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ficha
técnica INSTITUTO AYRTON SENNA Viviane Senna Presidente Aline Porto Diretora de Educação Célia Assis Gerente de PMO
Bruna Vasconcelos de Souza Secretária
Simone André Coordenadora de Área
Cynthia Sanches, Paulo Emílio de Castro Andrade e Simone André Concepção e texto
Mônica Pellegrini Coordenadora de Programas
Paulo Jorge Storace Rota Assessoria técnica
Fabiano Gonçalves Gerente de Projetos
Lélia Maria Chacon do Amaral Lyra Edição
Paula Faria Analista de Projetos
Ronei Sampaio Projeto gráfico e diagramação
sumário causando... para o futuro causando acontecer!
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mobilização já!
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ideia na cabeça, iniciativa nas mãos
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antes de agir, planejar
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arregaçar as mangas e executar
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com prazer, avaliar e crescer
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donos de si: apropriação dos resultados
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Embarque na onda jovem que faz a diferença na escola e no Brasil!
Motivações e interesses para transformar
Qual é o alvo? Definindo as ações do projeto
Detalhar as ações e bolar um jeito de realizar
Seguir a trilha e fazer o projeto acontecer
Arrisca aqui, acerta ali, erra, muda e vai em frente
Conquistas, contribuições, aprendizados e novas inspirações 5
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Bem-vindos, jovens! Vocês estão convidados a viverem novas aventuras nessa importante trajetória de PROTAGONISTAS! No 1º ano, vocês realizaram intervenções importantes no colégio. Agora, a ideia é que vocês possam romper com os muros da escola, realizando intervenções que transformem positivamente o mundo que existe ao redor da unidade escolar. Essa promete ser uma experiência ainda mais impactante para a aprendizagem de vocês! Agarrem a oportunidade: participar do projeto Nós e o Mundo ao Redor, sendo parte da onda jovem que está fazendo a diferença em todo o Brasil! Junte a sua galera, e mostre mais uma vez que A JUVENTUDE TEM VEZ, VOZ e FAZ ACONTECER! O guia que vocês têm em mãos contém orientações e dicas para ajudá-los a construir essas iniciativas transformadoras, voltadas para o bem comum. São passos que os levarão a identificar desafios significativos para a vida de cada um e das pessoas que vivem e convivem no entorno da escola e a buscar soluções para a melhoria dessa realidade. Vocês estarão realizando projetos interessantes e importantes, que trarão benefícios para o seu aprendizado e o lugar onde estão. A experiência ensinará muito a vocês, possibilitando que desenvolvam competências fundamentais para quem vive neste século 21. Vejam alguns exemplos: • comprometer-se com o bem comum e se sentir corresponsável pelo que acontece na escola (mostrem que não estão preocupados apenas com vocês!); • identificar problemas ao seu redor e tomá-los como seus (vocês verão, isso é demais! E o mundo do trabalho precisa de gente assim, que se sente desafiado diante de um problema); • exercitar a iniciativa para propor soluções transformadoras
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(nada de esperar que alguém venha dizer o que fazer ... a ideia é criar soluções!); planejar para alcançar resultados (dá muita vontade de agir e realizar, mas sem planejamento é muito arriscado, né?); perceber o propósito maior do que se deseja alcançar (as ações precisam fazer sentido, para você e quem está contigo nesse desafio); estabelecer prioridades (óbvio, não dá para fazer tudo ao mesmo tempo!); administrar a si mesmo e aos colegas nas tarefas e no tempo (se bobear, o tempo vai embora e as tarefas ficam. Olho vivo, gente!); resolver conflitos, buscando o melhor para o projeto e para a escola e seu entorno (não deixem que discordâncias coloquem o projeto em risco. Se algo não vai bem, resolvam, vocês conseguem!); assumir riscos (sem pitadas de aventura não tem graça, muito menos inovação. Arrisquem, mas com responsabilidade!); tomar decisões (é fogo, sem dúvida! Na hora do lance, conversem pensando no que é melhor para o projeto, e se sentirão mais seguros em suas escolhas); negociar interesses e pontos de vista (divergência faz parte do jogo, e ajuda a amadurecer as ideias porque nos faz refletir sobre elas. Coloquem as cartas na mesa e, com respeito, negociem aquilo que for melhor para o projeto); avaliar suas escolhas (será que as decisões tomadas trouxeram bons resultados? Ou será preciso rever alguma delas?); manter-se aberto a mudanças de rota (reconsiderem o
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planejamento sempre que alguma coisa sair diferente do previsto. Não encarem como algo negativo, mas como uma necessidade para o projeto dar certo); aprender com os acertos e os erros (isso vocês já estão carecas de saber... errar gera aprendizado, e acertar também!).
Ufa! Um projeto ensina muito mesmo! São procedimentos e atitudes que nos transformam e, ao mesmo tempo, podem transformar a realidade que nos cerca. Um ganho e tanto, não é? Então vamos às etapas para desenvolver o projeto.
Etapas de
um bom projeto Mobilização
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Descobrir suas motivações, pensar nos seus interesses, reconhecer suas forças, conhecer profundamente o entorno da escola e identificar necessidades e interesses de intervenção no “mundo ao redor”.
Iniciativa
Propor ideias, expressar pontos de vista, argumentar e negociar interesses, decidir coletivamente em time e construir uma proposta para enfrentar uma situação-problema no entorno da escola.
Planejamento
Pensar antes de agir, organizar as tarefas, buscar informações sobre a situação-problema que será enfrentada, levantar conhecimentos que os ajudarão a agir, dividir esforços, olhar o futuro, definir estratégias para resolver o problema escolhido e escrever um projeto.
Execução
Avaliação
Apropriação de resultados
Colocar em prática as ações planejadas no projeto, ter determinação diante dos objetivos a serem realizados, enfrentar obstáculos, resistir à frustração, crescer com as adversidades e arriscar, acertar, errar, experimentar, mostrando a força que têm e a do time.
Refletir sobre os erros e acertos para aprender com a experiência, ter crítica sobre o trabalho que estão realizando e identificar o que todos do time estão aprendendo com o desenvolvimento do projeto.
Reconhecer e comemorar cada conquista, valorizar as contribuições de cada um para os resultados alcançados, identificar o que aprenderam com a realização do projeto e pensar de que maneiras a experiência pode inspirar outras dimensões da própria vida.
Nunca é demais lembrá-los de que tudo isso só será possível se rolar dedicação, compromisso, participação ativa, vontade de vencer – de cada um e do time! Então, sigam em frente!
Mobilização já!
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O que é ser protagonista mesmo?
Por acaso alguém já disse a vocês algo como “pega leve, você não vai mudar o mundo”? Às vezes, coisas assim caem como um balde de água fria... porque a gente sabe que todo jovem quer e pode dar uma cara nova para o mundo. Vocês sabem que podem, sim, transformar a realidade em que vivem. Como? Mudar o mundo começa com o que está ao nosso alcance, no nosso cotidiano, e que faz a diferença na hora de se relacionar com os outros, estudar, cuidar do bem comum e trabalhar. Tomar a frente das questões para mudá-las é ser protagonista, o que vai muito além de simplesmente dar sua opinião, criticar algo ou ser voluntário em alguma ação. Significa decidir e planejar como enfrentar as questões e agir concretamente para melhorar sua aprendizagem, a escola e a sociedade em que vivemos. E fazer isso em time é somar forças para conquistar seu objetivo. O protagonista transforma o mundo e a si mesmo, ao mesmo tempo!
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Ser protagonista inspira a crescer!
São jovens protagonistas aqueles que, com sua motivação, consciência, compromisso, força, dedicação e determinação, inspiram uma escola inteira a: • superar as dificuldades no dia a dia! • mudar ideias estabelecidas e encontrar soluções novas! • colaborar para ninguém ficar para trás! • querer ser, a cada dia, melhor! • cuidar do meio ambiente! • fazer parcerias em favor da educação de qualidade! • ler cada vez mais para saber do mundo! • lutar pelos sonhos e pelo bem comum! • traçar planos para o futuro! • batalhar por aprendizados em benefício de uma boa formação! • unir-se aos que buscam um mundo melhor e mais justo! O século 21, esse tempo de transformações tão velozes, está aí para provar que o jovem tem de desenvolver o seu potencial... É preciso movimentar as ideias! Discutir as suas e colocá-las em prática desenvolvendo projetos é um jeito certeiro de atingir esse alvo. Mais do que isso, uma estratégia de mão dupla: você aprende fazendo! Ter iniciativa, saber planejar, executar e avaliar um projeto, ter autoconfiança e comunicar-se bem são habilidades superimportantes para viver, conviver, estudar e trabalhar no século 21. Aqui, você vai desenvolver esse conjunto de competências praticando uma outra, igualmente essencial nos dias de hoje: trabalhar em time!
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Trabalho em time: o que é isso? Trabalhar em time significa realizar algo colaborando com os colegas. Para fazer um projeto dar certo, é preciso unir forças a favor do mesmo objetivo, cuidando sempre para que todos os integrantes do time tenham a oportunidade de expressar suas ideias, pontos de vista e propostas. É preciso aprender a respeitar as opiniões diferentes, afinal, a diversidade de pontos de vista e de características dos membros do time pode ser uma grande riqueza para o projeto, abrindo espaço para variadas formas de enxergar e enfrentar os problemas. Vejam o que rola e o que não rola quando se desenvolve um projeto em times:
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Cada estudante preocupa-se com o próprio rendimento, com o do colega e com o do time
Cada estudante preocupase apenas com o próprio rendimento
A responsabilidade do trabalho é compartilhada e todos os estudantes realizam as atividades juntos
Um estudante faz as atividades pelos colegas, enquanto eles se dispersam com outras coisas
Os estudantes se viram para solucionar problemas de convivência e aprendem habilidades importantes, como a liderança, a comunicação e a colaboração
Diante de um problema de convivência, quem resolve é o professor. Com isso, os estudantes não desenvolvem essas habilidades
Cada estudante se avalia e é avaliado pelo que aprendeu e pelo que ajudou os colegas a aprender
A avaliação é a mesma para todos os estudantes, deixando de identificar as especificidades e as contribuições para o time
O professor é um parceiro essencial, que acompanha o trabalho do time, orienta o projeto, compartilha conhecimentos, estimula a busca por soluções, apoia a participação e problematiza as decisões e ações dos estudantes
O professor não se envolve com o trabalho dos estudantes, preocupando-se apenas se o resultado foi alcançado
E aí, o que acharam disso tudo? Estão prontos para experimentar o trabalho em time, aprendendo com os colegas e contribuindo para que eles aprendam? Fiquem ligados numa coisa importante: a liderança do time. Vejam: • No trabalho em time, a liderança é rotativa, ou seja, cada um tem a chance de assumir essa responsabilidade e aprender com ela; • A cada rodada ou atividade, escolhe-se um membro do time para ser o líder; • Liderar é uma habilidade importante para quem trabalha no mundo atual. Por isso, levem essa experiência a sério, aprendendo com ela!
Ser líder: a missão do líder é organizar o trabalho do time, distribuir tarefas, cuidar do tempo... Sem essa de mandar, o negócio é ajudar!
Ser liderado: a missão dos liderados é participar, aprender a negociar interesses e a colaborar com os colegas, respeitando e trabalhando a favor das decisões que o time tomar... Sem essa de apenas obedecer ao líder, o negócio é colaborar!
Trabalhar em time possibilita criar e implementar soluções para problemas de maior complexidade
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Projeto em seis lances
Os projetos têm algo em comum: as seis etapas da ação protagonista, que vocês já conhecem. É essencial que vocês relembrem sempre esse percurso, que fará parte do cotidiano de todos os projetos. Quem se lembra das etapas? Vamos lá:
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Mobilização: estamos nela!
