DRINKS, COCKTAILS, ENGENHO & ARTE
Drinks, cocktails, engenho & arte – A arte dos cocktails nos clássicos das artes
© Cecil Coelho Jr.
1ª edição – ago/2021
Projeto Gráfico (Capa e Miolo) Ana Basaglia | Uniqua Produção Ricardo Murolo Revisão Araceli Avelleda
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Vagner Rodolfo CRB - 8/9410)
C672d Coelho Jr., Cecil
Drinks, cocktails, engenho & arte: a arte dos cocktails nos clássicos das artes / Cecil Coelho Jr. - São Paulo : Timo, 2021. 216 p. ; 19cm x 21cm.
Inclui bibliografia e índice. ISBN: 978-65-87347-09-7
1. Gastronomia. 2. Drinks. 3. Cocktails. I. Título.
CDD 641 2021-3033 CDU 641
Índices para Catálogo Sistemático
1. Gastronomia 641
2. Gastronomia 641
Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, armazenada em sistema eletrônico, fotocopiada, reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer, sem autorização por escrito dos editores.
“Não beba para se embebedar. Beba para aproveitar a vida”JACK KEROUAC
Apresentação
A capacidade de criar com engenho e arte.
Introdução
Um pouco da história do bairro paulistano de Pinheiros nas décadas de 60 e 70 e seus botecos tradicionais.
Dicas sobre seu bar
Guia de utensílios, medidores, copos e tabelas de conversão de medidas. O essencial para a preparação de seu drink.
Drinks
Drinks alcoólicos diversos, Gin & Tônica e suas variações, drinks não alcoólicos. Receitas para a preparação de cada um deles.
• Drinks, Cocktails & Escritores
• Drinks, Cocktails & Cinema
• Drinks Cocktails & Músicos
• Drinks, Cocktails & Pintores
• Drinks, Cocktails & Lugares
• Gin Tônica e suas variações
• Drinks Não Alcoólicos
Glossário
Um guia prático para compras referente à característica de cada bebida utilizada na composição dos drinks e cocktails. Índice Remissivo
Apresentação
Drinks, Cocktails, Engenho & Arte é um livro dedicado à arte de misturar a bebida perfeita com um toque de elegância e classe.
É o livro que todo aspirante a home bartender ou aficionado por cocktails deveria ter em seu bar.
De uma simples caipirinha aos mais sofisticados drinks internacionais, os cocktails aqui apresentados trazem consigo a origem e a história de cada uma dessas misturas e evocam as lembranças e o glamour de uma época encantadora e exuberante.
Drinks, Cocktails, Engenho & Arte levará você a conhecer um pouco sobre alguns dos mais de 70 drinks e cocktails que marcaram uma época, seus criadores e, principalmente, alguns apreciadores célebres que consagraram essas bebidas.
Este livro é para todos que não sabem ao certo o que significa Angostura e pensam que Moscow Mule é a mula de Moscou. Na verdade, trata-se de um guia prático destinado àqueles que se iniciam na arte da coquetelaria de recreação.
Deixe o stress de lado, desligue-se dos problemas e relaxe. Plug sua play list preferida e ligue-se neste guia com dicas de drinks clássicos e contemporâneos.
Drinks, Cocktails, Engenho & Arte envolverá você na atmosfera fabulosa dos anos marcantes de nossa existência, no charme da bossa nova, na rebeldia do rock and roll e na descontração e irreverência do tropicalismo.
Este livro revelará as preferências etílicas de alguns poetas, pintores, escritores e atores. Não é de hoje que as bebidas alcoólicas e a arte estão intrinsecamente ligadas. A relação entre alguns desses mestres e a bebida é mais forte do que se imagina. Afinal, muitos deles se inspiraram prin -
cipalmente sentados em mesas de bares, nos quais algum etílico estava presente.
“Eu bebo para tornar as pessoas mais interessantes”, teria dito o escritor norte-americano Ernest Hemingway.
O repertório deste guia inclui uma seleção de drinks que percorre dos clássicos aos contemporâneos, passando pelos exóticos e tropicais, além de um cardápio de drinks não alcoólicos; todos com as respectivas receitas, ingredientes, modo de preparo, tipo de copo e decoração.
Um manual sobre técnicas básicas orientará o usuário no preparo dos drinks, juntamente com a relação de equipamentos mínimos, medidores, tipos de copos, condimentos e gêneros alimentícios, além das tabelas de conversão e das dicas de decoração [garnish drink].
Drinks, Cocktails, Engenho & Arte reúne mais de 70 receitas clássicas e elegantes. O livro certamente o contemplará com alguns de seus drinks preferidos.
Inspire-se nos mestres, mergulhe na atmosfera de seus escritos e arte e experimente preparar alguns desses drinks.
E não se esqueça: beba com sofisticação.
Introdução
“Play it, Sam… Play As Time Goes By” é o pedido que Ilsa Lund, personagem interpretada por Ingrid Bergman no filme ‘Casablanca’, faz a Sam, pianista do Rick’s Café.
Ouvindo essa canção, recordações memoráveis vieram sobre uma bela época – década de 70 – vivida em Pinheiros e como diz a música: “You must remember this…”. Então, vamos relembrar um pouco sobre este bairro, um dos mais antigos de São Paulo, percorrendo algumas de suas bucólicas e charmosas ruas de paralelepípedo, onde encontraremos um pouco da história pinheirense e o porquê deste livro.
A capacidade de criar com arte, através de um acervo de normas e conhecimentos indispensáveis à prática correta da coquetelaria, me fez pensar e, posteriormente, elaborar este guia prático destinado àqueles que gostam de apreciar um drink com um pouco de história.
Como adepto da coquetelaria recreativa, procuro preparar os drinks de minha preferência executando-os da maneira mais fiel possível à receita original. Leio a respeito sobre cada uma das receitas, as bebidas indicadas e suas proporções, tudo com o máximo critério e zelo. Busco replicá-las a contento para satisfação pessoal e de quem experimentá-las.
Como passatempo, há alguns anos compilei algumas receitas dos mais afamados mestres da coquetelaria e criei uma carta de drinks e cocktails, a qual me orientava na execução de algumas dessas misturas etílicas oferecidas aos amigos em casa.
