Ecovila Urbana - Assentamento Humano Sustentável

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ECOVILA URBANA Assentamento Humano Sustentรกvel


ECOVILA URBANA Assentamento Humano Sustentável

Trabalho Final de Graduação Universidade Anhembi Morumbi ANA BEATRIZ BARRIL RODRIGUES Professora Orientadora: Wendie Piccinini SÃO PAULO 2018


‘’Se você não encontra o sentido das coisas é porque este não se encontra, se cria.’’

Antoine de Saint-Exupéry


DEDICATÓRIA Dedico este presente trabalho com todo meu amor e dedicação aos meus pais Marco e Maria por todo o apoio durante os anos de graduação, também meu padrasto Angelo, ao meu companheiro Matheus, a professora Wendie Piccinini e a todos que de alguma forma contribuíram para o meu desenvolvimento ao longo desta jornada. Obrigada.


FIGURAS Figura 01: Grafite em crítica a densidade demográfica .................................................... 01 Figuras 02 e 03: Comunidade Vila Nova Esperança Zona Oeste de SP ..................... 07 Figura 04: Construção em Superadobe ....................................................................................08 Figura 05: Ilustração técnica Superadobe................................................................................. 08 Figura 06: Tijolos de Adobe .......................................................................................................... 08 Figura 07: (Taos Pueblo) Comunidade indígena no Novo México (E.U.A) ..................... 08 Figura 08: Técnica do Cob .............................................................................................................. 09 Figura 09: Residência feita em Cob ........................................................................................... 09 Figura 10: Construção em Pau a Pique ..................................................................................... 09 Figura 11: Ilustração técnica Taipa de Pilão .......................................................................... 09 Figura 12: Construção em Taipa de Pilão ................................................................................ 09 Figura 13: Tijolos de Solo Cimento .............................................................................................. 10 Figura 14: Construção e Solo Cimento ...................................................................................... 10 Figura 15: Estrutura em Ferrocimento ...................................................................................... 10 Figura 16: Construção em Ferrocimento .................................................................................... 10 Figura 17: Sistema residencial de captação de água da chuva ........................................11 Figura 18: Ilustração de um Círculo de bananeiras para água cinza .............................11 Figura 19: Ilustração em Corte de um Círculo de bananeiras ...........................................11 Figura 20: Círculo de bananeiras para água negra.............................................................. 12 Figura 21: Horta Orgânica .............................................................................................................. 12 Figura 22 e 23: Imagens Sistema de Horta Mandala........................................................... 12 Figura 24: Sistema de Compostagem ......................................................................................... 13 Figura 25 e 26: Garrafas recicladas usadas como revestimento ...................................13 Figura 27: Telhado feito com reciclagem de pneus ..............................................................13


FIGURAS Figuras 28 à 32: Imagens autorais Sítio Saramandala....................................................... 14 Figura 33: Tijolos de Adobe Oficina Preserva ...................................................................... 14 Figura 34 e 35: Casa Orlando Enrique Prática ..................................................................... 14 Figuras 36 à 38: Sítio Olho D’Água............................................................................................. 15 Figura 39 à 43: Aldeia Outro Mundo ......................................................................................... 15 Figura 44: Horta no quintal .......................................................................................................... 15 Figura 45: Imagem antiga da Cidade de Cotia ....................................................................... 19 Figura 46 à 49: Imagens do Google maps Jd Arco-íris Cotia .........................................24 Figura 50: Ocupação .........................................................................................................................25 Figuras 51 à 58: Imagens do terreno da intervenção .........................................................26 Figura 59 e 60 Modelo de Cohousing ....................................................................................... 28 Figura 61: Concurso de Habitação Social de Alvenaria .................................................... 29 Figuras 62 e 63: Imagens da Maquete projetual ................................................................. 29 Figura 64: Habitação Modular Grão ........................................................................................... 30 Figuras 65 e 66: Setorização Jardim Edite ............................................................................. 31 Figuras 67, 68 e 69: Imagens Jardim Edite ............................................................................ 32 Figura 70: Foto casa de bioconstrução .................................................................................... 33 Figuras 71 à 74: EL CACAHUATE Construção em ferro cimento ................................... 35 Figura 75 à 78: EL CACAHUATE desenhos projetuais ..........................................................36 Figura 79: Estúdio da Bioconstrução, Horta Mandala + Apoio ....................................... 38 Figura 80: Domo Geodésico ............................................................................................................ 38 Figura 81: Horta Mandala + Iglu Apoio e Círculo de Bananeiras .................................. 38 Figura 82: Lonas Tensionadas (espaço para feirinhas) ..................................................... 38


FIGURAS Figura 83: Sistema Agroflorestal ................................................................................................ 41 Figura 84: Fundação Solo Cimento ............................................................................................... 50 Figura 85: Instalações Solo Cimento ........................................................................................... 50 Figura 86: Enchimento Solo Cimento .............................................................................................50 Figura 87: Construção com Solo Cimento ....................................................................................50 Figura 88: Laje Convencional ............................................................................................................50 Figura 89: Tijolos de Solo Cimento ................................................................................................50


SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 01 1. CAPÍTULO 1 ..................................................................................................................................... 02 1.1 Habitação ........................................................................................................................................ 03 1.2 Sustentabilidade ......................................................................................................................... 04 1.3 Conceito de Ecovila .................................................................................................................... 05 1.4 Conceito de Permacultura ....................................................................................................... 06 1.5 Permacultura Urbana ................................................................................................................ 07 1.6 Bioconstrução e Técnicas Sustentáveis ........................................................................... 08 1.7 Vivências na Bioconstrução ......................................................................................................14 1.8 Ecovila Urbana .............................................................................................................................. 16 2. CAPÍTULO 2 ..................................................................................................................................... 17 2.1 Contextualização do Local ....................................................................................................... 18 2.2 Histórico de Cotia ....................................................................................................................... 19 2.3 Mapa Uso e Ocupação do Solo................................................................................................ 20 2.4 Mapa de Macrozonas................................................................................................................... 21 2.5 Mapa Zoneamento ........................................................................................................................ 22 2.6 Mapa do Sistema Rodoviário ................................................................................................... 23 2.7 Mapa de Sistemas Modais............................................................................................................24 2.8 Equipamentos Imediatos ..............................................................................................................24 2.9 Diretrizes Urbanisticas .............................................................................................................. 25 3. CAPÍTULO 3 ...................................................................................................................................... 27 3.1 CoHousing ......................................................................................................................................... 28 3.2 Competição Habitação Social de Alvenaria ........................................................................ 29


3.3 Grão: Habitação Modular ......................................................................................................... 30 3.4 Conjunto Habitacional do Jardim Edite .............................................................................. 31 3.5 Casa com Técnicas de Bioconstrução ................................................................................ 33 3.6 El Cacahuate (O Amendoin) .................................................................................................... 35 4. CAPÍTULO 4 .................................................................................................................................... 37 4.1.1 Programa de Necessidades....................................................................................................38 4.1.2 Horta Mandala + Iglu Apoio.................................................................................................. 39 4.1.3 Estúdio da Bioconstrução ......................................................................................................40 4.1.4 Sistema Agroflorestal ............................................................................................................41 4.1.5 Planta Sistema Agrflorestal ...............................................................................................42 4.2 Topografia ......................................................................................................................................43 4.3 Implantação Geral esc. 1:2000.................................................................................................44 4.3.2 Insolação e Ventos Predominantes....................................................................................45 4.4.1 Tipologias Base...........................................................................................................................46 4.4.2 Módulos Base Familiar ...........................................................................................................47 4.4.3 Módulos ........................................................................................................................................48 4.4.4 Implantação Ampliada esc. 1:750 .......................................................................................49 4.5.1 Solo Cimento.................................................................................................................................50 4.5.2 Plantas ..........................................................................................................................................51 4.5.3 Cortes ...........................................................................................................................................52 4.5.4 Telhado Verde ...........................................................................................................................53 4.6.1 Elevações .....................................................................................................................................54 4.6.2 Ilustações Artísticas ..............................................................................................................55 4.6.3 Ilustrações Artísticas 3d .....................................................................................................56


RESUMO Este Trabalho Final de Graduação do curso Arquitetura e Urbanismo propõe a implantação de um Assentamento Humano Sustentável na Cidade de Cotia, trazendo releitura de conceitos e técnicas usados em Ecovilas como proposta para a revitalização de uma área de ocupação irregular no contexto urbano.

