AMOL Magazine 19 - Julho 2011

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sumário EDITORIAL

03 Editorial

04 Portfólio: Marta Ferreira

18 Teatro

20 Música

21 Cinema

22 Capa: Márcia Cerqueira

32 Música: Entrevista com Mundo Secreto 38 Arquitectura: Entrevista com Miguel Carvalho 44 Moda: Entrevista com Florisa Nogueira 50 Fotos dos nossos leitores

51 Vale a pena espreitar

52 Espaço

Cá estamos de novo. Este mês celebramos, com a Márcia Cerqueira, os seus trinta anos de idade e convidámo-la para fazer a nossa capa, porque é sem dúvida um bom exemplo para quem receia que a entrada nos trinta possa ser o início do fim dos sonhos de trabalhar em Moda, do lado do/a modelo. A revista 19 é a terceira revista desde que estabelecemos parceria com a mvmTV. Desde a revista 17 que a Amol magazine está na programação da mvm. Encerramos aqui um acordo de parceria estabelecido por três meses. Simultaneamente, iniciamos um novo percurso de três meses, com alguns ajustes que permitirão dar maior visibilidade à nossa capa, passando a entrevista a ser feita nos estúdios da mvm, com todas as condições que permitem garantir uma melhor qualidade do produto final. A Amol magazine continua a crescer, fiel aos princípios que nos têm norteado. Continua também aberta a novas propostas de colaboração no campo das artes. Se pensas que podes colaborar connosco, só tens de nos contactar e analisaremos a tua proposta. Esperamos que continuem connosco, a ler-nos, a dar-nos o vosso feedback, as vossas sugestões e os vossos contributos para que possamos ser cada vez maiores, com uma revista de qualidade crescente e com cada vez mais leitores. E não se esqueçam de continuar a votar na vossa candidata a capa da Amol magazine de Outubro. Prometemos uma capa em grande!

55 New Faces/New Models

62 Concurso New Face

A equipa Amol 1 de Julho de 2011


portf贸lio

Marta Ferreira


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Quando se fala de uma fotógrafa de qualidade, com espírito de iniciativa, criatividade à flor da pele e disponibilidade para partilhar o que sabe com outros fotógrafos... Estamos a falar de Marta Ferreira.


portfólio

Marta Ferreira

Marta Ferreira, nascida a 24 de Janeiro de 1979 e residente em Valongo, chama-nos a atenção pela qualidade e variedade do seu trabalho. Actualmente, podemos encontrá-la, no seu horário de trabalho, em Valongo, no estúdio (MFotografia) que ela própria montou e onde agora se pretende afirmar como profissional de fotografia.


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portfólio

Marta Ferreira

Marta, como te definirias enquanto fotógrafa? Sou uma fotógrafa orgulhosa do percurso que fez para chegar aqui, humilde o suficiente para dizer que não percebo tudo de Fotografia e que adoro o que faço.

És 100% profissional ou tens outras formas de garantir a tua qualidade de vida? Vivo unicamente da Fotografia… desde que esta inclua pessoas! Sou incapaz de fotografar coisas ou paisagens. Adoro o movimento, o sentimento, a mensagem, as expressões e os melhores momentos.

Como é que Fotografia apareceu na tua vida? Surgiu de uma brincadeira, nunca pensei que seria fotógrafa… Desde sempre, gostei de escrever e, desde sempre, andei com a máquina atrás de mim (máquina compacta). Adorava registar todos os momentos, por mais insignificantes que parecessem às outras pessoas. Um dia, surgiu a oportunidade de trocar de máquina por uma usada melhor e dei o passo. Comecei a fotografar colegas do Teatro e amigos que queriam ter fotos para portfólio... E apercebi-me de que tinha jeito para as fotos e à vontade suficiente para lidar com as pessoas. Comecei a ter muita procura, mesmo de pessoas que não conhecia, e comecei a acreditar em mim. Em Outubro de 2006, um amigo inscreveu-me num concurso da faculdade de Madrid, onde tínhamos de apresentar uma história fotográfica, e o concurso era válido para amadores de toda a Europa. Demorei 4 meses a fazer o projecto, com mais de 30 modelos fotográficos envolvidos. Passei todas as eliminatórias do concurso, fiquei em 4º lugar entre 5000 concorrentes e ganhei o Prémio de Criatividade, que me deu acesso a um curso de Fotografia oferecido por eles.


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Tem valido a pena?

Quais são as principais dificuldades com que te deparas?

Claro que sim. O reconhecimento tem sido maior de ano para ano e, apesar de só fazer 5 anos de Fotografia este ano, sinto que já trabalho nisto há décadas.

Gerir o tempo para ser boa fotógrafa, boa mãe, e boa esposa… Nem sempre é fácil. E quando trabalhamos por conta própria, trabalhamos muito mais…

A vida de fotógrafa é livre de dificuldades?

O que pensas da Fotografia em Portugal?

Depende da área em que te concentras. Há meses menos bons, mas há meses óptimos que compensam os outros. Na minha área, como é mais artística (Teatro, Música, Dança, Ópera), tenho trabalho quase mensalmente. Nos meses de Verão, tenho ainda a parte mais comercial no estúdio com bebés, casamentos e afins… Não passo dificuldades com esta profissão.

Penso que temos excelentes profissionais em todas as áreas da Fotografia, mas que não são devidamente reconhecidos. Sempre que é preciso algo em grande, o Governo continua a chamar fotógrafos estrangeiros para fazer o trabalho que muitos portugueses poderiam fazer facilmente.


portfólio

Marta Ferreira

não passo dificuldades com esta profissão

Sabemos que és uma fotógrafa com espírito de cooperação e aberta à troca de experiências, capaz de ajudar quem precisa da tua ajuda para crescer. É esse o espírito predominante entre a comunidade fotógrafa? Não, nem pensar. Os fotógrafos, na grande maioria, são uma raça mesquinha a nível de ensinamentos, ciúmes, invejas… No entanto, eu detesto essa maneira de estar e sou o oposto. Faço os possíveis por me rodear de pessoas que pensam como eu e de as envolver em muitos dos meus projectos. Se me pedirem ajuda em algo, sinto-me contente em ajudar e ver as pessoas crescer com essa ajuda.