Revendo essa carta, resolvi entender melhor os nomes dados a cada um dos drinks lá existentes – nada melhor do que oferecer um drink/cocktail e contar um pouco de sua história a quem vai saboreá-lo. Por que tal drink recebeu esse nome? Quem o criou? Qual personalidade, se houve, o que o tornou consagrado?
Para obter tais respostas, pesquisei sobre o assunto sobremaneira, conheci as circunstâncias culturais que envolveram cada cocktail; escritores, poetas, pintores, filmes e movimentos culturais da época em que surgiram. Percebi que tais cocktails eram nada menos que elixires mágicos que alteravam a mente, diminuíam as inibições e conectavam as almas através do calor líquido do etanol e de todas as suas interações.
Durante o trabalho de pesquisa, lembranças vieram-me à mente. As leituras reportaram-me às épocas em que determinados cocktails foram criados, aos filmes em que alguns desses drinks apareciam e o passado, de boas recordações, foi surgindo como que em câmera lenta, como naqueles telejornais exibidos pelo Canal 100, nos cinemas da época.
Recordações de determinados lugares onde passei grande parte de minha vida afloraram nesse momento e Pinheiros teve sua importância. Sempre morei no bairro. Localizado na zona oeste da capital de São Paulo, Pinheiros é tido como um dos bairros mais antigos da capital. Surgiu, segundo historiadores, no ano de 1562 e serviu, por muito tempo, como rota de passagem dos tropeiros para a região sul do país.
A igreja de Nossa Senhora de Monte Serrat, conhecida como “a igreja do Largo de Pinheiros”, remete aos tempos da fundação da aldeia dos Pinheiros, no século XVI, e em muito contribuiu para o desenvolvimento do bairro.
Nas décadas de 60 e 70, o perfil arquitetônico do bairro era outro, os paralelepípedos pavimentavam as ruas, os bondes ainda circulavam pela capital e tinha o largo de Pinheiros como parada final da linha Pinheiros – Praça Ramos, em frente à Igreja Nossa Senhora do Monte Serrat.
Nas imediações da igreja Nossa Senhora do Monte Serrat concentrava-se o comércio local; o Mercado Municipal de Pinheiros; a Cooperativa Agrícola de Cotia – CAC com o seu bebedouro para cavalos, instalado em frente à entrada do estabelecimento; a sorveteria Guarujá na Rua Paes Leme; a padaria Mimosa e suas famosas empadinhas de palmito; o Cine Goiás e o magazine Mesbla, uma das primeiras lojas de departamento, ambos localizados na Rua Butantã; a Casa Pequena, destinada ao comércio de material hidráulico e elétrico ficava na Rua Cardeal Arcoverde; a Casa José Silva de roupas masculinas, na Rua Teodoro Sampaio; a Cantina do Povo com seus pratos à base de frutos do mar, localizada no Largo da Batata; algumas pastelarias (de chineses) tinham os pastéis e a garapa como carros-chefes do estabelecimento e o grande ícone dos bares da época, o ‘C* do Padre’, localizado, ocasionalmente, atrás da igreja do Largo de Pinheiros. O bar recebeu essa denominação devido à sua localização. O ‘C* do Padre’ existe e resiste até hoje. A bem da verdade, Pinheiros era um bairro bucólico na década de 60, com muitas áreas verdes e algumas chácaras. Na Rua Costa Carvalho, na altura do número 363, havia a chácara do seu Bernardino, onde se podia comprar verduras e legumes frescos, produzidos no local e colhidos na hora. Hoje a chácara já não existe mais, no local foi edificado um condomínio residencial com alguns blocos de apartamentos.
Outra chácara existia nas imediações, mais precisamente na Rua Ferreira de Araújo, a Chácara Santa Cecília, mais conhecida como Chácara do Mané Bode. O local de uma beleza ímpar, com muitas árvores e plantas ornamentais, era frequentado por clientes e amigos do proprietário, entre eles o ator Lima Duarte, que era recebido com uma boa cachaça. A chácara resistiu ao tempo e à urbanização
da região, mas foi transformada em restaurante e local para eventos, com a preservação de sua área verde.
Próximo de onde morávamos ficava a igreja que frequentávamos, a igreja da Cruz Torta.
A Capela Nossa Senhora Mãe do Salvador, localizada inicialmente à Rua Natingui, na altura do nº 1530, Alto de Pinheiros, na confluência das ruas Costa Carvalho com Vupabussu, foi fundada em 1958 e teve como primeiro pároco o padre Norberto Pietro. O projeto de construção da capelinha é de autoria do arquiteto César Luís Pires de Melo, e se destacava por apresentar uma construção moderna e de visual exótico, com uma cruz inclinada, que dava a impressão de que alguém, “invisível”, a sustentasse em seus ombros, como Cristo no Calvário. Esta cruz, caída, que acompanhou a linha de construção da igreja, foi apelidada pelo povo como ‘Cruz Torta’, de onde veio o nome que a acompanha até hoje. Nessa capela eu e meus irmãos fizemos nossa Primeira Comunhão, celebrada pelo padre Norberto. Hoje a igreja da Cruz Torta fica na Av. Prof. Frederico Herman Júnior, Alto de Pinheiros.
O bairro oferecia educação e entretenimento aos pinheirenses. Havia escolas públicas e particulares de boa qualidade, como a Escola Estadual Alfredo Bresser, localizada na Rua do Sumidouro; a Escola Técnica Estadual Guaracy Silveira, na Rua Ferreira de Araújo; o Colégio Estadual Fernão Dias Paes, na Av. Pedroso de Moraes; e o Colégio Machado de Assis, localizado na Rua Simão Álvares; além da biblioteca municipal Álvaro Guerra, na Av. Pedroso de Moraes. Apenas o Colégio Machado de Assis deixou de existir.
