Plântula

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Hortícolas | Fitossanidade | Plantas Aromáticas | Plantas Medicinais | Receitas | Ideias & Dicas

N.º1

Dezembro 2013 Mensal . Portugal € 3.50 www.facebook.com/Texugueiras

MÊS DO ALHO Saiba

tudo sobre o alho

Sabia Grande

Ervilha

que existem mais de

200

variedades?

Fava

valor nutritivo nas suas sementes

PLANTAS AROMÁTICAS Alecrim, a planta que exala um aroma forte e agradável.

PLANTAS MEDICINAIS

Sabia que o Agrião é indicado na quimioprevenção?

RECEITAS .Entrecosto com favas .Ervilhas com ovos

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Índice

Monte Das Texugueiras

Olivicultura & Horticultura Tradicional Biológica

Cabazes Biológicos

VENDA E ENTREGA AO DOMICÍLIO www.facebook.com/Texugueiras


Editorial

Equipa “Plântula”

Director Ana de Almeida

Editor Ana de Almeida

Redação Ana de Almeida António de Almeida

Colaboradores António de Almeida Cecilia de Almeida Miguel Leandro

Revisão António de Almeida

Editor Arte Ana de Almeida António de Almeida Miguel Leandro Ana Velhinho

Impressão “Grande gráfica,Lda” Rua Arroz da Silva, 5 4300-564 Porto

Tiragem Média 50.000 exemplares

E

xiste um provérbio índio que diz “Não herdamos a Terra dos nossos pais, apenas pedimo-la emprestada aos nossos filhos”. Na nossa era, cada vez mais, é aumentada a importância que as sociedades modernas dão ao saudável, tornando-se crucial garantir a nossa existência plena de saúde e felicidade bem como a das gerações vindouras. Sabendo que uma perfeita saúde passa necessariamente por uma alimentação equilibrada e sustentada nos vegetais, na viragem do século a humanidade dá um enorme destaque na produção de hortícolas que garantem a nossa saúde e a saúde da Terra – a habitação global. Produzir frutos e vegetais, reduzindo, ou mesmo eliminando, a utilização de substâncias químicas de síntese é o caminho para uma vida mais pura, salutar e amiga do ambiente.

alimentos biológicos e ecologicamente amigáveis, é o segredo para uma vida mais feliz, salutar e em harmonia com o nosso planeta. António de Almeida (Dezembro 2013)

Como seres vivos que são, as plantas também apresentam necessidades nutricionais, estão sujeitas a pragas e doenças e, tal como os restantes seres, têm de competir com outras plantas para garantir a sua sobrevivência. A natureza teve o cuidado de encontrar soluções de controlo destas necessidades e problemas de forma a providenciar um equilíbrio ecológico que culmina com a heterogeneidade de seres que rodeiam a nossa existência. É sem dúvida desafiante, mas, tirar partido destes mecanismos de equilíbrio para a produção de

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Índice

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Planta Aromática

Fique a saber tudo sobre o Alecrim.

Horticola do Mês

Como preparar o terreno. Quais os cuidados necessários a ter.

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Fitossanidade Biológica & Quimica

O controlo das infestantes através de metodos naturais. Resultados mais saudaveis e de melhor qualidade.

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Entrevista do Mês

Conheca a sua produção e as suas técnicas.

Horticolas

Fitossanidade

Entrevista

Plantas Aromáticas

6 Alho

12 Biológica & Quimica

14

18 Alecrim

Da semente á colheita. Quais os seus beneficios ao ser humano.

8 Fava 10 Ervilha 4 Plântula

Cecilia Almeida, Produtora Agricola.

Do aroma ao paladar.

19 Cebolinho 20 Tomilho


Índice Hortícola

s

| Fitossani

dade

| Plantas

Aromáticas

| Plantas

Medicinais

| Receitas

www.faceb

ook.com/T exugueiras

| Ideias &

Dicas

N.º1

Dezembro 2013 Mensal . Portugal € 3.50

MÊS D A LHO

O Saiba tudo

sobre o alho

Sabia que

Ervilha

existem

mais de ades?

200 varied

Fava

Grande val PLANTAS AROMÁTIC AS

Alecrim, a exala um planta que e agradáv aroma forte el.

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PLANTAS MEDICINA IS

Sabia que indicado o Agrião é na quimiopr evenção?

or nutri tivo na s suas sem entes RECEITAS

. Entreco sto com favas . Ervilhas com ovo s

Hortas Verticais

Saiba como construir a sua propria horta e em sua casa. Conheça os seus benefícios.

High-Tech

Fique a saber como regar os seus horticolas sem ter de se preocupar.

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29

Plantas Medicínais

Medicína natural baseada no uso de plantas.

Ideias & Dicas

Protega os seus alimentos, ajude no crescimento.

Plantas Medicínais High-Tech

Receitas

Ideias & Dicas

22 Agrião

28 Favas com Chouriço

30 Hortas Verticais

29 Ervilhas com Ovos

32 Estufa

Benefícios á saúde.

23 Eucalipto 24 Alfazema

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Rega Automática.

34 Cartas do Leitor

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Horticolas

ALHO

Horticola do Mês O Alho, Allium Sativum, é uma planta perene cujo bulbo (cabeça de alho), é composto por folhas escamiforme (dentes de alho). Esta hortícola é comestível e usada tanto como tempero como para fins medicinais. CLIMA

O alho pode ser cultivado em diversas regiões climáticas, sendo porém necessário que haja um período de frio na metade de seu ciclo de vida, com temperaturas abaixo de 15°C, para estimular a formação dos bulbos (cabeça de alho). LUMINOSIDADE

Um cuidado necessário para ter sucesso ao plantar alho é escolher cultivares adaptados ao fotoperíodo de sua região, ou seja, ao tempo de horas de luz, do nascer ao pôr-do-sol. Existem muitos cultivos adaptados a diferentes fotoperíodos e condições climáticas, assim procurese informar acerca dos melhores cultivos para a plantação em sua região. O alho deve receber luz solar direta pelo menos algumas horas por dia. SOLO

O alho não é muito exigente quanto ao solo, podendo ser plantado em solos mais pobres, com baixa disponibilidade de nitrogênio. Entretanto o solo deve ser leve e bem drenado. PLANTAÇÃO

O alho pode ser cultivado a partir de sementes, mas o mais comum é plantar os bulbilos, ou seja, os dentes do alho. Plante cada dente a 3 ou 4 cm de profundidade, no local definitivo. Também

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pode ser plantado em bandejas ou sementeiras, sendo depois transplantados após brotarem. Esta hortícola pode, também, ser cultivada facilmente em vasos.Geralmente a plantação é realizado no Outono ou no início do Inverno.


