bem-estar A ansiedade, transtornos e problemas emocionais estão associados muitas vezes com medo, mal-estar, insegurança, incertezas, desconforto, entre outros. A forma mais comum para cuidar desses distúrbios é mesmo o uso de medicamentos indicados pelo médico, além do acompanhamento de um especialista. Entretanto, incluir na rotina exercícios de respiração, técnicas de relaxamento como descansar a mente por alguns minutos durante o dia são fatores que influenciam consideravelmente no tratamento da doença. “Além de medicamentos a prática de atividade física é recomendada, pois os exercícios elevam a produção de serotonina”, ressalta o farmacêutico Marcos Dávida Júnior. Após o diagnóstico, a universitária Alessandra Silva seguiu as orientações do profissional e tomou medicação durante um mês. “Não gostava dos remédios, então decidi praticar atividades físicas. Quando todas aquelas sensações surgiam, eu ia para academia malhar, ou ia correr. Até natação comecei a fazer. Passados alguns meses, eu me sinto bem melhor hoje”, comemorou.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Saúde - 26 de abril de 2015 by Amazonas Em Tempo - Issuu