Diversos cinemas de rua, como o Cine Goiás, localizado na Rua Butantã; o Cine Brasil, na Rua Teodoro Sampaio; Cine Fiammetta e Cine Jardim, na Rua Fradique Coutinho; e o Cine Festival, na Rua Deputado Lacerda Franco, estavam à disposição dos pinheirenses. Eram casas de espetáculos de boa qualidade. Hoje, apenas o Cine Fiammetta resiste ao tempo e ao lugar, mas com nome de Cine Sala. Frequentei todas essas salas de cinemas. Botecos haviam muitos. Próximo de onde morava lembro-me da existência de três ou quatro desses bares, mercearias e armazéns. Recordo que em nenhum deles havia placa indicativa com o nome do estabelecimento. Eles eram conhecidos pelo nome do proprietário, ‘Venda do Seu Fulano’, ‘Bar do Seu Sicrano’.
O Bar do Jorge, que na verdade era uma mercearia de secos e molhados, ficava na esquina da Rua Paraopeba com a Costa Carvalho.
A mercearia vendia quase de tudo: de arroz, feijão, café, fubá e farinha a granel a secos e molhados, frios fatiados, refrigerantes, balas, biscoitos e produtos de limpeza. Mortadela, salames, linguiças defumadas, queijos provolones e outros ficavam pendurados acima do balcão.
Havia uma máquina de moer café que transformava os grãos em pó, conforme o pedido do cliente, diretamente em pacotes de 250 gramas ou 500 gramas. O aroma exalado pela moagem do café era de um perfume intenso que se espalhava pelo estabelecimento.
A maneira como se embrulhavam os alimentos era uma peculiaridade, utilizava-se para isso um tipo específico de papel, conhecido como “papel de embrulho”, de folhas enormes, que eram rasgadas de acordo com o tamanho da mercadoria. O barbante auxiliava no empacotamento final das compras.
das primeiras a se instalar no bairro, localizada na esquina da Rua Padre Carvalho com a atual Av. Faria Lima. Hoje no local funciona o Bar Pirajá.
Rapidamente o bairro passou por grandes transformações, Pinheiros deixou seu perfil colonial, trocando-o por um estilo arquitetônico mais moderno, com uma crescente vida urbana espelhada nas grandes metrópoles.
Pinheiros passou a ser reconhecido por seus cafés descolados, galerias modernas de arte, lugares com música ao vivo e pelos bares e bistrôs inovadores da região do Baixo Pinheiros.
O Mercado de Pinheiros passou a oferecer uma grande variedade de produtos e lojas especializadas, além de pequenos restaurantes com cardápios criativos. Os bares não têm mais o característico aroma da cachaça, o santo já não bebe mais.
Essa memória sobre alguns lugares de Pinheiros, onde vivi e fui personagem coadjuvante, aflorou-me quando comecei a estudar sobre a cultura dos cocktails, então resolvi registrá-la, pois havia uma aura a ser decifrada e espero que tenha conseguido entendê-la e colocá-la em prática.
Qualquer que seja o tipo de cocktail que mais lhe agrade, espero que este livro o leve até lá. Combinando receitas originais, que captam o espírito dos cocktails dos anos 50, com as variações aprimoradas das receitas clássicas. Drinks, Cocktails, Engenho & Arte o levará ao prazer. Ele o aduzirá para um estado de espírito inigualável, onde pelo menos por algumas horas tudo parecerá estar de bem com o mundo.
Dicas sobre seu bar
UM GUIA sobre aparelhos, utensílios, medidores e medidas, copos, condimentos e gêneros alimentícios. O essencial utilizado na coquetelaria recreativa para a preparação de seu coquetel.
Você não precisa de um minibar para conhecer e dominar a arte dos coquetéis. Mas precisará do material básico, listado abaixo, além de uma faca afiada, um bom saca-rolha e um estoque de canudos biodegradáveis.
1. UTENSÍLIOS
1 2 3
4 5
A maioria dos utensílios de um bar é similar ao que se tem em casa, com algumas poucas exceções. Os itens listados abaixo são aqueles utilizados na coquetelaria recreativa: (1) Colher bailarina (2) Coqueteleiras Padrão e (3) Boston (4) Macerador
(5) Peneira de inox (6) Filtro de coquetel - Hawthorne (7) Dosador (8) Espremedor de limão (9) Forma de gelo.
Coqueteleira: escolha entre dois estilos: Boston e Padrão. A Boston, preferida pelos barmans, é um conjunto de duas peças, incluindo um copo de mistura de 500 ml e um cone de aço um pouco maior que se prende de cabeça para baixo por cima, criando um recipiente selado para agitar vigorosamente. A coqueteleira Padrão, mais elegante e cara, consiste em um recipiente (geralmente cromado) com uma tampa com filtro em sua parte superior.
Colher bailarina: esta é uma ferramenta clássica utilizada para mexer bebidas e misturar ingredientes. As melhores são as finas e de cabo longo, com um eixo torcido no meio e uma pequena colher no final.
Macerador: utensílio de madeira ou plástico de formato arredondado, utilizado para macerar limão, esmagar hortelã ou quebrar cubos de gelo.
Peneira de inox: Ideal de inox, mas a de plástico também serve.
Filtro de coquetel: também chamado de filtro de Hawthor ne, é projetado com um aro de mola que se prende firme mente sobre o copo de vidro da coqueteleira Boston. Usado para coar os ingredientes refrigerados, sem deixar passar o gelo para o copo onde será servido o coquetel.
Dosador: item indispensável para todo barman, seja profissional ou apenas por lazer. Este dispositivo padrão de medição de doses é de metal e tem
Drinks
Drinks, cocktails & escritores
A LITERATURA existe porque a vida não basta, assim definiu o grande poeta e escritor Fernando Pessoa sobre literatura.
Jorge Luís Borges tem a literatura como a arte da palavra e faz da palavra o seu principal objeto.
A literatura antecipa sempre a vida. Não a copia, amolda-a aos seus desígnios, define Oscar Wilde.
A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. Escrever é esquecer.
As mentes mais extraordinárias da literatura universal sempre tiveram seus drinks de preferência. Dos Clássicos à Geração Beat, confira o que bebiam alguns dos maiores mestres das Letras.
BLOODY MARY
O nome Bloody Mary faz referência à rainha Maria I da Inglaterra, “Maria, a sanguinária”. O Bloody Mary é um drinque clássico apreciado há muitas décadas e presente em cardápios de todo o mundo.