Horticolas

REGA

COLHEITA

O alho deve ser regado com frequência para que o solo se mantenha húmido durante a fase de crescimento da planta. Diminua a frequência das regas quando os bulbos estiverem a crescer. Cerca de 10 a 20 dias antes da colheita, suspenda a rega.

A colheita do alho ocorre de 16 a 36 semanas após a plantação, dependendo da região. As cabeças de alho estão prontas para a colheita quando as folhas mais velhas começarem a amarelar e secar. Arranque a planta inteira, sem separar as folhas e deixe os bulbos secar ao sol por alguns dias. Após este período, quando as folhas e a camada externa dos bulbos estiverem completamente secas, os bulbos podem ser armazenados em locais frescos e secos com boa ventilação. O alho pode ser armazenado por até quase um ano.

TRATOS CULTURAIS

É importante retirar plantas invasoras que competem com o alho por nutrientes e recursos, pelo menos durante os três primeiros meses de cultivo.

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Horticolas

FAVA

A fava ou fava italiana (Vicia faba) pode crescer de 30 cm a mais de 1,5 m de altura, dependendo do cultivar. Suas vagens têm até 2,5 cm de diâmetro e 7 a 15 cm de comprimento. CLIMA A fava é uma planta de clima frio, resistindo bem a temperaturas próximas a 0°C e a geadas leves (alguns cultivos resistem até temperaturas de -10°C). O ideal é que a temperatura não ultrapasse cerca de 15°C durante o ciclo de cultivo da planta. Entretanto, existem alguns cultivos modernos que toleram temperaturas mais altas.

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LUMINOSIDADE A fava necessita de alta luminosidade, com luz solar direta pelo menos algumas horas por dia. SOLO Cultive em solo bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica. O pH ideal do solo situa-se entre 6,0 e 6,8. A planta forma uma associação simbiótica com bactérias conhecidas como rizóbios ou rhizobium, capazes de fixar o nitrogênio do ar no solo como amônia ou nitrato, provendo o nitrogênio necessário para a planta e ainda enriquecendo o solo com este elemento. A fava é uma das poucas plantas cultivadas que toleram alta salinidade do solo. REGA Rege de forma a manter o solo húmido, sem que fique encharcado.


Horticolas PLANTAÇÃO Plante as sementes directamente no local definitivo, a uma profundidade de 3 a 5 cm, quando o solo está com uma temperatura de no mínimo 5°C. O espaçamento recomendado depende do cultivo e das suas condições, indo de 45 cm entre as linhas e 23 cm entre as plantas, a 1 m entre as linhas e 50 cm entre as plantas.

COLHEITA A colheita das vagens começa de 85 a 240 dias após a semeação, variando conforme a estação do ano em que a fava é plantada, o clima da região e o cultivo plantado.

Embora as sementes sejam mais apreciadas, as vagens tenras e as pontas dos ramos também podem ser cozidas e consumidas. As vagens são colhidas quando estão bem desenvolvidas, apresentando-se redondas, tenras e firmes. As vagens velhas vão se tornando fibrosas rapidamente.

TRATOS CULTURAIS Há cultivos de fava de porte alto e de porte baixo. Os cultivos de porte alto necessitam de tutoramento, sendo geralmente mantidos eretos em grupos de plantas por fios ou varas fincadas na vertical. Os cultivos de pequeno porte podem ser cultivados facilmente em vasos e jardineiras. É necessário retirar as plantas invasoras que estejam a concorrr por nutrientes e recursos. Quando a planta está bem florida, é uma opção cortar as pontas dos ramos para concentrar a energia da planta no desenvolvimento das vagens. Isto também previne o ataque de alguns insetos, que iniciam pelas partes mais jovens e tenras das plantas.

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Horticolas

ERVILHA

A Ervilha (Pisum sativum) é uma planta (legume) da qual existem mais de duzentas variedades, e de suas vagens são extraídos diversos tipos de grãos. Em algumas regiões de alguns países é costume utilizar os grãos e as vagens no alimento, quer na forma de sopa ou como salada pois se constituem em uma fonte de fibras. CLIMA A ervilha cresce melhor quando a temperatura permanece em 13°C a 18°C. As plantas sofrem danos para o seu desenvolvimento tanto com geadas quanto com temperaturas muito elevadas.

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LUMINOSIDADE A ervilha deve ser cultivada em condições de alta luminosidade, com pelo menos algumas horas de sol direto diariamente. SOLO O solo deve ser bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica. Existe uma simbiose entre a ervilha (e outras leguminosas) e bactérias do gênero Rhizobium, que fixam nitrogênio atmosférico no solo. Desta forma a planta é suprida com todo o nitrogênio que necessita e ainda deixa o solo rico em nitrogênio após o fim de seu ciclo de vida. REGA A ervilheira deve ser regada com frequência para que o solo seja mantido levemente húmido, sem que ocorra o encharcamento do solo, que prejudica muito a planta. PLANTAÇÃO


Horticolas

A plantação das sementes é feita diretamente na horta. TRATOS CULTURAIS Existem cultivares de ervilha de porte baixo e de porte alto. Os cultivos de porte alto são trepadeiras que usam suas gavinhas para se agarrar aos suportes, sendo assim, estes devem estar disponíveis para a planta na horta. Estes suportes podem ser cercas, estacas finas, grades, outras plantas de porte alto, etc.

65 a 85 dias para cultivos precoces e entre 80 a 140 dias para cultivos de produção tardia. A colheita das vagens deve ser feita quando estas ainda estão imaturas, com sementes não completamente desenvolvidas. Para a colheita de grãos verdes, espere até que as sementes estejam bem desenvolvidas nas vagens. Os grãos secos são colhidos após a vagem secar completamente. A ervilha é uma planta anual.

COLHEITA O tempo necessário para obter a colheita vária conforme o cultivo utilizado e o objetivo da produção, que pode ser a colheita das vagens ou a colheita das sementes. A colheita ocorre entre

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Fitossanidade

BIOLÓGICA & QUIMICA

As plantas, tal como os restantes seres vivos, estão sujeitas a doenças e pragas bem como também têm de competir com outras plantas na disponibilidade de água, nutrientes e luz solar.