O que é que mais gostas de fotografar? Pessoas... Tudo o que envolva pessoas, eu gosto! No entanto, a minha grande paixão está no palco e tudo o que acontece em cima dele... Teatro, Dança, Música, Ópera... Adoro fotografias que transmitam algo, que não sejam apenas corpo e moda. Adoro captar momentos, sentimentos, emoções, expressões, movimentos...

O que é que não gostas de fotografar? Tudo o que não inclua pessoas e animais. Por exemplo, objectos, paisagens, etc.


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Ao longo da tua experiência fotográfica, o que mais tem evoluído em ti? A capacidade de aprender com os outros e pôr em prática a aprendizagem. A capacidade de organizar eventos e projectos onde posso incluir outros fotógrafos e partilhar com eles dias mágicos. A capacidade de captar o momento certo em palco.

Quais são as tuas referências fotográficas? (pausa) Como gosto de mensagens, de sentimentos, de paixão nas fotos, muitas vezes procuro ideias em livros, filmes, recordações ou histórias que me contam...


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Marta Ferreira

Quem gostarias de fotografar? Onde? Gostaria de fotografar todos os fotógrafos que admiro, no sanatório de Valongo e no meu estúdio. E muitos artistas e bailarinos que ainda não tive o prazer de conhecer e fotografar...

Há fotógrafos que te inspiram? Há vários e são todos portugueses. Há pessoas que marcam pela diferença e que admiro imenso, tais como Maria Flores, Graça Loureiro, André Brito, Paulo Pimenta, entre outros. O meu namorado Hélder Barreto e o meu grande amigo Paulo César são dois dos fotógrafos mais presentes na minha vida, que me inspiram bastante.

Como te definirias enquanto fotógrafa? Como já digo há alguns anos: por trás de uma maquina, só eu sei o que vejo.

O que é que gostarias que te acontecesse na Fotografia? Aquilo que te faria dizer “Vale a pena!”? Sabes, tudo o que eu gostaria que acontecesse, não espero que caia do céu. Eu procuro, eu batalho e eu consigo, mais cedo ou mais tarde. Para mim, valem a pena todos os grandes momentos fotografados. Quero um livro e já estou a fazê-lo, quero um curso e vou tirá-lo, quero uma exposição e faço... Quero um concurso, concorro e normalmente fico classificada… Não espero pelos outros para concretizar sonhos e desejos.


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portfólio

Marta Ferreira

Um dos teus trabalhos, que ficou na memória de muitos dos teus admiradores, foi quando juntaste uma série de noivas e as fotografaste no Porto. Como te surgiu essa ideia? Como olhas para esse trabalho actualmente? Essa ideia surgiu numa conversa, em Espanha, com um dos meus clientes que me sugeriu algo completamente novo, que desse que falar... Mais uma história fotográfica (era já a 3ª), mas que desta vez fosse completamente diferente de tudo e de todos... A minha história era sobre esquizofrenia e chamava-se Grito Mudo.

Que falta dizer sobre ti? Aproveita este espaço para que os nossos leitores fiquem a conhecer um pouco melhor a Marta Ferreira. Penso que o essencial foi dito. Deixo aqui o convite para, em Outubro, comemorarem comigo os meus 5 anos de carreira, onde conto os acontecimentos de cada ano num livro com portfólios, parcerias, e com uma exposição. Será um dia com participações teatrais e dançantes e com projecções de vídeo dos melhores trabalhos ao longo destes 5 anos. Podem ainda acompanhar o meu trabalho e ver novidades em www.mfotografia.com.

Obrigado pelo teu tempo. Obrigada eu pela oportunidade desta parceria. Beijos fotográficos. |a


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teatro Duas reflexões sobre o Teatro em Portugal Texto de Luís Trigo

Olá pessoal que apoia a Amol e que sobretudo lê os meus textos de reflexão acerca do Teatro ou, se quiserem, do panorama cultural em Portugal. Queria relembrar que todos os textos que eu escrevo são apenas reflexões minhas e nada têm a ver com ideais políticos. Porém, tento sobretudo perceber algumas fissuras que existem no nosso Teatro e de alguma forma dissecá-las. Não estou contra ninguém, estou a favor do Teatro.

1.

Depois desta nota que me pareceu importante referenciar, nesta edição gostaria de escrever sobre dois temas, embora resumidamente, mas que me ocorreram durante este mês e que acho pertinentes. O primeiro surge depois de uma reportagem feita por uma revista popular, da qual não fixei o nome, e que fala sobre as “irreais” reformas dos ditos grandes actores nacionais e que não vão além dos 1000 euros. Neste caso, quem ganha mais será Ruy de Carvalho e Eunice Muñoz, mas o que importa realçar é que, mesmo reformados, estes actores continuam a trabalhar porque dizem que a reforma não chega… Agora eu pergunto: nós, actores jovens que nem a carteira profissional temos, quando é que poderemos almejar uma reforma com o nosso trabalho? Quando poderemos dizer que temos 300 euros de reforma? Nunca! E sabem porquê? Porque não existe respeito para com a nossa profissão, porque lhe chamam a profissão liberal, porque passamos recibos verdes por trabalhos de 70 euros e vamos pagar 150 de Segurança Social, para, no fim da vida, nem uma reforma termos. Quantos amigos e colegas tenho que não se chateiam em pagar a Segurança Social?

“Para quê? Pago depois aos poucos”... É a realidade dos nossos jovens actores. Que me perdoe quem trabalha em cafés ou em shoppings que também têm esta forma de receber, mas hoje eu defendo os meus direitos e não existe ninguém que se preocupe com os deveres dos ditos trabalhadores independentes. Não existe um banco de reforma para onde possamos tirar 5 ou 10 % de cada recibo para no fim podermos ter uma reforma… Não há nada que nos faça trabalhar a não ser o prazer desta arte verdadeira e crua que é o Teatro. Infelizmente, vejo muito colegas partir para outros destinos que lhe dêem uma maior segurança, um melhor futuro... Infeliz, é certo, mas melhor. Acho que os políticos, os banqueiros, os ricos, deveriam pensar em nós jovens e criarem apoios, existir uma Ordem dos Actores que nos defenda. Eu sei que há algumas entidades que estão a dar os primeiros passos, mas o melhor passo a dar seria correr a pontapé algumas carraças da Sociedade Portuguesa e depois, com calma, olharíamos o futuro com esperança. Assim, resta-me ver os jovens que querem ir para a televisão e que, depois, passado a fama e o sucesso, vão pelo cano abaixo e até já.