Há mais de uma versão acerca da origem do nome, de quem e onde teria sido criado o coquetel. Uma das teorias é que ele foi criado nos anos 1920, pelo barman Fernand Petiot, do “Harry’s New York Bar”, em Paris. Outra versão diz que o coquetel teria sido lançado no bar do Hotel Saint Regis, em Nova Iorque, com o nome de “Redsnapper”, que foi depois abandonado. A pedido do príncipe russo Serge Obolensky foi incluído o Tabasco na receita. Ambos os locais reivindicam o posto de local da criação da bebida. Uma terceira versão sobre a origem do coquetel diz que no final dos anos 30, o ator e produtor George Jessel teria sido seu criador, também em Nova York, conforme reportado pelo New York Herald Tribune, sendo que Jessel aparecia em propagandas da Vodka Smirnoff.
Há uma quarta versão, essa com menos defensores, que atribui a Bertin Azimont, do Hotel Ritz Paris, a criação especial para o escritor Ernest Hemingway que queria uma bebida que não deixasse odor etílico, para que sua esposa não percebesse.
Raymond Clevie Carver Jr. [1938 – 1988], escritor norteamericano, participante do chamado Realismo Sujo, é célebre por seus contos e poemas minimalistas. Seu talento ficou conhecido através de vários contos, ensaios e poemas publicados nas revistas ‘The New Yorker’ e ‘Esquire’, e em livros, como ‘Will You Please Be Quit, Please’, ‘Cathedral’ e ‘Elephant’. No fim dos dias de produção, ele sorvia um Blood Mary, seu drink favorito.
INGREDIENTES
• 50 ml de Vodka
• 90 ml de suco de tomate
• 15 ml de suco de limão
• 2 – 3 gotas de molho inglês
• 2 gotas de Tabasco
• 1 pitada de sal
• Pimenta do reino
• Talo de salsão
• Fatia de limão
• Gelo
PREPARO
• Coloque de 2 a 3 pedras de gelo em um copo Old Collins ou Hurricane e acrescente todos os ingredientes: vodka, suco de tomate, suco de limão, molho inglês, Tabasco, pitada de sal e a pimenta do reino.
• Com uma colher bailarina mexa delicadamente toda a mistura e acrescente um talo de salsão.
TIPO DE COPO
• Copo Collins ou Hurricane.
DECORAÇÃO
• Decore com um talo de salsão e uma fatia de limão e sirva.
BLUE MARGARITA
A Blue Margarita é uma variação da clássica Margarita. O azul intenso do Blue Curaçao, em substituição às essências do Cointreau, traz ao cocktail uma tonalidade ímpar, remetendo-nos ao azul turquesa das águas caribenhas.
INGREDIENTES
• 60 ml de Tequila Silver
• 30 ml de Blue Curaçao
• 90 ml de xarope de limão
• Limão • Sal • Gelo
PREPARO
• Prepare a taça de Margarita ou de Dry Martini crustando suas bordas com limão e sal.
• Na coqueteleira coloque gelo e todos os ingredientes: Tequila, Blue Curaçao e o xarope de limão. Agite vigorosamente até a bebida ficar gelada.
• Coe a mistura e a transfira para a taça escolhida com as bordas crustadas em sal e sirva.
TIPO DE COPO
• Taça de Margarita ou de Dry Martini.
DECORAÇÃO
• Bordas crustadas com sal e zest de limão.
DAIQUIRI
É uma das principais bebidas da coquetelaria cubana ao lado do Mojito. O nome Daiquiri é o mesmo de uma praia perto de Santiago de Cuba e de uma mina de ferro situada na mesma área. A bebida foi supostamente criada em 1905 em um bar chamado Vênus, em Santiago de Cuba, distante alguns quilômetros da mina de Daiquiri, por um grupo de engenheiros americanos, entre eles Jennings Cox, gerente geral da hispano-americana Iron Co®.
A história que persiste é a de que Cox inventou a bebida quando entretinha os convidados americanos e ficou sem gim. A bebida evoluiu naturalmente devido à prevalência do limão e do açúcar e do fato que aqueles trabalhadores das minas de Daiquiri recebiam mensalmente algumas garrafas de rum Bacardi, que na época era fabricado em Santiago de Cuba. A história de Jennings Cox é certamente a primeira que veio a popularizar-se, sendo ele o responsável pelo nome da bebida.
Mas, lendas à parte, o drink ficou bastante famoso no Bar Floridita, na região de Havana Vieja. Além disso, a bebida também se consagrou como uma das muitas preferidas do escritor norte-americano Ernest Hemingway.
INGREDIENTES
• 60 ml de Rum Carta Blanca
• 30 ml de suco de limão Tahiti
• 15 ml de xarope de açúcar
• Gelo
Drinks, cocktails & cinema
O CINEMA É A arte “síntese”, a arte total, aquela que concilia todas as outras artes. Por isso é considerado como a sétima arte, pois harmoniza a música, pintura, escultura, arquitetura, poesia e a dança, segundo o crítico de cinema Ricciotto Canudo.
Cinema e bebida sempre estiveram juntos, desde os clássicos como ‘Casablanca’, ‘O Poderoso Chefão’, ‘O Pecado Mora ao Lado’, até em obras mais recentes como ‘007 – Casino Royale’. Além de se tornarem marcas registradas de alguns personagens, os drinks sempre buscam combinar com a temática do filme.
Os coquetéis que os personagens desfrutam em alguns desses filmes são muito fáceis de serem preparados e para cada receita indicada há a referência do filme onde surge o drink e o personagem que o consome. Confira alguns desse drinks e personagens:
ALEXANDER
Diz a lenda que o coquetel foi criado por Troy Alexander, barman do restaurante Rector’s de Nova York, no início do século XX, para comemorar o sucesso da campanha publicitária de Delaware, Lackawanna and Western Railroad. Com base no vestido branco da protagonista Phoebe Snow, criou-se um coquetel à base de creme de leite.
As primeiras receitas do coquetel aparecem em 1910 e previa o uso de whiskey de centeio e Bénédictine. A receita mais moderna surge em 1914.