D

urante décadas, a produção agrícola utilizou de forma completamente descontrolada substâncias tóxicas para controlar pragas, doenças e vegetação de crescimento espontâneo que possam, eventualmente competir com as culturas. Destas práticas surgiram diversos problemas de enorme gravidade de contaminação ambiental e, inclusivamente, dos próprios alimentos. Em paralelo com a consciência ambiental, surgem novos estudos e práticas mais saudáveis e ami-

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gas do ambiente que procuram tirar partido dos mecanismos naturais de controlo de populações adaptando-os à produção agrícola dando origem ao que é conhecido como Agricultura Biológica. Este é o mês das Favas, por exemplo. Esta cultura, sendo bastante rústica e simples de desenvolver, apresenta, no entanto, dois problemas que poderão ser uma autêntica dor de cabeça. Na sua fase inicial de desenvolvimento, o principal problema está relacionado com a competição com outras plantas de crescimentos espontâneo. Uma monda manual normalmente resolve o problema que ficará posteriormente completamente controlado pelo crescimento natural da planta. Normalmente a fava crescerá sem problemas de maior até ao momento da floração. É na floração que poderá surgir o maior inimigo desta cultura – o piolho negro das favas. Uma vez mais, conhecendo, não só a planta mas também os seres que a atacam permite atuar de forma praticamente eficaz. O piolho negro da fava alimenta-se dos brotes superiores desta planta. Existindo alimento a praga prolifera-se e compromete a floração e, consequentemente, a frutificação. Desta forma, cortando os brotos mais verdes e tenros com cerca de 10 cm depois da planta já apresentar 5 a 6 conjuntos de flores, o alimento para a praga será escasso combatendo-a. Ainda assim, se este método não for eficaz, pode-se recorrer a um inseticida natural macerando urtigas em água durante dois dias numa proporção de 10% de urtigas para 90% de água. Com a maceração concluída, basta pulverizar a planta para combater a praga. Pegando neste exemplo da urtiga natural, se deixarmos prolongar a maceração por mais de dois dias, deixaremos de ter este inseticida natural para obter um extraordinário bio-estimulante 100% natural cuja pulverização sobre as folhas de qualquer planta fará inveja a qualquer cultura de produção convencional. Sem dúvida alguma que, sendo possível, evitar a luta química é a melhor estratégia para produção agrícola. No entanto, pelas características de maior sensibilidade, por exemplo, a


Fitossanidade

produção agrícola quase que exige que se tomem medidas preventivas e/ou curativas que passam pela necessidade de utilização de fitofármacos (fármacos para plantas). Imagine-se uma horta a produzir ervilhas. A determinado momento verifica-se que existem alguns focos de ataque de lagarta. Numa análise cuidada, conclui-se que o número de plantas atacadas, pelo menos neste momento, não justifica qualquer tratamento, ainda não foi atingido o chamado nível económico de ataque, isto é, os prejuízos causados são reduzidos e inferiores ao custo dum eventual tratamento. No passado este fator não seria considerado e aplicar-se-ia um inseticida de combate ao problema. Hoje, numa política de redução de custos financeiros e impactos ambientais, estes fatores são considerados dando, de igual forma, liberdade ao desenvolvimento dos chamados organismos auxiliares, como a joaninha ou a vespa, que, sendo predadores naturais, controlam as populações responsáveis pelas pragas. Equipamentos sofisticados de aplicação de fitofármacos permitem que a mesma seja aplicada unicamente e com precisão onde é necessária.

Nos pomares, por exemplo, células de ultrassons, detetam se a máquina de aplicação está a passar numa copa de arvore iniciando a aplicação da substancia terminando no preciso momento que o pulverizador se encontra num espaço vazio entre árvores. A consciência global também tem espaço nas estratégias de controlo químico. Deixar espaços controlados de crescimento de vegetação espontânea permite a proliferação dos referidos organismos auxiliares. Por outro lado, a tecnologia permite o estudo e desenvolvimento de substâncias que apresentem seletividade, um herbicida que apenas atue sobre vegetação espontânea que resulte em prejuízos é bem melhor que um outro que atue de forma indiscriminada em qualquer tipo de planta. Apoiado com formação específica e orientado com técnicos credenciados, as lutas químicas, muito embora sendo, como referido e dentro do possível evitáveis, podem dar um passo no futuro numa politica de redução ao limite de impactos ambientais através de substancias mais eficazes, rapidamente degradáveis de modo a eliminar qualquer tipo de vestígios no momento de consumo dos produtos agrícolas.

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Entrevista MONTE DAS TEXUGUEIRAS Olivicultura & Horticultura tradicional biológica Fundado em 2001 Possui 50 Hectares

Cecilia de Almeida Empresária do Monte Das Texugueiras

O Sector Olivícola recuperou

o atraso produtivo que tinha Como empresária do Monte das Texugueiras, como tem visto a evolução do sector nos últimos anos? Do meu ponto de vista, a análise do sector deverá ser feita em termos nacionais e em termos mundiais, tendo em conta que a (comunidade) União Europeia é a grande produtora do azeite que se consome no mercado mundial. Em termos do sector nacional, constatamos que nos últimos anos houve um incremento muito grande na plantação de novos olivais, o que foi conseguido com um esforço conjunto de todas as organizações foi que Portugal plantasse cerca de 30.000 hectares de novos olivais com apoios comunitários. Um crescimento em termos produtivos superior a 100%, o que é extraordinário e permitiu interromper as quebras de produção que vínhamos sofrendo anteriormente. Recuperamos assim o atraso em que caí-mos nas últimas 4 décadas. Em termos mundiais, constatamos que os mercados têm evoluído de uma forma equilibrada, sendo que, algum desequilíbrio que possa existir, está relacionado com a forte concentração do sector da distribuição ao nível da procura.

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A relação procura/consumo deverá manter-se no futuro, porque pelas várias experiências que se têm feito pelo mundo inteiro, Argentina, Estados Unidos, China, etc, o que se constata é que o olival só se dá bem na orla mediterrânea, donde é originário. Como perspectiva a Politica Agrícola Comum pós 2013, tendo em conta o futuro do sector olivícola? A PAC, por aquilo que conhecemos e que tem sido a sua evolução ao longo dos últimos anos, terá de encontrar forma de continuar a apoiar a actividade agrícola. Qualquer que seja o futuro do sector, esse apoio deverá sempre existir. Não conheço nenhum país que aberta ou encobertamente não subsidie a sua agricultura. Como somos meia dúzia de países a produzir azeite e somos 27 estados-membros, não será fácil introduzir medidas específicas para o sector, que sejam aceitáveis pelos países não produtores. São questões mais sensíveis do que a produção do azeite propriamente dita, e passíveis de serem aprovadas. Como vê o futuro do olival tradicional, atendendo aos elevados custos de produção e à quebra do