PALAVRAS CHAVE: Arquitetura e Urbanismo - Assentamento Humano Sustentável - Conceitos e Técnicas - Ecovilas - Revitalização Ocupação Irregular - Contexto Urbano.


ABSTRACT This Final Architecture and Urbanism Graduation Work course proposes the implementation of Sustainable Human Settlement in Cotia city, bringing together concepts and techniques used in Ecovillages as a proposal for a revitalization of an irregularly occupied area in urban context.

KEYWORDS: Architecture and Urbanism - Sustainable Human Settlement - Concepts and Techniques - Ecovillages - Revitalization Irregularly Occupied - Urban Context.


INTRODUÇÃO

“O planeta terra clama, dia após dia, por uma civilização que seja capaz de sentir respeito e gratidão pela abundância de recursos que ela nos oferece e que tanto requer formas mais justas de interação e de distribuição!” (CAPELLO, 2013, p. 76). Figura 01

Figura 01 : (http://studiodestruct.com/) Crítica a densidade demográfica por Aleksandar Djordjevic

O presente trabalho propõe um assentamento humano sustentável em uma área de ocupação irregular, trazendo conceitos sustentáveis que serão usados como ferramenta para uma revitalização do espaço, minimizando impactos causados pelo desenvolvimento urbano e melhorando a qualidade de vida daqueles que o habitam. Cada vez mais a sustentabilidade entra em pauta na sociedade atual e aos poucos entendo que é necessário que exista uma preocupação com o meio ambiente pois os recursos naturais não são inesgotáveis, sendo o objetivo mostrar que soluções sustentáveis são acessíveis e funcionam para todos, a releitura dos conceitos de Ecovila e Permacultura para o contexto da cidade de Cotia que antes era considerada rural, é reverter o impacto causado pelo desenvolvimento urbano mal planejado vindo com o constante desenvolvimento e a chegada de novas pessoas na cidade, se tornando mais útil revitalizar uma área abandonada e degradada, ao invés urbanizar de forma desordenada outros espaços. “Reciclar o território é mais inteligente do que substitui-lo .(...) reestruturá-lo produtivamente é possível e desejável no planejamento estratégico.” LEITE (2013)

A proposta é desenvolver um projeto com conceitos e soluções que se contrapõem diante do que tem sido oferecido atualmente, tratando-se de habitações de baixo custo, quebrar tipologias estabelecidas entendendo que cada família possui necessidades diferentes e uma identidade própria, sendo necessário cumprir o que é estabelecido na Constituição Federal de 1988 e a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 que se referem ao direito de moradia digna para todos, algo que se encontra fora da realidade de muitas pessoas desfavorecidas.

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Capitulo 1


ESTUDOS E BIBLIOGRAFIA ACERCA DO TEMA


“-Habitação: Lugar no qual se habita. Constitui em arquitetura, o abrigo ou invólucro que protege o homem, favorecendo sua vida no duplo aspecto material e espiritual. Ato ou efeito de habitar. Morada. Residência. -Habitar: Fazer uso do abrigo como elemento de proteção, sob condições especiais que favoreçam o desenvolvimento do homem do ponto de vista material como espiritual. Morar, viver, residir.” Dicionário da Arquitetura Brasileira Corona & Lemos – 1972

CAPÍTULO 01

1.1 Habitação

(http://planhabdauufes.blogspot.com.br/2011/12/definicoes-de-habitacao-pelos.html)

Um dos direitos reservados ao ser humano pela Constituição Federal do Brasil é o acesso à moradia. Com o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos e a movimentação constante entre campo e cidade, não é possível manter um controle em relação ao déficit habitacional, fazendo com que muitas pessoas acabem procurando por alternativas, executando sua habitação por conta própria, muitas vezes casas precárias e de risco, sem técnica e nenhuma habitalidade. O Brasil conta com um déficit habitacional de mais de 7 milhões de moradias, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sendo 83% famílias de baixa renda, a situação é precária, acompanhada pela falta de infraestrutura mínima necessária, reflexo dos problemas sociais das cidades. Com um crescimento desenfreado, a desigualdade social, a falta de planejamento urbano, e a especulação mobiliária mais o descaso do poder público, faz com que a população carente viva em ocupações ilegais, irregulares e em áreas de risco. Desde a modernidade até hoje, os conjuntos habitacionais de interesse social passaram por diversas etapas e estão em constante desenvolvimento, sendo necessária a adequação desses conjuntos para as necessidades atuais de seus moradores com projetos que tragam uso a áreas vazias da cidade, revitalizando e trazendo novas soluções. LINDAU, Luis Antonio 2018

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A arquitetura consiste em projetar espaços e soluções que melhorem a qualidade de vida das pessoas, a sustentabilidade neste meio consiste em tornar o projeto como parte do habitat

CAPÍTULO 01

1.2 Sustentabilidade

vivo, difundindo a qualidade de vida do homem e do meio ambiente em uma só coisa. O homem sempre esteve ligado a soluções “sustentáveis” e “eco eficientes” pois dependia delas para se manter vivo nos primórdios. Buscava na arquitetura soluções que compreendiam desde o clima da região até a utilização de materiais construtivos naturais, disposição e formato das edificações para tornar o ambiente mais agradável e habitável possível. Com a Revolução Industrial (no século XX) o pensamento primitivo e inconsciente de sobrevivência começou a se perder, os ciclos naturais foram rompidos com a criação de processos industrializados, o homem passou a pensar de uma forma diferente, dando início a uma era do consumo onde as coisas passaram a ser produzidas muito mais rápido, degradando e gerando poluentes cada vez mais, o homem parou de pensar na terra como algo necessário para a sobrevivência, causando a situação ambiental que vivenciamos hoje em dia. Passado um século desta revolução é que começamos a perceber o impacto ambiental causado pelo desenvolvimento urbano sem planejamento e a densidade demográfica junto ao consumo irresponsável. Os recursos naturais estão cada dia mais escassos e cada vez mais a falta deles se aproxima da nossa realidade, um exemplo foi a crise hídrica que atingiu diversas regiões do Brasil, incluindo a grande São Paulo que entrou em situação de emergência com o Reservatório da Cantareira em volume morto. A falta de água fez com que as pessoas criassem novos hábitos, tomando consciência do desperdício e entendendo que mesmo em um país abundante como o Brasil, é necessário um consumo responsável pois nada é inesgotável como imaginamos. FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas 2016

“O ser humano esqueceu-se que a água vem da chuva e a comida vem do solo. Passamos a acreditar que a água e nosso alimento são produtos de uma corporação.” VANDANA, Shiva

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Uma Ecovila consiste em um modelo de assentamento humano sustentável, ou seja, uma comunidade urbana ou rural onde as pessoas vivem em harmonia com a natureza e com um

CAPÍTULO 01

1.3 Conceito de Ecovila

estilo de vida o mais sustentável possível, resgatando o modo de sobrevivência mais primário da humanidade, que por milhares de anos viveu em comunidade, num convívio íntimo com a natureza utilizando-a de forma inteligente e sempre respeitando o ciclo natural das coisas. ROYSEN, R. 2013 “Ecovilas são comunidades de pessoas que se esforçam por levar uma vida em harmonia consigo mesmo, com os outros seres e com a terra. Seu propósito é combinar um ambiente sociocultural sustentável com um estilo de vida de baixo impacto. Enquanto nova estrutura societária, a ecovila vai além da atual dicotomia entre assentamento rural e urbano: ela representa um modelo amplamente aplicável para o planejamento e reorganização dos assentamentos humanos no séc. 21” (SVENSSON, 2002, p.10).

