Município de Iporanga Vale do Ribeira de Iguape - São Paulo - SP
Localização:
Vale do Ribeira IPORANGA Estado de São Paulo
FOTO AÉREA DA CIDADE DE IPORANGA
Iporanga visão geral O município de Iporanga situa-se a Sudoeste do Estado de São Paulo, na zona fisiográfica do Alto Vale do Ribeira de Iguape , tendo como limítrofes os Municípios de Barra do Turvo, Apiaí, Itaoca, Eldorado e Guapiára. Possui 1277 km2 de área territorial, sendo aproximadamente 80% dessa área coberta por florestas, remanescentes da Mata Atlântica. Com 4.736 habitantes, sua densidade populacional é baixa, 3,69 hab/km2 . Entre 1970 e 1980, segundo dados do IBGE, a população de Iporanga era de 3927 habitantes, sendo 3399 residentes na zona rural e apenas 528 na área urbana. Entre 1990 e 2014 a população rural do município, gradativamente migrou para o núcleo urbano de Iporanga. O último IBGE de 2010 aponta que dos 4299 habitantes cerca de 2401 habitantes são identificados como urbanos. Embora, a sede do município encontre-se a apenas 80 metros de altitude, o seu relevo apresenta uma topografia acidentada, montanhosa, com uma formação geomorfológica que determinou grande concentração de cavernas, inúmeros rios de entalhamento profundo e águas ligeiras e cachoeiras, o que confere a região uma paisagem exuberante. As condições climáticas, marcadas pela elevada pluviosidade e pelo clima quente e úmido são as principais causas da sua riqueza hidrográfica e botânica e uma das razões da imensa biodiversidade de seus ecossistemas. Esta paisagem pouco explorada foi tombada pela UNESCO como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e está inserida dentro do projeto piloto de conservação – Alto Ribeira – de estudo e atuação nas questões ambientais. O município de Iporanga é detentor de um impressionante Patrimônio Ambiental e Cultural, no entanto, em contrapartida apresenta os mais altos índices de subdesenvolvimento do Estado de São Paulo, com taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo alarmantes, meios de comunicação e de transporte precários e infraestrutura de educação e saúde deficiente.
histórico resumido Antigo arraial de mineração de ouro de aluvião, a ocupação humana em Iporanga se deu via Rio Ribeira de Iguape, através de exploradores que partindo do litoral, à procura de metais preciosos, estabeleceram-se à margem do rio Iporanga, afluente do Ribeira, já em meados do séc. XVII. A atividade mineradora persistiu por quase um século, determinando a ocupação do território com outras atividades necessárias à manutenção do garimpo, notadamente a lavoura de arroz, mas também, fábricas de aguardente, rapadura e farinha de mandioca vieram fixar o homem a terra realizando o primeiro indício colonizador. O rio Ribeira de Iguape, responsável natural pela ligação do interior do Vale ao próspero Porto de Iguape, foi elemento preponderante no desenvolvimento da região. Via coletora de todo transporte fluvial, que se realizava pelos seus afluentes, estabeleceu correntes de mercadorias, que beneficiaram a economia de Iporanga e de todo o Vale do Ribeira, até a decadência do Porto de Iguape, no final do séc. XIX, decorrente do seu assoreamento causado pela abertura do Valo Grande, que é identificado até hoje como a intervenção humana que mais impactou o desenvolvimento sócio econômico da região, principalmente por restringir o contato com exterior do Vale do Ribeira, que era mantido pelas relações comerciais do Porto de Iguape. Iporanga, sem vias de acesso, afora o rio Ribeira, e com o declínio do comércio fluvial estagnou e foi deixada à margem da história, no processo de industrialização e desenvolvimento urbano que ocorreu no século XX. Isolada, manteve tão raros contatos externos que estes não chegaram a provocar um dinamismo em sua sociedade. Devido a esse processo lento, as novas tendências e anseios desta sociedade mesclam-se a tradições centenárias, o que origina interesses sociais contraditórios. Os elementos materiais dessa sociedade: As suas construções e os espaços físicos delimitados por estas construções, ou seja, o núcleo urbano de Iporanga; os nucleos das comunidades quilombolas; a Mata Atlântica e os seus ecossistemas no entorno desse núcleo urbano – interpretado como espaço rural – possuíram maior longevidade que os seus elementos econômicos, sociais e ideológicos, mais sensíveis aos fatores históricos de variação e evolução.
Cozinha Experimental para as mulheres quilombolas do bairro dos Pilões Local: Bairro Rural Quilombo dos Pilões
Responsável : Arq Urb Ana Beatriz Nestlehner Cardoso de Almeida 2014
Justificativa A Comunidade Remanescente de Quilombo do Bairro dos Pilões é um antigo assentamento do município de Iporanga, que apesar do seu isolamento territorial sempre apresentou intensa produção agrícola de base familiar. A partir da década de 80, com a instaurações das restrições ambientais e determinações dos Parques Ecológicos, iniciou no local um intenso processo de decadência socioeconômica, gerando a migração gradativa da maior parte dessa comunidade para zona Urbana do Município. Atualmente observa-se o aumento da busca de algumas famílias por meios alternativos de produção e processamento agrícola, que proporcionem o fortalecimento da economia local e a inserção de seus produtos no mercado de negócios, garantindo assim a possibilidade da melhoria da qualidade devida, aumento da renda familiar , sem terem a necessidade de migrarem para a cidade para terem acesso a bens de consumo. Nesse contexto, foi identificado no grupo de mulheres quilombolas do Pilões, o desejo de adequar um barracão para uma “Cozinha Experimental” que estivesse de acordo com as normas estabelecidas pela vigilância sanitária, de modo a poderem processar os produtos agrícolas locais para serem comercializados com a qualidade. Uma “Cozinha Experimental”, com o projeto devidamente aprovado pelo órgão licenciador, será um incentivo ao desenvolvimento econômico local, além de fortalecer os laços de afetividade entre as participantes, assim como promover a cidadania. Com o espaço físico adequado as trabalhadoras terão a possibilidade de ter acesso, através de políticas publicas, a recursos financeiros como: PRONAF, APA, ATER para mulheres, Apoio Mulher, Terra Sol e Pronat. Nesse contexto, vislumbrando o fortalecimento do Grupo de Mulheres da Comunidade Remanescente de Quilombo do Bairro dos Pilões, a partir da construção da Cozinha Comunitária, que será um equipamento comunitário essencial para a organização das trabalhadoras rurais, possibilitando assim a sua inserção no mercado dos negócios. O fortalecimento da economia, gerará renda local, permitindo a permanência dos jovens na comunidade, o que contribuíra com a continuação histórica de vida nesse território.
1)localização do bairro Pilões
Situação