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Iniciativa: é a próxima etapa, quando vocês definirão as ações que pretendem realizar
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Planejamento: antes de partir para a ação, é preciso pensar e estruturar, com calma, todos os detalhes
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Execução: hora de fazer as ideias acontecerem
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Avaliação: rola no mesmo tempo da execução e ajuda a ver acertos e erros e a realizar mudanças durante o projeto
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Apropriação de resultados: a última etapa, tempo de comemorar e reconhecer cada conquista Quando vocês participam dessas seis etapas ao longo de um projeto, estão aprendendo a ser protagonistas e a resolver problemas reais que afetam suas trajetórias de estudantes e a escola. Além disso, aprendem mais sobre si mesmos, suas habilidades e limites, planejam seus projetos de vida, vivenciando um ciclo de autoconhecimento importante para quem quer ter sucesso na escola e na vida. E não para por aí! A resolução de problemas é uma competência importante em todas as áreas de conhecimento e no desenvolvimento de projetos. Quanto mais problemas
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surgirem, melhor! Vocês têm de se virar e resolver e, com isso, não param de aprender. Por quê? Diante de um problema, vocês precisam, primeiro, lançar mão dos conhecimentos que já têm para compreendê-los, depois levantar hipóteses, pensar em possibilidades de soluções, em como agir etc. E fazendo isso em time, dá para enfrentar problemas que envolvem questões maiores, mais complexas. Logo, a bagagem de conhecimentos cresce e vocês ficam cada vez mais preparados para resolver pequenos e grandes problemas!
RESOLVER PROBLEMAS DESENVOLVE UMA FORMA DE PENSAR
Conectados no mundo ao redor!
O foco dos projetos com os quais se envolverão, vocês já sabem, é o entorno da escola. A ação escolhida precisa responder a uma necessidade ou interesse desse lugar, não apenas de um aluno ou grupo pequeno de pessoas que fazem parte da comunidade escolar. Para isso, é preciso conhecer profundamente o local onde a escola fica. Vejam algumas perguntas iniciais que podem ajudar em um levantamento prévio dessas necessidades ou interesses:
Que lugar é esse? O que tem aqui na redondeza? É uma região residencial ou tem muito comércio? Praça, estação de metrô, shopping, igrejas? Que tipos de serviços públicos estão disponíveis aqui na área? Há outras escolas? Quais? O que as pessoas fazem nos momentos de lazer? Quais são suas opções de arte e cultura? Tem estádio de futebol, escola de samba, livraria, museu por perto? Quem precisar de tratamento de saúde vai encontrar o quê? Qual o perfil da população local: tem muita criança e jovem ou predominam os mais adultos e idosos? São moradores ou gente que está de passagem para outras regiões da cidade? Tem muito turista?
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Esse levantamento prévio vai expressar a noção que vocês já têm do entorno da escola. É apenas um primeiro passo para, depois, essas informações serem aprofundadas, inclusive com uma pesquisa de campo. Vai ser legal, vocês vão se envolver e gostar. Vamos nessa? Um ou mais professores estarão com vocês, apoiando-os na realização da atividade. EM RODA • Coloquem-se todos em um grande círculo. É ELE, É ELA • Primeiro, escolham dois colegas para fazerem anotações da conversa que vai começar daqui a pouco. Eles farão isso no quadro com caneta apropriada ou no papel do flip chart. Esse registro pode ser com palavras, desenhos e símbolos. NA MEMÓRIA • Tentem reconstituir o entorno da escola. Comecem pela rua onde vocês estão. O que tem nela? Casas, prédios, lojas, padaria, supermercado, banca de revista, posto de saúde... Ajudem-se a lembrar de tudo. Depois, passem para as ruas próximas. Estádio de futebol, quadra de escola de samba, batalhão da polícia, igreja, escolas, sacolão... Pode ser interessante que os colegas encarregados do registro desenhem um mapa. Assim, vocês começam a organizar as informações espacialmente. BUSCA ONLINE • Procurem, no Google, o nome da rua, do bairro, da escola e de instituições instaladas próximas da escola. De repente, aparece alguma informação importante sobre a história desse lugar. Quando surgiu? Como ele se constituiu?
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MAPA DA MINA • Agora, façam uma busca da rua da escola e das ruas do entorno no Google Maps. Verifiquem, clicando na função “mapa”, se vocês deixaram de fora alguma rua importante. Pode ser interessante delimitar a área a ser pesquisada por vocês: nem muito perto, nem muito longe. SATÉLITE • Cliquem na função “satélite” e observem a região vista de cima, com áreas verdes (vegetação e áreas não construídas), casas e prédios, grandes empreendimentos (hipermercados, hospitais, estádios de futebol, galpões etc.). Identifiquem informações importantes e registrem no quadro. OLHO DA RUA • Agora, com a função “street view”, vejam imagens das ruas e observem o que há nelas, pensando nas informações que buscam para conhecer mais o entorno da escola. Cada detalhe pode ser importante. Registrem toda nova informação captada nessa etapa e, se for o caso, façam correções nas informações que já tinham levantado. ORDEM NO CORETO • O desafio da vez é categorizar as informações. Como assim? Vocês identificaram na região, por exemplo, uma delegacia, um posto policial e um batalhão. Tudo isso pode ser descrito na categoria “segurança pública”. Ou viram que tem um museu, uma praça, uma biblioteca pública e um parque ecológico, que poderiam ser reunidos na categoria “espaços de cultura e lazer”. Casas e prédios podem ser agrupados como “residências”, enquanto padarias, carrinhos de cachorro-quente, lanchonetes e restaurantes entrariam em “alimentação”. Pegaram? Mãos à obra, organizem os dados antes de passarmos para o próximo passo! 21
PAPO CRÍTICO • Vocês já fizeram um bom levantamento do mundo ao redor da escola e organizaram as informações em categorias. Olhem para esses dados e pensem: o que essas informações dizem do entorno da escola? Se vocês fossem dar uma ideia do lugar a alguém, como o descreveriam? O que tem de sobra na região? O que parece faltar? Os espaços parecem ter alguma ordenação? Que uso as pessoas fazem desses espaços? Ou seja, exercitem um olhar crítico sobre o meio em que a escola fica. ESTUDO DO MEIO • Chegou o momento de ver de perto o entorno da escola, o que significa fazer um estudo do meio, um método de pesquisa muito utilizado pelas Ciências Humanas para conhecer mais a fundo e problematizar aquilo que se aprende em sala de aula, confirmando, complementando ou contrariando informações ou conceitos. É um modo de aprender diferente, observando uma dinâmica viva, em contato direto com as pessoas em seu meio. Vocês perceberão que relações elas têm com o lugar, como transitam nele no dia a dia, o que fazem, qual a importância de cada espaço, instituição ou serviço para quem ali vive, convive e trabalha. O que tem de bom e de ruim na região, o que funciona e não funciona? Não se trata, portanto, de um passeio, como quem dá uma volta na praça tomando sorvete. É um trabalho sério, com objetivo. E qual é ele? Conhecer muito bem o local onde a escola fica para poder, então, propor projetos que o transformem para melhor. ANTES, DURANTE E DEPOIS • Um estudo do meio requer boa preparação (antes), e precisa ser bem realizado e registrado (durante) para garantir o compartilhamento da experiência e a análise das informações colhidas (depois).
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VAI E VOLTA • Vocês farão o estudo em duas saídas. A primeira terá caráter exploratório, de identificação ou confirmação do que já sabem até agora existir no entorno da escola. Essa primeira ida também servirá para vocês perceberem quem são as pessoas que transitam na região e que relações elas têm umas com as outras, com o espaço e as instituições. Na volta, ou segunda saída, vocês aprofundarão essas percepções, complementando informações, conversando mais detidamente com as pessoas, explorando mais os problemas da região e construindo, assim, ideias de projetos. BEM EQUIPADOS • Não é só botar o pé na rua e sair por aí. Vocês vão pesquisar, investigar, têm de estar preparados. Vejam no quadro abaixo o que é necessário.
Eu preciso de... AUTORIZAÇÃO Todos da turma têm autorização das famílias para realizar atividades fora da escola durante o horário da aula? Essa autorização é essencial para que todos possam participar. OBJETIVO Estão ligados no objetivo da atividade? A proposta, não custa lembrar, é que vocês: - confirmem se as informações que já têm estão corretas; - complementem as informações, observando o que existe nos locais visitados; - identifiquem o perfil das pessoas que circulam na região: muita criança, adolescente e jovem? Ou mais adultos e idosos? Essas pessoas moram, trabalham ou estão de passagem pela região? Há turistas?
ATITUDE Para alcançar os objetivos dessa saída da escola, é essencial que vocês tenham atenção e concentração. Tratem de conversar sobre as questões que saíram para observar. Do contrário, ao voltarem para a escola, terão poucos elementos para analisar. Contem com o professor (ou professores) que orienta o trabalho para ajudá-los a manter o foco! INSTRUMENTOS Não podem faltar o material de campo e boas perguntas: levem este guia de projetos (e consultem a orientação de cada passo da atividade), a ficha de campo (vejam abaixo), um caderno ou bloco de anotações para registros dos itens da ficha de caavmpo, uma caneta ou lápis. Levem, também, boas perguntas e consigam as respostas. Vocês têm hipóteses do que vão encontrar, mas querem descobrir algo especial? Conversem entre vocês e pensem nisso. Afinal, boas perguntas movem a gente! ORGANIZAÇÃO Para que vocês se organizem adequadamente para a saída, dividam-se em times de até 10 jovens. Nos locais visitados, trabalhem agrupados, realizando a atividade e dialogando com o(s) professor(es). Não perturbem os ambientes com barulho, bagunça ou sujeira, que costumam incomodar as pessoas. 23
APONTAR! • Marquem o dia e a hora da primeira visita. É preciso combinar com a direção e coordenação da escola, para que essa atividade externa seja acompanhada. FOGO! • É hora de sair e mandar ver na atividade. Lembrem-se das dicas dadas e bom trabalho. Durante a visita, nos times, busquem respostas para as questões da ficha de campo, apresentada a seguir. Leiam antes, para saberem o que precisarão responder quando voltarem à escola.
VIVENDO O PRESENTE, OLHANDO O FUTURO As informações devem ser colhidas antes e durante a atividade, e registradas em um caderno ou bloco de notas. Respondam às questões após o retorno. 1) Informações gerais: a) Nomes dos membros do time: b) Nomes das ruas visitadas: c) Tempo de duração da visita: 2) Quais as principais informações que vocês já tinham sobre o entorno da escola?
3) Quais dessas informações estavam corretas? E quais estavam incompletas ou incorretas?
4) Que novas informações relevantes vocês observaram no entorno?
5) Que tipo de pessoas vocês encontraram pelo caminho? Qual o percentual de cada um desses tipos? ( (
) Crianças ) Adolescentes e jovens 24
( (
) Adultos ) Idosos
VIVENDO O PRESENTE, OLHANDO O FUTURO (continuação) 6) Em geral, essas pessoas moram, trabalham ou apenas passam por essa região?
7) É uma região predominantemente residencial ou comercial?
8) Que tipos de estabelecimentos comerciais existem e em que proporção? ( ) Alimentação (lanchonetes, restaurantes, açougue) ( ) Farmácia ( ) Lojas de roupas e acessórios ( ) Academias ( ) Supermercados ( ) Bancas de revista e livrarias ( ) Lojas de material esportivo ( ) Outros (dar exemplos): _______________________________________ 9) Que órgãos públicos existem na região visitada (façam uma lista)? Eles atuam em que áreas? ( ) Educação ( ) Segurança pública ( ) Saúde ( ) Justiça ( ) Outros (dar exemplos): _______________________________________ 10) Tem instituições de ensino? ( ) Escolas de educação infantil (especificar se públicas ou particulares) ( ) Escolas de ensino fundamental e médio (especificar se públicas ou particulares) ( ) Escolas técnicas (especificar se públicas ou particulares) ( ) Universidades/faculdades (especificar se públicas ou particulares) 11) Como é o calçamento das ruas? Há espaços para os pedestres caminharem? Pessoas com deficiência conseguiriam transitar nas calçadas?