O seriado Mad Men [2007 – 2015] é um daqueles em que a bebida tem papel importante na trama. De uma simples dose de Bourbon em um copo old fashioned até um Negroni mais elaborado, passando pelo Gibson, os preciosos líquidos acompanham os personagens e marcam acontecimentos importantes nesta série. O coquetel Alexander, denso e cremoso, marcou sua presença em um dos episódios.
INGREDIENTES
• 30 ml de Cognac
• 30 ml de Licor de chocolate
• 30 ml de creme de leite batido
• Gelo
• Noz moscada
PREPARO
• Resfrie previamente uma taça Martini com gelo.
• Numa coqueteleira com muito gelo adicione as doses de Cognac, licor de chocolate e o creme de leite. Agite vigorosamente até a mistura ficar bem gelada.
• Coe a mistura para uma taça de Martini, previamente resfriada.
• Finalize ralando um pouco de noz moscada sob o drink. Está pronto para ser servido.
TIPO DE COPO
• Taça de Martini.
DECORAÇÃO
• Noz moscada ralada.
COSMOPOLITAN
O Cosmopolitan teria nascido na década de 70 dentro de uma comunidade gay em Massachusetts. Criado por Neal Murray, o drink seria uma variação do Kamikaze, por ter adicionado um pouco de suco de cranberry à receita original do Kamikaze: vodka, cointreau e suco de limão.
A bebida ganhou popularidade entre as mulheres jovens por ser frequentemente destacada no seriado de TV ‘Sex and the City’, no qual a personagem Carrie Bradshaw, interpretada por Sarah Jessica Parker, habitualmente pedia a bebida quando saía em encontros casuais.
INGREDIENTES
• 45 ml de Vodka
• 15 ml de Cointreau
• 15 ml de suco de limão
• 30 ml de suco de cranberry
• 10 ml de xarope de açúcar
• Casca de laranja
• Gelo
PREPARO
• Coloque o gelo em uma taça de Martini para resfriá-la.
• Na coqueteleira coloque gelo e todos os ingredientes: vodka, cointreau, suco de limão, suco de cranberry e o xarope de açúcar. Agite vigorosamente.
• Coe a mistura e a transfira para a taça de Martini previamente resfriada.
• Finalize com uma fatia da casca de laranja e está pronto para ser servido.
TIPO DE COPO
• Taça de Martini.
DECORAÇÃO
• Casca de laranja ou fatia de limão.
Drinks, cocktails & música
A MÚSICA É UMA forma de arte, a arte sublime, uma arte de espetáculo. A música está extremamente ligada à vida de todos nós. É a forma artística que combina sons e silêncio ao longo do tempo, de acordo com a cultura e o contexto social de cada civilização. É uma manifestação que possibilita compartilhar emoções e sentimentos.
Música e bebidas estiveram juntas em determinados momentos do frevo, às marchinhas carnavalescas, passando pelo samba e rock, acompanhando compositores, interpretes e até mesmo fazendo parte de algumas canções, como em ‘Meu Caro Amigo’ e ‘Feijoada Completa’, de Chico Buarque; ‘Tarde em Itapuã’ e ‘Testamento’, de Vinicius de Moraes; ‘Chuva, Suor e Cerveja’, de Caetano Veloso; ‘Saca-rolha’, de Zé da Zilda, Zilda do Zé e Waldir Machado; ‘Whisky a Go-Go’, de Michael Sullivan e Paulo Massadas, gravada pelo grupo Roupa Nova, e outras tantas.
A bebida sempre foi vista como um excelente recurso para curar corações partidos ou para celebrar a vida, assim a bebida e a música formam uma combinação perfeita. Vamos unir as duas coisas e falar de alguns coquetéis que fazem parte desse universo etílico musical: • Cuba Libre • Rob Roy • Tequila Sunrise • Whiskey On The Rocks
CUBA LIBRE
A história da Cuba Libre é controversa. Acredita-se que o coquetel surgiu durante a participação estadunidense na guerra de libertação da ilha de Cuba, em 1898. Devido às alegações americanas de que um de seus navios foi sabotado pela Espanha, os Estados Unidos se envolveram em guerra contra os espanhóis, auxiliando as colônias deste império em seu processo de emancipação.
Entre os norte-americanos enviados a Cuba estava o Capitão Russell, que supostamente teria levado Coca-Cola para a guerra. Já em Cuba, Russell teria solicitado uma dose de rum e misturado ao refrigerante, criando assim o Cuba Libre, em referência ao objetivo de suas tropas na ilha.
O Cuba Libre é um dos coquetéis mais populares do mundo. A combinação de rum com Coca-Cola teve seus momentos históricos e da cultura pop. O drink foi popular durante a Segunda Guerra Mundial e título de uma canção de sucesso das Irmãs Andrews em 1945, ‘Rum and Coca-Cola’. Depois de mais de um século, a receita do Cuba Libre mantém-se inalterada.
A campanha exitosa da revolução cubana, iniciada em Sierra Maestra pelos revolucionários Fidel Castro, Ernesto Che Guevara e outros, em 1º de janeiro de 1959 – que viria a marcar o rompimento das relações políticas e comerciais da ilha com os EUA e enfatizar seu caráter anticapitalista –, terminou por se tornar símbolo do movimento da contracultura nas Américas, trazendo de volta o termo “Cuba Libre” nas letras das músicas da juventude dos anos 60 e 70.
O drink também se tornou símbolo da iniciação juvenil nas baladas dos anos 60 e 70, os famosos “bailinhos”, nos quais o copo de Cuba Libre nas mãos era sinal de rebeldia consentida.
INGREDIENTES
• 60 ml de Rum Carta Blanca ou Oro
• 30 ml de suco de limão Tahiti
• Coca-Cola
• Fatias de limão
• Gelo
PREPARO
• Coloque o gelo intercalando-o com algumas fatias de limão, o rum e o suco de limão num copo long drink, tipo Highball, e mexa delicadamente.
• Complete a mistura com Coca-Cola, decore com uma fatia de limão, e está pronto para ser servido.
TIPO DE COPO
• Copo Collins ou Highball.
DECORAÇÃO
• Fatia de limão.