Existem diversos modelos de Ecovilas espalhados pelo mundo, o conceito vem se difundindo cada vez mais, entretanto no Brasil muitas vezes tem sido utilizado como uma proposta de “Condomínios Ecológicos” apenas inseridos no mercado imobiliário como produto para aqueles com poder aquisitivo, sem pensar no real significado da proposta deste conceito, apenas implementando recursos como captação de água da chuva, placas solares, teto verde, parede verde entre outros, usados como um apelo ecológico para atrair compradores. As ecovilas vão além de equipamentos sustentáveis como reuso de água, energia renovável, elas envolvem as relações humanas, fazendo com que o lado social seja sua maior característica. “Sabemos ser muito comum nas cidades o total desconhecimento dos vizinhos. Pessoas atravessam quilômetros de congestionamento no transito para fazer aulas de idiomas, sem saber que em seu prédio moram excelentes professores disponíveis em aulas particulares em casa. Não a de modo geral uma troca entre os moradores, bem ao contrário do que se é esperado em uma ecovila, onde as pessoas tendem a se conhecer desde a fase do projeto, muitas vezes quando o grupo ainda nem definiu área para construção dos sonhos - que pode ser fazenda, um pequeno sitio, um terreno na cidade ou um prédio no centro urbano a ser reformado. Em outras palavras, trata-se, na verdade de transformar o que seria apenas uma vizinhança em uma comunidade” (CAPELLO, Giuliana 2013, p. 67).

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“Permacultura é um sistema de design para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza.” - Bill Mollison

CAPÍTULO 01

1.4 Conceito de Permacultura

Este conceito foi desenvolvido no final da década de 70 por dois australianos Bill Mollison e David Holmgren, tendo seu caminho evolucionário em espiral onde reúne todos os os campos de domínio, iniciando por um nível pessoal e local e evoluindo para um nível coletivo e global exemplificado através da Flor da Permacultura.

MANEJO DA TERRA E DA NATUREZA

POSSE DA TERRA E GOVERNO COMUNITÁRIO

ÉTICA E PRINCÍPIOS DE DESIGN

ESPAÇO CONSTRUIDO

FERRAMENTAS E TECNOLOGIAS

EDUCAÇÃO E CULTURA

ECONOMIA E FINANÇAS SAÚDE E BEM-ESTAR FÍSICO E ESPIRITUAL

A Permacultura consiste em trabalhar com a natureza, e não contra ela. É olhar os sistemas em todas as suas funções ao invés de tirar apenas um fruto deles, e de permitir que os sistemas demonstrem sua própria evolução. É um sistema para a criação de comunidades humanas sustentáveis que integra design e ecologia. MOLLISON, Bill 1999 “Permacultura é a utilização de uma forma sistêmica de pensar e conceber princípios ecológicos que podem ser usados para projetar, criar, gerir e melhorar todos os esforços realizados por indiví- duos, famílias e comunidades no sentido de um futuro sustentável (RICIARDI, 2008)

Hoje este conceito é interdisciplinar e abrange muitos outros campos envolvendo técnicas de design, arquitetura, agricultura e ecologia. Sendo um conjunto de saberes avançado que usa técnicas que buscam por ambientes sustentáveis onde o ser humano convive em harmonia com a natureza.

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CAPÍTULO 01

1.5 Permacultura Urbana “Sol, vento, pessoas, edifícios, pedras, mar, aves e plantas nos rodeiam. Cooperação com todas essas coisas traz harmonia, a oposição a eles traz desastre e caos. ” – Bill Mollison

Permacultura urbana é, então, a prática da cultura de permanência adaptada ao espaço urbano, ao contexto residencial. Propõe um sistema que se auto sustenta como uma teia, onde não existe apenas um centro, mas vários interligados permitindo agregar ao invés de segregar, afinal as pessoas são o principal produto nas cidades e devem ser atendidas igualmente. O conceito traz a ideia do pensamento reverso de forma que não signifique retrocesso, para voltarmos a enxergar as coisas como um ciclo, deixando de lado a lógica linear de produção e descarte atual, parando de criar novos problemas, mas sim novas soluções. PERMASAMPA, Coletivo 2018 (Palestra)

Vila Nova Esperança

Figura 02

A Comunidade Vila Nova Esperança localizada na Zona Oeste de São Paulo, divisa com Taboão da Serra, existe desde 1960 e hoje são cerca de 600 famílias que moram no local. Para diminuir o lixo acumulado e evitar um possível despejo por parte do governo, em 2002 uma associação independente de moradoradores se mobilizou e criou uma horta comunitária no terreno. Logo as pessoas pararam de jogar lixo no espaço e degradar o meio ambiente de diversas formas fazendo com que a ameaça de

Figura 03

desapropriação fosse afastada. Tudo que sai da horta é compartilhado na comunidade onde plantio é feito em mutirões de até 50 pessoas, que acontecem periodicamente. Com a ampliação da área, a ideia é poder comercializar parte do volume colhido, gerando trabalho e renda para os moradores, que passaram a implantar diversas tecnologias sustentáveis em suas rotinas, mostrando que a sustentabilidade

Figuras 02 e 02: (http://fotografia.folha.uol. com.br/galerias/37007-horta-comunitaria )

é uma forma de melhorias na qualidade de vida das pessoas. LIA, Lider da Comunidade 2016

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Bioconstrução é a construção de ambientes sustentáveis por meio do uso de materiais de

CAPÍTULO 01

1.6 Bioconstrução e Técnicas Sustentáveis

baixo impacto ambiental, adequação da arquitetura ao clima local e tratamento de resíduos. Existem muitas técnicas com o uso do barro, usadas desde a antiguidade pela humanidade. Atualmente essas técnicas vêm sido resgatadas e utilizadas para construções sustentáveis, entre elas:

Figura 04

SUPERADOBE Também chamado de terra ensacada, consiste em uma técnica desenvolvida pelo arquiteto Nader Khalili vencedor do concurso da Nasa com objetivo de criar um protótipo de construção fora do globo terrestre. Consiste na utilização de saco de ráfia artificial (plástico polipropileno) em rolos ou individuais enchidos com terra. Figura 05

Figura 04: (http://www.permacultura.org.mx/es/superadobe/) Figura 05: (https://blogdaengenharia.com/conheca-o-metodo-deconstrucao-earthbag-e-todas-as-suas-vantagens/)

Figura 06

Figura 07

ADOBE Consiste em um tijolo maciço de barro cru e palha, onde são misturados com água e colocados em fôrmas de madeira secando naturalmente, sem a necessidade de fornos que consomem energia.

Figura 06: (http://arquitectandoufpb.blogspot.com.br/2012/06/materiais-de-construcaoceramica.html) Figura 07: (https://www.manataka.org/page2958.html)

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Figura 08

A palavra cob em inglês significa “maçaroca”. A técnica consiste em misturar argila, areia e água, até obtermos uma mistura homogenia e plástica essa mistura pode ser feita com os pés, após a mistura

Figura 09

CAPÍTULO 01

COB

deve ser feito bolas como se fosse grandes pães que, empilhados, dão forma a parede e a outras estruturas. Figura 08: (https://fr.wikipedia.org/wiki/Bauge) Figura 09: (https://blog.giulianaflores.com.br/sustentabilidade/descubra-o-que-e-abioconstrucao-e-suas-curiosidades/)

PAU A PIQUE Figura 10

Também conhecido como taipa de mão, consiste em uma técnica onde se prepara uma trama de madeiras finas ou bambu posicionados na horizontal e vertical, sendo amarrados um no outro prevendo as aberturas da construção como portas e janelas para que depois possam receber um fechamento de Figura 10: (http://www.vaicomtudo.com/como-construiruma-parede-de-pau-pique.html)

argila, uma mistura de barro, água, esterco e palha. Essa é uma técnica muito antiga trazida para o Brasil pelos portugueses, onde se tem uma construção leve com ótimo conforto térmico.