12) Quais são os principais meios de transporte presentes na região? Qual é a qualidade dos locais onde as pessoas aguardam pelo transporte (pontos de ônibus, estação de metrô etc.)?
13) Onde as pessoas buscam assistência médica? Tem posto de saúde? Hospital?
14) Quais as principais opções de cultura e de lazer na região? ( ) Casa de shows ( ) Praça e parque ( ) Teatro ( ) Centro cultural e museu ( ) Biblioteca ( ) Clube ( ) Outros (dar exemplos): _______________________________________ 15) O que de mais diferente ou inesperado vocês viram durante a visita?
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ACHADOS • De volta à escola, é hora de organizar as ideias e informações. Num primeiro momento, nos times, conversem sobre o que viram, organizem as informações e respondam às questões da ficha de campo. Em seguida, compartilhem tudo com os demais times da turma. É possível que haja informações repetidas, pois vocês visitaram os mesmos lugares. Mas é provável que a maneira como um compreende determinada informação seja diferente ou complementar aos demais. Por isso, uma conversa mais detida sobre os achados dessa atividade externa é essencial. GRANDE QUADRO • Após esse compartilhamento, façam um grande quadro (usando o quadro branco, papel Kraft ou cartolina) com as informações do entorno da escola. Tudo o que vocês coletaram deve ser considerado. Organizem em categorias (lembram-se delas?). Peçam que o(s) professor(es) ajudem a avaliar se as principais informações estão contempladas ou se eles sugerem alterações. Esse quadro é o produto da primeira visita. PRÓXIMO PASSO • Quem achou que o estudo do meio terminou está enganado. É hora da segunda saída, que vai ser necessária para que vocês consigam aprofundar as percepções sobre a região, complementar informações, conversar mais detidamente com as pessoas, olhar a fundo os problemas e levantar possíveis ideias para projetos. PRA QUÊ? • Dessa vez, mais do que observar e conversar sobre o que viram com os colegas, a ideia é que vocês tenham contato próximo com as pessoas que vivem, estudam ou trabalham na região. Saber o que elas fazem ali, o que pensam sobre o lugar, o que elas gostariam que fosse diferente....
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AGENDAR • Assim como na primeira vez, é importante combinar a atividade externa com direção e coordenação da escola. Além disso, é essencial que vocês se preparem para o que vai rolar. ENTREVISTAS • A ideia é que cada time entreviste três pessoas com perfil diferente, como um estudante, um comerciante e um policial, ou um bancário, um idoso e um professor de escola. Por quê? Para que vocês tenham visões e/ou opiniões diferentes a respeito da região e das questões que a afetam. Escolham o tipo de pessoa a entrevistar, antes da segunda visita acontecer. O QUE PERGUNTAR? • Vocês precisam preparar uma lista de perguntas para os seus entrevistados, para que a conversa com eles não fique solta ou murche, dando um branco. O que perguntar? Pensem em seus objetivos: saber como as pessoas se relacionam com o lugar e com as demais pessoas, e que visão elas têm da região, de suas qualidades e problemas. São informações como essas que os ajudarão, mais adiante, a propor projetos importantes para quem vive e convive nesse canto da cidade. Tomem os exemplos de perguntas sugeridos a seguir como inspiração inicial para pensarem nas questões para os seus entrevistados.
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ENTREVISTA 1) Dados gerais: - Nome do entrevistado: _______________________________________________ - Idade: _____ anos - Relação com o entorno: ( ) Mora perto ( ) Estuda na redondeza ( ) Trabalha na região ( ) Frequenta o bairro de vez em quando ( ) Outros (especifiquem): ___________________________________________ - Há quanto tempo se relaciona com esse local da cidade? _____________________ 2) Quando você pensa neste lugar, qual a sua primeira ideia a respeito? Por quê?
3) Na sua opinião, o que tem bom e de ruim por aqui? Quais são as maiores qualidades? E os principais problemas?
4) Como são os serviços públicos dessa região? Você já estudou em escola pública ou conhece alguém que estuda? Já usou os serviços de saúde (posto de saúde ou hospital) próximos? Já precisou recorrer à policia? Como foi a experiência?
5) O que você acha que poderia fazer para a vida aqui ficar melhor para todos? Outras pessoas daqui já fazem alguma coisa ou têm alguma proposta?
6) Outras perguntas: pensem em outras perguntas específicas para o futuro entrevistado. São questões que um tipo de pessoa tem mais propriedade para responder do que outras. Por exemplo, se for um médico que atende no posto de saúde, vocês poderiam perguntar sobre as doenças mais frequentes entre os pacientes desse posto, os maiores problemas que a população enfrenta para conseguir atendimento médico e pedir que ele diga que tipo de ação teria mais efeito para melhorar a assistência médica da população local. Um outro exemplo, relacionado à segurança pública, seria pedir ao entrevistado (talvez um policial) dados sobre os índices de violência da área (se os casos são raros ou frequentes) e sugestões de como a população poderia contribuir para tornar o lugar mais seguro.
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NA AGENDA • Marquem as entrevistas com certa antecedência, lembrando-se de que nem sempre as pessoas estão disponíveis no horário mais fácil para vocês. Busquem, juntos, encontrar um momento conveniente e possível para todos do time. Em último caso, se estiver difícil encontrar um horário, um ou dois membros do time podem representar os demais e conduzir a entrevista. MANDEM VER! • Na hora da entrevista, ajam com curiosidade. Comecem contando sobre a escola e sobre o objetivo de vocês: conhecerem profundamente o entorno da escola e se prepararem para criar e desenvolver projetos que possam trazer mudanças positivas para a região. Agradeçam pela colaboração e perguntem se ele gostaria que fosse dado sigilo ao nome dele (isso não será um problema, afinal, o que vocês precisam é de informação e pontos de vista sobre as questões por que passa o entorno da escola, certo?). Tenham em mãos a pauta de perguntas, além de um bloco de anotações ou caderno para registrar tudo. Se tiverem um gravador de áudio (muitos smartphones possuem essa função), melhor ainda. Se perceberem que o entrevistado não respondeu a uma questão com a profundidade que vocês esperavam, retomem a pergunta, pedindo que ele fale mais e até dê exemplos para clarear o que está sendo dito. Respostas superficiais ajudarão muito pouco o time e a turma. NO PAPEL • É hora de organizar as entrevistas feitas. Leiam seus registros ou ouçam o áudio das gravações das entrevistas, selecionando as partes em que os entrevistados disseram coisas importantes e que contribuirão para ajudar o time nos seus objetivos. Elaborem uma síntese de cada entrevista, em tópicos. TROCAS • Apresentem aos colegas dos demais times da turma a síntese de suas entrevistas. Fiquem atentos às sínteses que eles apresentarem, pois essa é uma maneira de todos vocês ampliarem suas visões a respeito de como as pessoas percebem a região do entorno da escola, o que será essencial no momento de identificar situações-problema a serem transformadas (isso vai acontecer logo, logo!).
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MUNDARÉU DE INFORMAÇÕES • Vocês têm noção de que deram passos importantes? Pesquisaram sobre o entorno da escola na Internet, fizeram uma primeira visita para levantar e confirmar informações e conversaram com pessoas que vivem, estudam, trabalham e/ou frequentam a área. Pode-se dizer que fazem parte de um grupo de especialistas: dos estudiosos de uma região da cidade! Mandaram bem! Todas essas informações serão necessárias para caminharem na atividade daqui em diante. Mas como vai ser? Descubram a seguir! DEMANDAS • De tudo o que vocês viram, ouviram e conversaram, quais são os principais problemas ou demandas do entorno? Façam uma lista dessas necessidades identificadas durante o estudo do meio. AGRUPANDO • Agora, tentem agrupar essas demandas em áreas temáticas. Vejam abaixo alguns exemplos de áreas temáticas.
Áreas temáticas CULTURA E LAZER VIDA, SAÚDE E ESPORTE CIDADANIA (a participação das pessoas no contidiano da cidade) MEIO AMBIENTE SINALIZAÇÃO CONVIVÊNCIA ENTRE MORADORES E OUTRAS PESSOAS RELAÇÃO COM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS SEGURANÇA PÚBLICA EDUCAÇÃO OUTROS (especifique quais)
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TEM FUTURO • Depois pensem: esses problemas e demandas poderiam ser transformados em projetos? O que poderia ser feito para resolver esses problemas. É hora de levantar ideias. Não se apressem, e não se inibam em viajar na maionese. Um palpite puxa outros que podem gerar um projeto e uma possível solução para o problema a ser atacado. PRÉ-ESCOLHA • Chegou o momento de fazer uma pré-seleção das situações-problema que poderão ser transformadas em projetos. Dentre as listadas por vocês no passo anterior, quais parecem mais importantes? Em relação a quais se sentem mais motivados? Elas têm futuro como projeto? QUANTAS? • Vocês devem estar se perguntando a quantos problemas/necessidades irão dedicar-se. A escolha das situações deve corresponder ao número de times formados na turma. Pode ser mais interessante eleger problemas com temas diferentes. Pensem nisso! A PROPOSTA É... • Chegou o momento de pensar o que fazer para enfrentar esses problemas. Ou seja, discutir as linhas gerais dos projetos, elaborando seus escopos. O que gostariam de propor como possibilidade de intervenção? Fiquem ligados: um projeto só se justifica se tiver uma proposta “encorpada”. Nada de ações pontuais, pequenas, pois elas não demandariam um time para realizá-las. A proposta é que sejam ações importantes, desafiadoras, capazes de transformar para melhor os problemas que vocês identificaram. Pensem alto, mas com os pés no chão! QUERO VER! • As ideias que tiveram para transformar positivamente o entorno da escola devem ganhar agora seus primeiros contornos como projeto, no papel. Cada time deve elaborar um escopo para o seu projeto, preenchendo o quadro a seguir, e depois fixá-lo em um espaço comum, de grande visibilidade. Ideia que aparece tem mais chance de crescer!
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Propostas a serem realizadas na escola Tema ou espaço que pode receber intervenção dos alunos da escola:
Projetos de intervenção
Como vemos a situação-problema a ser enfrentada?
Escopo do projeto a ser realizado (o escopo contém as linhas gerais do projeto):
Que resultados concretos estamos prevendo com esse projeto?
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Uma causa, um projeto, um time Até aqui, nesta etapa de Mobilização, vocês e os demais alunos de todas as turmas do 2º ano formaram times que investigaram possíveis intervenções a serem realizadas no entorno da escola. O trabalho de levantamento de ideias resultou em escopos de projetos, que podem vir a ser colocados em prática. Agora, com os colegas de turma, leiam cada um dos escopos propostos pelos alunos das outras turmas. Nessa leitura, selecionem as propostas com as quais cada um mais se identifica. Não fiquem presos à proposta que fizeram nem às panelinhas ou colegas preferidos. Fiquem ligados na causa que mais tem a ver com vocês e engajem-se no projeto que mais responda a seus anseios e interesses! Entendam que estão escolhendo uma causa pela qual lutarão nos próximos meses. Vai ser muito trabalho, logo é essencial se sentirem motivados e desafiados! Depois da leitura atenta dos escopos dos projetos, cada aluno deve indicar os três projetos com os quais mais se identifica no quadro abaixo e entregá-lo ao Orientador Educacional. Essas escolhas definirão a organização dos times para cada projeto. lista de preferência de projetos PELA ORDEM
PROJETOS
O QUE MAIS ME ATRAIU NELE?