Drinks, cocktails & pintores
A PINTURA É UMA das principais formas de manifestação artística, e junto com ela vieram os muitos movimentos artísticos ao longo dos séculos. Estes movimentos duraram pouco, alguns anos, mas foram significativos.
A Belle Époque [1871 – 1914] foi um desses períodos marcados por profundas transformações culturais, representados por novos modos de pensar e viver o cotidiano. Foi considerada a era de ouro da beleza, inovação e paz. A arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. Nessa época vários pintores marcaram suas trajetórias ligadas ao consumo de Absinto – bebida da época que representava um conceito de inspiração poética e iluminação artística, um estado de espírito livre e de novas ideias –como Vincent Van Gogh, Pablo Picasso, Jean Béraud, Degas, Manet, Gustav Klimt, Toulouse-Lautrec, Monet, Gauguin e outros.
“Tentei afogar minhas mágoas, mas as malditas aprenderam a nadar, agora estou sobrecarregada com essa decente e boa sensação”, dizia Frida Kahlo, pintora surrealista mexicana, apreciadora de uma boa tequila.
Pintores extraordinários do cenário artístico mundial sempre tiveram seus drinks de preferência. Dos clássicos aos modernistas, confira o que bebiam alguns dos maiores mestres da pintura.
• Absinto • Caipirinha • Casanova • Gala • Tequila Arriba/Abajo/Al Centro/Adentro
• Tequila e Limão
ABSINTO
O Absinto é uma aguardente feita através da infusão de álcool etílico (normalmente de cereais) com folhas de losna (a mesma que se usa para fazer vermute), erva doce e especiarias variadas. Sua graduação pode chegar a 70%. A bebida também é conhecida como “lafée verte” (a fada verde). Durante o século XIX, o Absinto se tornou uma bebida muito popular na Europa Central, embora tenha sido eventualmente banida. Após passar por um longo período de ilegalidade, o verdadeiro Absinto voltou a ser liberado em muitos países.
Um Absinto de qualidade fará surgir o efeito louche, ou seja, é desejável que o Absinto demonstre um crescimento gradual de turvação (opacidade) ou que fique parcialmente translúcido durante a adição da água gelada. Isso é conhecido como efeito louche (ou efeito nuvem). A opacidade do louche deve demonstrar complexidade e nuance.
Bebida por excelência de artistas e intelectuais da Belle Époque, o Absinto está ligado aos grandes nomes da pintura, literatura e poesia como Van Gogh, Degas, Manet, Gustav Klint, Toulouse-Lautrec, Monet, Gauguin, Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Fernando Pessoa, Arthur Rimbaud, Eça de Queirós e Ernest Hemingway.
Um dos primeiros artistas a retratar o Absinto em tela foi o francês Edgar Degas, que pintou ‘L’Absinthe’ em 1876. O quadro é uma alusão à noite parisiense, à boemia e, é claro, a esta sutil bebida.
Outro pintor francês que também gostava muito de absinto era Édouard Manet; entre 1858 e 1859, ele assinou ‘O Bebedor de Absinto’, que mostra um homem envolto em um sobretudo, ao lado de uma taça da bebida.
O Absinto também esteve presente na obra de Van Gogh. No quadro ‘Natureza Morta com Absinto’, de 1887, uma garrafa da bebida repousa sobre a mesa de um bar.
O mestre Pablo Picasso, antes de se dedicar totalmente à pintura cubista, fez ‘The Absinthe Drinker’, em 1901, um belo trabalho que mostra uma figura feminina junto a uma taça com a famosa “fada verde”.
Os modernistas da Semana de 22 – Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia – também eram adeptos da bebida. O bar Rutli, na Rua Barão de Itapetininga, centro da capital paulista, era o ponto de encontro desse pessoal, onde bebiam Absinto, para escândalo de muitos.
O Absinto pode ser preparado e degustado de algumas maneiras distintas, veja a seguir.
CAIPIRINHA
A Caipirinha teria tido origem na cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, na segunda década do século XX, provavelmente no ano de 1918. A bebida foi criada para ser servida em festas e eventos de fazendeiros de alto padrão da região de Piracicaba.
A Caipirinha logo passou para o gosto popular, devido ao baixo preço de seus ingredientes, popularizando-se por todo o estado e se tornando a bebida símbolo do estado de São Paulo. Na década de 30, já era possível encontrá-la em outros estados, especialmente no Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Tarsila do Amaral [1886 – 1973] destacou-se como pintora, desenhista e tradutora brasileira e uma das figuras centrais da pintura e da primeira fase do movimento modernista no Brasil, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro ‘Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.
Tarsila do Amaral era apreciadora da cachaça e, principalmente, da Caipirinha. “Quando Tarsila do Amaral morou em Paris, em meados de 1920, ela recebia cachaças enviadas do Brasil, com as quais ela preparava as Caipirinhas. Tarsila apresentou a bebida e o cocktail a Pablo Picasso”, conta o mestre Derivan, um dos maiores barmen brasileiros.
Inspire-se nos modernistas e experimente a brasileiríssima Caipirinha.
INGREDIENTES
• 60 ml de cachaça
• 1 limão Tahiti
• 2 colheres de chá de açúcar
• Gelo
PREPARO
• Corte o limão em fatias meia-lua ou em rodelas.
• Coloque o limão num copo baixo, junte o açúcar e macere o limão levemente até extrair todo seu suco.
• Acrescente a cachaça, as pedras de gelo e misture vagarosamente até a diluição total do açúcar, decore e sirva.
TIPO DE COPO
• Copo Old Fashioned ou copo de Caipirinha.
DECORAÇÃO
• Fatia de limão.
Drinks, cocktails & lugares
DO JARDIM EUROPA em São Paulo, berço do famoso Caju Amigo, à região de Trento, na Itália, maior centro consumidor de cocktails spritz, passando por New Orleans e Chicago, onde foram criados alguns drinks que se tornaram conhecidos e apreciados, nada mais nada menos, que pelo mais famoso gângster norte-americano Al Capone, não se esquecendo da Argentina e Uruguai, onde surgiu o refrescante Clericot. São lugares que merecem destaque nessa relação de drinks, pois deram origem a essas maravilhosas combinações etílicas.