2.

O outro assunto, de que vou apenas falar muito por alto, é acerca das 4 escolas de Teatro do Porto e o porquê de em 3 delas existirem provas de admissão e apenas numa, a ESAP, não existir qualquer requisito a não ser ter 9.5 a Português. Porquê? Pergunto e interrogo-me, até porque muitos de vocês não sabem, mas eu estudei na ESAP, entrei com Português e provavelmente se houvesse provas não passaria. No entanto, a minha pergunta também pode ter outro sentido, que é: haverá motivo para existirem provas de admissão? Não poderia qualquer um entrar e depois, passado algum tempo, haver uma escolha efectiva? Não sei, parece-me muito complicado, mas ao mesmo tempo, porque é que não há escolha na ESAP? Não contribuirá para ser descredibilizada?... Ou, pelo contrário, dará hipótese a qualquer um que queira seguir o seu sonho? Estas questões têm fundamento, porque, analisando bem, as 4 escolas são bastante parecidas, tendo alguns professores em comum, sendo duas delas escolas profissionais e outras duas escolas superiores. Só que, mesmo sendo assim, a dita superior será mesmo superior? Ou, quem anda na Academia Contemporânea, fica habilitado a ser actor e não precisa de pagar um curso de mais

3 anos? Será que as condições, os professores que se encontra, não serão ainda melhores nas profissionais do que nas superiores? Pareceme que estas escolas poderiam ter protocolos, beber da experiência de um Roberto Merino, de um António Capelo, de uma Isabel Barros e perceber como vai o ensino do Teatro no Porto, como melhorá-lo... E - porque não? - existirem co-produções, abertura de espaços, dar o melhor que tem a ESAP, que são os professores teóricos, e abrir cursos de integração. Isto porque, muitas vezes, quem estuda nas escolas profissionais, depois não ingressa nas escolas superiores… E é estranho. A mim, como ex-aluno, entristeceme ver pessoal novo dizer que vai estudar para Lisboa ou “para fora”. Entristece-me, porque o Porto tem qualidade. É preciso é renovar, deitar fora o passado e construir um melhor futuro. Bem, deixo-vos por um mês a pensar nisto. Se calhar, nem deveria estar aqui porque não fiz testes de admissão, mas agora aguentem comigo! Um forte abraço teatral, e façam como eu: olhem à vossa volta e reflictam, seja na vossa casa, no vosso trabalho, nas vossas relações. Se reflectirmos, as coisas avançam, “como uma bola colorida, entre as mãos de uma criança”. Até já. |a


música

Friendly Fires - PALA Texto de Nuno Pinheiro

O

s Friendly Fires são ingleses, têm o carimbo de banda Indie e dele não se vão livrar, contudo são meninos que têm na lista de influências nomes como Carl Craig (DJ e produtor de Techno) e Prince (dispensa apresentações). Este PALA é um bom segundo álbum que nos leva numa viagem turbulenta, do mais obscuro e trendy bar de Londres ao Havai e a Ibiza. Há texturas muito distintas ao longo de todo o

disco, mas que cosem na perfeição por baixo de uma voz límpida, com identidade, e que arrisca comparações com as vozes típicas de um cantar de boys band. Ainda sobre as boys band, há um bocadinho de Duran Duran neste disco e não há nada de mal nisso, antes pelo contrário. Ouvir por esta ordem: True Love, Live Those Days Tonight, Hawaian Air e Hurting. |a


Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=B46BCZ0U9bk

cinema

X-Men First Class - O início Texto de Maria João Lima

Q

uando vejo um trailer a anunciar a chegada de um novo filme de SuperHeróis da BD fico sempre receosa. Ou o argumento vai ser uma desgraça ou os efeitos especiais vão ser fraquinhos ou as interpretações vão deixar muito a desejar. First Class não me decepcionou em nenhuma destas categorias. Primeiro: um argumento simples e bem construído pelas mãos de quem escreveu também o argumento para Thor. A história conta-nos como o Professor X - aqui apenas Charles - e Magneto aqui apenas Eric - começaram uma amizade que mais tarde os iria tornar inimigos. Em plenos anos 60, ainda a humanidade não tem conhecimento da existência de mutantes, surge uma equipa determinada a salvar o Mundo de um poderoso mutante: Sebastian Shaw e os seus aliados, Emma Frost, Riptide e Azazel. Esta equipa é formada por Charles, Mystique, Eric, Beast, Darwin, Havok, Banshee e Angel. Esta batalha tem como fundo o grande acontecimento na história que foi a Crise dos Mísseis de Cuba.

Segundo: os efeitos especiais são de primeira qualidade! E não podíamos esperar outra coisa de John Dykstra, vencedor de um Óscar pelos efeitos especiais em Spider-Man 2. Em First Class, soube gerir bem a dose e não nos bombardeou com explosões, sabendo colocar o espectacular na hora certa! Destaco a metamorfose de Emma Frost e a caracterização de Beast. Um trabalho fantástico! Terceiro: uma escolha de elenco infalível! James McAvoy, que conhecemos em Expiação, Michael Fassbender, de Sacanas sem Lei e Jennifer Lawrence, nomeada para um Óscar este ano por Despojos de Inverno, são apenas alguns dos nomes mais sonantes! Uma das surpresas deste filme é Kevin Bacon! Este actor regressou em grande no papel de vilão e posso dizer que lhe assenta muito bem. Os jovens actores trazem uma dinâmica bastante agradável ao filme e também alguns elementos de comédia. X-Men First Class – O início poderá, finalmente, agradar aos fãs e cativar aqueles que ainda não caíram nas garras dos Super-Heróis, principalmente quando estes são mutantes! |a


capa

Márcia Cerqueira

Márcia Cerqueira reside em Braga, trabalha num ginásio e é um exemplo de como se pode chegar aos trinta em plena forma. Fotografia: Pedro Cabral | Make Up & Hairstylist: Clarisse Fernandes | Guarda-roupa: BlackSpider


Olá Márcia. Modelo fotográfico, modelo de passerelle, recepcionista num ginásio... Quem és tu afinal? A Márcia é um misto de tudo o que tem a ver com Moda, Beleza, Bem-estar… Adoro tudo o que envolve Glamour. Sou uma mulher cheia de sonhos e fantasias, que acredita nas coisas boas da vida.