Minha primeira escolha Minha segunda escolha Minha terceira escolha
Em breve, a escola vai compartilhar a lista dos membros de cada projeto. Estarão formados os times que vão fazer a diferença! Vamos à etapa da Iniciativa!
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Olá, jovens! Já estamos na segunda fase de desenvolvimento do projeto, a etapa de Iniciativa. Se há uma coisa que não pode faltar num protagonista é a capacidade de tomar iniciativas. Nesse momento ela se aplica às ações que vocês pretendem desenvolver no entorno da escola para transformar a situação-problema. Decisões importantes, hein? Estão preparados?
A força do time
O trabalho cooperativo é a chave do sucesso. Trabalhando em times, vocês sabem, somos mais fortes. Mas a cada dia o time precisa exercitar essa união de forças, ou seja, praticar o respeito às diferenças, compreendendo e valorizando pontos de vistas diversos e cuidando para que ninguém fique para trás. Ao trabalhar em times, vocês aprendem habilidades de gestão importantes, tais como: gerir processos e informações, gerir o próprio trabalho (autogestão), gerir o trabalho dos colegas (heterogestão) e trabalhar juntos (cogestão). Além disso, desenvolvem competências fundamentais ao convívio no mundo atual. A colaboração estará em jogo toda vez que vocês tiverem de lidar com as diferenças entre as formas de pensar, sentir, aprender, agir e decidir dos membros do time. Não é fácil, mas sempre que reconhecemos que as diferenças nos fazem mais fortes, aprendemos a crescer com elas. Para esse aprendizado, há uma estratégia básica: coloquem-se no lugar do outro, cooperem com ele e deixem que ele colabore com vocês.
Colaboração e liderança para crescer no século 21!
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A colaboração estará em jogo toda vez que vocês tiverem de lidar com as diferenças entre as formas de pensar, sentir, aprender, agir e decidir dos membros do time. Não é fácil, mas sempre que reconhecemos que as diferenças nos fazem mais fortes, aprendemos a crescer com elas. Há uma estratégia básica para praticar esse aprendizado: coloquem-se no lugar do outro, cooperem com ele e deixem que ele colabore com vocês. As diferenças nos fazem mais fortes Para aprender a ser um líder de verdade, cada membro do time vai ser desafiado a assumir a liderança e a ser liderado durante as atividades. Ser líder, como já foi possível vocês perceberem, não significa ser chefe do time ou querer ter a obediência dos colegas.
UM BOM LÍDER É AQUELE QUE MOTIVA A PARTICIPAÇÃO DOS COLEGAS DO TIME O bom líder tem consciência dos objetivos do time, ajuda a manter o foco nesses objetivos e garante espaço para que todos possam se expressar, propor ideias e agir. O líder orienta os colegas na organização das tarefas, ajudando o time a caminhar com mais segurança. Quem é líder aprende muitas e muitas coisas. Daí a importância de um rodízio na liderança, para que todos vivenciem essa experiência. Vejam um bom resumo de toda essa história no quadro a seguir.
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Trabalha bem em time quem... Está sempre presente nos encontros de trabalho do time, pois sua participação faz diferença na qualidade da ação que se quer empreender. Preocupa-se em aprender e contribui para o aprendizado do colega e de todo o time. Realiza as tarefas combinadas e dá apoio ao colega que encontra dificuldades. Interage e colabora com os colegas para aprender e alcançar os resultados planejados.
Assume o papel de líder quando é escolhido pelos colegas e colabora quando é liderado por outro jovem. Não perde tempo com coisas desimportantes, como fofocas, trabalhando com dedicação e compromisso na proposta do time. Enfrenta os problemas de convivência, tentando resolver as divergências que ocorrem no trabalho coletivo. Tem no professor um forte aliado para ajudar o time a manter o foco nos objetivos, a mediar conflitos e a pensar soluções para os problemas que surgirem.
Inspiração total É, sim! Hora de os palpites pipocarem para chegar à definição do que o time pretende realizar, de fato, para transformar a situação-problema escolhida. A partir dos escopos de projetos elaborados na etapa de Mobilização, com os temas ou espaços que serão foco da intervenção de vocês, já deu para terem uma visão mais abrangente dos desafios que a juventude, os estudantes, a escola e a comunidade enfrentam, não é? Agora, é o momento de aprofundar as reflexões. Por onde começar?
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O LÍDER • O ponto de partida é este: escolham quem vai liderar o time na atividade. CHUVA DE IDEIAS • Deem sugestões de qualquer tipo sobre o que fazer para transformar a situação-problema, mesmo que elas lhes pareçam estranhas ou impossíveis de realizar. Tem pensamento que vai parar na Lua nessa hora, mas de uma viagem sonhadora dessas pode surgir uma grande possibilidade! Lembrem-se, nesse momento, das informações que estão no escopo do projeto. O líder anota todos os palpites! Usar um quadro grande pode ajudá-los a visualizar os comentários de todos. Mas, atenção: o time ainda não decidirá quais ações serão implementadas. Por enquanto, apenas coloquem as cabeças para pensar, juntas! PRIMEIRA FAXINA • Vocês devem ter levantado “trilhões” de possibilidades! Então é preciso fazer uma pequena triagem: de tudo o que foi pensado, quais são as ideias que podem realmente fazer diferença para a solução do problema? Lembrem-se: nada de ação muito simples, do tipo que só faz marola. Precisamos de ideias adequadas à complexidade do problema, certo? DEIXA OU TIRA? • Aquilo que for “viagem” demais, vocês vão eliminando. As ideias que entenderem mais viáveis deixem na lista. Aos poucos, sublinhem, marquem de alguma maneira as sugestões que consideram mais interessantes. Esse é um dos grandes momentos do projeto. Cada decisão tomada agora influenciará as próximas etapas. Na prática, vocês começam a rascunhar a ação para transformar a situação-problema. Mas precisam afinar essas escolhas para que elas os levem aonde desejam. Vejam como prosseguir. MUITA CALMA • Cada escolha precisa ser bem pensada, analisada sob ângulos diversos. Nada de decidir qualquer coisa só para ganhar tempo!
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E AÍ CARA? • Deem voz aos colegas, com todo o respeito. Vocês são um time... Cuidem para que todos possam expressar o que pensam sobre cada aspecto a ser decidido. Mesmo que a sua ideia seja muito interessante, busque ajudar o time a chegar a uma conclusão considerando o coletivo. CORAGEM • Quando escolhemos um caminho, apostamos que ele é o melhor e deixamos outros de lado. É preciso firmeza nessa hora, não é? E se vocês perceberem depois que outra opção teria sido melhor? Não há problema, vocês já sabem. Afinal, aprendemos muito com tentativas e erros, o time poderá encontrar soluções para esses outros impasses. FOCO • Qual é mesmo a causa pela qual estão lutando? Aonde pretendem chegar com esse projeto? Com essas perguntas na cabeça, com certeza vocês atingirão o alvo!
À escolha A essa altura, já pintaram muitas propostas de ações gerais a serem realizadas para transformar a situação-problema. E aí? Está batendo aquela vontade de fazer um projeto bem bacana e colocar a mão na massa? Então, para não perder esse pique, vamos à grande escolha, galera, à tomada de decisão pela ideia que será a marca do projeto! Não é, claro, tarefa simples, mas quando todos pensam juntos, a decisão se torna mais fácil. Em frente! NOVO LÍDER • Elejam o membro do time que atuará na liderança dessa atividade. MAIS UNS PITACOS • O líder relê a lista de ideias e todos checam se querem acrescentar mais alguma. O líder anota tudo! Atenção: o momento de escolha traz o desafio a cada jovem do time de contribuir com sua força.
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TUDO CERTO? • Então, agora, cada um reflete e escolhe até duas ideias que tenha interesse de transformar em projeto. Avaliem se as propostas são relevantes para melhorar a escola ou para a própria educação. Ou seja, o que está em jogo é o bem comum e não os desejos individuais, hein, pessoal! PENTE FINO • O líder anota as opções de cada jovem e faz uma nova lista com as ações selecionadas, como o exemplo a seguir: Supondo que o objetivo do time seja ajudar a reduzir a incidência de doenças em crianças da região, podem surgir propostas como estas...
do João...
da Maria...
Realizar uma campanha de comunicação, envolvendo blog e panfletos informativos, confecção de ímãs de geladeira com datas e endereço de vacinação e um “ataque” de torpedos virtuais dirigidos às famílias das crianças que frequentam creches, escolas infantis e o comércio local, esclarecendo sobre as doenças mais comuns e como evitá-las por meio de práticas de higiene e vacinação nos postos de saúde. Realizar pesquisa com médicos e enfermeiros sobre os cuidados necessários com a higiene; elaborar uma cartilha para professores, equipe de limpeza e cantineiros de escola e fazer com eles oficinas de formação, treinando-os em práticas de higiene que transmitirão às crianças de suas escolas.
QUASE LÁ... • Para chegarem à decisão final de forma satisfatória, todos devem opinar sobre cada ideia selecionada, pensando nos prós e contras de levá-la adiante em forma de projeto. Lembrem-se de que é possível “casar” duas ou mais ideias, se elas se mostrarem complementares e viáveis. O líder anota tudo! Pensem se a ação vai: ajudar a melhorar a nossa aprendizagem?
Por quê?
motivar o time a colocar a mão na massa?
Por quê?
impactar positivamente a vida de muitas pessoas?
Por quê?
envolver desafios importantes? Quais?
Por quê?
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NA MOSCA • Analisados prós e contras, batam o martelo e definam quais ideias se constituirão no projeto do time. COM ARGUMENTOS • Iniciativa escolhida? Então, discutam e registrem as opiniões do time para as questões abaixo.
Essa ideia é importante de ser realizada porque... Os resultados que queremos alcançar com esse projeto são...
MAIS RECHEIO • É essencial, agora, entender melhor a situaçãoproblema que o time decidiu enfrentar. O que vocês já sabem a respeito? O que será que os demais membros da escola pensam sobre o problema que o projeto pretende transformar? Para compor esse recheio, pesquisem informações complementares na Internet, em livros e com os professores e gestores da escola. De repente, pode ser importante consultar profissionais externos que vocês consigam manter contato (professores de outras escolas ou universidades, especialistas conhecidos etc.). Vejam a seguir um exemplo de como ampliar conhecimentos sobre o projeto, possibilitando que todos aprendam mais e que ele ganhe qualidade.
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Como ir mais fundo no problema Em um projeto realizado por jovens, o objetivo era estimular moradores de uma comunidade a lerem mais e a diversificarem os gêneros textuais lidos. Eles pesquisaram o tema e, ao fazerem isso, aprofundaram os conhecimentos sobre a situação que iriam enfrentar, preparando-se para planejar as ações que seriam realizadas no entorno da escola. O que o time encontrou pesquisando?
Nos últimos anos, tem aumentado o número de projetos realizados por pessoas, instituições privadas e pelo próprio governo com o objetivo de estimular as pessoas a lerem mais e a diversificarem os gêneros textuais lidos. Muitos recursos têm sido investidos em acervo de bibliotecas públicas, comunitárias e escolares. Com maior quantidade e variedade de livros, esses espaços atraem mais visitantes.