Entrevista preço do azeite? O olival tradicional é uma questão sectorial que nos preocupa. Se fizermos uma análise em termos de mercado, o olival tradicional, enquanto olival produtor de azeitona para azeite, não é sustentável nos moldes em que existe actualmente. Tem uma área bastante elevada de implantação em termos nacionais, e não podemos esquecer que existem muitos olivicultores que estão ligados ao sector via olival tradicional. Do meu ponto de vista, o olival tradicional enquanto produtor de azeitona para azeite deverá ser reconvertido. Esta reconversão não passa pelo adensamento, mas sim, por um estudo atento de cada situação. Se, por exemplo, um produtor tiver 20 hectares de olival tradicional, e plantar 10 hectares de olival moderno ficara com uma rentabilidade muito superior aquela que tinha com os 20 anteriores e ainda ficara com 10 hectares disponíveis para manter ou diversificar com outra cultura. Nesse sentido serão importantes os apoios para a reconversão do olival tradicional que permitam avançar para esta solução. Se formos por aí, do meu ponto de vista, poderá haver equilíbrio no sector e o olival tradicional que se queira manter, poderá fazê-lo se lhe forem aplicadas medidas do tipo agroambiental. Isto porque, em termos de mercado, o que importa saber é quanto custa produzir uma tonelada de azeite num olival tradicional e num olival moderno, uma vez que, não conseguimos vender a tonelada do olival tradicional de forma diferenciada da tonelada do olival moderno.

tores e que tem a ver com Alqueva. Neste momento, não está ainda em pleno funcionamento, mas, quando todas as estruturas de rega e todo o processo do custo da água estiver definido penso que o Alentejo tornar-se-á totalmente diferente daquilo que é hoje. No sector da olivicultura, actualmente tem-se assistido já, a um grande aumento da produção, fruto da plantação dos novos olivais, que foi acompanhada por um aumento do investimento ao nível dos lagares e de todas as estruturas de apoio à produção. A capacidade de transformação no Alentejo triplicou. Grande volume da azeitona produzida é transformada pelo Sector Cooperativo, procedendose inclusivamente à valorização do sub-produto bagaço de azeitona através da UCASUL, empresa com capital totalmente Cooperativo.

“No Alentejo existe um factor determinante, não só na olivicultura, como também nos outros sectores e que tem a ver com Alqueva.”

Como Alentejano e Olivicultor no Alentejo como encara a nova realidade e os novos projectos da região? No Alentejo existe um factor determinante, não só na olivicultura, como também nos outros sec-

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Entrevista Falando um pouco sobre o aproveitamento do bagaço de azeitona, está pensado um projecto para a criação de uma central de produção de energia eléctrica através desse sub-produto? Exactamente. Gostaríamos que fosse dada atenção a um projecto que temos para a criação de uma central de produção de energia eléctrica através do bagaço de azeitona. O sector cooperativo, através da UCASUL conseguiu resolver os problemas ambientais que havia no sector e ainda valorizar o bagaço de azeitona resultante da produção de azeite. Não consigo imaginar todos os lagares que existem no Alentejo, a laborar sem uma estrutura de apoio que consiga absorver e tratar todo o bagaço produzido por esses lagares. A UCASUL tem em Alvito instalações que permitem receber todo o bagaço de azeitona que é produzido aqui no Alentejo e a intenção é fazer um investimento que permita produzir energia eléctrica através da biomassa que é o bagaço extractado, implementar também uma estrutura de recolha da rama do olival resultante das podas, que são milhares de toneladas, e queimá-las também enquanto biomassa, produzindo energia eléctrica. É um projecto associado ao sector olivícola onde as cooperativas têm um papel determinante, e que permitirá gerar mais-valias superiores, aproveitando os recursos do sector. Falta, neste momento, alguma vontade política e planeamento da parte das entidades competentes. Como encara a introdução de novas variedades de azeitona na manutenção da qualidade do azeite português? Essa questão a mim não me preocupa muito. Acho que as variedades Espanholas que foram plantadas em Portugal são variedades que foram trazidas por empresários aconselhados por óptimos e experientes técnicos, que já têm grandes investimentos em Espanha, e que têm um conhecimento do sector bastante grande. A dominante é a arbequina. Na nossa região, o peso destas variedades vai ser importante. O que podemos fazer, é, tal como um amigo italiano me disse uma vez, de dois azeites menos

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bons podes fazer o melhor azeite do mundo. Isto aplica-se à introdução de novas variedades e à qualidade do azeite produzido. O azeite da arbequina é um azeite muito bom em termos de caracteristicas organolépticas, mas é um azeite pouco estável, que se degrada facilmente com o tempo. Temos uma variedade nossa, a verdeal, que tem um problema com o eritrodiol. Se fizermos por ex. Um lote de azeite de verdeal com arbequina, resulta um lote de azeite, do meu ponto de vista, excepcional, porque os aspectos menos bons de cada um são compensados. Em relação às variedades, temos de ir por esta via. Não isolar, o azeite que é produzido em Portugal é português, independentemente da variedade e devemos saber defender o sector sobre este ponto de vista. Como já existem as DOP para proteger o azeite das variedades tradicionais, devemos questionarm-nos sobre a oportunidade da criação de uma IGP Alentejo, tendo em conta a verdadeira realidade actual. E num sentido mais lato porque não uma IGP para a totalidade do azeite português. Num Sector em que a distribuição assume cada vez maior peso qual poderá ser a mais-valia das Cooperativas para o futuro? Na distribuição assistimos a que um reduzido número de grupos controlam a maioria do mercado mundial. Essa concentração permite distorcer totalmente aquilo que se passa no mercado. A produção a nível estrutural encontra-se bem, mas depois, devido a esta concentração, existe um desequilíbrio muito grande. Eu penso que o sector cooperativo pode atenuar este problema, é evidente que não o vai resolver, mas pode atenuá-lo se houver apoios nesse sentido. Se houver medidas que apoiem o sector cooperativo, no sentido de se conseguir alguma concentração em termos de oferta. Cada vez mais dever-se-á olhar para o sector cooperativo de forma mais séria e valorizada porque será o sector que poderá dar melhor resposta. Enquanto sector de economia social, representa aquilo que o consumidor mais aprecia, que é o facto de os produtos irem directamente da produção ao consumo. No caso do azeite, quando se falado


Entrevista

azeite português, temos de pensar que as únicas estruturas que existem no mercado do azeite capazes de garantir que 100% do azeite é produzido em Portugal são as cooperativas. Porque qualquer empresa que não seja cooperativa pode comprar azeite em Espanha e pode embalá-lo e vende-lo, as marcas são portuguesas mas o azeite não é.

