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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MORGADO DE MATEUS
TÍTULO: PANÓIAS santuário pagão IMAGENS E TEXTO ADAPTADOS DE - IGESPAR, DRCN, Portugal Romano e Serápis nos confins do império PESQUISA E DESIGN GRÁFICO : Anabela Quelhas EXPOSIÇÃO PEDAGÓGICA integrada nos projetos: “Serapíades - encontros de arte, ciência e cultura” e A LER + E-BOOK Janeiro 2014 Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus PORTUGAL 2
O Santuário de Panóias está classificado como Monumento Nacional e dispõe de uma zona especial de proteção. É propriedade do Estado e está afeto à Direção Regional da Cultura do Norte.
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Localização: Lugar do Assento, Vale de Nogueiras, 5000-751 Vila Real 4
Durante muitos anos o Santuário denominado Fragas de Panóias, foi alvo de variados estudos desde o séc. XVIII até aos nossos dias, por parte de investigadores nacionais e estrangeiros. 2014
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É o único santuário rupestre (inserido nas rochas) da Península Ibérica. A sua configuração e inscrições são da época romana século III dC, porém são claros os vestígios de crenças mais ancestrais. 6
Alguns historiadores interpretam o local como sagrado para os galaicos – povo celta que habitava este território antes da chegada dos romanos. 7
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Panóias é um conjunto de penedos graníticos estrategicamente localizado numa colina, com vista para toda a envolvente e com uma perspetiva privilegiada para a serra do Marão. O santuário é constituído por um recinto onde se encontram três (entre outras) grandes rochas e onde foram talhadas várias cavidades, de diversos tamanhos, bem como escadas de acesso. Era o local de sacrifício de animais aos deuses e onde se realizaram rituais de purificação. 8
Planta geral—rocha 1, rocha 2 e rocha 3 9
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Plantas e cortes de cada rocha
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Rocha nº 1—vista aérea da rocha 1 e vistas das caixas de sacrifício entalhadas na pedra. O acesso à rocha é feito por degraus cavados na mesma.
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Rocha nÂş 1: escadas entalhadas na rocha; a escada de metal acede a miradouro atual para se obter uma vista em pormenor desta rocha e do sĂtio em geral. 12
Sucess達o das cavidades
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Rocha nº 1; Gravura dos séculos XVIII/XIX
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É visível o rebaixamento feito na rocha granítica, para ser construído um templo, e dentro do mesmo, rasgados a pico, os lavacra purificatórios (t anques ) onde os mystae se abstergiam antes de oferecerem as vítimas (animais), ou os depósitos onde os sacerdotes guardavam os instrumentos sacrificiais. 15
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Rocha nยบ 1: grandes cavidades dispostas paralelamente
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Rocha nº 2—Vista aérea. Esta rocha também possui cavidades de sacrifício mas em menor número, há teorias que dizem ter sido um templo com paredes de alvenaria.
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Rocha nยบ 2: escadas de degraus paralelos.
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Vista das cavidades
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Rocha nยบ 2: cavidade quadrangular
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Rocha nยบ 3: cavidades quadrangulares 21
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Rocha nยบ 3: escadas de acesso
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Cavidade para queimar as vísceras
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Rocha nÂş 3: cavidade para queimar as vĂsceras e derramar o sangue.
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Vi s t a da gastra (cavidade redonda) para assar a carne e ainda uma outra cavidade de purificação onde se procedia à limpeza do sangue, gordura e azeite.
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Rocha nº 3: contém varias inscrições, uma delas em grego.
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Inscrição aludindo à purificação
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Foi C. G. Calpurnius Rufinus, um alto funcionário do governo provincial romano, introduziu este culto oriental em Panóias, onde já haveria um culto indígena. A sua língua original foi o grego, mas numa inscrição o uso da palavra "mystaria" em vez de "mysteria" demonstra o uso de um dialeto dórico ou pseudodórico. 28
INSCRIÇÕES Existem hoje três inscrições em latim e uma em grego, e nelas estão as instruções dos rituais celebrados em Panóias, a identificação dos deuses e a do dedicante. 29
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"G.C. Calpurnius Rufinus consagrou dentro do templo (templo entendido como recinto sagrado), uma aedes, um santuรกrio, dedicado aos Deuses Severos" 30
"Aos Deuses e Deusas e tambĂŠm a todas as divindades dos Lapitaes, Gaius C. Calpurnius Rufinus, membro da ordem senatorial, consagrou com este recinto sagrado para sempre uma cavidade, na qual se queimam as vĂtimas segundo o rito."
