Participação renata martins Flávia martins roldofo Smiths lindomar araujo
O início do ano de 2021 começou de forma bastante melancólica. A pandemia continuava presente no dia a dia, tanto no corpo como na mente, de todos nós. Já se passavam quase um ano do seu início e nada de conclusão dos fatos. A Covid-19 continuava a solta pelas ruas das cidades brasileiras e do mundo. Mesmo assim, no final de março de 2021, o Centro Cultural Penha, que está localizado no bairro Penha de França, no município de São Paulo, iniciou suas oficinas e ações culturais de forma online. Dentre muitos cursos, palestras e apresentações, teve o início da Oficina de História em Quadrinhos. O objetivo da oficina era levar para o público em geral, que gosta da arte do desenho ou das histórias em quadrinhos, uma possibilidade de aprendizagem referente a esse gênero artístico, e assim, fazer com que um desejo de produzir HQs de forma independentes e autônoma, fosse plantado na região onde se localiza o CCP. Só que unir o objetivo com o desejo não é tão fácil. Principalmente se enfrentamos, pela frente, diversos contratempos que desmotivam tanto o público participante, como o autor da oficina. Um desses problemas foi o simples fato que vivemos em um período pandêmico. A pandemia não é só de cunho respiratório, mas também de razão psíquica. Vivemos em um momento social onde o adoecer é a regra cotidiana. Nós adoecemos por causa da Covid-19, por razão social, pelo simples fato de não aceitarmos imposições de cunho autoritários, entre outros milhares de motivos, que nos fragilizam e nos tornam mais vulneráveis às intempéries da vida contemporânea. Mas o que tudo isso tem a ver com a Oficina de Hq? É simples. Ao iniciar os trabalhos de forma virtual, o que se parecia uma possibilidade de amplitude dos trabalhos, se tornou um engessamento de atuação. Os comprometimentos de participação, das pessoas, se moldaram com o simples fato que tudo estaria lá, online, para ver no FUTURO, quando fosse possível. E assim, uma oficina que poderia ter um engajamento de dezenas de pessoas, se diluiu nas práticas vazias, ou sem foco que o ciberespaço nos oferece. De 70 escritos para participar do curso 10% iniciaram e somente poucos desses chegaram ao fim de todo o curso. A oficina tinha a proposta de fazer 3 ciclos de aulas para possibilitar ao público o ingresso em qualquer momento, e assim poder participar da oficina sem ter a sensação de está na metade ou no final de algo. Só que como a adesão não foi o que esperávamos, toda atividade caminhou de forma sequencial para um curso de 10 meses de história em quadrinhos. Os que participaram do começo até o fim, tiveram a chance de receber uma instrução que dificilmente receberiam de forma gratuita. Com isso, nós produzimos uma revista virtual, que poderá ser impressa, caso for solicitada, com os trabalhos de quem se comprometeu com o projeto da oficina. Nada mais justo do que agradecer ao Centro cultural penha e toda sua equipe que lutou bravamente contra essa falta de engajamento popular. Além disto, os agradecimentos especiais para as artistas Renata Martins, Flávia Martins, entre outros colaboradores pelo os seus esforços durante diversos domingos de reclusão. O meu respeito e carinho por todos vocês. Aos que perderam esse evento. Fica o desejo de que a oficina retorne no próximo ano, de forma presencial, para quem sabe receber a atenção devida do público frequentador do Centro Cultural Penha, ou da região da Zona Leste da cidade de São Paulo. Espero que quem receba esse material veja ele com carinho e atenção. Valorizando todos os esforços aqui aplicados. Muito obrigado pela atenção. Amilton Santos
Continua...
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