TAIPA DE PILÃO

Figura 11

Consiste em uma técnica onde se prepara a terra dentro de formas chamadas de taipa, batendo até que fique compacta usando um pilão. É uma técnica antiga muito usada na

Figura 12

construção de igrejas, suas paredes são de grande espessura e autoportantes. Figura 11: (http://www.rotamogiana.com/2012/01/taipa-de-pilao.html) Figura 12: (https://sustentarqui.com.br/produtos/sistema-construtivo-de-taipade-pilao/)

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Figura 13

Consiste em um tijolo feito com 95% de terra (argila e areia) e 5% de cimento que não são queimados evitando a alta queima de energia e a emissão de co² para atmosfera. São feitos com encaixes que dispensam o uso de argamassa

CAPÍTULO 01

SOLO CIMENTO

tornando a obra mais rápida e sustentável. Os dois grandes Figura 14

furos nos tijolos permitem erguer colunas com vergalhões de ferro e concreto além de viabilizar a instalação de sistema elétrico e hidráulico. Figura 13: (http://modulartijolos.blogspot.com.br/2012/01/beneficios-do-tijolo-ecologico.html?m=1) Figura 14: (http://nossacasanachacara.blogspot.com.br/2015/02/paredes-de-tijolo-ecologico.html?m=1)

Figura 15

FERROCIMENTO Consiste em uma técnica artesanal onde se utiliza argamassa de cimento e areia armada em uma trama de vergalhões finos e cobertos por uma tela de Figura 16

galinheiro de fios galvenizados. Pode ser usado em construções conforme a imaginação, cisternas e reservatórios de água Figura 15: (http://www.arquitecturaorganica.com/el-cacahuate.html) Figura 16: (http://www.erdhaus.ch/erdhaumluser--earth-houses.html)

TETO VERDE Essa técnica traz conforto térmico e acústico para soluções tanto rurais quanto urbanas. Para a execução é necessário que a cobertura seja impermeabilizada para receber uma lona plástica grossa e uma manta de bidim (que segura as raízes das plantas) para depois colocar a terra adubada e plantas adequadas para condições climáticas do local. O teto verde tem como vantagem devolver parte da área permeável retirada pela construção e colabora no combate das ilhas de calor nas cidades melhorando a qualidade do ar.

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CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA

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É uma maneira de se obter um grande volume de água em pouco tempo, essa água não é potável mas pode ser

CAPÍTULO 01

Figura 17

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destinada para descargas sanitárias,

3

irrigação de hortas, lavagem de roupas,

1- Filtro bruto: retém as partículas maiores.

pisos, entre outros.

2- Reservatório

Esse sistema pode ser implementado em

3- Bomba

qualquer residência, sendo necessário

4- Filtro fino: retém as impurezas menores

levar em consideração algumas variáveis

5- Caixa-d'água específica para armazenamento de água da chuva

no telhado e na incidência da chuva.

6- Caixa-d'água comum

Figura 17: (https://maesso.wordpress.com/2011/07/04/caiu-do-ceu-aproveitamento-da-agua-da-chuva/)

CíRCULO DE BANANEIRAS PARA ÁGUA CINZA Método usado para tratar os efluentes da casa (provenientes das pias, tanques e chuveiros), as chamadas águas cinzas. Essa técnica se desenvolveu ao se perceber que as bananeiras evaporavam grandes quantidades de água, estabelecendo assim uma relação com as águas cinzas das residências. Figura 18

Para a execução é feito um buraco com 1 metro de profundidade onde a terra retirada será utilizada como borda em volta, depois de pronto deve se colocar troncos de madeiras grandes, depois troncos e galhos menores e finalizando com a palha para que a agua da chuva não inunde o sistema. Figura 19

A água deve ser conduzida por tubos fechados, criando um ambiente perfeito para que os microrganismos possam trabalhar, e também não atraia animais e mosquitos indesejáveis. Para que funcione efetivamente é necessário o uso de uma caixa de gordura, também contar com a manutenção e cuidados necessários para que o sistema seja funcional. Figuras 18 e 19: (http://www.setelombas.com.br/2006/10/circulo-de-bananeiras/)

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Figura 20

CíRCULO DE BANANEIRAS PARA ÁGUAS NEGRAS É um sistema em que a água negra das descargas é conduzida até uma fossa em forma retangular na qual para cada pessoa a utilizar são necessários cerca de 2m³ de espaço. Em cima da fossa são plantadas bananeiras, taiobas ou mamoeiros que tem

Figura 20: (https://cupins.000webhostapp.com/fossas-ecologicas)

a função de evaporar a água de quase 20 descargas. Além desta fossa não poluir os lençóis freáticos como a fossa séptica tradicional, os frutos das árvores não são infectados podendo ser ingeridos. Não se pode confundir essa fossa evapo com o círculo de bananeiras, que trata água cinza (água proveniente da pia, tanque e do chuveiro). Figura 21

HORTA ORGÂNICA Uma solução encontrada para resolver o problema no uso de agrotóxicos da agricultura convencional, a horta orgânica produz alimento e renda para aqueles que cultivam, sendo também uma forma de cuidar da terra e trazer uso para ela. Figura 21: (http://www.ecodesenvolvimento.org/voceecod/aprenda-a-fazer-uma-horta-organica-dentro-de-casa) Figura 22

HORTA MANDALA É uma técnica onde os canteiros estão dispostos em círculos e não em linhas retas onde se plantam as verduras, legumes, cereais, frutas, ervas aromáticas, medicinais e flores. Assim a diversidade de plantas atrai a diversidades de insetos que polinizam e se autocontrolam. Os caminhos são devidamente projetados para facilitar o manejo, a irrigação

Figura 23

e a colheita e os fertilizantes orgânicos repõem os nutrientes onde a cobertura morta mantém a umidade protegendo o solo. Seus princípios consistem em plantar o máximo que puder utilizando o menor espaço possível, usar o mínimo de energia para a máxima produção, promover o envolvimento de toda a comunidade, nada se perde mas tudo se aproveita e trabalhar com a natureza e não contra ela, Figura 22 e 23: (https://www.epochtimes.com.br/sistema-mandallaprojeto-auto-sustentavel-promissor-para-brasil/)

usados na Permacultura.

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Figura 24

COMPOSTAGEM Consiste em um processo biológico para a valorização da matéria orgânica de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, que pode ser considerada como um tipo de reciclagem do lixo orgânico. É um processo natural onde os micro-organismos como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando-a em húmus, um material rico em Figura 24: (https://www.coisasdaterra.com/conselhos-dejardinagem/compostagem-e-adubos/dicas-para-uma-boacompostagem/

nutrientes e fértil.

RECICLAGEM E REUSO DE MATERIAIS A reutilização de materiais na construção civil tem a intenção de transformar pneus, vidros, esquadrias, telhas, tijolos, pisos, garrafas e demais materiais, em produtos que possam ser utilizados em outras construções, com o intuito de reciclar e garantir a sustentabilidade ambiental, de forma a aumentar o ciclo de vida destes materiais. Figura 25

Figura 27

Figura 26

Figura 25 e 26: (https://www.decorfacil.com/artesanato-com-garrafa-de-vidro/) Figura 27: (http://www.roselypignataro.com.br/2012/04/reciclando-pneus.html)

ENERGIA SOLAR A energia solar é importante na preservação do meio ambiente, pois tem muitas vantagens sobre outras fontes de energia, como não ser poluente. O Sol é uma fonte de energia renovável, e o seu aproveitamento tanto como fonte de calor quanto de luz, é uma das alternativas energética. Podendo se dividir em energia solar para conversão de energia elétrica utilizando painéis fotovoltaicos e a energia térmica utilizado para o aquecimento de água.