Sabemos que a tua actividade profissional te ocupa muito tempo, pelo que não te podes dedicar à Moda e à Fotografia tanto quanto gostarias. Como é o teu dia-a-dia? Como consegues conciliá-lo com a Moda?

Como é que esta vertente da passerelle e da Fotografia começou? Comecei na passerelle aos 20 anos, quando entrei num concurso de Miss Benfica, organizado pela Ana Wilson (filha do Mário Wilson). Passei da final regional para a final nacional. Foi muito giro, adorei a experiência… A partir daí, fui sendo convidada para variados desfiles. A Fotografia é mais recente. Também adoro, mas são coisas diferentes... Na passerelle adoro a adrenalina do momento, na Fotografia, tirar de mim aquilo que não mostro no dia-a-dia, poder ousar, brincar com a câmara.

Qual é a tua formação de base? Infelizmente, muito menos do que gostaria, mas também me dá muito gozo fazê-lo de vez em quando. É como entrar no meu mundo de fantasia, soltar-me e brincar com a minha inocência e com a minha sensualidade.

Tirei um curso profissional de Secretariado, iniciei um curso de Representação e deixei pendente um curso de Comunicação Social, que ainda desejo terminar.


capa Com toda esta versatilidade, qual é a área que realmente te seduz? Sem dúvida que é a Moda. Desde que me lembro, sempre fui uma vaidosa e, desde a minha adolescência, já participava em desfiles da escola. É uma paixão que me acompanha há muito tempo.

É o que te dá mais mais gozo fazer? Sim, adoro. É sem dúvida aquilo que me faz sentir bem, sinto-me um peixinho dentro de água.

Considerando a tua multiplicidade profissional, entre o que já fazes e o que gostarias de fazer, qual seria o desafio que te deixaria encantada? Tendo em conta que o que realmente me encanta é o mundo da Moda, adoraria trabalhar nesse mundo como modelo ou até nos bastidores... Ajudar a fazer grandes produções!

A beleza é importante nas áreas em que trabalhas? Sim, sem dúvida! Acho que, hoje em dia, a imagem é importante em quase todas as áreas.


Obriga-te a sacrifícios? Digamos que, até há bem pouco tempo, não me obrigava a sacrifícios nenhuns. Mas confesso que, agora que entrei nos 30, não sei se é psicológico ou não, mas a verdade é que começo a ter mais cuidados com a alimentação e a não esquecer o exercício físico. Posso agradecer também bastante à minha genética.

Há alguma coisa que faças porque tem de ser? O que é que não gostas de fazer? Acordar cedo! Odeio!

Quais são os teus projectos profissionais para um futuro próximo? Espero por boas novidades.

E projectos pessoais, podemos saber? Nada a apontar, corre tudo bem. No entanto, a uma altura destas, já penso na hipótese de constituir família. Ser mãe é um dos meus grandes sonhos.

Para além do trabalho, como ocupas os teus tempos livres? Praia, sol - muito sol - ginásio, namorar muito e estar com os amigos.


capa


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capa

Há uma pergunta que queremos mesmo fazer-te... Como é que se chega aos trinta tão em forma? Acho que tem muito a ver com a atitude, com a forma como nos vemos e de como realmente gostamos de nós. A partir daí, com certeza que há um equilíbrio que faz com que as coisas se mantenham. No meu caso, funciona! E se complementarmos com uma alimentação sem excessos e um pouco de exercício é perfeito!


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capa O que pensas do projecto Amol?

Foi difícil trabalhar connosco?

É um projecto muito interessante que aborda temas pelos quais me interesso pessoalmente, em particular a Moda. Tenho vindo a acompanhar a evolução da Amol e tem as condições todas para crescer ainda mais, e ter muito sucesso.

Foi um prazer, adorei o ambiente fantástico que se criou.

Como podes ser contactada? Encontram-me em www.amolagency.net ou no meu Facebook.

Márcia, foi muito agradável ter-te connosco. Obrigado pela tua colaboração. Eu é que agradeço o convite, adorei trabalhar convosco. Espero poder repetir! |a


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música

Este mês, a Amol magazine foi espreitar um ensaio dos Mundo Secreto. Como é sabido do grande público, esta banda formou-se em Leça da Palmeira em 1999, tendo agora o seu estúdio no centro de Matosinhos. Em 2009 lançaram o 2º álbum, marcando, nas palavras do grupo, “a sua posição definitiva como uma das bandas da nova geração musical em Portugal”. Vamos tentar saber que novidades têm os Mundo Secreto para nos dar. Fotografia e Entrevista de Pedro Cabral Em primeiro lugar, quem são os Mundo Secreto? Somos um grupo de amigos que um dia se juntou para tocar numa festa da nossa escola, a Secundária de Leça da Palmeira. Na altura, não imaginávamos que, passados 12 anos, seríamos uma banda com um disco já editado. Somos efectivamente colegas de trabalho, mas sobretudo somos amigos.

quando começámos, o Hip Hop era novidade

Como aparecem? Como já dissemos, actuámos pela primeira vez numa festa de Hip Hop organizada na nossa escola, em 1999. Foi um festival em que apareceram diversas bandas.

O que inspirou este nome, Mundo Secreto? Mundo Secreto, porque, quando começámos, o Hip Hop era novidade. Juntávamo-nos em casa de um de nós, habitualmente no quarto a criar músicas. Era o nosso Mundo Secreto.