“Cada vez mais dever-se-á olhar para o sector cooperativo de forma mais séria e alorizada porque será o sector que poderá dar melhor resposta.” Plântula 17


Plantas Aromáticas

ALECRIM

Este mundo das ervas aromáticas estende-se muito além do horizonte dos coentros e da salsa. Muitas vezes negligenciado, o complemento de uma especiaria ou de uma erva de cheiro pode transformar aquele prato que o nosso paladar conhece tão bem numa aventura para os sentidos

do mar. Como qualquer outro nome vernáculo, o nome alecrim é por vezes usado para referir outras espécies, nomeadamente o rosmaninho. Este é um arbusto muito ramificado, sempre verde, com hastes lenhosas, folhas pequenas e finas, opostas e lanceoladas. A parte superior das folhas é de cor verde-acinzentada, enquanto a inferior é quase prateada. As flores reúnem-se em espigas terminais e são de cor azul ou esbranquiçada. Toda a planta exala um aroma forte e agradável.

APLICAÇÕES CULINÁRIAS O Alecrim combina na perfeição com carne de porco e aves, em assados de peixe, de carneiro, cabrito e vitela, em batatas assadas e linguiças. Pode ser utilizado ainda em molhos e grelhados. De sabor fresco e doce, é recomendado no preparo de carnes, principalmente porco e carneiro, e de batatas e manteigas aromatizadas. Os seus raminhos são também muito decorativos. CURIOSIDADES Originário do mediterrâneo, o alecrim é símbolo da fertilidade e, na Idade Média, era usado para purificar o quarto de doentes. Como seu odor é estimulante, os estudantes gregos usavam ramos nos cabelos para alertar a memória durante os exames.

O

alecrim (Rosmarinus officinalis) é um arbusto comum na região do Mediterrâneo ocorrendo dos 0 a 1500 m de altitude, preferencialmente em solos de origem calcária. Devido ao seu aroma característico, os romanos designavam-no como rosmarinus, que em latim significa orvalho

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Plantas Aromáticas

CEBOLINHO

Planta aromática originária da China, pertencente à mesma família da cebola e do alho, embora de sabor mais fino e discreto

zante de saladas, omeletas, sopas e queijo fresco (ou requeijão), devendo sempre ser cortado à tesoura (e não picado) e adicionado aos pratos cozinhados mesmo no último momento para que o seu sabor não se perca. Usado para pratos de batatas, leguminosas, sopas, carnes, assados, peixes, pratos com ovos, molhos, sanduíches.

O

Cebolinho, allium schoenoprasum possui folhas muito finas, altas, verdes e cilíndricas. É um membro da família da cebola, com o sabor evidente, mas muito mais disfarçado da cebola. As folhas amarelas nas plantas podem aparecer devido à falta de luz, ou somente de causa natural - a folha interna pode receber uma ou duas folhas amarelas. É uma planta que apresenta um crescimento muito vertical. APLICAÇÕES CULINÁRIAS Esta planta fresca é uma excelente aromati-

CURIOSIDADES Acelera a digestão, estimula o apetite, fortalece o estômago. Reduz a pressão arterial.

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Plantas Aromáticas

TOMILHO

O tomilho é das ervas mais versáteis, pode ser utilizada seca ou fresca. Com folhas muito aromáticas e sabor pungente, deve ser usado com parcimónia, uma vez que o seu sabor se sobrepõe facilmente.

APLICAÇÕES CULINÁRIAS Possui um aroma forte e intenso. De sabor picante, é uma erva aromática que resulta bem com a Salsa e aSalva. As suas flores e folhas têm função culinária. Salienta o sabor de outras ervas, sem no entanto intensificá-las em demasia.

O

Tomilho é uma planta sema arbustiva, com caules rasteiros, folhas e flores pequenas (rosadas ou brancas), e com um aroma forte e intenso. Como espécie mediterrânica, gosta de solos bem drenados, adaptando-se mesmo em solos muito secos. É uma erva rasteira e pode em vaso ser semelhante a uma espécie trepadeira.

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Esta erva aromática é considerada um substituto saudável ao sal, e é a erva perfeita para guisados e cozidos, pratos de carne, de peixe, sopas e molhos. O sabor das folhas do tomilho comum é mais forte quando estão secas, e é deste modo que geralmente são usadas.


Flor do Alentejo Azeita Virgem Extra

Azeite com aroma e sabor a fruto, mercê das variedades Galego Verdeal e Cordovil De Novembro a Fevereiro, trabalha-se com todo o primor que o gosto pela terra pode proporcionar. O azeite virgem extra é categoria superior obtido diretamente de azeitonas, unicamente por processos mecânicos.

http://www.provalentejo.blogspot.pt

Disponível em 500ml, 750ml, 2l e 5l.

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Plantas Medicínais

AGRIÃO

Em Portugal, comercializam-se três espécies distintas às quais vulgarmente se chama agrião: agrião do rio ou agrião de água (nasturtium officinale), agrião da horta (barbarea verna) e mastruço (lepidium sativum).

O

agrião é uma planta que ajuda a prevenir o cancro e a tratar a anemia. Originária da Europa e Ásia, é cultivada e utilizada como alimento em quase todo o mundo. Pertence à família das crucíferas, às quais também pertencem os brócolos, couves, rábano e repolho. O efeito dos agriões, assim como do alho e dos brócolos como alimentos quimiopreventivos foi confirmado num estudo publicado em 2008 no jornal de plantas medicinais Planta Médica. Os principais compostos responsáveis por esta acção são os isotiocianatos (análogo do isocianato, com enxofre no lugar do oxigênio). Outro estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, concluiu que em 60 pessoas (com 19 a 55 anos de idade), o consumo diário de

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85g de agriões crus durante 8 semanas diminuía em 17% o número de lesões oxidativas nos glóbulos brancos. PRINCÍPIOS ACTIVOS Os princípios activos mais importantes são os isotiocianatos, constituintes fitoquímicos comuns em todas as plantas desta família, com uma forte acção anticancerígena. Contém também caroteno, luteína e vitamina C, com acção no sistema imunitário e no sistema circulatório, vitaminas do complexo B para tratamento de doenças do sistema nervoso, e vários minerais, entre os quais o ferro, útil na formação de hemoglobina. PRINCIPAIS PROPRIEDADES É indicado na quimioprevenção (prevenção do cancro através da ingestão regular de alimentos com propriedades anticancerígenas). É antianémico, aumentando a concentração de glóbulos vermelhos e hemoglobina. E tem acção odontálgica (alivia as dores de dentes). OUTRAS PROPRIEDADES Tem um efeito remineralizante, sendo um alimento utilizado em casos de convalescença ou na alimentação de desportistas ou crianças em crescimento. Favorece o crescimento do cabelo por aplicação interna e externa. É depurativo e diurético. E pode ser usado como coadjuvante no tratamento da diabetes.