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Durante o desenvolvimento do tema deste trabalho final de graduação fiz diversas vivências na área da bioconstrução com o intuito de aprender na prática e concluir que seja possível a utilização de soluções sustentáveis.

VIVÊNCIAS

1.7 Vivências na Bioconstrução

Figura 28

SÍTIO SARAMANDALA PRESERVA

Técnicas: Superadobe, reuso de materiais, cúpulas, e hortas.

Oficina realizada na FAU-UAM pela prof. Melissa Ramos Técnicas: Tijolo de adobe e tinta de barro

Figura 29

Figura 33

Figura 32

Figura 31

Figura 30

Figura 34

CASA ORLANDO ENRIQUE Técnicas: COB, pau-a-pique, argamassa, acabamentos e tintas de barro Figura 35

Figuras 28 à 35 fonte autoral

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Figura 38

VIVÊNCIAS

SÍTIO OLHO D’ÁGUA Técnicas: Manejo e tratamento de madeiras, telhados, sistema de agrofloresta e banheiro seco Figura 36

Figura 37

ALDEIA OUTRO MUNDO Figura 40

Técnicas: Construções de barro, tijolo de solocimento, geodésicas, lagos artificiais, uso do bambu e reuso de materiais Figura 42

Figura 39

Figura 41

Figura 43

HORTA NO QUINTAL Técnicas: Manejo com bambu e cuidados com a terra e seus frutos Figura 44

Figuras 36 à 44 fonte autoral

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“Para aqueles que sofreram com a escassez de recurso, de alimento, de segurança, de saúde, em resumo, que lutam diariamente, para manter-se vivos, fazer parte de uma comunidade abre porta para uma solidariedade quase que “necessária”, com poder de se transformar em abundância por meio do trabalho coletivo, da ajuda mútua, da partilha de bens e do esforço conjunto. Reaprender a cultivar próprio alimento ou a construir a própria casa – e com ajuda dos amigos – e mais que isso, sentir que antigos saberes são valorizados dentro da comunidade traz de volta uma dignidade que jamais seria possível dentro da lógica que renega essas pessoas a refugios humanos necessários à manutenção de todo o restante da pirâmide social” (CAPELLO, Giuliana 2013, p. 69).

CAPÍTULO 01

1.8 Ecovila Urbana

A partir do pensamento onde as cidades passaram a ser vistas como ecossistemas, estando interligadas a outros ecossistemas em situação de interdependência é preciso entender que para garantir a qualidade de vida das gerações futuras fazer uso de recursos naturais na área de construção civil se tornou indispensável. A releitura do conceito de uma Ecovila no contexto rural, pode ser feita no contexto urbano trazendo princípios de Permacultura (também no contexto urbano) pensando no desenvolvimento futuro das cidades e na sua regeneração através de recursos ambientais e sustentáveis. Um assentamento humano sustentável que busca a regeneração de áreas degradadas ou vazias, promovendo qualidade de vida para as pessoas que habitam o local, fazendo parte de um grande ecossistema integrado, trazendo técnicas que possam ser adaptadas a realidade das pessoas, podendo ser ensinadas, replicadas e modificadas.

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Capitulo 2


CONTEXTUALIZAÇÃO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO


CAPÍTULO 02

2.1 Contextualização do Local

Região Metropolitana de São Paulo

Área de Intervenção Norte Leste Sudeste

N

Oeste Município de São Paulo fonte: EMPLASA 2011

LEGENDA Área de Intervenção

fonte: Google Maps

N

Rodovia Raposo Tavares

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2.2 Histórico de Cotia

Uma pequena povoação de estrada começou a habitar a localidade de Cotia quando começaram as viagens entre São Paulo e a vila de Sorocaba. Foi elevada a condição de cidade em 1906, seu nome se deve a um aldeamento indígena próximo chamado akuti, lembrada por mamíferos roedores chamados Kutis, traduzido para Cutia ou Cotia. BARCELLOS, João 2000 Cotia, embora tão próxima de São Paulo, esteve estagnada durante tantos anos em razão de se considerar seu solo sem qualidades para uma agricultura lucrativa, porém o estado de São Paulo realizou um acordo para receber agricultores japoneses, que futuramente desmentiram esse conceito realizando um trabalho notável, que trouxe o crescimento da cidade. Hoje Cotia faz parte da Região Metropolitana de São Paulo, é importante área remanescente do cinturão verde paulistano e um local protegido pela Lei dos Mananciais. O município vive realidades diferentes representadas de um lado por luxuosos condomínios, e por outro um pólo industrial em contínua expansão, rodeado por um grande número comércio de pequeno e médio porte, uma enorme área agrícola e diversas habitações populares e sociais como CDHU e do programa Minha Casa Minha Vida. OKA, Cristina & ROPERTO, Afonso 2000

Figura 45

Figura 28: (http://novo.cotia.sp.gov.br/historia/)

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2.3 Uso e Ocupação do Solo

fonte: Prefeitura de Cotia

LEGENDA

N

Área de Intervenção

Leito D’água

Mata

Área Urbana

Favela

Mineração

Campo Capoeira

Hortifrutigranjeiro

Solo Exposto

Indústrias

Reflorestamento

Chácara

Lixão

Vegetação de Várzea

Equipamento Urbano

Loteamento Desocupado

Outro Uso

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2.4 Macrozonas

fonte: Prefeitura de Cotia

LEGENDA Área de Intervenção

Macrozona de Urbanização em Desenvolvilemto

Macrozona de Amortecimento I - MAM I

Macrozona de Transição II - MTR II

Macrozona de Transição I - MTR I Macrozona de Estruturação Urbana - MEU

Macrozona de Transição III - MTR IIII Limite Municipal

Macrozona de Amortecimento II - MAM II

Limite dos Municipios Vizinhos

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N

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2.5 Zoneamento

N Limite Divisa Divisa Divisa Divisa Divisa

de Município MUC MUD MPA MDEU MBIO

LEGENDA Área de Intervenção

ZHIC (Interesse Histórico e Cultural)

ZCEU I, II e III (Contenção à Expansão Urbana)

ZUM (Zona de Uso Misto)

ZPR (Predominantemente Residencial) ZER (Estritamente Residencial)

NUPIS (Núcleos Urbanos de Investimentos Sociais) NC (Núcleo Central)

ZER I (atender os índices previstos no ANEXO V)

ZIT (Interesse Turístico)

ZICS (Indústria Comércio e Serviço)

ZUR (Zonas de Uso Rural)

ZPA (Zona de Preservação Ambiental)

ZIS (Zona de Interesse Social)

fonte: Prefeitura de Cotia

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2.6 Mapa do Sistema Rodoviário

N

fonte: DER Mapa Rodoviário

N fonte: Google Maps

Área de Intervenção

PERCURSO JD ARCO ÍRIS x SÃO PAULO

PERCURSO JD ARCO ÍRIS x COTIA CENTRO

Transporte Público: 2h (ônibus municipal + ônibus intermunicipal)

Transporte Público 30mín (caminhada + ônibus municipal)

Carro: 1h30

Carro: 10mín

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2.7 Sistemas Modais JD ARCO ÍRIS - COTIA SP 04

02

01

03

fonte: Google Maps

LEGENDA

N

Área de Intervenção

Pontos de Ônibus

12 ônibus e 6 vans na Linha Jd Panorama x St Isabel

2.8 Equipamentos Imediatos Figura 46

01

UBS ARCO ÍRIS

Figura 47

02

E.E. KENKITI SIMOMOTO

Figura 48

03

C.E. GRACILIANA MARIA DA CONCEIÇÃO

Figura 49

04

PARQUE CHICO ANYSIO

Figuras 29, 30, 31 e 32 retiradas do Google Maps na localização

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Figura 50

2.9 Diretrizes Urbanísticas A área projetual se encontra em um zoneamento classificado como ZIS, que tem como fundamento criar micro regiões para construção de moradias populares e garantir condições dignas de habitação. Fonte: Fotografia de Juliana Mesquita

