Boletim ana edição 32 consciência negra e direitos universais

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20/11 - Dia da Consciência Negra.

O porque de Tudo isso?

Por Rosana França Educadora Social/Assistente Social Equipe Campanha ANA Dia 20 de novembro é comemorado o dia da consciência negra. Neste dia em 1695, lutando pela libertação de seu povo no Quilombo dos Palmares, mor reu Zumbi, o principal líder do povo negro naquela época. Em 1971, o Grupo Palmares de Porto Alegre (RS) começou a comemorar a data que foi assimilada pelo Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, que depois veio a denominar-se Movimento Negro U n i f i c a d o – M N U, d u r a n t e congresso realizado em 1978. Comemorar essa data é uma forma de resistir a ideia de que a libertação dos negros foi protagonizada pelos brancos, como com o dia 13 de maio, onde se comemora a assinatura da Lei Áurea, e, visibilizar a luta dos negros para sua liberdade. Na agenda governamental esta data foi Instituída oficialmente em 2011, pela Presidência da Republica. No Brasil discutir a questão racial é desafiador e complexo, ao tempo que muito oportuno. Se levarmos em consideração que os

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acontecimentos históricos de subalternização dos negros se reconfiguraram ganhando novas faces na atualidade, onde ainda é a população negra que é a mais excluída, percebemos que o mito da democracia racial, sustentado durante tanto tempo por intelectuais no país, contribuiu para mascarar o racismo e manter o status quo.

ima ginário social racista, o legislativo que lança propostas de alteração legal que cada vez mais marginaliza a população negra, as

O Mapa da Violência vem a cada ano apresentando dados que confirmam um verdadeiro extermínio da população negra e jovem. O número de homicídios é crescente entre jovens de 15 a 26 anos. Isto reflete u m a p r á t i c a e s t ab e l e c i d a e legitimada pela sociedade, que tem o foco no extermínio da população negra, pobre e periférica. Esta prática é justificada pelo discurso do combate ao tráfico de drogas, aos homicídios e outros crimes, onde há um estigma de que práticas criminosas são exclusivas da juventude negra periférica. No entanto, jovens, negros, pobres e moradores das comunidades populares são as principais vítimas de violência.

políticas públicas que não atendem de forma igualitária, pessoas e igrejas cristãs que demonizam as religiões de matriz africana, enfim, quase todo mundo participa de um ou outro modo na manutenção do racismo em algum nível e as vezes nem percebe.

Analisando esta realidade percebemos que classe social e raça são elementos intimamente articulados, e que por sua vez, o racismo se mistura com o classismo evidenciando a necessidade de criminalização de uma parcela da população como dispositivo de manutenção de privilégios assegurando a permanência de alguns sujeitos nos lugares de poder. Essa política se desenha através de uma complexa rede que envolve a grande mídia que produz e reproduz uma imagem estigmatizada da população negra fortalecendo um

Ano II - Nº 32 - Novembro de 2014

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Faz poucos dias que assistimos uma ação criminosa de extermínio da população negra em Belém, onde para "vingar" a morte de 01 policial se instaurou uma guerra que resultou em mais de 70 mortes de jovens, negros e moradores da periferia. Intervenções como esta, em outros níveis de intensidade, acontecem todos os dias, em várias cidades do Brasil, e são tão naturalizadas que muitas vezes são divulgadas nas mídias escritas e televisivas de forma preconceituosa justificando as barbáries cometidas contra a população negra. É urgente e necessário pensar e efetivar políticas públicas afirmativas para a população negra. Garantir que o racismo seja exterminado e que a juventude negra brasileira possa viver!

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Fique por DENTRO

Giro

DE NOTÍCIAS

A Comissão de Direitos Humanos promoveu no dia 19 de novembro audiência pública em comemoração ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro.

Aconteceu nos dias 6 e 7 de novembro em Brasília a 4ª Oficina das Redes Nacionais de Defesa dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes. A Oficina teve como objetivo produzir um balanço, a partir da experiência da sociedade civil organizada, das ações desenvolvidas na Agenda de Convergência dos Grandes eventos. O balanço irá gerar um relatório e diversas recomendações da sociedade para contextos similares.

Conhecendo Criada em 2003, a SEPPIR - Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, é um órgão do governo e nasceu do reconhecimento das lutas históricas do Movimento Negro Brasileiro e tem como finalidade a formulação, coordenação e articulação de políticas e diretrizes para a promoção da igualdade racial no país. MNU – Movimento Negro Unificado Esse movimento foi criado em 1978, com um ato público contra o racismo nas escadarias do

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Teatro Municipal de São Paulo, reunindo milhares de pessoas que denunciavam a discriminação racial sofrida por quatro garotos do time de voleibol do Clube de Regatas Tietê, e protestavam pela morte de Robson Silveira da Luz nas dependências do 44° Distrito de Guainazes, resultado de torturas praticadas por policiais e pelas péssimas condições carcerárias no Brasil. Até hoje, o MNU está denunciando as desigualdades raciais, e construindo um projeto político do ponto de vista do povo negro.

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IV Oficina Nacional Redes Entram em Campo Pelos Direitos da Criança e do Adolesceste

Para enviar as fotos é simples. Basta marcar a Campanha ANA nas suas fotos com a frase #ANA_INSTAGRAM com uma pequena legenda que iremos publicar em nossas redes e no Boletim mensal da campanha.

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Fica dica Filmes

Livros No período da pré-Guerra Civil dos Estados Unidos, Solomon Northup, um homem negro livre é raptado e vendido como escravo. Enfrenta a crueldade mas também vive momentos de inesperada bondade, e, luta para se manter vivo e preservar a sua dignidade. Após 12 anos, Solomon conhece um abolicionista do Canadá que vai mudar para sempre a sua vida. Um filme do diretor Steve McQueen. https://www.youtube.co m/watch?v=gQ22CR8Y

Racismo no Brasil Percepções da Discriminação e do Preconceito no Séc XXI (Gevanilda Gomes Santos, Maria Palmira da Silva) Racismo, Preconceito e Intolerância (Coleção Espaço & Debate - D`adesky, Jacques; Borges, Edson; Medeiros, Carlos Alberto)

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A trama se passa no sul dos Estados Unidos, na década de 60, em subúrbios onde as ricas mulheres brancas tinham suas casas e seus filhos cuidados por empregadas negras. A situação muda com a chegada de uma jovem branca com ideias progressistas, que pretende dar voz às empregadas domésticas. Um filme de Tate Taylor.

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