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"Ao altíssimo Serápis, com o Destino e os Mistérios, G. C. Calpurnius Rufinus, claríssimo."
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“As vítimas que se sacrificam para os deuses deste lugar são imoladas aqui; porém as vísceras são queimadas nas cavidades quadradas que se vêem em frente; derramando-se o sangue nas covinhas que ficam ao lado delas.” 33
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Com base nos estudos sobre o monumento, podemos hoje dizer que tivemos no local rituais de iniciação com uma ordem e um itinerário muito precisos - a matança das vítimas, o sacrifício do sangue, a incineração das vítimas, o consumo da carne, a revelação do nome da autoridade máxima das trevas e por fim, a purificação. 34
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O santuário rupestre de Panóias é h pequena ruína do que se depreende ter vasto complexo religioso. A ação da principalmente, dos homens fez de uma parte muito significativa do santuá
hoje uma r sido um erosão e, saparecer ário.
Hoje em qualquer das três rochas temos vestígios dos pequenos templos que eram parte integrante do recinto. São perfeitamente visíveis os entalhes que terão servido para o assentamento dos alicerces de pequenos templos quadrangulares que se ergueriam sobre as fragas, mas dos quais não chegou ao presente qualquer vestígio.
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Desenhos que pretendem recriar a colina sagrada
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Desenho que pretende recriar a colina sagrada
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Desenho que pretende recriar a colina sagrada 40
Desenho que pretende recriar a colina sagrada
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Existe uma maquete exposta no museu de Arqueologia d Real que nos faz recuar no tempo e nos dá informação so que eventualmente se passava e existia naquele espaço.
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de Vila obre o
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DEUSES VENERADOS Serápis—deus das trevas (egípcio) Mitra—deusa do sol (persa) Cibele—deusa mãe ou mãe dos deuses (Frígia) Osíris—deus dos mortos—(egípcio) Isis (ligação posterior ao culto Mariano) -deusa da fertilidade (egípcia) Plutão e Prosérpina (deuses severos ou das trevas) DEUSES DOS LAPITAE (deuses da comunidade existente, pré-romana) Reva Marandiguius
Mitra Serápis Isis
Cibele Plutão e Prosérpina
Osíris
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O culto a Serápis oferecia aos seus seguidores a purificação da alma e a esperança numa vida eterna.
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Aos iniciados e profundos devotos era, contudo, exigida uma grande devoção e, em determinados graus, importantes conhecimentos filosóficos.
A um outro nível, mais popular e prático, Serápis, tal como Ísis, é um deus curandeiro e, muitas vezes os seus santuários, transformaram-se em autênticos hospitais onde os doentes procuravam, na associação de práticas médicas e exaltadas superstições, os remédios e cura para os seus males.
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OS RITUAIS: Depois de queimadas as vísceras da vítima (um animal), a sua carne era grelhada e comida pelos presentes, em confraternização com as divindades. O sangue era também recolhido e a sua aspersão ocuparia igualmente um lugar relevante no cerimonial. 48
CONCLUSÃO: Panóias encerra grandes mistérios, mas destaca-se pelo seu grande valor patrimonial e é um testemunho da multiculturalidade, do respeito e da tolerância. Aprender a ler a História e preservar este testemunho são obrigações de todos.
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BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA Instituto de gestão do património arquitectónico e arqueológico. Fragas de Panóias http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70273/ acedido em 5/01/2014 Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I.P. (IHRU) (2011). Fragas de Panóias. http://www.monumentos.pt acedido em 5/01/2014 Direcção Regional da cultura do Norte, Santuário de Panóias http://www.culturanorte.pt/pagina,59,79.aspx acedido em 5/01/2014. Portugal Romano.com, Santuário de Panóias http://www.portugalromano.com/2011/02/santuario-de-panoias/ acedido em 5/01/2014
Colmenero, Antonio Rodríguez (1999).O Santuário rupestre galaico-romano de Panóias (Vila Real, Portugal): Novas achegas para a sua reinterpretação global. Câmara Municipal Nervir. (2002) Artisaga -Roteiro Turístico do Distrito de Vila Real, Câmara Municipal de Vila Real Azevedo, António Manuel Caldeira (1998). Do significado religioso de Panóias. Chaves, Tartaruga Sousa Rogério e Silva, João Ribeiro da. (2013). Serápis nos confins do império—o complexo sagrado de Panóias, Direcção Geral da Cultura do Norte
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ANABELA QUELHAS (arquitecta) Aprendente e anotadora de espaรงos
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