PLANO DE ZONEAMENTO E USO DO SOLO DE COTIA - Lei 95/2008 Art. 24 - A Zona de Interesse Social - ZIS compreende as áreas a terem o uso residencial intensificado. O uso residencial existente poderá ser requalificado e as áreas livres poderão receber o uso habitacional de interesse social. Na ZIS são permitidos os usos residencial, bem como para atividades voltadas à geração de renda, a saber: (Redação dada pela Lei Complementar nº 134/2011) - residencial unifamiliar e multifamiliar; - empresarial; - comércio; - serviços. § 1º - Esta zona está destinada a absorver atividades produtivas diversificadas de padrões operacionais compatíveis com o uso residencial, visando favorecer o desenvolvimento de empresas de média concentração de capital. § 2º - Deverá ser permitida nestas zonas a maior gama de usos terciários, sempre que compatíveis com o uso residencial, visando desconcentrar o atual centro principal e incentivar novos eixos de desenvolvimento. § 3º - Nessa zona são autorizadas áreas para a realização de empreendimentos residenciais preferencialmente promovidos e/ou financiados pelo setor público, destinados aos estratos de população de menor poder aquisitivo. § 4º - As atividades classificadas de acordo com o ANEXO VII - Agrupamentos Funcionais de Atividades (Anexo IV da Lei Complementar 02/91), para que recebam autorização de implantação nesta zona, deverão atender os índices previstos no ANEXO V - Tabela de Índices Urbanísticos, bem como respeitar o enquadramento estabelecido em relação da hierarquia viária estabelecido no ANEXO VI - Tabela de Classificação das Atividades por Zonas. § 5º - Empreendimentos de Interesse Social não estarão sujeitos à Outorga Onerosa para a obtenção do coeficiente de aproveitamento máximo. Prefeitura do Município de Cotia, aos 24 dias do mês de junho de 2008. JOAQUIM H. PEDROSO NETO - QUINZINHO Prefeito Publicada e Registrada no Gabinete do Prefeito do Município de Cotia, aos 24 dias do mês de junho de 2008. SERGIO DOS SANTOS Secretário de Administração e Planejamento

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Figura 51

Figura 52

Figura 53

Figura 54

Figura 55

Figura 56

Figura 57

Figura 58

Fonte: Imagens fotografadas no local de intervenção por Juliana Mesquita em Outubro de 2018

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Capitulo 3


REFERÊNCIAS PROJETUAIS E ESTUDOS DE CASO


3.1 CoHousing CoHouse consiste em uma espécie de vilarejo privado onde os moradores tem casas individuais, porém, privilegiam o espaço Figura 60

CAPÍTULO 03

Figura 59

comum. Foi a primeira versão de Ecovila, nascida na Dinamarca nos anos 1970 e se espalhou-se logo em seguida para Suécia e para a Noruega e tempos depois para vários países da Europa chegando aos Estado Unidos, Canadá e Austrália. Figura 59: (http://www.cohousing.org/) Figura 60: (https://www.researchgate.net)

Acreditava-se que poderia ser um solução dinamarquesa para os problemas da sociedade no final do séc. XX, pois nesse modelo é possível minimizar os impactos socioambientais das famílias quando diminuímos os espaços privados e aumentamos os espaços coletivos, já que algumas atitudes diminuem a cadeia de consumo, com exemplos simples como a compra de um livro, que você pode invés disso encontrar na biblioteca onde é compartilhando por todos, ou também o uso da máquina de lavar roupas, se uma família usa a máquina duas vezes na semana poderia construir uma única lavanderia onde tenham outras maquinas de lavar de modo que todos possam usa-las. Esse pensamento pode ser aplicado a diversos itens apontados de uso coletivo de forma que contribuam para a diminuição de desperdícios. Entre os espaços coletivos estão: cozinha, refeitório, biblioteca, brinquedoteca, sala de estar, sala de televisão, lavanderia, escritório com acesso à internet, horta, ateliê de arte, ferramentaria, bicicletário e uma garagem. O modelo Cohousing não tem o padrão dos assentamentos humanos sustentáveis convencionais, já que as pessoas que moram nessa comunidade têm a possibilidade de manter seus trabalho remunerado fora da comunidade, tendo uma relação externa de um jeito convencional, porém ainda que não existam esse rompimento as práticas de consumo consciente e a vivencia coletiva são maiores do que na maioria dos empreendimentos imobiliários residenciais, onde muitas vezes mal conhecemos os vizinhos ao lado. Portanto esse modelo comunitário funciona de maneira que integramos o estilo de vida econômico social externos, com o modelo pessoal e afetivo e comunitária alternativa.

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Figura 61

CAPÍTULO 03

3.2 Competição Habitação Social de Alvenaria

O Concurso público do ano de 2013 de Habitação Social de Alvenaria feito pelo Fala Atelier, mostra um conjunto habitacional com disposições modulares com variações e multiplicações, onde as plantas dos apartamentos têm um padrão e cada piso apresenta uma disposição diferente. Este módulo-cubo de 2,55 metros define regras básicas para a organização dos interiores, oferecendo a flexibilidade para diversas tipologias possíveis. A materialização do projeto baseou-se em uma estrutura metálica pré-fabricada. O branco do exterior seria o pano de fundo para atividades comunitárias. No interior, cada morador iria definir seu próprio micro-universo.

Figura 63 Figura 62

Figuras 61, 62, 63 e desenhos projetuais encontrados em: (https://www.archdaily.com.br/br/01-135370/competicao-habitacao-social-de-alvenaria) Acesso em Abril de 2018

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Figura 64

CAPÍTULO 03

3.3 Grão: Habitação Modular

O projeto chamado “Grão: Habitação modular de interesse social', desenvolvido pelo Lineastudio Arquiteturas foi o primeiro colocado no grupo 2 do Concurso Público Nacional de Projetos de Arquitetura para Habitação de Interesse Coletivo, promovido pelo CODHAB do Distrito Federal. Teve como ponto de partida o estabelecimento de um módulo que atendesse às necessidades arquitetônicas – lugar, forma e função, e também as construtivas: estrutura, materialidade e execução. Sistemas modulares garantem harmonia formal através da proporção entre as partes, compõe conjuntos equilibrados, contribuindo positivamente ao bairro e à urbanidade, e racionalizam todos os processos técnicos envolvidos à construção.

A definição deste módulo relaciona dois aspectos fundamentais à habitação social brasileira, que necessita de projetos que conciliem a escassez de recursos financeiros com elevação dos paradigmas relacionados à habitação de baixa renda: sistema estrutural-construtivo e qualidade nos espaços.O sistema estrutural adotado foi alvenaria estrutural com bloco de concreto pré-moldado. Além de exigir um baixo nível de especialização de mão de obra – um dos fatores que viabiliza a execução em qualquer região do país, o sistema aumenta a velocidade de execução, seja pelas dimensões do bloco, que são grandes, seja pelo acabamento do bloco, que dispensa reboco. O projeto chama-se Grão, e nasceu do esforço conjunto de uma equipe que buscou contribuir com a qualidade de vida da população ao acreditar na arquitetura como uma ferramenta de mudança e esperança. É preciso partir do grão para se criar um universo. E um universo inteiro pode existir dentro deste grão. Figura 64 e desenhos projetuais encontrados em: (http://www.lineastudio.com.br)

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CAPÍTULO 03

3.4 Conjunto Habitacional do Jardim Edite FICHA TÉCNICA: Arquitetos: H+F Arquitetos, MMBB Arquitetos Localização: Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini - Itaim Bibi, São Paulo - SP, Brasil Área: 25714.0 m2 Ano do projeto: 2010

Principal Uso: O projeto é destinado aos moradores da favela harmônia existente no bairro do Brooklin após um incêndio em 2017 houve a necessidade de se extinguir a favela Características do local: O edifício foi projetado para abrir o convívio de diferenças

Figura 66 Figura 65

PROGRAMA DE NECESSIDADES: Ÿ 252 unidades Ÿ Creche com 1400 m² Ÿ Unidade de Saúde com 1300 m²

LEGENDA Áreas de uso condominial

Ÿ Restaurante-escola com 850 m²

Áreas de uso dos equipamentos

Ÿ O conjunto possui um coeficiente menor que 4,0 e é composto por três torres de 17 pavimentos e duas

lâminas com blocos de 4 pavimentos sendo o ultimo um duplex, sem elevadores. As unidas possuem 50m² compostos por dormitório, sala, cozinha e área de serviço.