Plantas Medicínais

EUCALIPTO

Existem mais de 700 espécies do género Eucalyptus, sendo a mais utilizada terapeuticamente a de Eucalyptus globulus. O eucaliptol tem propriedades brônquio-dilatadoras, torna a respiração mais fácil e age como forte antisséptico das vias respiratórias.

U

m estudo alemão realizado em 2003 pelo Departamento de Pneumologia do Hospital de Bona revelou que o efeito anti-inflamatório do eucalipto reduz os sintomas da asma severa, permitindo aos pacientes reduziram a dosagem de corticóides em 36%. O óleo essencial do eucalipto (1,5 a 3,5%), rico em cineol e eucaliptol, é um dos mais utilizados pela aromaterapia devido à sua acção anti-séptica com especificidade para as vias respiratórias.

COMPONENTES O componente mais ativo é o cineol também conhecido por eucaliptol (cerca de 70%), contém ainda monoterpenos, taninos, resinas, flavonas e óleo essencial. PRINCIPAIS PROPRIEDADES O eucaliptol tem propriedades brônquiodilatadoras, tornando a respiração mais fácil e agindo também como forte antisséptico das vias respiratórias. É ainda anti-pirético, combate a tosse e é ainda cicatrizante e vermífugo, podendo ser aplicado em forma de supositório. Este derivado do eucalipto é desinfetante e útil no combate a vários tipos de bactérias, especialmente o estafilócocus. É ainda eficaz no tratamento de otites, gripe, bronquite, expetorante, inflamações orofaríngeas, diabetes, estimulando a produção de insulina, cistites. Usado sob a forma de óleo essencial, diluído e em compressas, alivia dores musculares e reumáticas. Devido às enormes quantidades de água que esta árvore absorve, foi introduzida em alguns países numa tentativa de combate à malária, pois assim acabariam com as zonas pantanosas que atraem os mosquitos, daí alguns países lhe darem o nome de árvore-da -febre, como é o caso do Brasil. CONTRAINDICAÇÕES Tanto o chá como o óleo essencial estão interditos a grávidas, mulheres em período de lactação, crianças com idade inferior a seis anos e pessoas com alergias respiratórias e epilepsia. Não se recomenda também em tratamentos prolongados em casos de rinite e sinusite. Também não deve ser utilizado quando existam problemas hepáticos ou inflamações do trato gastrointestinal. CURIOSIDADE O eucalipto é ainda valorizado no fabrico de móveis, construção naval, construção civil e pasta de papel, no entanto é pouco apreciado pelos ambientalistas pois ao ser introduzido em vários países, incluindo o nosso, como monocultura com fins unicamente comerciais, vem destruir o flora e fauna autóctones.

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Plantas Medicínais

ALFAZEMA

Desde a Antiguidade, a planta era usada em banhos de imersão de gregos e romanos. Isso provavelmente porque suas flores têm um delicado aroma calmante.

A

alfazema, Lavandula angustifolia Chaix & Kitt, cresce espontaneamente em Portugal. É também denominada lavanda, uma designação que deriva do latim lavare, por ter sido sempre muito utilizada em lavagens do corpo. Planta muito aromática e embora nativa do espaço ocidental do mar mediterrâneo, está presente atualmente em todo o mundo. Esta planta cresce de forma semelhante a um arbusto que atinge uma altura de 60 cm, produzindo flores violeta em suas hastes. PRINCIPAIS PROPRIEDADES A alfazema serve para acalmar, melhorar a digestão, combater a alergia à picada de insetos e conferir mais energia, estados psicológicos de in-

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quietação, perturbações do sono, irritação gástrica, flatulência, colites nervosas, dispepsia nervosa, má circulação e hipotensão arterial, exaustão física.

COMPONENTES Rica em cumarina e óleos essenciais possui propriedades calmantes e relaxantes atuando contra a tensão nervosa. EFEITOS COLATERAIS Pode causar sonolência. CONTRAINDICAÇÕES Em caso de úlceras gástricas CURIOSIDADE Os constituintes do seu óleo essencial, linalol e acetato de linalilo, têm propriedades antibióticas, sedativas e neurotónicas. A inalação dos seus óleos essenciais melhoraram a capacidade cognitiva e o humor em 144 adultos (Int. J. Neuroscience, 2003).


Associação Portuguesa dos Nutricionistas

Alimentação Saudável! Faça mais pela sua Saúde!

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High-Tech

REGA AUTOMÁTICA GOTA-A-GOTA

Já pensou que ao ter rega automática deixara de ter a preocupação de regar as suas hortícolas diariamente? Deixe isso para os seus gotejadores. Aqui, vai ficar a saber como criar a sua própria rega automática. Siga todas as instruções que este guia lhe diz. Utilize dois tipos de tubo: - 16mm Normal para a montagem posterior dos gotejadores; - 16mm Microperfurado. Para além disto, necessita de gotejadores reguláveis e programadores de rega Gardena a pilhas. Atenção, utilize apenas programadores que sejam de pilhas de 9 voltes para que este tenha uma duração de funcionamento maior. O mais fácil nesta montagem é o tubo microperfurado, bastando assim, apenas esticar e ligar à torneira, o mais difícil é a montagem dos gotejadores, mas vai ficar a saber. 1º Antes de começar, é necessário reunir todas as ferramentas necessárias para implementação do trabalho. Neste caso, apenas vamos necessitar de uma faca, para cortar o cano sempre que necessário, e um objecto aguçado para furar o cano, por exemplo uma chave busca-polos.

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2ª Depois de estender o tubo pelo pé das plantas que se pretendem regar, faz-se um furo na parte do tubo que fica virada para cima, perto da planta. Lembrem-se que estamos a falar de gotejadores e não de aspersores, pelo que o raio de cobertura da rega é mais reduzido, sendo bastante importante que cada gotejador fique o mais perto possível da planta. 3ª Seguidamente pega-se no gotejador e aplica-se no cano através do furo. Atenção, o furo deve ser inferior à conexão do gotejador, para que este fique apertado, caso contrário o cano fica a verter água. 4ª Depois de colocar o gotejador (é preciso fazer alguma força). Muitas vezes o cano que colocamos com os gotejadores passa um pouco afastado de algumas plantas que podemos já ter plantadas e dispersas. Não compensando colocar mais um cano nessas plantas e como a colocação deste poderá implicar a perda de pressão da água e o mau funcionamento do sistema de rega, fazemos o seguinte: Cria-se “uma extensão” no gotejador com um tubo bastante fino e um pequeno ligador.