Sabendo mais, o time chegou a novas perguntas
Basta ter uma biblioteca bonita e cheia de livros para que as pessoas queiram ler? Muitas pesquisas apontam que não. Mais do que possibilitar o acesso ao livro, essas pesquisas dizem que é preciso estimular as pessoas a gostarem de ler, a entenderem que a leitura possibilita que o ser humano tenha experiências únicas, difíceis até de se explicar. É por isso que existem, atualmente, muitos projetos que investem, também, na realização de atividades de incentivo à leitura, tais como saraus, contação de histórias, conversas com autores de livros, debates sobre obras, divulgação de resenhas e oficinas diversas, como as de criação literária e de histórias em quadrinhos. Existem, até, comunidades virtuais de leitores (Skoob, por exemplo).
A causa se definiu
Mais do que ajudar a aumentar e diversificar o acervo da biblioteca da escola onde estudavam, os jovens assumiram uma causa importantíssima: ajudar as pessoas a gostarem de ler e a se aproximarem mais do universo da leitura.
O que ajudou o time no percurso?
Além de curiosidade, interesse e motivação, os jovens receberam dos professores estas boas orientações e sugestões:
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Leiam e conversem, entre si, sobre alguns textos relacionados à questão da leitura. Busquem compreender quais são as causas de as pessoas lerem pouco e as principais estratégias para estimulá-las a ampliar o hábito da leitura. Consultem várias fontes. Na Internet, por exemplo, vejam alguns links de textos, tais como:
•
Matéria publicada pela revista Veja sobre hábitos de leitura do brasileiro (http://goo.gl/V0Ar5)
•
Relatório da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró Livro (http://goo.gl/qT613)
•
Pesquisa desenvolvida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que relaciona a aprendizagem dos alunos ao gosto pela leitura (http://goo.gl/kQMJ2) 43
2
Façam um levantamento de dados sobre os hábitos de leitura da comunidade em foco. Para isso, criem um formulário como do exemplo abaixo, com poucas questões para que todos respondam. LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE HÁBITO DE LEITURA a) Qual foi o livro de que você mais gostou até hoje?
b) Que tipo de livro você mais gosta de ler? Coloque os gêneros abaixo em ordem crescente: do que você mais lê para o que você menos lê ( ) Autoajuda ( ) Dicionário ( ) Poesia ( ) Biografia ( ) Didático ( ) Romance ( ) Conto ( ) Ficção científica ( ) Outro. Qual? ( ) Crônica ( ) Literatura __________________ c) Quantos livros você lê ao longo de um ano, em geral?
d) Os membros da sua família, em geral, leem: ( ) 1 livro por ano ( ) 2 livros por ano ( ) 3 livros por ano ( ) 4 livros por ano ( ) 5 ou mais livros por ano e) Atualmente, na sua casa, como vocês acessam os livros? ( ) Em geral, pegamos livros em biblioteca (da escola e/ou outras) ( ) Em geral, compramos livros ( ) Em geral, ganhamos livros de presente ( ) Em geral, pegamos livros emprestados com parentes e amigos ( ) Outro jeito. Qual? ___________________________________ f) Quantos alunos da escola participam de redes sociais dedicadas à leitura? Do que eles mais gostam nessas comunidades virtuais?
g) Quais foram os livros mais retirados na biblioteca da escola no ano passado? Por que será?
h) Qual foi a turma que mais retirou livros no ano passado? O que pode ter levado a isso?
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Agora é hora de organizar as informações. Somem cada resposta e façam um percentual em relação ao total. Em seguida, olhem para os dados de forma crítica. Pensem o que eles podem dizer de importante para vocês. Analisem bastante e, logo depois, leiam as pistas a seguir, que os ajudarão a interpretar as informações colhidas. •
É legal saber os livros de que as pessoas mais gostam para usar os títulos em ações que as atraiam mais para a leitura.
•
É importante saber os gêneros de livros de que as pessoas mais gostam para uma meta de melhorar o acesso à biblioteca. Se o acervo tem apenas livro de poesia, o interesse em pegar livros fica restrito.
•
A quantidade de livros que as pessoas e seus familiares leem, em geral, é um dado que pode ajudá-los a estabelecer metas. Ou seja, se as pessoas têm o hábito de ler um livro por ano, vocês podem decidir adotar, como meta, aumentar essa média para dois ou três livros.
•
Por fim, conhecer as formas de acesso das pessoas ao livro pode ajudálos a pensar nos espaços da biblioteca e, ao mesmo tempo, em possíveis atividades de incentivo à leitura.
Ótimo, vocês já conhecem um pouco melhor a situação-problema que enfrentarão: obtiveram informações sobre a leitura no Brasil e levantaram/analisaram dados sobre os hábitos de leitura dos envolvidos na situação-problema. Deram um passo importante para começar a desenhar as ações que pretendem realizar.
E AÍ? • Perceberam que o time do exemplo não parou em conhecimentos superficiais? Eles foram desafiados a saber mais, a buscar informações sobre o contexto em que iriam atuar, tanto acessando informações gerais sobre leitura, quanto conhecendo as práticas de leitura dos membros da escola. Com isso, ficaram por dentro do assunto e sentiram-se mais preparados para agir.
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PESQUISA NA VEIA • Agora é com vocês: pensem como pretendem ampliar os conhecimentos que têm sobre o tema do projeto que estão começando a desenvolver. A Internet é uma boa fonte de pesquisa, pois dá acesso a livros, textos, pesquisas, reportagens, comunidades virtuais. Mas fiquem espertos: não confiem em qualquer site, chequem as informações que acessarem, e nem usem apenas a Internet como fonte de pesquisa. Conversem com os professores (peçam indicações de outras referências), entrevistem os colegas (para conhecer os hábitos, interesses, conhecimentos deles sobre o tema), sejam investigadores de conhecimentos. Vocês e o projeto só terão a ganhar com isso. Organizem tudo o que coletarem, conversem entre si, identifiquem o que será importante. DE OLHO NO CONSELHO • Com a iniciativa definida e entendendo melhor a situação-problema a enfrentar, vocês estão aptos a preparar a conversa com o Conselho de Projetos. No dia, vocês precisarão levar um “descritivo” do projeto. O que é isso? Significa preparar um documento com o seguinte conteúdo: • • • • • •
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Nome da escola, nomes dos membros do time, nome do orientador e data (capa). Área temática do projeto. Objetivo principal e outros objetivos do projeto. Justificativa da importância do projeto, informando a situação-problema a transformar. Principais ações a serem realizadas. Principais resultados que o time pretende alcançar.
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PAPO DE RESPONSA • Apresentem o descritivo ao Conselho de Projetos da escola, que é formado pelo diretor, um coordenador pedagógico ou orientador educacional, um professor e três alunos. A apresentação é necessária para que eles conheçam a proposta de vocês, compreendam a importância do projeto, apresentem questionamentos (essenciais para que as propostas fiquem ainda melhores) e possam dar o sinal verde para o time seguir adiante ou propor ajustes antes dessa largada. RESPOSTAS • Depois da conversa com o Conselho de Projetos, reúnam todos os membros do time para: recebido o sinal verde, conversarem sobre as sugestões que o Conselho deu para enriquecer mais o projeto. recebido o sinal amarelo, conversarem sobre as razões disso e as mudanças propostas pelo Conselho para o projeto ter início. BATISMO • O projeto precisa de um nome. Caprichem na escolha, pois será o nome que toda a escola utilizará para se referir a vocês! Levantem várias opções e decidam, lembrando de que é sempre interessante o nome de um projeto remeter à causa e às ações que ele abraça. Próxima etapa:
Planejamento... Até lá!
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Viração
Sejam bem-vindos à etapa de Planejamento, que está começando! As decisões que vocês tomaram na etapa de Iniciativa, que o time vivenciou nos últimos encontros, começarão a se concretizar agora. O planejamento é o primeiro passo para que uma ideia se transforme em ação. Vocês já viveram outras experiências de planejamento de projetos. Tem gente que continua não gostando dessa etapa? É possível que sim! Mas tem alguém que ainda não entende a sua importância? É provável que não. O sucesso de um projeto depende, bastante, da qualidade do planejamento. Sempre lembrando que pode ser necessário mudar muitas coisas na hora da ação. Ou seja, o planejamento é algo que ocorre antes e durante a realização das ações. Ter de replanejar as coisas é normal! O planejamento é um tesouro para o protagonista É durante a elaboração do projeto que o time faz importantes previsões sobre o que pode ou não dar certo, e aí pensa em estratégias criativas para superar seus limites e desafios. Planejar dá trabalho, mas poupa muito trabalho durante a execução do projeto, podem apostar! Quando vocês elaboram um projeto, colocando todos os passos no papel, organizam as ações a partir de questões estratégicas: O que deve ser feito antes? Quem vai fazer o quê? Quais recursos serão necessários? Com quem podemos contar?
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?
Com seus questionamentos, ideias e vontades, vocês já colocam em prática habilidades a serviço do sucesso do trabalho do time. Dessa forma, o projeto fica nas mãos do time e não nas mãos do destino. Um planejamento cuidadoso só facilita lidar com os imprevistos. Sim, porque eles existem e poderão aparecer durante a execução! Se acontecer, conversem sobre como querem agir. Lembrem-se de que não está com nada procurar por “culpados”... O legal é unir forças e trabalhar com dedicação, para superar os desafios da melhor forma. A proposta, então, é que vocês experimentem planejar e vejam que não se trata de um bicho-desete-cabeças. O planejamento vai ajudar, e muito, a vida do time. Mas, para que isso realmente ocorra, é essencial que sejam colocados em prática alguns valores e atitudes importantes. Quais são eles?
Dedicação Organização
Respeito às ideias de todos
Não rola desanimar diante de uma dificuldade, é preciso se dedicar com afinco para que tudo saia o mais próximo possível da maneira que pensaram. Planejamento não combina com bagunça. Um time que investe em realizar um bom planejamento cuida da organização das ideias, escolhe caminhos com clareza, justifica suas escolhas, define responsáveis para cada ação e prazos para sua realização, dentre tantas outras coisas! A mesma ação pode ser realizada de diversas maneiras. Por isso, durante o planejamento, pode haver discordâncias. Nesse caso, conversem até chegar a um consenso sobre o que parece melhor para o time. Pensar no coletivo é mostrar desapego às próprias propostas, quando as demais forem mais adequadas.
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Tomada de decisões
Registro
Essa é uma das grandes curtições do projeto. O tempo todo, o time vai topar com dezenas de possibilidades de escolha. Fazer isso ou aquilo? Nesse lugar ou naquele outro? Vamos convidar fulano ou beltrano? Vai acontecer na terça-feira ou na sexta-feira? E assim por diante. Não tenham medo de tomar decisões! E, toda vez que precisarem decidir algo, pensem nos prós e contras de cada opção, conectando-os com os objetivos do time. Ideias que ficam no ar vão embora com o vento! Não pode. Então, discutam! Decidam! Passem tudo para o papel! O processo de planejamento precisa ser registrado, tanto para que vocês possam utilizar esses registros na etapa de execução das ações, quanto para poderem negociar com a equipe de gestão da escola. E, claro, tenham as anotações sempre à mão!
Antes de seguir, eis um exercício para ajudá-los a conhecer um pouco do estilo de trabalhar uns dos outros, o que é importante, vocês verão, para o processo de planejar:
1
Em uma folha de papel, cada um escreve palavras que representem o seu jeito habitual de trabalhar. Observe o seguinte: •
• • • •
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Você é do estilo “tudo organizado”? Ou prefere um jeito mais informal de realizar as tarefas? Pensa muito antes de agir? Ou parte logo para a ação? Gosta de registrar tudo no caderno? Ou acha que vai guardar tudo na cachola? Confia sempre em que as coisas vão dar certo ou espera ver para crer? Está sempre animado, vendendo energia ou é mais discreto?
• • •
Gosta de trabalhar junto ou prefere trabalhar sozinho? Que conhecimentos e habilidades você acha importantes o time ter? O que gostaria de aprender nessa etapa de planejamento?