SETORIZAÇÃO DOS USOS LEGENDA Área de Serviço Banheiro Cozinha Dormitórios Sala Circulação Horizontal Circulação Vertical N

Figuras 65 e 66: (http://www.au.pini.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=3936) Acesso em Abril de 2018

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IMPLANTAÇÃO

LEGENDA

N

Circulação e acessos

CORTE LONGITUDINAL

FACHADAS

ELEVAÇÃO

IMAGENS DO PROJETO: Figura 67

Figura 68

Figura 69

Figuras 67, 68, 69 e desenhos projetuais: (https://www.archdaily.com.br/br/01-134091/conjunto-habitacional-do-jardim-edite-slash-mmbbarquitetos-plus-h-plus-f-arquitetos) Acesso em Maio de 2018

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CAPÍTULO 03

3.5 Casa com Técnicas de Bioconstrução FICHA TÉCNICA: Arquiteto: Sérgio Pamplona Localização: Chapada dos Veadeiros, Cavalcante - Goiais Proprietário: Maria de Fatima Camargos Ano do projeto: 2011 Principal Uso: O projeto é destinado a moradia individual Características do local: Terreno localizado próximo a área de preservação ambiental

IMAGEM DA CASA

PROGRAMA DE NECESSIDADES:

Figura 70

Ÿ Sala (19 m²) Ÿ Cozinha ( 10 m²) Ÿ Quarto (14m²) Ÿ Banheiro (4,5m²) Ÿ Escritório/hóspedes (9,95m²) Ÿ Banho externo (3,45m²) Ÿ Área de serviço (5,18m²)

SETORIZAÇÃO DOS USOS

LEGENDA Área de Serviço Banheiro Cozinha Dormitório Sala Escriótório

N

Figura 70 e desenhos projetuais: (https://arquinatura.wordpress.com/2011/07/22/casa-na-chapada-dos-veadeiros-maria-de-fatima-camargos/) Acesso em Maio de 2018

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IMPLANTAÇÃO

COBERTURA

N

N

ESTRUTURA Ÿ A estrutura integra pilares de concreto com vedação de tijolos ecológicos de adobe preparados com

material do local.

Dentre as

técnica de bioarquitetura destacamos cobertura verde (em parte do

telhado) e aquecimento solar de água.

CORTES A e B

FACHADAS

Desenhos projetuais: (https://www.archdaily.com.br/br/01-134091/conjunto-habitacional-do-jardim-edite-slash-mmbb-arquitetos-plus-h-plus-farquitetos) Acesso em Maio de 2018

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CAPÍTULO 03

3.6 El Cacahuate (O Amendoin) FICHA TÉCNICA: Arquiteto: Alejandro Sánchez Localização: Edo. do México Ano do projeto: 1990 Principal Uso: Habitação modular para solteiros ou casais

PROGRAMA DE NECESSIDADES: 3 zonas definidas; intimista: quarto; serviços: banheiro e cozinha, que compartilham uma parede molhada; e social: com espaço para preparo de alimentos, integrado espacialmente à sala de jantar.

ESTRUTURA Ÿ O módulo consiste no uso da técnica construtiva ferrocimento.

IMAGENS DO MÓDULO

Figura 71 Figura 74

Figura 72 Figura 73

Figura 71 à 74: (http://www.arquitecturaorganica.com/el-cacahuate.html) Acesso em Maio de 2018

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IMPLANTAÇÃO Figura 75

N

PLANTA

Figura 76

2

CORTE

LEGENDA

3

1

4

1 2 3 4

Dormitório Banheiro Cozinha Sala

Figura 77

Figura 78

FACHADA

Figuras 75 à 78: (http://www.arquitecturaorganica.com/el-cacahuate.html) Acesso em Maio de 2018

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Capitulo 4


O PROJETO


CAPÍTULO 04

4.1.1 Programa de Necessidades

Ÿ 19 Blocos Habitacionais para famílias de 02, 04 e 06 pessoas; Ÿ 06 Edifícios Revitalizados (7 andares 4 apartamentos por andar); Ÿ Lavanderia Comunitária; Ÿ Horta Mandala Comunitária + Iglu Apoio;

Figura 79

Ÿ Centro de Coleta Seletiva; Ÿ Sistema Agroflorestal; Ÿ 2 Playgrounds Infantis; Ÿ Estúdio da Biocontrução; Ÿ Domo Geodésico para apresentações e oficinas; Ÿ Percurso de árvores frutíferas; Ÿ Área para feirinhas.

Figura 80 Estúdio da Bioconstrução, Horta Mandala + Apoio

Figura 81

Figura 82

Domo Geodésico

Horta Mandala + Iglu Apoio e Círculo de Bananeiras

Lonas Tensionadas (Feirinhas)

Figuras 80 à 82: 3d fonte autoral

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4.1.2 Horta Mandala e Iglu Apoio O Iglu de superadobe tem a função de apoio a Horta Mandala de uso coletivo, tendo espaço reservado para os equipamentos de manejo, área de descanso e banheiro que utiliza o sistema de esgoto ecológico círculo de bananeiras para águas negras.

vista 01 esc.:1:200

vista 02 esc.:1:200

vista 03 esc.:1:200

planta esc.:1:100

bananeira taioba

vista 04

cobertura vegetal

esc.:1:200

dutos de inspeção

pedras, cacos de tijolos e telhas

terra areia brita pneu

CDB corte esquemático sem escala

ECOVILA URBANA

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4.1.3 Estúdio da Bioconstrução Estúdio experimental da bioconstrução, onde moradores da ecovila e do bairro aprendem práticas sustentáveis de contrução como cob, pau-apique, adobe, uso de madeira de reflorestamento entre outras.

planta estrutural esc.:1:200

planta térreo esc.:1:200

2.70

mezanino esc.:1:200 2.70

corte esc.:1:100

ECOVILA URBANA

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4.1.4 Sistema Agroflorestal “Todo o problema começou quando começamos a querer dominar a natureza ao invés de cooperar com ela.” “Cada espécie tem sua função, com seus mecanismos fisiológicos para cooperar, criar mais abundância, vida e complexidade ao seu redor. Nossa principal função biológica é de espalhar sementes.” “O universo inteiro é um instrumento de criação de recursos e tem como lei para promover isso a cooperação e o amor incondicional” Ernst Gotsch

O sistema agroflorestal é uma forma de se produzir alimentos ao mesmo tempo em que se conserva ou recupera a natureza. Isso é possível pois nessa forma de produção, ao invés de retirar toda a vegetação original e plantar apenas um tipo em larga extensão de terra, procura-se entender o funcionamento da natureza imitando-a, para utilizar as relações entre os seres vivos a favor e estimular a biodiversidade. Neste sistema são utilizadas culturas agrícolas, árvores e animais em um manejo que leva em consideração o tempo e o espaço para o qual é muito importante o conhecimento das características de cada espécie utilizada e sua relação com as demais. Marcelle Nardele & Igor Conde 2015 Entre as vantagens da Agrofloesta estão: sua implantação recupera uma área degradada, ajuda no controle da erosão dos solos, diminuí a necessidade de derrubar a floresta para abrir novos roçados, não faz uso de venenos e químicos, eficiência na ciclagem de nutrientes, custos de implantação e manutenção reduzidos, aumento da renda familiar, facilita o trabalho do agricultor, entre outras. Figura 83