Hight-Tech Aqui fica uma pequena explicação: 1ª A imagem que se segue mostra um exemplo típico de arbustos dispersos, afastados do cano principal que contém os gotejadores. 2ª Volte a fazer um furo no cano, como se fosse para colocar um gotejador normal, mas em vez disso, coloque um ligador como o da imagem que se segue: 3ª Depois corte o cano fino com o comprimento necessário para chegar até à planta pretendida, e coloque um gotejador na ponta:

4ª Para finalizar, lige também ao ligador e pronto, está feita a “extensão” do gotejador.

E assim tem a sua rega automática.

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Receitas

FAVAS COM CHOURIÇO

INGREDIENTES 1 Kg de Favas descascadas 1 Chouriço Mouro 1 Chouriço de carne 200g de Toucinho entremeado 1 Cebola grande (ou 2 médias) 3 colheres de sopa de Azeite 3 dentes de alho 1 Folha de Louro 1 copo de Vinho Branco 1 colher de chá de Pimentão Doce (facultativo) 1 ramo de Coentros espigados 2 folhas de alho Sal e Pimenta PREPARAÇÃO Se usar favas frescas por descascar, dê um golpe ao longo da vagem com uma faca de bico bem afiada, de modo a atingir ao de leve a fava. Deste modo obtém favas com um pequeno golpe de um lado que permitirá um óptimo entranhar dos temperos. Se estiver a usar favas já descascadas e tiver paciência, faça esse golpezito a cada fava. Se não tiver paciência não se preocupe; ficam boas à mesma! Reserve. Refogue no azeite a cebola picada grosso, os alhos, louro e o toucinho cortado em tirinhas finas.

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Quando começar a alourar a cebola, adicione o chouriço e o chouriço mouro às rodelas, o pimentão doce (só necessário se o chouriço não for dos feitos com pimentão e não alaranjar o azeite do refogado), dê uma volta, e introduza as favas, o copo de vinho branco e os coentros espigados que deverá dobrar sobre si próprios com as flores para dentro e amarrar com as folhas de alho para manter dobrado. Tempere com sal e pimenta, assim que levantar fervura tape e reduza o lume a mínimo para que as favas possam “suar” e dar origem ao molho. Quinze minutos depois veja se é necessário acrescentar alguma água (a ferver) ou se as favas geraram molho suficiente. Isto é muito variável consoante a idade da fava e o tempo que têm de apanhadas. Deixe cozer a seu gosto. Antes de servir, retire a boneca de coentros e dê uma volta final para impregnar bem. NOTAS É muito vulgar usar-se também presunto nas favas. Faz até parte do preceito geral para este prato, mas, pessoalmente, acho que é um desperdício cozer o presunto que fica fibroso e sem sabor e, além disso, não acrescenta nada à riqueza deste prato.


Receitas

ERVILHAS COM OVOS

INGREDIENTES 4 Ovo q.b. Salsa q.b. Sal grosso q.b. Azeite virgem 2 Tomate pelado 1 Alho 1 Cebola 1 Louro q.b. Bacon 1/2 Chouriço de carne

2º Juntam-se 2 copos de água, tempera-se de sal e quando ferver juntam-se as ervilhas congeladas, deixando cozinhar cerca de 40 minutos, até as ervilhas começarem a ter um aspeto murcho. Baixa-se o lume até ao mínimo e vamos acrescentando os ovos, um a um, partindo previamente para dentro de uma tigela (para nos certificarmos que estão bons). Convém que cada ovo seja colocado no tacho com muito cuidado e separados uns dos outros. Tapa-se o tacho deixando escalfar os ovos e apurar durante cerca de 10 minutos. No fim, polvilha-se com salsa picada e serve-se!

PREPARAÇÃO Faz-se um refogado com a cebola e o alho picados, a folha de louro e os pedacinhos de bacon. Quando estiver tudo alourado juntam-se os pedacinhos de entrecosto e deixa-se fritar um pouco. Acrescentam-se os chouriços às rodelas, envolvendo tudo e deixando fritar mais um pouco. Adiciona-se seguidamente os 2 tomates pelados cortados em picadinho e deixa-se cozinhar mais um pouco.

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Ideias & Dicas

H O R TA S VERTICAIS

Parece impossível, mas a verdade é que a agricultura já não precisa de terras para ter um lugar na nossa casa. São cada vez mais os adeptos destas culturas verticais que crescem nas paredes. A ideia é portuguesa e não para de dar cartas lá fora.

Possuir, em casa, uma ou várias plantas naturais é tão normal como ter uma pintura, uma estátua ou qualquer outro objeto de decoração. Quem possui plantas domésticas gosta de dedicar alguma atenção na sua manutenção que vão de tarefas simples e esporádicas como o corte de ramos velhos ou feios, alguma fertilização, rega esporádica até cuidados mais assíduos como os que são dedicados por quem gosta de ver crescer um bonsai, uma árvore em miniatura. A quantidade de plantas que as pessoas possuem no interior ou nos espaços externos (varandas, marquises) da sua habitação, além do sentido estético, depende quase em exclusividade da área disponível para o efeito que, normalmente em habitações citadinas, é sempre muitíssimo pequena. Então, se lhe perguntassem, e uma vez que gosta tanto de plantas, porque não faz uma horta, o que responderia? Certamente a primeira resposta seria “Porque não tenho espaço!” Pois, contrariamente ao que a maioria das pessoas pensa, ter uma horta em casa é extremamente simples, bastante económico e pode ser

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instalada numa parede sem ocupar praticamente nenhum espaço e, claro está, consegue produzir as suas ervas aromáticas e aquelas pequenas plantas, como alfaces, morangueiros e, inclusivamente, alguns tomateiros. Mãos à obra! Vamos construir uma horta vertical. Tudo quanto é necessário são algumas garrafas de plástico de bebidas 1,5 l ou 2 l e fio para as pendurar. Coloque a garrafa na posição horizontal e corte um pedaço de forma a transformar a garrafa num pequeno vaso. Encha-a agora a garrafa com terra (à venda em diversas lojas de hortícolas, bricolage e jardim) e ate um cordel nas duas extremidades da garrafa.