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São apenas mais uma banda Hip Hop? Nós fazemos por não ser mais uma banda de Hip Hop. Tentamos ser diferentes. Nós tocamos mesmo com músicos. Em vez das samples electrónicas, temos instrumentos reais, o que nos permite ter outra sonoridade. Tentamos fugir do que se tem vindo a fazer, não só na sonoridade, como também ao nível das letras. Além disso, somos todos de Leça da Palmeira, temos vivências diferentes das da maioria dos letristas de Hip Hop. Temos opinião, mas não vivemos tão de perto alguns dos temas que tipicamente são abordados pelo Hip Hop... Olhamos a partir de fora.

Os vossos vídeos no Youtube continuam a ser muito visitados. O que fazem vocês para que isso aconteça? Nada de extraordinário. Publicitamos o que fazemos nas redes sociais e, actualmente, existe muito o hábito das pessoas irem ao Youtube procurar uma música... Mas as visualizações são também fruto da qualidade das nossas músicas. Quando lançámos o Põe a mão no ar, fomos dos vídeos mais vistos no Youtube durante essa semana, a nível mundial.

temos vivências diferentes das da maioria dos letristas de Hip Hop


música Que mensagens é que pretendem passar nas vossas letras? Basicamente, nós passamos as nossas vivências, o que nós sentimos... E exprimimo-nos em relação ao que vivemos. A nossa posição não é só criticar, mas também apontar soluções.

Quais são os projectos para um futuro próximo? O maior número de discos, o maior número de fãs, o maior número de concertos, o maior sucesso. Estamos, neste momento, a trabalhar no sentido de lançar alguns singles com temas novos e depois talvez compilar tudo num EP. Criámos também um projecto novo, o Hype Boyz. É um projecto de trabalho em que tocamos como se se tratasse de um DJ set, mas é tudo tocado ao vivo. É um projecto vocacionado para as discotecas.

estamos a trabalhar no sentido de lançar alguns singles e talvez depois compilar tudo num EP

Hoje, vai-se frequentemente buscar a música à net. Compensa editar um disco? Há retorno para o investimento? É difícil. As pessoas já não têm muito o hábito de comprar discos. São poucas as bandas que conseguem tirar lucro do investimento que fizeram na produção de um disco. É difícil obter o retorno total do investimento. Para terem uma ideia, há uns anos, um disco de platina representava a venda de 60.000 discos, hoje são 20.000. Enquanto que, antigamente, se conseguia chegar aos 200.000 discos vendidos, hoje fica-se pelos 5.000/10.000.


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Para lá da música, quem são vocês? Todos nós estudamos... Uns acabaram os cursos, outros não. Quando tudo começou, alguns optaram por deixar de estudar, porque isto ocupava muito tempo. Talvez tenha sido um erro, mas no início era difícil fazer outras coisas. Agora é que já nos conhecemos melhor e os processos são mais rápidos. Entretanto, também crescemos, temos mais tempo... Mas todos continuamos a trabalhar para o sucesso conjunto dos Mundo Secreto.

Que mensagem deixam para aqueles que seguem o vosso trabalho? Aguardem por novidades. Vamos voltar à carga. |a


música

Durval Nunes (Voz)

Tomás Marques (Baixo - Músico Convidado)

Duarte “Sistema” Dias (Scratch/Teclados)

Johnny B. (Bateria)


Site oficial: www.mundosecreto.net/ Facebook: www.facebook.com/mundosecreto Youtube: www.youtube.com/mundosecreto99 HypeBoyz: www.youtube.com/watch?v=ylNBqJCCUiM&feature=related

Miguel Moreira (Voz)

Nuno Melo (Guitarra)

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Diogo Moreira (Voz)

Queres acompanhar os Mundo Secreto no próximo concerto, dia 30 de Julho, em Leça da Palmeira? Envia-nos, por mail ou Facebook, uma mensagem com o nome e o ano dos dois álbuns já editados pelos Mundo Secreto e habilita-te a segui-los, tu e mais um amigo, pelos bastidores da próxima actuação!


arquitectura

Miguel Carvalho

Miguel Carvalho é estudante de Doutoramento e um dos responsáveis pelo blogue Menos Um Carro, que se afirma “pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas”. De que tratam os conteúdos deste espaço e em que medida pretendem contribuir para a qualidade de vida das nossas cidades é o que vamos saber agora. Entrevista: Miguel Meira | Fotografia: Miguel Carvalho Sabe-se que a mobilidade está intrinsecamente ligada à qualidade do espaço urbano e ao equilíbrio (ou falta dele) na distribuição das diversas funções da cidade, pelo que a questão da mobilidade ganha outra dimensão quando nos debruçamos sobre o território das grandes cidades. Em que consiste este projecto, o blogue Menos Um Carro? O Menos Um Carro (não associado à iniciativa “Menos Um Carro” da Carris, que surgiu 3 anos depois) nasceu um pouco da necessidade de fazer ver que as desvantagens que uma mobilidade baseada excessivamente no automóvel acarreta são bem mais do que se tem à primeira vista, da conversa de café, da televisão. Quando se refere as desvantagens do automóvel, pensase automaticamente nas alterações climáticas e na sinistralidade. Nós estamos convencidos de que isso é uma pequena parte do problema. Há variadíssimas consequências da utilização do automóvel em termos sociais, económicos, de qualidade de vida, de saúde, de urbanismo, até de gestão da mobilidade. Passados 4 anos e meio desde o surgimento do blogue, ainda nos espantamos com tópicos novos. Uma olhada por outros espaços semelhantes noutros países mostra que há ainda muitos mais. Há ainda projectos que nasceram de certa forma ligados ao Menos Um Carro, sendo que o mais famoso será o Passeio Livre.