Figura 83: Agrofloresta para Agricultura Familiar (http://www.agrisustentavel.com/doc/agrofloresta.pdf)

ECOVILA URBANA

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N

ECOVILA URBANA:

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Assentamento Humano Sustentável

Prof. Orientador: Wendie Piccinini

Ana Beatriz Barril Rodrigues

TFG (Trabalho Final de Graduação) 2018

42 esc.: 1/250


4.2 Topografia

N

ECOVILA URBANA

43


N

ECOVILA URBANA:

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Assentamento Humano Sustentável

Prof. Orientador: Wendie Piccinini

Ana Beatriz Barril Rodrigues

TFG (Trabalho Final de Graduação) 2018

44 esc.: 1/2000


CAPÍTULO 04

4.3.2 Insolação e Ventos Predominantes

sol da manhã sol da tarde ventos do outono ventos da primavera

N

Ÿ Norte : Incidência solar o dia inteiro Ÿ Sul: Quase nenhuma incidência solar Ÿ Leste : Incidência solar pela manhã Ÿ Oeste : Incidência solar pela tarde

O projeto arquitetônico precisa estar adaptado da melhor maneira possível para obter os melhores posicionamentos em relação ao sol, considerando seu trajeto no verão (mais alto) e inverno (mais baixo), pois ele irá definir a disposição dos ambientes, sendo que também existem soluções como brises, marquises e paredes verdes. A orientação Oeste recebe maior incidência do sol, portanto deve ser destinada a áreas de menor permanência, ou fazer do uso de soluções que mantenham o ambiente menos aquecido e confortável, ao contrário da orientação Leste onde deve-se destinar locais de maior permanência como quartos e áreas de estar. A orientação norte é a melhor pois recebe a luz solar durante o dia todo de forma controlável, já a orientação sul é onde existe menor incidência solar no inverno, e no verão onde recebe sol apenas nas primeiras horas do dia e no fim da tarde Os ventos em São Paulo têm maior predominância vindos do Sul no Outono e do Sudeste na primavera, sendo assim as áreas de maior ventilação do projeto, onde se deve ter aberturas e janelas para ventilação, sendo necessário a análise da insolação em conjunto.

ECOVILA URBANA

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Ø1

50

4.4.1 Tipologias Base

TIPOLOGIA BASE POR CÔMODOS esc.:1:100

ECOVILA URBANA

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4.4.2 Modúlo Base Famíliar

esc.:1:100

esc.:1:100

50m²

75m²

85m²

esc.:1:100

ECOVILA URBANA

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tipo 01 esc.:1:250

tipo 02 esc.:1:250

tipo 03 esc.:1:250

tipo 04 esc.:1:250

ECOVILA URBANA

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N

ECOVILA URBANA:

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Assentamento Humano Sustentável

Prof. Orientador: Wendie Piccinini

Ana Beatriz Barril Rodrigues

TFG (Trabalho Final de Graduação) 2018

49 esc.: 1/750


Figura 84

4.5 Solocimento O uso da terra como material para construções é uma prática antiga da civilização humana, o resgate desse uso vem se tornando algo cada vez mais comum na atualidade pois aos poucos as pessoas começam a se conscientizar sobre a sustentabilidade buscando alternativas que substituam os materiais usados que Figura 84: (http://www.tijolosecologicostrindade.com.br/id=340) possuem um alto custo energético. Figura 85 O tijolo de solo cimento é uma alternativa mais econômica e sustentável feito com a mistura de solo preferencialmente arenoso (muitas vezes do próprio local da obra), cimento e água prensados em uma forma e secos naturalmente.

SOLO

CIMENTO

CIMENTO

- Diminui o tempo de construção em 30% com relação a alvenaria convencional, devido aos encaixes que favorecem o alinhamento e prumo da parede; - Estrutura - As colunas são embutidas em seus furos, distribuindo melhor a carga de peso sobre as paredes. - Redução de uso de madeiras nas caixarias dos pilares e vigas em quase zero; - Economia de 70% do concreto e argamassa de assentamento; - Economia de 50% de ferro; - Os Tijolos Ecológicos são curados com água e sombra, diferente dos tijolos convencionais que dependem da queima de lenha em fornos e contribuindo demasiadamente com o aquecimento global e com desmatamentos; - Durabilidade maior do que o tijolo comum, pois chega a ser até 6 vezes mais resistente; - Fácil acabamento. Se preferir não precisa rebocar e pintar, economizando mais ainda. Os Tijolos Ecológicos já possuem um lindo acabamento, semelhante aos tijolos aparentes, necessitando apenas do uso de impermeabilizante a base de silicone ou acrílico, e rejunte flexível; - Revestimento é simples usando-se direto sobre tijolo apenas uma fina camada (5mm) de reboco, textura, gesso ou graffiato; - O assentamento dos azulejos é direto sobre os tijolos; - Obra mais limpa e sem entulhos; - Acústica : como o tijolo ecológico possui dois furos, as paredes formam um isolamento acústico, diminuindo os ruídos provocados na rua para o interior da casa. - Isolamento Térmico (calor) – O furo dos tijolos, são importantes pois formam câmaras térmicas evitando com isso que o calor que está do lado de fora penetre no interior da residência. Com isso a temperatura interna é inferior a externa. - Isolamento Térmico (frio) – Com o Frio acontece ao contrário, pois a temperatura da casa fica mais quente do que a externa. - Proteção de Umidade - Esses furos também propiciam a evaporação do ar, evitando com isso, a formação de umidade nas paredes e interior da construção, que causa danos à saúde e danos materiais. - Instalações Hidráulicas - Toda a tubulação é embutida em seus furos dispensando a quebra de paredes, como na alvenaria convencional. - Instalações Elétricas - Como as instalações hidráulicas, estas também são embutidas nos furos, dispensando conduites e caixas de luz, podendo os interruptores e tomadas serem fixados, diretamente sobre os tijolos.

Figura 85: (https://www.tijolosolocimento.com.br /2013/06/subindo-alvenaria.html) Figura 86

Figura 86: (https://www.tijolosolocimento.com.br) Figura 87

Figura 87: (https://www.tijolosolocimento.com.br) Figura 88

Figura 89

Figura 88: (http://www.tijolosecologicostrindade.com.br/id=340) Figura 89: (http://verdeequipamentos.com.br/)

ECOVILA URBANA

50


N

ECOVILA URBANA:

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Assentamento Humano Sustentável

Prof. Orientador: Wendie Piccinini

51

Ana Beatriz Barril Rodrigues

TFG (Trabalho Final de Graduação) 2018

esc.: 1/250


RUA

818.0 816.0 RUA 813.0 812.0

810.0

807.0

corte A.A esc.: 1:1000

818.0 816.0 RUA 813.0 812.0

810.0

ampliação corte A.A esc.: 1:500

809.0

809.0

corte B.B esc.: 1:250

ECOVILA URBANA:

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Assentamento Humano Sustentável

Prof. Orientador: Wendie Piccinini

52

Ana Beatriz Barril Rodrigues

TFG (Trabalho Final de Graduação) 2018

esc.: variadas


4.6.2 Telhado Verde

detalhe teto verde esc.: 1:50

818.0

ampliação corte A.A esc.: 1:250

ECOVILA URBANA

53


4.7 Elevações

elevação 01 esc.:1:200

elevação 02 esc.:1:200

elevação 03 esc.:1:200

elevação 04 esc.:1:200

ECOVILA URBANA

54


Ilustrações artísticas 3d autorais sem escala

ECOVILA URBANA

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Ilustrações artísticas 3d autorais sem escala

ECOVILA URBANA

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