2
Contem, uns para os outros, as respostas que deram às questões. Assim, aos poucos, vocês se conhecerão melhor e saberão como se ajudar durante o planejamento do projeto.
3
Agora, façam alguns combinados que facilitem o funcionamento do time. Pensem, por exemplo, no seguinte: • •
•
Como vai ser o rodízio de liderança durante o planejamento? Como pretendem registrar as conversas, ideias e decisões, já que precisarão apresentar o planejamento ao Conselho de Projetos? Que apoio gostariam de receber do professor em relação à organização do time, para que consigam superar os desafios da etapa de planejamento?
Lembrem-se desses combinados durante toda a etapa de planejamento, que se desenvolverá nos passos descritos nas próximas páginas.
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Passo 1
Para começar, releiam os registros feitos pelo time na etapa de Iniciativa. É hora de refrescar a memória quanto ao que já sabem e aprenderam em relação à situação-problema. Leiam e conversem, agora, sobre as informações referentes ao que pretendem fazer. O O descritivo que o time apresentou ao Conselho de Projetos pode ajudá-los, pois ele sistematiza as ações que vocês realizarão. As ideias precisam estar frescas na cabeça de todos!
Passo 2
É preciso, agora, planejar os movimentos em cada ação. Compartilhem a imaginação e as boas ideias, sempre registrando tudo. As perguntas a seguir facilitarão o trabalho, mas contem também com os professores para tirar dúvidas ou ampliar os conhecimentos durante o percurso.
O que já temos?
Novas perguntas
Quais são os objetivos do projeto? Para construírem o passo a passo do projeto, é importante que saibam aonde querem chegar. Vocês já definiram isso na etapa de Iniciativa. Então, registrem essas metas em um papel para não perdê-las de vista!
EXEMPLO DE OBJETIVOS Os alunos de uma escola identificaram, como situação-problema do entorno, a alta incidência de crianças com influenza, catapora e outras doenças contagiosas. Partiram, então, para um projeto com os seguintes objetivos: • • •
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identificar e compartilhar informações sobre as doenças de maior incidência entre as crianças da localidade; promover a adoção de hábitos de higiene entre crianças, professores e funcionários de três escolas infantis da região; reduzir a incidência dessas doenças entre as crianças.
Com quais “ações gerais” o time pretende enfrentar a situação-problema? Vocês já as definiram na etapa de Iniciativa, mas pensem nisto: se forem muitas ações, o tempo pode ser curto para colocá-las em prática.
EXEMPLOS DE AÇÕES GERAIS Os jovens que queriam ajudar a reduzir a incidência de determinadas doenças contagiosas entre crianças do entorno da escola propuseram as seguintes ações: •
• • • •
identificação das doenças mais comuns entre as crianças da região, a partir de informações fornecidas por professores da escola e pelo médico e enfermeira do centro de saúde; estudo sobre o modo de transmissão dessas doenças e as possibilidades de prevenção; elaboração de material informativo sobre as doenças e suas formas de prevenção; criação e implantação de rotina de higiene nas escolas; formação de pais, professores, funcionários da limpeza e cantineiras de três escolas infantis do entorno, para a adoção de hábitos de higiene.
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Que atividades realizar para dar conta de cada “ação geral”? É hora de pensar no que ajuda e no que é desnecessário para concretizar cada ação geral, ou seja, detalhar movimentos, providências, tarefas. EXEMPLOS DE ATIVIDADES Os alunos que queriam reduzir a incidência de doenças contagiosas entre crianças de escolas infantis apontaram as seguintes atividades: •
•
• •
• •
•
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entrevista com um médico e uma enfermeira do centro de saúde sobre as doenças contagiosas mais comuns nas crianças em cada época do ano e as possibilidades de prevenção; pesquisa (em livros e com o médico) sobre hábitos de higiene que podem ser adotados nas escolas e em casa, de maneira a contribuir para a redução da transmissão das doenças; elaboração de uma cartilha com orientações de práticas diárias para reduzir a transmissão das doenças; negociação de apoio do centro de saúde para a realização de um mutirão de atualização das vacinas nas crianças das escolas, com a participação das famílias; oficina ministrada pelo médico do centro de saúde nas escolas, para a criação de nova rotina de cuidados higiênicos dirigida aos alunos; promoção do “Dia S”: Sempre Saudável nas escolas, para as crianças e professores divulgarem às famílias a rotina necessária de hábitos higiênicos e outros cuidados (como vacinação) que ajudam a diminuir os casos de doenças; realização da “Blitz contaminação NÃO”, feita uma vez por semana pelos jovens do projeto nas escolas, para checar a adesão à rotina de higiene, conferir falhas nos procedimentos e reorientar as equipes escolares.
Quem assumirá a responsabilidade pelos resultados de cada atividade proposta? Todos os membros do time têm muito a contribuir para todas as atividades, mas há momentos em que vocês precisarão dividir-se. Por isso, a responsabilidade pelos resultados de cada atividade deve ser assumida por alguns. É preciso planejar quem assume o quê. EXEMPLO DE DEFINIÇÃO DE RESPONSÁVEIS No projeto relativo às doenças infantis, algumas responsabilidades definidas pelo time foram encarregar três jovens de apresentar a proposta de ações ao médico e à enfermeira do centro de saúde e negociar o apoio e a participação deles, enquanto outros integrantes do time assumiram a pesquisa sobre as doenças. Posteriormente, todos analisaram as informações e elaboraram, com o apoio da professora de Biologia, o conteúdo da cartilha. As ilustrações desse material foram feitas por um aluno que não era do time, mas aceitou colaborar com o grupo.
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Quando cada atividade será realizada? Isso diz respeito ao famoso cronograma! É pegar o calendário, pensar no tempo necessário para cada atividade e definir os prazos para sua execução. Sabendo, claro, que imprevistos podem acontecer e as datas podem mudar. EXEMPLO DE CRONOGRAMA No projeto que estamos comentando, o time organizou as atividades por semana (1ª semana, 2ª semana etc.), pois, para que elas acontecessem, eles dependiam muito da disponibilidade de outras pessoas (médico, enfermeira, equipes das escolas). Mas eles poderiam, também, ter detalhado ainda mais e definido as datas em que queriam realizar cada atividade proposta. Isso facilitaria, por exemplo, o acompanhamento das atividades.
Com quem pretendem e precisam contar para a realização de cada atividade? Vocês já devem ter percebido a necessidade de ter o apoio ativo de muitas pessoas que não fazem parte do time. Afinal, as ações de vocês envolverão a comunidade da escola e pessoas e instituições da região do entorno. Por isso, definam com quem precisarão contar em cada providência prevista. EXEMPLOS DE ALIADOS NA REALIZAÇÃO DO PROJETO O time contou com diversos parceiros, como a diretora da escola para avaliar as possibilidades de a proposta ser levada adiante, os demais alunos do colégio com suas sugestões, o médico e a enfermeira do centro de saúde, as equipes das escolas infantis da região. Todos esses aliados, em momentos diversos, deram diferentes contribuições.
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Que materiais e estrutura serão necessários em cada atividade proposta pelo time? Ao especificarem tudo de que precisarão em cada atividade, aumentam as chances de elas darem certo. Cabe aí desde a definição de um espaço para uma reunião, até o uso de equipamentos e o fornecimento de lanches para os participantes de uma atividade que queiram realizar. Tudo tem de ser planejado. Mas mantenham os pés no chão. Pensem em materiais e estrutura que já estão disponíveis ou que vocês estimam que conseguirão providenciar. acontecer e as datas podem mudar. EXEMPLOS DE MATERIAIS E ESTRUTURAS O time previu o uso de computadores (para pesquisa), de sala para reuniões, telefone, a impressão das cartilhas e quadros de orientação das novas rotinas de higiene, dentre outros recursos. Em alguns momentos, o grupo não conseguiu garantir a estrutura planejada, mas buscou alternativas e os resultados foram alcançados.
Quais são os custos do projeto e como o time pretende levantar esses recursos? Pode ser que o projeto demande investimento financeiro. É preciso fazer orçamentos daquilo que será necessário. Mais importante ainda é pensar como o time pretende conseguir esse dinheiro (por exemplo: negociação com a escola para utilizar os recursos próprios, ou obtendo doações de terceiros). EXEMPLOS DE MATERIAIS E ESTRUTURA O time trabalhou com recursos humanos do entorno da escola (médico e enfermeira do centro de saúde, equipes das escolas), que tinham interesse no projeto. Contou, também, com o apoio de um comércio local, que se interessou em custear a impressão e encadernação das cartilhas. A escola em que os jovens estudam ofereceu materiais diversos (como computadores, projetor, sala para reuniões, telefone), o que reduziu a necessidade de recursos financeiros.
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Passo 3
Organizando Informações
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Vocês sabem que planejar é tomar decisões para transformar ideias em ações e organizar cada passo em direção a esse objetivo. Já pensaram bastante em como concretizar as ideias que tiveram. Falta organizar tudo. Vejam adiante um possível caminho para essa tarefa.
1
Registrar as ações mais gerais para enfrentar a situação-problema
2
Apontar as atividades para concretizar cada ação geral
3
Designar responsáveis para conduzir cada atividade
4
Estabelecer quando realizar cada atividade
5
Definir os aliados do time nas atividades, dentro ou fora da escola
6
Listar materiais e estruturas necessários às atividades
?
? ?
Difícil? Claro que não! Trabalhoso? Sim! Importante? Demais!!! Mas tem uma dica que torna tudo mais simples: construir um quadro como o do modelo a seguir. Ele traz alguns exemplos, retirados daquele projeto relativo às doenças infantis. Observem como as informações foram organizadas. Reproduzam esse modelo de quadro no computador, preenchendo-o diretamente lá. Façam as adaptações necessárias ao projeto de vocês, por exemplo inserindo novas colunas que tragam informações importantes. No final, basta imprimir uma cópia para cada membro do time e apresentar para o Conselho de Projetos.
61
SITUAÇÃO - PROBLEMA
AÇÕES
Identificação das doenças mais comuns entre as crianças da região e estudo sobre essas doenças (modo de transmissão, riscos para a saúde e possibilidades de prevenção).
ATIVIDADES
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Elaboração de material informativo sobre as doenças e suas formas de prevenção.
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Alta incidência de doenças contagiosas entre crianças que estudam em escolas infantis do entorno.
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Criação e implantação de rotina de higiene em três escolas infantis da região.
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Entrevista com o médico do centro de saúde. Entrevista com a enfermeira do centro de saúde. Conversa com professora de Biologia para orientação sobre fontes de pesquisa. Estudo do assunto em livros e na Internet.
Pesquisa sobre hábitos de higiene que podem ser adotados nas escolas e em casa para reduzir a transmissão de doenças (perguntar sobre isso ao médico e enfermeira e estudar nos livros indicados pela profa. Ana). Transformar os conteúdos pesquisados em pequenos textos informativos (de até um parágrafo), dicas de higiene (em tópicos) e ilustrações. Revisão do texto, diagramação e impressão da cartilha.
Reunião com professores, funcionários de limpeza e cantineiras para conhecer práticas de higiene que eles já adotam na escola e ver se esses procedimentos ajudam ou não na prevenção de doenças contagiosas (essa atividade vai ser conduzida pelo Dr. Cláudio). Elaboração de uma lista de sugestões para reduzir a transmissão de doenças (Dr. Cláudio, Cirlene, membros do time do projeto). Reunião com as equipes das escolas (uma de cada vez), para apresentar e explicar a rotina que está sendo proposta. Acompanhamento da implantação da nova rotina.