O que existe de mais espetacular, mais fantástico, mais maravilhoso nesses drinks é, sem dúvida, sua origem, pois trazem história e com ela o sabor da época e da região.
Há drinks para todos os gostos. Se você está procurando saborear algum deles e sentir a atmosfera desses lugares, com certeza sairá daqui com boas inspirações.
Agora escolha um [ou alguns] dos drinks selecionados e com a taça em mãos, brinde a vida sem pressa ou preocupações: • Aperol Spritz
Caju Amigo
Clericot
Gin Fizz
Gin Southside
APEROL SPRITZ
Os coquetéis “spritz” são assim chamados por levarem a mesma base, composta por prosecco, bitter e água gasosa.
Os coquetéis do tipo spritz têm sua origem na Itália, na região de Friuli Venezia Giulia, nos tempos da dominação do império austro-húngaro. Naquela época era comum alongar com água gasosa as bebidas de alto teor alcoólico, como os vinhos do Vêneto.
A escolha do Aperol como o bitter de excelência para a fabricação do spritz acabou tornando a identidade de suas bebidas algo próximo ao indissociável, desde a criação do Aperol Spritz, na década de 50.
Normalmente, se você pedir um spritz em Trento, Rovereto ou Riva Del Garda (os maiores centros de consumo), a receita não muda: trata-se de Aperol, espumante, gelo e uma fatia de laranja.
Refrescante, o Aperol Spritz virou febre no verão europeu de 2014 antes de desembarcar por aqui. Combina o aperitivo italiano Aperol com espumante Prosecco.
INGREDIENTES
• 45 ml de Aperol
• 60 ml de Prosecco
• Água com gás
• Gelo
• Fatia de laranja
PREPARO
• Numa taça Flûte com gelo adicione o Aperol, o Prosecco e complete com água com gás.
• Finalize com meia fatia de laranja e está pronto para ser servido.
TIPO DE COPO
• Taça Flûte.
DECORAÇÃO
• Fatia de laranja.
Gin tônica!
NÃO BASTA misturar uma dose de Gin com outras tantas de água tônica, simplesmente. O preparo da bebida é mais complexo do que parece e requer requinte e sofisticação, além da criatividade e inovação nos componentes do drink.
O clássico Gin Tônica – mistura de água tônica, Gin, gelo e limão – de sabor levemente amargo e a sensação refrescante da bebida tornou-se tendência nos bares mais descolados do planeta.
É um drink que faz sucesso no exterior há muito tempo e por ser leve e refrescante se torna fácil de ser bebido.
A onda de popularização do Gin Tônica iniciou em Barcelona em 2011, se expandiu para todo o mundo e, em 2016, a moda veio a desembarcar no Brasil, com enorme sucesso.
O tradicional cocktail permite combinações que vão além do básico. O drink não se limita a dois ingredientes. Você pode acrescentar vários sabores para deixá-lo de acordo com seu paladar.
Há diversas variações sobre a bebida que vão desde o clássico Gin Tônica até as versões mais contemporâneas.
BLUEBERRY G&T
INGREDIENTES
• 60 ml de Gin
• Água Tônica
• 15 ml de xarope de cranberry
• Hortelã e fatia de limão
• Frutas vermelhas
• Gelo
PREPARO
• Num copo long drink ou Ballon G&T coloque o gelo, o xarope de cranberry e as frutas vermelhas.
• Despeje o Gin sobre o gelo e complete o copo com água tônica. Com uma colher bailarina mexa delicadamente a mistura.
• Finalize com um ramo de alecrim.
TIPO DE COPO
• Taça Ballon G&T ou copo Highball.
DECORAÇÃO
• Rama de hortelã, fatia de limão e frutas vermelhas.
CAFÉ G&T
INGREDIENTES
• 60 ml de Gin
• Água Tônica
• 30 ml de licor Kahlua
• 60 ml de café expresso gelado
• Gelo de café
• Cardamomo
• Canela em pau
PREPARO
• Num copo Old Fashioned ou Ballon G&T coloque o gelo de café, o licor Kahlua e alguns grãos de cardamomo macerado.
• Despeje o Gin sobre o gelo e complete o copo com água tônica. Com uma colher bailarina mexa delicadamente a mistura.
• Finalize com uma canela em pau.
TIPO DE COPO
• Old Fashioned ou Ballon G&T.
DECORAÇÃO
• Canela em pau e cardamomos.
GRAPEFRUIT G&T
INGREDIENTES
• 60 ml de Gin
• Água Tônica
• 45 ml de xarope Monin de toranja
• Fatias de toranja [grapefruit]
• Rama de hortelã
• Gelo
PREPARO
• Num copo long drink ou Ballon G&T coloque o gelo, algumas fatias de toranja [grapefruit] e o xarope Monin de toranja.
• Despeje o Gin sobre o gelo e complete o copo com água tônica. Com uma colher bailarina mexa delicadamente a mistura.
• Finalize com uma fatia de toranja [grapefruit] e rama de hortelã.
TIPO DE COPO
• Taça Ballon G&T ou copo Highball.
DECORAÇÃO
• Fatia de toranja e hortelã.
GREEK G&T
INGREDIENTES
• 60 ml de Gin
• Água Tônica
• Fatias longitudinais de pepino japonês
• Ramas de hortelã
• Gelo
PREPARO
• Num copo long drink ou Ballon G&T coloque as fatias longitudinais de pepino japonês e em seguida preencha-o com gelo.
• Despeje o Gin sobre o gelo e complete o copo com água tônica. Com uma colher bailarina mexa delicadamente a mistura.
• Finalize com ramas de hortelã.
TIPO DE COPO
• Taça Ballon G&T ou copo Highball.
DECORAÇÃO
• Fatias de pepino japonês e hortelã.
Drinks não alcoólicos
OS DRINKS NÃO alcoólicos estão ganhando espaço em bares e baladas, pela grande variedade de sabores e pela própria beleza que essas bebidas oferecem.
O segredo para se preparar esses drinks é ter à disposição sucos e frutas “in natura”, além de sabores variados de xaropes de frutas.