Há, de facto, uma carro-dependência, em Portugal? Quais são os principais motivos e em que práticas se manifesta? Há uma enorme carro-dependência a vários níveis, em Portugal. Os motivos são difíceis de descobrir, talvez seja consequência de um novo-riquismo, de uma sociedade que passou de pobre e rural a rica e urbana em poucas décadas. Para muitos portugueses, a posse do automóvel é uma grande conquista económica, com a qual a geração anterior não sonhava. Há ainda um individualismo forte, tal como na restante Europa do Sul e na América do Norte – e o problema do automóvel na sociedade advém mesmo daí: colocar os direitos individuais acima dos direitos da comunidade. As práticas onde se manifesta são imensas. Apesar das cidades viverem de pessoas e não de carros, o planeamento urbano é centrado acima de tudo no automóvel. Apesar da mobilidade urbana ser mais eficiente com menos automóveis, no seu planeamento, os direitos do automóvel não são beliscados.

o planeamento urbano é ainda muito centrado no automóvel


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Amesterd達o, Holanda


arquitectura Quem acompanha o vosso blogue, apercebe-se da prevalência do olhar sobre os grandes centros urbanos, uma vez que é lá que se verificam os exemplos mais gritantes da problemática da mobilidade. E no interior? O problema não se verifica? Lá está, fora das cidades as consequências gravosas do automóvel passam mais pelo ambiente e a sinistralidade - temas já conhecidos de todos. É na cidade que os miúdos ficam fechados em casa, porque a praceta foi transformada em estacionamento, os idosos têm medo de atravessar a rua, a cidade perdeu vida porque não há peões e a lógica automóvel favorece o comércio do shopping.


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Sabemos que o blogue defende a bicicleta como alternativa credível ao automóvel, mais do que uma forma de transporte unicamente associada ao lazer. Porto e Lisboa são cidades não-cicláveis ou essa ideia não passa de um mito? É seguro pedalar nestas cidades? A bicicleta é apenas mais uma alternativa (há quem julgue que gostaríamos de obrigar toda a gente a andar de bicicleta), mas é certamente uma alternativa bem mais credível do que se quer fazer crer. Enquanto há uns anos, a bicicleta era desprezada por completo, agora não passa um mês sem que se veja mais bicicletas em Lisboa e Porto. Claro que há muitas barreiras ao crescimento da bicicle-

Em que medida é que o respeito e o sentimento de pertença em relação ao espaço público urbano está correlacionado com a utilização de transportes alternativos ao automóvel? Basta não ir fechado numa caixa metálica insonorizada, com ambiente climatizado, e que passa a voar pela cidade, para termos uma percepção muito melhor do espaço urbano. O Fritz Lang dizia que, para filmarmos uma

ta, mas a maioria é facilmente contornável, havendo para isso vontade. Em termos de segurança, é como andar à noite numa zona segura. Há a segurança em si – e em mais de um década não apanhei um único susto –, mas há também a percepção da segurança. Aqui, a história muda de figura, e não tenho dúvidas de que, para um novato, a coisa pareça insegura. Esta deve ser a maior barreira ao aumento da bicicleta. Há uma iniciativa de voluntários chamada Bike Buddy que pretende ajudar a vencer este medo inicial, mas o principal cabe à Polícia: fazer cumprir as regras de trânsito na cidade.

a cidade perde vida quando não há peões

cidade, devemos andar de transportes e a pé. Quem começa a andar de bicicleta, talvez por se sentir um intruso e por ver o espaço urbano por uns olhos novos, tem uma relação ainda mais próxima. No meu caso, e desde que comecei o blogue, a minha visão mudou radicalmente. Fico triste que o espaço urbano em Lisboa nunca seja pensado e nem se perceba o quanto perdemos em qualidade de vida por termos uma cidade feita às três pancadas.

Amesterdão, Holanda


arquitectura O que respondem perante o preconceito de que apenas os pobres andam de transportes públicos? Por outro lado, considerando o sucessivo aumento dos passes sociais e dos títulos únicos de transporte, não seria por ventura necessário repensar as tarifas dos transportes, por forma a torná-los mais atractivos? Não respondemos nada, é um facto. Mas é algo que só é um problema numa sociedade nova-rica, onde há ainda necessidade de ostentação. E isto passa. Quanto aos tarifários, os transportes de Lisboa e Porto estão a ser financiados pelo resto do país, e isto parece-nos errado. O que há a fazer para tornar os transportes mais convidativos é acabar com as mordomias dadas aos automobilistas. Para lá do espaço urbano estar desproporcionalmente atribuído ao automóvel, em termos económicos há o problema do estacionamento. Lisboa tem mais estacionamento disponível do que qualquer cidade europeia. E este é barato, com pouquíssimo controlo. Em Amesterdão, por exemplo, até os residentes pagam 200€ por mês para poder estacionar na rua. Os restantes pagam 5€ à hora.

Quem decidir hoje trocar o carro, ou mesmo o autocarro e o metro, pela bicicleta, o que deve fazer? Existem organizações de apoio aos novos ciclistas? A MUBi (a Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta) tem o projecto Bike Buddy onde os voluntários tiram dúvidas e acompanham os novos ciclistas em percursos urbanos, dando dicas pelo caminho. Tudo gratuito. De resto, há as Massas Críticas em várias cidades, que são passeios urbanos de bicicleta. São excelentes para conhecer gente mais habituada e para matar os medos.


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Num texto vosso (premiado no Green Blogger Awards), é abordada a aproximação que os centros comerciais estabeleceram com o espaço público, acrescida das condições de conforto, diluição social e, sobretudo, das vantajosas condições de estacionamento, o que levou a um progressivo afastamento das pessoas em relação aos espaços de proximidade, como a rua e o respectivo comércio local. Por que é que é importante inverter este status quo?

o Homem é um ser social, mas hoje passa a vida fechado em caixas metálicas

É possível chegar a uma realidade semelhante à de cidades como Amesterdão ou é de todo uma utopia?

Do ponto de vista ambiental, porque o shopping é o expoente máximo do que está errado em termos de mobilidade: promoção do automóvel, das grandes deslocações, etc. Do ponto de vista social, porque o shopping esvazia e mata a cidade. O Homem é um ser social, mas hoje passa a vida fechado em caixas metálicas. É preciso re-humanizar a cidade, para haver mais segurança, mais vida, mais qualidade de vida. Para isso é fulcral um comércio local vivo.

Em termos de qualidade do espaço urbano, que tem pertencido ao automóvel e tem que ser devolvido às pessoas, claramente que é possível. Em termos de mobilidade em bicicleta (o que, para nós, acaba por ser secundário), temos o problema do relevo em várias cidades. Não chegaremos aos 50% de deslocações em bicicleta, mas 10% ou 20% é certamente possível.