RESPONSÁVEIS
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Fred, Rodrigo e Lucas farão as entrevistas com o médico e a enfermeira. André e Catarina conversarão com a professora, para, em seguida, pesquisar nos livros e na Internet. Todos os alunos farão a pesquisa (todo mundo quer aprender sobre isso!). Regina Célia vai elaborar os textos informativos, Luciana as dicas de higiene e Kátia as ilustrações. Carlos vai revisar o texto (com apoio da profa. de Português). Rodrigo vai fazer a diagramação. A cartilha vai ser impressa na “Copiar”. Todos os membros do time participarão da reunião com as equipes das escolas, divididos em trios (cada trio vai em uma escola). Fred e Lucas trabalharão com a profa. Ana, o Dr. Cláudio e a Cirlene na lista de sugestões. Os mesmos trios retornam às escolas, com Dr. Cláudio e Cirlene, para apresentar e explicar a rotina que está sendo proposta. Os mesmos trios acompanham a implantação da nova rotina e tiram dúvidas das equipes (o que não souber, pesquisar ou perguntar à equipe do centro de saúde).
QUANDO?
COM QUEM CONTAMOS?
ESTRUTURA NECESSÁRIA • •
• Abril (2 semanas)
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• • • Abril (2 semanas)
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Professora Ana (Biologia). Cláudio (médico). Cirlene (enfermeira). José Henrique (diretor).
Professora Ana (Biologia). Cláudio (médico). Cirlene (enfermeira). José Henrique (diretor). Túlio (gerente da Copiar, que vai cuidar da impressão da cartilha).
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Os mesmos materiais listados acima + computador com editor de imagens e software de diagramação.
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Profa. Ana. Dr. Cláudio e Cirlene (ainda bem que eles estão com a gente nessa!!!). Equipes das três escolas infantis (negociar as datas e horários com os diretores).
Gravador de áudio. Pauta de entrevista (precisamos definir as perguntas com o apoio da profa. Ana). Computador com Internet. Biblioteca (ver quais dos livros indicados têm na escola e quais precisaremos pegar em bibliotecas públicas).
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Cartilha que elaboramos na etapa anterior. Lista de sugestões para a nova rotina. Computador com projetor para a apresentação das sugestões (precisa ter caixa de som, porque vamos mostrar um vídeo de 3 minutos sobre o tema). Ficha de acompanhamento de implantação da nova rotina (os trios devem preencher uma ficha para cada escola, verificando o que foi feito e o que a equipe escolar não está conseguindo fazer ainda).
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Passo 4
Apresentação ao Conselho de Projetos
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De novo, passar no Conselho? Sim, como vocês já sabiam, o planejamento tem de ser aprovado nessa instância, porque seus membros precisam conhecer as atividades que vocês planejaram, problematizar algumas coisas, ajudá-los em outras. É assim mesmo, tudo precisa fazer sentido e ser negociado! O importante é vocês estarem preparados para esse diálogo e processo de negociação das propostas e saberem que o projeto só tem a ganhar com as contribuições que vai receber. Como vai ser?
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Agendem a reunião com o Conselho. Isso pode ser feito em conversa com a coordenação da escola. Entreguem o quadro com o detalhamento do que foi planejado, para que os membros do Conselho possam ler antecipadamente e levantar dúvidas e sugestões (imprimam uma cópia para cada membro do Conselho).
2
No dia da reunião, dois jovens do time farão a apresentação do planejamento detalhado. Os demais estudantes do time e o professor-orientador acompanharão, complementando informações que julgarem importantes.
3
Após a reunião, vocês concluirão o planejamento, discutindo no time as sugestões dadas pelo Conselho de Projetos e fazendo os ajustes necessários.
UFA!!! Agora vocês estão prontos para a ação. Mas lembrem-se de que: •
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O quadro construído por vocês não pode ficar perdido no fundo da mochila... Ele tem de estar sempre à mão, pois servirá de mapa de tudo o que precisa ser feito por cada um. Por isso, depois de revisado, imprimam uma cópia para todos do time; O planejamento não é uma camisa de força... Vocês vão perceber que, ao longo da execução das ações, muitas coisas mudam. Mas não tem problema, pois, se vocês já sabem planejar, estão prontos para replanejar as ações sempre que for preciso! A próxima e tão esperada etapa é a Execução! Mãos à obra!!!
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Chegou a hora de fazer com que tudo o que foi pensado e planejado por vocês aconteça de verdade. É o momento de mostrar o quanto a participação do time pode interferir positivamente no entorno da escola e descobrir o tanto que cada um vai aprender com essa vivência. Confiram o que vem a seguir e aproveitem muito!
12 dicas de ouro para uma experiência positiva
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Combinados para atuar como time. Assumir responsabilidade pelo próprio aprendizado e pelo dos companheiros. Se alguém do time está desmotivado ou desconectado das atividades, todos devem ajudá-lo a superar as dificuldades. Afinal, não se pode deixar ninguém para trás. Participação nas atividades, compartilhando conhecimentos e pontos de vista, ouvindo os colegas, dialogando sobre as conquistas e os próximos desafios. Todos precisam se envolver com o projeto. Por isso, conversem bastante sempre que surgir um obstáculo. As dificuldades não podem paralisá-los; ao contrário, devem ser vistas como possibilidades de aprenderem ainda mais. E uma coisa é essencial: a união do time! Resolver os problemas que surgirem ao longo do percurso é tarefa do time e não dos professores. Mas, sempre que necessário, contem com eles para colaborarem no enfrentamento dos desafios que virão por aí. Fazer rodízio na liderança das atividades. Cada hora um assume essa função, porque se aprende muito como líder. Sendo liderado também. O líder da vez deve, por exemplo, possibilitar que todos falem, garantir que todos sejam ouvidos, cuidar do tempo e mediar os momentos de decisão.
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Somar esforços para superar os problemas. Os conhecimentos, habilidades e experiências de cada um de vocês representam a força do time. Confiem nela! Ter foco nos objetivos. Vocês sabem bem aonde querem chegar, planejaram e se organizaram para realizar cada ação. Mantenham o foco para alcançarem os resultados pretendidos. Se, durante a execução, perceberem que estão saindo do rumo, reúnam-se para conversar e, juntos, coloquem o trem no trilho novamente! Administrar bem o tempo. Vocês não terão todo o tempo do mundo para executar as atividades planejadas. É preciso organizá-las, de modo a não serem “engolidas” pelo relógio. Sempre que sentirem necessidade, repensem a divisão do tempo entre as diversas ações. E não esqueçam de providenciar com antecedência os materiais e a estrutura previstos no planejamento, para que, no momento de cada ação, tudo esteja disponível e vocês, claro, não percam tempo! Replanejar durante a execução das ações. Vocês finalizaram o planejamento, mas não se iludam... Provavelmente, precisarão planejar de novo algumas das atividades, seus responsáveis, estrutura etc. É que a vida no entorno da escola é dinâmica: pode ser que vocês percebam a necessidade de inserir ou excluir alguma ação, talvez surjam novidades que facilitem a execução de uma atividade, ou vocês tenham novas ideias para solucionar um problema. O importante é ter atenção ao que foi planejado e se perguntarem, o tempo todo, se há necessidade de mudar alguma coisa. E bola pra frente! Dividir responsabilidades nas tarefas. Para que vocês consigam executar mais de uma atividade ao mesmo tempo, o apoio de um ou mais colegas será bem-vindo. Mas lembrem-se de que é importante trocarem informações entre si sobre o que está rolando em cada uma das atividades, para que o time não se perca de seu objetivo maior.
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Contar com os professores que estão orientando o time. Vocês já perceberam que ele traz contribuições importantes, compartilhando conhecimentos, ajudando o time a mediar problemas, esclarecendo dúvidas sobre o projeto, dentre tantas outras coisas. Usufruam das experiências do professor e compartilhem com ele os aprendizados de vocês, ao longo do trabalho. Acompanhar o andamento do projeto, com organização. Façam um checklist, ou seja, uma relação de todas as providências que precisam ser tomadas para que cada ação aconteça. Afinal, a memória não dá conta de tudo e algum item importante pode ser esquecido. Depois, verifiquem o que já foi feito, dando na listinha, ao lado de cada item realizado, um ok. E corram atrás do que falta fazer! Cuidar da comunicação no time e com os demais membros da escola. Quanto mais e melhor vocês se comunicarem entre si, mais preparados estarão para enfrentar os desafios. Além disso, é essencial que o time se comunique bem com os aliados do projeto na escola e na comunidade do entorno; afinal, o projeto de vocês não está sendo realizado na Lua! Para que as pessoas conheçam e participem das ações propostas, é preciso pensar em estratégias de diálogo com elas.
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Executar e avaliar ao mesmo tempo. A avaliação não acontece apenas depois da execução, mas durante o processo também. Assim, ao perceberem que algo não vai bem, é possível criar soluções antes de o problema se agravar ou o projeto ser finalizado. Registrar tudo durante a execução das ações. Muita coisa vai acontecer. Não dá para confiar à memória todos os detalhes combinados e tudo o que aconteceu em cada atividade. Portanto, é essencial que vocês façam anotações dos combinados e dos principais acontecimentos do time em suas reuniões. A cada atividade, escolham um membro do time para cuidar dos registros. Uma dica é utilizar um único caderno para isso, para não perderem as anotações. Que tal criar um livro específico de registros para o projeto que estão desenvolvendo agora? Manter atenção às demais atividades da escola. Alguns jovens se envolvem tanto na execução do projeto que se esquecem das outras atividades que acontecem na escola e que são fundamentais para seu crescimento, tais como as aulas das várias disciplinas e os Projetos de Vida. Fiquem espertos, afinal há tempo para tudo!
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Antes, durante e depois de cada ação São três tempos cruciais em um projeto, pois concorrem para o sucesso do time numa fase marcante e decisiva, a de execução. Leiam com toda a atenção os quadros a seguir, em quem são detalhados passos importantes para esses tempos que giram em torno de todas as ações que vocês planejaram executar para alcançar seus objetivos.
ANTES DE PARTIR PARA A EXECUÇÃO
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Fazer o checklist (uma lista) das ações que farão no dia de trabalho
Organizar os materiais necessários com antecedência
Combinar com o professor em qual local da escola estarão trabalhando
Escolher um membro do time para se responsabilizar pelo contato com o professor e os gestores da escola, enquanto estiverem fora da sala de aula
Definir claramente quem serão os responsáveis pelo quê
O que mais vocês podem fazer para planejar o dia de trabalho do time?
DURANTE A EXECUÇÃO Levar o checklist das ações e consultá-lo sempre que necessário Cuidar das regras de convivência da escola e não atrapalhar as demais turmas Envolverem-se nas ações e dividirem tarefas para que todos participem
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Conversar com o professor antes de mudar algo que estava planejado, dialogando sobre os motivos que levam o time a alterar o planejamento Conversar com o professor quando encontrarem desafios não previstos no planejamento
O que mais vocês podem fazer para que o dia de trabalho do time seja produtivo e organizado?
Cuidar para não fazer bagunça durante a execução das ações Executar as ações cuidando para manter o bom convívio no time e com as demais pessoas da escola Respeitar os horários de início e finalização das atividades
DEPOIS DA EXECUÇÃO
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Avaliar o que deu certo e o que não deu durante a execução, buscando aprender com a experiência
Avaliar se estão correspondendo, de fato, às expectativas do próprio time e da escola
Identificar o que é necessário mudar para as próximas ações
Criar novas metas para a continuidade do projeto.
Avaliar o que estão aprendendo durante a execução
O que mais vocês podem fazer depois de um dia de execução do projeto?