Ideias & Dicas

Pendure a garrafa na parede e, pronto, esta é a forma mais simples de horta vertical. Uma variante, um pouco mais trabalhosa, mas com claros resultados de manutenção, na rega, por exemplo, consiste em utilizar no lugar das garrafas, garrafões de água. Vir o garrafão ao contrário com o gargalo para baixo e corte o fundo deixando uma pequena aba lateral que servirá de suporte de sustentação na parede. Encha o garrafão com terra e coloque um outro por cima deste também virado ao contrário e cortado como o anterior. Encha-o de terra e empilhe diversos garrafões até à altura que deseja. No momento da rega, basta regar o garrafão superior que a água escorrerá verticalmente regando todos os garrafões até ao fundo.

Muito simples. Dê asas à sua imaginação e comece hoje mesmo a fazer os seus hortícolas mais saudáveis, económicos e muito saborosos.

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Ideias & Dicas

ESTUFA

A estufa a fonte de calor é o sol, normalmente é utilizada para cultivar. O aquecimento dá-se essencialmente porque a convecção é suprimida.

A

s plantas, enquanto seres vivos, têm particularidades no que respeita à sua tolerância relativamente às condições climáticas do local onde estão instaladas. Temperaturas demasiado altas ou demasiado baixas equivalem, por norma, à morte da planta. Por outro lado, num ambiente mais fresco as sementes não conseguem germinar e, por conse-

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quência, não há produção de plantas. Chuvas, ventos, geadas, sol intenso são exemplos de condições adversas ao crescimento das plantas. A solução para estas situações adversas consiste em criar, de forma artificial, um ambiente controlado onde se desenvolvem as plantas. Este ambiente poderá proteger unicamente contra ventos fortes, chuvas intensas, geadas e temperaturas extremas como também chegar a um nível de sofisticação tal que permite recriar o clima ideal de humidade relativa, temperatura constante ao longo de todo o ciclo de vida, iluminação e, inclusivamente, injeção de CO2 na sua atmosfera de forma a proporcionar uma mais eficiente atividade fotossintética e, com isto, acelerar e/ou aumentar a produção.


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Cartas

do

Leitor

A QUE(M) SERVE O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA?

Nas últimas décadas, com exceção do período em que Roberto Rodrigues foi ministro, no primeiro governo Lula, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tem servido de afago a partidos políticos que fazem da fisiologia seu melhor viver. Não são duradouras suas permanências no comando nem as dos escalões inferiores que levam com eles. Basta lembrar que tivemos 19 ministros em 20 anos. Danos? Muitos. Numa atividade que depende de sistemas regulatórios ágeis e aparelhos eficazes de fiscalização, é imprescindível um alto conhecimento técnico. É de se estranhar que ao crescente reconhecimento pela sociedade da agropecuária como vetor de desenvolvimento se dê uma moeda de troca de tão baixo valor. Há pouco mais de um mês, mencionei nesta CartaCapital que os ministros lá empossados, em seus discursos invariavelmente prometem reformas de gestão que param na página nove. Levam João para a mesa de José e vice-versa. Sem qualquer relação de causa e efeito, porque muito pequenos somos, fato é que logo no dia seguinte as folhas e telas cotidianas noticiaram decisão dos fiscais federais agropecuários de paralisarem suas atividades, em protesto contra a nomeação política para cargos importantes do ministério.

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Exigiam também a realização de concursos públicos, pois o último ocorreu em 2007. Junte-se a isso um desagradável corte de verbas que, no entanto, não impediu o ministro Antônio Andrade (PMDB-MG), empossado em março deste ano, contratar 92 cargos de confiança para a Pasta. O jornal Valor Econômico, em matéria de 18 de setembro, informou que grande parte das indicações serve interesses do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder do partido na Câmara. Ainda que interesses não fossem, mas apenas privilegiadíssima visão do potencial de trabalho de seus indicados, com a alegada falta de técnicos no ministério, um concurso faria o Brasil parecer mais uma República do que a Federação de Corporações que vivo apregoando. Mas baixemos ao cotidiano em que vive a produção do celeiro mundial. A Secretaria de Defesa Sanitária do MAPA trabalha ali ó com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que é ligada ao ministério da Saúde. Uma defende, outra vigia; algumas vezes trocam de turno. Tanto que se for necessário aprovar um defensivo contra pragas ou doenças vegetais, o interessado precisa falar com o defensor e o vigilante. Com o quadro de 17 técnicos que tem hoje e ritmo de 11 processos analisados por ano, que é o histórico, a Anvisa levaria 117 anos para completar o trabalho que está em suas bancadas. Está certo, e também errado, que muita empresa pede registros de seus produtos para usá-los como ativos intangíveis e inatingíveis, pois nunca serão comercializados. Mas daí a ficar enfiando políticos em postos técnicos vai uma distância de talvez 117 anos até que a civilização vença a barbárie. O estado de São Paulo é responsável por quase um terço do PIB e tem alta representatividade na agropecuária nacional.


Cartas

do

Leitor

AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA

Saiu recentemente uma ordem do ministério das finanças, que todos os agricultores sejam pequenos ou grandes têm de se inscrever nas finanças, dando inicio à sua actividade, para que desta forma, possam cumprir uma directiva comunitária. Acontece porém, que na nossa Região Autónoma da Madeira, predomina pequenas parcelas de terra, que serve de subsistência a muitos pequenos agricultores reformados, que ousam trabalhar a terra como economia familiar e de subsistência à sua magra reforma. Veio a público o Dr. Manuel António, Secretário Regional do Ambiente, encorajar as pessoas para se inscreverem nas finanças, alegando que os seus parcos rendimentos não acarretaria ao aumento do pagamento de impostos. Na verdade esta não é a situação correcta pois ela trará graves consequências aos pequenos agricultores reformados, que para além de terem de pagar a taxa da segurança social, ainda correm o risco de ficarem impossibilitados de receberem a refor-

ma de velhice.Por aqui se vê que esta medida é tão prejudicial para os agricultores regionais, que ela (medida) não tem em conta que a nossa Região é ultraperiférica, e como tal devia de ter uma ressalva na própria Comunidade Europeia. Digo isto pois sei de inúmeras famílias que vão pura e simplesmente abandonar o cultivo das terras, pois não podem suportar esta carga de impostos, o que vai fazer com que parte do verde da nossa encantadora Madeira, deixe de ser uma realidade no futuro. O Secretário Regional Manuel António, preocupase mais em garantir um excelente rendimento ao seu assessor e candidato à Câmara Municipal do Funchal, e com questões internas, e guerras palacianas do PSD-M, do que com a situação económica dos pequenos agricultores que vivem actualmente com reduzidos rendimentos. Guido Gomes (Diário de Noticías)

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Hortas Urbanas Candidate-se a um Lote!

A atribuição de lotes será realizada por ordem de inscrição

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+informações: http://www.cm-lisboa.pt

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