Scheherazade de Iolanda Gomis Parada
Scheherazade Alta executiva de negócios desaparece no mar na passada noite. A hipótese que se maneja é a do suicídio, mas a investigação continua aberta. Este era o titular que estava a ler Ayhesa na secção de sucessos do Jornal da Noite quando o timbre da porta soou estrondosamente. -Bom dia, é você Ayesha Dos Santos? -Sim, bom dia. Com quem falo, diz através do telefone que a comunicava com a porta da rua. -Sou Priyanka Gonçalves Pais do Jornal da Noite. Gostaria de manter uma conversa com você sobre o fatal caso da senhora Collete Nunes Altesor. -Mas eu não sei em que posso ajudar… suba de todas as maneiras. Priyanka Gonçalves era uma conhecida repórter dedicada por inteiro à sua carreira profissional. Entre as suas dedicações estava a de esclarecer casos de assassínios de mulheres para uma publicação um tanto polémica, Scheherazade. A publicação Scheherazade costumava fazer seguimento dos feitos mais escuros ao redor da morte de mulheres a mãos de máfias organizadas de exploração, jogo, narcotráfico e prostituição. Ayesha não acreditava na visita deste destacada mulher, mas o que a descolocava até limites insospeitados era o feito de que desejasse entrevistá-la para falar de Collete Nunes, mulher que Ayesha não conhecera em toda a sua vida. Ao longo dos minutos que corriam enquanto Priynaka subia no elevador, Ayesha teve tempo a reparar nos milhões de motivos que poderiam trazer a esta reputada jornalista à sua casa. Pensava noutros tempos, na sua chegada a Brasil desde a China. Trasladava-se ás máfias que ela mesma conhecera, aos seus tempos como prostituta, quando teve que fazer pagamento da sua viagem fechada em Bordéis para luxuosos executivos. Mas aqueles tempos já foram lá, agora Ayhesa dirigia uma casa de jogo e espetáculo na outra ponta da grande cidade, justo no extremo contrário no qual Collete Nunes desaparecera. Era impossível que aquele caso tivesse relação
Livro Noturno. Ed. AG. Sao Paulo. Brasil Scheherazade