Pronto! Somando todas as dicas à motivação, à dedicação, ao compromisso e à força de vocês, esse projeto só pode dar certo! Porém, antes de iniciar o trabalho, há uma providência a tomar, tão importante quanto divertida: criar um grito de força do time! Vocês têm de pensar em uma palavra ou frase para repetirem todas as vezes que quiserem chamar a atenção para a força que têm, seja diante de uma dificuldade ou no momento de comemorar um resultado positivo! É legal ser algo que tenha relação com a proposta de vocês. E um lembrete que não quer calar: Todas as dicas enunciadas precisam ser praticadas a cada dia, em cada ação do time! E aí, gente? Tudo em cima para entrar ação? Nas próximas páginas, vamos conhecer as atividades de Avaliação, etapa que se desenvolve com a de Execução, isto é, enquanto vocês realizam as ações planejadas! Bom trabalho!!!
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Espelho, espelho meu... Como andam as coisas? Como o time está caminhando no projeto? Como eu estou me saindo nesse percurso? É preciso checar, ou seja, avaliar... Mas alguém do time pensa que avaliação é sinônimo de prova? Se sim, é hora de começar a refletir melhor a esse respeito. Vamos nessa?
Primeira Questão
Segunda Questão
Terceira Questão
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O QUE É UMA PROVA? Uma resposta possível a essa pergunta seria: é um instrumento bastante usado pela escola para que os alunos expressem aquilo que aprenderam sobre um assunto ou tema. Em geral, traz perguntas abertas (com espaços para que os alunos escrevam suas respostas) ou fechadas (com opções para marcar – verdadeiro ou falso, por exemplo). A PROVA É O ÚNICO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO QUE AS ESCOLAS ADOTAM? Em geral, as escolas utilizam a prova com frequência, mas ela não é o único instrumento. Muitos professores propõem a realização de exercícios, trabalhos individuais ou coletivos, estudos dirigidos, autoavaliação, elaboração de relatórios etc. Esses são, também, instrumentos de avaliação muito adotados. PARA QUE SERVEM AS PROVAS, TRABALHOS, RELATÓRIOS E OUTROS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO? Simples assim: servem, por exemplo, para medir os conhecimentos ou as competências e habilidades que uma pessoa aprendeu a respeito de um determinado conteúdo.
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[pergunta prêmio-plus-ultra megaimportante:] HAVERÁ AVALIAÇÃO DO PROJETO? COMO VAI SER? Claro que sim! Mas não em forma de prova. O esperado é que vocês aprendam a olhar, de maneira crítica, o caminho que estão percorrendo, identifiquem o que estão aprendendo e, mais ainda, que reconheçam o que precisa ser mudado em seus passos para vencerem os desafios. Não é, então, um momento para encontrar culpados disso ou daquilo. O objetivo, muito diferente, é que a avaliação contribua para que todos tenham ganhos com cada experiência, observando-se e aprimorando-se em um tanto de coisas. E, prestem atenção, a avaliação não acontecerá somente no último dia de trabalho do time. É coisa bem pensada, com duas estratégias principais. Vejam: AVALIAÇÃO DE ROTINA
AVALIAÇÃO PARCIAL E FINAL
O QUE É? Um olhar sobre o cotidiano de trabalho do time, com a intenção de verificar o que está caminhando bem, as dificuldades, os focos de atenção.
O QUE É? Um olhar mais profundo sobre uma etapa ou o todo do projeto, com a intenção de analisar a aprendizagem dos membros do time e a execução dos objetivos.
COMO É FEITA? Rodas de conversa entre os jovens, com a participação do professor que orienta o time. É usada uma lista com questões que apoiam o diálogo do time.
COMO É FEITA? Rodas de conversa entre os jovens, com a participação do professor que orienta o time. É usada uma lista com questões que apoiam o diálogo do time.
QUANDO OCORRE? Diariamente ou uma vez por semana
QUANDO OCORRE? Logo após o primeiro mês de atuação e ao final do projeto.
Ao participarem dessas duas estratégias de avaliação, vocês descobrirão o tanto que avaliar pode ser prazeroso. É que começamos a olhar, com cuidado, muitas coisas que passavam despercebidas. E, assim, as experiências fazem mais sentido para a vida de cada um.
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Estratégia 1 A ideia, agora, é que vocês compreendam como podem funcionar os momentos de AVALIAÇÃO DE ROTINA. Vamos lá? Reúnam todo o time, ao final de uma atividade ou de uma semana de trabalho, e examinem suas ações a partir das questões apresentadas a seguir.
avaliação de rotina Para iniciar, relembrem o que aconteceu de mais importante na atividade ou semana. Busquem recordar: • • • •
O que foi feito? Com quais intenções? Quem participou do quê? Outras questões que julgarem importantes.
Mais que recordar, é preciso analisar como foi a execução das ações e os resultados alcançados: • • • •
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A execução da atividade foi tranquila? Que dificuldades enfrentaram durante o trabalho? Conseguiram criar soluções ou os problemas continuam rondando o time? O time avançou quanto aos resultados previstos? Em quê?
É importante, também, checar a participação do time: •
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O time foi realmente um time, ou seja, houve colaboração e participação ativa de todos os membros? Contaram uns com os outros? Deram uma injeção de ânimo em alguém que tenha perdido o pique na atividade? Dialogaram diante de problemas de convívio? O time conseguiu solucionar os problemas e dificuldades surgidos, sem depender do professor para dar todas as respostas? Buscou o apoio dos professores para ampliar os conhecimentos, compartilhar experiências e mediar conflitos que fugissem à alçada do time?
Por fim, é essencial um olhar adiante: • •
O que aprendemos com essa atividade que pode ser importante nas próximas ações? Será necessário mudar o planejamento dos próximos passos do trabalho do time?
Pronto, se vocês conversarem sobre esses pontos no dia a dia, certamente conseguirão aprender ainda mais com a experiência vivida. E levarão esses aprendizados para as próximas atividades. As questões podem ser usadas sempre que fizerem uma avaliação de rotina, combinado?
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Estratégia 2 Como vocês sabem, em alguns momentos é importante ir mais fundo para compor um retrato abrangente de nós mesmos e da vivência em que estamos inseridos. É do que tratam as AVALIAÇÕES PARCIAL E FINAL, feitas, respectivamente, a cada mês e no encerramento das atividades do projeto. Elas exigirão de vocês um tempo maior de dedicação a reflexões e diálogos sobre a experiência. Para essas ocasiões, sugerimos que vocês promovam rodas de conversa, seguindo estes passos:
avaliações parcial e final Releiam, coletivamente, o planejamento do time. Não é necessário ler todos os detalhes. Busquem relembrar: • • •
A situação-problema que enfrentaram. Os principais objetivos do time. As ações gerais planejadas para alcançar os resultados previstos.
Agora, coloquem os “óculos” com as “lentes da crítica apurada” e observem: • •
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Quais foram os principais resultados alcançados? O que foi importante para que o time chegasse lá? Quais as principais dificuldades enfrentadas? Por causa delas, o time deixou de conquistar algum resultado, ou vocês conseguiram criar soluções? A partir dessa experiência, que outras ações o time acha que poderia ter realizado para alcançar os objetivos? Alguma ação realizada poderia ter sido descartada, pois não foi importante? Qual e por quê?
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Reúnam-se em círculo, time e orientador, para um momento dedicado apenas à avaliação, em espaço confortável, com pouco barulho.
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Escolham um membro do time para anotar as principais questões discutidas. É interessante que ele faça isso no computador, para enviar a todos na sequência. Tentem imprimir e colar esse conteúdo no caderno ou agenda individual. Os orientadores vão dialogar com vocês sobre essa experiência.
E pensando na participação do time: • • •
O que de melhor aconteceu na relação entre os membros do time? O que vocês manteriam e o que fariam diferente, na maneira de organizar o time? Que aprendizados vocês conseguem tirar do trabalho em time?
Analisem como foi a vivência de cada etapa do projeto até aqui (iniciativa, planejamento, execução): • • •
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De qual etapa vocês sentiram mais vontade de participar? Por quê? Qual foi a etapa mais desafiadora? O que vocês aprenderam de mais importante nessa etapa? Em futuros projetos, em que etapa vocês precisariam de um apoio maior dos professores? Por quê?
Chegou o grande momento: olhar para dentro e verificar as habilidades e competências que cada um percebe que conseguiu desenvolver, ao longo da realização do projeto. O professor que orienta o time promoverá, agora, uma atividade para que vocês conheçam algumas competências importantes para pessoas que vivem no século 21, e, em seguida, identifiquem quais delas vocês consideram ter desenvolvido nos últimos meses.
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uhuhuhuh!!!!!!!! Nas etapas de Execução e Avaliação, o time analisou as principais conquistas e os aprendizados mais importantes. Agora é o momento de comemorar, e muito, cada vitória alcançada – da mais singela à mais importante! E, em meio às comemorações, aproveitar para refletir sobre o que a experiência trouxe de bom para a vida de cada um. Vamos nessa? A proposta é que cada jovem do time responda às questões do quadro ao lado. Reproduzam o quadro no computador, e vocês terão o espaço necessário para cada resposta.
tem a sua cara!
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Agora, que tal compartilhar, com os demais membros do time, o que você registrou nas questões “b”, “c”, “e” e “f”? Escreva as suas respostas em uma filipeta de papel, sem identificar o seu nome. Dobre a filipeta, colocando-a em um recipiente (caixa ou sacola). Depois que todos os alunos e professores tiverem feito o mesmo, cada um vai tirar uma filipeta de forma aleatória, ler e comentar o que está registrado. E, claro, tentar adivinhar quem é o autor da resposta! Com certeza, será uma conversa muito gostosa, que revelará o significado da vivência no projeto para cada um. As opiniões que vocês registraram nessa atividade trazem uma grande riqueza: representam a forma singular com que cada um olha a experiência no projeto. Esse é o motivo pelo qual os seus orientadores de Projetos de Vida dedicarão um tempo de conversa com vocês, individualmente, sobre as respostas dadas. Para isso, cada um imprime a ficha preenchida e a cola em seu caderno ou agenda.
VIVENDO O PRESENTE, OLHANDO O FUTURO Nome: Nome do projeto do qual você participou:
a) Por que você se interessou em participar desse projeto? b) Quais foram os sentimentos mais fortes que marcaram a sua participação no projeto?
c) Qual foi sua maior contribuição para o time? Em que essa contribuição foi importante ao longo da realização do projeto?
d) Como foi participar de cada etapa do projeto? O que aprendeu de mais importante em cada uma delas? - Mobilização: - Iniciativa: - Planejamento: - Execução: - Avaliação:
e) Você considera que esses aprendizados podem ser importantes para a sua vida de estudante, na sua relação familiar e comunitária e na sua preparação para o mundo do trabalho? Por quê?
f) Em que essa experiência inspira a vida de um jovem como você?
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Do time pra galera!
A escola certamente acompanhou o trabalho que vocês realizaram. Afinal, o Conselho de Projetos (composto por gestores, professores e alunos) sabia de tudo, e membros da escola participaram de algumas das atividades.
Não seria legal vocês criarem um momento para contar de um jeito especial a todos o que significou essa experiência?
Para isso, vai rolar um momento de comemoração nos tempos de Projetos de Intervenção e Pesquisa. Vocês e os demais times precisarão se comunicar muito bem para pensarem em como compartilhar o trabalho feito em cada projeto. Criatividade na veia, pessoal! E muita organização para que todos consigam transmitir o que aprenderam e os resultados que alcançaram com esse trabalho intenso, mas, com certeza, prazeroso! Chegou ao final essa ativa e importante trajetória! Como deve ser bom olhar para trás e ver o quanto foi possível crescer e contribuir para o bem coletivo. Comemorem bastante, descansem e retomem o fôlego. Porque... vocês e seus colegas de escola viverão novas aventuras num futuro próximo!
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