Os xaropes naturais enriquecem o sabor das bebidas e dão um toque especial em sua composição e apresentação.
Os drinks não alcoólicos são fáceis de serem preparados. Libere sua criatividade, misture os ingredientes e crie bebidas fantásticas e saborosas. Na hora de servir, escolha o copo certo e decore com fatias de frutas, folhas de hortelã, talos de aipo e outros ingredientes interessantes; finalize com um belo canudo biodegradável.
• Virgin Caipirinha
Virgin On The Beach
Flórida Cocktail
Mojito Water
Nursery Fizz
Pina de Nada
Pink Lemonade
Soda Italiana de Limão Siciliano
Soda Italiana de Tangerina
Tomato Spice
Tropical Sun
Ubatuba’s Sunset
VIRGIN CAIPIRINHA
A Virgin Caipirinha é uma fake caipirinha, onde a vodka é substituída pela soda limonada.
INGREDIENTES
• 150 ml de Soda Limonada
• 1 limão Tahiti
• 2 colheres de chá de açúcar
• Gelo PREPARO
• Corte o limão em fatias meia-lua ou em rodelas.
• Coloque o limão num copo baixo, junte o açúcar e macere o limão levemente até extrair todo seu suco.
• Acrescente a soda limonada e os cubos de gelo, misture vagarosamente até a diluição total do açúcar, decore e sirva.
TIPO DE COPO
• Copo Old Fashioned ou copo de caipirinha.
DECORAÇÃO
• Fatia de limão.
VIRGIN ON THE BEACH
A Virgin On The Beach é uma variação não alcoólica do Sex On The Beach, onde a Vodka é retirada da composição do drink.
INGREDIENTES
• 60 ml de suco de pêssego
• 60 ml de suco de cranberry
• 60 ml de suco de laranja
• 30 ml xarope de groselha ou grenadine
• Fatia de laranja
• Gelo
PREPARO
• Forre o fundo de um copo com o xarope de groselha ou grenadine e acrescente algumas pedras de gelo.
• Na coqueteleira coloque o gelo e em seguida todos os ingredientes: suco de pêssego, suco de laranja e cranberry. Agite o suficiente para tornar a mistura gelada.
• Coe a mistura e transfira-a para o copo Hurricane previamente preparado. Finalize com algumas gotas do xarope de groselha ou grenadine.
TIPO DE COPO
• Copo Hurricane ou Highball.
DECORAÇÃO
• Fatias de laranja ou cereja.
Glossário
WHISKEY, LICORES, COGNACS, BITTERS E OUTROS ETÍLICOS
Um guia prático para seu conhecimento e compras
Aqui estão os elementos essenciais para você preparar, da melhor maneira possível, seu coquetel favorito, ou então saborear aquela bebida in natura, além de apresentar sugestões de algumas marcas de bebidas recomendadas por experts em etílicos.
Esse guia traz consigo a Carta de Bebidas utilizadas na preparação dos coquetéis constantes desse manual. Conta também um pouco da história de cada bebida, sua origem, os ingredientes que a compõe, o processo de produção e as principais marcas encontradas no mercado, sempre procurando aliar a qualidade ao custo benefício. Incentivamos o uso dos ingredientes de melhor qualidade, em qualquer categoria e sempre que possível; a diferença nos resultados vale a pena. Embora esta Carta de Bebidas não seja exaustiva, ela abrange uma variedade considerável de opções.
ABSINTO: O absinto é uma bebida destilada feita à base de losna, anis, funcho e outras ervas. Foi criado e utilizado primeiramente como remédio por um médico francês que morava na Suíça, por volta de 1792.
O absinto foi especialmente popular na França, e na Belle Époque tornou-se a bebida da moda, sobretudo pela ligação aos artistas parisienses do final do século XIX e princípio do século XX, até a sua proibição em 1915, tendo ganhado alguma popularidade com a sua legalização em vários países. É também conhecido
ÍNDICE REMISSIVO
Drinks Alcoólicos
138 Absinto 84 Alexander 86 Americano 156 Aperol Spritz 52 Bellini 54 Bloody Mary 56 Blue Margarita 144 Caipirinha 158 Caju Amigo 146 Casanova 160 Clericot 88 Cosmopolitan 126 Cuba Libre 57 Daiquiri 90 Dry Martini 92 French 75 148 Gala 94 Gibson Martini 59 Gimlet 61 Gin Fitzgerald 162 Gin Fizz 62 Gin Rickey 164 Gin Southside 95 Gin Tônica 64 Greyhound 98 Kir 99 Kir Royal
100 Manhattan 66 Margarita 68 Mint Julep 70 Mojito 102 Moscow Mule 72 Negroni 105 Old Fashioned 74 Orange Negroni 108 Pina Colada 110 Pisco Sour 128 Rob Roy 75 Sazerac 77 Screwdriver 112 Sex On The Beach 150 Tequila Arriba/Abajo/Al Centro/ Adentro
Gin Tônica [G&T] 168 Blueberry G&T 169 Café G&T 170 Grapefruit G&T 171 Greek G&T 172 Limoncello G&T 173 Mango G&T 174 Mediterranean G&T 175 Mint G&T 176 Orange G&T 179 San Francisco Sunset G&T 177 Sex On The Drink G&T 178 Tangerine G&T Drinks Não Alcoólicos 182 Virgin Caipirinha 183 Virgin On The Beach 184 Flórida Cocktail 185 Mojito Water 186 Nursery Fizz 187 Pina de Nada 188 Pink Lemonade 189 Soda Italiana de Limão Siciliano 190 Soda Italiana de Tangerina 191 Tomato Spice 192 Tropical Sun 193 Ubatuba’s Sunset
O leitor que espera encontrar neste livro apenas receitas bem elaboradas dos mais diversos tipos de drinks e coquetéis, desde os mais simples aos mais sofisticados, vai se surpreender com o seu conteúdo. DRINKS, COCKTAILS, ENGENHO & ARTE foge totalmente do convencional. Trata-se de uma obra-prima, resultado de muita pesquisa e, principalmente, do talento e da dedicação do autor na preparação das bebidas.
ARACELI AVELLEDA