Há, de facto, implicações da acção do Poder Público na promoção da utilização da bicicleta ou passa essencialmente pelas colectividades a mudança de paradigma?

Por fim… Crendo que a Arquitectura tem o poder de condicionar a mobilidade, que mensagem gostaria de deixar aos arquitectos/estudantes/futuros arquitectos para uma maior promoção dos transportes alternativos?

Nos últimos anos, tem havido grande promoção da bicicleta pelo poder público local, com especial destaque para as CM de Murça e Aveiro. O poder central tem sido uma triste excepção. Infelizmente, muitas câmaras têm-se regido pela vontade de ter obra feita para mostrar. Têm sido construídas ciclovias sem qualquer sentido ou cuidado. Curiosamente, o mais importante a fazer em termos de espaço urbano não custa dinheiro, até rende: disciplinar o estacionamento e as velocidades para criar a tal percepção de segurança que referi. A melhor promoção poderá contudo acontecer das mãos da CM de Lisboa, quando concretizar o programa de bicicletas públicas, o que levará a uma explosão do uso da bicicleta. E, sendo em Lisboa, terá repercussões por todo o país.

Bom, muitos regulamentos municipais forçam a construção de garagens nos prédios, o que é um enorme incentivo à posse e ao uso do automóvel - de modo que é difícil pedir que não o façam. Mas há coisas simples, como haver fácil acesso da rua a uma arrecadação para guardar as bicicletas. Isto pode parecer pouco, mas ironicamente e, apesar da bicicleta ser 20 vezes mais pequena que um automóvel, há muitas pessoas que se queixam de que não usam a bicicleta por falta de espaço de arrumo ou por dificuldade de acesso. Aos arquitectos de planeamento urbano, a lista seria infindável. |a


moda

Florisa Nogueira

Royal Corsetry, Florisa Nogueira, uma jovem estilista cujos trabalhos conhecemos no Facebook e que vai estar com a Amol magazine na produção da capa de Outubro. Agora, uma oportunidade para sabermos um pouco mais sobre Florisa Nogueira. Entrevista: Pedro Cabral

Olá Florisa, bem-vinda à Amol magazine. Quem é a Florisa Nogueira? Considero-me uma alma criativa, amante das Artes em geral. Cresci em Gondomar e vim viver para VN de Gaia, aos 9 anos. Aqui, na Escola E.B. 2/3 de Soares dos Reis, tomei conhecimento da Escola Secundária Artística de Soares dos Reis, no Porto, e dada a minha tendência para o ramo artístico decidi matricular-me após o 9º ano. Nesta escola, aprendi inúmeras técnicas em várias tecnologias como os têxteis, audiovisuais, cerâmica, metais (joalharia), madeiras, artes gráficas, etc; para além de uma formação de base bastante completa, com Desenho, História da Cultura e das Artes, etc. Em 2007,

interrompi a minha formação com a conclusão do 12º ano no curso de Produção Artística, mas neste momento estou a tirar um curso E.F.A. de Design de Moda na mesma escola, no horário nocturno, e espero não ficar por aqui. Neste momento, estou a exercer funções como recepcionista numa clínica psiquiátrica no Porto, para além do projecto Royal Corsetry que preenche quase todo o meu tempo livre.

considero-me uma amante das Artes


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Fotografia de Vilma Costa

Como despertas para o mundo da Moda? Lido com Moda desde cedo, não no sentido mais desenvolvido da indústria mas através da minha avó, Florinda Maia, que, apesar de ter sido uma costureira à moda antiga que trabalhava para o seu sustento fazendo arranjos, tinha bastante talento para fazer todo o tipo de vestuáro, desde fardas militares, em antigas fábricas de confecção onde o processo de execução das peças não era tão mecânico como nos dias de hoje, a vestuário de toda a espécie que confeccionava para a família e alguns clientes. Sempre tive os vestidos mais bonitos, as fantasias mais originais por isso mesmo e desde cedo que adorava sentar-me com ela no seu quar-

lido com Moda desde cedo através da minha avó

to de costura e fazer experiências com as bonecas. Mais tarde, já no Secundário, interessei-me bastante por Moda alternativa e a minha avó transmitiu-me importantes conhecimentos básicos de costura. O meu primeiro vestido alternativo foi o resultado do trabalho de equipa que tivemos para essa transmissão de conhecimentos.


moda Conhecemos a Royal Corsetry, só mais tarde a Florisa. De onde vem o nome Royal Corsetry? Este projecto nem sempre teve esse nome. Começou por ser FN Creations (Florisa Nogueira Creations), mas há uns anos decidi escolher um nome mais requintado e, após muitas tentativas, surgiu o que me pareceu mais apropriado Royal Corsetry. Vem da minha paixão pelos contos de fadas, onde príncipes e princesas vivem felizes para sempre e onde o vestidos deslumbram!

Royal Cosertry vem da minha paixão pelos contos de fadas

Até aqui conhecemos-te, de certo modo, ligada a uma linha gótica. Ficas por aí ou há outros tipos de trabalho? O meu círculo de amizades tem ditado o trabalho que fui apresentando. Por me mover num meio alternativo e por ser esse mesmo o meu estilo de eleição, as peças que me pediram e que fiz para mim mesma têm um look gótico. No entanto, quero evoluir para muito mais do que isso sem perder um certo lado sombrio, romântico e invulgar. Adoro uma paleta decadente, em tons pastel, a renda antiga, os padrões vintage... Gosto de ir em busca do passado e misturá-lo com o presente. Idolatro criadores como Vivienne Westwood e Alexander Mcqueen por tudo isto. São muito originais e mostram um lado que é, ao mesmo tempo, alternativo e comercial, porque ninguém lhes fica indiferente!


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Como funciona o teu processo criativo? Depende das peças que tenho de executar. Depois do regresso ao ensino, principalmente depois destes anos todos em que cresci bastante, dou mais valor ao método da pesquisa, da preparação de um painel de tendência, com as influências, a paleta de cores, da pesquisa de imagens e de peças que me possam inspirar. Depois disto, desenho alguns esquissos e decido os materiais que vou utilizar. Quando são trabalhos pedidos por encomenda, ao gosto do cliente, sigo as suas instruções, indicando se o que pretendem é viável ou não.

Ao que sabemos, desenhas e executas. Acompanhas a obra desde o processo criativo até à entrega ao cliente. Como consegues tempo para tudo? Gosto de acompanhar todo o processo, de tocar nos materiais, escolhê-los, trabalhálos e sentir que o produto final é da minha inteira autoria. A única pessoa que deixo interferir neste processo é a minha melhor amiga, Catarina Lopes. Pelo seu enorme talento e por ter tido uma formação quase igual à minha, por conhecer os meus gostos como ninguém, é a única pessoa a quem confio uma peça da minha criação. É bastante difícil coordenar o meu trabalho com a escola e com este projecto. Os dias são completamente preenchidos desde que me levanto até ao momento em que me deito, bastante tarde, mas o que me motiva é sonhar que um dia posso ter uma carreira mais frutífera neste ramo... Embora saiba que isso não quer necessariamente dizer que a minha vida vai ser mais calma.


moda adoro uma paleta decadente

Vimos-te recentemente falar do teu trabalho na mvmTV. Achas que as oportunidades que te estão a dar para falares e mostrares o que fazes é o reconhecimento da tua criatividade e qualidade?

Como vais vestir a capa de Outubro? Já há ideias?

Sim, e é com grande gratidão que aceito estas oportunidades. Tenho confiança no meu talento, embora, como todos nós, tenha os meus altos e baixos e ainda tenha muito, muito que aprender. Procuro ser humilde, mas tenho consciência do meu valor.

Há ideias, sim! Vou mostrar as minhas novas capacidades, adquiridas no curso que estou a fazer e também quero mostrar um estilo completamente diferente do que tenho mostrado, como já referi! Romantismo, fluidez e sensualidade são alguns adjetivos que descrevem estas peças.


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Que pensas do projecto Amol magazine? Penso que é um projecto muito necessário num mundo em que cada vez é mais fácil aparecer, sem que para isso se tenha talento. Pelo que vi, a Amol tem contrariado isso, apresentando sempre caras e projectos originais sem desistir e apoiando aqueles que merecem a oportunidade de mostrar o seu trabalho. Num mundo em que tudo é cada vez mais facilitado, a Amol mostra verdadeiros talentos!

Florisa, obrigado pelo teu tempo e até breve. |a


fotos dos nossos leitores FOTO DO MÊS!

Categoria: Moda/Glamour Título: Hello Summer Autor: Ariana Augusta

Categoria: Tema Livre Título: Blue Autor: Márcio Quintas

Categoria: Tema Livre Título: Free Autor: Renato Ferro


vale a pena espreitar

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moda White Tent – Moda Lisboa – Verão 2011 http://www.youtube.com/ watch?v=oksGBwL5fzg Pedro Pedro – Moda Lisboa – Verão 2011 http://www.youtube.com/watch?v=mwZK2oATXQ&feature=related

beleza Melhor decote para o teu corpo http://margarethmazetti2.blogspot. com/2011/06/o-melhor-decote-para-o-seucorpo.html Pernas bonitas e elegantes http://activa.aeiou.pt/artigo. aspx?contentid=7E835B6C61DA-4FB2-9FBF-8ACBA220D135&channelid=CE20FF6F8C43-4C25-90E0-016880C90756

Olá caros leitores, já passaram 10 dias de Verão. Para alguns, as férias de Verão já começaram, para outros começam este mês e, para muitos outros, ainda vão começar. Desejo a todos a continuação de um bom Verão!

Cátia Fernandes

saúde Melancia: a fruta que refresca! http://activa.aeiou.pt/artigo. aspx?channelid=25809BA1401C-4F38-A873-62283B2B39A3&contentid=77847E7C-37A54F02-AE57-F5D85EFFDE5E 5 mudanças alimentares que podem mudar a tua vida http://activa.aeiou.pt/artigo. aspx?channelid=25809BA1401C-4F38-A873-62283B2B39A3&contentid=4677FC5B-E0C648B5-8973-DF48E809639A




Junho 2011

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Joana Magalh達es julho


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ficha pessoal

Nome

Joana Magalhães Data de Nascimento:

17 de Fevereiro de 1991 Cidade de Residência:

Matosinhos (Leça da Palmeira)

Olhos

Castanhos Cabelo

Preto

Altura

158 cm Peso

50 Kg Peito

86 cm Cintura

66 cm Ancas

98 cm


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Joana

Magalh達es


new faces | new models Retrato Gamour Bikini

Condições Trabalho pago. Poderá aceitar TPF se considerar relevante para o portfólio.

Lingerie Semi-nu Nu

Tipos de trabalho

Contactos http://www.amolagency.net/

Erótico Adulto

Joana Magalhães


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Tu também podes ser a próxima New Face! Envia-nos as tuas fotos + a autorização do fotógrafo ou envia-nos um mail e pede a marcação de uma sessão fotográfica!

amolmagazine@gmail.com A Moulin Rose (V. Nova de Gaia) oferece às New Faces um mês de frequência gratuita das aulas de dança do ventre ou de pole dance.


concurso New Faces

A capa de Outubro é escolhida pelos nossos leitores! A Ana Sofia foi a primeira New Face que trouxemos para a capa da Amol magazine. Tu vais escolher a próxima. Em http://www.facebook.com/home.php ?sk=group_208274039211400&ap=1, podes ver os composites das New Faces em concurso para capa da Amol magazine de Outubro. Podes ainda consultar as revistas para visualizar mais fotos de cada concorrente. Vota na tua preferida.

Maio 2010 | Revista 4

Sofia Rodrigues

A concorrente com mais votos será a capa da revista de Outubro. Será vestida por Royal Corsetry e poderá ser vista na mvmTV. É a tua oportunidade de escolher a capa. Março 2011 | Revista 15

Soraia Martins


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Agosto 2010 | Revista 7

Cรกtia Fernandes

Abril 2011 | Revista 16

Lili Lopes

Novembro 2010 | Revista 10

Janeiro 2011 | Revista 13

Maio 2011 | Revista 17

Junho 2011 | Revista 18

Carolina Martins

Marisa Gonรงalves

Diana Soares

Inira Delgado



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